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A carta de foral da Covilhã de 1186 estabelece direitos e deveres para os habitantes, incluindo pagamentos de taxas por diferentes ofensas e deveres como ir à guerra. A carta visava restaurar e povoar a Covilhã, dando-lhe mais autonomia.
A carta de foral da Covilhã de 1186 estabelece direitos e deveres para os habitantes, incluindo pagamentos de taxas por diferentes ofensas e deveres como ir à guerra. A carta visava restaurar e povoar a Covilhã, dando-lhe mais autonomia.
A carta de foral da Covilhã de 1186 estabelece direitos e deveres para os habitantes, incluindo pagamentos de taxas por diferentes ofensas e deveres como ir à guerra. A carta visava restaurar e povoar a Covilhã, dando-lhe mais autonomia.
“Em nome da santa e indivisa trindade Padre, Filho e Espírito
Santo. Ámen. Eu, o Rei D. Sancho, filho do Nobilíssimo Rei de Portugal Afonso e da Rainha D. Mafalda, juntamente com minha mulher a Rainha D. Dulce e meu filho o Infante D. Afonso e minhas filhas as Infantas D. Teresa e D. Sancha, queremos restaurar e povoar a Covilhã. A todos os que nela habitam ou desejarem habitar são dados e concedidos os mesmos costumes da cidade de Évora; -É ordenado que duas partes dos cavaleiros vão ao fossado do rei, restando uma terça parte que ficara na vila com os peões, estes últimos fazendo fossado apenas uma vez por ano; e quem não cumprir e não for ao fossado, terá que pagar, cinco soldos; --Por homicídio serão pagos cem soldos ao fisco; --Aquele que invadir uma casa com qualquer tipo de objeto ofensivo, arma, escudo, etc. terá que pagar um total de trezentos soldos, sendo a sétima parte para o fisco; --Aquele que furtar pagará nove por um, pertencendo duas partes ao queixoso e uma sétima parte para o fisco; --No caso de ocorrer uma violação e a mulher gritar que foi violada, caso o ofensor negue este facto, e se chegue a um acordo, este ficara inocente ao provara a sua inocência, apresentando três homens da sua igualha e este jure com doze homens o facto da sua inocência; Caso não de não haver concílio, este terá que jurar, e no caso de não poder jurar, tara que pagar à ofendida trezentos soldos, sendo a sétima parte para o fisco; --Uma testemunha falsa e o fiel mentiroso terão que pagar sessenta soldos sendo a sétima parte para o fisco e tem que restituir em dobro aquilo que recebeu para mentir; --Aquele que ferir alguém num destes locais: igreja, assembleia e mercado, tinha que pagar sessenta soldos, sendo estes divididos em metade para o fisco e outra metade para o concelho (câmara); --Os mordomos e os herdeiros não podiam ser colonos; --Aquele que encontrar na vila da Covilhã penhor ou fiador e ficar com algo não negociado ou alguma divida, terá que restituir em dobro, pagando ainda 60 soldos, sendo a sétima parte para o fisco; --Aquele que não se dirigir junto ao juiz quando solicitado terá que pagar à autoridade judicial, terá que lhe pagar um soldo; --Aquele que não for ao encontro do rei quando lhe for pedido, seja este cavaleiro ou peão, a exceção daquele que se encontra a serviço de outra pessoa, o cavaleiro terá que pagar dez soldos enquanto que o peão pagara apenas cinco; --Aquele que possuir um casal, uma junta de bois, quarenta ovelhas, um jumento e duas camas tem a obrigação de comprar um cavalo; --O que não cumprir a promessa de casamento terá que pagar ao juiz um soldo; --A mulher que abandonar o seu esposo na porta da igreja, terá que pagar trezentos soldos, sendo a sétima parte para o fisco; --O que abandonar a mulher, terá que pagar ao juiz um dinheiro; --Aquele que montar o cavalo de outra pessoa tem que pagar pelo primeiro dia um aríete? e quando seja por mais que um dia seis dinheiros e por cada noite um soldo; --O que ferir com uma lança ou com uma espada, terá que pagar dez soldos, e caso a arma trespasse alguém, terão que ser pagos vinte soldos ao ferido; no caso de apenas lhe magoar qualquer membro o agressor terá que pagar cem soldos, sendo a sétima parte para o fisco; --Aquele que mudar as marcas alheias na sua fazenda terá que pagar cinco soldos, sendo a sétima parte para o fisco.” Estes são alguns dos deveres dos habitantes da vila que recebeu o foral. Através deles podemos verificar que quando a população não os cumpria, a punição era feita através do pagamento de coimas, sendo estas diferentes para cada classe social, diferenciando-se também os deveres e coimas do homem, para os deveres e coimas da mulher. Os deveres não se diferenciam muito dos direitos que eram poucos, e digo isto porque, um dos maiores direitos da população era a proteção e a segurança. Com a carta de foral, a Covilhã passou a ter um pouco de mais liberdade em termos de governo, tendo mais autonomia, sendo este o contributo principal da carta de foral. A cidade da Covilhã, recebeu no seu total dois forais, o primeiro, onde algumas destas regras foram tiradas, foi entregue pelo Rei D. Sancho, no ano de 1186. Recebendo outro no ano de 1510, pelo rei D. Manuel. Podemos assim concluir que a Covilhã era uma vila bastante desenvolvida, pois recebeu duas cartas de foral, como mérito do seu desenvolvimento, e para assim se continuar a desenvolver. Sendo o objetivo principal do Rei ao entregar esta carta de foral, povoar e restaurar esta agora cidade em plena encosta da Serra da Estrela: A Covilhã.