07/03/2019 ConJur - TJ-SP reconhece adimplemento substancial e impede penhora

FUNÇÃO DO CONTRATO

TJ-SP reconhece teoria do adimplemento

substancial e impede penhora de imóvel
6 de março de 2019, 15h39

Por Fernando Martines

A 22ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo aplicou a teoria
do adimplemento substancial para impedir que uma construtora tomasse de volta
imóvel que estava 86% quitado. A empresa foi à Justiça reclamar o apartamento por
causa do atraso consecutivo de três parcelas.

"Sempre que possível, o adimplemento Fernando Stankuns

substancial do contrato deve ser reconhecido,

pois valores de soberania e de importância
insuperável restam preservados, em especial,
como na espécie, dada as peculiaridades do
caso, a dignidade da pessoa humana", anotou o
relator do processo, desembargador Roberto
Mac Cracken, no voto vencedor.

"A função social do contrato e os princípios que

"Sempre que possível", teoria do
regem a dignidade da pessoa humana, sem
adimplemento substancial deve ser
retirar direito efetivo do credor, como restou
aplicada para reconhecer função social
decidido, preservam uma série de valores
do contrato e o princípio da dignidade da
fundamentais, não violando, data venia, a
pessoa humana, decide TJ de São Paulo
estrutura jurídica e a sistemática de proteção
de direitos lançados na Constituição da
República", continuou. Segundo ele, a teoria do adimplemento substancial
normalmente se aplica a casos em que mais de 80% do contrato já foi quitado.

O desembargador afirma ainda que, mesmo com a decisão, a empresa pode buscar

outros meios para receber os valores. "A teoria do adimplemento substancial não
implica em afronta aos princípios da autonomia privada, função social e boa-fé
objetiva, já que o credor ainda tem o direito de perseguir o saldo devedor
remanescente pelos demais meios legais cabíveis de satisfação do crédito", disse. 

Clique aqui para ler a decisão 

Apelação Cível 1014175-90.2016.8.26.0011

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07/03/2019 ConJur - TJ-SP reconhece adimplemento substancial e impede penhora

Fernando Martines é repórter da revista Consultor Jurídico.

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Revista Consultor Jurídico,

Jurídico 6 de março de 2019, 15h39

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