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O xadrez é uma das ciências com mais livros escritos e obviamente uma lista com as
melhores obras é muito pessoal. A minha lista, na verdade, representa os livros que eu
mais li e que ajudaram a formar a minha personalidade como jogador. A ordem em que os
livros aparecem neste artigo é aleatória e não reflete um “ranking”. Escolher os melhores já
é algo muito difícil, que dirá colocá-los em ordem de importância.
Na minha opinião esta série do Yusupov revolucionou o estudo do xadrez para jogadores
de nível básico até intermediário. Ele aborda todos os temas importantes para o
desenvolvimento enxadrístico e coloca ênfase no mais importante: tomada de decisões. A
exposição teórica é sempre breve e o leitor é convidado a resolver uma série de
exercícios. Todos os livros da série são recomendados! Tenho 3 em minha biblioteca e
posso afirmar que muitas posições são interessantes até mesmo para o nível de grande
mestre.
Clássico dos clássicos. Tenho sorte de ter uma versão em português em minha biblioteca.
Além de ter sido escrito por um dos melhores enxadristas de todos os tempos, o livro conta
com uma seleção extremamente honesta de partidas – tanto que há derrotas e empates
incluídos. Interessante comparar as análises do Fischer, feitas no final da década de 60,
com os poderosos softwares de análise modernos. Ou, melhor ainda, comparar as
análises de Bobby com as de Kasparov, publicadas no volume 4 dos “Grandes
Predecessores”.
Livro pouco conhecido, mas que muito ajudou a melhorar minha compreensão e meu
cálculo. Na época em que foi escrito, o britânico John Nunn era o melhor autor de livros de
xadrez. Recomendado para jogadores avançados, sobretudo aqueles que querem
melhorar seu jogo com a iniciativa. Tenho ótimas recordações de vários dias estudando as
partidas Nunn – Miles e Polugaevsky – Nunn. Prato cheio para treinar “Lances
Candidatos”.
Este e o livro seguinte (do Tal) são os meus prediletos nesta lista. Eles são mais do que
livros de xadrez. São representações de paixão pelo nosso jogo, relatos de pessoas que
dedicaram suas vidas às 64 casas. O capítulo “Birth of a Variation”, no qual o Poluga relata
suas incontáveis horas de análise na variante da Najdorf que leva seu nome, é de levar às
lágrimas. Leitura recomendada especialmente antes de jogar um torneio, como forma de
motivar para o “trabalho duro” necessário ao preparar para as partidas.
Esse livro é, na minha opinião, o melhor livro de finais teóricos já escrito, porque ele
contém todo o conhecimento necessário a respeito do tema. É uma obra bastante
volumosa, tipo um compêndio, que poderá ser visitada durante muitos anos. O enxadrista
que estudar com concentração este manual não precisará de qualquer outro livro de finais
teóricos.
O teste do tempo é um livro que mostra a ascensão do jovem Garry Kasparov até a
conquista do título mundial, já que a narração termina exatamente antes do match contra o
Karpov .
Na obra, descobrimos os sonhos que motivaram Kaspa desde o início de sua carreira e
podemos ter uma ideia do estilo de jogo agressivo e enérgico que e le sempre demonstrou,
assim como o trabalho incansável que foi necessário para chegar ao topo.
Uma curiosidade: o prefácio da edição deste livro em português foi escrito pelo autor deste
artigo.
A didática utilizada nesta obra muito se assemelha com a filosofia de treinamento que
desenvolvo com os meus alunos e muitos dos conselhos de Gulko (tomar decisões mais
concretas, prestar atenção aos recursos do adversário, procurar a “essência da posição”)
são ideias que eu já defendia mesmo antes de conhecer o livro.
Para jogadores que querem melhorar seu jogo posicional este é o livro mais recomendado.
Os exemplos no tema “profilaxia” são espetaculares.
O diferencial deste livro está no fato de mostrar quais as atitudes necessárias para você
ter uma melhor técnica de finais, como por exemplo não se apressar, jogar em ambos os
flancos, aproveitar a vantagem de bispos etc. A obra teve um profundo efeito no meu jogo
– até hoje considero a técnica de finais o ponto forte do meu xadrez.
O livro inteiro vale pelo revolucionário capítulo sobre “Lances Candidatos”. Nele Kotov
demonstra o método que o levou de candidato a mestre até um grande mest re de respeito,
basicamente melhorando o cálculo de variantes. Mais do que as posições e análises
contidas no livro (que precisam de uma profunda revisão com o computador), o essencial
são as ideias: o cálculo de variantes como o maior ponto fraco da maior ia dos enxadristas
e a vontade de trabalhar com disciplina para melhorar. As “árvores de análises” também
são divertidas – lembro de estudar as posições quando criança e tentar desenhar a árvore
gerada pelos meus cálculos.