Sei sulla pagina 1di 8

Universidade Federal de São João Del Rei

Engenharia Bioquímica

Transferência de Oxigênio

Resumo realizado sob a orientação da


Professora Marília. Apresentado à
disciplina Engenharia Bioquímica do curso
de Engenharia Química da Universidade
Federal de São João Del-Rei.

Anna Luisa Silva Cotta


Júlia Paula de Oliveira Júlio

Ouro Branco, Outubro de 2015.

1
1. Transferência de oxigênio e respiração celular

O objetivo central de um sistema de agitação e aeração é o fornecimento de

oxigênio para a manutenção de uma dada atividade respiratória de um certo

conjunto de células. Assim, o que se visa é transferir o oxigênio da fase gasosa

para o líquido, fazer com que este oxigênio dissolvido chegue às células suspensas,

penetre nestas células e, finalmente, seja consumido na reação.

 Análise conjunta da Transferência e consumo de oxigênio

Durante o cultivo de um dado microrganismo, efetua-se a transferência de

oxigênio da fase gasosa para a fase líquida, enquanto que, simultaneamente, o

microrganismo consome o O2 dissolvido. Assim sendo, o equacionamento mais

adequado surge através de um balanço de oxigênio no meio líquido, ou seja:


𝑑𝐶
= 𝑘𝐿 𝑎(𝐶𝑆 − 𝐶) − 𝑄𝑂2 𝑋 (1)
𝑑𝑡

A Equação 1 indica que a variação da concentração de oxigênio dissolvido no

𝑑𝐶
líquido ( 𝑑𝑡 ) é o resultado da diferença entre a quantidade de O 2 que se consegue

dissolver (𝑘𝐿 𝑎(𝐶𝑆 − 𝐶)) e o oxigênio consumido pelas células (𝑄𝑂2 𝑋).

Uma primeira forma de operação seria imaginar a existência de um eletrodo para

a medida de concentração de O2 dissolvido, sendo o seu sinal empregado para uma

ação de controle, a fim de manter constante esta concentração (variando a

frequência de agitação e a vazão de aeração). Nessa situação C é constante, então


𝑑𝐶
= 0.
𝑑𝑡

𝑘𝐿 𝑎(𝐶𝑆 − 𝐶) − 𝑄𝑂2 𝑋 = 0 (2)

Assim:
𝑄 𝑂2 𝑋
𝑘𝐿 𝑎 = (𝐶𝑆 −𝐶)
(3)

2
Observa-se pela Equação 3 que para manter 𝐶 = 𝐶𝑆 deve-se variar 𝑘𝐿 𝑎

proporcionalmente a 𝑄𝑂2 𝑋, tendo em vista que a grandeza (𝐶𝑆 − 𝐶) é constante,

desde que não se varie a pressão parcial de O2 no gás empregado na aeração.

A segunda opção seria calcular 𝑘𝐿 𝑎 para o instante de máximo valor de 𝑄𝑂2 𝑋,

através da Equação 3, praticando este valor desde o início do processo. Nesse

caso, C variará com o tempo, atingindo o valor mínimo 𝐶𝑆 no instante de máximo

𝑄𝑂2 𝑋. Dessa forma, tem-se:

𝐶 𝑄 𝑂2 𝑋
=1−𝑘 (4)
𝐶𝑆 𝐿 𝑎𝐶𝑆

𝐶
A Equação 4 indica a variação de C ou 𝐶 em função de 𝑄𝑂2 𝑋, ou seja, em função
𝑆

do tempo, com um valor constante de 𝑘𝐿 𝑎.

Na realidade, dificilmente observa-se um valor constante de 𝑘𝐿 𝑎 ao longo de

um processo fermentativo, mantendo-se fixas as condições de aeração e agitação,

pois a atividade microbiana vai provocando alterações nas características do meio, o

que frequentemente contribui para uma redução de 𝑘𝐿 𝑎.

Dessa forma, pelos fatos apontados acima torna-se necessário determinar os

valores de 𝑘𝐿 𝑎 e 𝑄𝑂2 durante o processo fermentativo, a fim de se contar com dados

confiáveis para o correto dimensionamento de um sistema de transferência de O 2.

 Determinação de 𝑘𝐿 𝑎.

Um das formas mais antigas para se determinar o parâmetro 𝑘𝐿 𝑎 é o método do

sulfito, que consiste em transferir oxigênio para uma solução de sulfito de sódio na

presença de um sal de cobre como catalisador.

Coloca-se no reator uma solução de sulfito de sódio, adiciona-se sulfato de cobre e

estabelece-se a aeração desejada. Em um dado instante colhe-se uma amostra e

determina-se a concentração de sulfito por iodometria. Após um certo intervalo de

3
tempo em que se mantêm constantes as condições de aeração, colhe-se uma nova

amostra e determina-se novamente a concentração de sulfito remanescente.

Através da estequiometria da reação de oxidação do sulfito a sulfato pelo oxigênio,

imaginando-se que todo o oxigênio reage instantaneamente, pode-se conhecer a

massa total de oxigênio que foi transferido para o volume total da reação, durante

um intervalo de tempo entre as duas amostras. A partir da concentração do oxigênio

dissolvido é possível obter o valor de 𝑘𝐿 𝑎.

Outra estratégia existente para a determinação experimental de 𝑘𝐿 𝑎 é a que

se utiliza apenas o sinal de resposta de um eletrodo imerso no líquido submetido à

aeração.

O ensaio típico para a determinação de 𝑘𝐿 𝑎, pelo emprego de um eletrodo

específico para a medida da concentração de O2 em um meio líquido, consiste em

inicialmente borbulhar nitrogênio líquido, a fim de liminar todo o O 2 dissolvido, até

que a sonda indique o valor zero.

A seguir, em um dado instante, inicia-se a aeração e agitação do meio líquido,

nas condições em que se pretende obter o valor de 𝑘𝐿 𝑎, passando-se então a

registrar o sinal da sonda. Esse sinal sairá do valor zero, aumentando até atingir a

saturação, ou seja, até que o eletrodo indique valor 100%.

Nessas condições, para os dados iniciais t=0;C=0, tem-se:

𝑑𝐶
(𝐶𝑆 −𝐶)
= 𝑘𝐿 𝑎. 𝑑𝑡 (5)

Integrando:

𝐶
𝑙𝑛 (1 − 𝐶 ) = −𝑘𝐿 𝑎. 𝑡 (6)
𝑆

4
𝐶
= (1 − 𝑒 −𝑘𝐿𝑎.𝑡 ) (7)
𝐶𝑆

𝐶
Ao se plotar 𝑙𝑛 (1 − 𝐶 ) em função do tempo, a partir dos dados experimentais
𝑆

obtidos pelo ensaio, obtém-se uma reta cujo coeficiente angular fornece o valor de

𝑘𝐿 𝑎.

As metodologias descritas anteriormente para determinação de 𝑘𝐿 𝑎 sem a

presença de microrganismos encontram importância especialmente quando se

pretende comparar o desempenho de diferentes sistemas de agitação e aeração.

Um dos métodos mais utilizados para se determinar 𝑘𝐿 𝑎 durante um processo

fermentativo, ou seja, na presença de microrganismos, é o que emprega uma sonda

para a determinação da concentração de O2 dissolvido, conhecido como método

dinâmico.

Nesse método em dado instante de um processo fermentativo (𝑡0 ),

interrompe-se a aeração, de forma a anular a transferência de oxigênio.

Recomenda-se reduzir também a frequência de agitação. Dessa forma, a

concentração de O2 dissolvido 𝐶0 , que estava ocorrendo no instante inicial, começa

a diminuir, sendo que o sinal da sonda deve ser registrado continuamente. Ao se

atingir um certo valor 𝐶01 (instante 𝑡1 ), retoma-se a agitação e aeração, nas

condições que estavam sendo praticadas, observando-se, então, o aumento da

concentração de O2 dissolvido, até atingir-se novamente o valor anterior 𝐶0 .

Tal procedimento demanda um tempo relativamente curto. Assim sendo, dentro

desse curto intervalo de tempo, pode-se supor que não haja alteração da

concentração celular (X), assim como deve ser mantido constante o valor de 𝑄𝑂2 .

Nessas condições, para o trecho sem aeração, tem-se:


𝑑𝐶
= −𝑄𝑂2 𝑋 (8)
𝑑𝑡

5
O produto 𝑄𝑂2 𝑋 deve ser mantido constante durante esse intervalo de tempo, o

que permite a integração da Equação 8, obtendo-se:

𝐶 = 𝐶0 − 𝑄𝑂2 𝑋(𝑡 − 𝑡0 ) (9)

Pela Equação 9 a partir do instante 𝑡0 (𝐶 = 𝐶0 ), deve ocorrer uma variação linear de

C com o tempo, reta cujo coeficiente angular é igual a (−𝑄𝑂2 𝑋). Uma vez conhecido

o valor de 𝑄𝑂2 𝑋 é possível efetuar o cálculo de 𝑘𝐿 𝑎 de duas formas distintas.

A primeira delas consiste em imaginar que a concentração de O2 dissolvido

ao longo do processo varia lentamente, esperando-se que ao final da aplicação do

método dinâmico, a concentração de O2 dissolvido volte ao valor original 𝐶0 . Assim,

𝑑𝐶
supondo estado estacionário em relação a C, pode-se fazer novamente = 0, e
𝑑𝑡

utilizar a Equação 3.

Essa metodologia de cálculo apenas deve ser aplicada para os instantes em que já

se tenham valores de 𝐶0 razoavelmente abaixo de 𝐶𝑠 (por exemplo, valores de 𝐶0 <

0,8 𝐶𝑠 ).

A segunda forma para o cálculo de 𝑘𝐿 𝑎, e a mais adequada, consiste em

empregar os dados obtidos no trecho ascendente da concentração de O2 dissolvido.

Rearranjando a Equação 1, obtém-se a Equação 10:

𝑑𝐶 𝑄 𝑂2 𝑋
= 𝑘𝐿 𝑎 (𝐶𝑆 − ) − 𝑘𝐿 𝑎𝐶 (10)
𝑑𝑡 𝑘𝐿 𝑎

Admitindo-se, novamente, estado estacionário:


𝑄 𝑂2 𝑋
𝐶0 = 𝐶𝑠 − (11)
𝑘𝐿 𝑎

Substituindo a Equação 11 na Equação 10, obtém-se a Equação 12:


𝑑𝐶
= 𝑘𝐿 𝑎(𝐶0 − 𝐶) (12)
𝑑𝑡

Integrando-se a Equação 12 para 𝑡 = 𝑡1 com 𝐶 = 𝐶01, tem-se:


6
𝐶 −𝐶
𝑙𝑛 (𝐶 0−𝐶 ) = −𝑘𝐿 𝑎(𝑡 − 𝑡1 ) (13)
0 01

Plotando-se C = f(t), conforme proposto pela Equação 13, obtém-se uma reta,

cujo coeficiente angular permite o cálculo de 𝑘𝐿 𝑎.

2. Fatores que afetam o 𝒌𝑳 𝒂

Existem fatores que afetam a transferência de oxigênio em biorreatores. Dentre

eles, podem-se citar:

 A aeração empregada, traduzida em termos de velocidade superficial de gás;

 Frequência de agitação;

 Propriedades reológicas do meio de cultivo sendo dependente da morfologia

de crescimento do microrganismo;

 Presença de antiespumantes.

3. Métodos para aumentar a taxa de transferência de oxigênio no sistema

Dentre os métodos, podemos citar:

 Aumento da pressão;

 Aumento da concentração de O2 no ar inserido no reator;

 Aumento da agitação;

 Aumento no fluxo de ar;

 Redução de espumas e remoção de bolhas de ar na superfície.

7
4. Referência Bibliográfica

BORZANI, W.; SCHMIDELL, W.; LIMA, U.A.; AQUARONE, E. Biotecnologia Industri

al. São Paulo, Edgard Blücher Ltda, vol.2, 2001.

STANBURY, P.F.; WHITAKER, A.; HALL, S.J. ed. - Principles of fermentation

technology. Oxford, Pergamon, 1995.

Potrebbero piacerti anche