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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

BACHARELADO EM MATEMÁTICA –VARIÁVEIS COMPLEXAS


RESUMO DA AULA DO DIA 22-09-2010 – 3 horas de duração

Aplicações conformes

No que veremos a seguir, exporemos parte da natureza geométrica das funções holomorfas. Isto se dá pelo
fato de que quando podemos falar do ângulo entre duas curvas que se cruzam num ponto ζ do plano, e f é
uma função holomorfa e não nula nesse ponto, então ângulo entre as curvas imagens por f das curvas dadas se
cruzam em f (ζ), formando um ângulo com mesma medida e orientação.
Primeiramente tornemos mais preciso o que deve vir a ser o ângulo entre duas curvas, e em que condições
podemos definir este conceito.
Algumas definições
1 - Uma curva em C, é uma aplicação γ : (a, b) ⊂ R −→ C.
2 - A curva γ : (a, b) ⊂ R −→ C, é diferenciável, se Reγ e Imγ, que são funções reais de variável real,
são diferenciáveis. Da mesma forma, γ é continuamente diferenciável, se suas partes real e imaginária, forem
diferenciáveis com derivadas contı́nuas.
3 - Uma curva γ : (a, b) ⊂ R −→ C, diferenciável é regular, se γ ′ (t) ̸= 0, ∀t ∈ (a, b).
4 - A imagem γ((a, b)) de uma curva γ : (a, b) ⊂ R −→ C, é denotada por γ ∗ e é chamada de traço de γ.
É bastante importante não confundir estes dois objetos: a curva γ que é uma aplicação, e portanto encerra
muito mais informação do que o seu traço γ ∗ que é meramente um conjunto de pontos do plano. A partir de
um ponto dado sobre uma curva γ, digamos γ(t0 ) = ζ, gostarı́amos de ter uma direção diferenciada; quando
possı́vel escolheremos a direção da tangente(caso ela exista), com a orientação dada pelo sentido de percurso de
γ. Quando a curva γ é regular, adotaremos esta direção, como sendo a direção de γ ′ (t0 ), a partir de ζ = γ(t0 ).
Lembre que quando γ ′ (t) existe e é não nulo, este valor é um número complexo que pode então ser escrito
na forma: γ ′ (t) = |γ ′ (t)| eiθ , onde θ ∈ {[arg (γ ′ (t))]}.
Agora estamos prontos para definir o ângulo entre duas curvas diferenciáveis γ1 e γ2 , que se cruzam num
ponto ζ, e ambas tendo nesse ponto vetores tangentes não nulos. Para facilitar a notação, suponha que ambas
as curvas são parametrizadas em um intervalo aberto que contém 0, e que γ1 (0) = γ2 (0) = ζ. Definimos então o
γ ′ (0)
ângulo entre γ1 e γ2 no ponto ζ como sendo, arg (γ2′ (0)) − arg (γ1′ (0)) = arg γ2′ (0) , sendo arg uma determinação
1
qualquer do argumento. (ver figura abaixo)

y
γ2′ (0)

γ1 ζ

γ1′ (0)

γ2
x

Figura 1: Ângulo entre duas curvas


Considere agora duas curvas γ1 , γ2 : (−a, a) −→ C diferenciáveis quaisquer, com γ1 (0) = γ2 (0) = ζ, e tais
que γ1′ (0), γ2′ (0) ̸= 0. Uma função f definida em uma vizinhança de ζ com valores em C, preserva ângulos
entre curvas diferenciáveis que se cruzam em ζ, se o ângulo entre γ1 e γ2 em ζ, é o mesmo que o ângulo entre
as curvas imagens, e f ◦ γ1 e f ◦ γ2 em f (ζ). Veja a ilustração abaixo.

y y f ◦γ2 f ◦γ1
γ2′ (0)

γ1 ζ
f f (ζ)
γ1′ (0)
(f ◦γ1 )′ (0)
γ2
x x

(f ◦γ2 )′ (0)

Figura 2: Preservação de ângulos entre curvas por uma aplicação f

Daremos então a seguinte definição: Uma função F : G ⊂ C −→ C é conforme em em um ponto z ∈ G, se


o ângulo entre duas curvas diferenciáveis que se cruzam em z é o mesmo, em magnitude e sentido que o ângulo
entre as curvas imagens. O resultado a seguir nos diz em que pontos uma função holomorfa é conforme.
Teorema 1 Suponha que f : G ⊂ C −→ C é uma função holomorfa em um aberto G de C e que ζ ∈ G é tal
que f ′ (ζ) ̸= 0. Então f é conforme em ζ.
Demo Seja λ = arg γ2′ (0) − arg γ2′ (0) o ângulo entre duas curvas γ1 e γ2 que se cruzam em ζ. A função f
transforma estas curvas nas curvas f ◦ γ1 e f ◦ γ2 , que então se cruzam em em f (ζ), formando um ângulo,
Λ = arg (f ◦ γ2 )′ (0) − arg (f ◦ γ1 )′ (0). Desejamos mostrar que λ e Λ representam o mesmo ângulo, ou seja, a
diferença entre eles é um múltiplo inteiro de 2π. Ora, temos que, (f ◦ γ1 )′ (0) = f ′ (γ1 (0))γ1′ (0) = f ′ (ζ)γ1′ (0), e
(f ◦ γ2 )′ (0) = f ′ (γ2 (0))γ2′ (0) = f ′ (ζ)γ2′ (0), portanto,
( ′ ) ( ′ )
′ ′ ′ ′ f (ζ)γ2′ (0) γ2 (0)
Λ = arg (f (ζ)γ2 (0)) − arg (f (ζ)γ2 (0)) = arg = arg = arg (γ2′ (0)) − arg (γ1′ (0)) = λ,
f ′ (ζ)γ1′ (0) γ1′ (0)
como desejado.
Definição 1 Uma aplicação f : G ⊂ C −→ C, G aberto é conforme se a mesma é conforme em cada ponto
desse aberto.
Exemplos
1 - Considere a função exponencial, f : z 7→ ez . Como sabemos que a derivada da exponencial é a exponencial,
e esta não se anula, então, a exponencial é conforme em todo o plano complexo.
2 - Se n ≥ 2 é um inteiro, então f (z) = z n é conforme em todo z ̸= 0, mas não é conforme em z = 0, pois
tomando as curvas γ1 o eixo dos x, e γ2 a reta passando pela origem formando um ângulo π/n com o eixo
positivo dos x que tem as parametrizações, γ1 (t) = t + 0i e γ2 (t) = teiπ/n , t ≥ 0, respectivamente, temos que
o ângulo entre as duas curva em z = 0 é π/n, e o ângulo entre as imagens destas curvas por f é π. Confira na
figura abaixo.

y y

f : z 7→ z n
π
π/n
x x

Figura 3: Uma f que não é conforme em um ponto


3 - Vejamos agora a aplicação de C em C dada pela conjugação, f : z 7→ z. Se γ1 (t) = x1 (t) + iy1 (t), e
γ2 (t) = x2 (t) + iy2 (t) são duas curvas diferenciáveis que se cruzam em γ( 0) = γ2 (0) = ζ, então temos que
(f ◦ γ1 )(t) = x1 (t) − iy1 (t) e (f ◦ γ2 )(t) = x2 (t) − iy2 (t), e portanto (f ◦ γ1 )′ (0) = x′1 (0) − iy1′ (0) = γ1′ (0) e
(f ◦ γ2 )′ (0) = x′2 (0) − iy2′ (0) = γ2′ (0). Desse modo, se um valor do argumento de γj′ (0)é θj , j = 1, 2, então um
valor do argumento de de (f ◦ γj )′ (0) é 2π − θj , de modo que,

arg (f ◦ γ2 )′ (0) − arg (f ◦ γ1 )′ (0) = (2π − θ2 ) − (2π − θ1 ) = −(θ2 − θ1 ).

Assim, apesar da medida dos ângulos ser a mesma, a orientação foi invertida, logo a conjugação não é conforme
em nenhum ponto do plano.

Construção de aplicações conformes

Faremos vários exemplos para ilustrar as técnicas utilizadas para construir aplicações conforme s de Um
domı́nio em C sobre um outro domı́nio.
Exemplo 1 Considere H+ = {z ∈ C : Imz > 0}, e seja z0 ∈ H+ . Podemos então definir H+ como sendo o
conjunto dos pontos do plano cuja distância a z0 é menor que sua distância a z0 , ou seja,
{ }
z − z0
H = z∈C:
+ <1 .
z − z0
Isso sugere que definamos
z − z0
f : H+ −→ D(0; 1), por f (z) = eiθ .
z − z0
A aplicação f é injetiva, já que a mesma é uma transformação de Möbius, e é fácil verificar que a mesma é
sobrejetiva. Temos também que f ′ (z) = eiθ (z−z
z−z0
0)
2 ̸= 0 ∀z ∈ C, portanto f é conforme.

Neste exemplo, não fizemos nenhuma escolha especial do ponto z0 ∈ H, e também usamos o fator eiθ , já que
o disco unitário é invariante por rotações em torno da origem. Para simplificar as expressões, faremos escolhas de
z0 nos vários casos a seguir; todos se baseiam no mesmo princı́pio do exemplo1 (definir um dos eixos coordenados
como a mediatriz de um segmento). Veja as figuras a seguir.
y y

Imz>0

z−i
f : z 7→
z+i
x 1 x

y
z+i
f : z 7→
z−i
x 1 x

Imz<0

Figura 4: Algumas transformações de Möbius úteis


y y

Rez>0

z−1
f : z 7→
z+1
x 1 x

y y

Rez<0

z+1
f : z 7→
z−1
x 1 x

Figura 5: Mais algumas transformações de Möbius úteis

b
Vamos estender a noção de uma função ser conforme para o C.
Sejam f : G ⊂ C −→ C b e ζ ∈ G tais que f (ζ) = ∞. Diremos que f é conforme em ζ, se g, definida por
g(z) = 1/f (z) é conforme em ζ. Diremos que f é conforme no ∞, se f˜(z) = f (1/z) é conforme em 0.
az + b b
Teorema 2 As transformações de Möbius f (z) = , ad − bc ̸= 0 é conforme em C.
cz + d
ad − bc
Demo Temos que em C \ {−d/c} , c ̸= 0, f ′ (z) = ̸= 0, logo, f é conforme em C \ {−d/c}.
(cz + d)2
bζ + a
Se c ̸= 0, f˜(ζ) = f (1/ζ) = , e f é conforme em 0 pelo mesmo motivo que acima., logo f é conforme
dζ + c
no ∞.
1 cz + d
Em z = −d/c, f (z) = ∞; considere então a função g(z) = = , que pelas mesmas razões
f (z) az + b
anteriores é conforme em −d/c, já que como ad − bc ̸= 0, tem-se que − dc ̸= − ab por hipótese, donde o resultado.
Voltemos agora ao problema de aplicar um determinado domı́nio sobre um outro, de maneira conforme.
I - A aplicação z 7→ z n , n ∈ N transforma o setor {z : 0 < arg z < π/n} no semi plano superior H+ , visto que
arg z n = n arg z, ( mod 2π). Observe a ilustração,

y y

f : z 7→ z n

π/n
x x

Figura 6: A aplicação z 7→ z n
II - Se α ∈ R, α > 0, definimos, z α = |z|α eiαθ , 0 < θ < 2π. a aplicação f : z 7→ z α é então conforme em
C \ [0, 2π).
III - Já vimos que a função exponencial é conforme no plano todo. Vejamos agora como esta aplicação atua
em algumas situações.
Como todo número complexo não nulo é representável em coordenadas polares, podemos descrever a função
exponencial f (z) = ez como segue:

f : z = x + iy 7→ ez = w = Reiϕ , ∴ R = ex , ϕ = y (mod 2π).

Assim as retas verticais x = a, são transformadas nos cı́rculos |w| = ea , e as retas horizontais y = c são
transformadas nas semi retas arg w = c. Consequentemente,
{ (veja
} a figura seguinte), a exponencial transforma
a faixa vertical, {z : a < Rez < b} no anel w : e < |w| < e , e a faixa horizontal {z : c < Imz < d} no setor
a b

{z : c < arg w < d}.


y y

a<Rez<b

f : z 7→ w = ez
a b x ea eb x

y y

c<Imz<d f : z 7→ w = ez

c
x x

Figura 7: A função exponencial

IV - Para ver como o Log atua, basta ver que esta função é inversa da exponencial, portanto é conforme em
C \ (−∞, 0].
V - Transformando regiões limitadas por arcos de cı́rculos.
Normalmente, dada uma região do plano, desejamos encontrar se possı́vel uma transformação conforme da
mesma em uma região que consideramos mais simples, por exemplo, o disco unitário, o semi plano superior, etc.,
ou em uma região que sabemos como transformar nestas regiões mais simples, como por exemplo, um quadrante.
Exemplo 1 Seja S = {z : |z| < 1, Imz > 0}, que identificamos imediatamente com a metade superior do dico
unitário, e portanto limitado por um segmento de reta horizontal e um arco de cı́rculo. A transformação de
z+1
Möbius f (z) = é tal que a imagem de −1 é 0 e a imagem de 1 é ∞. Desse modo, f transforma 0
z−1
segmento [−1, 1] em uma semi reta partindo da origem, e como f (0) = −1, segue que esta semi reta é o eixo
imaginário negativo. O arco de cı́rculo ligando 1 a −1 também é transformado em uma semi reta partindo da
origem, e como f é conforme a imagem do arco deve ser o eixo real negativo, para que o ângulo em medida e
orientação seja conservado. Portanto f transforma a região dada no terceiro quadrante, como indica a próxima
figura. Uma outra maneira de verificar a veracidade desta afirmação, é através de uma outra descrição para S.
É bem fácil verificar que podemos descrever S por:
{ ( ) }
z+1
S = z : arg = µ, −π < µ < −π/2 .
z−1

Consequentemente f (S) tem a seguinte forma,

f (S) = {w : −π < arg w < −π/2} ,

que é o quarto quadrante.

y y

f : z 7→ z+1
z−1
x x

Figura 8: Transformando metade do disco em um quadrante

Exemplo 2 Imagine a parte do plano comum a dois cı́rculos que se cruzam em dois pontos α e β, formando
um ângulo µ. Obtemos uma figura geométrica que é uma seção transversal de uma lente esférica biconvexa,
z−α
como na figura seguinte. A transformação de Möbius f1 (z) = transforma o arco inferior arco(αβ) numa
z−β
semi reta partindo da origem, posto que f1 (α) = 0 e f1 (β) = ∞ e o arco superior também em uma semi reta
partindo da origem, bem como qualquer outro arco de cı́rculo passando por α e β(porque leva β no ∞). A
posição da primeira semi reta fica completamente determinada pela imagem de qualquer ponto fixado do arco
inferior. Como f é uma transformação conforme, a imagem da região de interesse é um setor com ângulo µ.
Por uma rotação de um ângulo conveniente, ϕ, trazemos a semi reta distinguida para coincidir com o eixo real
z−α
positivo. No final temos a aplicação f :7→ eiϕ . A seguir, a figura ilustra esta situação.
z−β

y y

µ
z−α
f : z 7→ eiϕ
z−β
µ

x x

Figura 9: Transformando uma lente em um setor

Exemplo 3 Considere agora a região do plano limitada por dois cı́rculos não concêntricos, em que um deles
está contido no interior do outro, como na figura abaixo.
É possı́vel mostrar(faça isso!!!) que existe um par de pontos α, β) que são simultaneamente simétricos com
relação aos dois cı́rculos, não concêntricos, ou seja existem λ1 , λ2 reais positivos diferentes da unidade, tais que,
os dois cı́rculos são definidos por

z − α
= λ1 , e z − α = λ2 , λ1 < λ2 .
z − β z − β

Equivalentemente os dois cı́rculos são membros do sistema coaxial C1 (α, β) do qual falamos em aula anterior.
z−α
Neste caso, a aplicação z :7→ w = transforma a região limitada pelos dois cı́rculos não concêntricos, na
z−β
região, {w : λ1 < |w| < λ2 }, que é um anel.

y y

z−α
f : z 7→
z−β x

Figura 10: Transformando a região limitada por dois cı́rculos não concêntricos em um anel

Exemplo 4 Região do plano limitada por dois cı́rculos tangentes. Examinemos o caso particular em que os
cı́rculos são |z − 1| = 1 e |z| = 2.(Veja a figura abaixo)
y
y

1
f : z 7→
z−2

x
− 12 − 14 x

Figura 11: Região limitada por dois cı́rculos tangentes

Como f (2) = ∞, os dois cı́rculos são transformados em retas, e como estes cı́rculos são ortogonais ao eixo
real,, e o eixo real é transformado nele mesmo, sendo a transformação conforme, as retas em que os cı́rculos se
transformam são retas verticais, como na figura.

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