Sei sulla pagina 1di 5

DISCIPLINA: EXECUÇÃO E TUTELA PROVISÓRIA (URGÊNCIA E EVIDÊNCIA)

PROFESSOR: DANIEL ASSUMPÇÃO


MATÉRIA: TEORIA DA EXECUÇÃO

Leis e artigos importantes:


 Art. 785, CPC
 Arts. 833 e 834, CPC
 Art. 775, CPC
 Art. 804, CPC
 Art. 774, CPC

Palavras-chave:
 Princípios

TEMA: PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO

PROFESSOR: DANIEL ASSUMPÇÃO

PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO

1) Nulla Exceutio Sine Título

Significa que não há execução sem título executivo.

. Execução: Executado em situação de desvantagem (processual e material)


> constrição de bens
> restrição de direitos

Justificativa: grande probabilidade do direito existir (materializada no título executivo).

OBS: A existência do título executivo não leva obrigatoriamente à execução.


Título executivo judicial: a única coisa que pode acontecer a partir daí em juízo é o
cumprimento de sentença.
Título executivo extrajudicial: Art. 785, CPC - o credor que tem em seu poder um título
executivo extrajudicial pode optar pelo processo de execução ou por um processo de
conhecimento. Ou seja, a existência do título executivo extrajudicial não nos levará
inexoravelmente à uma execução, poderá levar a um processo de conhecimento (opção do
credor).
Se a prova fala que o título é judicial, falta interesse de agir no processo de conhecimento. Já
no caso do extrajudicial, vai se aplicar o Art. 785.

Matéria: Execução e Tutela Provisória (Urgência e Evidência) – Prof: Daniel Assumpção


2) Nulla Titulus Sine Lege

Significa que não existe título executivo sem previsão legal. Ou seja, só a lei pode criar
espécie de título executivo.
Quem valora a grande probabilidade do direito existir é o legislador, abstratamente.

OBS: Cláusula geral de negócio jurídico processual (Art. 190, CPC - trata do acordo
processual entre as partes). Cabe dentro dessa cláusula geral de negócio jurídico processual a
criação de um título executivo extrajudicial? Ou seja, pode haver acordo com a parte contrária
para que um determinado documento se torne um título executivo extrajudicial?
Em razão desse princípio, essa ideia sempre foi rejeitada. Mas com o Art. 190, vem uma
corrente doutrinária defender que esta passa a ser uma possibilidade diante do novo sistema.

3) Princípio da Patrimonialidade

Significa dizer que o que responde pela dívida do sujeito é sempre o seu patrimônio, e nunca
o seu corpo (responsabilidade patrimonial). A ideia de se responder pela dívida com o corpo está
totalmente fora de cogitação.

Prisão Civil
Quando falamos de responder pela dívida, estamos falando em satisfação da obrigação. O
que satisfaz a obrigação exequenda é o patrimônio. Essa realidade é também a da execução de
alimentos com prisão civil, uma vez que a prisão civil não satisfaz obrigação; não é uma forma de
satisfação, ela é satisfeita por meio do patrimônio.
Assim, mesmo na prisão civil, quem responde pela satisfação da obrigação exequenda é o
patrimônio do devedor (o próprio Art. 528 deixa claro isso).

Evolução história humanística:


. Morte do devedor como forma de satisfação da obrigação (Lei das XII Tábuas)
. Escravidão (Ex: romanos vendiam os devedores para o povo inimigo)
. Responsabilidade patrimonial integral (independentemente do valor da dívida, perdia-se
todo o patrimônio)
OBS: Percebe-se, portanto, que a execução era utilizada como forma de vingança privada.
. Responsabilidade patrimonial com correlação de valores (respondia pelo valor da dívida)
. Patrimônio mínimo (sistema de responsabilidade patrimonial atual) - É a ideia de garantia de
sobrevivência digna mesmo com o sacrifício da satisfação do direito do credor. Princípio da
dignidade da pessoa humana.

Impenhorabilidades
O que garante o patrimônio mínimo ao devedor são as regras de impenhorabilidade.

 Bens absolutamente impenhoráveis: Art. 833, CPC. Bem absolutamente impenhorável


significa exclusivamente um bem que, mesmo sendo o único bem do devedor, não responde pela
dívida. Assim, ser único ou haver outros bens é irrelevante.

Bens relativamente impenhoráveis: Art. 834, CPC. Ele só é impenhorável na presença de


outros bens. Assim, se o devedor tiver somente aquele bem, ele será penhorado. Na verdade isso
nada mais é do que uma regra de ordem de penhora.

> Art. 833, IV, CPC: ganhos derivados do trabalho. Regra: impenhorável.
Exceções - Art. 833, §2º:

Matéria: Execução e Tutela Provisória (Urgência e Evidência) – Prof: Daniel Assumpção


. Alimentos - desconto em folha de pagamento
. Salário superior a 50 salários mínimos (CPC/15)
. Condenação a ressarcimento do erário e o condenado for servidor público - pode realizar
desconto em folha de pagamento para ressarcir o erário (Art. 14, §3º, Lei 4.717/65 - Lei de Ação
Popular).

Durante a vigência do CPC/73, o STJ começou a criar várias justificativas para flexibilizar
essa impenhorabilidade:
> I405//STJ, 3ª Turma, Resp. 1.059.791/DF. Penhorabilidade da restituição do Imposto de
Renda (devolução de valores retidos na fonte do salário). Apesar da natureza salarial, se a
penhora não ofender a dignidade mínima do devedor, ela será realizada. Análise de patrimônio
mínimo casuístico.
> I553/STJ, 2ª Turma, Resp. 1.264.358/SC. Penhora de honorários advocatícios.
> I554/STJ, 2ª Seção, EResp 1.330.567/RS. STJ entendeu que como salário é mensal, os
valores não gastos no mês perdem a natureza salarial.
> STJ, 3ª Turma, Resp. 1.285.970/SP - Se a penhora da parte do salário não prejudicar a
sobrevivência digna do devedor, deve ser realizada.

Essas regras de impenhorabilidade são renunciáveis?


. STJ, 2ª Turma, AgRg no Resp 1.381.709/PR – Não. As regras de impenhorabilidade, ao se
prestarem à garantia do patrimônio público, são regras de ordem pública, e portanto
irrenunciáveis.
Premissa: normas de ordem pública não são renunciáveis porque relacionam-se com a ideia
da dignidade humana.

. STJ, 4ª Turma, Resp. 1.365.418/SP – Sim. Porque na verdade essa proteção legal tutela
um interesse privado do devedor, que é proteger o seu patrimônio (questão patrimonial).
Premissa: regras de interesse privado, regras patrimoniais, que tutelam o interesse do
devedor.

OBS: STJ, 3ª Turma, Resp. 1.461.301/MT. O executado oferece à penhora um bem de


família. A renúncia à impenhorabilidade se deu por um ato processual de oferecimento do bem à
penhora. E posteriormente, antes do leilão, o devedor peticionou que não teria como alienar esse
bem porque é bem de família impenhorável.
O STJ entendeu que esse ato claramente ofende o princípio da boa-fé processual (Nemo
venire contra factum proprium = vedação de comportamentos contraditórios), e, portanto,
considerou a renúncia válida, porque invalidá-la seria uma violação à da boa-fé processual.

4) Princípio do Desfecho Único (ou Resultado Único)

 Processo / Fase de conhecimento:


> Fim normal: resolução do mérito (procedência / improcedência do pedido_
> Fim anômalo: decisões terminativas (resolve o processo, mas não resolve o conflito)

Num processo ou fase de conhecimento, o resultado normal pode tutelar quanto o autor
como o réu.

 Processo / Fase de execução:


> Fim normal: satisfação do direito (tutela exclusiva do autor/exequente)
> Fim anômalo: decisões terminativas

Matéria: Execução e Tutela Provisória (Urgência e Evidência) – Prof: Daniel Assumpção


A ideia do desfecho único é dizer que na execução, o único que pode ser tutelado é o autor
(só há um fim normal para a execução: tutelar o autor por meio da satisfação do direito).

Defesa do executado: embargos à execução (ação). Se o executado quiser uma tutela


jurisdicional, ele vai ter que entrar com uma nova ação e nessa nova ação ele poderia ser
tutelado; porque aqui só existe tutela para o exequente (desfecho único).
A Lei 11.233/05 passa a admitir, no cumprimento de sentença, a impugnação (defesa
incidental do executado).
> Matéria de mérito: tendo matéria de mérito e sendo a impugnação acolhida, vai haver um
julgamento de mérito em favor do executado. Isso significa que nesse caso o executado recebe
tutela jurisdicional na própria execução. Essa tutela jurisdicional do executado na própria
execução também deve ser considerada um fim normal da execução. Assim, o cumprimento de
sentença pode satisfazer o direito do exequente ou tutelar o executado. Logo, o resultado único é
um princípio em crise.

* Exceção de Pré-executividade
Também é uma defesa incidental. Cabível tanto no processo autônomo de execução quanto
no cumprimento de sentença.
Pode ter matéria de mérito, e se for acolhida essa exceção com tutela de mérito, vamos ter
tutela jurisdicional para o executado. O acolhimento dessa defesa leva a um final normal.
Quando o sistema começa a admitir a defesa do executado na própria execução (incidental),
esse princípio perde o sentido.

5) Princípio da Disponibilidade da Execução

O Art. 775, caput, CPC prevê a possibilidade de desistência a qualquer tempo. Na


execução, essa desistência do exequente independe da anuência do executado. A ideia é que
não é preciso ouvir o executado porque a desistência do exequente dá ao executado o melhor
resultado possível para ele daquela execução (decisão terminativa).
No conhecimento, depois do réu ter contestado, ele tem que anuir com a desistência, porque
naquele caso ele pode ter a improcedência, que é melhor para ele do que a decisão terminativa.

. Desistência / Defesa do executado em trâmite


O Art. 775, parágrafo único, CPC trata da desistência da execução durante o trâmite de
defesa do executado.

Embargos à execução:
> Homologação da desistência (o fato de ter embargos em trâmite não muda nada, o juiz vai
homologar a desistência porque não há empecilho para isso).
> O destino dos embargos vai depender da matéria:
. Exclusivamente processual: extinção dos embargos por perda superveniente do objeto,
(perda superveniente do interesse de agir);
. Matéria de mérito: uma eventual procedência vai dar para ele mais do que ele tem hoje,
que é uma sentença terminativa. Então se a matéria for de mérito, a continuidade dos embargos
depende da vontade do embargante.

Essa solução não é cabível para defesa incidental do executado. Eu só consigo isso porque
tenho duas ações, e, portanto, há possibilidade de extinguir a ação de execução e continuar com
a ação de embargos.

Defesa incidental:

Matéria: Execução e Tutela Provisória (Urgência e Evidência) – Prof: Daniel Assumpção


Se você tem uma defesa incidental em trâmite, extinguir a execução, homologando a
desistência, obrigatoriamente extingue a defesa, porque ela não tem vida autônoma, ela segue o
destino do processo.
. Se essa defesa incidental é só processual, não há nenhum empecilho para a homologação
da desistência (o acolhimento dessa defesa me levaria a uma sentença terminativa, que é o que
eu já tenho).
. Se essa defesa incidental tiver matéria de mérito: a extinção da execução depende de
anuência do executado. A lei exige a anuência dele nesse caso porque ele pode ganhar mais no
julgamento da sua defesa. Logo, o princípio da disponibilidade nesse caso é deixado de lado. A
desistência então só gera extinção se o executado concordar.

6) Princípio da menor onerosidade

Para você conseguir a satisfação do direito, vai ter que impor sacrifico ao executado. A ideia
fundamental da menor onerosidade é que esse sacrifício do executado só vai ser admitido
nos estritos limites da satisfação do direito. Qualquer quebra nesses limites significa que a
execução está sendo usada como vingança privada.

Esse princípio determina que não são aceitos meios executivos:


 Que não são capazes de gerar a satisfação do direito.
(I400/STJ, 4ª Turma, Resp. 1.057.369/RS).
 Que gerem uma satisfação ínfima da obrigação exequenda
O Art. 836, caput, CPC é fundado nessa ideia, pois determina que você não vai penhorar
bens se o produto da alienação desses bens for totalmente absolvido para pagar as custas da
execução.

* Art. 805, CPC - se você tem mais de um meio para executar, deve escolher aquele meio
que gere uma menor onerosidade ao executado.

Desde sempre houve uma preocupação da doutrina (Dinamarco, Leonardo Greco, Humberto
Theodoro Jr.) em dizer que não se pode aplicar essa regra pensando somente no executado,
porque muitas vezes o caminho menos oneroso é o caminho mais difícil para satisfação do direito.
A sugestão doutrinária é que o princípio da menor onerosidade deve sempre ser
acompanhado do princípio da efetividade da tutela executiva, ou seja, deve-se achar um meio
termo: o que é menos oneroso, mas sem gerar um sacrifício ao exequente.
Essa ideia de proporcionalidade, de cuidado com o executado e com o exequente, é
encontrada no Art. 805, parágrafo único. Apesar da lei dizer que o meio deve ser mais efetivo, na
realidade ele deve ser mais efetivo ou tão efetivo quanto.

7) Princípio da Boa-fé Processual

Todas as normas gerais de boa-fé são aplicáveis à execução. Além das normas gerais,
existe uma norma específica na execução, prevista no Art. 774, CPC (criada para regulamentar a
atuação do executado), a qual prevê atos ou omissões do executado tipificados em lei como atos
atentatórios à dignidade da justiça.
Configurado esse ato atentatório, haverá sanção processual de multa de até 20% do valor da
causa (percentual máximo de multa no CPC). Esse porcentual vai ser ponderado com base na
gravidade da conduta de má-fé.

Matéria: Execução e Tutela Provisória (Urgência e Evidência) – Prof: Daniel Assumpção

Potrebbero piacerti anche