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Palavras-chave:
Princípios
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO
Significa que não existe título executivo sem previsão legal. Ou seja, só a lei pode criar
espécie de título executivo.
Quem valora a grande probabilidade do direito existir é o legislador, abstratamente.
OBS: Cláusula geral de negócio jurídico processual (Art. 190, CPC - trata do acordo
processual entre as partes). Cabe dentro dessa cláusula geral de negócio jurídico processual a
criação de um título executivo extrajudicial? Ou seja, pode haver acordo com a parte contrária
para que um determinado documento se torne um título executivo extrajudicial?
Em razão desse princípio, essa ideia sempre foi rejeitada. Mas com o Art. 190, vem uma
corrente doutrinária defender que esta passa a ser uma possibilidade diante do novo sistema.
3) Princípio da Patrimonialidade
Significa dizer que o que responde pela dívida do sujeito é sempre o seu patrimônio, e nunca
o seu corpo (responsabilidade patrimonial). A ideia de se responder pela dívida com o corpo está
totalmente fora de cogitação.
Prisão Civil
Quando falamos de responder pela dívida, estamos falando em satisfação da obrigação. O
que satisfaz a obrigação exequenda é o patrimônio. Essa realidade é também a da execução de
alimentos com prisão civil, uma vez que a prisão civil não satisfaz obrigação; não é uma forma de
satisfação, ela é satisfeita por meio do patrimônio.
Assim, mesmo na prisão civil, quem responde pela satisfação da obrigação exequenda é o
patrimônio do devedor (o próprio Art. 528 deixa claro isso).
Impenhorabilidades
O que garante o patrimônio mínimo ao devedor são as regras de impenhorabilidade.
> Art. 833, IV, CPC: ganhos derivados do trabalho. Regra: impenhorável.
Exceções - Art. 833, §2º:
Durante a vigência do CPC/73, o STJ começou a criar várias justificativas para flexibilizar
essa impenhorabilidade:
> I405//STJ, 3ª Turma, Resp. 1.059.791/DF. Penhorabilidade da restituição do Imposto de
Renda (devolução de valores retidos na fonte do salário). Apesar da natureza salarial, se a
penhora não ofender a dignidade mínima do devedor, ela será realizada. Análise de patrimônio
mínimo casuístico.
> I553/STJ, 2ª Turma, Resp. 1.264.358/SC. Penhora de honorários advocatícios.
> I554/STJ, 2ª Seção, EResp 1.330.567/RS. STJ entendeu que como salário é mensal, os
valores não gastos no mês perdem a natureza salarial.
> STJ, 3ª Turma, Resp. 1.285.970/SP - Se a penhora da parte do salário não prejudicar a
sobrevivência digna do devedor, deve ser realizada.
. STJ, 4ª Turma, Resp. 1.365.418/SP – Sim. Porque na verdade essa proteção legal tutela
um interesse privado do devedor, que é proteger o seu patrimônio (questão patrimonial).
Premissa: regras de interesse privado, regras patrimoniais, que tutelam o interesse do
devedor.
Num processo ou fase de conhecimento, o resultado normal pode tutelar quanto o autor
como o réu.
* Exceção de Pré-executividade
Também é uma defesa incidental. Cabível tanto no processo autônomo de execução quanto
no cumprimento de sentença.
Pode ter matéria de mérito, e se for acolhida essa exceção com tutela de mérito, vamos ter
tutela jurisdicional para o executado. O acolhimento dessa defesa leva a um final normal.
Quando o sistema começa a admitir a defesa do executado na própria execução (incidental),
esse princípio perde o sentido.
Embargos à execução:
> Homologação da desistência (o fato de ter embargos em trâmite não muda nada, o juiz vai
homologar a desistência porque não há empecilho para isso).
> O destino dos embargos vai depender da matéria:
. Exclusivamente processual: extinção dos embargos por perda superveniente do objeto,
(perda superveniente do interesse de agir);
. Matéria de mérito: uma eventual procedência vai dar para ele mais do que ele tem hoje,
que é uma sentença terminativa. Então se a matéria for de mérito, a continuidade dos embargos
depende da vontade do embargante.
Essa solução não é cabível para defesa incidental do executado. Eu só consigo isso porque
tenho duas ações, e, portanto, há possibilidade de extinguir a ação de execução e continuar com
a ação de embargos.
Defesa incidental:
Para você conseguir a satisfação do direito, vai ter que impor sacrifico ao executado. A ideia
fundamental da menor onerosidade é que esse sacrifício do executado só vai ser admitido
nos estritos limites da satisfação do direito. Qualquer quebra nesses limites significa que a
execução está sendo usada como vingança privada.
* Art. 805, CPC - se você tem mais de um meio para executar, deve escolher aquele meio
que gere uma menor onerosidade ao executado.
Desde sempre houve uma preocupação da doutrina (Dinamarco, Leonardo Greco, Humberto
Theodoro Jr.) em dizer que não se pode aplicar essa regra pensando somente no executado,
porque muitas vezes o caminho menos oneroso é o caminho mais difícil para satisfação do direito.
A sugestão doutrinária é que o princípio da menor onerosidade deve sempre ser
acompanhado do princípio da efetividade da tutela executiva, ou seja, deve-se achar um meio
termo: o que é menos oneroso, mas sem gerar um sacrifício ao exequente.
Essa ideia de proporcionalidade, de cuidado com o executado e com o exequente, é
encontrada no Art. 805, parágrafo único. Apesar da lei dizer que o meio deve ser mais efetivo, na
realidade ele deve ser mais efetivo ou tão efetivo quanto.
Todas as normas gerais de boa-fé são aplicáveis à execução. Além das normas gerais,
existe uma norma específica na execução, prevista no Art. 774, CPC (criada para regulamentar a
atuação do executado), a qual prevê atos ou omissões do executado tipificados em lei como atos
atentatórios à dignidade da justiça.
Configurado esse ato atentatório, haverá sanção processual de multa de até 20% do valor da
causa (percentual máximo de multa no CPC). Esse porcentual vai ser ponderado com base na
gravidade da conduta de má-fé.