Sei sulla pagina 1di 9

ESTUDO DE PADRÕES PARA

CONFIGURAÇÃO DE INSTRUMENTOS
REMOTOS EM REDES INDUSTRIAIS
Alexandre Baratella Lugli Diego Aparecido Lemes
Instituto Nacional de Telecomunicações - Inatel Sense Eletrônica LTDA
baratella@inatel.br diego@mg.sense.com.br

Abstract - Over the years, the amount of configuration and I. INTRODUÇÃO


diagnostic information has been substantially increased, thus
requiring the creation of intelligent systems to perform management 1.1. A evolução das redes industriais
and control of such information in a fieldbus. The term Asset As redes industriais para automação estão se tornando cada
Management accounts for all information created, processed, stored, vez mais presentes nos meios industriais. Essa presença em
transmitted or disposed of in a fieldbus. This paper aims to present
relação aos sistemas tradicionais deve-se, principalmente, aos
and compare three different protocols: FDT/DTM, EDDL and PDM,
emphasizing the characteristics of each method to perform the Asset fatores técnicos e econômicos que os tornam uma tecnologia
Management available on the market, and exemplify a field real extremamente vantajosa e atraente. [1] [2] A rápida evolução da
application. eletrônica e da engenharia de software e a miniaturização de
componentes e peças são os principais fatores para o
Keywords — Asset management, Diagnostics, Industrial desenvolvimento dos sistemas de automação distribuídos com
automation. redes de campo industriais. [5]
Nos anos 40, a instrumentação de processo operava com
Resumo — Os protocolos industriais surgiram com a finalidade sinais de pressão de 3–15 psi para monitorar os dispositivos
de otimizar o controle dos instrumentos de campo, aumentar a
de controle no chão-de-fábrica. [1] [2] Já nos anos 60, os sinais
capacidade de tráfego de informações e prover mensagens de
diagnósticos e de configuração remotamente entre os elementos.
analógicos de 4-20mA foram introduzidos na indústria para
Com o passar dos anos, a quantidade de informações de diagnóstico medição e monitoração de dispositivos. [1] [2] Com o
e de configuração aumentaram consideravelmente, havendo a desenvolvimento de processadores nos anos 70, surgiu a idéia
necessidade da criação de sistemas inteligentes para realizar o de utilizar computadores para monitoração de processos e
gerenciamento e controle desse tipo de informação em um fazer o controle de um ponto central. Com a utilização de
barramento industrial. O termo gerenciamento de ativos representa computadores, várias etapas do controle puderam ser feitas de
todas as informações criadas, processadas, armazenadas, diferentes formas, umas das outras, de modo a se adaptarem
transmitidas ou descartadas num barramento industrial. Este mais precisamente as necessidades de cada processo. [1] [2] Nos
trabalho tem por finalidade a apresentação e comparação dos
anos 80, iniciou-se o desenvolvimento dos primeiros sensores
diversos métodos para a realização do gerenciamento de ativos
disponibilizados no mercado, bem como uma exemplificação de uma
inteligentes, bem como os controles digitais associados a esses
aplicação real de campo. sensores. [1] [2] Tendo-se os instrumentos digitais, era
São apresentadas as características de três protocolos distintos: necessário algo que pudesse interligá-los. Então, nasceu a
FDT/DTM, EDDL e PDM, dando ênfase nas características de cada idéia de uma rede que conectasse todos os dispositivos de
método. O trabalho tem por conceituação a realização do campo e disponibilizasse todos os sinais do processo num
método de configuração individual de cada instrumento de campo mesmo meio físico. A partir daí, a necessidade de uma rede
que, antes, era feita localmente no instrumento. (fieldbus) era clara, assim como um padrão que pudesse deixá-
lo compatível com o controle de instrumentos inteligentes. [1]
Palavras chave — Gerenciamento de ativos, Diagnósticos, [2]
Automação industrial.
Os primeiros fieldbuses surgiram como algo inovador na
indústria de processo e de manufatura, durante a década de 80.
[1] [2]
A “guerra entre os fieldbuses”, episódio conhecido pela
tentativa de padronização de um único protocolo industrial,
criou um único padrão proposto pela ISA, denominado de SP-
50. [2] [3] No entanto, vários protocolos foram criados, por
diferentes associações e instituições, ao redor do mundo. Eles
A. B. Lugli (baratella@inatel.br), professor-orientador, e D. A. Lemes prometiam acabar com a complexidade de cabos existentes,
(diego@mg.sense.com.br), aluno da pós graduação, lato sensu, em Engenharia
de Sistemas Eletroeletrônicos, Automação e Controle Industrial, pertencem ao
além de oferecerem outras funções para diagnosticar possíveis
Instituto Nacional de Telecomunicações - Inatel. Av. João de Camargo, 510 - falhas na rede e realizar atualizações do sistema de controle. [1]
[2] [4]
Santa Rita do Sapucaí - MG - Brasil - 37540-000.
As vantagens trazidas pelos fieldbuses tornam o conceito de
redes industriais muito atraentes, possuindo uma grande
confiabilidade e modularidade, facilidade de compreensão e
redução de custo em comparação aos sistemas centralizados
anteriormente utilizados, com CLP. [4] [5]

1.2. Motivação
Com o passar dos anos, a quantidade de informações de
diagnóstico e de configuração aumentaram
consideravelmente, havendo a necessidade da criação de
sistemas inteligentes para realizar o gerenciamento e controle
desse tipo de informação em um barramento industrial. [4] [5] O
termo gerenciamento de ativos representa todas as
informações criadas, processadas, armazenadas, transmitidas
ou descartadas num barramento industrial. [4] [5] O sucesso e a
segurança das informações de configuração dos instrumentos
de campo permitem aumentar o retorno financeiro sobre os
investimentos nas tecnologias aplicadas e garantir um bom
resultado pretendido pelos usuários de automação industrial. Fig. 1 – Arquitetura de rede já existente antes da implantação do
[4] [5] gerenciamento de ativos. [14]

Este trabalho tem por finalidade a apresentação e A figura 2 ilustra a arquitetura da rede industrial proposta
comparação dos diversos métodos para a realização do após a implementação do gerenciamento de ativos. [14]
gerenciamento de ativos disponibilizados no mercado, bem
como uma exemplificação de uma aplicação real de campo.
São apresentadas as características de três protocolos distintos:
FDT/DTM (Field Device Tool/DeviceType Manager), EDDL
(Electronic Device Description Language) e PDM (Process
Device Manager), dando ênfase nas características de cada
método. O trabalho tem por conceituação a realização do
método de configuração individual de cada instrumento de
campo que, antes, era feita localmente no instrumento.

1.3. Case de gerenciamento de ativos


Em 2007 foi instalada a primeira solução de gerenciamento
de ativos utilizando tecnologia FDT/DTM em uma usina de
Fig. 2 – Arquitetura de rede depois da implantação do gerenciamento de ativos
açúcar e álcool no Brasil, instalado em usinas do grupo [14]

Usaçúcar (Santa Terezinha).


Com o intuito de melhorar a utilização dos dispositivos da
planta, o Grupo Santa Terezinha decidiu investir numa II. TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO DE ATIVOS
ferramenta para o gerenciamento de ativos de suas usinas.
2.1. EDD (Electronic Device Description)
O Grupo Santa Terezinha foi fundado em 1961, é hoje uma
das principais empresas do setor sucroalcooleiro do país. Para que o aplicativo computacional configurador possa
Possui, atualmente, oito unidades de produção, todas elas realizar as configurações nos dispositivos, configurar as redes
localizadas no norte do estado do Paraná. fieldbus e programar a lógica da estratégia de controle é
As exigências para a escolha de um sistema de necessário que haja interação com os dispositivos de campo.
gerenciamento de ativos foram: Para isso, o software necessita ter informações sobre as
- Otimização de operação dos instrumentos e características dos equipamentos, tais como, nome e tipo das
válvulas/posicionadores, possibilitando a utilização de todos variáveis, funções das variáveis de entradas e saídas, entre
os recursos disponibilizados em uma Rede Profibus, tal como outros. [6] [7]
a visualização do estado de funcionamento de todos os No caso das redes Foundation Fieldbus, a descrição das
equipamentos, implantando assim uma manutenção preditiva; características dos dispositivos é disponibilizada para o
- Abrangência de todos os diferentes equipamentos e configurador através da tecnologia EDD. O aplicativo
fornecedores instalados; computacional configurador possui um banco de EDD’s
- Configuração e monitoração dos transmissores disponíveis em seu domínio, que compõe todos os
remotamente. dispositivos suportados pelo configurador, sendo uma EDD
para cada dispositivo. [7] [13] Consequentemente, a integração
A arquitetura é formada por uma rede Profibus DP/PA, que de um novo dispositivo de campo no sistema ao nível do
interliga os instrumentos de campo ao controlador. A figura 1 configurador é realizada integrando-se a EDD do dispositivo
ilustra a arquitetura básica do sistema antes da implementação de campo. [7] [13]
do gerenciamento de ativos. [14]
Além da descrição, a principal função da EDD é possibilitar a O modo de configuração online também utiliza as
interoperabilidade de dispositivos ou equipamentos de informações da EDD para realizar configurações diretas com
diferentes fabricantes nos diferentes sistemas para automação. os dispositivos, funcionando como drivers. Tais configurações
[7] [13]
diretas podem ser, por exemplo: envio de comandos de escrita
A EDD também é conhecida por DD (Device Description), ou leitura para os parâmetros dos blocos dos dispositivos,
que é o nome dado à versão antecessora da EDD. As siglas instanciação de blocos funcionais nos dispositivos,
DD e EDD expressam a mesma tecnologia, com a diferença descarregamento da estratégia de controle, entre outros. No
de versão. [6] [7] [13] modo online, o configurador necessita acessar os dispositivos
A tecnologia EDD está atrelada as arquiteturas industriais da rede, e para isso utiliza o componente servidor OPC (Open
Foundation Fieldbus, PROFIBUS, PROFINET e INTERBUS. Connectivity). [8] Tal componente necessita de descrições dos
[7] [13]
dispositivos para realizar o acesso. Para isso, ele requisita tais
Na arquitetura do protocolo Foundation Fieldbus, a EDD informações dos dispositivos de campo e as envia para o
localiza-se na chamada camada do usuário, junto com os chamado servidor de EDD. [8] A figura 4 ilustra a arquitetura
chamados blocos funcionais, pois é esta que descreve as projetada para um configurador da rede Foundation Fieldbus.
[9]
informações dos blocos para um nível mais alto, o do
aplicativo computacional configurador, por exemplo. A figura
3 ilustra o modelo de camadas na rede Foundation Fieldbus
localização da camada do usuário, que está acima da sétima
camada de referência do modelo ISO/OSI. [7] [13]

Fig. 4 – Arquitetura do aplicativo computacional para Foundation Fieldbus. [9]


O banco de EDD’s é armazenado no disco rígido da estação
de engenharia, através de uma estrutura de diretórios
(chamado em sistemas fieldbus comumente de Device
Support), cada um representando um tipo de dispositivo
Fig. 3 – Camada do Usuário no Foundation Fieldbus. [9]
suportado. Dentro desses diretórios, para cada versão de
Outras tecnologias de descrição foram criadas para garantir dispositivo, existe um arquivo proprietário binário (extensão
a interoperabilidade em outros protocolos de comunicação ffo), um arquivo com a lista de símbolos do arquivo binário
industrial: o PROFIBUS introduziu o padrão GSD (General correspondente ao arquivo binário (extensão sym) e um
Station Description); o PROFINET introduziu o padrão arquivo CF (Capabilities File, de extensão cff). [10]
GSDML (General Station Description Markup Language) e o A descrição em arquivos CF é também utilizada em
INTERBUS introduziu o padrão FDCML (Field Device dispositivos Foundation Fieldbus, porém com um objetivo
Configuration Markup Language). [7] Além da EDD, os diferente da EDD: é utilizado para descrever as capacidades
protocolos Foundation Fieldbus, HART e PROFIBUS físicas do dispositivo, como o máximo de memória disponível
também utilizam uma tecnologia alternativa (menos utilizada), para cada recurso, quantidade de ligações entre os blocos,
considerada como complementar a EDD, chamada de entre outras. [10]
FDT/DTM (Field Device Tool/DeviceType Manager). [7]
No protocolo Foundation Fieldbus, as informações da EDD 2.1.1. EDDL (Electronic Device Description Language)
podem ser utilizadas pelo configurador em duas situações:
coleta de informações das características dos dispositivos para O padrão EDDL é uma linguagem baseada em texto para
configuração offline e para comunicação com os dispositivos descrição de características de comunicação de dispositivos
(online) para configurações diretas nos dispositivos. inteligentes, aplicada ao padrão EDD. [10] [13] Essa descrição
A configuração no modo offline foi possibilitada com o envolve características do equipamento, informações de
advento das tecnologias de descrição de dispositivos, por diagnósticos e detalhes de configuração. [10] [13] É também uma
descrever as características dos dispositivos integralmente, tecnologia independente de plataforma e de protocolo de
como se estes estivessem conectados no sistema. Tal modo comunicação para descrição de interface gráfica homem-
permite que a iniciação do trabalho de engenharia seja num máquina. [10] [13]
local diferente ao da planta, onde efetivamente ocorrerá o A tecnologia Hart foi à pioneira no desenvolvimento da
controle do processo. [7] EDDL, em 1992. [13] Posteriormente, a EDDL foi utilizada
como base para o desenvolvimento de linguagem de descrição A tecnologia FDT/DTM (Filed Device Tool / Dvice Type
de dispositivos para os protocolos Foundation Fieldbus e Managers) surgiu de um grupo de fornecedores de sistemas
PROFIBUS, como ilustrado na figura 5. [11] [13] que se uniram para criar uma arquitetura aberta em relação a
equipamentos de campo, assim como a EDD desenvolvida
com a EDDL. [16] Ela é baseada em componentes de Software
baseados na tecnologia COM (Component Object Model) da
Microsoft, que respeitam as interfaces para comunicação
definidas pela especificação do grupo alemão ZVEI (German
Electrical and Eletronic Manufacturers). [15] [16]
A tecnologia FDT/DTM é dividida em três domínios: o
domínio da ferramenta de engenharia, o domínio da Field
Fig. 5 – Evolução da EDDL ao longo dos protocolos de comunicação. [12] Device Tool (FDT) e o domínio dos equipamentos de campo
suportados por Device Type Managers (DTM). O FDT é um
O trabalho de padronização (norma IEC – International componente de software que faz o papel de um recipiente,
Electrotechnical Commission) reuniu as características das onde são especificadas todas as interfaces padronizadas, afim
linguagens de descrição de dispositivos Foundation Fieldbus, de garantir a interoperabilidade e conectividade entre o
HART e PROFIBUS, consolidando assim, uma única sistema configurador e o DTM. [15]
linguagem utilizada para descrição de dispositivos desses três O DTM é o centro da tecnologia, um componente de
protocolos. [10] [13] software, que é desenvolvido pelo fabricante de dispositivo e
Em seguida, as capacidades da linguagem EDDL foram que deve obedecer a todas as interfaces de comunicação com
estendidas para fornecer uma solução no padrão da indústria, FDT. Esse componente contém todo o acesso às informações
visando à visualização avançada de informações dos do equipamento de campo, as interfaces gráficas de usuário e
dispositivos de campo. Os elementos visuais foram toda funcionalidade de configuração, diagnóstico e
adicionados sem se desviar do conceito inicial. A capacidade manutenção do equipamento de campo. [15]
de armazenamento em longo prazo de informações também A figura 7 ilustra a arquitetura da tecnologia FDT/DTM. [15]
foi adicionada. A EDDL foi aprovada como padrão
internacional IEC 61804-3, em 2006. [10] [13]
As características da EDDL: [10] [11]
- Portabilidade entre os diversos sistemas.
- Consistência e uniformidade.
- Utilização de apenas um configurador para os diversos
protocolos.
- Controle de revisão.
- Teste e registro.
- Suporte e padrão internacional.
- Linguagem de desenvolvimento não amigável.
- O desenvolvedor de dispositivos necessita de um
compilador proprietário.
- O desenvolvedor de configuradores necessita de um
interpretador proprietário.
Em uma EDD desenvolvida em linguagem EEDL existem
diversas definições de variáveis. A figura 6 ilustra um
exemplo de definição de uma variável em linguagem EDDL e
a interpretação do configurador. [12]
Fig. 7 – Arquitetura da tecnologia FDT/DTM. [15]

As características básicas do DTM são: [15]


- Contém informações por visões (mesma divisão EDDL)
do dispositivo para configuração, diagnóstico, identificação,
calibração.
- Pertence ao dispositivo e é fornecido pelo fabricante de
dispositivos, igualmente a todas as tecnologias de descrição de
dispositivos.
- Possui interface gráfica com usuário com suporte a
múltiplos idiomas.
Fig. 6 – Exemplo de código EDDL e interpretação de uma variável. [12]
- A troca de informações entre os componentes de software
da arquitetura FDT/DTM é feita com descrições em XML.
2.2. FDT/DTM (Field Device Tool/Device Type Manager)
- Tecnologia independente de protocolo.
- Não suporta persistência dos dados, diferentemente da A figura 9 ilustra uma aplicação de um sistema híbrido,
EDDL. contendo protocolos distintos, com a utilização do
- O esforço de aprendizado para o desenvolvimento dos gerenciamento de ativos, sendo possível unificar o processo
DTM’s é grande. fabril. [17]
- Compilador e interpretador proprietário.

Como o DTM é baseado em um componente COM, o


compilador pode estar em qualquer ambiente de
desenvolvimento de software que suporte o desenvolvimento
da tecnologia COM. [15] Pode-se citar como exemplo desses
compiladores: Borland Delphi, Microsoft Visual Basic,
Microsoft Visual C++, Borland C++, etc. Esses compiladores
são comercializados assim como o compilador da tecnologia
EDDL, embora nesse caso haja liberdade de escolha. Assim, o
processo de desenvolvimento do DTM gera o mesmo
problema da tecnologia EDD: a aquisição de um compilador
proprietário. [15]
Considerando a tendência da era dos sistemas abertos,
pode-se concluir que a maior desvantagem dentre as citadas é
a obrigação do uso no sistema operacional Windows, já que a
tecnologia COM não é suportada por outras plataformas. [15]
Fig. 9 – FDT/DTM unificando o acesso aos equipamentos. [17]
2.2.2. Implementação de um DTM (Device Type Managers)

A tecnologia FDT é um padrão de protocolo que define


interfaces e componentes, permitindo a integração de drivers 2.3. PDM (Process Device Manager)
de diferentes equipamentos em um sistema de engenharia
unificado, não importando o fabricante ou protocolo de O conceito de plataforma de automação integrada “Totally
comunicação. Além da interoperabilidade, essa tecnologia Integrated Automation” torna realidade a interação dos
permite que as interfaces com o usuário sejam ricas em componentes e funções no processo industrial. A tecnologia PDM
elementos gráficos e implementem funções complexas não provê suporte para o comissionamento, manutenção e
previstas pela tecnologia de DD’s. [17] diagnóstico dos dispositivos de campo inteligentes de
É comum a coexistência de vários equipamentos de campo, qualquer fabricante, desde que atenda o padrão internacional
de diferentes fabricantes, operando com diferentes protocolos. dominante EDD (Electronic Device Description), utilizado
A figura 8 ilustra uma aplicação de um sistema híbrido, para estabelecer de forma universal a configuração e
contendo protocolos distintos, sem a utilização do funcionalidades dos dispositivos. [18]
gerenciamento de ativos. [17]
As seguintes funções do PDM, apresentadas abaixo,
permitem manter sob controle os dispositivos inteligentes
utilizados na automação de processos. [19]

 Ajuste e modificação de parâmetros;


 Verificação de plausibilidade e comparação de
parâmetros;
 Arquivamento de conjuntos de parâmetros em uma
base de dados consistente;
 D o c u me n ta ç ã o ;
 Simulação (loop-test);
 Suporte a calibração;
 Diagnósticos on-line;
 Visualização semelhante de todos os dispositivos de
campo;
 Fornece as funções básicas (por exemplo, exportação,
dados de comparação de impressão) para todos os
dispositivos de campo;
 Várias possibilidades de comunicação (por exemplo,
Fig. 8 – Cenário híbrido encontrado nas plantas modernas sem FDT. [17] Profibus DP / PA, HART, Modbus);
 Não é necessário nenhum conhecimento de
configuração para parametrização e diagnósticos de
dispositivos de campo através do LifeList; III. ESTUDO DE CASO: APLICAÇÃO DE
 Apoio de campo abrangentes com dispositivos de GERENCIMENTO DE ATIVOS NA REDE FOUNDATION
funções específicas que podem formar as FIELDBUS
características gerais dos fabricantes de dispositivos
de campo; Neste estudo de caso, serão demonstrados alguns
 Todos os parâmetros do dispositivo de campo podem parâmetros que podem ser gerenciados pelas técnicas
ser alterados sem problemas em linha, sem ter de apresentadas anteriormente. Para se efetuar a simulação e
parar o mestre PROFIBUS; verificação de cada parâmetro do dispositivo, foi escolhida a
A comunicação com os dispositivos de processo ocorre via rede Foundation Fieldbus devido à disponibilidade de
protocolo HART, PROFIBUS DP e PA, entre outros. [19] equipamentos do laboratório de desenvolvimento utilizado.
Para a realização da simulação, foi estruturada uma rede
2.3.1 INTEGRAÇÃO DE DISPOSITIVOS Foundation Fieldbus, composta por um notebook, uma Bridge,
um Módulo de I/O de rede montado em caixa a prova de
O PDM suporta dispositvos de campo com protocolo explosão, um atuador pneumático dupla ação e uma válvula
PROFIBUS-PA, de acordo com a organização PROFIBUS tipo Borboleta, conforme ilustra a figura 11.
(PNO), bem como dispositivos descritos pelo EDD
(Electronic Device Descripition) ou dispositivos HART. [18]

O PDM pode suportar diversos protocolos e componentes


para comunicação de dispositivos conectados em rede. Segue
abaixo alguns exemplos: [18]

 Dispositivos com interface PROFIBUS-DP.


Exemplo: Motor de arranque ou remota I/O;
 Dispositvos com interface PROFIBUS-PA.
Exemplo: transdutor de medição de pressão;
 Dispositivos com interface HART. Exemplo:
transdutor de medição de temperatura;
 Dispositivos com interfaces proprietárias. Estes
dispositivos de campo se comunicam com a
tecnologia PDM através de protocolos especiais. Fig. 11 – Equipamentos para rede Foundation Fieldbus.
Exemplo: Dispositivos de campo da série, tais como
o controlador compacto. Conforme ilustrado na figura 12, o primeiro passo a ser
realizado é a alocação do dispositivo na rede Foundation
Segue algumas formas de integrar os dispositivos de campo Fieldbus. É possível verificar que os elementos estão alocados
com a tecnologia PDM: [19] através da lista ativa de dispositivos em rede (Live List).

 Através de um EDD do elemento de campo


fornecido pelo fabricante;
 Via PROFIBUS-PA;
 Através do padrão HCF da HART comunication
Foundation.

A figura 10 ilustra as opções de configuração utilizando a


tecnologia PDM. [19]

Fig. 12 – Lista de dispositivos na rede.

A próxima etapa é a de inserção dos blocos funcionais do


dispositivo. Este processo depende das características
funcionais de cada dispositivo utilizado. Para a simulação do
gerenciamento de ativos proposta, serão inseridos os blocos de
acordo com as características do módulo de rede Foundation
Fieldbus, que possui 2 entradas a sensor tipo Hall (h1 e h2), 2
Fig. 10 – Opções de configuração com SIMATIC/PDM. [19] entradas auxiliares do tipo contato seco (aux1 e aux2) e 2
saídas a transistor para solenóide (sol e sl2), conforme MAX_INTERNAL_TEMPERATURE = 55 e
ilustrado pela figura 13. MIN_INTERNAL_TEMPERATURE = -10
A temperatura apresentada na leitura do parâmetro
representa a soma da temperatura ambiente com a temperatura
interna do dispositivo. Observa-se na figura 15 que o
parâmetro INTERNAL_TEMPERATURE indica a temperatura
de 28º, permanecendo dentro da faixa de trabalho.

Fig. 13 – Configuração dos blocos funcionais.


Fig. 15 – Monitoração de temperatura interna.
Com os blocos de configuração adicionados, é possível
realizar operações de configuração diretamente nos Nesta etapa, verifica-se o estado das entradas hall do
dispositivos de campo, de modo online. Esse tipo de dispositivo acionadas simultaneamente. As entradas foram
configuração é realizado através de alterações nos valores dos acionadas com a aproximação de um imã. Pode-se verificar
parâmetros dos blocos funcionais. A figura 14 ilustra a tela do que a entrada do SENSOR_OPENED está com parâmetro
configurador de alteração de valores dos parâmetros no modo VALUE indicando SENSOR_OPENED, ou seja, o sensor está
online. Nessa tela, a coluna “Value” ilustra os valores lidos acionado. O mesmo acontece para entrada SENSOR_CLOSED
das variáveis do dispositivo, e a coluna “Quality”, usada para que está relacionado com parâmetro VALUE, indicando
garantir a confiabilidade da monitoração, indica a qualidade SENSOR CLOSED, ou seja, sensor acionado.
do valor no momento em que é monitorado. Em caso de falhas nas entradas do tipo hall, existe um
parâmetro específico para a detecção do problema, o
ALARMS_STATUS. Com o intuito de se reproduzir a falha,
nesta simulação as entradas do tipo hall foram acionadas de
maneira simultânea, fazendo com o que o parâmetro
ALARMS_STATUS fosse alterado, emitindo a mensagem de
“Sensor with Problem Check it; Open/Close Fail”, conforme
figura 16.

Fig. 14 – Tela do configurador de redes usada para configuração de


dispositivos de campo no modo online.

O primeiro parâmetro a ser monitorado é a temperatura


interna do dispositivo. Para isso é necessário habilitar o Fig. 16 – Bloco de entradas Hall.
parâmetro INTERNAL_TEMPERATURE. Há outros
parâmetros já definidos como padrão no módulo de rede para Conforme a figura 17, o valor do parâmetro VALUE
a aferição correta da temperatura interna, são eles: (SP_D) foi alterado para Discrete state 1, que é responsável
pelo acionamento de uma das saídas do dispositivo. A partir
[4]
dessa alteração no parâmetro pôde-se verificar que a válvula LUGLI, A. B. e SANTOS, M. M. D. Sistemas de Fieldbus para
tipo Borboleta teve seu eixo deslocado em 90°. Automação Industrial: DeviceNet, CANOpen, SDS e Ethernet. Editora
Érica, São Paulo, 2009, 156p.
[5]
LUGLI, A. B. e SANTOS, M. M. D. Redes industriais para Automação
Industrial: AS-I, PROFIBUS e PROFINET. Editora Érica, São Paulo,
2010, 174p.
[6]
BORST, W. Kommunikation auf der instrumentierungsebene. Book,
Munchem editor, vol. 40, n..18, 1991, 72-80p.
[7]
KASTNER, W. e KASTNER-MASILKO, F. EDDL inside FDT/DTM.
Proceedings of the IEEE International Workshop On Factory Communication
Systems, Austria, 2004, 365–368p.
[8]
Site da Internet: OPC Foundation.
Disponível em: www.opcfoundation.org
Acessado em Fevereiro de 2012.
Fig. 17 – Bloco de saída a transistor.
[9]
Site da Internet: Smar Equipamentos Industriais.
Disponível em: www.smar.com
IV. CONCLUSÃO Acessado em Janeiro de 2012.
[10]
PANTONI, R. P. Desenvolvimento e implementação de uma descrição
A gestão de ativos não é uma novidade no segmento de dispositivos aberta e não-proprietária para equipamentos
industrial, porém, atualmente, é possível abstrair muita FOUNDATION fieldbus baseada em XML. Dissertação de Mestrado, 164f
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos,
informação dos dispositivos em tempo real. A tendência 2006.
natural tecnológica é o aperfeiçoamento e a coexistência de
[11]
vários protocolos para prover o gerenciamento de ativos em ZIELINSKY, M. Digital fieldbus installations use EDDL for simplicity
sistemas de automação e controle industrial. As plantas with advanced, full functionality. Computing & Control Engineering
Journal. England, vol. 15, n. 6, 2005, 24-31p.
industriais estão cada vez mais inteligentes, não só do ponto
de vista tecnológico, mas também utilizando este recurso para [12]
Site da Internet: EDDL Organization.
que seja possível produzir mais e melhor, com menor custo, Disponível em: www.eddl.org/about/basics/Pages/History.aspx
menor impacto ambiental e de forma sustentável. Acessado em: Março de 2012.
O trabalho apresenta três protocolos que podem ser [13]
SASAJIMA, H. Intelligent field devices and fieldbus solutions in PA
aplicados para prover o gerenciamento de ativos. Cada industries. IEEE Proceedings SICE ANNUAL CONFERENCE, EUA. vol. 2,
protocolo apresenta a sua vantagem e sua desvantagem frente 2004, 1473-1478p.
a aplicação, sendo que cabe uma análise elaborada para a [14]
escolha do protocolo que atenderá da melhor forma a Site da Internet: Associação Profibus.
Disponível em: www.profibus.org.br/news/marco2011/news.php?dentro=7
necessidade do projeto. Acessado em Março de 2012.
Foi realizada, também, uma aplicação real para verificação
[15]
de alguns parâmetros de um dispositivo de campo. DONAIRES, O.S. (2004). FF DD x FDT/DTM: origens, características e
Considerando os resultados obtidos no estudo prático e as tendências. Controle & Instrumentação, São Paulo, ano 10, n.99, p.40-46,
dez.
características do dispositivo, concluiu-se que a quantidade de
parâmetros monitorados em campo poderá contribuir de [16]
Site da Internet: FDT GROUP
maneira significativa para que os objetivos da planta instalada Disponível em: www.fdt-jig.org
sejam alcançados de maneira eficaz e sustentável no ambiente Acessado em Março de 2012.
industrial. [17]
Site da Internet: Smar Equipamentos Industriais.
Disponível em: http://www.profibus.org.br/news
Acessado em Abril de 2012.
REFERÊNCIAS [18]
Site da Internet: Siemens
[1] Disponível em: https://www.automation.siemens.com/mcms/process-control-
SAUTER, T. The Three Generations of Field-Level Networks –
systems/en/distributed-control-system-simatic-pcs-7/simatic-pcs-7-system-
Evolution and Compability Issues. IEEE Transactions on Industrial components/engineering-system/pages/process-device-manager-pdm.aspx
Electronics, Vol. 57, Issue 11, 2010, 3585-3595p. Acessado em Junho de 2012.
[2]
FELSER, M. and SAUTER, T. The Fieldbus War: History or Short [19]
SIMATIC PDM – The Process Device Manager - The ideal tool for
Break between Battles? 4th IEEE International Workshop on Factory engineering, parameterization, commissioning, diagnostics and service.
Communication System, Sweden, 2002, 73-80p. Technical brochure · April 2008
[3]
Disponível em: www.siemens.com/simatic-pdm
FELSER, M. and SAUTER T. Standardization of Industrial Ethernet – Acessado em Junho de 2012.
the Next Battlefield? 6th IEEE International Workshop on Factory
Communication Systems, Sweden, 2004, 413-421p.
CURRÍCULO RESUMIDO DOS AUTORES

ALEXANDRE BARATELLA LUGLI


• Mestrado em Controle e Automação Industrial,
UNIFEI, 2007.
• Graduação em Engenharia Elétrica, Inatel – Instituto
Nacional de Telecomunicações, Santa Rita do Sapucaí -
MG. 2004.
• Professor e coordenador dos cursos de Controle e
Automação Industrial do Inatel.

DIEGO APARECIDO LEMES


• Pós Graduando em Engenharia de Sistemas Eletrônicos,
Automação e Controle Industrial pelo Inatel / Santa Rita
do Sapucaí-MG – 2010 à 2012;
• Tecnólogo em desenvolvimento de produtos da empresa
Sense Eletrônica – 2007 `a 2012;
• Professor titular do CEP – Centro de Educação
Profissional Tancredo Neves – área de Automação
Industrial e eletrônica – 2009 à 2012.

Potrebbero piacerti anche