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AULA 6

GÊNEROS DISCURSIVOS
NO ENSINO DE LÍNGUA

Profa Daíne Cavalcanti da Silva


CONVERSA INICIAL – ATIVIDADES PRÁTICAS PARA O ENSINO DE LÍNGUA

Chegamos à última aula desta disciplina, na qual estudamos sobre o que


são os gêneros discursivos, de acordo com a visão bakhtiniana e vimos como os
gêneros do discurso são apresentados nos materiais didáticos e de que forma as
quatro habilidades linguísticas do idioma podem ser desenvolvidas em sala de
aula. Também estudamos sobre os gêneros discursivos digitais, que estão
intrinsecamente ligados à realidade da sociedade digital.
Ainda que tenham sido buscadas formas práticas de se trabalhar durante
toda a disciplina, nesta aula, trabalharemos apenas a prática de alguns gêneros
discursivos. Cada tema será uma prática que pode ser realizada em sala de aula.
Espero que você aproveite as sugestões que serão apresentadas e as leve para
o dia a dia profissional.

CONTEXTUALIZANDO

Como temos discutido desde o início da disciplina e como também trazem


os documentos oficiais e autores na área de educação, o ensino sempre deve
partir da realidade do aluno.
Assim, todas as atividades aqui apresentadas precisam ser avaliadas com
base em sua realidade social e na de seus alunos. Possivelmente, algumas
atividades terão de ser adaptadas para que você as utilize em sua escola, outras
poderão ser reproduzidas da forma como foram apresentadas e outras poderão
ser enriquecidas, enfim, o ponto de partida será sempre o seu aluno.
Nas atividades que serão aqui apresentadas, você trabalhará com
diferentes gêneros e habilidades. Espero que aproveite e faça bom uso do
material.

TEMA 1 – PRODUÇÃO DE TEXTO

O trabalho com produção de textos também deve considerar a diversidade


de gêneros textuais e a realidade do aluno. O planejamento das aulas, além de
prever a produção dos mais variados gêneros, deve considerar o contexto de
produção, o interlocutor, o tema etc. Enfim, a concepção de gênero discursivo
apontada por Mikhail Bakhtin deve ser a base para esse processo.

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Neste tema, serão trabalhadas duas propostas de atividades de produção
de texto: produção de texto com gêneros da esfera jornalística e produção de texto
do gênero fanfic.

1.1 Produção de jornal


Ainda que possa parecer muito comum a produção de um jornal, essa
atividade proporciona ao aluno o conhecimento sobre diferentes gêneros com
conteúdos temáticos diversos e interlocutores variados.
Você, professor, poderá fazer essa atividade em várias turmas para que,
como resultado, tenha-se um jornal da escola com a participação de diferentes
alunos.
Será necessário que você conheça o perfil dos seus alunos para, então,
iniciar o planejamento. Se possível, tome algumas decisões com auxílio dos seus
alunos.
Vejamos uma possibilidade de trabalho de produção de textos da esfera
jornalística.
• Reserve uma aula para que os alunos trabalhem com jornais, como
atividade de reconhecimento. Eles devem entender a estrutura de um
jornal: manchetes, divisão em cadernos, diferentes gêneros (fotografia,
notícia, reportagem, anúncio, charge, nota, coluna etc.), periodicidade,
linguagem utilizada, público leitor. É interessante que sejam vistos
diferentes jornais: on-line e impresso, de grande circulação, de empresas,
de bairros etc.
• Após isso, é o momento de elencar como será o jornal a ser produzido.
Convide um representante de cada turma para participar da definição. Essa
produção pode se tornar um projeto na escola, com edições contínuas,
porém, é importante que, após essas definições, seja elaborado um jornal
piloto para, então, definir as próximas edições. As perguntas a seguir
podem nortear as definições:
a. Quais serão os cadernos/seções de cada jornal?
b. Qual será o público leitor?
c. Qual será o “tamanho” do jornal, de cada matéria?
d. Será um jornal impresso ou on-line?
e. Qual será a periodicidade do jornal?
f. Qual será o nome do jornal?

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• Após essas definições, cada turma ficará responsável por uma seção ou
caderno do jornal.
• Em sua aula, trabalhe os diferentes gêneros textuais presentes no jornal.
Enfatize os gêneros necessários para a produção do caderno de cada
turma. Após o jornal pronto, trabalhe com os demais gêneros em cada
turma.
• A turma deve fazer uma reunião de pauta para definir quais serão os textos
e quem serão os responsáveis pela produção de cada um.
• É interessante que os alunos escrevam suas produções com base no
contexto em que estão inseridos. Por exemplo: as notícias podem ser
relacionadas com os acontecimentos ocorridos na escola ou na
comunidade escolar. A seção de variedades pode falar sobre filmes, séries
e livros que têm relação com os gostos dos alunos e do público leitor.
• É importante lembrar aos alunos que as imagens de um jornal também são
gêneros discursivos e que precisam ser pensadas e adequadas às
propostas.
• Reserve uma aula para falar sobre a linguagem usada nos gêneros da
esfera jornalística.
• Organize o trabalho de produção. É interessante que os alunos produzam
as matérias em duplas ou trios e troquem os textos entre grupos para que
seja feita a revisão.
• Após todos os textos estarem prontos, você também deve revisá-los, ou
fazer isso de forma coletiva, com reescrita.
• Feitas todas as revisões e com os textos finalizados, será necessária a
diagramação do jornal. É possível que os alunos consigam fazer. Caso não
saibam, sugira a pesquisa de softwares que auxiliem na finalização do
material.
• A divulgação do jornal é muito importante. Seja on-line ou impresso, o
trabalho deve ser levado ao público. Para isso, pode ser organizado um
evento na escola ou pode ser aproveitada outra data em que já tenha
alguma atividade escolar.

Veja, a seguir, dois exemplos de jornais escolares:

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Figura 1 – Exemplo 1 de jornal produzido em escola

Fonte: Projeto..., 2011.

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Figura 2 – Exemplo 2 de jornal produzido em escola

Fonte: Schenini, 2018.

Note, que nos exemplos anteriores, vemos dois jornais pequenos, mas que
trazem diferentes gêneros. A organização do jornal da sua escola dependerá do
perfil dos seus alunos, do desenvolvimento deles na habilidade de escrita e do
engajamento na atividade. Vale ressaltar que toda atividade pode e deve ser
adaptada à realidade da comunidade escolar, sua e de seus alunos.

1.2 Produção de fanfic

Você sabe o que é uma fanfic? De acordo com Neves (S.d., p. 5), fanfic

é a abreviação do termo em inglês fan fiction, ou seja, “ficção criada por


fãs”, no ciberespaço (blogs e comunidades virtuais), de forma individual
ou coletiva. Trata-se de contos ou romances (re)escritos por terceiros,
que não fazem parte do enredo oficial do livro, filme ou história em
quadrinhos a que fazem referência. Uma das características que une
essas expressões culturais e outras relacionadas à cultura participatória
é o desejo de se expandir universos ficcionais sem o intuito de lucro.

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Em resumo, fanfic é a produção de um texto baseado em outro texto
(independentemente do gênero), são histórias contadas com diferentes cenas e
acontecimentos que não existem nos textos originais.
E como trabalhar produção de textos do gênero fanfic? Como temos visto
desde o início desta disciplina, a realidade do aluno é um fator condicionante no
processo de ensino-aprendizagem. Logo, a possibilidade de escrever histórias
sobre personagens que são conhecidos e admirados é um excelente ponto de
partida. Vejamos como é possível iniciar o trabalho:

• Inicialmente, você deve ler sobre o assunto. Ao fazer uma pesquisa na


internet sobre fanfics, verá que existem vários sites de produção de fanfics.
Faça cadastro em alguns, navegue por eles, veja as funcionalidades e,
claro, leia algumas fanfics.
• Vá para a sala de aula e pergunte sobre o tema para ver se os alunos o
conhecem: já leram ou escreveram fanfic?
• Leve-os ao laboratório de informática ou peça que eles acessem pelo
celular ou em casa e pesquisem sobre o tema (a escolha da forma de
acesso depende da realidade em que vocês estão inseridos).
• Após ambientação dos alunos, peça que eles definam o que é fanfic.
• Escolha um dos sites que você visitou, na sua pesquisa inicial, e
recomende que todos se cadastrem nesse site para que iniciem a
produção.
• Peça aos alunos que se reúnam em grupos e que discutam sobre séries
que conhecem ou histórias que todos os integrantes do grupo tenham lido.
• A produção de fanfic tem como tipo textual a narrativa, assim, é importante
trabalhar com os alunos as características de uma narrativa: enredo,
personagens, fala (troca de turno), cenário, tempo etc.
• Os alunos podem produzir fanfics que tenham vários capítulos, mais de
uma temporada, enfim, são várias as opções, e os alunos podem continuar
a produção mesmo fora da escola, sem os limites da disciplina. Porém, é
importante que você, professor, estabeleça alguns critérios, por exemplo:
a. Cada fanfic deve ter pelo menos dois capítulos.
b. As narrativas devem trazer os personagens principais do texto de origem
e estar relacionadas ao enredo principal.
c. A fanfic deve trazer novos elementos e acontecimentos ao texto original.

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• Após as produções finalizadas, reserve um período para que todos os
alunos leiam as fanfics produzidas pelos colegas. Incentive-os a comentar
e dar sugestões.
• Você também deve participar desse processo. Nesse primeiro momento,
faça o papel de leitor: considerando o enredo, imagine-se como um leitor
do site que hospeda os textos. Em um segundo momento, utilize as fanfics
para retomar os pontos do gênero discursivo e também da tipologia textual
(sempre levando em conta o contexto de produção). Você pode fazer as
considerações gramaticais sobre os textos produzidos pelos alunos.
• Outra possibilidade de trabalho é a escrita colaborativa, disponível em
muitos sites.

A fanfic, por se tratar de um gênero discursivo digital, pode ser escrita por
diferentes pessoas e permite interação. Alguns sites hospedeiros têm usuários
que auxiliam os produtores na questão da língua portuguesa, dão sugestões para
o enredo, produzem imagens para a capa, enfim, nesse ambiente colaborativo e
de muita produção, o aluno exercita a criatividade e aprimora a escrita.
Possivelmente, o gênero fanfic seja uma novidade para você e, talvez, para
muitos alunos, porém, a diversidade de gêneros é uma das premissas no ensino
de língua, pois é por meio deles que nos comunicamos. Assim, conheça esse
novo gênero e trabalhe com ele. Será muito bom e trará bons resultados se você
também produzir a sua fanfic para que os alunos leiam.

TEMA 2 – PRODUÇÃO DE JOGOS

As atividades lúdicas no processo de ensino-aprendizagem não são uma


temática nova na educação, porém, mesmo que estejam em debate há muito
tempo, convém trazê-las para nossa discussão. Quando falamos em jogos na
escola, a possibilidade é ampla e, quando falamos em jogos nesta disciplina,
pensamos nos gêneros discursivos envolvidos.
Certamente, os jogos desenvolvem as habilidades linguísticas, promovem
interação e fazem parte da realidade dos nossos alunos. A atividade aqui proposta
é o desenvolvimento de um jogo de tabuleiro, com trilha/circuito. Nessa atividade,
os alunos elaborarão seus próprios jogos, com a temática proposta por você.
A seguir, veja como desenvolver a atividade:
• Essa atividade deve ser realizada em grupos de no mínimo quatro alunos.
Antes de desenvolvê-la, faça uma pesquisa sobre jogos de tabuleiro, caso

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não os conheça. É importante que os alunos também conheçam tais jogos
para que consigam realizar a atividade. Talvez, seja preciso você reservar
uma aula para que eles joguem alguns desses jogos.
• Materiais necessários: circuito impresso, lápis de cor, papel-cartão,
canetinhas, peões.
• Entregue a cada grupo uma base de circuito, você pode criar uma base ou
usar uma disponível na internet.

Figura 3 – Exemplo 1 de base de circuito

Figura 4 – Exemplo 2 de base de circuito

• Cada grupo deverá, de acordo com a base escolhida, criar um jogo. Você
pode escolher a temática: um exemplo seria trabalhar com atividades de
gramática, em que cada grupo poderia ter uma classe gramatical para
desenvolver o jogo, em língua materna ou estrangeira.

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• O tabuleiro será o mesmo para todos os alunos, mas eles poderão colorir
e criar obstáculos e regras específicas.
• Essa atividade tem vários objetivos: a criação do jogo, a pesquisa sobre a
temática do jogo (para criação e também para jogar) e a escrita do gênero
discursivo: regras do jogo.
• Leve em conta esses fatores para orientar quanto às regras do jogo:
a. Para escrever as regras, é importante que os alunos conheçam esse
gênero discursivo. Na aula inicial que foi destinada para conhecer jogos,
os alunos devem ter visto as regras do jogo, mas é importante que vocês
elenquem novamente as principais informações: número de
participantes, quem inicia a partida, como jogar (distribuição de cartas, o
que ocorre em ações diferentes etc.), quem ganha, entre outras.
b. A linguagem também precisa ser pensada. Normalmente, as regras do
jogo têm uma linguagem dialógica. Às vezes, verbos no imperativo
também são comuns.
c. Dependendo do jogo, são necessárias ilustrações para que o comando
dado seja entendido.
d. Oriente os alunos a criarem o jogo e as regras e a trocarem de jogo com
outro grupo. O grupo que recebeu o novo jogo deve se guiar pelas regras
e anotar as dúvidas e o que não funcionou no jogo. Após terminar a
partida, os jogos, as regras e as anotações voltam para os criadores para
que sejam feitas as adaptações necessárias.

Essa atividade de criação de jogos proporciona aos alunos a possibilidade


de adaptarem os conteúdos à sua realidade e de desenvolverem a escrita de
gêneros mais técnicos, como é o gênero regras do jogo. Os alunos deverão
perceber a necessidade de adaptação da linguagem, pois trabalharão com escrita,
revisão e reescrita. Outro ponto a se destacar é a diferença na forma de interação
que ocorre entre a fala e a escrita, pois, ao ler as regras de um jogo, não se pode
interrogar a pessoa que a escreveu quando alguma informação não é clara.
As bases criadas para o jogo podem ser usadas com diferentes temáticas,
sendo criadas apenas novas regras e novas cartas. Esta pode ser uma exigência
para a criação: que o jogo possa ser adaptado para diferentes temáticas. Oriente
os alunos a criarem jogos mais rápidos, que possam ser jogados durante uma
aula de 50 minutos.

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TEMA 3 – SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Como temos comentado desde o início da disciplina, a inserção dos


gêneros do discurso no ensino de línguas se tornou muito comum, embora muitos
adotem uma visão estruturalista.
Dentro dessa inserção dos gêneros discursivos, muitos professores e
pesquisadores têm adotado o uso de sequências didáticas para trabalharem os
gêneros discursivos, por isso, veremos um exemplo de trabalho com sequência
didática para o gênero charge.
Antes da sequência didática, vejamos seu conceito: “Sequência didática é
um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em
torno de um gênero textual oral ou escrito” (Dolz; Noverraz; Schneuwly, 2004, p.
97).
Esses autores definiram a sequência didática com a seguinte organização:

Figura 5 – Ordem de trabalho em uma sequência didática

Apresentação PRODUÇÃO Módulo Módulo Módulo PRODUÇÃO


da situação INICIAL 1 2 n FINAL

Fonte: Dolz, Noverraz e Schneuwly, 2004, p. 98.

Apresentação da situação: é o momento em que se constrói a


representação da situação de comunicação e da atividade a ser executada. Nesse
momento, apresenta-se um problema de comunicação para que os alunos
cheguem ao exemplo do gênero que será trabalhado. Essa fase está dividida em:
“a) apresentação de um problema de comunicação bem definido; b) preparação
dos conteúdos e seleção dos gêneros adequados ou de interesse dos alunos na
condução de leitura e produção escrita” (Dolz; Noverraz; Schneuwly, 2004, p.
100).
Produção inicial: nessa fase, são fornecidas aos alunos “todas as
informações necessárias para que conheçam o projeto comunicativo visado e a
aprendizagem de linguagem a que está relacionado” (Dolz; Noverraz; Schneuwly,
2004, p. 100).

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Módulos: aqui “trata-se de trabalhar os problemas que apareceram na
primeira produção e de dar os instrumentos necessários para superá-los” (Dolz;
Noverraz; Schneuwly, 2004, p. 100).
Essa é apenas uma noção geral sobre sequências didáticas. Em uma
pesquisa na internet, você poderá acessar várias sequências didáticas e ler mais
sobre esses autores.
A seguir, veja um passo a passo de como trabalhar uma sequência didática
para o gênero charge:
• Apresente a situação de interlocução. Faça questionamentos aos alunos
para que reflitam sobre o caráter crítico do gênero a partir das seguintes
perguntas:
a. Vocês já assistiram a diferentes noticiários sobre um mesmo assunto?
b. Perceberam que, ao ser vinculada na mídia, uma notícia é exposta de
uma forma que reflete a visão de quem a notícia ou do meio que a
vincula?
c. Já viram as charges presentes nos meios de comunicação?
d. As charges têm por intuito criticar ou satirizar uma situação por meio de
imagens. Em sua maioria, estão sempre ligadas a uma das matérias
vinculadas pela imprensa no dia da publicação.
• Faça pesquisa e atividades de leitura para reconhecimento do gênero. Para
a pesquisa, os alunos devem trazer jornais e revistas e, em sala de aula,
buscar charges, identificando o tema debatido pelo texto. Como atividades
de leitura, sugerimos para análise duas charges que têm por tema a
escolha do Brasil como sede para as olimpíadas de 2016. Os dois textos
foram publicados no jornal Folha de Londrina, no caderno Opinião, dias
após o resultado da escolha do país-sede para as olimpíadas de 2016,
divulgação que aconteceu no dia 2 de outubro de 2009. O texto 1 foi
publicado no dia 3 de outubro de 2009 e o texto 2, no dia 4 de outubro de
2009.

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Figura 6 – Texto 1

Fonte: Jacobsen, 2009, p. 2.

Figura 7 – Texto 2

Fonte: Jacobsen, 2009, p. 2.

• Para que os alunos possam entender o contexto de produção e a função


social dos textos 1 e 2 (charges), questione-os:
a. Por quem foram produzidos?
b. Quando e onde foram publicados?
c. Para quem o texto foi feito?
• Depois, como conteúdo temático, peça que os alunos respondam às
seguintes questões, com base nos textos 1 e 2 (charges):
a. Observando as charges, você consegue identificar qual o tema
abordado? Por meio de quais recursos presentes no texto foi possível
essa identificação?
b. Quais são as pessoas ou locais retratados?

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c. No texto 1, a cena demonstra um atropelamento, que não aconteceu de
modo real. O que o texto retrata com tal cena?
d. No texto 2, consta o nome da cidade. Se essa informação fosse omitida,
você conseguiria identificar o local? Justifique.
e. No texto 2, o autor fala em “tiro ao alvo”. Qual a crítica presente ao
descrever a ação como um esporte?
f. Ao ler o texto 2 e entender a mensagem transmitida, você concorda com
a escolha do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas em 2016?
Justifique.
g. Sabendo que o Rio de Janeiro é uma das cidades mais violentas do país,
quais as possíveis consequências, em sua opinião, de ter um evento tão
grande nessa cidade?
• Trabalhe mais algumas reflexões com os alunos, a fim de fazer uma análise
linguística. Use como base o texto 1:
a. O personagem pergunta se alguém anotou a placa. Que tipo de
pronome é este? Por que o personagem o escolheu?
b. O texto não explicita a palavra “olimpíada”. Por meio de qual recurso é
possível reconhecer o tema tratado?.
c. Ao ler os outros textos do jornal, da mesma edição em que a charge foi
publicada, é possível compreender o fato de que o motorista não era
esperado. Que fator não verbal demonstra isso na charge?
d. O personagem que foi atropelado pede uma permissão para falar. Que
elemento nos permite fazer tal inferência?
e. Assim como em tiras e em histórias em quadrinhos, é comum o
aparecimento de estrelinhas como as que aparecem na charge. Qual o
significado delas, dentro de textos não verbais?
f. Quais outros recursos são frequentemente utilizados em textos que são
imagens? Cite alguns e explique a função deles dentro do texto.
• Para finalizar a sequência didática, é hora da produção de texto. Veja como
fazer:
a. Nos jornais, revistas e outros suportes trazidos pelos alunos, eles
selecionarão charges e as separarão por tema, montando um mural.
b. Haverá um grupo para cada tema selecionado e os alunos do grupo
deverão explicar aos demais qual o contexto da charge. Se houver mais
de um ponto de vista dentro da mesma temática, esses deverão ser
expostos aos demais alunos.
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c. Ao término das apresentações, os alunos deverão saber reconhecer o
gênero charge como um texto que apresenta uma crítica social ou
política e serem capazes de fazer a leitura do texto com base em todos
os elementos presentes.
d. Por fim, os alunos farão o caminho inverso: com base em uma charge
escolhida por eles, produzirão um texto argumentativo com o mesmo
ponto de vista e assunto abordados na charge.
Note que essa sequência didática trabalha o gênero discurso em seu
contexto de produção e também a gramática em seu contexto de uso. Há muitas
sequências didáticas prontas na internet e você pode utilizá-las adaptando-as
para a sua realidade e a de seus alunos, mas é importante que você leia sobre o
assunto e elabore suas próprias sequências, de acordo com o seu planejamento.

TEMA 4 – TEXTO NÃO VERBAL

Dentre os gêneros do discurso, há vários tipos de texto e, muitos deles, não


são facilmente compreendidos pelos alunos, como os não verbais, bastante
presentes em gêneros como as histórias em quadrinhos (HQs).

Figura 8 – Texto não verbal em quadrinho

Fonte: Shutterstock.

A compreensão dos textos não verbais é essencial para a interpretação de


alguns gêneros. Vejamos uma atividade que pode ser feita com os alunos para
iniciar a compreensão do texto não verbal.
• Comece perguntando a eles o que é um texto.
• Possivelmente, eles dirão que texto são várias palavras escritas. Então,
mostre a eles alguns textos não verbais e peça que digam o que significa.
Use alguns dos exemplos nas figuras.

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Figura 9 – Exemplo 1

Fonte: Shutterstock.

Figura 10 – Exemplo 2

Fonte: Shutterstock.

Figura 11 – Exemplo 3

Fonte: Shutterstock.

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• A intenção dessa atividade é que os alunos percebam que um texto não é
formado apenas por palavras, mas que texto é o que tem um sentido,
independentemente de haver palavras, apenas imagens ou ambos:
palavras e imagens.
• Com base nessa compreensão, traga histórias em quadrinhos para que os
alunos leiam, identifiquem e compreendam os textos não verbais e sua
função dentro do gênero discursivo.
• Nesse contexto, é possível trabalhar a linguagem usada no gênero, por
exemplo, as onomatopeias.

Figura 12 – Exemplo de onomatopeia em texto não verbal

Fonte: Shutterstock.

• Após os alunos compreenderem o papel do texto não verbal em alguns


gêneros, é interessante que produzam uma história em quadrinhos.
Seguindo a mesma lógica da criação de jogos, pode ser entregue a mesma
base para os alunos e pedir que eles criem suas próprias histórias. Veja
nas imagens alguns exemplos de bases:

Figura 13 – Exemplo 1 de base para HQs

Fonte: Shutterstock.

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Figura 14 – Exemplo 2 de base para HQs

Fonte: Shutterstock.

Figura 15 – Exemplo 3 de base para HQs

Fonte: Shutterstock.

TEMA 5 – TEATRO

Pensando no desenvolvimento das quatro habilidades linguísticas, o


trabalho com teatro trará bons resultados, pois os alunos deverão ler, terão de
falar, precisarão ouvir e aguardar seu turno e, muitas vezes, terão de reescrever
algumas falas.
Um planejamento simples para o trabalho com teatro é a reescrita de
importantes peças, adaptando-as para uma versão mais contemporânea, como é
o caso do texto de Macbeth, de Willian Shakespeare:

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ATO I
CENA I

Lugar deserto. Trovões e relâmpagos. Entram três bruxas.

PRIMEIRA BRUXA ─ Quando estaremos à mão, com chuva, raio e trovão?


SEGUNDA BRUXA ─ Depois de calma a baralha e vencida a batalha.
TERCEIRA BRUXA ─ Hoje mesmo, então, sem falha.
PRIMEIRA BRUXA ─ Onde?
SEGUNDA BRUXA ─ Da charneca ao pé.
TERCEIRA BRUXA ─ Para encontrarmos Macbeth.
PRIMEIRA BRUXA ─ Graymalkin, não faltarei.
SEGUNDA BRUXA ─ Paddock chama.
TERCEIRA BRUXA ─ Depressa!
TODAS ─ São iguais o belo e o feio; andemos da névoa ao meio.

(saem)

Fonte: Shakespeare, 2017, p. 8.

Essa atividade tem como intenção que os alunos criem uma cena ou ato
de uma peça de teatro que seja adaptação de outra peça. É possível a produção
sem que haja uma peça como base? Sim, é possível, porém, propor a adaptação
permite que os alunos trabalhem a habilidade da escrita e a adequação da
temática ao contexto. Veja um planejamento para a atividade:

• Escolha uma peça de teatro (a atividade pode ser feita em língua materna
ou estrangeira).
• Explique para os alunos o contexto de produção da peça e compare com o
contexto atual.
• Leia a peça escolhida com os alunos. Isso pode ser feito durante todas as
aulas ou você pode solicitar que leiam em casa. Escolha a melhor opção
para a sua realidade.
• Divida os capítulos/atos entre a turma e peça que os alunos reescrevam
sua parte de forma mais contemporânea. O que deve ser observado:
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a. A temática deve ser mantida e também os personagens (podendo
haver adaptação).
b. A história precisa ter um cenário descrito.
c. Informações sobre a ação dos personagens precisam ser descritas.
d. Os diálogos precisam ser reescritos em uma linguagem mais adequada
ao contexto da história.
e. O fim da história pode ser modificado, se assim desejarem.
f. Os alunos deverão escrever e encenar a história.
• Para apresentação, organize um evento e chame outras turmas, se
possível. Os alunos podem confeccionar ingressos para a entrada.

A ideia dessa atividade é trabalhar também com gêneros literários, ter a


leitura como fruição e desenvolver a escrita criativa, a comunicação oral e corporal
e a interação entre os alunos.

FINALIZANDO

Estamos encerrando nossa aula de práticas para o ensino. É fato que as


atividades aqui apresentadas não são extraordinárias ou inéditas, mas são
diversificadas e nos permitem trabalhar com diferentes gêneros discursivos e
campos do conhecimento humano.
Todas essas atividades podem ser aplicadas e adaptadas para o seu
contexto, e o importante é que você tenha o aluno como ponto norteador. É
partindo da realidade do aluno que você irá usar ou refutar qualquer atividade que
seja proposta.
Espero que esta disciplina tenha contribuído para sua formação docente,
permitindo-lhe ver e rever suas ações a fim de oferecer um ensino de língua que
seja reflexivo e tenha o aperfeiçoamento da comunicação como objetivo.
Para finalizar, lembre-se: nos comunicamos por meio de gêneros do
discurso, e não por palavras soltas. Todos os enunciados têm discursos, vozes, e
é importante que você, professor, conheça as vozes que formam o seu discurso
e o discurso dos seus alunos, assim, terá êxito nas suas ações do processo de
ensino-aprendizagem.

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REFERÊNCIAS

DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na


escola. São Paulo: Mercado das Letras, 2004.

JACOBSEN, M. Rio 2016. Folha de Londrina, 3 out. 2009. Folha Opinião. p. 2.

PROJETO jornal escolar 1ª edição: produção dos alunos do 6º e 7º ano do ens.


fundamental. 2011. Disponível em:
<http://unirturma4.blogspot.com.br/2011/11/producao-dos-alunos-do-6-e-7-ano-
do-ens.html>. Acesso em: 14 jan. 2018.

SCHENINI, F. Professora ajuda estudantes a realizar sonho de fazer jornal.


Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/jornal.html?idEdicao=29>.
Acesso em: 14 jan. 2018.

SHAKESPEARE, William. Macbeth. Disponível em:


<http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/macbethr.pdf>. Acesso em: 21 dez.
2017.

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