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GÊNEROS DISCURSIVOS
NO ENSINO DE LÍNGUA
CONTEXTUALIZANDO
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Neste tema, serão trabalhadas duas propostas de atividades de produção
de texto: produção de texto com gêneros da esfera jornalística e produção de texto
do gênero fanfic.
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• Após essas definições, cada turma ficará responsável por uma seção ou
caderno do jornal.
• Em sua aula, trabalhe os diferentes gêneros textuais presentes no jornal.
Enfatize os gêneros necessários para a produção do caderno de cada
turma. Após o jornal pronto, trabalhe com os demais gêneros em cada
turma.
• A turma deve fazer uma reunião de pauta para definir quais serão os textos
e quem serão os responsáveis pela produção de cada um.
• É interessante que os alunos escrevam suas produções com base no
contexto em que estão inseridos. Por exemplo: as notícias podem ser
relacionadas com os acontecimentos ocorridos na escola ou na
comunidade escolar. A seção de variedades pode falar sobre filmes, séries
e livros que têm relação com os gostos dos alunos e do público leitor.
• É importante lembrar aos alunos que as imagens de um jornal também são
gêneros discursivos e que precisam ser pensadas e adequadas às
propostas.
• Reserve uma aula para falar sobre a linguagem usada nos gêneros da
esfera jornalística.
• Organize o trabalho de produção. É interessante que os alunos produzam
as matérias em duplas ou trios e troquem os textos entre grupos para que
seja feita a revisão.
• Após todos os textos estarem prontos, você também deve revisá-los, ou
fazer isso de forma coletiva, com reescrita.
• Feitas todas as revisões e com os textos finalizados, será necessária a
diagramação do jornal. É possível que os alunos consigam fazer. Caso não
saibam, sugira a pesquisa de softwares que auxiliem na finalização do
material.
• A divulgação do jornal é muito importante. Seja on-line ou impresso, o
trabalho deve ser levado ao público. Para isso, pode ser organizado um
evento na escola ou pode ser aproveitada outra data em que já tenha
alguma atividade escolar.
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Figura 1 – Exemplo 1 de jornal produzido em escola
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Figura 2 – Exemplo 2 de jornal produzido em escola
Note, que nos exemplos anteriores, vemos dois jornais pequenos, mas que
trazem diferentes gêneros. A organização do jornal da sua escola dependerá do
perfil dos seus alunos, do desenvolvimento deles na habilidade de escrita e do
engajamento na atividade. Vale ressaltar que toda atividade pode e deve ser
adaptada à realidade da comunidade escolar, sua e de seus alunos.
Você sabe o que é uma fanfic? De acordo com Neves (S.d., p. 5), fanfic
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Em resumo, fanfic é a produção de um texto baseado em outro texto
(independentemente do gênero), são histórias contadas com diferentes cenas e
acontecimentos que não existem nos textos originais.
E como trabalhar produção de textos do gênero fanfic? Como temos visto
desde o início desta disciplina, a realidade do aluno é um fator condicionante no
processo de ensino-aprendizagem. Logo, a possibilidade de escrever histórias
sobre personagens que são conhecidos e admirados é um excelente ponto de
partida. Vejamos como é possível iniciar o trabalho:
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• Após as produções finalizadas, reserve um período para que todos os
alunos leiam as fanfics produzidas pelos colegas. Incentive-os a comentar
e dar sugestões.
• Você também deve participar desse processo. Nesse primeiro momento,
faça o papel de leitor: considerando o enredo, imagine-se como um leitor
do site que hospeda os textos. Em um segundo momento, utilize as fanfics
para retomar os pontos do gênero discursivo e também da tipologia textual
(sempre levando em conta o contexto de produção). Você pode fazer as
considerações gramaticais sobre os textos produzidos pelos alunos.
• Outra possibilidade de trabalho é a escrita colaborativa, disponível em
muitos sites.
A fanfic, por se tratar de um gênero discursivo digital, pode ser escrita por
diferentes pessoas e permite interação. Alguns sites hospedeiros têm usuários
que auxiliam os produtores na questão da língua portuguesa, dão sugestões para
o enredo, produzem imagens para a capa, enfim, nesse ambiente colaborativo e
de muita produção, o aluno exercita a criatividade e aprimora a escrita.
Possivelmente, o gênero fanfic seja uma novidade para você e, talvez, para
muitos alunos, porém, a diversidade de gêneros é uma das premissas no ensino
de língua, pois é por meio deles que nos comunicamos. Assim, conheça esse
novo gênero e trabalhe com ele. Será muito bom e trará bons resultados se você
também produzir a sua fanfic para que os alunos leiam.
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não os conheça. É importante que os alunos também conheçam tais jogos
para que consigam realizar a atividade. Talvez, seja preciso você reservar
uma aula para que eles joguem alguns desses jogos.
• Materiais necessários: circuito impresso, lápis de cor, papel-cartão,
canetinhas, peões.
• Entregue a cada grupo uma base de circuito, você pode criar uma base ou
usar uma disponível na internet.
• Cada grupo deverá, de acordo com a base escolhida, criar um jogo. Você
pode escolher a temática: um exemplo seria trabalhar com atividades de
gramática, em que cada grupo poderia ter uma classe gramatical para
desenvolver o jogo, em língua materna ou estrangeira.
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• O tabuleiro será o mesmo para todos os alunos, mas eles poderão colorir
e criar obstáculos e regras específicas.
• Essa atividade tem vários objetivos: a criação do jogo, a pesquisa sobre a
temática do jogo (para criação e também para jogar) e a escrita do gênero
discursivo: regras do jogo.
• Leve em conta esses fatores para orientar quanto às regras do jogo:
a. Para escrever as regras, é importante que os alunos conheçam esse
gênero discursivo. Na aula inicial que foi destinada para conhecer jogos,
os alunos devem ter visto as regras do jogo, mas é importante que vocês
elenquem novamente as principais informações: número de
participantes, quem inicia a partida, como jogar (distribuição de cartas, o
que ocorre em ações diferentes etc.), quem ganha, entre outras.
b. A linguagem também precisa ser pensada. Normalmente, as regras do
jogo têm uma linguagem dialógica. Às vezes, verbos no imperativo
também são comuns.
c. Dependendo do jogo, são necessárias ilustrações para que o comando
dado seja entendido.
d. Oriente os alunos a criarem o jogo e as regras e a trocarem de jogo com
outro grupo. O grupo que recebeu o novo jogo deve se guiar pelas regras
e anotar as dúvidas e o que não funcionou no jogo. Após terminar a
partida, os jogos, as regras e as anotações voltam para os criadores para
que sejam feitas as adaptações necessárias.
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TEMA 3 – SEQUÊNCIA DIDÁTICA
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Módulos: aqui “trata-se de trabalhar os problemas que apareceram na
primeira produção e de dar os instrumentos necessários para superá-los” (Dolz;
Noverraz; Schneuwly, 2004, p. 100).
Essa é apenas uma noção geral sobre sequências didáticas. Em uma
pesquisa na internet, você poderá acessar várias sequências didáticas e ler mais
sobre esses autores.
A seguir, veja um passo a passo de como trabalhar uma sequência didática
para o gênero charge:
• Apresente a situação de interlocução. Faça questionamentos aos alunos
para que reflitam sobre o caráter crítico do gênero a partir das seguintes
perguntas:
a. Vocês já assistiram a diferentes noticiários sobre um mesmo assunto?
b. Perceberam que, ao ser vinculada na mídia, uma notícia é exposta de
uma forma que reflete a visão de quem a notícia ou do meio que a
vincula?
c. Já viram as charges presentes nos meios de comunicação?
d. As charges têm por intuito criticar ou satirizar uma situação por meio de
imagens. Em sua maioria, estão sempre ligadas a uma das matérias
vinculadas pela imprensa no dia da publicação.
• Faça pesquisa e atividades de leitura para reconhecimento do gênero. Para
a pesquisa, os alunos devem trazer jornais e revistas e, em sala de aula,
buscar charges, identificando o tema debatido pelo texto. Como atividades
de leitura, sugerimos para análise duas charges que têm por tema a
escolha do Brasil como sede para as olimpíadas de 2016. Os dois textos
foram publicados no jornal Folha de Londrina, no caderno Opinião, dias
após o resultado da escolha do país-sede para as olimpíadas de 2016,
divulgação que aconteceu no dia 2 de outubro de 2009. O texto 1 foi
publicado no dia 3 de outubro de 2009 e o texto 2, no dia 4 de outubro de
2009.
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Figura 6 – Texto 1
Figura 7 – Texto 2
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c. No texto 1, a cena demonstra um atropelamento, que não aconteceu de
modo real. O que o texto retrata com tal cena?
d. No texto 2, consta o nome da cidade. Se essa informação fosse omitida,
você conseguiria identificar o local? Justifique.
e. No texto 2, o autor fala em “tiro ao alvo”. Qual a crítica presente ao
descrever a ação como um esporte?
f. Ao ler o texto 2 e entender a mensagem transmitida, você concorda com
a escolha do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas em 2016?
Justifique.
g. Sabendo que o Rio de Janeiro é uma das cidades mais violentas do país,
quais as possíveis consequências, em sua opinião, de ter um evento tão
grande nessa cidade?
• Trabalhe mais algumas reflexões com os alunos, a fim de fazer uma análise
linguística. Use como base o texto 1:
a. O personagem pergunta se alguém anotou a placa. Que tipo de
pronome é este? Por que o personagem o escolheu?
b. O texto não explicita a palavra “olimpíada”. Por meio de qual recurso é
possível reconhecer o tema tratado?.
c. Ao ler os outros textos do jornal, da mesma edição em que a charge foi
publicada, é possível compreender o fato de que o motorista não era
esperado. Que fator não verbal demonstra isso na charge?
d. O personagem que foi atropelado pede uma permissão para falar. Que
elemento nos permite fazer tal inferência?
e. Assim como em tiras e em histórias em quadrinhos, é comum o
aparecimento de estrelinhas como as que aparecem na charge. Qual o
significado delas, dentro de textos não verbais?
f. Quais outros recursos são frequentemente utilizados em textos que são
imagens? Cite alguns e explique a função deles dentro do texto.
• Para finalizar a sequência didática, é hora da produção de texto. Veja como
fazer:
a. Nos jornais, revistas e outros suportes trazidos pelos alunos, eles
selecionarão charges e as separarão por tema, montando um mural.
b. Haverá um grupo para cada tema selecionado e os alunos do grupo
deverão explicar aos demais qual o contexto da charge. Se houver mais
de um ponto de vista dentro da mesma temática, esses deverão ser
expostos aos demais alunos.
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c. Ao término das apresentações, os alunos deverão saber reconhecer o
gênero charge como um texto que apresenta uma crítica social ou
política e serem capazes de fazer a leitura do texto com base em todos
os elementos presentes.
d. Por fim, os alunos farão o caminho inverso: com base em uma charge
escolhida por eles, produzirão um texto argumentativo com o mesmo
ponto de vista e assunto abordados na charge.
Note que essa sequência didática trabalha o gênero discurso em seu
contexto de produção e também a gramática em seu contexto de uso. Há muitas
sequências didáticas prontas na internet e você pode utilizá-las adaptando-as
para a sua realidade e a de seus alunos, mas é importante que você leia sobre o
assunto e elabore suas próprias sequências, de acordo com o seu planejamento.
Fonte: Shutterstock.
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Figura 9 – Exemplo 1
Fonte: Shutterstock.
Figura 10 – Exemplo 2
Fonte: Shutterstock.
Figura 11 – Exemplo 3
Fonte: Shutterstock.
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• A intenção dessa atividade é que os alunos percebam que um texto não é
formado apenas por palavras, mas que texto é o que tem um sentido,
independentemente de haver palavras, apenas imagens ou ambos:
palavras e imagens.
• Com base nessa compreensão, traga histórias em quadrinhos para que os
alunos leiam, identifiquem e compreendam os textos não verbais e sua
função dentro do gênero discursivo.
• Nesse contexto, é possível trabalhar a linguagem usada no gênero, por
exemplo, as onomatopeias.
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
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Figura 14 – Exemplo 2 de base para HQs
Fonte: Shutterstock.
Fonte: Shutterstock.
TEMA 5 – TEATRO
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ATO I
CENA I
(saem)
Essa atividade tem como intenção que os alunos criem uma cena ou ato
de uma peça de teatro que seja adaptação de outra peça. É possível a produção
sem que haja uma peça como base? Sim, é possível, porém, propor a adaptação
permite que os alunos trabalhem a habilidade da escrita e a adequação da
temática ao contexto. Veja um planejamento para a atividade:
• Escolha uma peça de teatro (a atividade pode ser feita em língua materna
ou estrangeira).
• Explique para os alunos o contexto de produção da peça e compare com o
contexto atual.
• Leia a peça escolhida com os alunos. Isso pode ser feito durante todas as
aulas ou você pode solicitar que leiam em casa. Escolha a melhor opção
para a sua realidade.
• Divida os capítulos/atos entre a turma e peça que os alunos reescrevam
sua parte de forma mais contemporânea. O que deve ser observado:
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a. A temática deve ser mantida e também os personagens (podendo
haver adaptação).
b. A história precisa ter um cenário descrito.
c. Informações sobre a ação dos personagens precisam ser descritas.
d. Os diálogos precisam ser reescritos em uma linguagem mais adequada
ao contexto da história.
e. O fim da história pode ser modificado, se assim desejarem.
f. Os alunos deverão escrever e encenar a história.
• Para apresentação, organize um evento e chame outras turmas, se
possível. Os alunos podem confeccionar ingressos para a entrada.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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