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Traduções e Legendas
(2005-2017)
Renatex
1
Für meines freundlin Katrin HCH, von Delitzsch
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2
Prefácio
Foi apenas depois de dezenas de traduções que pude perceber que havia uma
miscelânia tão variada quanto difícil de convergir, embora desde o início eu quis
colocar esses vídeos legendados disponíveis todos juntos no mesmo youtube e
também, desde o início, meu canal se chamou apropriadamente: “Área de
Alagamento” ou “Raise Plow”, em inglês - significando “bagoncê général”.
E esse título “Raise Plow” não poderia ser diferente! Embora músicas sacras, eruditas
ou não estavam na base de toda essa “área sujeita à alagamento”, músicas profanas,
vagabundas e bastante “chicletes” de rádio, também não poderiam faltar, já que a
ênfase nem sempre estava na música, no conteúdo do filme ou documentário, na letra
de uma canção ou no vídeo mesmo, mas também a ênfase podia estar apenas no
estímulo ao treinamento linguístico e auditivo. Ninguém acredita por exemplo que eu
nunca estudei em escola de línguas, exceto os meus 6 bem vividos anos de estudo do
Grego antigo (por causa do meu curso de filosofia) com meu querido professor
Muracho da FFLCH (USP) (1998-2003); um anno de japonês (1991), com a minha
querida professora, a Sra. Hasebe; e seis meses de alemão com a minha querida
professora Yumi (1997).
Quem sabe uma língua estrangeira também sabe que se você deixa de pratica-la, você
a perde. Ainda que adquirida a duras penas, sem prática, constantemente, você
esquece do vocabulário, da gramática, da pronúncia, enfim, de tudo, muito mais
rápido do que o tempo tomado de sua vida ao aprendendê-la. Então, eis a dica, melhor
do que aprender uma língua é constantimente praticá-la! Comograçasaos deuses eu
tenho amigos em torno do mundo, por exemplo a alemã Katrin (a quem eu dediquei
esse texto),que conheço desde 1999 e que me puxa a orelha por meus inumeráveis
defeitos em sua língua natal.
Pensando nisso, passados dez anos fazendo esse tipo de atividade, não só meramente
por brincadeira, mas sobretudo para também introduzir algum amigo meu que não
conhecesse essa língua e culturastraduzidas pudesse ter acesso a esses conteúdos que
eu considero e gosto muitíssimo.
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organizado e uma vez que preciso de espaço nos milhões de mega bytes ocupados, os
primeiros que se vão são os videos.
O que eu mais senti a perda por não poder ser postada no youtube foi a minha
tradução da ópera Eugene Oneguin de Tchaikowski. De longe, essa é a terceira ou
segunda ópera que mais gosto. Cantada em russo, numa gravação de 1958 (portanto,
em plena União Soviética) e algum herdeiro do povo russo, que hoje detém os direitos,
estava reinvidicando o fato internacional de que eu “não poderia ter traduzido a ópera
para a língua portuguesa, porque isso infligiria...” sei lá qual lei. Eu, em minha
ingenuidade de “pedestre”, sempre mantive plenamente esse direito respeitado, já que
eu não tinha outra alternativa. Claro, exceto quando eu for ublicar tudo o que perdi ou
que no futuro virei a perder do youtube no Vimeo, um concorrente ainda
engatinhando e que por isso permite estripulias nesse sentido... E, então, que pode
conseguir o meu apoio amplo e irrestrito nessa briga de foices no escuro (portanto,
youtube, você me paga!).
As principais línguas traduzidas são: Inglês, Hindi, Bengali, Sânscrito, Braja Bhasha,
Francês, Alemão e latim. Não! Eu não sei todas essas línguas, mas eu engano bem!
Submeto sempre as minhas traduções aos entedidos no assunto e humildemente me
coloco como um eterno aprendiz.
Boa “Audição”
Renato Araújo
Ps.: Dentro dos videos que eu legendei e foram excluídos pelo Youtube encontram-se:
*A Bela Iris e Seu Amado Thyrsis (Fair Iris and her Swain) - Henry Purcell (Canção)
Publicado em 29 de Dez. de 2014
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A música que eu escolhi como apreseentação do canal é a belíssima “Torre Feliz” de
Assuero Garritano. Mesclando imagens minhas tocando instrumentos musicais, esse
vídeo indica algumas das minhas alegrias: Música erudita e Rock and Roll, resumindo
em duas palavras:, beleza e liberdade. As imagens foram escolhidas um tanto
aleatoriamente, dentre elas destaco uma foto em preto-e-branco mostrando crianças
anti-fascistas de punho cerrado, marca perene do ¡No pasarán! Durante a guerra civil
espanhola.
Crianças se preparam para a evacuação durante a Guerra Civil Espanhola no fim da década de 1930.
Enquanto os republicanos, liberais e anarquistas faziam a saudação do punho cerrado,, os
nacionalistas e fascistas faziam a saudação romana, imitada por Hitler e seus súditos no mesmo
período. (fotógrafo: Dr. Charles Smith)
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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=-iU2UUDaORI
Publicado em 26 de mar de 2013.
TORRE FELIZ
Lista de Imagens
Letra: Ernani Fornari-1932
Música: Torre Feliz - Assuero Garritano
Assuero Garritano - Torre Feliz (texto de
Língua: Portuguesa / Trad. para o Inglês
Ernani Fornari-1932),
Fotos: Scientist, nutopia, Marilyn
Sinos de Natal, Sinos de Finados
Monroe-renato araújo, Guerra Civil
Quantos sinos tem a torre dessa Igreja?
Espanhola,
Onde Deus, sereno, passe o Seu rebanho...
tumblr_mjgtlqz09d1qb3i6co1_500, Jim
Um sino triste para quem morreu.
Morrison, Coxabox.blogspot.com, A
Dois sinos contentes, para os que passem
Liberdade, pochoir-0693-150x150, renato
Mas felizes do que eu sois vós!
araújo, araujinhor, renatinho, renatex.
Ó velhas torres das catedrais!
Eu tenho só coração para coisas desiguais.
6
HAPPY TOWER
7
00:00:52,380 --> 00:00:54,240
serene...,
7
00:00:55,560 --> 00:00:57,440
pass His flock...
8
00:01:02,120 --> 00:01:05,980
A sad bell for those who died...
9
00:01:07,980 --> 00:01:12,620
Two happy bells for those who pass by
10
00:01:17,140 --> 00:01:20,440
Happier than me are ye!
11
00:01:21,920 --> 00:01:23,600
Oh, old towers!
12
00:01:24,060 --> 00:01:25,280
Oh, old towers!
13
00:01:27,600 --> 00:01:29,980
from cathedrals!
14
00:01:32,200 --> 00:01:35,200
I have only heart...
15
00:01:40,620 --> 00:01:43,800
for unequal things.
16
00:01:45,040 --> 00:01:48,040
Music - Happy Tower - Composer: Assuero Garritano
17
00:01:48,880 --> 00:01:50,400
Lyrics: Ernani Fornari -1932
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00:01:55,100 --> 00:01:56,940
CD- Music From Porto Alegre
19
00:01:56,940 --> 00:02:00,120
Last Picture: Renato Araújo, Porto Alegre. jan.,2013.
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O poeta simbolista e romancista que aderiu posteriormente à estética modernista
Ernani Fornari nascido no Rio Grande em 15 de dezembro de 1899 e falecido no Rio
de Janeiro, em 8 de junho de 1964 foi também teatrólogo e historiador. Dentre a sua
obra poética de destaque encontram-se “Missal da ternura e da humildade” (1925);
“Trem da Serra” (1928) e “Praia dos Milagres” (1932).
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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=TAGbiQzTBE8
Publicado em 26 de mar de 2013
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TRISTE ESTAVA O REI DAVID
Absalão foi o terceiro filho do Rei David. Todos conhecem bem essa
emocionante história ocorrida há mais de mil anos antes de Cristo e narrada no antigo
testamento. Eu amo essa história e poderia escrever inúmeros livros sobre ela, mas
tentarei resumi-la em poucos parágrafos.
Absalão geralmente é pintado como um rebelde ambicioso que queria destronar
seu pai, David. Lindo, com cabelos longos, acredito que Absalão na verdade possa ser
considerado um “herói” em função de ter protegido a sua irmã por parte de pai
chamada Tamar, depois que essa foi estuprada por um irmão mais velho de ambos,
Ammon. Ele jurou a ela vingança, e os desdobramentos trágicos que se seguiram se
enquadrariam na saga do herói. Mas, como a narrativa bíblica é tendenciosa,
sobretudo quando se tratam de defender as mazelas da elite hebraica e os assassinatos,
estupros, infanticídios e limpeza racial provocada pelos patriarcas e seus seguidores,
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todas as peripécias que poderiam ser identificadas como dignas de nota, acabam
sendo ofuscadas por essa tendência interpretativa ideológica e por vezes suspeita.
De acordo com o antigo testamento, Absalão, dois anos depois do estupro da irmã,
convidou todos os filhos naturais de David, seu pai, para uma festa tradicional de
“tosquia das ovelhas” :
Absalão tinha tosquiadores em Baal-Hazor, que está junto a Efraim; e convidou
Absalão a todos os filhos do rei. (2 Samuel 13:23)
David também havia sido convidado, mas nnão compareceu ao evento. Quando
os irmãos estavam celebrando, os servos de Absalão cercaram seu irmão, o estuprador
Amnon, e o mataram. Os outros irmãos fugiram e contaram a David sobre o
assassinato e este ficou terrivelmente consternado, já que este era o seu primogênito,
herdeiro natural do trono da casa de David, portanto, de fato, um alvo primário de
qualquer tentativa de usurpar o trono. Absalão fogiu para casa de seu avô e ficou lá
por três anos em auto-exílio.
Como havia ainda um sentimento paterno entre os dois, algumas tentativas de
reconciliação entre pai e filho foram frustradas, sendo concretizada apenas anos mais
tarde, em 1036 A.C. ( 2 Samuel 14:21-33). Mas a “guerra” de sucessão não terminara.
Queliade, que seria o próximo na sucessão real, teria provavelmente morrido jovem,
embora não se saiba a causa mortis. David ainda tinha dois filhos que poderia
escolher, rejeitando o filho Absalão, embora somente esse tinha linhagem nobre,
porque era neto, por parte de mãe do rei Talmai, aonde se refugiou depois do
assassinato de Amnon (2 Samuel 13:30-38). De fato, David acabou escolhendo
Salomão, que ainda era apenas um menino.
Antecipando isso que poderia de fato ocorrer, Absalão, aproveita-se da baixa
popularidade de David perante a população, cerca-se de um exército em Hebron e
declara-se rei, forçando assim a seu pai David a fugir para o outro lado do Rio Jordão
e preparar a resistência ao golpe e aproveitando-se disso Absalão toma Jerusalém sem
resistência. (2 Samuel 15:7-18). Com a ajuda de um espião, David atrasou a batalha
inevitável a tempo de reunir um grande exército que com melhores táticas, cercaram e
colocaram Absalão pra correr. Na fuga desesperada numa mula ligeira, sua cabeça
ficou presa nos galhos de um carvalho, sendo capturado e morto por Joabe e seus
homens. Mas David o queria vivo, pois ainda tinha grande amor pelo filho (2 Sam.
18:24-33).
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A canção renascentista de Alonso de Mudarra retrata exatamente isso. Como uma
mensagem a um filho, lindo, desobediente e morto, triste estava o rei David:
Ah, Absalom, Absalom! Ninguém ouvira a sua urgência, o som de sua fúria. A
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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=NngTyv1PWoo
Publicado em 1 de out de 2013
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www.facebook.com/ghariokwulemi
http://www.artsownkind.wordpress.com/
http://234next.com/csp/cms/sites/Next/ArtsandCulture/Art/5486165-147/story.csp
http://www.vimeo.com/8011482
http://www.youtube.com/watch?v=ZIyGTf0XHzE
http://www.youtube.com/watch?v=6hAx8-Lu6Ik&feature=share
http://www.thisdaylive.com/articles/lemi-ghariokwu-returns-with-new-works
/149116/
http://www.samumukoro.com/interviews-lemi.php#.UazbWHClK9A.facebo
ok
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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=a33XhQ8dTEI
Publicado em 11 de mar de 2014.
Título: Bakuba
Língua: Francês
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pele que servem como indicadores de identidade e hierarquia de seu portador) o filme
documenta também uma dança das esposas do rei (Nyimi) e faz um close-up da sua
imponente vestimenta real de 80 kilos. (Sinopse produzida para a exposição sobre
tecidos Kuba, 2011 - Sinopse e Legenda: Renatex, tradução Bedel e Renatex)
Esse documentário imperdível foi traduzido em parceria com meu querido amigo
bakongo Makaya Bedel, quem me auxiliou em alguns pontos que o audio dos anos 50
dificultava meu mau ouvido. Este filme faz parte da maravilhosa coleção lançada pelo
Museu de Tervurem, na Bélgica, antes de fechar para aquela intempestiva reforma
(que ainda estará em curso até 2020).
O livro que inclui 4 DVDs é o Patrimoine d'Afrique Centrale. Archives Flms.
Congo, Rwanda, Burundi (1912-1960) - 2010 e teve como organizadores Patricia Van
Schuylenbergh e Mathieu Zana Aziza Etambala. Tenho a expectativa de poder
traduzir os outros documentários majestosos, mas esse filme Bakuba veio muito a
calhar, primeiro porque é o melhor documentário de todos e segundo porque eu quis
colocála numa exposição “Panos, Tapas, Joias e Adornos D'África” inaugurada no
Museu Afro Brasil em Abril de 2014.
O que mais nos chama a atenção nesse livro, além das mais de 350 páginas de
pesquisas bem fundamentadas sobre inúmeros aspecitos biográficos e históricos sobre
os cineastas belgas e sobre os povos cinematografados é que os vinte filmes de
arquivo (filmados na República Democrática do Congo entre os anos de 1912 e 1960)
representam uma ótima fonte primária para questões que envolvem o estudo visual,
sobretudo, então, joias, arquitetura, arte africana em geral são os grandes beneficiados.
Porém, tópicos tais como a diversidade dos recursos naturais, a mineração, o
desenvolvimento econômico e o plano de urbanismo coloniais, a educação e criação
artística e cultural, entre outros, foram também contemplados. Assim são
intitulados as mídias de DVD: 1: Diversidade Cultural; 2: recursos naturais, minerais
e aquáticos; 3: Desenvolvimento Econômico e Urbano; 4: Educação e Criação
Artística.
Além da fabulosa trilha sonora modernista (“surrealista”) composta por André
Souris (1899-1970), confrontada com canções bakongo para ritual fúnebre, entre
outras, esse documentário, restaurado pela Cinemateca Real Belga traz ainda belas
imagens de como eram elaborados os tecidos, como eram feitas as escarificações
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(marcas na pele com indicativo de identidade, posição social entre outras) e mostra
ainda algumas peças de arte de corte dos bakuba.
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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=m9bZT7P1clw
Publicado em 20 de jul de 2014
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Sim, eu amo astronomia! Não chego a ser um astrõnomo amador, mas já fiz alguns
cursos e tenho alguns diplomas que guardo com orgulho, sobretudo os que tirei nota
10, dado que sou mesmo um nerd e costumo me esforçar nas coisas de que gosto.
Seguir-se-ão, portanto, nessa área de alagamento, alguns documentários relativos a
questões astronômicas ou históricas, filosofia ou psicologia, arqueologia ou arte, pois
esses são os meus campos de estudo, interesse ou apenas curiosidade de diletante.
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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=HqBPjpAeUuQ
Publicado em 26 de abr de 2015
Divine Horseman (Cavaleiros divinos: os deuses vivos do Haiti) Doc. P&B. 50’ min.
(1947-1951)
Direção: Maya Deren
Edição: Cherrel Ito, 1985.
Narradores: John Genke e Joan Pape
Sinopse: Maya Deren (1917-1961), diretora ucraniana radicada nos Estados Unidos,
esteve no Haiti entre 1947 a 1951, onde se iniciou na religião Vodu. Avant-garde,
amiga dos surrealistas André Breton, Marcel Duchamp, John Cage e Anais Nïn, ela
registrou, de maneira artístico-poética, as principais manifestações da cultura haitiana:
do sagrado ao profano, do Vodu ao Carnaval.
Eis um tema em que eu não posso começar a falar, senão eu escrevo um livro. Em
primeiro lugar o que por dever eu devo dizer de Maya Deren é que eu a amo. E a
segunda coisa é que eu sofro por não ter esticado o tempo do dia em 32 horas, o que
me serve como desculpa por não ter traduzido ainda o seu mais superbo livro “Divine
Horsemen: The Voodoo Gods of Haiti”, do qual as palavras ditas nesse documentário
por mim traduzido e legendado, foram retiradas. Em 1953, o livro Deren foi publicado
pela Vanguard Press e teve como prefácio nada mais nada menos do que seu amigo o
estudioso dos mitos discípulo de Jung, Joseph Campbell (1904-1987)..
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Cavaleiro Divino: os deuses vivos do Haiti (1985) é um filme documentário em
preto e branco com 50 minutos do mais magnífica e respeitosas cenas sobre a
religiosidade afro-haitiana que eu jamais vi. É claro que sendo relacionado à Maya
Deren, só poderia ser superbo e magnífico. Não há nada do que ela tenha feito ou
alguém tenha feito relacionado a ela que não seja majestoso. Eis a mágica da filha de
Erzulie Freda, uma cineasta ucraniana-americana, que também era intelectual
(antropóloga), era sobretudo poetiza, artista. Essa grandeza de Maya Deren que é tão
impressionante e apaixonante.
Em 1981, vinte anos após a morte da artista, aquelas gravações que ela havia feito
para suas próprias pesquisas foi completado pelo terceiro marido de Maya Deren, o
não menos majestoso compositor e músico Teiji Ito (1935-1982)... Acho que eu tenho
as obras completas dele também, pois ambos se mereciam em genialidade. A sua
esposa, então, era Cherel Winett Ito (1947-1999) quem também o auxiliou na enorme
tarefa em multiplos prismas muito bem feita.
As vozes de cada um daqueles negros haitianos nos lembram a nós negros fora da
África que somos um. A tonalidade as melodias, as gestualidades, tudo nos faz
lembrar de nós mesmos. Na narrativa, alternam-se imagens de danças e corpos negros
em movimento durante rituais nos serviços do vodu, da linha ou da “nação” Rada
(com Loas, divindades beneficentes que remetem aos voduns fon, éwé, popo do Benin)
e Petro (Petwo) para o qual Ezili Dantor é a divindade mais adorável. Os entendidos
fazem associar o rito Petro a heranças ameríndias com o grupo Taino do Caribe e por
isso pode-se dizer que as distinções entre Rada e Petro sejam curiosamente parecidas
com as distinções entre Candomblé e Kimbanda no Brasil, mas as oposições
superficiais entre trabalhos (ou macumbas) boas e más, respectivamente, não passam
de puro preconceito do qual cem anos quase de estudos da religiosidade afro-atlântica
ainda não foram suficientes para dirimir.
Já as divindades adoráveis Legba, Loco, Ayizan, Anaisa Pye, Damballa,
Ayida-Weddo, Erzulie e Agwé são característicos do rito Rada, e são facilmente
associáveis aos orixás, ou especificamente, aos Voduns devido a sua associação direta
de acordo com os devidos reinos naturais nos quais cada um é o dominador. Tudo isso
é “explicado” por uma cineasta que estudou dança e fotografia e cinema, mas ela o faz
de modo o mais poético e interiorizado possível. Como um Pierre Verger, do Haiti,
Maya Deren não se contentou em antropologicamente observar os ritos, ela fez parte
deles de modo até mais sincero do que Verger, porque era a visão de uma mulher dos
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anos 40, alguém a frente do seu tempo, porque as mulheres só seriam por fim
liberadas de forma massificada em duas décadas.
O ainda mais empolgante e que é um verdadeiro tapa na cara dos professores e
estudantes universiotários de hoje é que a sua viagem ao Haiti teve o financiamento
de uma bolsa de estudos da Guggenheim e em sua aplicação ela indicou que queria
filmar a dança como forma crucial da cerimônia vodou. Mas ela fez mais que isso, ela
entregou para a posteridade o melhor documentário e o melhor livro sobre essa
religião, algo que os antropólogos, arqueólogos só conseguiram chegar um pouco
próximos dos pés da grande mestra ucraniana.
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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=X337DKbtqXg
Publicado em 2 de mai de 2015
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E enterrar lá dentro minha canção.
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Se o espírito do amor pairar sobre eles um dia
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NOTAS:
1. Leslie Crabtree (1941) e Johann Wolfgang von Ehrenstein (? - 1870) usaram
versões diferente desse poema que tem as seguintes três primeiras linhas:
Mit Rosen, Zypressen und Flittergold
Möcht ich verzieren, lieblich und hold,
Dies Buch wie einen Totenschrein
2. Schumann substitui o termo “auf dem” (sobre/ “on the”) por “Am” (na “at
the”)
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o importante para o romântico é que a musa jamais pode faltar em sua fantástica
referência, por isso eu a inclui neste vídeo, juntamente com a sua esposa, óbvio, a
majestosa compositora e pianista Clara Schumann (1819-1896). O espírito do amor
que paira sobre o casal Schumann vai se desenrolando em imagens contrapostas da
juventude e da velhice, uma a que faz o ardor animar as palavras do poema, a outra, a
“névoa pálida, fria” a contesta. Num arrobo de alto indulgência eu inclui uma obra em
cerâmica num jardim da casa da minha amiga indiana Chhaya em Goiás, em uma foto
que eu mesmo tirei. Mas voltando para o vídeo, a ideia era compor a juventude com a
velhice e no meio o livro das canções e seu poema majestoso. Porém, essa brincadeira
é ruim, pois joga no lago regelado uma imagem da velha Clara Schumann, mas, a meu
ver ainda lindíssima, porque ela manteve aqueles “belos olhos cujas letras do poema
fitarão”, absolvendo-me, de minha brincadeirinha de mal gosto, no final.
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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=1gz9ly4MvA8
Publicado em 3 de jun de 2015
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também entender como a BBC de Londres apresentava o problema migratório,
particularmente o problema da guerra da Síria, que já vai para o seu 7 ano, com o
saldo até agora (jan. 2018) de 400 a 500 mil mortos e um êxodo de 4, 5 milhões (o
dobro do total da estimativa de 2,5 milhões de pessoas que cruzaram o mediterrâneo
de forma ilegal nos ultimos 50 anos) - lembrando que apenas 10% do total de
imigrantes da guerra da Síria tem como destino a Europa3. A votação popular pela
saída do Reino Unido da União Europeia é fruto do constante bombardeamento da
mídia sobre os horrores da transformação da Europa num reduto incontrolável de
imigrantes. Se de um lado trata-se de um medo real em pensar nos números de
imigrantes de forma abstrata e/ou descolada do problema político, de outro,
explicações factuais dos motivos dos conflitos retomam os resultados tanto dos
interesses dos EUA e da Europa (principalmente a Rússia no caso da Síria) nesses
países e a responsabilidade testada ao limite de todos os países membros das Nações
Unidas quanto à manutenção ou extinão da antiga noção dos Direitos Humanos, como
algo que vale diferente em caso de fome provocada ou em caso de guerras externas
serem as principais responsáveis pela manutenção das guerras internas no oriente
médio, particularmente na Síria, Líbia, Afeganistão, Israel, Palestina, Chade, Somália,
Sudão e Yêmen.
A série de vídeos traduzidos sobre imigração começa com a temática que me
aflige mais emocionalmente que é a guerra da Síria. “Uma História de Imigrante”,
Publicado em 3 de jun de 2015, foi a primeira da série que decidi traduzir e num
momento em que havia explodido o problema e quando percebi que o conflito não
tinha solução pacífica. Restava entendermos o problema a partir da voz dos próprios
imigrantes, ainda que tivessem com o viés dos próprios interesses da BBC.
Importante destacar que essa série foi proposta por mim para substituição do
mesmo número de vídeos, que fazia parte da obra “British Library” do artista plástico
nigeriano-britânico Yinka Shonibare. Ao fazermos a exposição “África, Africans”
(2015) no Museu Afro Brasil e estando certo de que essa obra viria com seus Ipads
repletos de informações em inglês4 e nenhuma autoridade do Museu ou da equipe do
artista se deu conta de que tudo estava em inglês demonstrando o completo
3
http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37472074 (acesso: 21/01/2018)
4
Eu já sabia, pois já havia feito uma pesquisa que apenas de 3 a 5% dos brasileiros sabem inglês.
https://oglobo.globo.com/economia/emprego/brasileiros-nao-sabem-falar-ingles-apenas-5-dominam-idioma-62
39142
https://exame.abril.com.br/carreira/por-que-ainda-nao-somos-fluentes-em-ingles/ (acessados inicialmente,
respectivamente em 2012 e 2016 e posteriormente, confirmando o link hoje, 21/01/2018.)
30
desinteresse que os bam bam bans da arte tem com seu público, eu sozinho fui o
responsável por uma briga interna no Museu pra fazer com que tudo fosse traduzido.
Como por anos eu era o “tradutor oficial” do Museu, eu venci essa luta, incluindo a
modificação dos vídeos originais que tratavam de coisas internas da Inglaterra que
não diziam absolutamente respeito a nada nem no Brasil e nem no Mundo. Aliás,
aquela sua biblioteca que era bastante bonita, com seus ornamentos em tecido
estampado era “ridiculamente” cheia de nomes de pessoas só conhecidas dentro da
Inglaterra - e o uso de Ipads com vídeos e um programa que dava a lista completa dos
nomes e respectivas profissões de imigrantes e filhos, netos de imigrantes bem
sucedidos - o que achei bastante clichê, diga-se de passagem - com mini biografias
escritas em inglês, pra mim isso tudo era uma afronta).
Eu tinha uma lista dos vídeos do própro Yinka Shonibare, acho que dá pra
encontrar isso em algum lugar, já que no último golpe (dos inúmeros de que eu fui
vítima no Museu Afro Brasil) algumas horas depois da minha demissão (04-12-2017),
há um pouco mais de um mês bloquearam o meu e-mail que continha não só essa
informação, mas informações relevantes dos últimos 5 anos em que usei aquele e-mail
e me foi impedido de fazer um backup... Apenas alguns e-mails eu já tinha
encaminhado e como eu já sabia que seria demitido pelo menos 2 meses antes,
também fui fazendo outros back-ups e infelizemente, um deles, o mais importante,
back up total do outlook, não funcionou e muito se perdeu.
Mas, para evitar delongas consegui enganar tanto aos meus chefes do Museu
quanto a equipe do Yinka Shonibare incluindo justamente o que eles não queriam
incluir .A discussão real sobre o que estava acontecendo, mesmo me “escondendo”
por traz do nome da BBC... Uma instituição supostamente idônea para os interesses
do capital Britânico, mas que deixa transparecer nos fatos das notícias relatadas (eis o
grande gosto que eu tenho pela BBC) aspectos que podem ser interpretados sem a
imposição ideológica e por vezes racista que as suas reportagens impõem (voltarei a
falar disso, mostrando nessa pequena série, quando eles fazem isso). Sendo assim, de
todas as imprensas não-livres do mundo a BBC é a melhor ao meu ver, já que de uma
forma ou de outra tem compromisso com o fato, embora o relate de forma tendenciosa.
Mas como ela deixa entrever o que está ocorrendo de fato, se tivermos perspicácia
conseguimos separar o joio (ideologia) do trigo (fatos). algo que, infelizemente, nos
EUA só é possível fazer com Washington Post e um ou outro jornal em papel, mas
jamais pela televisão (e apenas em sites de notícias especializados como o
31
infowars.com do Alex jones, que eu gosto, pelo seu norte-americanismo gritante, isto
é, pessoas que a partir do que dizem é possível identificar aonde está apenas seguindo
um roteiro predeterminado pelos anunciantes e financiadores ou quando está apenas
descrevendo fatos, que afinal, precisamos nos tornar cientes. Nesse assunto específico
da atual leva de pessoas cruzando o Mediterrâneo, precisamos estar cientes da
aplicação ideológica proposital do termo “imigrante” no termo “refugiado” bem como
a fusão em termos de uma sinonímia capciosa da noção de refugiado como “imigrante
ilegal indesejado com seus próprios problemas que não nos dizem em nada respeito”.
Nessa reportagem “Uma História de Imigrante” a BBC pinça de forma
interessante um jovem professor sírio de classe média que fala inglês e vive agora em
Leeds, inglaterra. A sua entrevista é bastante esclarecedora. Em primeiro lugar porque
pegaram como exemplo alguém cuja cidade natal é justamente aquela em que
começou o conflito, até então, apenas um protesto contra a brutalidade do regime do
ditador Bashar Al-Assad. Em segundo, porque descrevem em mapas rascunhados a
trajetória de saída desse professor, em busca de melhor condição de vida para a sua
família que foi deixada na Síria (lembrando que no início do conflito, ainda não havia
imigração em massa). As imagens da BBC que se seguem (a partir ddo minuto 5:32)
Depois que o editor deixa o imigrante sírio dizer algo que é certamente incorreto:
de que a população da Síria era de 22 milhões e, por causa da guerra, tinha se
reduzido a 10 milhões. Eles apresentam imagens que permitem a ambigua
interpretação, a principal técnica da video-retórica da BBC. Para contrapor o drama
familiar do professor Sírio tratado como refugiado pela BBC e pela Inglaterra (ele não
teria a mesma chance hoje depois do Brexit, pois, com a ajuda desse professor a sua
família conseguiu asilo legalmente em Leeds, algum tempo depois) as imagens que se
seguem mostram outros dramas, de pessoas imediatamente tratadas não como
possíveis refugiados, mas como meros imigrantes ilegais, desqualificados, negros,
esqualidos, desidratados, com cabelos desgrenhados da dura viagem,recebendo ajuda
dita humanitária, que só poderia vir de brancos europeus. O reporter diz, enquanto
essas imagens passam ilustrando sua fala: “O problema para as autoridades, é que não
importa quantas restrições ou controles sejam feitos, aqueles fatos básicos não
mudariam; a atração que exerce a Europa Ocidental como um paraíso seguro ou lugar
para começar uma vida melhor parece estar mais forte do que nunca”.
32
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=ywHJcPbLcu0
Publicado em 22 de jun de 2015
33
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=WhShTgBrvfM
Publicado em 01 de jul de 2015
Quando eu legendei esse vídeo eu sabia que ele já estava desatualizado, uma vez que
morriam dezenas de pessoa por dia, algumas das quais sequer ficávamos sabendo.
Hoje (21/01/2018) esses números, (infelizmente pra todo mundo!) só continuaram a
crescer.
34
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=ldJQ-Td8DFg
Publicado em 6 de ago de 2015
35
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=tbPcpjcTW2Y
Publicado em 10 de ago de 2015
36
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=2HQj0gPSosw
Publicado em 10 de ago de 2015
37
“Melilla quer contar que seus parceiros europeus os ajudem a barrar aqueles
(africanos) do monte que planejam ilegalmente, entrar na Europa e Espanha”. E o
objetivo foi atingido5.
Em fundo falso de carro, imigrantes africanos tentam entrar em Melilla (enclave Espanhol no norte da
África, cercado por territorio marroquino) - tida como uma das portas de entrada para a União
Europeia é relativamente mais seguro do que cruzar o mediterrâneo. (Foto: The Guardian - 07-04-10)
https://www.theguardian.com/world/2010/apr/17/melilla-migrants-eu-spain-morocco
Uma golfista acerta a bola enquanto imigrantes africanos sentam-se sobre uma cerca de fronteira
durante uma tentativa de atravessar territórios espanhóis (um policial europeu pode ser visto numa
escada à direita). Fotografia: José Palazón / Reuters.
5
Alguns que cruzam a cerca são mortos a bala: http://www.migreurop.org/article1241.html?lang=fr
38
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=W-goFc1jvj0
Publicado em 10 de ago de 2015
O paralelo entre a “magnífica arquitetura europeia central” (viena) que, como diz o
repórter “se sente muito longe da pequena, empoeirada, quente ilha italiana de
Lampedusa, onde muitos milhares de imigrantes têm chegado” é típico do mesmo
tratamento de opostos dado pela ideologia colonial entre o que distinguia a civilização
(norte, fria) da incivilização (sul, quente). Mas a reportagem quer mostrar in loco a
trajetória de uma família de classe média, mostrando ao governo como é “fácil” para
os que vivem na pequena e empoeirada Lampedusa (que também é “europa” - com
minúscula) desde que sejam da classe média cumprir uma determinada rota e chegar
na magnificente arquitetura Vienense, por isso mesmo, que merece o norme mais
adequado de Europa.
39
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=9Q-s_Ou56Ig
Publicado em 10 de ago de 2015
Enquanto ele conta a sua história ao repórter, fala do seu interesse em chegar até
Oudja no Marrocos, imagens de africanos “invasores macacalizados” aparecem como
pano de fundo. “eu perdi muitos de meus amigos que morreram tentando cruzar a
fronteira do Marrocos com a Espanha, isso acontece muito”, diz o empreendedor
africano que sonha com dias melhores.
40
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=7N3srYgfz1w
Publicado em 30 de Jun. de 2015
Muitas dessas canções vaishnavas chamadas Bhajan (em Hindi) e Kirtan (em Bengali)
já faziam parte do meu repertório de músicas ouvidas em casa, no trabalho ou
principalmente no rádio do carro em trânsito, para não incomodar pela repetição. Eis
uma das maneiras que consegui aprender um número interessante de línguas:
repetição. Eles falam e eu repito. Tem sido assim com o Hindi, que estou anda me
esforçando para chegar na compreensão básica, mas com a ajuda de inúmeros
dicionarios online e páginas da internet (aplicativos do celular - pra mim começaram
em 2016) tenho conseguido aprender bastante, como sempre de forma autodidata.
Para aproveitar essa enorme tarefa melhor iniciei as traduções de canções devocionais
indianas, e não poderia ter iniciado de forma melhor com essa linda canção, Embora
as canções vaishnava sejam de longe as minhas preferidas, pude incluir algumas
músicas de outras tradições, incluindo músicas em Hindi, Bengali, Sânscrito, Braja
Basha no repertório, mesmo que apenas o Hindi e o Bengali sejam aquelas às quais
tenho particular interesse em continuar nos estudos.
Além de ser cantada pela belíssima e delicada Ami-Joshi e pelo simpático ator e
cantor Asif Jeriya o que mais gosto nessa música e particularmente nesse clip é a
edição que mostra os novilhos correndo ao ritmo da música e “no meio deles” vai o
protetor das vacas e dos novilhos: Gopala.
41
Choti Choti Gaiyan, Chote Chote Gwaal - Pequenas Vacas, pequeno menino
[Krishna] - legendado em Português (pt-br)
Álbum: Choti Choti Gaiya Chote Chote Gwal - 2
Cantores: Asif Jeriya e Ami Joshi
Tradução genérica:
Com todas as pequenas vacas e novilhos
está o pequeno Krishna.
As vacas estão na frente e os novilhos estão atrás,
no meio está o pequeno Krishna.
As vacas são escuras e os novilhos são clarinhos,
enquanto pequeno Krishna é radiante.
42
Kaari Kaari Gaiya Goray Goray Gwaal
Shyam Baran Mero Madan Gopal
Choti Choti Gaiya Chotay Chotay Gwaal
Chotoso Mero Madan Gopal
43
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]
44
Com pequenos, pequenos dedos
Com pequenas, pequenas mãos
Com pequenos, pequenos dedos
Com pequenas, pequenas mãos
a flauta toca o Senhor Vaqueiro [Krishna]
a flauta toca o Senhor Vaqueiro [Krishna]
45
os meninos bebem leite.
46
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=B6VksRqe2ds
Publicado em 30 de Jun. de 2015
47
Esta é certamente, junto com a canção de Agni Dev Das - Glória a Radhe, Glória
a Krishna, Glória a Vrindavana e Devadideva Gauracandra - Bhaktiratna Sadhu as
três canções que mais amei traduzir. Seriam inúmeros comentários que existem para
serem feitos não só da tradução, da letra, das questões tradicionais (religiosas ou não)
evocadas, bem como sobre as linhas melódicas, as questões de harmonia e
contraponto e ritmo, etc. de todas essas três maravilhas do cancioneiro vaishnava.
Mas gostaria de, por parcimônia, evocar apenas alguns aspectos que considero
principais para ressaltar de cada uma assim que aparecerem nesse texto.
A mensagem dessa bela canção é bem simples. O senhor Gaurasundara (Sri
Krishna Chaitanya), com sua doce voz entoa o grande mantra do prazer espiritual que
afirma que a energia suprema É provinda e É o próprio Krishna. Em seguida,
admoesta a todos sem excessão, proprietários ou ascetas, alegres ou tristes que
mantenham nos lábios os nomes sagrado “Hari”. Os que não o fizerem labutaram
inutilmente em ilusão, mas estando gozando do privilégio de estar na forma humana
(isto é, civilizada) obterão a plena consciência para cantar os nomes de Sri Sri
Radha-Krishna. Antes que morra repentinamente sem servir Àquele que domina os
sentidos (Hrsikesa) aceite o conselho de Bhaktivinoda Thakura (2 Setembro 1838 –
23 de Junho 1914) sábio filósofo reformador vaishnava e: “saboreie o néctar deste
Santo Nome, de uma vez por todas!”
Na língua bengali "Bhor Kirtan" ["Pro bha ti", "Bhor" ou "shokal"] faz referência
às orações matinais, aquelas feitas imediatamente antes do sol nascer. E a oração de
abertura é comumente falada em sânscrito, uma referência ao Shrimad-Bhagavatam
(10.73.16) conhecido como Shri Krishna pranama - ou “prostação aos pés de lótus de
Krishna” aonde:
48
tradição hindu e na vaisnava) é precedida por esse som do qual voltaremos a dar
maiores explicações mais adiante (Ver pág. 106.), mas é interessante conseguir
distinguir as canções seculares das religiosas, mesmo sem saber hindi, sanscrito ou
quaisquer línguas indianas, apenas ao observar muitos dos cantores iniciar sua canção
com o OM, indicando que a partir dali, se falará ou cantará apenas coisas
consideradas sagradas.
“Krishnaya” [dativo - “à Krishna” ou “para Krishna”] “Vasudevaya”, [serve para
descrever de onde vem Krishna, ou seja, a sua casa adotiva, família dos “Vasudeva”,
que é o nome do pai de Krishna; já o patronímico Vaasudeva - com o primeiro “a”
prolongado é um epíteto popular para o próprio Krishna]
A tradução mais direta possível, portanto, seria: “eu ofereço aos pés do Senhor
Krishna, que é filho de Vasudeva, protetor das vedas e removedor da aflição,
repetidas reverências”.
Gay- canta; Gora- Senhor Gaurasundara; madhur sware - com uma voz muito doce;
49
Rama Rama, Hare Hare.
A Energia Suprema...
é Krishna ["o Todo Atrativo"]
A Energia Suprema...
é Krishna ["o Todo Atrativo"]
A Energia Suprema...
Rama[Krishna em si mesmo]
Rama[Krishna em si mesmo]
é a Energia Suprema...
50
PALAVRA POR PALAVRA
grhe thako - o que vive em casa; vane thako-ou vive na floresta; sada-sempre; 'Hari' -
o santo nome de Hari; bole 'dako - cante alto ; sukhe duhkhe - em felicidade ou
angústia; bhulo na'ko - não se esqueça; vadane com seus lábios; hari-nam - os nomes
sagrados; koro re-oh, por favor, cante!
maya-jale- na rede emaranhada de maya; baddha ho'ye - você está vinculado; acho- o
seu é; miche kaja - trabalho infrutífero; aceitação de lo'ye; ekhona-agora; cetana pe'ye
- obtendo plena consciência; 'Radha-madhav' nam - os nomes de Sri Sri Radha e
Madhava; bolo re- assim cante!
jivana - a sua vida; hoilo sesa - pode cessar a qualquer momento; na bhajile, sem
servir; hrsikesa - ao Senhor dos sentidos; bhaktivinodopadesa - este é o conselho de
51
Bhaktivinoda Thakura; ekbar - apenas uma vez; nam-rase- no néctar do santo nome;
mato- intoxicado; re-oh! - saboreie!
Com legendas em Português, este poema cantado na língua Braja Bhasa, da tradição
religiosa do norte da Índia ficou popularizado na voz do jovem cantor Krsna dasha
Brahmacari. O poema trata da beleza, doçura e delicadeza do casal transcendental
Krishna-Radha, fazendo menção ao deus "Shyam" (Escuro, Negro ou Azul) que não é
outra senão a menção à própria compleição de Krishna, pela coloração de sua pele -
igualada à cor das nuvens de chuva. Perdoem-me pelo meu fraco conhecimento da
língua Braja Bhasa, pelo qual não pude entender a segunda estrofe, embora a tenha
mantido na legenda para que algum conhecedor desta bela língua possa nos auxiliar
com a sua tradução.
*Katili bhaun ada banki sughar soorat madhoor batiyan.
Latak gardan ki man basiya, hamare syama-syama ki
Por alguns segundo uns dois anos depois, sem obter essa resposta de usuários que
deviam estar perdendo o seu tempo em redes sociais (as mesmas que eu não tenho,
portanto fico isolado) pensei que pudesse “adivinhar” o significado dessas palavras, a
52
partir do cotejamento de palavras encontradas em dicionários Marathi, Urdo, Hindi,
Sânscrito e Braj Basha da minha própria coleção, chegando a algo que seria assim:
[mas essa é certamente uma “traição”, e não uma tradução... por isso eu mantenho a
dúvida e a esperança de encontrar algum dia alguém que saiba realmente traduzir
melhor a essa passagem enigmática]
Refrão:
anupama madhuri jodi hamare syama-syama ki
rasili rasabhari ankhiyan, hamare syama-syama ki
hamare syama-syama ki, hamare syama-syama ki
Letra:
(1)
mukuta aur candrika mathe, adhara par pana ki lali
aho kaisi bani chavi hai, hamare syama-syama ki
(2)
parasapara mili ke do phare, sri vrindavan ki kunjana men
nahi baranata bana sobha, hamare syama-syama ki
(3)
nahi kucha lalasa dhana ki, nahi nirmana ki iccha
sakhi, syama ki do darasan, daya ho syama-syama ki
53
Tradução6
Refrão:
Nosso doce casal Shyama-Shyama é sem precedentes! Ó, nosso Shyama-Shyama!
Vendo os olhos bonitos e suculentos de nosso Shyama-Shyama apazigua aos nossos
próprios olhos sedentos.
Letra:
1) Uma coroa e chandrica [luz da lua] descansam graciosamente em suas cabeças.
Seus lábios estão vermelhos devido ao betel. ó, que visão requintada do nosso
Syama-Syama!
3) Também não desejamos riqueza ou [a vida no] palácio. Todos desejamos o seu
darshana, mas, para isso, devemos obter a Sua misericórdia.
6
Uma outra versão dessa mesma canção (ver pág. 138) mereceu uma outra tradução, num momento em que eu
comecei a ter maior desenvoltura na compreensão do funcionamento das línguas indianas. Mas acredito que as
duas traduções são igualmente possíveis e até complementares pois dão indícios mais amplos do conteúdo
cultural mais profundo, exigência essa que a tradução de uma “simples” canção às vezes não é capaz de abarcar.
O meu mal nível de compreensão à época me fez pautar muito diretamente numa versão em inglês de uma
excelente página na internet a qual era a minha maior fonte de consulta:
http://kksongs.org/songs/a/anupamamadhurijodi.html (acessado em jul. 2015)
54
A tonalidade “chorosa” da melodia é provinda da tradição da Raga Bhairavi no Tala
(ou ritmo) popular chamado Bhajani ou “Bhajani Tala”7. A canção é bemolizada,
como dizemos na tradição ocidental, com o uso de diversos bemóis a ideia de
“súplica”, neste caso pelo darshan (“visão do verdadeiro”, “misericórdia de Krishna”)
“(icha - da estrofe 3 em braj basha) é expressa musicalmente.
Por fim, a essa canção eu fiz na postagem do canal uma observação final que
gostaria de replicar:
7
Maravilhosos exemplos desta bela Raga para músicos aprendizes podem ser encontrados aqui:
http://kksongs.org/tala/bhajani.html
55
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=I5JrseHcUvk
Publicado em 30 de out de 2015
56
“o devoto entre os devotos”, promenteram-no que mandariam manufaturar duas
deidades ou imagens (murti) em madeira “nim”, perfeitamente idênticas a Eles,
(Gaur-Nitai) e ficariam ali, em Kalna, em seus lugares, quando Estes partissem em
longa separação do devoto mais querido. As deidades foram esculpidas e, em alegria,
os devotos do templo cantavam freneticamente o canto devocional (kirtan) ao redor de
Chaitanya Mahaprabhu e Nityananda Prabhu. Mas eles fizeram isso de modo tão
exaltado e vibrante que as deidades de madeira pularam do altar de onde eram
adoradas e passaram a dançar e a cantar com o restante dos devotos, maravilhados!
Gauridas, como sumo-sacerdote, ele não tomava parte da dança. Confuso, ao perceber
que haviam dois pares de Gaur-Nitai idênticos, passou a persegui-los com uma vara,
sem saber a quais adorar. Conta a tradição que as divindades até tentaram fugir de
Gauridas, mas encontrando-se sem saída ela(s) pularam(ou) até o coração de
Chaitania Das. O guru Bhaktiratna Sadhu diz de forma interessante neste vídeo que:
“Eles não podiam escapar de Gauridas, mas podiam Se esconder” - e conceberam que
o melhor lugar para isso era dentro do coração de Chaitanya Das, que passaria a ser
chamado Hrdaya Chaitanya, ou “aquele que tem Chaitanya mahaprabhu no coração” -
e ainda a respeito da divindade Nityananda, citando Sanatana Goswami (1488–1558)
o guru Sadhu diz que Nityananda "Está presente no coração de todos"). significando
com isso que, na ausência da deidade, é para o coração (hṛdaya) que deve se ofertar a
devoção. Perdoem-me pelos eventuais erros na tradução, pois estou aprendendo a
língua Bengali apenas há 3 meses.
Boa audição a todos!
Renato Araújo
Devadideva Gauracandra
Letra:
(2)
cāru-aruṇa-guñjā-hāra hṛt-kamale je dhare
viriñci-sevya-pāda-padma lakṣmī-sevya sādare
57
(3)
tapta-hema ańga-kānti prātaḥ-aruṇa-ambare
rādhikānurāga prema-bhakti vāñchā je kare
(4)
śacī-suta gauracandra ānandita antare
pāṣaṇḍa-khaṇḍa nityānanda-sańge rańge vihare
(5)
nityānanda gauracandra gaurīdāsa-mandire
gaurīdāsa karata āśa sarva-jīva uddhāre
Deixarei em seguida a minha tradução com todas as marcas técnicas da legenda para
simples registro:
[Script Info]
; Subtitle script generated with DivXLand Media Subtitler
; http://www.divxland.org/media-subtitler/
Title: <untitled>
Original Script: <unknown>
ScriptType: v4.00
[V4 Styles]
Format: Name, Fontname, Fontsize, PrimaryColour, SecondaryColour,
TertiaryColour, BackColour, Bold, Italic, BorderStyle, Outline, Shadow, Alignment,
MarginL, MarginR, MarginV, AlphaLevel, Encoding
Style: Default,Tahoma,20,65535,65535,65535,0,0,0,1,1,1,2,30,30,30,0,0
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O Senhor dos deuses,
58
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Gaurachandra \N[“Lua Dourada”]
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tapta-hema anga-kanti \Npratah-aruna-ambare{\i0}
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Ele deseja ser servido \Ncom puro amor
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Tal como o apego \Npor Srimati Radhika que Ele tem.
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radhikanuraga prema-bhakti \Nvañcha je kare
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Ele deseja ser servido \Ncom puro amor,
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tal como o apego\Npor Srimati Radhika que Ele tem.
Dialogue:
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radhikanuraga prema-bhakti \Nvancha je kare{\i0}
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O Filho de Saci, Gauracandra, \NÉ jovial internamente.
Dialogue:
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Saci-Suta Gauracandra \Nanandita antare{\i0}
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O Filho de Saci, Gauracandra, \NÉ jovial internamente.
Dialogue:
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Saci-Suta Gauracandra \Nanandita antare{\i0}
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Com Nityananda, \NEle purifica a khanda herética
Dialogue:
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pashanda-khanda \Nnityananda-sange range vihare {\i0}
61
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Nityananda e Garaucandra
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Estão na casa-templo de Gauridasa
Dialogue:
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nityananda gauracandra \Ngauridasa-mandire{\i0}
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O qual espera que Aqueles libertem
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todas entidades vivas.
Dialogue:
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gauridasa karata asa \Nsarva-jiva uddhare{\i0}
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Nityananda
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Nityananda
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Nityananda
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Nityananda
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Nityananda
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Nityananda
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Nityananda
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Nityananda
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Gauranga
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Gauranga
62
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Gauranga
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Gauranga
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Gauranga
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Gauranga
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Gauranga
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Gauranga
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Gauridasa
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Gauridasa
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Gauridasa
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Gauridasa
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Srila Gauridasa Pandit \Nnão é outro senão
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o parceiro mais íntimo \Nde Radha e Krishna
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Seu nome na Krishna Lila
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é Subal-Sakha
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Subal,
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que é o \N“prya narma sakha”
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[vaqueiro, um dos amigos\N íntimos de Krishna]
63
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Dentre todos os amigos
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íntimos de Krishna
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Ele é o mais íntimo, porque,
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Os amigos íntimos \Nde Krishna sabem...
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E podem ver os mais \Níntimos passatempos
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De Sri Sri Radha-Krishna
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nas margens de Radha-Kunda
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Realmente,
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Na verdade Subal, \Npor sua presença
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Nos honrados passatempos \Nde Radha e Krishna
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Ele manifesta grande \Napelo por Radharani
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Até Balarama e Sridam
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E outros grandes Sakha \N[amigos íntimos]
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Eles não conhecem...
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Eles não podem \Nparticipar desta
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Madhuri Lila \N[Doce dança transcendental]
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Mas Subal, Madhumangala, \NUjjvala, Arjuna, Kalindi
64
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Há muitos outros amigos íntimos
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Que na verdade,
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podem participar do \Npassatempo transcendental
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Com Sri Sri Radha e Krishna.
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E é como Gauridasa, \NSubal veio como Gauridasa,
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Que ele foi muito muito querido...
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Effect,Para...
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Effect,Ambos, Krishna, \NBalarama e outros devadasa
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Ele é querido por todos eles.
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Porque todos os Sakha,
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Effect, são muito queridos por Balarama
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Mas aqueles \N“prya narma sakha “
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são muito mais \Nqueridos por Balarama
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Todos aqui em \NAmbika Kälna
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Que fica por volta de
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km de Nabadwip, Mayapur.
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Gauridasa e seus santos\Ndevotos decidiram ali
65
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Adorar as mais belas \Nimagens de Gaura-Nitai
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E o templo-casa de \NGauridasa é muito lindo
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É brilhante,
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atraente.
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E Gaura-Nitai se \Napresentam ali diretamente
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Porque as deidades \Nde Gaura-Nitai
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Foram manifestadas \Npelo próprio Senhor Gauranga
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É como se \NNityananda e Gauranga
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Estivessem desenvolvendo \Nseus passatempos
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Em Ambika Kälna
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O Senhor dos deuses,
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Gaurachandra \N[“Lua Dourada”]
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Está no templo \Nda casa de Gauridasa
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O Senhor dos deuses,
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Gaurachandra \N[“Lua Dourada”]
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Está na casa-templo \Nde Gauridasa
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O passatempo \Nfavorito de Gaur-Nitai
66
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É dançar no templo,
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No templo de Gauridasa
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E quando estavam \Ndançando um kirtan
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s deidades \Npularam do altar.
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As deidades pularam \Nlá de cima do altar!
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E esse passatempo \Njamais ocorreu
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em lugar deste mundo interno
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Esse é um dos lugares \Nmais sagrados.
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Lá eu obtive a minha \Niniciação [Diksha]
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Com meu adorado \NGurudeva Pujyapada
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Shrila Bhaktishastri \NParampada Maharaj
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Ele me disse depois da iniciação
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Para que eu tomasse as bênçãos
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de Gauridas \NPandit e Gaur-Nitai
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E então fomos \Njuntos a um Tamarindo
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Que é uma árvore
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A árvore Kalpavriksha
67
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que fica próxima do templo.
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E então, \Nas imagens de Gaura-Nitai
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pularam do altar
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E começaram a dançar \Ncom os reais Gaura-Nitai
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Então haviam dois Gaura-Nitais!
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Dançavam o \NKirtan de Gauridasa
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Que belo passatempo!
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Mesmos os semi-deuses
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faziam chuva com \Npétalas de flores
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No Gauridasa Mandire \N[Casa-Templo de Gauridasa]
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Mas Gauridasa \Nficou muito infeliz
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Haha...
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Ele ficou muito confuso!
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Ele começou a pensar
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Agora as imagens \Ntambém pularam do altar
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E estão dançando.
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Então Gaur-Nitai tinham
68
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um aspecto belamente dourado
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E a quem ele deveria venerar?
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Eles se tornaram um Senhor?
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Em Ambika Kälna...
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Então ele ficou bem...
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Carrancudo...
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Sentindo uma iminente \Nseparação de suas deidades
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E então ficou com \Numa vara na mão!
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E correu atrás \Nde todos aqueles...
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pares de Gaura-Nitai
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Tal como a Yasoda \N[mãe do menino Krishna]
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ficava com uma vara \Nna mão correndo atrás de
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Krishna...
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Krishna, \Nembora sendo o Senhor da criação,
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Ele gosta de provocar
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E ser pomposo.
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Especialmente e \Nunicamente com seus Amados
69
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Não com qualquer um...
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Gauridasa é muito querido \Nao Senhor então,
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Quando ele ficou \Ncom a vara na mão
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Gaura-Nitai ficaram \Nmuito felizes
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Muito muito felizes,
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Eles estavam radiantes!
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E Gauridasa disse:
Dialogue:
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Não, não! aqui tem um par de deidades!{\i0}
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Então elas começaram \Na provocar todo mundo.
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Quando um par escapava,
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Ele começava a correr \Natrás do outro par.
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Que belo Passatempo!
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Vocês podem imaginar...
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na casa-templo de Gauridasa
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Por fim, \NGauridasa não ia desistir,
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como Yasoda às vezes desistia...
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70
Então, Nityananda e \NGauranga decidiram
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Deixá-lo vencer desta vez.
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Eles não seriam vencidos \Npor qualquer devoto
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Mas, eles seriam vencidos \Npelo mais devoto entre
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os devotos.
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Nityananda, Nityananda,
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Nityananda, Nityananda,
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Nityananda, Nityananda,
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Nityananda,
Nityananda,
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Nityananda, Nityananda,
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Nityananda, Nityananda,
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Nityananda, Nityananda,
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Nityananda, Nityananda,
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Nityananda olhou para \NGauranga e lhe disse:
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{\i1}Não conseguiremos nos esconder{\i0}
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{\i1}Não podemos escapar de Gauridasa{\i0}
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{\i1}Porque ele é nosso devoto amado{\i0}
71
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Mas, eles podem se esconder de...
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Não podem escapar, mas podem se esconder.
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Então Gauranga pensou:
Dialogue:
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Onde podemos nos esconder?{\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Não há nenhum lugar neste templo, \Nonde ele não {\i0}
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onde ele não nos encontraria? \NDevemos nos esconder!
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Nityananda disse:
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Eu estou presente \Nno coração de todos
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Como a paramatman \N[Alma Suprema]
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Kshirodakashayi cha \Npayobdhi-shayi
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sheshash cha \Nyasyamsha-kalah sa nitya-
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nanda-ramah sharanam mamastu
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Vishnu que reside \Nno Oceano de Leite
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[Kshirodakashayi]
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E Sesha [Rei Cobra Naja]
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são Sua expansão plena
72
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e a expansão de \NSua expansão plena.
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Seja Nityananda Rama \No meu refúgio íntimo.
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sharanam mamastu]
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Krishna, Sanatana Goswami \No descreveu como
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“Nityananda está presente \Nno coração de todos”
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Vishnu que reside no Oceano de Leite
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[Kshirodakashayi]
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coração de Lótus...
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Expansão plena de\N Nityananda Prabhu
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Então Nityananda disse a Gauranga:
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Vamos nos esconder no coração {\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}de...{\i0}
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Se Eles forem lá e se \Nesconderem no coração
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de Gauridas, \Nninguém irá encontra-Los.
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E eles já estavam \Nlá pensando no coração:
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{\i1}Então vamos nos esconder no coração{\i0}
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
73
{\i1}De nosso querido discípulo.{\i0}
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nome é Caitanya das
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Que
também dançava o Kirtan
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Então quando
\NEles começaram a provocar
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Ambos, Gaura
e Nitai \Nentraram no coração
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e Caitanya das
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
A partir daquele dia
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Caitanya das e seu nome...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
mudaram.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
E passou a ser chamado de
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Hrdaya Caitanya Das
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[servo Caitania no Coração]
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Porque ele carregava \NCaitanya Mahaprabhu
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
No coração.
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Então seu nome passou a ser
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Hrdaya Caitanya Das
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
74
[servo que tem \NCaitania no Coração]
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Glória a Hrdaya Caitanya, \NGlória a Hrdaya Caitanya
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Glória a Hrdaya Caitanya, \NGlória a Hrdaya Caitanya
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Glória a Hrdaya Caitanya, \NGlória a Hrdaya Caitanya
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Glória a Hrdaya Caitanya, \NGlória a Hrdaya Caitanya
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Gauridas
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Jaya, Jaya! \N[Glória, Glória]
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Gauridas, Gauridas
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Então, quando Gauridasa viu
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
que as deidades iam
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
no coração de \NHrdaya Caitanya Das
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Ele começou a chorar
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Ele chorava enquanto orava
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Mesmo ambos \Nos Gaura-Nitai reais
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
que estavam \Npresentes choraram
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Porque eles iriam \Nembora muito em breve
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,E
suas deidades eram simplesmente
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
75
o corpo e a alma
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Para Gauranga Mahaprabhu
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Ele disse para Gauridasa:
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Não Chore! Eu vou manufaturar{\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Deidades especiais para você! {\i0}
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
E Gauranga manifestou \Nduas deidades
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de tamanho natural
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feitas de madeira nim
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
[árvore amargosa]
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de seus corpos em deleite.
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Joviais, deidades muito joviais
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Elas são muito, \Nmuito misericordiosos
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E elas apresentam \Numa dança a Gauridas
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Jaya Gaura-Nitai
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Jaya Gaura-Nitai
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Gauridasa se prostou,
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76
Gauridasa se prostou
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Jaya Gaura-Nitai ,\NJaya Gaura-Nitai
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Jaya Gaura-Nitai,\NJaya Gaura-Nitai
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Jaya Gaura-Nitai,\NJaya Gaura-Nitai
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Jaya Gaura-Nitai,\NJaya Gaura-Nitai
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Jaya Gaura-Nitai,\NJaya Gaura-Nitai
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Jaya Gaura-Nitai,\NJaya Gaura-Nitai
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Gauridas estava radiante
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Vendo suas novas deidades
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Mas Gauridas pensou consigo mesmo:
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O que acontecerá se eles
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pularem de novo do altar?
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Se elas pularam antes,
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Effect,elas podem voltar \Na pular novamente?
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Tudo isso é possível.
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E desta vez \NGauranga gostaria de ir
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Ao lugar que ele...
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77
devia ir...
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E Gauridas...
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E até agora se \Nforem lá neste templo
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Em todo tempo...
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a cortina fica fechada.
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Assim eles não \Npodem pular de lá!
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Como no templo \NBanke-Bihariji...
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no Vrindavana.
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Eles temem que o Senhor saia.
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Especialmente, \Nse algo sobrevenha
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O Senhor se distrai, \Numa cortina...
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Impede que o Senhor saia...
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de Kalna
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Se vocês forem render graças
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ao Gaura-Nitai de Gauridas
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E chegarem lá
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as cortinas estarão fechadas.
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78
Então, \Nvocê volta pra lá denovo
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E mesmo não desistindo.
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Elas continuam fechadas{\i0}
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Estão fechadas! \N(risos)
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Então há um momento em que
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Elas são mostradas rapidamente
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Então talvez possam
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Conseguir a darshan\N[visão auspiciosa]
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De Gaura-Nitai.
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Mas, \Nessas deidades
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São tão ilimitadas
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Que...
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,não se sabe qual é
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hora certa
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do seu ocasional darshan \N[visão auspiciosa].
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Então, deve-se esperar...
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79
E voltar a vê-los \Nde novo e de novo
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Mas bem diante dos olhos
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está a Saundarya
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Que é a Beleza
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Bem no momento
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Em que as cortinas
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,estão
fechadas.
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Então viver sem eles é
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Como ser um peixe fora d’água
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Trêmulo pra ver a beleza Deles
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Mas é um peixe que anseia
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Por contemplar...
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o belo templo
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De Gauridasa Pandit
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Ali, mesmo que Nitai e Gaura
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estejam dançando Ainda hoje.
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
80
Dá muito trabalho... {\i0}
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{\i1}contemplar a Nitai{\i0}
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Ninguém exceto Gauridasa
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teve a oportunidade \Nde tão perto contemplar
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Nityananda e Garauchandra
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Estão na casa de Gauridasa
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Nityananda e Garauchandra
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Estão na casa de Gauridasa
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Gauridasa espera
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que Aqueles libertem
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todas entidades vivas.
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{\i1}gauridasa karata asa {\i0}
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Effect,Glória!
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{\i1}sarva-jiva uddhare{\i0}
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Gauridasa é o \Niogui mais importante
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É Gauridasa quem suplica
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Ao Senhor que liberte
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81
todas as almas...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,E o
Senhor é \No Senhor do Universo
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Como Vasudeva Datta...
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Seguramente Vasudeva Datta pediu
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a Gauranga na cidade de Puri
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para que
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Por favor, \Nliberte todas as almas{\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
de dentro deste mundo.{\i0}
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Deixa me leva-los
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Todas as...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Almas...
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Deixe-me sofrer por eles
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,E leve-os Contigo
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Vejam,
\Nsomos tão egoístas...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
queremos que os outros
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
levem os nossos sofrimentos
82
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
83
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Brahmandera uddare{\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Tudo que
estiver associado
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,A
Nityananda e Gauranga
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Tem o poder
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
de libertar universo inteiro
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Porque,
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
O Senhor
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
acolheu as súplicas deles
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Na verdade, Ele aceitou o pedido
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dos seus...
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associados.
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Então, \No que espera Gauridas
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Não é rezar para si mesmo
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Ele é totalmente altruísta
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Ele já se manifestou \Nna Gaura-Lila
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e esteve na Krishna-Lila.
84
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Ele reza para todas as almas.
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E todos só têm uma esperança!
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Que os caríssimos \Ndevotos possam rezar.
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Então para o mundo todo.
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Porque o Senhor só reconhece
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Seus caríssimos devotos.
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Ele não demanda \Na nenhum de nós
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Que não tenha nenhuma conexão
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Com o Senhor.
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O Senhor tem conexão apenas
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Com caríssimos devotos \Ncomo Gauridas
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Que está eternamente servindo
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na eterna lila...
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E parece que \Nqualquer um consegue
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Mas, a permissão é dada
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
para aqueles que estão
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
associados ao real passatempo
85
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
E estão lá para...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
auxiliá-Lo
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
neste passatempo...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Então eles estão \Nabundantes do Senhor
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
e o Senhor é mesmo \Nassistido por eles.
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Então devemos rezar:
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Gauridas..., {\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
permita que todas {\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
as entidades vidas \Ntendam a Ele{\i0}
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Todas as entidades \Nvivas estarão ligadas...
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Você deve orar para Gauranga
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Por todas as entidades vivas.
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Então, eu sou uma delas.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,Por favor, \Nore por mim também.
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Effect,Por favor, \Ndeixe-me fazer parte
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86
Do passatempo de Krishna
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Por favor, deixe-me tornar o servo
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dos seus servos.
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Às vezes Radharani não pode ir
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Ao encontro de Krishna
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Assim, Subal
[Gauridas]
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Se
parecia muito com Radharani.
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Então,
estavam Gaura-Nitai
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No Palácio de Radharani
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Ele se vestiu com as roupas
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De Radharani
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E Radharani se vestiu com
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As roupas dele.
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E então Srimati Radika
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Pôde se encontrar com Krishna
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Na verdade, com isso Subal satisfez
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87
o desejo íntimo de \NSrimati Radharani e Krishna.
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Então a Gaura-Lila também
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Ele está satisfazendo \No desejo íntimo
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De Gauranga.
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Seu único desejo
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,é
dirigir esta oração ao Senhor.
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Que servo!
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Esta canção é tão bela
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Porque ela foi conservada
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,Diretamente por Gauridas
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,Pandit [o estudioso]
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,E é assim que nós chegamos
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,Ao clímax desta canção,
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Para que entendamos o
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Desejo íntimo de Gauridas
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Pandit [o estudioso]
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Nós concluímos
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88
com o Harinam Kirtan
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(Canção do Nome de Krishna)
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Hare Krishna, Hare Krishna\NKrishna, Krishna, Hare Hare{\i0}
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Hare Rama, Hare Rama,
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Cantem, por favor!
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{\i1}Rama, Rama, Hare, Hare{\i0}
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Hare Krishna, Hare Krishna
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Krishna, Krishna, Hare Hare
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
{\i1}Hare Krishna, Hare Krishna\NKrishna, Krishna, Hare Hare{\i0}
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Hare Rama, Hare Rama,\NRama, Rama, Hare, Hare
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Hare Rama, Hare Rama,\NRama, Rama, Hare, Hare
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Haribol, Haribol,\NHaribol, Haribol,
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Nitai- Gaura
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Haribol, Haribol, Haribol, Haribol
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Nitai- Gaura
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Haribol, Haribol, \NHaribol, Haribol
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Nitai- Gaura
89
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Haribol, Haribol, Haribol, Haribol
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Tradução e legendas\NRenatex Kali
Gauridas Pandit
Fonte: http://gaudiyahistory.iskcondesiretree.com/gauridasa-pandit-2/
90
Uma curta história pode descrever bem o contexto dessa música8: O templo de
Gauridasa Pandit (ou Gauri dasa Barddhana) localiza-se cruzando o Ganges a partir
de Shantipur, em uma pequena cidade chamada Ambika Kalna, que faz parte do
distrito de Barddhama e, como diz Sadhu, está há cerca de 14 km de Navadwipa,
Mayapur.
8
Essa história foi traduzida a partir de um texto em inglês que trata da biografia de Gauridasa Pandit. Disponível
em: http://gaudiyahistory.iskcondesiretree.com/gauridasa-pandit-2/
91
O irmão mais velho de Gauri dasa Pandita, Surya dasa Sarakkali, teve duas filhas,
Shri Vasudha e Jahnava Devi. Ele as deu em casamento para Nityananda Prabhu.
”Na casa do Thakur Pandit, o Senhor Gauranga estava dançando com êxtase,
girando em círculo, enquanto Lord Nityananda cantou: 'Hari! Hari!”
”Apenas honre este pedido: fique aqui em Ambikanagar” - esta é minha última
submissão em seus pés de lótus. Se você for embora, certamente eu vou morrer! Não
tente enganar-me como Você fez com as gopis, dando uma filosofia elevada sobre o
seu 'Bhava-murti' (ou algo assim). Devo mantê-lo aqui de tal maneira que eu possa
vê-lo. Vocês dois irmãos ficam aqui comigo, então todos se libertarão. Novamente eu
estou pedindo a você, não me deixe 'Gaura Hari'. Então, assim, eu saberei que você é
o libertador dos caídos ".
”Shri Gauranga Mahaprabhu respondeu: 'Gauri dasa! Desista desta ideia. Você
pode apenas servir a uma fomra da minha deidade, pois estou pessoalmente presente
nessa forma. Você deve saber que isso é um fato. a verdade “.
Outro fato descrito por Sadhu neste vídeo na declamação entre as estrofes da
canção é igualmente fonte das meus estudos indianos.9 Em companhia dos muitos
devotos, Hrdoyananda cantou e dançou com êxtase. O sankirtan era tão feliz e
9
A página de referência é:
https://nitaaiveda.com/All_Scriptures_By_Acharyas/Biographical_Works/Lord_Chaitanya_Eternal_As
sociates/Gauri_Das_Pandit.htm
92
atraente que os Seus Senhores, Shri Shri GauraNityananda, vieram participar da
dança e do canto. Hrdoyananda teve muita sorte de ver tudo isso.
Enquanto isso, Gauridas também estava realizando um festival em sua casa. Quando
chegou o momento de fazer uma oferta, o pujari, Boro Ganga das Pandit, entrou na
sala da Deidade apenas para descobrir que não havia Deidades. Ele imediatamente
informou Gauridas.
Gauridas poderia entender o assunto muito bem. Sorrindo, pegou uma vara e seguiu
em direção ao festival de Kirtan, nas margens do Ganges. Chegando lá, viu os Dois
Irmãos Transcendentais envolvidos em dançar e cantar em êxtase. Shri Shri
NitaiGaurachandra também viu Gauridas se aproximando rapidamente e com um
humor irritado com uma vara na mão. Eles, portanto, entraram rapidamente e
silenciosamente no templo do coração de Hrdoyananda.
Vendo isso, Gauridas não conseguiu conter suas lágrimas de êxtase. Ele esqueceu
sua raiva e correu em direção a Hrdoyananda com os braços estendidos.
Abraçando-o firmemente, ele disse: “Você é tão afortunado! Desde hoje, seu nome
será Hrdoychaitanya Das" [aquele que tem Chaitanya no coração].
93
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=_zWbNy4U4fg
Publicado em 30 de out de 2015
Com legendas em português, esta bela canção é cantada aqui por Swarupa
Damodar Dasa. Ela foi adaptada de um poema escrito pelo sábio, filósofo e líder
reformador do Vaisnavismo Gaudia, Sri "Bhaktivinoda Thakur"(1838-1914). Trata-se
de uma canção vespertina que dá Glórias à tradição de venerar o Senhor Gauranga -
Krishna. Através da cerimônia Aarti (em que os devotos acendem uma luz de pavios
embebidos de manteiga purificada (ghee) ou cânfora, oferecendo-a às divindades), os
nomes de Nitai-Gaura são evocados. No poema, Bhaktivinoda apresenta alguns dos
principais gurus da tradição Vaisnava Gaudia da virada dos sécs. XV/XVI como
Gadadhara Pandita, posicionado à direita de Nitai; Advaita Acharya e Srivasa
Thakura, que protegem a divindade com um guardasol. O próprio Lord Brahma canta
na cerimônia, seguido por outros cantores semi-deuses. Narahari Sarakara,
tradicionalmente aparece abanando a divindade com a "camara" (leque de penas de
pavão). Também Lord Siva, Sukadeva Gosvami, e Narada Muni aparecem igualmente
para mostrar seu amor devocional por Krishna.
94
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=WURs5rJRXOE
Publicado em 24 de Fev. de 2015
95
Radha) e Krishna-Kunda (lit.: jasmin de lagoa de Krishna) recobra a tradição descrita
nos textos sagrados de "Sri Upadeshamrita" ("Néctar da Instrução" - de Srila Rupa
Goswami, séc. XVI) em que Krishna é orientado por sua consorte Radha a tomar
banho nos poços (lagoas) onde hoje são o distrito de Mathura no Estado de
Uttar-Pradesh na Índia, após derrotar e ferir de morte um demônio (asura) em forma
de touro. Krishna sorriu diante da inocência de sua consorte, e em seguida fincou seu
pé na terra de onde emergiram rios, formando um "tanque" ou uma "lagoa", aonde
Krishna se lavou apenas para deleitar sua consorte Radha. Este lugar de peregrinação
e banho é chamado de Radha-Kund (poço ou lagoa de Radha) e o próprio poço é
chamado "Krishna-Kund" ou "shyam-Kund". Outro famoso local de peregrinação
com extensão de 8 quilômetros é a colina de Govardhana. [lit.: "alimento das vacas"
de Go = Vacas( ou "sentidos") e Vardhana = alimento, nutrição ( ou "elevar"); "elevar
os sentidos", em tradução não literal. O rio Yamuna é filho da montanha Kalind. Mais
adiante, Keshi-Ghata faz referência à morte por sufocamento do demônio em forma
de cavalo monstruoso chamado Keshi, perpretada por Krishna naquela localidade;
Vansi-Vata seria a árvore para a qual Krishna atraiu as Gopis (vaqueiras) apenas ao
tocar graciosamente a sua flauta; a assembleia dos vaqueiros conduzida por Sridama,
irmão mais velho de Ananga Manjari e de Srimati Radharni (companheira
trancendental de Krishna); a anciã Paurnamasi, por sua vez, é a mãe de Sandipani
Muni, avó de um dos amigos íntimos de Krisnha de nome Madhumangala (o menino
de pele levemente escura Batu, rei dos Brahmanas) e sua irmã Nandimukhi, além de
ser discipula amada do sábio Devarsi Narada (discipulo direto de Krishna).
Enquanto Radhe, a companheira transcendental de Krishna se manifesta à sua
esquerda, a forma feminina de Gopisvara Mahadeva, com adoração nas margens do
rio Yamuna, é a forma do deus Shiva (expansão de Sadasiva), que vive em
Vrindavana protegendo a lei sagrada e manifesta-se à direita de Krishna,
simbolizando a mais perfeita forma de amor (Vraja prema); no cais de Rama-Ghata,
Balarama dançou a sua Rasa e teve ainda o prazer de desfrutar com as vaqueiras o
nado no rio Yamuna; e a estória da derrota da naja chamada Kaliya é descrita nas
passagens do capítulo 16, Canto 10 do Bhagavata Purana - quando Krishna vence a
serpente Kaliya e as esposas dela, ansiosas e agradecidas pela clemência de Krishna
ao manter o marido delas vivo passaram, portanto, a adora-Lo. Uma das consortes de
Sri Nityananda Prabhu, plena de divinas qualidades, chamava-se Jahnava devi, a
96
quem o poeta lindamente prosta-se no fim do poema aos pés. Foi ela quem
historicamdnte adotou o filho de Sri Chaitanya, Ramachandra, por volta do ano 1465
e realizou sua iniciação (Diksha). De maneira feliz, a canção se encerra sendo incluída
de modo incidental o Panca-Tattva Mahamantra. Demonstrando nossa total empatia
com a humildade do autor do poema, para nós, os "tão apartados de Krishna", este
seria o mantra o mais apropriado. Neste grande mantra, faz-se referência a Shrivasa
Thakura como sendo o quinto membro do Panca-Tattva (Cinco Realidades ou Cinco
Aspectos da Verdade Absoluta), sendo o primeiro Sri Chaitanya Mahaprabhu
(1486-1534) (encarnação de Krishna) sempre acompanhado de seu duplo Sri
Nityananda Prabhu (1474), e em terceiro, o avatar combinado de Maha Vishnu e
Sadasiva, Sri Advaita Acharya Prabhu (1434-1539), em quarto, Sua potência interna
Sri Gadadhara Prabhu e por fim, Shrivasa Prabhu,Sua potência marginal e símbolo
para a mais pura devoção, do qual deve-se humildemente seguir os passos.
97
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=B8lMTMP1Z0M
Publicado em 11 de Ago. de 2016
98
onomatopeias possam talvez significar mais do que dizem. Venho estudando de modo
autodidata o bengali há um ano e o hindi, língua bastante próxima ao urdu, há apenas
2 meses. Isto é muito embaraçoso, mas fiz esta "tradução" certamente muito ruim,
apenas por considerar um dever meu como um amante da poesia urdo e infeliz com o
fato de eu não ter encontrado (até agora, Agosto de 2016) uma única tradução na
internet para este belo poema. Suplico, assim, avidamente, a alguém que souber
traduzir desta bela língua, que possa também me corrigir nesta busca por significados.
Se isso for assim, eu o farei prontamente e com alegria. Este vídeo trata-se da abertura
de um seriado passado na televisão paquistanesa, em 2012, em comemoração ao
aniversário da independência daquele país. No entanto, este poema já havia sido
musicado e cantado por Hariharan no belíssimo filme de 1982 "Aagman",
https://www.youtube.com/watch?v=yOx9zlKXR7. A que, com o darshan de Krishna,
poderei traduzi-lo no ano que vem, pois será quando, provavelmente, eu terei mais
calma e tempo para fazê-lo. Por falar neste filme bastante político, pensei se na
passagem do poema "a cruz e uma forca decorada" não pudesse ter algo a ver com o
líder revolucionário Bhagat Singh (1907-1931), que lutou contra o jugo Britânico e
por uma Índia (ou Paquistão) laico e livre. Não consigo imaginar quem quer que seja
na Índia, cujo desejo de ser enforcado por sua causa política pudesse querer que se
"decorasse" uma cruz ou uma forca. Boa audição. Renato Araújo
Estou tentando estabelecer a letra e a tradução - I am trying to put the lyrics and
translation (PLEASE, SOMEONE HELP-ME!) junun ki yaad manao ke jashn ka din
hai frenzy memory which makes me believe that today is a celebration day [mare
nida nida mare nida] - ? nida [clamour] [maaray = dead] a voice died, died of a
voice ? junun ki yaad manao ke jashn ka din hai frenzy memory which makes me
believe that today is a celebration day salibodar sajao ke jashn ka din hai salibodar
sajao ke jashn ka din hai a cross and a decorated gallow [tano daire daire tano tano
dairena tadare dani yodani tadani (ta= the, to, so, from) dare = double, twin, snower
(danee = grains, seed) tandre dani tano daire daire tano tano dairena] (tandre =
thuderstorm) grains cry, cry and cry, the long cry tamije rahbaro rahjan karo na aaj
ke din (tamije= manners, behave) (rahbaro = Leader) (rahjan = tendency) (karo = do
it) (na =not) (aaj = today) ke din (nowadays) the behave do not lead the trend today
har ek se hath milao ke jashn ka din hai hand by hand, today is a celebration day [hai
tare dani tadiya tana din tana (diyi = recording, lamp, lit, passed) ??? They are stars,
seeds of the past that cry tana natandre dani tandreda nitadre dani nani its a tempest
99
of seed odani tadani tandre dani (odani = low, lower) they are down below seeds of
tempest tano daire daire tano tano dairena] they cry, cry the long cry tadare dani
yodani tadani corajous seed of the pike of the mountain tandre dani tano dere dere
tano tano dairena] fall down like tempest and cry, cry the long cry vo
shorish-e-gham-e-dil jis ke lai nahin koi they insurgency occurs in heart which has no
sorrows ghazal ki dhun meñ sunaao ki jashn ka din hai Poetry[ghazal] turns in to
melody. Today is a celebration day tano daire daire tano tano dairena cry, long, cry
the long cry daniro radani risani nidamare daniro radani radham= ritmo
risani(messaging, communication, rescue) ??? ghazal nárí tamám areta niza nisa
sarema danisa ghazal = urdo poetry/ nárí= woman támam=absolute, accomplish,
aspiration, close, complete areta= fly, flying nizá= rapidly, argumentation
nizam=discipline/ nisá= woman sarema=male danisa= dense ??? in the dense poem
the woman and man are complete and fly ??? bahut ajij hai lekin sisakta dil yaaro
bahut= very, lot, too aziz= dear, darling hai=is sisakta=hiccup, whisper,, dil= heart
yaaro= friends tum aaj yaad na aao ke jashn ka din hai You will never forget this day.
Today is a celebration day.
But all of this is just my own especulation, not a translation.
100
nazar sambhāl ke jaao ki jashn kā din hai
101
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=wSjLgP17b8c
Publicado em 11 de Ago. de 2016
102
sâscrito com Japonês, em verdade eu não conheço essa língua e peço desculpas por
eventuais erros na tradução. Boa audição! Renato Araújo
Letra
nama om vishnu-padaya
krishna-preshthaya bhu-tale
srimate bhaktivedanta
swamin iti namine
Tradução
Namah - curvo-me; om- em direção; visnu-padaya - daquele que está aos pés do
Visnu; krsna-presthaya - que é muito querido de Krsna; bhu-tale - na terra; srimate -
todo belo; bhaktivedanta -svamin - [Bhaktivedanta Swami Prabhupada - Professor
Conhecedor dos Vedas que sempre está aos pés do Senhor Chaitanya]; iti - assim,
namina - que é chamado
Namah - curvo-me; te- diante de ti; sarasvate deve- servo de Bhaktisiddhanta
Sarasvati Gosvami; gaura-vani - a mensagem do Senhor Caitanya; pracarine - que está
pregando; nirvisesa - impersonalismo; sunyavadi - nadificação; pascatya- - do
Ocidente; desa - países; tarine - que estão entregues
Letra:
103
Bhaktivedanta \Né seu nome.
Nama om
Visnu-padaya
krsna-presthaya bhu-tale
Srimate Bhaktivedanta
svamin iti namine.
Eu te saúdo, discípulo de Sarasvati.
Tu és quem proclama a mensagem de Gaura [krishna]
És quem liberta...
os países ocidentais...
do impersonalismo e do vazio.
Namaste
sarasvate deve
Gaura-vani-pracarine
Nirvisesa sunyavadi
pascatya desa tarine.
Glória ao Senhor Krishna Chaitanya...
a Prabhu Nityananda.
Glória aos senhores Adwaita,
Gadadhara e à Shrivasa Pandit
que louvam a Gaura [Krishna] em Vrinda.
Sri-Krishna-Chaitanya
Prabhu Nityananda
Sri-Adwaita,
Gadadhara,Shrivasadi
Gaura-bhakta-Vrinda.
A Energia Suprema é Krishna ["o Todo Atrativo"]
Krisha, Krishna ["o Todo Atrativo"], Na Energia Suprema...
A Energia Suprema é Rama [Krishna em Si mesmo]
Rama [Krishna em Si mesmo] é a Energia Suprema...
Hare Krishna, Hare Krishna
Krishna Krishna,Hare Hare
Hare Rama,Hare Ram
Rama Rama,Hare Hare
104
A Energia Suprema é Krishna ["o Todo Atrativo"]
Krisha, Krishna ["o Todo Atrativo"], Na Energia Suprema...
A Energia Suprema é Rama [Krishna em Si mesmo]
Rama [Krishna em Si mesmo] é a Energia Suprema...
Hare Krishna, Hare Krishna
Krishna Krishna, Hare Hare
Hare Rama, Hare Rama
Rama Rama, Hare Hare
Hare Krishna, Hare Krishna
Krishna Krishna, Hare Hare
Hare Rama, Hare Rama
Rama Rama, Hare Hare
Hare Krishna, Hare Krishna
Krishna Krishna, Hare Hare
Hare Rama, Hare Rama
Rama Rama, Hare Hare
Tradução e Legendas
Renatex Kali
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mantra é substituto do divino no mundo não-divino; cantar esses versos,
repetidamente, seria equivalente a "perder-se no divino". Assim, abandona-se
momentaneamente a individualidade e determinada "frequência" da consciência para
tornar-se uno, sintonizando-se com a suprema totalidade universal.
2) O mais antigo dos mantras hindus que se tem notícia é denominado: "om"
("oum" ou "aum"), primeiro termo que aparece nesta canção (oração). Geralmente
inicia-se um texto sagrado ou oração com esse mantra. Ele é interpretado geralmente
como o "som do universo". Alguns textos hindus o subdividem em três fonemas
sequenciais em: primeiro lugar: "a"; segundo lugar: "o"; terceiro lugar: "um"; Em
termos simbólicos esses sons representariam a criação e destruição do universo
material que, na sequência difundida pela astrofísica moderna, seriam chamados: a)
big bang (que seria a potencialidade) b) era estrelífica (que seria a esperança) c) e as
três teorias científicas da destruição universal: 1)big rip - grande ruptura; 2) big
crunch - grande colapso; e 3) big freeze - grande congelamento) (que seria o fim)
https://www.youtube.com/watch?v=4_aOIA-vyB
3) Outro aspecto intrigante refere-se à cavidade bucal como a própria história que
compõe o universo, onde a emissão do som "om", "aum" ou literalmente "aoum",
onde "a", "o", "um" (do mantra "om") descrevem a trajetória do som na boca (desde o
nascimento "a", depois a extensão ou manifestação do "a", que seria o "o" e,
finalmente, a destruição do universo com o "um") ou seja, desde o nascimento do
universo ["respiração da alma"] no fundo da boca vazia "a", indo para fora e chegando
ao meio da boca semi-cheia com a expressão do "o", [seu crescimento], e finalizando,
por fim, na expressão interrompida finitamente na boca repleta e fechada do "um",
[retornando à sua origem], encontrando o seu "fim", mas recomeçando a mesma
trajetória indefinidamente. Sendo Brahma "a" (criação); sendo Vishnu (ou Krishna,
segundo algumas tradições) "o" (a conservação); e Shiva o "um" (a destruição"), e
assim sucessivamente, chegamos à "expansão e contração" do universo representadas
pelos músculos bocais ao expressar o mantra do "a" ao "um".
4) Reforçando a tese orientalista da historiografia filosófica grega, é interessante
que os Gregos antigos também tivessem intuido em seus mitos que "do chaos surgiu o
universo". Esse termo deriva de khaínô, que significa "boca aberta" na pronúncia da
sílaba "kha" (de Chaos - que possui uma filologia histórica e uma trajetória vocal
semelhante). Essa "abertura de boca" é o simbolo para o caos, vazio e nada no
106
universo. É certo que este termo venha mesmo do proto-indo-europeu e se diz "Ghen"
(que no inglês ficou "Gap"="lacuna", ou "Gape"="Bocejo" - todas essas ascepções
são aceitas em termos experimentais). Essa herança linguística indo-europeia teria
ocorrido inicialmente no paleolítico, quando o homo sapiens saiu da África para
povoar a Eurásia e o Subcontinente Indiano a partir do norte da Índia. No séc. XVI
um mercador florentino (Filippo Sassetti) percebeu a semelhança entre o sânscrito e o
grego e o latim indicando palavras como devaḥ = dio/dias (latim/grego), "Deus",
sarpaḥ = serpe, "serpente", sapta = sette, "sete", aṣṭa = otto/octoo (latim/grego),
"oito", nava = nove/ennea (latim/grego), "nove" etc. Essas confrontações linguísticas
ocorreram in loco entre o ano 10 mil (com a pouco provavel 'teoria da continuidade
peleolítica" e, a mais provavel, mas não totalmente aceita "hipótese indiana" da língua
"proto-indo-europeia", remontando há 6 mil a.C. Tese defendisa pelo Belga Koenraad
Elst (1959) - essas hipóteses foram defendidas em "Update on the Aryan Invasion
Debate" (Aditya Prakashan, 1999) e em "Asterisk in Bharopiyasthan" (Voice of India,
New Delhi, 2007).
5) No mundo antigo, com os anos de interpretação essa ideia de Caos se
reelaborou na ideia de um "vazio amplo", "vazio do ar", "abismo desforme"(que não
abriga formas), "nulo", etc. até chegar nas definições de Chaos para o poeta romano
Ovídio 43a.C.-17-8 d.C que associava o Chaos à noção de "desordem" e daí, "cisão",
"separação" etc. Para rivalizar com Chaos, na mentalidade Greco-Romana havia
Cupido (ou Eros). Ambos são criadores e destruidores, mas enquanto Chaos separa,
Eros une.(Repulsão e Atração). Na linguagem de hoje, enquanto o vazio dasabriga
(em pedaços, cria Nix, ou a "noite" e Érebo ou a "escuridão"; uma família originada
de forma assexuada, subdividindo-se em muitas partes, que na biologia moderna
chama-se "mitose") e o cheio abriga (o cheio unifica pedaços criando, em seu "amor
louco pela união", seres como a deusa "Hedonê" grega e a "Voluptas", Romana (que
significa "prazer", de onde vem as palavras "Voluptuosidade" e "hedonismo", quem
vive de prazeres).
6) No mundo judaico-Cristão os termos "Amém", "Aleluiah" e "Osana" seriam
igulamente mantras do ponto de vista da evocação ou consciência do feito ou
presença divinos. O movimento hare krishna (uma forma de perenialismo ou
"filosofia perene") popularizou no ocidente o principal mantra de libertação entre os
da tradição Vaishnava Gaudiya chamado Maha Mantra (Grande Mantra). Esse mantra
107
é a evocação da divindade Rama ou Krishna e tem o propósito de libertação da
duração kármica dessa era, chamada kali yuga (ou era das trevas). O mantra é
composto por dezesseis nomes: 1)Hare 2)Krishna 3)Hare 4)Krishna 5)Krishna
6)Krishna 7)Hare 8)Hare 9)Hare 10)Rama 11)Hare 12)Rama 13)Rama 14)Rama
15)Hare 16)Hare
Condensados em 3: 1)Hare 2)Krishna 3)Rama O Maha Mantra como o "Supremo
Prazer provindo de Krishna" pode ser "explicado", então, nessas três partes, que são
os três aspectos do divino: O termo sânscrito "Hara" designa "energia divina para qual
todos tendem"; e os nomes santos "Krisnna" e "Rama", designam o divino mesmo:
"Aquele que É o Todo Atraente [Krishna] é a fonte de Todo Prazer [Rama]". A
Energia Suprema é Krishna ["o Todo Atrativo"] Krisha, Krishna ["o Todo Atrativo"],
[é] a Energia Suprema... A Energia Suprema é Rama [Krishna em Si mesmo] Krishna
em Si mesmo é a Energia suprema Dito em outras palavras o mantra é dirigido ao
próprio Deus: "meu Amigo [Amor, Amado e Amante] Krishna, sendo o Todo
Atraente, reservatório de Todo o Prazer, por favor, aceite-me no serviço devocional"
7) A saudação (namastê) a Sarasvati, que també m aparece na canção (oração) não
deve ser confundida com a deusa hindu da sabedoria, das artes e da música, senão,
como uma saudação ao mestre espiritual de Srila Prabhupada, o líder Bhaktisiddhanta
Sarasvati (1874-1937) que, por sua vez, foi discípulo de Bhaktivinoda Thakura
(1838-1914). Assim, na passagem "Namas te sarasvate deve". Pronuncia-se sarasvate
(locativo singular), que significa "Saúdo o que está na ordem [ou linha] espiritual de
Sarasvati". E isso é assim porque Srila Prabhupada (e seus discípulos) pertence à essa
ordem, chamada família Sārasvata. E eis o significado profundo dessa canção
(oração): render tributos ao líder espiritual e lembrar-se de suas atividades neste
mundo, ou seja, gaura-vāṇī-pracāriṇe (transmitir as mensagens de Gaura - o
"Dourado" - Krishna) e fazer o combate às filosofias espirituais do impersonalismo e
do niilismo. Essas escolas de pensamento defendem que a realidade última é sem
forma, e as formas são efeitos temporários (ilusões); não creem na dualidade da forma
e do objeto e supostamente não acreditam na Suprema Personalidade do Divino.
Enquanto que para o impersonalismo, acreditando ainda na realidade não-dual, ainda
lhes sobraria algo, que seria associado à consciência, mas para o niilismo, A
substância não-dual dos impersonalistas também é descartada, assim, não restaria nem
a consciência depois da extirpação da forma e do objeto, não restaria nada. Por isso é
108
uma tradição chamada niilista (termo latino "nihil" que significa "nada") - para os
quais a vida não tem um sentido preestabelecido e a existência não tem um sentido ou
uma razão pré-determinada. A história dessas filosofias ocorrem na Grécia pelo
menos 100 anos depois da India.
8) Existiu na India védica uma escola pré-budista que fundou o materialismo 100
anos antes de Leucipo (nascido na Grécia em cerca de 500 a.C.) cujo líder era
chamado Ajita Kesakambali (séc.VI a.C), do qual infelizmente não sobrou nem um
texto, apenas citações que tentaram refutá-lo. Ele praticava a "Ucchedavada"
(Doutrina da Aniquilação após a morte) e "Tam-Jivam-tam-sariram-vada" (Doutrina
da Identidade entre Alma e Corpo), Ajita Kesakambali, portanto negava a existência
separada da alma eterna. Este seria o mais distante em termos históricos que
poderíamos chegar aos conceitos que levam ao niilismo. Um pouco tempo depois (ou
no mesmo período) Sidarta Gautama (Shakyamuni, ou Buda), que teria vivido entre
563/480 a.C – c. 483/400 aC. como Ajita Kesakambali foi citado por Shakyamuni
podemos inferir que é mais antigo que esse ou seu contemporâneo. Num dos Sutras
(escritos budistas advindos de registros dos ensinamentos orais de Shakyamuni)
chamado Pitikas, há os "Discursos Numéricos" (ou Anguttara Nikaya XXIV) em que
Buda argumentaria no 6o. século antes de Cristo a favor do niilismo como uma forma
metodológica de se chegar a verdade. Ele diz: todas as estruturas, sejam elas físicas ou
conceituais, são impermanentes e vazias de qualquer substância consistente ou
natureza essencial. A citação completa seria: "Sendo eu cercado por aqueles que são
auto-constrangidos, eu não postulo nada que seja visto, ouvido, sentido, ou agarrado e
considerado verdade por outros, como categoricamente verdadeiro ou falso, já que as
pessoas já viram este dardo de "Eu sei! Eu entendo! Isto é simplesmente assim!" [etc.].
Eu não me apego a nada".(Anguttara Nikaya XXIV)
9)Eu gostaria de dar meu depoimento pessoal com relação a essa filosofia, porque
eu nasci dentro do budismo em função dos meus pais se converterem à Nitiren Shoshu
(budismo Japones) que chegou ao Brasil em 1962, por meio do líder budista fundador
da Soka Gakai, (Sociedade para Criação de Valores) Daisaku Ikeda (1928). o
principal escrito desta vertente budista mahayana é o Saddharnapuṇḍaríka Sutra
(também chamado Sutra de Lótus ou Hokkekyo). Nestes ensinamentos, as concepções
do vazio e do nihilismo budistas são relativizadas por inúmeros motivos teóricos que
não posso resumi-los todos, mas relato um deles que é a interpretação dada por um
109
líder japonês reformador do Budismo, chamado Nitiren Daishonin (1222-1282), que
encontrou um "refúgio" para se chegar à "iluminação" (libertação dos nacimentos)
que era a recitação do "mantra" que evocava um único ensinamento de Shakyamuni,
recitação da devoção ao Saddharnapuṇḍaríka Sutra, ou Sutra de Lótus, chamado
"Nam-Myoho-Rengue-Kyo" (aonde "nam" vem do sanscrito "namu" ou "nama" de
"curvar-se respeitsoamente"(como aparece nesta canção). Assim, a tradução literal de
"Nam-Myogo-Rengue-Kyo" seria "curvo-me ao sutra de lótus") o que chamaríamos
no budismo de "Om mani padme hum" que significa "da lama nasce a flor de lótus"
um outro mantra associado à divindade de quatro braços...Shadakshari...Mas em hindi,
nos faz lembrar da sublime essência dos pés de lótus de Krishna "nama om Vishnu
padaya" (nama Krishna pada-padma) "curvo-me aos pés de lótus de Krishna". Mas,
no caso Budista, aquele seria uma espécie de "Maha Mantra", chamado Daimoku em
japonês, onde "Dai" significa "Grande" e "Moku", "Título" (grande título - que faz
referência a um dos vários sutras ou ensinamentos transmitidos por Shakyamuni a
seus discípulos). Ora, o título deste ensinamento considerado último para Nitiren
Daishoni é, em resumo, "lótus". "Sad-dharma Puṇḍárīka" (Sūtra) cuja tradução não
literal em Japonês é "Myoho-Rengue"(Kyo) aonde "Myo" significa "místico" (no
sentido daquilo que é incompreensível); "ho" significa "lei" (no sentido da lei da vida,
lei natural, sintetizada no ciclo de "nascimento, velhice, doença e morte"); "rengue"
significa "flor de lótus" (padma em sânscrito - e padum em hindi). e "kyo" (em
sanscrito "Sutra") significa "ensino", mas não qualquer ensino, e sim aquele que se
propaga como budha-vāṇī-pracāriṇe (transmite as mensagens e Buda) pelas três
existências da vida, ou seja, o passado, o presente e futuro. Ensino que transcende as
condições mutáveis do mundo físico e do ciclo de nascimento, velhice, doença e
morte.
10) Mas se partirmos para a tradução literal do sânscrito Sad-dharma Puṇḍárīka
teríamos "Sad = correto", "Dharma=Lei" (ou seja, "lei correta") e "Myo=Místico",
"ho=lei" (ou seja, "lei mística") que em japonês se diz "Myoho-rengue". Curiosamente
Pundarika é o nome de um kundalini yogi que levou os serviços ao deus Vithoba para
a cidade de Pandhapur, aonde há um templo dedicado a Vithoba, uma das
manifestações do Senhor Krishna. Pundarika é uma figura central num dos relatos de
tradição Varkari, sendo um devoto de Deus Vishnu ele dedicava-se a servir seus pais
quando recebeu a visita do Senhor Gopala-Krishna, que veio de Govardhana como
110
um vaqueiro, cercado por vacas, quando encontrou Pundarika servindo aos pais.
Krishna tinha consigo a marca de Srivatsa (uma belíssima forma de nó infinito que
remete à deusa da Beleza hindu Lakshimi), ele usava brincos (makara-kundala) e
penas de pavão. Encantado com a beleza de Krishna, Pundarika pede a Krishna que
permaneça naquela forma nas margens do Rio Bhima, para tornar ali um local santo.
11) Os sutras possuem cerca de 80 mil capítulos, farei uma citação do que eu mais
conheço que é o sutra de lótus, que mostraria uma "relativização" da noção de
nihilismo ou impersonalismo no Budismo. No primeiro capítulo, oitenta mil
bodhisattvas (homens de grande erudição só não igualáveis a Budas), seus onze filhos
e doze mil gurus e homens santos (Arhats ou Arakan = Sanyasis) o aclamaram como
"conquistador além da morte", ou seja, alguém que estava livre da perambulação da
alma (samsara) ou como em Sânscrito se diz "Murtyanjaya". Ou seja o aclamara
"Buda" ou "desperto", que podemos entender como um paralelo, que ele se tornou
"consciente", como na tradição Vashnava os fiéis tornam-se "conscientes de Krishna",
que é a conexão íntima com o divino e ao mesmo tempo libertação do impersonalismo
e do niilismo, realmente presente no mundo, tornando assim, o "vazio" buscado da
meditação a libertação dos condicionamentos mentais e não um esvaziamento da
suprema personalidade do divino (ou da totalidade do universo como um). Conta-se
que essas milhares de pessoas o aclamaram dizendo em voz unissona: "Seu corpo não
existe nem não existe; Sem causa ou condição, Sem si ou com os outros; Nem
quadrado nem redondo, Nem longo nem curto; Sem aparência ou desaparecimento,
Sem nascimento ou morte" (Sad-dharma Pubṇḍárīka, Cap. I - Virtudes ), a leitura
literal deste trecho o interpreta como impersonalismo, e no entanto, ele estava ali
presente como personalismo naquela "cerimônia de lótus". Nesta cerimônia, ou seja,
no sutra de lótus (permitam-me uma particularização aqui, nos mais belos capítulos
do sutra de lótus, o hoben - ou meios - e juryo - revelação da vida eterna do Buda) o
tornado "consciente", "desperto" transmite um ensinamento a Shariputra, um
Bhramane que teria sido o discípulo sucessor do Buda Shakyamuni, não tivesse ele
falecido alguns meses antes do seu "guru" Shakyamuni, alcançando a "consciência"
ou iluminação numa outra vida como um "Buda da flor brilhante". shakyamuni
dirige-se a Shariputra (ou "Sharihotsu" em Chinês Clássico, de onde vem o budismo
japones) dizendo:
111
12) A sabedoria dos budas é infinitamente profunda e imensurável. O portal dessa
sabedoria é difícil de compreender e de transpor. Nenhum dos homens de erudição ou
de absorção é capaz de compreendê-la. Qual é a razão disso? Um buda é aquele que
serviu a centenas , a milhares, a dezenas de milhares, a incontáveis budas e executou
um número incalculável de práticas religiosas. Ele empenha-se corajosa e
ininterruptamente e seu nome é universalmente conhecido. Um Buda é aquele que
compreendeu a Lei insondável e nunca antes revelada, pregando-a de acordo com a
capacidade das pessoas, ainda que seja difícil compreender a sua intenção. Sharihotsu,
desde que atingi a iluminação tenho exposto meus ensinos utilizando várias histórias
sobre relações causais, parábolas e inúmeros meios para conduzir as pessoas e fazer
com que renunciem aos seus apegos a desejos mundanos. Qual a razão disso? A razão
está no fato de o Buda ser plenamente dotado dos meios e do paramita da sabedoria.
Sharihotsu, a sabedoria do Buda é ampla e profunda. Ele é dotado de imensurável
benevolência, ilimitada eloqüência, poder, coragem, concentração, liberdade e
samadhis (meditação), aprofundou-se no reino do insondável e despertou para a Lei
nunca antes revelada. Sharihotsu, o Buda é aquele que sabe como discernir e como
expor os ensinos habilmente. Suas palavras são ternas e gentis e podem alegrar o
coração das pessoas. Sharihotsu, em síntese, o Buda compreendeu perfeitamente a Lei
ilimitada, infinita e nunca antes revelada. Chega, Sharihotsu! Não vou mais continuar
pregando. Por quê? Porque a Lei que o Buda revelou é a mais rara e a mais difícil de
compreender.
13)"Yui-butsu-yo-butsu. Nai-no-ku-jin. Sho-ho-ji-so. Sho-i-sho-ho. Nyo-ze-so.
Nyo-ze-sho. Nyo-ze-tai. Nyo-ze-riki. Nyoze-sa. Nyo-ze-in. Nyo-ze-en. Nyo-ze-ka.
Nyo-ze-hô Nyo-ze-hon má-ku-kyo-tô". Tradução: "A verdadeira entidade de todos os
fenômenos somente pode ser compreendida e partilhada entre os budas. Essa
realidade consiste de aparência, natureza, entidade, poder, influência, causa interna,
relação, efeito latente, efeito manifesto e consistência do início ao fim". Um artigo
muito esclarecedor intitulado "as quatro verdades nobres verdades do budismo",
escrito por um Vaishnava norte americano Satyaraja Dasa (nascido em 1955) e
iniciado por sua Divina Graça Srila Prabhupada aproximam essas duas tradições
indianas demonstrando respeito invejável por ambas as tradições. vocês podem ler o
artigo dele aqui:
https://voltaaosupremo.com/artigos/artigos/as-quatro-nobres-verdades-do-budismo/
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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=2jsJVUazeC4
Publicado em 07 de fev. de 2017
113
A fineza poética de Narottamo Das Thakur ao compor essas sextilhas
revolvem-se nos ritos de adoração ao casal transcendental Radha-Krishno e às
vaqueiras amigas íntimas da bela Radha.
Lalita, a mais fiel, Visakha a mais impressionante (não confundir com a
seguidora de Buda, Viśākhā, numa das imagens das vaqueiras aqui apresentadas ela
aparece sentada no chão tocando cítara). As duas lideram as amigas íntimas em torno
das quais Narottamo Das Thakura elabora suas estrofes de fascínio.
Lalita é amiga íntima do Casal Divino, Sri Sri Radha Krishno. Lalita é 14 anos
mais velha do que Radha, e portanto ela é a mais velha das amigas de Krishna e sua
compleição é amarela.
Todos os seguidores de Rupa Goswami, enquanto encarnação de Rupa Manjari
deve se considerar, em última instância, um servo de Lalita.
Esta é exatamente a minha percepção em relação a Narottamo Das, enquanto um
"Lalita Bhakta", sua busca principal descrita na canção é pelo amor transcendental
(prema) - termo incluído bela e sabiamente pelo cantor desta versão na forma de
interpolação "Radha Prema", ou seja, o amor de Radha que se encontra em "Radha
Kunja", Vrindavana, mas um termo que não aparece expressamente no poema
original.
O amor de Krishno por Radha, e por extensão às suas "namoradas" ou "amigas
íntimas" (Sakhi) vaqueiras...é seguido pelo amor de Narottamo à Radha, enquanto
avatar de Champaka Manjari na Krishna-lila (epopeia remota que descreve os
passatempos juvenis das divindades Sri Sri Radha-Krishna), em que Champaka está
servindo eternamente à Rupa Manjari (Rupa Goswami), uma das principais amigas
íntimas de Radha.
Perdoem-me pelos tropeços deste principiante tradutor. Estou sempre
humildemente aberto a quaisquer revisões:
boa audição! Renato Araújo
Letra:
(1)
radha-krsna prana mora jugala-kisora
jivane marane gati aro nahi mora
(2)
kalindira kule keli-kadambera vana
114
ratana-bedira upara bosabo du’jana
(3)
syama-gauri-ange dibo (cuwa) candanera gandha
camara dhulabo kabe heri mukha-candra
(4)
gathiya malatir mala dibo dohara gale
adhare tuliya dibo karpura-tambule
(5)
lalita visakha-adi jata sakhi-brnda
ajñaya koribo seba caranaravinda
(6)
sri-krsna-caitanya-prabhur daser anudasa
seva abhilasa kore narottama-dasa
Tradução:
Radha-krishna São A Minha Energia Vital (prana mora)
(1)
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
Vivo ou morto, não tenho outro refúgio, senão Neles.
Vivo ou morto, não tenho outro refúgio, senão Neles.
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
(2)
Às marges do Rio Kalindi [Yamuna],
na floresta das pequenas árvores kadamba.
Às marges do Rio Kalindi [Yamuna],
na floresta das pequenas árvores kadamba.
Sobre um trono de pedras preciosas,
farei sentar o divino casal.
Sobre um trono de pedras preciosas,
farei sentar o divino casal.
115
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
(3)
Em seus corpos negro e branca,
Eu vou ungir perfume de sândalo.
Em seus corpos negro e branca,
Eu vou ungir perfume de sândalo.
E com um camara [espanta moscas] Eu vou abaná-los...
Quando contemplarei seus rostos feito luas?
E com um camara [espanta moscas] Eu vou abaná-los...
Quando contemplarei seus rostos feito luas?
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
(4)
Depois de fiar guirlandas de flores malati,
adornarei Seus pescoços...
Depois de fiar guirlandas de flores malati,
adornarei Seus pescoços...
Às Suas bocas de lótus,
oferecerei nozes de betel perfumadas com cânfora.
Às Suas bocas de lótus,
oferecerei nozes de betel perfumadas com cânfora.
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
(5)
Lideradas por Lalita e Visakha,
e com a permissão de todas as vaqueiras amadas do Senhor...
Lideradas por Lalita e Visakha,
e com a permissão de todas as vaqueiras amadas do Senhor...
eu servirei aos pés de lótus de Radha e Krishna em Vrindavana.
eu servirei aos pés de lótus de Radha e Krishna em Vrindavana.
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
Radha e Krishna, casal jovial...
116
Eles São a minha energia vital.
(6)
O servo dos servos de Sri Krsna Caitanya Prabhu,
Narottama dasa,
O servo dos servos de Sri Krsna Caitanya Prabhu,
Narottama dasa,
sou quem anseia por servir a este casal divino...
Narottama dasa,
sou quem anseia por servir a este casal divino...
Narottama dasa,
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
Vivo ou morto, não tenho outro refúgio, senão Neles.
Vivo ou morto, não tenho outro refúgio, senão Neles.
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
Radha e Krishna, \Ncasal jovial...
Eles São a minha energia vital.
Tradução e Legendas:
Renatex Kali
117
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=crvEHx3h6fs
Publicado em 08 de abr. de 2017
118
1466 d. C., mas a data de seu desaparecimento é incerta. Ele levou os ensinamentos
de Sri Chaitanya MahaPrabhu para fora dos limites da Bengala Ocidental, espalhando
o Vaisnaísmo Gaudíya em regiões ao sul. Foi o primeiro a distinguir a tradição
Vaishnava da barbárie alien (Mleccha), dos Jônios (Yavana), e sociedades bipartidas
entre senhores e escravos (como os Kambojas do período védico - cujos reis-divinos
indo-iranianos eram equivalentes aos no ocidente chamados de "déspotas orientais")
tal qual se distinguia o vaishnaísmo Gaudíya do asceta Brahmin ou mesmo dos servos
shudras, abaixo apenas dos dalits no antigo sistema de castas indiano,
tradicionalmente ligados aos esportes e outrora totalmente desligados do comércio e
dos estudos, uma realidade que graças aos deuses está mudando em toda índia, mais
vagarosamente nas áreas rurais, mas exemplos como a maravilhosa Escola Shanti
Bhavan têm se multiplicado com sucesso, em questão de algumas décadas um grande
número de descendentes de dalits modificarão seu destino.
119
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=sDMuaMZcPEI
Publicado em 14 de abr. de 2017
A canção por vezes chamada de "Krishna Murari", cujo título original é "Mama
Mana Mandire" é cantada aqui com grande paixão por Swarupa Damodara Prabhu.
Esse poema musicado foi composto pelo líder reformador do Vashnaísmo Gaudiya,
Sri Saccidananda Bhaktivinoda Thakura (1838-1914). A canção-oração aqui traduzida
trata da alegria, do desejo devocional na presença de Krishna e a dor do sofrimento
que causa a separação do ser Amado. Sendo que nas primeiras estrofes Krishna [o
Todo Atraente] é chamado por um de seus epítetos Murari (destruidor do demônio
Mura, ou seja, purificador da mente - "coração"). Onde "Mana", de "Mama Mana
Mandire" significa ao mesmo tempo "mente" e "coração", que são indistintos nos
conceitos filosóficos indianos. Então, "Mama" seria "meu" e "mandire" seria
"Templo". Nas últimas estrofes o devoto oferece as tradicionais guirlandas de flores
que são os modos de honrarias devocionais nos costumes do subcontinente indiano.
"mana-hāri" refere-se ao "Ladrão da Mente-Coração", é um dos nomes de Krishna,
pois, associa-se ao mesmo tempo desde a sua atividade infantil de roubar manteiga de
sua mãe até a tomada da Consciência que é relatada pelos seus devotos. Portanto, ele
é chamado de forma não pejorativa de "Ladrão", porque "roubaria" as consciências
humanas que tenderiam todas necessariamente para Ele. No poema, também aparece
uma referência à cerimônia Arati (ou Aarti) - que significa "Cessar", "Concluir" -
trata-se de uma cerimônia vespertina na qual os devotos acendem uma luz de pavios
embebidos de manteiga purificada (ghee) ou cânfora, oferecendo-as às divindades,
120
significando a própria iluminação (pradīpe - luz, citada no poema) advinda do divino...
A Arati é, portanto, uma cerimônia de reverência final. O poema termina com a
promessa de "bajūk jīvana" – entoar em voz alta pelo período de vida o divino
nome-canção: "Krishna Murari". Perdoem-me pelo meu mau Bengali, ainda estou
aprendendo essa maravilhosa língua.
Boa Audição,
121
Até a morte ofertar-Lhe-ei as minhas reverências
Ó belo ladrão da mente
122
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=VGrKa8zwljg
Publicado em 17 de abr. de 2017
123
"Servindo a Gauranga, recitando Gauranga se elimina a tristeza."
Boa audição! Renato Araújo
Refrão
bhaja gauranga kaha gauranga laha gaurangera nama re
je jan gauranga bhaje, sei (hoy) amara prana re
(1)
gauranga boliya du’ bahu tuliya naciya naciya bedao re
Cantando Gauraga, o faça com os braços pra cima dançando e dançando sem parar.
(2)
gauranga bhajile gauranga japile hoy duhkhera abasana re
servindo a Gauranga, recitando Gauranga se elimina a tristeza
124
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=GyFhmQaKw3I
Publicado em 22 de abr. de 2017
Oito estrófes glorificam a Saci Suta (Lê-se "Shati Suta") - o Filho da mãe Srimati
Saci Devi, ou seja, glorificam a Krishna. Cantada por Sua Graça Swarupa Damodar
Dasa Prabhu e composta originalmente em Sânscrito por Shrila Sarvabhauma
Battacarya (séc. XV), da escola de Advaita, essa bela canção apresenta algumas das
joviais qualidades do filho de Saci Devi e o desejo do poeta devoto de se integrar ao
serviço devocional. Também conhecida por (Nava Gaur Varam) "S'rî
S'achî-Sutâshthakam" em tradução livre significa "Oito Versos Para o Sr. Filho de
Saci", quer dizer, oito orações que glorificam o Filho de Srimati Saci Devi.
125
Novo Teu êxtase de espírito,
novas as Tuas danças bailadas.
Novos os risos provocados,
belo, dourado e jovial!
Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!
nava-prema-yutam nava-nîta-s'ucam
nava-ves'a-kritam nava-prema-rasam
navadhâ vilasat s'ubha- prema-mayam
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam
hari-bhakti-param hari-nâma-dharam
kara-japya-karam hari-nâma-param
nayane satatam pranayâs'ru-dhara
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam
126
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam
nija-bhakti-karam priya-cârutaram
natha-nartana- nâgara-râja-kulam
kula-kâmini-mânasa- lâsya-karam
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam
127
yuga-dharma-yutam punar nanda-sutam
dharanî-sucitram bhava-bhâvocitam
tanu-dhyâna-citam nija-vâsa-yutam
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam
128
Novas as Tuas danças bailadas.
Novos os risos provocados, Belo, dourado, jovial!
Tradução e Legendas
Renatex Kali
129
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=PJGv7LZgNW0
Publicado em 24 de abr. de 2017
130
Este texto é particularmente importante para a tradição Vaisnava Gauḍiya porque
seu fundador, Sri Chaitanya Mahāprabhu (1486-1534) redescobriu uma parte da obra,
que havia sido dada por perdida por alguns séculos anteriores ao seu redescobrimento.
Ou seja, Sri Chaitanya Mahaprabhu recuperou os 62 versículos do Capítulo 5,
encontrando-os no Templo Adikeshav em Thiruvattar, Tamil Nadu, no sul da Índia no
século XVI.
Em 1970, George Harrison, um dos Beatles que se converteu ao vaisnaísmo
produziu uma gravação moderna para essas orações realizadas por devotos do Templo
Rādha Kṛṣṇa em Londres.
Intitulado "Govinda", a canção tomou seu título da linha principal do coro da
oração e foi cantada pela primeira devota mulher de Sua divina Graça Srila
Bhaktivedanta Swami Prabhupada, Sua Graça Yamuna Devi Dasi (falecida em 2011
aos 69 anos).
Perdoem-me pelos meus eventuais erros na tradução do sânscrito para o
português e boa Audição!
Tradução e Letra
131
Ananda-cinmaya-sad-ujjvala-vigrahasya
132
Angani yasya sakalendriya-vrtti-manti
Pasyanti panti kalyanti ciram jaganti
Ananda-cinmaya-sad-ujjvala-vigrahasya
133
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=HkHCklsuWrE
Publicado em 02 de Mai. de 2017
134
inteirados, a melodia aqui está em Kaherva Tala e ela pode também foi ouvida ao
fundo da instalação da Deidade em Mayapur no DVD de sua instalação de 2004.
Letra:
(1)
jiv jago, jiv jago, gauracanda bole
kota nidra jao maya-pisacira kole
(2)
bhajibo boliya ese sam´sara-bhitare
bhuliya rohile tumi avidyara bhare
(3)
tomare loite ami hoinu avatara
ami bina bandhu ara ke ache tomara
(4)
enechi ausadhi maya nasibaro lagi'
hari-nama maha-mantra lao tumi magi'
135
(5)
bhakativinoda prabhu-carane pariya
sei hari-nama-mantra loilo magiya
Bhakativinoda caiu aos pés
do mesmo Santo nome Hari
e o tomou completamente
136
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=gl7Y4Y6Fb9s
Publicado em 03 de Jun. de 2017
Esta é uma Bhajan (canção devocional) cantada ao vivo na língua Braja Bhasha
do norte da Índia por Govind Bhargava Ji, nos arredores de Nova Déli, no Bhajan
Sandhya Gurgaon, no Estado de Haryana.
Inicialmente, esta canção foi popularizada por Krsnadasa Brahmacari ... A canção
é executada em uma variação da forma musical da Raga Bhairavi na Tala Bhajani.
Trazido aqui com legendas em Português, este poema é cantado na língua Braja
Bhasha, uma das línguas clássicas da tradição religiosa Vaisnava do norte da Índia.
(Língua na qual a maior parte das canções do Jahnamastani - aniversário de Krishna -
são cantadas).
O poema trata da beleza, doçura e delicadeza do casal transcendental
Krishna-Radha, fazendo menção ao Deus "Shyam" (Escuro, Negro ou Azul)
referência que não é outra senão a menção à própria compleição de Krishna, pela
coloração de sua pele - igualada à cor das nuvens de chuva.
Perdoem-me pelo meu fraco conhecimento da língua Braja Bhasha, pelo qual
não pude traduzir senão literalmente algumas estrofes e especialmente as falas
espontâneas do cantor que
137
não se encontram tradicionalmente na letra. Esses possíveis erros me
impulsionarão a estudar mais! E como é bom estudar o vaisnavismo e as línguas da
maravilhosa Índia!
Boa Audição
Renato Araújo
Refrão:
anupama madhuri jodi hamare syama-syama ki
rasili rasabhari ankhiyan, hamare syama-syama ki
hamare syama-syama ki, hamare syama-syama ki
Letra:
(1)
mukuta aur candrika mathe, adhara par pana ki lali
aho kaisi bani chavi hai, hamare syama-syama ki
(2)
parasapara mili ke do phare, sri vrindavan ki kunjana men
nahi baranata bana sobha, hamare syama-syama ki
(3)
nahi kucha lalasa dhana ki, nahi nirmana ki iccha
sakhi, syama ki do darasan, daya ho syama-syama ki
Tradução
Refrão:
Nosso doce casal Shyama-Shyama é sem precedentes! Ó, nosso Shyama-Shyama!
Vendo os olhos bonitos e suculentos de nosso Shyama-Shyama apazigua aos nossos
próprios olhos sedentos.
138
Letra:
1) Uma coroa e chandrica [luz da lua] descansam graciosamente em suas cabeças.
Seus lábios estão vermelhos devido ao betel. ó, que visão requintada do nosso
Syama-Syama!
3) Também não desejamos riqueza ou [a vida no] palácio. Todos desejamos o seu
darshana, mas, para isso, devemos obter a Sua misericórdia.
139
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=gbaFg_NgKBc
Publicado em 04 de Jun. de 2017
140
algumas imagens relacionadas ao futuro vaisnava, este vídeo foi legendado para o
português.
Letra:
(1)
jiv jago, jiv jago, gauracanda bole
kota nidra jao maya-pisacira kole
(2)
bhajibo boliya ese sam´sara-bhitare
bhuliya rohile tumi avidyara bhare
(3)
tomare loite ami hoinu avatara
ami bina bandhu ara ke ache tomara
(4)
enechi ausadhi maya nasibaro lagi'
hari-nama maha-mantra lao tumi magi'
141
(5)
bhakativinoda prabhu-carane pariya
sei hari-nama-mantra loilo magiya
Bhakativinoda caiu aos pés
do mesmo Santo nome Hari
e o tomou completamente
142
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/edit?o=U&video_id=WV1gnW9V0jc
Publicado em 11 de Jun. de 2017
Guru Smaran
Cantada pela famosa cantora do cinema indiano Sadhna Sargam (1973-) e ainda
por Ravindra Sathe (1951-) e também conhecida como "Akhanda-Mandalakaram
Mantra" (Mantra Daquele que Tudo permeia Indivisivelmente), "Guru Smaran" (ou
"Recordações do Guru") é uma canção-oração de oferecimento de respeitosas
reverências ao mestre espiritual. A forma tradicional Vaisnava de se fazer essa
reverência é prostrando-se inteiramente o corpo ao chão (de barriga para baixo) com
as mãos para frente diante do altar (ou os pés de lótus de Krishna), para os homens;
enquanto que, para as mulheres, curva-se até o chão sem tocar os seios nele, apenas as
mãos - pois, sendo sagrados, os seios nunca devem tocar o chão. A "recordação" aqui
é a que se faz ao mestre espiritual ou ao "Guru" (do sânskrito Gu = "a escuridão" + Ru
= "o que afasta, remove"), dito em outras palavras "O guru é visto como aquele que
dissipa a escuridão da ignorância". A tradução literal para Smaran (ou "Simran", é
lembrança, ou recordação, mas não no sentido nostálgico, isto é, trata-se da
143
"consciência constante do Nome". O refrão reforça isso exatamente: Tasmai Sri
Gurave Namah "À este Santo Guru, ofereço minhas reverências".
Não sei se compreendi bem a passagem :
Letra:
Guru Smaran
Om
Suprema Totalidade.
Tatpadam Darshitam Yena Através do qual esse estado foi a mim revelado,
144
Tasmai Sri Gurave Namah À este Santo Guru, ofereço minhas reverências
Tasmai Sri Gurave Namah À este Santo Guru, ofereço minhas reverências
Tasmai Sri Gurave Namah À este Santo Guru, ofereço minhas reverências
Agyan timir-andhasya
Gyananjan Shalakaya
caksur-unmilitam yena
Tasmai Sri Gurave Namah À este Santo Guru, ofereço minhas reverências
Yadrishoasi mahadeva
tadrishaya namo namah
145
da qual Tu mesmo És, o que eu reverencio
146
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/edit?o=U&video_id=WV1gnW9V0jc
Publicado em 24 de Jun. de 2017
147
nuvens de chuva).5) tem em sua raiz na cultura hindu como a oitava manifestação do
deus Vishnu.
Narayana = Deus Supremo, em sua infinita forma omnipresente. Do composto
sânscrito tatpurusha (nára, significa "homem", "seres", "entidades vivas") + (ayana,
"eterno, sem fim").
Narayana é um epíteto de Vishnu, já que Vishnu é "uma forma finita dos Narayan
infinitos", força para a qual Tudo tende, "lugar de repouso para todas as entidades
vivas".Narayana é, portanto, imediatamente relacionado ao Deus Vishnu, no
hinduísmo e à Krishna, na tradição Gaudiya.
De acordo com os textos brahmânicos Manusmriti, Narayan é relacionado às
águas, já que estas são chamadas "narah" e O que as cria é "O primeiro Ser", aonde
residia as águas, por isso Ele é chamado Nara [águas] - ayan [residência, repouso]. De
fato, os relatos orais, escritos, as canções e as representações pictóricas tanto de
Vishnu quanto de Krishna apresentam a água como sua íntima. Enquanto Vishnu é
figurado sentado em cima de um oceano (por vezes de leite), Krishna se banha no Rio
Yamuna com as Gopis, vence demônios nas profundidades oceânicas entre outros
passatempos marinhos relacionados.
Muralidhari = portador da flauta. A atividade do flautista está relacionada à do
vaqueiro que pastoreia o rebanho. Krishna é muitas vezes entendido como vaqueiro
(Gopala) que usa sua flauta para encantar e impressionar as vaqueiras (Gopis). A
beleza de sua feição de "Todo Atrativo" se coaduna com a beleza da música que sai
de sua flauta. Num poema de quatro versos (sloka) de Rupa Goswami Prabhu, a
flauta, enquanto ser consciente que deseja os lábios de Krishna é glorificada assim:
"Ó amiga flauta, que tipo de coisas boas tu fizeste que tal pedaço de bambu seco
e duro como tu, com mais falhas (nós) do que furos, desfruta-se em ser espremida
pelas mãos de Krishna e saboreia um fluxo infindável de néctar de seu beijo?"
Govardhan Girivardhari = Diz-se d"Aquele que Ergueu a Colina de Govardhana",
faz referência ao passatempo de Krishna ao fazer Indra, o rei dos deuses se prostrar
diante Dele, quando, por sete dias ergueu com o dedo mindinho a enorme colina de
Govardhana. (vejam abaixo, um trecho do mito contado por Joseph Campbell)
OM = Suprema Totalidade - evocada antes e depois de todo texto sagrado e em
alguns bhajan (canções devocionais cujo significado é "compartilhar") - por favor,
vejam uma observação a respeito do mantra OM abaixo.
148
Dito em resumo, o cancioneiro popular da Índia assim canta este lindo "Bhajan"
ao compartilha essa sabedoria milenar:
"Oh Krishna, que toca a flauta divina, Tu és aquele que levantou a montanha para
tudo proteger. Aquele que roubou a manteiga e também o coração de todos, Venhas
dançar conosco e nos elevar ao êxtase!"
Perdoem-me pelos eventuais erros na tradução e
Boa Audição!
Renato Araújo
Letra:
aaj kee raat bacha ke dhadakanen rakh lee hain mainne kal ke lie.
Esta noite eu deixarei ele pulsar
149
Vanmali Muralidhari Govardhan Girivardhari
Com guirlandas silvestres e Sua Flauta, a colina de Govardhan Ele levanta
Com que elegância e feminilidade Gitanjali Rai se apresenta ao cantar essa canção!
Algo que também me chamou muito a atenção foi a declamação incidental do ghazal
(poesia, lê-se "razal") de um outro poeta que escreveu também na maravilhosa língua
Urdu Qateel Shifai (1919 – 2001). Juntamente com Faiz Ahmad Faiz (1911-1984)
estes são os meus poetas preferidos nessa língua. Um dos trechos (02:55) em urdu
ficaria mais ou menos assim (perdoem-me pelos possíveis erros de caracteres em
urdu):
150
o que em Hindi ficaria assim:
meree nazar se na ho door ek pal ke lie tera vazood hai laazim meree gazal ke lie.
Trechos aliás, que Gitanjali Rai faz algumas adaptações, acredito eu para fixar melhor
a poesia ao Hindi (que é uma língua próxima do Urdu com algumas diferenças no
léxico e uma diferença total na escrita (especialmente, como é visível, as diferenças
entre alfabeto devanagari e o urdu). No poema o poeta fala do "estóico" "rir e sorrir na
ferida", típico de tradições asiáticas, que tiveram correspondências ao romantismo no
ocidente. Vale a pena acompanhar o ghazal mais completo aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=uzgIuoxpmDQ boa audição!
Observação sobre o Mantra OM, já referido acima: O mais antigo dos mantras
hindus: "om" ("oum" ou "aum") é interpretado, geralmente, como o "som do
universo" declamado pelo iogui em meditação. A sequência "a", "o", "um", descreve
no movimento da cavidade bucal a própria história que compõe o universo, na qual
emissão do som "om", "aum" ou literalmente "aoum", onde "a", "o", "um" (do mantra
"om") seriam a trajetória física do som na boca (desde o nascimento "a", depois a
extensão ou manifestação do "a", que seria o "o" e, finalmente, a destruição do
universo - do início e do meio, com o som final - "um") Dito em outras palavras, essa
trajetória vai desde o nascimento do universo ["respiração da alma"] no fundo da boca
vazia "a", indo para fora e chegando ao meio da boca semi-cheia com a expressão do
"o", [seu crescimento], e finalizando, por fim, na expressão interrompida finitamente
na boca repleta e fechada do "um", [retornando à sua origem], encontrando o seu
"fim"(da boca vazia ou fechada), mas recomeçando a mesma trajetória
indefinidamente. Sendo Brahma "a" (criação); sendo Vishnu (ou Krishna, segundo
algumas tradições) "o" (a conservação); e Shiva o "um" (a destruição"), e assim
sucessivamente, chegamos à "expansão e contração" do universo representadas pelos
músculos bocais ao expressar o mantra do "a" ao "um".
Como Krishna levantou uma colina com um só dedo! "Os criadores de animais
costumavam cultuar o deus Indra, a contraparte hindu de Zeus, rei do céu e senhor da
chuva. Um dia, depois que eles tinham feito suas oferendas, Krishna, já rapaz, disse:
151
"Indra não é divindade suprema, embora seja rei do céu; ele teme os titãs. Além disso,
a chuva e a prosperidade que pedis dependem do sol, que drena as águas e as deixa
cair outra vez. Que pode Indra fazer? Tudo o que acontece é determinado pelas leis da
natureza e do espírito". E ele chamou a atenção das pessoas para as florestas, cursos
de água e colinas próximos, especialmente para o monte Govardhan, dizendo que eles
mereciam mais sua adoração que o remoto mestre do ar. E elas ofereceram flores,
frutos e guloseimas à montanha. O próprio Krishna assumiu uma segunda forma:
tomou a forma de um deus da montanha e recebeu as oferendas das pessoas, ao
mesmo tempo em que mantinha entre elas sua forma original, cultuando o deus da
montanha. O deus recebeu as oferendas e as comeu , Indra se enfureceu e ordenou ao
rei das nuvens que fizesse chover sobre as pessoas até que tudo ficasse arrasado. Um
grupo de nuvens tempestuosas caiu sobre o local e começou a provocar um dilúvio;
parecia que o fim do mundo tinha chegado. Mas Krishna encheu o monte Govardhan
com sua energia inexaurível, elevou-o com o dedo mínimo e disse às pessoas que se
refugiassem sob ele. A chuva chocou-se com a montanha, foi aquecida e evaporou. A
torrente caiu por sete dias, mas nem uma gota tocou a comunidade de vaqueiros.
Então o deus percebeu que o seu oponente devia ser uma encarnação do Ser Primai.
Quando Krishna, no dia seguinte, saiu para pastorear as vacas, extraindo música de
sua flauta, o Rei do Céu desceu, com o seu grande elefante branco, Airavata,
inclinou-se diante dos pés do sorridente rapaz e demonstrou-lhe sua submissão".
(CAMPBELL, J. O Herói de Mil Faces. São Paulo: Cultrix [1949] p.171.) (...) "O
poderoso herói, dotado de poderes extraordinários capaz de levantar o monte
Govardham com um dedo e de preencher-se a si mesmo com a terrível glória do
universo , é cada um de nós: não o eu físico, que podemos ver no espelho, mas o rei
que se encontra em nosso íntimo. Krishna declara: "Sou o Eu, que reside no coração
de todas as criaturas. Sou o princípio, o meio e o fim de todos os seres" (CAMPBELL,
J. O Herói de Mil Faces. São Paulo: Cultrix [1949] p.187.)
152
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=c4kgvHAduNE
Publicado em 07 de Jun. de 2017
Essa canção fala da bondade, inocência e doçura das mães, que podem ser
simbolizadas na figura de Radha, amiga de infância e amante de Krishna. Em uma
passagem emocionante canta:
Ao ouvirmos isso, nós, que não somos mais "sortudos", somos os que mais nos
emocionamos. Que bom poder traduzir e legendar uma canção como essa, cantada
pela bela Jaya Kishori ji. Desde a primeira canção que eu a vi cantar em 2013 "Radhe
Krishna" (https://www.youtube.com/watch?v=xq9AO) já a achei maravilhosa. Desde
então, eu queria traduzir algum bhajan (canção devocional) cantada por ela, e só agora
tenho essa oportunidade. Ela vive em Calcutá e estudou Comércio na Mahadevi Birla
World Academy e hoje, com cerca de 21 anos, ela continua a cantar belamente as
153
canções devocionais ao casal Radha-Krishna, do nosso lado, continuamos a
acompanhá-la com emoção.
Boa audição! Renato Araújo
Agora, no mínimo para que eu tenha uma memória disso quando meu nível de
conhecimento no Hindi chegar pelo menos ao básico, eu dividirei com vocês, pelo
menos nessa canção, as minhas imensas duvidas sobre o que realmente é falado numa
passagem desse vídeo (transcrevo as minhas anotações para desvendar esse mistério -
algo que de forma alguma me dou por satisfeito!:
ek bar kelie
Pela primeira vez
ek ban kelie ak ban karkar,
apri manne yakaro ek bar kelie sab yie - eu desejo de uma vez por todas
154
ek bar kelie - de uma vez - pela primeira vez
ek bankarakar = um por um
yaad = lembrar, memória, flashback
ek ban karkar - ek criado antes da
aaparee maan = sua mãe
pensando-se em sua mãe
ek se tornar kar
aparimaane = espelho
ek ban kar - torna-se um
akban karakar - akban antes
karkar - antes, anterior, antes de, antes de se
Aankh - olho aankh ban karakar - (torna-se cego)
os que crescem separados/ desde o início/ tornam-se cegos
apriy main yaaro -(me desagrada, me aborrece)
eu não acho isso bom
155
are hei
batchi paname bachee = permanece paname = como um livro
jabuu jabu jabu jabu = sempre que, quando quer que
jera tsume (herats main) herats main = meu coração
rota cha krodh tatcha = ela fica nervosa/ roda = obstáculo /
chatt = barulho
tobah maa toba tobaa = pena, penitência maa= mãe
puri rad jaghnih sarelie pooree = full / jagahanee= vista
(paisagem) / sarelie = seguir, sarala = conveniente, fácil, inocente
Como podem ver, não conhecer bem uma língua pode ser um baita desafio,
principalmente quando se estuda sem sistematização e sem um objetivo de
compreender tudo sa língua, apenas aquilo que ela traz de mais imediato em princípio.
Mas vejam por vocês mesmos se não vale a pena sofrer pra traduzir essa beleza:
156
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=YsMIPGK8qVw
Publicado em 28 de Jul. de 2017
Essa canção típica ("lamento") trata-se de uma música de incentivo para aqueles que
vivem uma vida distante dos pés de lótus do Todo-Atrativo Govinda-Gopala
(buscador e protetor das Vacas e dos Vedas).
Eu, por exemplo, quando, muito antes de estudar o hindi e o bengali, ouvi falar pela
primeira vez do sábio, filósofo e líder reformador do Vaisnavismo Gaudia, Sri
Bhaktivinoda Thakura (1838-1914), autor dessa bela e triste canção-oração, eu fiquei
absolutamente intrigado por sua vida, pensamentos e dedicação integral relacionados
ao seu serviço amoroso a Krishna. E de fato, acreditei imediatamente que eu havia me
tornado um de seus discípulos quando, perplexo e maravilhado, eu soube de sua
estrita agenda diária:
157
10h -13h: Deveres do tribunal
13h -14h: revigorar energias em casa
14h.-17h: Deveres do tribunal
17h -19h: Traduzir sastras do sânscrito para o bengali
19h-20h: Banho, prasadam (meio litro de leite, arroz, 2 chapatis)
"3 horas de sono e mais de 8 horas escrevendo? quanta devoção!!! Que fantástico!" eu
pensei: "Seria possível um amor assim tão supremo e quase sobrehumano?" A
respeito dessa Canção-oração, em uma aula auspiciosa não datada Srila Bhaktivedanta
Swami Prabhupada (1896-1977), quem nos anos 60 trouxe da Índia a cultura Hare
Krishna ao ocidente relatou que:
https://www.youtube.com/watch?v=lRFioev-G0Q&t=79s&spfreload=10
"Esta é uma música cantada por Bhaktivinoda Thakura em sua humildade Vaisnava.
Um Vaisnava é sempre um ser manso e humilde. Então ele [Bhaktivinoda] está
descrevendo a vida das pessoas em geral, como se fosse um deles. Ele diz que "A
minha vida está sempre envolvida em atividades pecaminosas, e se você tentar
descobrir, você não encontrará nem um vestígio de atividades piedosas - apenas
atividades pecaminosas". E, por favor, você é o melhor,
"Daya-hina svartha-paro:"
158
Para-sukhe duhkhi, sada mithya-bhasi:" Eu não sou nada misericordioso, e vejo
apenas o meu interesse pessoal. Como tal, quando os outros sofrem, fico muito feliz e
sempre falo mentiras. Mesmo nas coisas comuns, estou acostumado a falar mentiras.
"Para-duhkha sukha-karo:"
E se alguém está sofrendo, isso me é muito agradável.
"Nidralasya hata, sukarye virata:" Sou conquistado pelo sono e pela a preguiça, e
sempre sou avesso às atividades piedosas ".
Pratistha lagiya sathya-acarana: "Eu sempre engano os outros pelo meu prestígio".
E heno durjana saj-jana-varjita: "Estou tão decaído que eu não me associo aos
devotos".
159
"Aparadhi nirantara:" Sou um constante ofensor.
,
"Subha-karya-sunya:" Na minha vida não há nem um pouco de atividade auspiciosa ";
Sadanartha manah: "e minha mente sempre é atraída por algo malicioso".
Nana duhkhe jara jara: "Portanto, no fim da minha vida, estou quase inválido por
causa de todos esses sofrimentos."
160
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=wZ0z8aSEOjQ
Publicado em 28 de Dez. de 2017
Você está ali, você é um turista. Union Square, em nova iorque...é claro que eu
também tirei uma foto estando ali, pertinho do metro... E, de repente você se depara
com algo muito inusitado. É uma mulher muçulmana (Hijabi) fazendo uma entrevista
com uma devota de Krishna (Kalyani devi dasi). Logo, você percebe que aquela
devota é muito linda e fala com um sotaque europeu saboroso e você ouve o que ela
fala e fica muito contente com tudo. A muçulmana é praticamente "convertida" à
consciência da Suprema Personalidade de Deus e por toda aquela beleza. E elas,
assim como eu, não querem parar de dizer: Hare Krishna!
Boa Audição Renato Araújo
161
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=m1ZOdzOxrHU
Publicado em 29 de Dez. de 2017
Glória à Radha
Por trás de uma aparente simplicidade esconde-se um universo. Essa bela canção,
cantada aqui pelo cantor estadunidense Jai Uttal (1951) "Glória à Radha" faz
referência à consorte de Krishna Radha ou Radhe.
Ela foi amiga de infância de Krishna e também sua amante. Radha é uma das
Gopi (vaqueiras) por quem Krihna revela um amor excepcional, por vezes
interpretado como o amor que as pessoas devem à Krishna. Na tradição Hindu, Radha
é um avatar de Lakshimi, deusa da beleza. E por isso a concepção de Radha como
"aquela a quem todos veneram" ficou ligada irremediavelmente ao seu nome.
O estilo gracioso que atrai a todos é chamado "dhaj". Ainda na tradição hindu
mais antiga, a deusa da prosperidade "Ma" Shri Laxmi é aquela que teria esse poder
de atrair a todos.
Esse seria o poder integrado do Todo-Poderoso Bhagwan Shri Madhav Ji e a
Deusa primordial Ma Shri Laxmi, de onde
162
Ma e dha significariam "louvada por todos" e
Va de Madhav como em "vandaniya"(respeitada), significa também "aquele(a)
louvado(a) por todos". Outro significado de Va é subentendido de "kalyankari" (a que
cura). "Va" também significa "oceano".
Então, Bhagwan Shri Madhav ji significaria, literalmente: "o oceano da
misericórdia". Então, se tomarmos o significado de Va como var, Bhagwan Shri
Madhav Ji seria o "doador, o adorável, senhor ou herói".
O termo sânscrito Radha significa: “prosperidade, sucesso” e Srimati (de Shrimati
Radharani), que aparece na imagem final do vídeo é o tratamento de reverência à
essa consorte que completa o dualismo teológico no casal transcendental
Radha-Krishna.
A despeito de toda dificuldade de tradução ou entendimento para nós iniciantes,
não precisamos nos desesperar! Afinal, a primeira lição quando aprendemos uma
língua estrangeira é que "os nomes são intradutíveis". Isso porque, os nome
tradicionais estão intimamente ligados à cultura, significando com isso que não há
como refletir sobre determinados nomes sem refletir sobre a determinada cultura na
qual este nome se desenvolveu. Assim, essa canção refere-se mais a nomes que a
frases desdobradas em declinações e orações subordinadas, entre outras. Sendo assim,
lembremo-nos de que não há distinção teórica entre as principais deidades do
vaisnavismo, de modo que: Radha, Radhe, Radhrani, Govinda, Gopala, Madhava,
Mukunda, Murari etc., significam uma única e a mesma coisa, a saber, Krishna
[o "escuro", a Suprema Personalidade Divina].
Boa Audição! Renato Araújo
163
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=NwGPpJsY6g8
Publicado em 17 de set de 2015
Esse foi o primeiro texto traduzido do português para o inglês publicado neste canal.
Acreditei, a partir daqui que deveria divulgar com mais sistematização as nossas
grandes coisas escondidas ou esquecidas. Há certamente traduções para o inglês de
clipes, músicas, documentários e filmes produzidos no Brasil, mas poucos os que
estão no “lado B” ou na sombra do mainstream.
164
Como diz apropriadamente Mario Schemberg em seu depoimento sobre Henrique
Oswald “Na fase final de sua pintura, pareceu um contracenso introduzir colagens de
figuras humanas cujo sentido escapou a muitos. Pareceu um contracenso colar esssa
figuras nas arquiteturas interiores. Creio porém que, com isso, ele teve mais uma
intuição profundamente certa. A linguagem contemporânea da colagem representa a
humanidade que continua, a pesar da morte do velho mundo pintado. (pausa) Os
últimos desenhos de Henrique Oswald representam o ponto mais alto de sua evolução
artística. Neles o tema é a decreptude e a podridão moral do burguês...”. Os artistas
brasileiros podem, ademais, contribuir para o último dos desdobramentos possíveis
(ainda válidos num futuro aonde a práxis retomará seu sentido e seu valor) no
ocidente neo-latino, portanto, livre da obrigatoriedade da apresentação de toda vitória
artística do humano, sem tomar como única via a da dominação - mas talvez certos
alunos do Oswald, por limitações próprias não tenham aprendido bem a lição.
165
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=SQ5VQFG2ovc
Publicado em 17 de Mar. de 2017
166
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=Wv_j5u8xdlM
Publicado em 13 de Abr. de 2017
167
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=duNbMb38cvc
Publicado em 13 de Abr. de 2017
Teaser de chamada do evento "Os Homens de pé" [Je suis debout - I'm standing
upright] que ocorreu em
07 de Abril de 2014, em memória dos 20 anos do genocídio de Ruanda (1994) -
com obras do artista plástico sul-africano Bruce Clarke.
168
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=WlvxMdNUPJo
Publicado em 13 de Abr. de 2017
Os Homens de Pé
Teaser de chamada do evento "Os Homens de pé" [Je suis debout - I'm standing
upright] que ocorreu em
07 de Abril de 2014, em memória dos 20 anos do genocídio de Ruanda (1994).
Patrick Watkins - com obras do artista plástico sul-africano Bruce Clarke.
169
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=Qwz0Iouzm1w
Publicado em 14 de Abr. de 2017
A bela septuagenária cantora inglesa que vive há anos na França, Jane Birkin
(1946) foi esposa do compositor dessa canção, o cantor francês Serge Gainsbourg
(1928-1991), falecido há poucos anos antes de ocorrer esse show com a musa. A
canção "Je Suis Venu Te Dire Que Je M`en Vais" é bastante emotiva, pois a
"interpretação" do "adeus" como um "fim do relacionamento amoroso" se confunde
com o fim percebido como a morte do cantor Serge. A letra da música é cheia de
referências ao poeta francês Paul Verlaine (1844-1896), com um poema utilizado
pelas forças aliadas na 2a. Guerra como um "código" para o início do "Dia D", o
desembarque na Normandia:
"Os Longos soluços dos violinos de outono ferem meu coração com um langor
monótono. Tão sufocante e pálido, que quando chega a hora, eu me lembro dos velhos
tempos e choro. E eu me vou em maus lençóis [maus ventos] que me levam pra cá e
pra lá, como uma folha morta."
A frase literal que realmente disse "tão bem Verlaine" no poema é: "Et je m'en
vais, au vent mauvais" (E eu me vou em maus ventos), que simboliza "um futuro
170
sombrio" esperado, em "despedida", pelo poeta...este seria o contrário exato dos "bons
ventos" que geralmente nos trazem o "encontro", das pessoas queridas.
Em sua estréia, em 1996, a "Rede 21" utilizou alguns clipes musicais em língua
francesa, incluindo este10. Eu era um estudante de filosofia e me interessava pela
língua. Essa música me remete a aquele tempo e, por isso, hoje a "folha de outono"
também sou eu...
Letra:
10
Outras canções que eu também amava da TV Rede 21 eram
Patricia Kaas - Quand j`ai peur de tout/ Fatiguée d'attendre
https://www.youtube.com/watch?v=ilX8c3Igiyo
https://www.youtube.com/watch?v=59LEx6JGun0
Ophelie Winter - Shame on You/ Dieu ma donne la foi
https://www.youtube.com/watch?v=sEH-k...
https://www.youtube.com/watch?v=eIOBL6mY-E4
Mark Clément - Berlin Last Station
https://www.youtube.com/watch?v=ttRirRiv9-o
Tv Fish
https://www.youtube.com/watch?v=Kt2FH_vlQ0Y
têm algumas outros músicas que agora não me lembro de cabeça...um grupo com uma música que parecia o Dire
Straits...e o clip se passava na rua...com skate, bicicleta..etc.
171
Tu t'souviens des jours heureux et tu pleures
Tu t'souviens des jours heureux et tu pleures
Tu sanglotes, tu gémis à présent qu'a sonné l'heure
Tu sanglotes, tu gémis à présent qu'a sonné l'heure
Ouais je suis au regret
D'te dire que je m'en vais
Car tu m'en as trop fait.
Je suis venu te dire que je m'en vais
172
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=SFdIO7Jccrw
Publicado em 06 de Mai. de 2017
Uma pessoa veio me perguntar porque eu, Renatex, sou: "tão humilde, impassível
e pareço um monge budista". Para responder a essa pergunta esquisita eu legendei
este vídeo que responde à uma outra pergunta que é desta vez muito boa:
"-Você sabe qual é o tamanho do universo?"
E a única resposta possível é a seguinte:
"-Não, você não sabe! Pois o universo é bem maior do que você pensava que
fosse".
(produzido por "Real Life Lore" - oferecimento: squarespace.com)
173
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=7b4Ilvs0n0A
Publicado em 12 de Mai. de 2017
A Teoria Nebular é a hipótese mais aceita da criação do Sistema Solar. Este vídeo
foi lançado pela Twig World uma empresa de mídia digital que oferece recursos
educacionais baseados em filmes curtinhos, por meio de um serviço de assinatura.
(https://www.twig-world.com/)
174
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=BshNiv_H7c0
Publicado em 12 de Mai. de 2017
Este filme sobre o carnaval Brasileiro foi rodado no contexto da "política da boa
vizinhança" (1933-1945) que se resumia numa estratégia de cooperação em fazer ao
mesmo tempo a contenção fascista, para a qual o país de tempos em tempos sempre
flertou e a implantação do estilo de vida e interesses dos Estados Unidos nos trópicos.
Para isso, alinhada à política de Estado, a indústria cinematográfica estadunidense
produziu muitos filmes de ficção e documentários que mostravam o Brasil para os
EUA e os EUA para o Brasil (e América Latina), desenvolvendo laços culturais,
comerciais e ideológicos entre os países. A cantora negra brasileira Elsie Houston
(1902-1943) – encontrada morta no ano seguinte à essas gravações, em seu
apartamento em Nova Iorque, num suspeitoso suicídio, foi casada com o poeta
surrealista e comunista francês Benjamin Péret (1899-1959). E, embora fosse ela
própria curiosamente ligada a trotskistas internacionais ela aparece neste filme de
propaganda turístico que minuciosamente editado, apaga o registro da presença negra
no carnaval carioca, seguindo os anseios higienistas da política norte-americana da
época. Depois da recente descoberta, nos estúdios da Paramount da sequência perdida
do documentário incompleto de Orson Wells sobre o Carnaval do Rio de Janeiro de
175
1942 (que ficou perdido por 40 anos!), com essa sequência ora apresentada parece que
o “É Tudo Verdade” (It’s All Truth”), ainda tem suas múltiplas continuidades...
176
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=RdGYnPKderM
Publicado em 29 de Mai. de 2017
Baseada no Romance de Cavalaria "A Filha do Rei Renato" (1845) escrito pelo
dramaturgo dinamarquês Henrik Hertz (1797-1870), esta ópera lírica "Iolanda" de
Tchaikowsky (cuja première ocorreu em dezembro de 1892 e aqui adaptada para
televisão em pleno regime soviético, em 1963) se passa na França séc. XV.
O Rei Renato de Provença (interpretado aqui por Fedor Nikitin 1900-1988)
tomado pelo amor paterno, tenta esconder de sua filha cega, Iolanda, de que ela é cega
de nascimento. Iolanda é interpretada por Natalya Rudnaya 1942- e cantada pela
maravilhosa Galina Oleynichenko (1928-2013), a voz com o mais perfeito vibrato e
adequação de timbre com a personagem. Para proteger a filha, o rei cria uma fábula
de que todos os humanos seriam assim, cegos como ela. Vale lembrar que esta fábula
segue o estilo budista da história do príncipe Sidarta Gautama (cujos textos estavam
sendo muito lidos, e que foram traduzidos para o alemão e outras línguas europeias
exatamente neste período de meados do séc. xix).
Para protegê-la, ele a mantém dentro do palácio e ordena a todos os seus servos
residentes ali que agissem como se todos fossem cegos e que ele não fosse o próprio
Rei, mas um "simples" cavaleiro.
177
Na adolescência, entretanto, período no qual se desenvolve o primeiro e único ato
da ópera, sua filha Iolanda manifesta intuições sobre a realidade "visível" por meio de
dúvidas melancólicas e desejos de "apreensão mais completa do real". (a despeito do
final retumbantemente católico ortodoxo, apresentados como preparação para os
"mistérios" ou como um "rito de passagem", a referência à Iluminação budista é
evidente). Inconsciente da ordem expressa do Rei, o Conde da Burgundia
Vaudemon (interpretado por Yuri Perov 1920-2003 e cantado por Zurab
Andzhaparidze 1928-1997) ao visitar incidentalmente o palácio encontra Iolanda, por
quem se apaixona imediatamente. Um respeitado médico africano Ibn Hakia é trazido
ao palácio pelo próprio rei, com o objetivo de curar a enfermidade da filha. De forma
curiosa, além de ser ligado tanto à alquimia (distinguida por citações exotéricas que
faz), quanto à ciência médica árabe, à religião muçulmana (evocando a Alá, pelo
menos por duas vezes) e, além de ser negro (a personagem de Ibn Hakia, interpretada
aqui por Pyotr P. Glebov (1915-2000), usa maquiagem escura no rosto (blackface).
Ele é um "mouro", que será posteriormente chamado "invasor" e terrivelmente
vilipendiado pela historiografia cristianizada.
A cega e cristã Iolanda, que não conhece da função da visão se pergunta:
178
e, afinal, eu não sei russo! Pelo menos não ainda! Ah, e antes que eu me esqueça
"Skavurzka!" e...
Boa Audição! Renato Araujo
179
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=2kUkyE0A0YU
Publicado em 02 de Jun. de 2017
180
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=zOggX9P2e9g
Publicado em 04 de Jun. de 2017
Este é o prodígio de seis anos de idade (em 1946) chamado "Sugar Chile"
Robinson. Nascido Frankie Robinson em Detroit (EUA), em 1940, ele é o caçula de
seis filhos.
O nome do menino vem de um prato típico de carne feito à milanesa, com açúcar
marron, ou mascavo e pimenta: "Sugar Chile" (de "brown sugar-chili rubbed" - lit.
Açúcar mascavo apimentado à milanesa).
Originalmente intitulada "Caldonia Boogie" 1945) essa música tornou-se um
principais sucessos do compositor e saxofonista Louis Jordan (1908-1975),
https://www.youtube.com/watch?v=PR6pHtiNT_k
A música foi gravada depois dezenas de vezes por mestres como Louis
Armstrong, Woody Herman, Van Haley, B.B. King, James Brown, Van Morrison etc.
O menino prodígio Sugar Chile Robinson começou a tocar piano desde os dois
anos de idade. Convidado a tocar para o Presidente Harry Trumam, chegou a tocar
também na orquestra do grande Lionel Hampton e conseguiu ainda uma ponta na
comédia romântica "No Leave,No Love" (1946), de onde tiramos este presente trecho.
181
Aos nove anos ele gravou seu primeiro LP pela Capitol Records, fazendo uma
turnê pela Europa, em 1951. Embora tenha tocado na adolescência com Gerry
Mulligan no "Blue Note" de Chicago, não se soube do paradeiro dele depois dos seus
12 anos de idade.
Boa Audição! Renato Araújo
Ele começou a tocar no piano da família bem criança e por 1945, ele teria sido
"descoberto" pelo pianista e líder de banda Frankie Carle. Dentro de um ano, ele foi
convidado a participar de uma festa do Whitehouse para o presidente Harry Truman,
tinha chamado a tocar com a Orquestra de Lionel Hampton e até tocar essa música no
filme de comédia romântica da MGM : "No Leave, No Love"(1946).
Não foi antes de julho de 1949, no entanto, que ele fez seus primeiros discos
pelo selo Capitol Records, quando, na companhia de Jazz já montada pelos veteranos
Leonard Bibbs no baixo e baterista Zutty Singleton, Robinson tocou os seus dois
primeiros lançamentos no quadro de R & B da Billboard nos finais de 1949; o
Numbers Boogie o tornou o número quatro das paradas de sucesso, enquanto
Caledônia (What Makes Your Big Head So Hard) só alcançou o número 14o.. Sua
turnê nacional subseqüente quebrou recordes de bilheteria e afirmou-se que sua
aparição no Chicago Regal Theatre continua sendo a maior atração da semana da
história inteira do teatro, batendo facilmente a realeza do jazz como Count Basie e
Duke Ellington. Robinson, aliás, fez uma turnê com Basie em 1950, e fez um famoso
curta musical com o Basie Sextet e Billie Holiday em Hollywood, em agosto, para
mostrar os seus sucessos. A temporada de Natal de 1950 testemunhou o primeiro
lançamento europeu de Sugar Chile e Christmas Boogie com Rudolph The
Red-Nosed Reindeer que vendeu o suficiente para provocar uma turnê européia em
1951, incluindo críticas favoritas para ele no London Palladium.
Ele foi um grande sucesso na rádio e na televisão dos EUA até 1951 e, enquanto
ainda estava na adolescência, a carreira de Robinson foi subitamente interrompida;
seu último lançamento único foi publicado em agosto de 1952,
11
https://www.youtube.com/watch?v=Rcq93txBdtM (Acessada em Jun. 2017)
182
seguido logo por um LP de compilação de 10 boogie woogies que apresentou muitas
de suas gravações de 1952.
Além de algumas transcrições de rádio e trilhas sonoras de filmes, "Sugar Chile",
a carreira completa de gravação de Robinson - um período de pouco menos de três
anos - foi reeditada na íntegra em uma compilação de CD de 2003, "Chronological
Classics 1949-52". Se ele realmente tivesse apenas nove anos de idade na época, as
performances de sua primeira sessão, como Vooey, Vooey Vay, Caldônia e Numbers
Boogie, eram bastante surpreendentes. Tal como acontece com outras estrelas infantis,
como Toni Harper, Robinson estava frequentemente sobrecarregado com material
imaturo, mas mesmo os batimentos de rima infantil, como Sticks And Stones,
Christmas Boogie e (Rock-A-Bye), os Baby Blues foram transformados em
performances divertidas com quadril e toques inteligentes. (...) Ocasionalmente ele
tocou órgão ou celeste em sessões posteriores. Uma vez que os sucessos secaram e ele
foi liberado de seu contrato com a Capitol Records, houve uma ou duas reportagens
nos jornais comerciais da época.
Ele foi visto em agosto de 1954 tocando no The Blue Note em Chicago, com o
jazzista Gerry Mulligan - e então nada! O que aconteceu? Perdeu sua voz? A
novidade de um virtuoso boogie de repente perdeu seu apelo quando ele chegou aos
12 anos de idade? Ele realmente foi descoberto como um anão adolescente disfarçado?
No ano passado, foi anunciado que um "Sugar Chile" de 62 anos, Robinson, foi
redescoberto em Detroit, onde trabalhou principalmente fora da música há quase 50
anos (embora haja um rumor de que esse possa ser o mesmo Frank Robinson que
co-possuiu o obscuro selo de soul em Detroit, Lando Records, na década de 1960), e
foi retirado da aposentadoria para bater nas teclas de marfim mais uma vez em um
festival de música que celebrou a música pré-Motown da Motor City. A Internet tem
sido estranhamente silenciosa desde então, então, não tenho certeza se o festival já
ocorreu. Alguém sabe?
Letra:
183
She long, lean and lanky
An had nothin' to eat
But I love her,
I love her just the same
Yeah an I'm crazy 'bout this woman cause
Caldonia..., is her name
Caldonia!
Caldonia!
Spoken:
184
I'm crazy 'bout this woman because
Caldonia..., your name
Falado:
Minha mamãe me disse pra largar a Caledônia.
Foi o que ela me disse, não tô brincando!
Ela disse: “-Filho, fique longe dessa mulher!
Ela não é boa pra você!”
185
Eu te amo mesmo assim!
Sou louco por essa mulher, porque Caledônia é seu nome.
186
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=E1Wjk3wl9eI
Publicado em 24 de Jun. de 2017
187
Ilha de Manhattan) era o bairro afro-americano mais badalado dos Estados Unidos.
Ali moravam os negros considerados "ricos" como Duke Ellington, Billy Strayhorn,
W.E.B. Du Bois, Rev. Adam Clayton Powell, Langston Hughes, Ralph Ellison, Paul
Robeson entre outros.
Tenho obviamente alguns comentários a fazer sobre cada uma das músicas e suas
letras, mas deixarei para fazê-los mais aí embaixo, e aos poucos (por mera falta de
tempo!). Acrescento apenas que a dificuldade dessa tradução embaraçosa se deveu à
condição do áudio em alguns pontos, o sotaque ou a gíria do Harlem dos anos 40, e,
principalmente, foi difícil se adaptar às mudanças das letras originais, as quais não
ajudaram muito dirimir algumas dúvidas inevitáveis.
Boa Audição! Renato Araújo
Do "Internet Archives":
0:00:13 Delta Rhythm Boys em "Take the 'A' Train" (1941).
0:02:43 Fats Waller em "Your Feet's Too Big (1941).
0:05:39 Count Basie Orchestra em "Take Me Back, Baby" (com vocal de Jimmy
Rushing) (1941).
0:08:17 "Preacher and the Bear" interpretada pelos The Jubalaires (quarteto
vocal)
0:11:27 "Ring Those Bells" (Quinteto de Crianças negras, inicialmente não
identificados, mas são, certamente, "The Cabin Kids")
0:12:18 The Ali Baba Trio em "Patience and Fortitude" (1946) (interprete:
Valaida Snow cantando e tocando trompete - com o trio de guitarra, baixo e acordeon)
0:14:58 "Cockles and Mussels" interpretada por Maurice Rocco (piano e voz)
0:17:51 Gloria Grey canta "Oh By Jingo" (cerca 1950)
0:20:37 "I Want A Man", cantado por Annisteen Allen e acompanhada por Lucky
Millinder e sua Orquestra (huge big band)(1943).
0:23:26 "Old Rockin' Chair - The Mills Brothers (Carmishel - Passaport
Productions)
0:25:31 Mulher jazzista tocando harpa (LaVilla Tulos) música: "Swanee River"
(Uma lista de títulos da Soundies tem essa chamada intitulada: "Swanee Swing").
188
Pra quem não sabe, "Soundies" foi o início do video-clip. Alguns filmes musicais
de três minutos eram produzidos em Nova York, Chicago e Hollywood, entre 1940 e
1946, muitas vezes incluindo sequências de atuação, dança, oferecendo base para os
video-clips posteriores. O último grupo lançado pelo "Soundies" ocorreu em março de
1947. Os filmes não tinham um local exato para ser exibido. Então, executavam em
intervalos de cinema, em máquinas "jukebox" de filme que funcionavam com moedas
em casas noturnas, bares, restaurantes etc.
Fats Waller em "Your Feet's Too Big" Seu Pé é Muito Grande (1941) (02:43)
Gravada dois anos antes da morte por pneumonia do maravilhoso pianista de jazz Fats
Waller (nascido Thomas Wright Waller Nova Iorque,21 de maio de 1904 - Kansas
City, 15 de dezembro de 1943) É uma música composta em 1936 por Fred Fisher com
letras de Ada Benson. Waller faz algumas modificações na letra, como era comum na
época, porque se considerava a interpretação algo importante de se impulsionar
originalmente, tanto em termos da música quanto em termos líricos. A primeira
gravação, até onde eu conheça é um fox-trot com influências de jazz e blues, gravado
por um grupo de negros maravilhoso chamado "The Ink Spots" de 1935
(https://www.youtube.com/watch?v=UubqkV2Kju4), em breve traduzirei músicas
deles! A associação dos pés com a lenda urbana do tamanho do pênis do negro é
reforçada pelo vídeo-clip, que busca em valores cômicos o "eu lírico" de Fats Waller
ao rejeitar aquele homem de "pé" muito grande, mas dizendo mais ou menos isso no
final depois que uma das garotas sentam no seu colo: [dirigido ao homem de pés
grandes] "Aonde vc conseguiu [esses "pés"]? Nunca se sabe quando vai se precisar de
um!"
Count Basie Orchestra em "Take Me Back, Baby" (com vocal de Jimmy Rushing)
(1941). (05:39) "Take me Back, Baby"(1941) cantada pelo saxofonista Jimmy
Rushing dispensa maiores comentários. Aqui temos o então jovem Count Basie e sua
Orquestra num clipe cômico em que o saxofonista dorme durante a apresentação e
sonha com uma linda garota que tenta conquistar. Curiosamente a garota deve ser
alguma das contratadas pela Soundie, que aparecem em mais de um clipe, esta
189
belezura aparece também no primeiro clipe "Pegue a Linha 'A' do Trem", à esquerda,
quando eles embarcam no trem; outro aparecimento da beldade é no fim do ato "Your
Feet is Too Big", quando a linda senta no colo do sortudo, a partir de então,
ex-efeminado Fats Waller; significando que ela aparece nos três primeiros clipes aqui
apresentados (e que bom!). Já a letra de "Take me Back, Baby" e o estilo blues da
melodia já eram clássicos nesse período e os aspectos básicos tais como: whiskey,
mulher, sonho e dor, não deixariam jamais de aparecer em quaisquer letras de blues.
Nunca se sabe o quanto os negros bluseiros foram roubados pelos jovens brancos
ainda assim, nós "amamos muito tudo isso", a música é de todos!
https://www.youtube.com/watch?v=Hf0Dm-OaTNk
"Preacher and the Bear" interpretada pelos The Jubalaires (quarteto vocal) (08:17)
Primeira vez gravada por Arthur Collins (1864-1933) em 1905, essa música do
cancioneiro popular norte-americano conta uma estória de um pregador que saiu para
caçar codornas num domingo pela manhã, mesmo sabendo que era contra a sua
religião fazê-lo. Ao voltar para casa depois da caça ele foi surpreendido por um urso
cinza e com medo, subiu numa árvore para se proteger. Entrando em desespero, orou
fazendo citações bíblicas de situações semelhantes às dele, que descrevem:
1)desobediência, 2) castigo; 3) arrependimento e oração. Ó, Senhor, livras-Te Daniel
da cova dos leões (Daniel 6:16) Também livras-Te Jonas da barriga da baleia (Jonas
1:17) e Três crianças hebraicas da fornalha de fogo, (Daniel 3:23) A letra resguarda o
preconceito de época no trecho em que o urso se vira para o pastor e ele sobe na
árvore. Ora, o termo usado é "and he waltzed for the coon to see. The coon got so
excited that he climbed a 'simmon tree" Esta árvore "American Persimmon - caqui
americano - (Diospyros virginiana)" é nativa do leste e meio-oeste americano, na qual
era comum nessa época ver guaxinins (racoon) subir em cima dessas árvores. O termo
pejorativo (coon = negro), próprio de algumas regiões norte-americanas, aparece nesta
música em paralelo a rimas populares de negros do período da escravidão : ( ver
https://archive.org/stream/negrofolkrhymesw00talluoft/negrofolkrhymesw00talluoft_
djvu.txt ) na letra original canta-se: Ele encontrou um urso-cinza. O urso correu no
meio da estrada, E ele se virou pra ver o negro. E o negro ficou com tanto medo que
subiu numa árvore outra passagem com versão interessante dos "The Jubalaires" é a
parte final: Sim, mas o urso estendeu as patas pra dar ao reverendo um abraço, Como
190
você abraçaria um grande amigo Mas o reverendo se virou num ato de desaparecer...
Ele acelerou como o vento Oh, o reverendo correu feito um velho cão-de-caça
tentando ser mais rápido do que uma lebre Ele correu pra debaixo da cama, e tirou
seis sonecas antes que sua sombra chegasse lá. Vistes irmãos? (diz o cantor) o
reverendo fez um touchdown (é o "gol" do futebol americano em que o cara sai
correndo e cai no campo inimigo)
The Ali Baba Trio em "Patience and Fortitude" (1946) (interprete: Valaida Snow
cantando e tocando trompete - com o trio de guitarra, baixo e acordeon) (12:18)
Valaida Snow (1904-1956) uma das raras trompetistas de sua época, também não faz
uma grande apresentação (assim como Maurice Rocco) mas a sua empatia e a música
de conforto são formidáveis. A multi-instrumentista Valaida tocava na verdade
violocello, baixo, banjo, violino, mandolin, harpa, acordeom, clarinete e saxofone...,
tá bom ou quer mais? Se querem mais, saibam que o próprio Deus Louis Armstrong
não economizava elogios dizendo que ela era a segunda melhor trompetista do mundo,
depois dele, claro... Mas eu sei, vocês querem ainda mais, então aqui vai: ela se casou
aos 12 anos pra poder fugir de um pai tirano dentro de casa...Cinco anos antes desta
gravação, ela morava na Dinamarca, mas os nazistas alemães ocuparam o país, a
191
encontraram e a prenderam em abril de 1940. Obvio que eles não precisavam de
nenhuma acusação além da cor da pele dela! Graças à música, ela conseguiu fugir pra
Suécia um pouco antes de completar um ano de prisão. Quando os EUA declarou
guerra contra as forças do eixo, praticamente só no início de 1942, ela foi
deportada...4 anos antes dessa apresentação. Mas antes ela apanhou, levou uma
coronhada na cabeça que a deixou com uma baita cicatriz, como uma negra do
Tenesse, ela não deixou barato e quis ir à forra com o soldado alemão que fez isso,
como consequência foi colocada numa jaula (solitária) com uma placa "Schwarzes
Schwein" (porca preta). O historiador de jazz Scott Yanow disse que ela jamais se
recuperaria deste trauma (ver: YANOW, S. Jazz on Record: The First Sixty Years.
Backbeat Books.2003. p. 228). Mas parece que "Paciência e bravura" são exatamente
as duas coisas que Valaida Snow quer repetidamente nos fazer lembrar que ela as tem
e que aprendeu essa lição de cor e salteado por si mesma. Como é bela essa mulher!
Quem quiser saber mais sobre ela veja (em inglês)
http://www.oxfordmusiconline.com/subscriber/article/grove/music/J418900
http://shewasabird.blogspot.com.br/2015/01/valaida-snow-jazz-trumpeter-1920s-1950
s.html
"Cockles and Mussels" interpretada por Maurice Rocco (piano e voz) (14:58) A
"Rocco Blues" foi um presente de um virtuose à posteridade! A despeito de Maurice
Rocco (1915-1976) não estar nos seus melhores dias nessa gravação (lembremo-nos
que mesmo gravado, naquela época se você errasse durante uma performance, você
tinha de continuar a cantar e tocar, porque as condições técnicas não permitiam fazer
outras tomadas sem gastos exorbitantes). A parte em que Rocco falha e acaba não
cantando é "I first set my eyes on sweet Molly Malone" ("Eu vi pela primeira vez a
doce Molly Malone") em vez disso ele acaba engasgando e dizendo "I first matter
sweet Molly Malone" (Eu primeiro me preocupo com Molly Malone)...não chegou a
ser um desastre, e foi legal que ele manteve a pose e o Tempo no piano...mas, de
qualquer forma, não se deve mesmo fazer muitas modificações numa canção
tradicional de um povo (no caso, Irlandês). E os que são da minha geração se
lembrarão: https://www.youtube.com/watch?v=3ouqhCtIh2g A estória é uma lenda
sobre uma linda moça, Molly Malone, que era vendedora ambulante de frutos do mar
em Dublin, Irlanda. Certo dia, ela teve febre e morreu em consequência dessa doença.
192
Na lenda, ela se transforma em um fantasma o qual era possível ainda ouvir por vezes
seus gritos de vendedora no porto... Ela passava vendendo berbigões e mexilhões
dizendo a bela frase que soa muitíssimo irlandesa: "Cockles and Mussels....Alive,
alive, oh" (berbigões e mexilhões, vivinhos...vivinhos, oh Ho!)...e, claro, essa frase
nos lembra aquelas "yodeling" germânicas da região dos Alpes e que fincaram raízes
profundas na música country norte-americana...que soam de forma semelhante aos
"yodeling" dos shona do Zimbabwe ou mais especificamente dos mbuti da República
Democrática do Congo. Alguns blues de Robert Johnson
(https://www.youtube.com/watch?v=YYsnRc09csQ) também apresentam um grito
agudo em falsete, semelhante a um yodeling que passou para o rock como expressão,
neste caso, de um sentimento forte geralmente relacionado ao desejo que sentem por
alguma mulher. Alguns neófitos talvez não compreendam as razões do porque um
pianista negro cantar uma música do cancioneiro irlandês. Não que precisasse
obviamente haver algum motivo espetacular, mas vale lembrar que muitos negros
norte-americanos fabulosos são descendentes de irlandeses: Alicia Keys, Mariah
Carey, Obama, Salli Richardson, Henry Louis Gate, Malcom X...etc...E vale a pena
ver algumas pessoas conhecidas a partir de um olhar diferente:
https://br.pinterest.com/pin/216665432042985223/ Eu não sei se era o caso de
Maurice Rocco essa influência familiar irlandesa, mas os bares da Miami University
em Oxford, Ohio, estavam cheio de filhos de imigrantes irlandeses, que começaram a
chegar em Ohio cem anos antes, em 1837 (representando hoje 13% da população,
contra os 12% de negros daquele Estado). A Miami University é uma das mais
importantes universidades dos EUA na qual ele se bacharelou nos anos 30 e quase
obteve mestrado em música anos depois, sem terminar). No fim da curta vida, ele
tocou por 15 anos num bar de hotel na Tailândia, e foi encontrado morto, esfaqueado,
no seu apartamento em Bangkok.
Gloria Grey (1909–1947) canta "Oh By Jingo" (cerca de 1945) (17:51) Gloria
Grey simplesmente morreu...pouco se sabe do quê ou por quê... Mas a letra dessa
canção é tão mais impressionante quanto intraduzível...Eu devo por isso dizer que eu
sei que essa tradução ficou horrível. A letra é uma coletânea de interjeições de
surpresa que na língua inglesa são feitas como se fossem palavras inteiras, diferentes
dos simples "Oh!; éééé?; Uh!!!... Foi por isso que eu escolhi chamar 'Jingo" - "Nossa"
193
como alguém a quem a música faz referência porque o mais importante é a noção de
surpresa que absolutamente todas as interjeições "sinônimas", vamos dizer assim,
detém ao longo dessa intrincada letra. Não é a toa que a ideia de colocar crianças
como a plateia para a música foi muito boa, a letra soa como um "trava línguas" ou
uma listagem na qual se deve cantar para aprender. Eu mesmo ouvi essa música pela
primeira vez quando pré-adolescente no Show da Lucy, que eu amava. Mas a questão
mais interessante talvez seja a ambientação. Duas crianças, uma branca e uma negra,
tomando banho juntas num típico tanque de banho de época. Salvo engano, isso
jamais aconteceria na televisão norte-americana. Mas espere aí... a cena não se passa
nos EUA, e sim em São Domingo. Essa região nada mais é que a grande ilha dividida
hoje em dia pelos países Haiti e República Dominicana. Eles foram dominados pelos
franceses de 1659 a 1804, momento em que líderes negros se sublevaram, acabaram
com a escravidão e criaram a primeira República governada somente por negros.
(Eles estavam indo muito bem, obrigado, mas, não adiantou nada, porque os norte
americanos, também impulsionados por franceses e espanhóis infligiram um embargo
e a cobrança de 150 milhões de francos suíços para indenização dos brancos ex-donos
de escravos. O resultado nós já sabemos até hoje: 'Pense no Haiti, reze pelo Haiti").
Outra coisa importante, a canção surgiu em 1919 na esteira daquelas chamadas
"Novelty Songs", umas brincadeiras "dadaístas" muito cômicas que brincavam com o
sentido das palavras. Quem a lançou foram uns caras chamados Albert Von Tilzer
(1878–1956) e Lew Brown (ou Louis Brownstein - 1893-1958) uns dos incontáveis
judeus que ajudaram a criar o que chamamos de "jazz" - sim! Se der algum dia eu
conto essa história..."Os judeus e o jazz"...mas já devem tê-la contado por aí..eu que
não sei onde... San Domingo aparece tanto para a ajustar à rima com "Jingo" quanto
para dar vazão ao inusitado, descolado ar da música. A letra diz: "Dos campos e dos
pântanos vem os velhos e os jovens"..essa é uma indicação de que eram os
trabalhadores (escravos? Provavelmente sim, já que "falavam línguas diferentes"). Os
que cantavam à luz da pálida lua...numa interpretação meio maluca, eles seriam os
trabalhadores negros que cobiçavam a branca chamada "Oh By Jingo".... Mas, na
verdade ela devia ser tão negra quanto eles, porque a ela seria construída uma tenda e
ela seria "a nossa fruta preferida". Tenda eram as casas de negros maroon e dos
negros em geral no Haiti e em todo lugar aonde teve escravidão, exceto talvez, nos
EUA, aonde os negros viviam nas chamadas Cabanas, mas, pensando bem, o sentido
é o mesmo na língua original "hut" que pode ser traduzida por "cabana ou por tenda".
194
É certo que a linda "Oh By Jingo" é fora de série não só pelo nome, mas por tudo. A
música original (não possui os cortes que existe na versão de Gloria Grey) ela indica
que os trabalhadores não eram os únicos a cobiçá-la, ela teria fugido com um rapaz
(seu amante) e ambos teriam sido pegos e encolerados (collared),porque era o modo
como os negros cativos e fujões eram transportados. Os negros apaixonados são no
final chamados de "gang", eles aparecem, tentam salvá-la, pedindo que os guardas os
tome em seu lugar, mas aparentemente não dá certo, já que ela dá o veredito final a
eles, mostrando-se como viúva negra: "Agora, meninos, não delirem eu já coloquei
quatro maridos pra dormirem!" "Now boys, don't rave, I've put four husbands in their
grave". Passagem estas aliás, que não combinariam em nada com o doce banho
interracial infantil. Há inúmeras versões completa na internet, uma amadora e que me
é interessante, porque serviria de aula tanto de piano quanto do quanto os Beatles e
outros grupos se aproveitaram em suas melodias dessas canções "novelty" ou das
canções francesas que foram as mesmas fontes para o jazz, além de aproveitarem-se
de entre outras melodias countries norte-americanas...vejam aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=rohq8PBfSJE
"I Want A Man", cantada por Annisteen Allen e acompanhada por Lucky
Millinder e sua Orquestra (huge big band) (1943). (20:37) Fora da África, nos EUA, o
gospel, os spirituals, blues, jazz, rhythm and blues, o soul, o rock and roll, afrobeat,
hip-hop , rap, sem contar as experiências mil em música eletrônica, pop music,
etc.etc.etc. e no Brasil o Lundu, Maxixe, Maracatu, forró, xote, Ijexá, Samba, Choro,
Bossa nova, Lambada, Pagode, axé, sem contar as experiências mil do Samba-rock
Samba-funk, Samba-reggae etc.etc.etc. e na América Latina não importa o afro-ritmo
seja o Tango, Cumbia, lambada, habanera, calipso, merengue, rumba, chá chá chá,
mambo, etc.etc.etc. no carybe inclue-se, obviamente o reggae e um sem fim de
músicas...não importa, a música negra mundial deve encontrar no blues, por mil
razões não regionais, a sua pedra fundante. I Want a Man (Eu Quero um Homem) -
cantada por Annisteen Allen (1920-1992) e regida por Lucky Millinder (1910-1966),
foi gravada em 1946 com músicos de estúdio "Home Town Boys". A letra deste blues
transporta liberdade relativa das mulheres negras em relação às brancas do período
colonial para a atmosfera negra moderna, mas ainda das ruas.... Enquanto as mulheres
brancas eram em sua maioria reclusas e "protegidas" dentro dos casulos residenciais,
195
as trabalhadoras negras viviam mais nas ruas e estavam mais próximas, por assim
dizer, do mundo masculino do que as mulheres brancas do passado. Annisteen, cuja
vida loka a levou a lançar o Álbum "Let it Roll" (deixa rolar) em 1961. Antes de
morrer aos 71 anos, ela tocou blues para aqueles que tinham a vida feita. Lucky
Millinder não teve tanta sorte (lucky) no fim da vida, ele era garoto propaganda de
uma destilaria de whiskey, mas morreu por complicações no fígado aos 56 anos. O
que Annisteen quer, todas as mulheres querem, ou seja, um homem que, apesar de
feio, rude e com aspecto de urso, que ele pelo menos a entenda, agrade-a, aperte-a e
não ame mais ninguém senão ela...mas, na forma de blues, a mulher negra Annisteen,
está ao contrário cercada de homens (e só homens) que justamente não podem (ou não
sabem) dar aquilo que ela quer: A começar por Lucky Millinder que parece se
regozijar mais com o saxofonista, a quem "tira pra dançar quase o encochando",
depois de "avaliar" bem suas partes trazeiras (claro, "sem" maldade), e sem tirar os
olhos "de lá", mal dá a mão para Annisteen, seja pra subir ou descer do pulpito. As
mulheres negras tem mais motivos do que nós homens para cantar o blues!
Este vídeo "Soundies - Música Negra dos anos de 1940" termina com uma
apresentação magistral da harpista LaVilla Tulos (25:31), tocando uma música de jazz
"Swanee River" que foi inserida num espetáculo com harpistas virtuoses gravado em
1937. Na verdade, essa gravação é um perfeito mistério! Foi inserida na "Soundies"
ainda com outro título como "Swanee Swing". Fica evidente que foi uma gravação
196
para um filme desconhecido (com uso da técnica de sobreposição de imagem, típica
da época) ou mesmo para a televisão. Um comentário sobre uma edição disso nos faz
crer que talvez não seja demais considerar que com o racismo instituído da época, ela
não apareceria mesmo num palco com artistas brancos harpistas. Assim, pela mágica
de edição (ou por interpolação ou brincadeira qualquer) no meio de uma intrincada
trama com um tiroteio de um espetáculo teatral para televisão ("Harpa com as
Estrelas") LaVilla Tulos não é a harpista principal, mas a imagem dela tocando é
mesclada com o "ciumento", comediante Harpo Marx (1888-1964) (dos Irmãos Marx).
Vale lembrar que ainda demoraria mais de 30 anos para que os efeitos nocivos da Lei
segregacionista Jim Crow, perdesse de forma definitiva a sua força de "segregação
nos palcos", que impedia com que músicos de jazz e blues negros tocassem juntos.
Inúmeros estudos indicam como o estatuto do mestiço e mulatos norte-americano foi
modificado no final do séc. XIX. Antes, relativamente melhores posicionados em
relação aos considerados negros, tal como ocorreu na história brasileira para a qual o
aumento progressivo da tonalidade mais clara na pele pode significar um índice real
de status social, os mestiços de negros e brancos nos EUA passaram a ser obrigados
em todo sul, depois das leis de Jim Crow, a viverem nas partes negras das cidades,
facilitando, entretanto, o aparecimento da tese política do mestiço como simplesmente
negro. O fato é que, o desaparecimento de LaVilla Tulos da memória de tudo e de
todos, é simplesmente uma tristeza (blues). A apresentação é magistral, seu swing
pode ser sentido também pelo modo como ela se mexe...nada "clássico" no sentido da
música erudita na qual ela era certamente iniciada, dado seu instrumento, a Harpa, e a
"eruditização" do seu jazz, com harpegios e condução do acompanhamento próprios
da música erudita do fim do séc. xix. Ela é acompanhada em alguns trechos com uma
lullaby tocada por orquestra (melodia, aliás, que não reconheci, mas a orquestração
bem composta e o arranjo metódico certamente deve ser de um compositor erudito
americano que entende de música negra, algo ao estilo de Gershwin, que aliás
morreria em julho daquele mesmo ano de 1937). Para um vídeo de sua performance
mais completo aonde aparecem essas cenas todas descritas acima, veja o item 4 desta
lista de reprodução sobre harpa:
https://www.youtube.com/watch?v=eW3Dzw9peiA&list=PL2nMlFYDpKGlJDIrzuO
fpf2JcS5YwVg-I&index=4 Uma observação final: A "Swanee River", foi
ironicamente transformada em um filme em 1939 de Sidney Lanfield (lançado no
Brasil sob o título "O Coração de um Trovador"), neste filme, o ator Al jonson
197
(1886-1950), o astro da estréia do filme falado em "O Cantor de Jazz" (The Jazz
Singer -1927) aparece num típico blackface cantando músicas de negros. Outra ironia
é que o ótimo compositor de música para filmes, o judeu Louis Silvers (1889 –1954)
que já tinha ganho o óscar de 1935, foi indicado para este prêmio por "Swanee River"
em 1939.(10 anos depois da criação do prêmio e no mesmo ano em que apareceu a
primeira pessoa negra Hattie McDaniel (1895-1952) a vir a ganhar o óscar de melhor
atriz coadjuvante, no papel de uma empregada doméstica em "O Vento Levou").
198
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=31EywhNNuk8
Publicado em 29 de Jul. de 2017
"If I Didn't Care" ("Se eu não me Importasse") é uma música composta por Jack
Lawrence (1912-2009), compositor estadunidense com família de origem judaica
ortodoxa da Ucrânia. Originalmente, essa musica foi cantada e gravada quando Elvis
Presley (1935-1977) tinha 4 anos de idade, pelo grupo vocal de negros "The Ink
Spots" ("As Marcas de Tinta") em 1939, com o lirismo de Bill Kenny (1914-1978) e o
"videoclipe" sentimental dirigido pela "Soundies". Pra quem não sabe, "Soundies" foi
o início do vídeo-clip. Alguns filmes musicais de três minutos eram produzidos em
Nova York, Chicago e Hollywood, entre 1940 e 1946, muitas vezes incluindo
sequências de atuação, dança, oferecendo base para os videoclipes posteriores.
O último grupo lançado pela "Soundies" foi em março de 1947. Os filmes não
tinham um local exato para ser exibido. Então, executavam em intervalos de cinema,
em máquinas "jukebox" de filme que funcionavam com moedas em casas noturnas,
bares, restaurantes etc. Essa gravação dos Ink Spots bateu a 10ª melhor venda de
todos os tempos com mais de 19 milhões de cópias vendidas. "Se eu não me
Importasse" também foi gravada inúmeras vezes por diferentes grupos e ainda foi
cantada por um grupo de mulheres no filme Spike Lee, "School Daze" (Faça a Coisa
Certa - 1988).
199
Boa audição! Renato Araújo
Letra:
MONOLOGUE: If I didn't care honey child, mo' than words can say. If I didn't
care baby, would I feel this way? Darlin' if this isn't love, then why do I thrill so
much? What is it that makes my head go 'round and 'round while my heart just stands
still so much ?
Tradução:
200
Se isso não é amor, então por que eu emociono?
E o que faria a minha cabeça girar e girar
Enquanto meu coração fica paralizado?
Se eu não me impostasse, isso seria igual?
Cada uma das minhas orações começaria e terminaria com seu nome?
E eu poderia me certificar de que esse é um amor sem comparações?
Tudo isso seria verdade, se eu não me importasse com você?
201
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=OL4TxkSIavc
Publicado em 30 de Jul. de 2017
Eu tenho uma simpatia muito grande pela Ucrânia e por seu povo.
Particularmente nos nossos dias em que Crimeia voltou aos noticiários mundiais
depois da agressão Russa, e o atual pacto sino-russo, nossos olhos se voltam
novamente aos países bálticos e vemos a história se repetir..."a primeira vez como
tragédia e a segunda como farsa...?"...Enfim, todos nós temos se não na área social,
pelo menos internamente, uma "Batalha por Sevastopol" a lutar. Pode-se perder uma
batalha, mas a vitória ainda está por vir... Trago agora, apenas para conhecimento, o
trailer e o videoclipe relacionado ao emocionante filme (Битва за Севастополь)
"Bitva za Sevastopol ("Batalha por Sevastopol" 2015), ainda sem correspondente em
português.
O termo кукушка Kukushka, o qual preferi não traduzir, significa o pássaro
"cuco" (tão utilizado nos relógios antigos, ainda à época da II Guerra). A letra da
música original
https://www.youtube.com/watch?v=yNp9SBW4xTA
foi escrita por Viktor Tsoi, um cantor de rock soviético de origem norte-coreana,
que fez muito sucesso no período da Glasnost e do fim do comunismo, até morrer
num acidente de carro em 1990, aos 28 anos. Há uma superstição russa (também
202
encontrada entre os alemães) que diz que o chamado repetitivo de um cuco alerta aos
ouvintes com relação a quantos anos ainda lhe restam para viver.
Agora, quanto ao filme, acho que as imagens falam mais do que as palavras. Mas
não se enganem pelo romantismo, sobretudo quanto ao uso enganoso que aproximam
perigosamente conceitos tão distintos como "guerra e beleza". Se há algo de belo
numa guerra é a liberdade; e, depois da II Guerra, devemo-na igualmente aos Russos e
aos Norte Americanos, juntamente com todas as forças aliadas. Vale lembrar, contudo,
que a verdadeira Lyudmila Pavlichenko (1916-1974) retratada romanticamente no
filme, foi uma historiadora que frequentou a universidade de Kiev de 1937 até a
ocupação alemã 1941 até se alistar no exército vermelho. Ainda durante a Guerra ela
foi amiga pessoal da esposa do presidente Norte Americano Eleanor Roosevelt. Sendo
uma exímia atiradora, que matou durante a guerra um total de 309 ocupantes alemães,
tornando-se a mais bem sucedida franco-atiradora da história da Segunda Guerra
Mundial, sendo recebida na Casa Branca por Franklin Roosevelt e chegando ainda a
fazer palestras nos EUA sobre as suas experiências em combate. Sua biografia consta
no livro SKAIDA, Henry - Heroínas da União Soviética 1941-45 Osprey Publishing,
2003.
Boa audição! Renato Araújo
203
Uma estrela.
Вот так...
Isso mesmo!
Сильные да смелые
Головы сложили в поле в бою.
Os fortes e corajosos foram deixados mortos no campo.
В строю.
nas trincheiras...
204
Agora as minhas mãos estão prontas pra luta!
Вот так...
Isso mesmo!
С кем же ты сейчас
Вот так...
Isso mesmo!
205
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=-1bdpgjjQQs
Publicado em 02 de Ago. de 2017
206
dizer mais do que isso? Esse mosteiro que é a maior fonte de prazer vocal de toda
slavia!)
Bem, no mosteiro em que estava nosso compositor, no final da primavera do
mesmo ano foi encontrado o livro Служба Нилу Столбенскому "Missa a Nilo
Stolbensky", com interpolações pelas quais as páginas em branco supostamente
preenchidas por Vedel de forma simbólica com uma profecia sobre o assassinato do
então Czar Paulo I (e ele viria a ser de fato assassinado depois de uma conspiração de
pessoas da nobreza). Contra Vedel, imediatamente foi feito um "acordo secreto". e ele
foi declarado insano, sendo então transferido em custódia para um hospício em Kiev,
aonde ficou por 9 anos, praticamente às vésperas de morrer aos 41 anos.
As obras Vedel foram banidas, mas acabou circulando alguns das partituras
manuscritas. Dada a expressividade de sua música, apesar da proibição, restaram a
nós cerca de 80 de suas composições. E essa é uma delas.
Boa Audição
Renato Araújo
207
Mnozhestva sodeyannykh mnoyu lyutykh,pomyshlyaya okayannyy,trepeshchu
strashnogo dne sudnogo:
yako David vopiyu Ti: pomiluy mya ,Bozhe, po velitsey Tvoyey milosti.
No caminho da salvação
sou instruído
Ó virgem, theotokos!
pelo coração
a minha alma é amolecida
Pela ociosidade...
ociosidade que a minha vida...
toda a minha vida consome.
Orações a Ti
livrar-me-ão...
Orações a Ti livrar-me-ão...
de todas impurezas!
208
Orações a Ti livrar-me-ão...
de todas impurezas...
Orações a Ti\Nlivrar-me-ão...
de todas impurezas
Tendes piedade de mim ó Deus!
Conforme a Tua grande misericórdia
E conforme a multidão de Tuas gratificações
Purificai as minhas iniquidades!
Quando me vem à consciência
209
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=6_qfB3ZXlyw
Publicado em 14 de Ago. de 2017
https://store.cdbaby.com/cd/sacredmusic
210
"Ó, como eu amo o som dessas canções...os sonhos são levados a um lugar distante...a
algum lugar...bem distante!"
Sim! Eu traduzi a versão de 1958 do majestoso Boris Khaikin dessa ópera de
Tchaikovsky, mas o youtube (particularmente a Lensfilm) me proibiram de exibir a
minha tradução, ao meu modo, aqui pra vocês. Em todo caso, vocês podem sabor essa
outra fonte inesgotável aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=odMoa7I_hnU&t=3s (a tradução da
passagem acima refere-se aos minutos 7:49 - 8:02).
Para aqueles não acostumados com a comunhão da missa ortodoxa, depois da
emissão de versos sacramentais e às vezes sermões, ocorre a comunhão do clérigo e
em seguida a dos fiéis. Com o cálice, o sacerdote sai do altar e se dirige aos fiéis com
o belo canto:
Тијело Христово примите Источника бесмертнаго вкусите,
Алилуја, алилуја, алилуја...
[Telo Khristovo primite Istochnika besmertnago vkusite]
telo = corpo
khristovo =Cristo
primite = aceite/ receba
Istochnika = de fonte
besmertnago = imortal
vkusite = sabor
211
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=wZYvGmk1AFk
Publicado em 14 de Ago. de 2017
212
A canção pascoal relata o regozijo de Maria ao se perceber mãe de Cristo.
Geralmente cantada na festa cristã "Apresentação do Senhor".
Boa Audição
Renato Araújo
213
Khristos voskrese iz mertvykh.
Cristo Se levantou dos mortos
Essas linhas provém da Virgem Purifica a morte. Quando ela viu o seu filho
E Deus, se levantar dos mortos, ela se regozijou com os Apóstolos, de coração
puro da graça divina, regozijou-se primeiro, como a alegria do vinho, percebendo-se
como a Toda-Imaculada de Deus.
***
214
de um rito religioso judaico, no qual a criança é "apresentada" à sociedade religiosa e
circuncidada. Na tradição ortodoxa, conta-se que na hora da morte Maria, uma luz
extraordinária brilhava no templo, como se o telhado tivesse aberto, e, segundo a
crença ortodoxa era como se o céu estivesse aberto para que o Senhor aparecesse com
os anjos e santos para encontrar a Sua Mãe. "Sretenye" era essa luz. Antigamente, o
termo foi usado entre os eslavos como um sinônimo de "encontro", mas essa acepção
já não é mais usada (pelo menos na língua russa, eu não sei nas outras línguas slavas)
Esta festa teve sua origem no século IV em Jerusalém. Era celebrada com o nome de
"festa do encontro" (Ὑπαπάντη (Hupapántē) Hypapante, em grego), quarenta dias da
festa da epifania, a 14 de fevereiro. No século VI, a festa alargou-se até à
Constantinopla e, no século VII, chegou a Roma e ao Ocidente. A prática de benzer
velas para usar na procissão desta data é antiga, e já utilizada no séc. x e é um gesto
que ocorre ainda hoje. Esta festa também era conhecida como "Purificação da
Bem-aventurada Virgem Maria" mas,em 1969, com a revisão do calendário romano, a
festa teve seu nome mudado. Assim, a "Apresentação do Senhor" é uma das doze
festas da igreja ortodoxa (e suponho, também da Católica...A minha esposa é Católica,
mas não soube me responder...preciso verificar isso). Pelo que apurei em páginas em
russo, a festa é comemorada em 2 de fevereiro ; Parece que neste dia o inverno se
"encontra" com a primavera pela primeira vez...
215
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=MDUr5cJ5cBw
Publicado em 20 de Ago. de 2017
De início, o grupo era formado por três graduados do Instituto de Belas Artes de
Kharkov. O repertório de coro do grupo é um resgate de uma série de coros antigos
muito raros, recuperando acordos tradicionais característicos do canto bizantino.
"Sreteniye", como indiquei qui
https://www.youtube.com/watch?v=wZYvGmk1AFk
significa literalmente "candelária, vela", e faz referência a um feriado ortodoxo
"festa das candelárias" ou "Apresentação do Senhor".
Nessa gravação há quatro, mas historicamente o grupo variou de três a cinco
cantores, tendo participado dos serviços no contexto ortodoxo, concertos e festivais de
música.
216
Os "Sreteniye" foram premiados no Festival Internacional Archdeacon K. Rosov
de Moscou (1993) e foram vencedores do Grande Prêmio de Todos os Festivais da
Igreja Ucraniana dos Coros "Glas Pecherski", em Kiev (nos anos subsequentes de
1999 e 2000).
Se eu estiver correto, na segunda-feira da primeira semana da Quaresma, durante
o "Great Compline" (serviço penitencial depois do "supper" e antes da "vesper"),
após o Salmo 69, a Canon é cantada como o poema tônico silábico "Dusha Moya -
Alma Minha". http://days.pravoslavie.ru/rubrics/canon_print47.htm
O poema é cantado em seguida da "Sexta Ode" ou hino litúrgico do rito bizantino
"Kontakion", a cânon penitencial que aparece na hinografia de São André de Creta
(650 - c.712/726 ou 740), considerado santo pelas igrejas católica e ortodoxa:
12
O CD Música da Ucrânia pode ser adquirido aqui:
http://www.origenmusic.com/church-music.html
https://www.amazon.com/Medieval-Church-Choir-Byzantine-Georgia/dp/B0010
37X74/ref=tmm_msc_swatch_0?_encoding=UTF8&qid=&sr=
http://youzeek.com/?Artist=Ensemble+Sreteniye&page=Similar&lng=PT#ArtistP
age_Ensemble%20Sreteniye-albums
217
Alma Minha...
Moya, dusha...
Por que
dormes?
vosstan',
chto ty spish'?
Eis o fim!
Konets
Confusa!
Priblizhayetsya
Podes envergonhar-te...
i mozhesh' smutish'sya...
Levanta e abriga-te...
Vospryani...i poshch
Vezde i vse...
É hora de dormir....
li spat' vremya,
alma minha...
dusha...Moya,
218
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=Cx7za0Es7ds
Publicado em 22 de Ago. de 2017
219
Quanto às legendas convencionais, as minhas amarelinhas preferidas, deixei-as ao
final do vídeo e modifiquei ali também um pouco a transcrição do cirílico para
experimentar algo que "soasse russo por cima de coro em ucraniano"... Eu não
sei....Святий Кріпкий "Svyaty´y kre´pkiy" ou "Svyatyy Kripkyy"? Enfim,
não sei se consegui, mas a ideia era fazer algo bem ao típico afogamento do "Rise
Plow", como me é de costume.
Em seguida, o surpreendente e sempre empolgante Tchaikovsky demonstra a sua
compreensão absoluta do tema e do desenvolvimento, como não poderia deixar de ser,
em Sol menor...
E por último, mas não por menos, Maksym Berezovsky (1745–1777) o primeiro
dos grandes compositores ucranianos a
serem reconhecidos fora de sua terra natal, encerra com grande entusiasmo ao
estilo ucraniano de fazer música e se aproximar do divino.
Boa Audição! Renato Araújo
Versão ukraniana:
220
Амінь.
Святий Безсмертний,
Помилуй нас.
Santo Imortal
Tenha piedade de nós.
221
222
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=qvoGjHBsbqA
Publicado em 22 de Ago. de 2017
223
Богородице Дево, радуйся,
Благодатная Марие, Господь с Тобою,
Благословенна Ты в женах
и благословен плод чрева Твоего,
яко Спаса родила еси душ наших
224
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=UEW82WM1DbU
Publicado em 24 de Ago. de 2017
225
Blagoslovi, dushe moya, Gospoda,
226
очищающаго вся беззакония твоя,
исцеляющаго вся недуги твоя,
избавляющаго от истления живот твой,
венчающаго тя милостию и щедротами,
исполняющаго во благих желание твое:
обновится яко орля юность твоя.
Щедр и милостив, Господь.
Долготерпелив и многомилостив.
Благослови, душе моя, Господа
и вся внутренняя моя Имя святое Его.
Благословен еси Господи.
227
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=FfpkAjWan_c
Publicado em 08 de Set. de 2017
228
produziu a Vigília de Rachmaninovs ("All-Night"), trabalhando como editor,
retomando esse trabalho nessa época, em que já havia 70 anos que não se tinha
publicado.
https://www.amazon.com/Profondo-Russia-Popular-Sacred-Russian/dp/B004KK
YCPK
ps.: com imagens do inverno russo e uma imagem com a belíssima Keira
Knightley e Hans Matheson, do filme de Boris Pasternak "Dr. Zhivago" (versão de
2002).
229
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=qGBk1Ci44JA
Publicado em 08 de Set. de 2017
230
Música Ortodoxa Russa
Hino Penitencial "por Coro de Crianças e Jovens" Sophia ", Coro de Crianças e
Jovens" Sophia "e Olga Roussakova
0:16
rus: Dushá (alma) moyá (minha) pregréshnaya (mais pecaminosa), chto ne (por
que não) plácheshsya (chorar) ?!
sentido: minha alma mais pecaminosa, por que tu não choras ?!
rus: Ti (você) plach (chora), dushá (alma), ridái (chora) vsegdá (sempre).
sentido: Grite, minha alma, chore sempre!
1:09
rus: Ne (não) uspéesh (terás tempo) ti (tu) togdá (então) plákati (chorar)
sentido: tu não terás tempo para chorar
rus: A (e) po (pela) smérty (morte) grehý (pecados) tvoéé (tua) oblichát
(exposição) tebyá (de ti).
sentido: após a morte, teus pecados serão expostos.
1:58
rus: Pele (jogue fora) odézhdu (roupas) ti (tu) grehóvnuyu (pecador) v (em)
pokayániee (arrependimento) ..
sentido: derramar a roupa pecaminosa em virtude do arrependimento.
rus: A (e) ne (não) skéénesh (lance) ti (tu) grehéé (pecados) svoyá (teu),
sentido: E se você não jogares fora os teus pecados,
231
rus: Togdá (então) ááda (inferno) ne (not) méénesh (evitar).
sentido: então tu não vais evitar o inferno.
2:50
rus: Stradálicy (sofredores) vencí (coroas) nosa (desgaste) na (sobre) glaváh
(cabeças) svoíh (suas).
sentido: os sofredores usam as coroas de vencedor em suas cabeças.
232
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=w4gdlPU0oo8
Publicado em 09 de Set. de 2017
Tua Cruz que Adoramos - Jvarsa Shensa - Canto Georgiano por: Sretenyie
233
Foi bem difícil traduzir essa bela canção em georgiano. Mas não deve ser a toa
que ela é cantada quando, a meio caminho da páscoa, ocorre um lembrete
reconfortante: depois de todos os esforços da Quaresma, a páscoa se aproxima!
Não entendo nada de georgiano (a minha dificuldade foi imensa, portanto). Mas,
como Tchaikowsky, Rimsky-Korsakov, Tolstói, Kropotkin, Pushkin, Tchekov etc.
me forçam a estudar o Russo, eu sei que lá, "Adoramos a Tua Cruz" se diz "Krestu
Tvoyemu",
como em:
"Кресту Твоему поклоняемся, Владыко, и святое Воскресение Твое славим"
"Krestu Tvoyemu poklonyayemsya, Vladyko, i svyatoye Voskreseniye Tvoye
slavim"
("Nós adoramos a tua cruz e a tua santa ressurreição"
(t’k’veni jvari), então voltei à estaca zero...Quando eu desisti de traduzir essa canção,
já pensando em entrar em contato com algum Georgiano para solver esse mistério...
eis que fazendo uma pesquisa em russo consegui encontrar o Coro folclórico Rustavi
e sua límpida dicção:
https://www.youtube.com/watch?v=HryjTBN9WBU
234
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=UDtU5XSw0IQ
Publicado em 10 de Set. de 2017
235
Вечери Твоея тайныя днесь, Сыне Божий, причастника мя приими:
не бо врагом Твоим тайну повем,
ни лобзания Ти дам, яко Иуда,
но яко разбойник исповедаю Тя:
помяни мя, Господи, во царствии Твоем.
236
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=3S0dY8tFN90
Publicado em 10 de Set. de 2017
Sem dúvida esse é o canto da Georgia que eu mas gosto. Não há o que traduzir
neste vídeo. Bastaria apenas citar o que todos já sabem, o termo "aleluia" vem do
hebraico e tem como raiz os termos Halel []הלל,"elegia", "louvor" e Jah [(]יָהּde Iavé
ou Javé no português) é a primeira parte do tetragrama do nome do Deus judaico
YHWH, Yahweh.
Nos Salmos, de acordo com a versão King James da Bíblia ele é chamado JAH
(com letras capitais, uma vez)
"Cante a Deus, cante louvores ao Seu nome: exalte O que anda sobre os céus pelo
Seu nome JAH, e alegra-te diante Dele "
(Salmo 68: 4).
237
São múltiplos os outros significados que cada um de nós podemos dar a esse
termo milenar. Mas quando eu era criança, tendo nascido em uma casa de cultura
budista, "aleluia" significava simplesmente, quando nos dias de festas, os adultos
juntavam um punhado de balas e doces nas mãos e os jogavam pra cima gritando
"Aleluuuiaaa!!!" , para delírio das crianças! Ainda hoje, eu entendo aleluia desta
mesma forma: uma interjeição para uma alegria absoluta!
Mas, para também lembrar dos mortos das ilhas paradisíacas do Caribe na
semana passada por causa do furacão Irma (setembro/2017), envio agora as minhas
condolências a todos os da tribo de Jah.
238
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=kENR_r9uNe8
Publicado em 14 de Set. de 2017
"A Tua Ressurreição", é executada pelo belíssimo coro de seis vozes, por monges
do mosteiro Pechersk Lavra de Kiev, Ucrânia.
Esse poema matinal suplica pela permissão de ser cantado.
Versões em Russo (cirilico e transliteração românica), inglês, espanhol e
português, o qual eu me responsabilizo
em particular, propondo pequenas modificações na sintaxe, para o treinamento
dos aprendizes de Russo, como eu.
239
Angels in the Heavens, O Christ our Savior,
praise Thy Resurrection with hymns; deem us also
who are on earth worthy to glorify Thee with a pure heart!
240
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=Imu9aBwJRdo
Publicado em 15 de Set. de 2017
"Ó minh´alma, louva o Senhor" (Salmo 146). Um dos hinos antífonos na Liturgia
da Igreja Ortodoxa. Cantado pelo coro Sreteniye "Candelária".
241
Господь решит окованныя, Господь умудряет слепцы,
242
Gospod' vozvodit nizverzhennyya, Gospod' lyubit pravedniki, Gospod' khranit
prishel'tsy,
sira i vdovu priimet i put' greshnykh pogubit.
Votsaritsya Gospod' vo vek, Bog Tvoy, Sione, v rod i rod.
nyne i prisno i vo veki vekov
243
Filho unigênito e Palavra do Deus Immortal /
e aquele que voluntraiamente para a nossa salvação
encarnou na Santíssima Virgem de Deus e para sempre Virgem Maria/
Quem sem mudança fez-se homem, /
E foi crucificado, ó cristo meu Deus, / Pisoteando a morte pela morte, /
Há uma Santíssima Trindade, /
Glorificado pelo Pai e pelo Espírito Santo,
salve-nos.
244
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=LE5BYGSH9xY
Publicado em 16 de Set. de 2017
245
inteiro.b) é dele também o hino nacional Imperial ("Deus Salve o Tzar"). Além de
peças religiosas, Lvov escreveu, a partir de uma ideia musical de Meyebeer, uma
"Fantasia Dramática" para violino e violoncelo, um Concerto para violino e orquestra,
duas Operetas e duas Óperas, além de 24 Caprichos e um método de violino, entre
outras composições.
Ao mencionar na liturgia os acontecimentos posteriores à Santa Ceia e a traição
de Judas, o poeta ora:
Outra versão da mesma peça, desta vez com acompanhamento em partitura e com
uma transliteração do cirílico efetuada por mim mesmo, e cantada pelo Coro
"Arkhangelsky Glas" pode ser encontrada aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=UDtU5XSw0IQ
246
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=ASCbNebltlM
Publicado em 16 de Set. de 2017
247
Atualmente o diretor de música do coro é Graham Ross. Com alguma
regularidade é possível acompanhar apresentações ao vivo dos serviços religiosos.
http://www.clarecollegechoir.com/
Por fim, quanto à minha presente tradução teste, peço perdão aos professores de
latim, especialmente o meu antigo professor de Filologia Românica, Bruno Basseto,
espero que não imaginem que me voltei de costas ao estudo do latim e à beleza da
língua de Ovídio, Cícero, Lucrécio e Sêneca. Tenho consciência plena dos meus
pecados na sintaxe, desavenças na morfologia e verdadeiras invenções contidas, tudo
em função de uma tradução aportuguesada para facilitar aos iniciantes do estudo da
língua latina, por um lado, e anarquizando imperdoavelmente, por outro, quase todo
nominativo, dativo, genitivo aparecidos, que assim possibilitaram dar alguma vazão à
minha transcriação.
Boa Audição
Renato Araújo
248
et exsultabunt ossa humiliata.
Averte faciem tuam a peccatis meis:
et omnes iniquitates meas dele.
Cor mundum crea in me, Deus:
et spiritum rectum innova in visceribus meis.
Ne proiicias me a facie tua:
et spiritum sanctum tuum ne auferas a me.
Redde mihi laetitiam salutaris tui:
et spiritu principali confirma me.
Docebo iniquos vias tuas:
et impii ad te convertentur.
Libera me de sanguinibus, Deus, Deus salutis meae:
et exsultabit lingua mea justitiam tuam.
Domine, labia mea aperies:
et os meum annuntiabit laudem tuam.
Quoniam si voluisses sacrificium, dedissem utique:
holocaustis non delectaberis.
Sacrificium Deo spiritus contribulatus:
cor contritum, et humiliatum, Deus, non despicies.
Benigne fac, Domine, in bona voluntate tua Sion:
ut aedificentur muri Ierusalem.
Tunc acceptabis sacrificium justitiae, oblationes, et holocausta:
tunc imponent super altare tuum vitulos.
ó Deus,
pela grandiosa...
piedade...
Tua!
E pela imensidão de Vossa piedade......apaga as iniquidades minhas
Lava-me totalmente das iniquidades...
minhas...
E dos pecados meus...
249
purifica-me.
Pois reconheço as iniquidades minhas
e os pecados meus diante de mim sempre estão.
Contra Ti somente pequei...
O que é mau a Teus olhos eu fiz.,Justo é Teu sermão...
e reto o vosso julgamento.
Eis que eu nasci na iniquidade,
e em pecado fui concebido por minha mãe...
Eis que amas a verdade em meu íntimo ser,
E os mistérios que ensinas são sabedorias manifestadas...
...em mim.
Purifica meu pecado com hissope e ficarei puro,{\i0}
lava-me, e ficarei mais níveo que a neve.
Faze-me ouvir uma palavra de gozo e alegria,
E exultem os ossos...
,que triturastes...
Esconda de Tua face os pecados meus......e todas as iniquidades minha dissipa.
Um coração puro cria em mim...
ó, Deus!
E um espírito reto em meu peito renova...
a mim....
não lances para longe de tua face...O Teu espírito santo não retires de mim.
Restitua-me a alegria da salvação que é
Tua.
E que um espírito generoso me sustente.
Mostrarei aos maus os Teus caminhos...
para que os ímpios voltem a Ti.
Livra-me do sangue, ó Deus, meu Deus Salvador...
E exultará minha língua a justiça....
Tua...
Ó, senhor, abra meus lábios...
e minha língua anunciará a Tua justiça.
Pois Tu não queres sacrifício...
por certo.
250
E um holocausto não te agrada.
Sacrifício a Deus é o espírito contrito.
Um coração contrito e triturado, ó Deus, tu não desprezas.
Faze o bem, Senhor, pela boa vontade Tua...,
a Sion.
reedifica as muralhas de...
Jerusalém.
Então, aceitarás dos sacrifício de justiça
ofertas e holocaustos
E no altar se oferecerão...
novilhos a Ti.
251
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=iY78RGHCKKc
Publicado em 18 de Set. de 2017
Ангел вопияше
и
Христос Воскресе!
252
Твой Сын воскресе тридневен от гроба, и мертвыя воздвигнувый: людие,
веселитеся. Светися, светися, новый Иерусалиме:
слава бо Господня на тебе возсия. Ликуй ныне и веселися, Сионе.
Ты же, Чистая, красуйся, Богородице, о востании Рождества Твоего.
253
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=nm7pd-aXuP4
Publicado em 18 de Set. de 2017
Agnus Dei
Qui tollis peccata mundi
Miserere nobis,
Miserere nobis
Agnus Dei
Qui tollis peccata mundi
Miserere nobis,
Miserere nobis
Agnus Dei
Qui tollis peccata mundi
Dona nobis pacem
254
Dona nobis pacem
Pacem...
Cordeiro de Deus
Que tira os pecados do mundo
Tende piedade de nós
Tende piedade de nós
cordeiro de Deus
Que tira os pecados do mundo
Tende piedade de nós
Tende piedade de nós
Cordeiro de Deus
Ele tira os pecados do mundo
Dê-nos a paz
Dê-nos a paz
Paz ...
Boa Audição
Renato Araújo
255
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=IuWoUfLOUy8
Publicado em 19 de Set. de 2017
Como é sabido, o termo "Cordeiro" é um dos epítetos de Jesus Cristo que foi
chamado, em João 1:29, "Cordeiro de Deus".
O compositor britânico John Tavener foi um bem sucedido artista com inúmeras
obras sacras de peso. Em 1968, com apenas 24 anos, na première de sua Cantata "The
Whale" ("A Baleia"),
ele foi indicado pelo jornal "The Guardian "como "a descoberta do ano". A
cantata era baseada na estória bíblica de Jonatas e a Baleia. A sonoridade dramática
desta e de muitas obras de Tavener
inclui inúmeros recursos dissonantes, alguns dos quais talvez considerados em
"demasia" para motivos musicais religiosos, já que, para os conservadores, o antigo
"diabulos in musica", sempre os espreitou! Mas o uso dessa mesma dissonância por
Tavener, vista como originalidade, ao contrário, deve tê-lo ajudado a ser incluído
entre os principais compositores de sua geração. Afinal, ele é da mesma geração de
Mick Jaegger e Jim Morrison!!!
256
Assim, quando aqueles velhos do "the Guardian" viram aquele jovem promissor
estava fazendo "loucuras" muito criativas, ficou muito claro que estava nascendo uma
nova geração de compositores eruditos sacros que pudessem fazer frente ao
magníficoe de dissonancias bem adequadamente tolidas como Arvo Pärt (1935),
que já era um "velho" de 33 anos em 1968.
Bem, eu acho que William Blake, autor do poema dessa peça, dispensa
apresentações. Esse é um dos poemas das "Canções da Inocência" (1776) que podem
ser lidos em suas obras completas:
ERDMAN, D.E.(Ed.)The Complete Poetry and Prose of William Blake, Anchor
Books, 1988. Bom, quem sou eu para traduzir William Blake, não é? Eu sequer já fiz
algum curso de inglês em toda minha vida
embora, posso dizer hoje que essa é a minha segunda língua! Mas tudo que fiz
aqui nessa minha tosca tradução (inglês/Português) foi seguir a tensão das Stanzas e
manter um pouquinho da métrica (eu a modificaria isso tudo na partitura, mas decidi
não fazê-lo, como vocês confirmarão. Eu mantive sem tradução a parte final - com a
partitura -, para acompanhamento apenas no inglês).
Outra questão ruim é que, nfelizmente, a língua portuguesa não nos permite
apreciar melhor a sequência
AA BB CC DD AA AA EF GG FE AA da rima de Blake. Mas espero ter
podido deixar clara a contraposição entre os versos. As duas stanzas se
complementam, a primeira como pergunta, a outra como resposta. Enquanto na
primeira o poeta pergunta ao cordeiro se ele sabe quem o criou, na segunda, o próprio
poeta exulta: Eu to direi, cordeiro! Ele tem o teu nome!.
257
Softest clothing, woolly, bright;
Gave thee such a tender voice,
Making all the vales rejoice?
258
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=79rZzZeQvmE
Publicado em 12 de Out. de 2017
Um Salve às Marias!
Essa não só é uma das mais populares canções "Ave Marias", mas devo dizer que
é a minha preferida depois da de Schubert.
(e claro, da versão de Bach/Gounod, que também não dá pra comparar!). De
qualquer forma, nessa versão que ora publico com tradução e legendas em
latim/português sempre foi mal atribuída ao compositor italiano Giulio Caccini
(1551–1618), na realidade essa canção é bem recente e foi composta na década de
1970 pelo luteista russo Vladimir Vavilov (1925-1973), um "malandro"
que tinha o mal hábito de atribuir as suas composições a compositores famosos.
Mas o "erro" de se atribuir essa música à Caccini se deu quando, de ma-fé ou não, as
gravações posterioras à de Vavilov, depois de sua morte, passaram a ser identificadas
259
como uma composição de G. Caccini, e assim, o estrago já estava feito. Até hoje é
difícil (e eu me incluo nisso) "desatribuir" à Caccini essa excelência.
Como se sabe, essa canção não tem letra, senão as duas palavras de saudação à
Maria: "Ave Maria".
Theotokos de theo = Deus e Tokos = Portadora, significa, "A que porta [no
ventre] a Deus" ou "Mãe de Deus". E o termo "Salve" inicial, se diz χαῖρε "Khaíre",
que pode ser traduzido por "Hei!" ou "Olá", e que na tradução latina seria "Ave" (ou
Alegra-te),
260
Livra-me, ó Senhor, da morte eterna naquele dia temerário,
Quando os céus e a terra se moverem,
Quando vireis julgar o mundo pelo fogo.
261
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=h48kL_6QYfw
Publicado em 15 de Dez. de 2017
Ao pedir o tom da música que já estava tocando para saudá-la, Sister Rosetta
improvisa lirica e musicalmente sobre o original:
262
Oh, choveu quarenta dias
E choveu quarenta noites
Não havia terra em nenhum lugar à vista
Deus mandou um anjo para dizer as boas novas
Ele apressou suas asas e afastou ele voou
Para o Oriente para o Ocidente
Para o norte para o sul
Durante o dia, por toda a noite, como choveu... como choveu...
263
magem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=EziY_mNA26g
Publicado em 16 de Dez. de 2017
Com legendas em português, aqui, numa gravação ao vivo de 1995, John Denver
(1943-1997) que faleceria tragicamente num desastre de avião dois anos depois,
apresenta uma música que eu amo pela simplicidade e pela nostalgia popular da letra,
que dá, ao meu ver, à música country estadunidense um aspecto universal.
264
Por fim, para compor os filmes censurados pelo youtube, gostaria de encerrar
com uma reflexão sobre o filme que mais amo de Bollywood, de cerca de 2 horas e
meia de duração (quem traduz e legenda filmes sozinho sabe a dificuldade dos meses
de trabalho que isso significa), mas um filme que valhe cada segundo seja para
traduzir, legendar, assistir ou divulgar:
"Satyam, Shivam, Sundaram" ( Raj Kapoor, 1978) - a mera tradução literal destes três
conceitos hindus como "A Verdade, a Bondade (Shiva) e a Beleza" não seriam
suficientes para a caracterização do épico aonde, como diz Joseph Campbell : "O
herói se aventura diante do mundo cotidiano na região da maravilha sobrenatural:
forças fabulosas são ali encontradas e uma vitória decisiva é vencida; o herói retorna
de sua misteriosa aventura com o poder de conceder bênçãos sobre seus camaradas
humanos..." Joseph Campbell (O Herói de Mil Faces). Assistam ao filme "A Verdade,
A Bondade e A Beleza" 1978 (Dir. Raj Kapoor) com legendas em português, e
descubram a verdade contida no fundo da experiência da busca pelo belo.
265
Khajuharo e outras cenas sexuais artísticas e/ou religiosas. E ainda, criticas
estrangeiras cristianizadas apontam o dedo indicador ao diretor Raj kapoor como se
neste filme sobriamente critico, não fizesse alguma referência ao mundo antigo
europeu, dignamente evocado principalmente nas cenas do templo, nas roupas da
Rupa supostamente como Surya bakhta (Devota indiana do Sol - fogo, verdade,
fertilidade e volúpia). Na verdade, a Rupa no templo de Radha-Krishna é um
equivalente a uma sacerdotiza cretense ou egípcia, apropriadamente uma "prostituta
sagrada", aquela que guarda, respeita o divino. É por meio da prostituta sagrada que
se atingia o divino naqueles dias...Não por acaso Ishwar (deus em si mesmo) é
evocado no filme como a originalidade do que para os sumérios era a deusa nua Ishtar,
cujos rituais de caracter sexual a igualava a Asterote dos filisteus e fenícios, a Hathor,
Isis e Bastet egípcias, tal como a Kali indiana (posteriormente associadas ao mal, ao
pecado e ao demoníaco pelo patriarcalismo). Tudo isto se opõe aos ideais de
feminilidade dentro do hinduísmo, encarnado pela esposa de Rama, Sita (avatar da
deusa da beleza Lakshimi), heroína do épico ramayana que, tal como a Rupa do filme
(e as outras numerosas versões da "grande mãe", sejam deusas da beleza, conceitos
matriarcais da mãe terra, fertilidade e abundância) incarna os 4 ideais da mulher hindu
próprios da deusa Sita que são: a dedicação, a coragem, o auto-sacrifício e a pureza.
Ridículas, portanto são, especialmente, as criticas à cena de Rupa adorando o lingam
(falo) - pois isto me seria tão “indiano” quanto qualquer outra passagem no filme -
aliás, ela o faz com a roupa de sacerdotiza que veste desde criança, igualando,
portanto a beleza, o ardor e a crença infantis à beleza, ardor e crenças adultas por
meio do uso de vestes, preces e desejos semelhantes e as vezes idênticos em quaisquer
fases da vida da consciência. Neste filme, centenas de pequenos "diamantes" da
cultura indiana também são revelados aos iniciados, como por exemplo o uso da cor
verde (proibida às viúvas) contraposta à cor divinal "âmbar ou o amarelo
(açafrão)".....Não é incomum a representação crítica da cor verde da tez dos
asura(demonios) ou ainda o aparecimento no filme de uma certa crítica velada ao
islamismo (como se costuma fazer elegante e obscuramente nas artes do norte da
Índia). No filme, o verde parafraseia aspectos musicais, sensuais e, ademais,
visuais...por exemplo, a população do vilarejo comemora com música
caracteristicamente árabe na inauguração da barragem que os irá destruir adiante;
também são verdes os brincos e pulseiras da enganadora sensual, da mentirosa
Champann que quer se passar pela virtuosa "Rupa" e que, ao se insinuar, tenta sem
266
sucesso, seduzir Rajeev... Ou ainda, visualmente, quando Rupa acorda Rajeev pela
primeira vez com seu canto "Satyam, Shivam, Sundaram" (A Verdade, A Bondade, A
Beleza) o recurso cinematográfico divide ao meio da tela os tons verdes (prórios à
terra, portanto baixos) e os tons laranja-avermelhados (próprios aos céus, portanto,
elevados). Por falar nisso, de modo interessante, quando o egoísta neurótico,
anti-herói Rajeev chega para inaugurar a barragem, o tio de Rupa, um homem do
povo, vendedor ambulante, diz feliz que "esta barragem é uma benção que irá tornar
mais verdes nossos campos". E como diz o "professor-sacerdote"(Pandit), pai de Rupa,
num de seus bhajans: "Enquanto o verde trazia o infortúnio; O santo curry [cor
amarela ou açafrão] afastava os seus problemas..." - o que podem ser também uma
velada referência pejorativa com respeito à cor verde. Não posso me furtar ainda de
me referir à crítica política que o filme também apresenta; Destaco aqui apenas 3
entre as mais importantes destas críticas: a)a noção da inauguração da barragem (que
contém a água "purificante") deixao à parte o povo do vilarejo cujo nome é
"Sukhsagar" - "mar de felicidade/prazer"). O povo apoia a barragem, mas não apoia a
personagem Rupa...apoia a morte, mas não a sua libertação ou salvação. Aquela é
vista erroneamente como bela e esta como feia. b) a relação de subalternidade da
mulher é questionada: 1) nas figuras da mulher na casa da qual Raaj se hospeda,
porque parece ser uma importante técnica que também trabalha na barragem, mas em
casa é tratada "apenas" como doméstica pelo marido e 2) na figura da Champann, que
quer se passar por Rupa, mas que se demonstra liberada e pronta para fazer todo tipo
de esforço em nome do amor. Sua noção superior de que a reputação está abaixo do
amor é o que mais nos chama a atenção nesta crítica da noção de subalternidade da
mulher. E 3) na figura de Rupa, ancilla das vontades de Raj, embora a mais consciente,
a mais bem preparada para o amor e a muito mais sábia que Rajeev (do termo “Raj” -
real, rei, quem governa). A própria pobre heroína Rupa em muitas cenas, ela é vista
como a “santa degradada”, a “heroína tida como fracassada”, mas na cena quando ela
cobiça Rajeev na cachoeira, da mesma forma que ele a cobiçou (visualmente) aparece
a noção de que o desejo da mulher não deve ser destacado como distinto ao do
homem. Ambos os desejos de alguma forma se igualam, por exemplo, enquanto seres
humanos que podem também se basear, ingenuamente ou não, no mesmo "véu de
maia" da aparência. Existiria alguma outra forma de se descobrir pela tentativa e erro
as verdadeiras faces da Verdade, Bondade e Beleza? Assistam ao filme e respondam a
si mesmos baseado-se em suas próprias indivudualidades e históricos de enganações
267
com as quais consideraram erroneamente ser a "beleza mundana" algo
suficientemente fixo ou um chão firme no qual possamos basear totalmente as nossas
vidas. Eu traduzi o filme palavra por palavra diretamente do Hindi, especialmente
todas as canções no filme, mesmo sem conhecer esta língua (relaciono no final um
agradecimento especial à algumas das páginas e dicionários de onde tirei as acepções
deste filme). De qualquer forma, encontrando no youtube uma versão da legenda em
inglês apenas do script, mas não das canções, pude pelo menos corrigir alguns dos
meus erros de legenda das reais falas das personagens. As canções e tudo o mais
continuariam inéditos, não fossem estas as primeiras e únicas traduções para a nossa
língua de que tenho notícia (Agosto;2016). Venho estudando bengali como autodidata
e até então só havia legendado um bhajan na língua Hindi
https://www.youtube.com/watch?v=7N3srYgfz1w Peço-lhes, perdão portanto, pelas
falhas que certamente como iniciante as cometi neste filme de Raj Kapoor “Satyam,
Shivam, Sundaram”. Espero, com toda humildade, que algum conhecedor de ambas
as línguas possa algum dia me apontar estes erros que seriam prontamente por mim
corrigidos. Bom filme! Ps.: Gostaria de, para finalizar em grande estilo, citar Joseph
Campbell em seu livro "O Herói de Mil Faces". De forma comparativa, podemos
dizer isto: “mitologicamente, eis a característica da nossa heroína Rupa no filme
Satyam, Shivam, Sundaram”: "O heroi se aventura diante do mundo cotidiano na
região da maravilha sobrenatural: forças fabulosas são ali encontradas e uma vitória
decisiva é vencida; o herói retorna de sua misteriosa aventura com o poder de
conceder bênçãos sobre seus camaradas humanos..."
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