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RAISE PLOW

Área Sujeita a Alagamento

Traduções e Legendas
(2005-2017)

Renatex

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Für meines freundlin Katrin HCH, von Delitzsch

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Prefácio

Durante os últimos anos (2005-2017) eu procurei manter vivo o meu interesse em


línguas fazendo algumas traduções e legendas de músicas, documentários, filmes
entre outros tipos de vídeos que eu gostasse por alguma razão obscura, sobre a qual eu
jamais penso muito.

Foi apenas depois de dezenas de traduções que pude perceber que havia uma
miscelânia tão variada quanto difícil de convergir, embora desde o início eu quis
colocar esses vídeos legendados disponíveis todos juntos no mesmo youtube e
também, desde o início, meu canal se chamou apropriadamente: “Área de
Alagamento” ou “Raise Plow”, em inglês - significando “bagoncê général”.

E esse título “Raise Plow” não poderia ser diferente! Embora músicas sacras, eruditas
ou não estavam na base de toda essa “área sujeita à alagamento”, músicas profanas,
vagabundas e bastante “chicletes” de rádio, também não poderiam faltar, já que a
ênfase nem sempre estava na música, no conteúdo do filme ou documentário, na letra
de uma canção ou no vídeo mesmo, mas também a ênfase podia estar apenas no
estímulo ao treinamento linguístico e auditivo. Ninguém acredita por exemplo que eu
nunca estudei em escola de línguas, exceto os meus 6 bem vividos anos de estudo do
Grego antigo (por causa do meu curso de filosofia) com meu querido professor
Muracho da FFLCH (USP) (1998-2003); um anno de japonês (1991), com a minha
querida professora, a Sra. Hasebe; e seis meses de alemão com a minha querida
professora Yumi (1997).

Quem sabe uma língua estrangeira também sabe que se você deixa de pratica-la, você
a perde. Ainda que adquirida a duras penas, sem prática, constantemente, você
esquece do vocabulário, da gramática, da pronúncia, enfim, de tudo, muito mais
rápido do que o tempo tomado de sua vida ao aprendendê-la. Então, eis a dica, melhor
do que aprender uma língua é constantimente praticá-la! Comograçasaos deuses eu
tenho amigos em torno do mundo, por exemplo a alemã Katrin (a quem eu dediquei
esse texto),que conheço desde 1999 e que me puxa a orelha por meus inumeráveis
defeitos em sua língua natal.

Pensando nisso, passados dez anos fazendo esse tipo de atividade, não só meramente
por brincadeira, mas sobretudo para também introduzir algum amigo meu que não
conhecesse essa língua e culturastraduzidas pudesse ter acesso a esses conteúdos que
eu considero e gosto muitíssimo.

Quando o número de vídeos legendados começou a se avolumar, e, pior, quando o


youtube, único local escolhido para publicar os vídeos legendados começou a me
enviar cartinhas terríveis dizendo que eu estava “burlando leis de direitos autorais
com alguns vídeos”, percebi que eu tinha de registrar isso de forma um pouquinho
mais sistemática.

Terrivelmente, o youtube chegou mesmo a apagar dezenas dos vídeos, legendas,


descrições e comentários que eu fiz, e que me custaram enormes somas de meses de
trabalho... Textos esses que se perderam para sempre porque eu nunca fui muito

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organizado e uma vez que preciso de espaço nos milhões de mega bytes ocupados, os
primeiros que se vão são os videos.

O que eu mais senti a perda por não poder ser postada no youtube foi a minha
tradução da ópera Eugene Oneguin de Tchaikowski. De longe, essa é a terceira ou
segunda ópera que mais gosto. Cantada em russo, numa gravação de 1958 (portanto,
em plena União Soviética) e algum herdeiro do povo russo, que hoje detém os direitos,
estava reinvidicando o fato internacional de que eu “não poderia ter traduzido a ópera
para a língua portuguesa, porque isso infligiria...” sei lá qual lei. Eu, em minha
ingenuidade de “pedestre”, sempre mantive plenamente esse direito respeitado, já que
eu não tinha outra alternativa. Claro, exceto quando eu for ublicar tudo o que perdi ou
que no futuro virei a perder do youtube no Vimeo, um concorrente ainda
engatinhando e que por isso permite estripulias nesse sentido... E, então, que pode
conseguir o meu apoio amplo e irrestrito nessa briga de foices no escuro (portanto,
youtube, você me paga!).

As principais línguas traduzidas são: Inglês, Hindi, Bengali, Sânscrito, Braja Bhasha,
Francês, Alemão e latim. Não! Eu não sei todas essas línguas, mas eu engano bem!
Submeto sempre as minhas traduções aos entedidos no assunto e humildemente me
coloco como um eterno aprendiz.

Boa “Audição”
Renato Araújo

Programas utilizados: DivXland Media Subtitler 2.1.3; VirtualDub 1.5.4; AVC-Any


Video Converter (Anvsoft); Windows Movie Maker; Notepad.

Ps.: Dentro dos videos que eu legendei e foram excluídos pelo Youtube encontram-se:

*À Minha Irmã - de Catherine Breillat (Filme)


Publicado em 1 de out de 2013

*The Head of Ife - A Cabeça de Ifé, Obras Primas do Museu Britânico


(Documentário)
Publicado em 9 de out de 2013

*A Bela Iris e Seu Amado Thyrsis (Fair Iris and her Swain) - Henry Purcell (Canção)
Publicado em 29 de Dez. de 2014

* Panteras Negras Vanguarda da Revolucao (2015) (Documentário)


Publicado em 2 de Mar. de 2017

* Sombra do Amor (Chaiyya Chaiya) - (Filme) "Dil Se" - “Do Coração”


Publicado em 20 de Abr. De 2017

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A música que eu escolhi como apreseentação do canal é a belíssima “Torre Feliz” de
Assuero Garritano. Mesclando imagens minhas tocando instrumentos musicais, esse
vídeo indica algumas das minhas alegrias: Música erudita e Rock and Roll, resumindo
em duas palavras:, beleza e liberdade. As imagens foram escolhidas um tanto
aleatoriamente, dentre elas destaco uma foto em preto-e-branco mostrando crianças
anti-fascistas de punho cerrado, marca perene do ¡No pasarán! Durante a guerra civil
espanhola.

Crianças se preparam para a evacuação durante a Guerra Civil Espanhola no fim da década de 1930.
Enquanto os republicanos, liberais e anarquistas faziam a saudação do punho cerrado,, os
nacionalistas e fascistas faziam a saudação romana, imitada por Hitler e seus súditos no mesmo
período. (fotógrafo: Dr. Charles Smith)

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=-iU2UUDaORI
Publicado em 26 de mar de 2013.

TORRE FELIZ

Lista de Imagens
Letra: Ernani Fornari-1932
Música: Torre Feliz - Assuero Garritano
Assuero Garritano - Torre Feliz (texto de
Língua: Portuguesa / Trad. para o Inglês
Ernani Fornari-1932),
Fotos: Scientist, nutopia, Marilyn
Sinos de Natal, Sinos de Finados
Monroe-renato araújo, Guerra Civil
Quantos sinos tem a torre dessa Igreja?
Espanhola,
Onde Deus, sereno, passe o Seu rebanho...
tumblr_mjgtlqz09d1qb3i6co1_500, Jim
Um sino triste para quem morreu.
Morrison, Coxabox.blogspot.com, A
Dois sinos contentes, para os que passem
Liberdade, pochoir-0693-150x150, renato
Mas felizes do que eu sois vós!
araújo, araujinhor, renatinho, renatex.
Ó velhas torres das catedrais!
Eu tenho só coração para coisas desiguais.

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HAPPY TOWER

Lyrics: Ernani Fornari - 1932


Music: Torre Feliz (Happy Tower) - Assuero Guarritano
CD: Music From Porto Alegre

Christmas Bells; deceased Bells


Hallelujah Bells!
How many bells has the tower of this church?
Where God...,
serene...,
pass His flock...
A sad bell for those who died...
Two happy bells for those who pass by
Happier than me are ye!
Oh, old towers! Oh, old towers...
from cathedrals!
I have only heart...
for unequal things.

Happy Tower - Subtitles - english language


1
00:00:11,080 --> 00:00:14,200
Christmas Bells,
2
00:00:17,160 --> 00:00:19,160
Deceased Bells
3
00:00:35,540 --> 00:00:37,880
Hallelujah Bells!
4
00:00:42,440 --> 00:00:48,360
How many bells has the tower of this church?
5
00:00:49,840 --> 00:00:51,360
Where God...,
6

7
00:00:52,380 --> 00:00:54,240
serene...,
7
00:00:55,560 --> 00:00:57,440
pass His flock...
8
00:01:02,120 --> 00:01:05,980
A sad bell for those who died...
9
00:01:07,980 --> 00:01:12,620
Two happy bells for those who pass by
10
00:01:17,140 --> 00:01:20,440
Happier than me are ye!
11
00:01:21,920 --> 00:01:23,600
Oh, old towers!
12
00:01:24,060 --> 00:01:25,280
Oh, old towers!
13
00:01:27,600 --> 00:01:29,980
from cathedrals!
14
00:01:32,200 --> 00:01:35,200
I have only heart...
15
00:01:40,620 --> 00:01:43,800
for unequal things.
16
00:01:45,040 --> 00:01:48,040
Music - Happy Tower - Composer: Assuero Garritano
17
00:01:48,880 --> 00:01:50,400
Lyrics: Ernani Fornari -1932
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00:01:55,100 --> 00:01:56,940
CD- Music From Porto Alegre
19
00:01:56,940 --> 00:02:00,120
Last Picture: Renato Araújo, Porto Alegre. jan.,2013.

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O poeta simbolista e romancista que aderiu posteriormente à estética modernista
Ernani Fornari nascido no Rio Grande em 15 de dezembro de 1899 e falecido no Rio
de Janeiro, em 8 de junho de 1964 foi também teatrólogo e historiador. Dentre a sua
obra poética de destaque encontram-se “Missal da ternura e da humildade” (1925);
“Trem da Serra” (1928) e “Praia dos Milagres” (1932).

O maestro e compositor brasileiro


Assuero Garritano (1889-1955) foi
professor de história da música no
Conservatório de Música do Rio
Grande do Sul. Juntamente com o
maestro e compositor Radamés
Gnatali (1906-1988) o poeta
Ernani Fornari (1899-1964), de
quem musicou o poema “Torre
Feliz” aqui apresentado, chegaram
Uma preciosidade: Contra capa do CD - a fazer uma apresentação ao estilo
“A Música de Porto Alegre - Música Erudita Vol. I”
http://musicabrconcerto.blogspot.com.br/2012/02/ do teatro de revista que incluia
musica-de-porto-alegre-erudito-i.html
cenas de humor, recitação de
poesias e trechos musicais na Sala Beethoven, que foi inaugurada em 1931 e lestá
ocalizada no prédio do Petit Casino na rua da Praia em frente à atual praça da
Alfândega em Porto Alegre. Garritano, embora seja incluído entre os Porto
Alegrenses, na verdade nasceu em São Paulo, indo morar em Porto Alegre, onde
lecionou Canto Coral e Orfeônico no Institudo de Belas Artes, no Colégio Júlio de
Castilhos. Além disso, ainda na cidade, parece ser o fundador o Coral Nossa Senhora
da Piedade e em 1940 organizou uma orquestra feminina no Clube do Comércio -
algumas inconsistências cronológicas aparecem no encarte do CD A Música de Porto
Alegre, indicando que ele tenha dirigido a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre de
1960 a 1967, no entanto ele já havia falecido em 1955..

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=TAGbiQzTBE8
Publicado em 26 de mar de 2013

TRISTE ESTAVA EL REY DAVID

Música: Alonso de Mudarra (c.1510 - 1580)


Tres libros de música en cifras para vihuela", Libro III, (Sevilla, 1546)
Peça renascintista para Contratenor (interpretado pelo maravilhoso Carlos Mena) e
Vihuela (tocada por Juan Carlos Rivera).

Triste estaba el rey David,


triste y con gran pasión,
cuando le vinieron nuevas
de la muerte de Absalón.
Cuando le vinieron nuevas
de la muerte de Absalón,
palabras tristes decía,
salidas del corazón.

Ejos mismos fueron causa


de tu muerte e mi pasión
No te quisiera ver muerto
Fili mi

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TRISTE ESTAVA O REI DAVID

Triste estava o Rei David,


triste e com grande paixão
Quando lhe veio a notícia
Da morte de Absalão
Quando lhe veio a notícia
Da morte de Absalão

Palavras tristes dizia


Saídas do coração
Palavras tristes dizia
Saídas do coração
Elas mesmas foram causa
De tua morte e minha paixão
Elas mesmas foram causa
De tua morte e minha paixão
Não quisera ver te morto
Senão vivo em minha prisão
Que ainda me fosses desobediente
Eu te outorgaria perdão Fili mihi (filho meu)

Absalão foi o terceiro filho do Rei David. Todos conhecem bem essa
emocionante história ocorrida há mais de mil anos antes de Cristo e narrada no antigo
testamento. Eu amo essa história e poderia escrever inúmeros livros sobre ela, mas
tentarei resumi-la em poucos parágrafos.
Absalão geralmente é pintado como um rebelde ambicioso que queria destronar
seu pai, David. Lindo, com cabelos longos, acredito que Absalão na verdade possa ser
considerado um “herói” em função de ter protegido a sua irmã por parte de pai
chamada Tamar, depois que essa foi estuprada por um irmão mais velho de ambos,
Ammon. Ele jurou a ela vingança, e os desdobramentos trágicos que se seguiram se
enquadrariam na saga do herói. Mas, como a narrativa bíblica é tendenciosa,
sobretudo quando se tratam de defender as mazelas da elite hebraica e os assassinatos,
estupros, infanticídios e limpeza racial provocada pelos patriarcas e seus seguidores,

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todas as peripécias que poderiam ser identificadas como dignas de nota, acabam
sendo ofuscadas por essa tendência interpretativa ideológica e por vezes suspeita.
De acordo com o antigo testamento, Absalão, dois anos depois do estupro da irmã,
convidou todos os filhos naturais de David, seu pai, para uma festa tradicional de
“tosquia das ovelhas” :
Absalão tinha tosquiadores em Baal-Hazor, que está junto a Efraim; e convidou
Absalão a todos os filhos do rei. (2 Samuel 13:23)
David também havia sido convidado, mas nnão compareceu ao evento. Quando
os irmãos estavam celebrando, os servos de Absalão cercaram seu irmão, o estuprador
Amnon, e o mataram. Os outros irmãos fugiram e contaram a David sobre o
assassinato e este ficou terrivelmente consternado, já que este era o seu primogênito,
herdeiro natural do trono da casa de David, portanto, de fato, um alvo primário de
qualquer tentativa de usurpar o trono. Absalão fogiu para casa de seu avô e ficou lá
por três anos em auto-exílio.
Como havia ainda um sentimento paterno entre os dois, algumas tentativas de
reconciliação entre pai e filho foram frustradas, sendo concretizada apenas anos mais
tarde, em 1036 A.C. ( 2 Samuel 14:21-33). Mas a “guerra” de sucessão não terminara.
Queliade, que seria o próximo na sucessão real, teria provavelmente morrido jovem,
embora não se saiba a causa mortis. David ainda tinha dois filhos que poderia
escolher, rejeitando o filho Absalão, embora somente esse tinha linhagem nobre,
porque era neto, por parte de mãe do rei Talmai, aonde se refugiou depois do
assassinato de Amnon (2 Samuel 13:30-38). De fato, David acabou escolhendo
Salomão, que ainda era apenas um menino.
Antecipando isso que poderia de fato ocorrer, Absalão, aproveita-se da baixa
popularidade de David perante a população, cerca-se de um exército em Hebron e
declara-se rei, forçando assim a seu pai David a fugir para o outro lado do Rio Jordão
e preparar a resistência ao golpe e aproveitando-se disso Absalão toma Jerusalém sem
resistência. (2 Samuel 15:7-18). Com a ajuda de um espião, David atrasou a batalha
inevitável a tempo de reunir um grande exército que com melhores táticas, cercaram e
colocaram Absalão pra correr. Na fuga desesperada numa mula ligeira, sua cabeça
ficou presa nos galhos de um carvalho, sendo capturado e morto por Joabe e seus
homens. Mas David o queria vivo, pois ainda tinha grande amor pelo filho (2 Sam.
18:24-33).

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A canção renascentista de Alonso de Mudarra retrata exatamente isso. Como uma
mensagem a um filho, lindo, desobediente e morto, triste estava o rei David:

Não quisera ver te morto


Senão vivo em minha prisão
Que ainda me fosses desobediente
Eu te outorgaria perdão Fili mihi (filho meu)

Para Absalão eu também compus alguns simples versos:

Ah, Absalom, Absalom! Ninguém ouvira a sua urgência, o som de sua fúria. A

bílis negra será o gatilho de sua ruína e solidão.

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=NngTyv1PWoo
Publicado em 1 de out de 2013

Entrevista com o artista plástico Ghariokwu Lemi, criador de design gráficos e


desenhos nas dos Álbuns (LP's em Vinyl) de Fela Kuti, cantor e compositor Nigeriano
falecido em 1997. Um vídeo da "knitting factory records" - produzida em parceria
com a www.nativeresonance.com (legendas em português)
Esse pequeno documentário foi legendado por mim espontaneamente. Eu fiquei
muito intrigado com esse artista com quem eu vim, posteriormente, a fazer amizade
com Ghariokwu Lemi. Ainda antes de saber quem ele era, nós fizemos uma exposição
de suas belas capas dos discos de Fela Kuti da coleção do intelectual cubano Carlos
Moore numa exposição com 41 capas com design do Lemi no Museu Afro Brasil:
"Fela Kuti. O Design Gráfico dos LP's" (2013).
Quando estive na Nigéria em 2013, o convidei para o clássico bar e sebo em
Lagos “the Jazz Hole" na Awolowo Road, Ikoyi número 168. Mas, como ocorreu uma
chuva horrível, e eu vinha de uma viagem de Ibadan e a estrada estava horrível. Para
eu não perder o vôo, pois eu partiria ainda naquela noite para Joanesburgo,
combinamos de nos rever em outro momento, algo que infelizmente ainda não
aconteceu, quatro anos depois. Ele próprio me passou seus principais links na internet,
que gostaria de dividir com vocês:

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www.facebook.com/ghariokwulemi
http://www.artsownkind.wordpress.com/
http://234next.com/csp/cms/sites/Next/ArtsandCulture/Art/5486165-147/story.csp
http://www.vimeo.com/8011482
http://www.youtube.com/watch?v=ZIyGTf0XHzE
http://www.youtube.com/watch?v=6hAx8-Lu6Ik&feature=share
http://www.thisdaylive.com/articles/lemi-ghariokwu-returns-with-new-works
/149116/
http://www.samumukoro.com/interviews-lemi.php#.UazbWHClK9A.facebo
ok

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=a33XhQ8dTEI
Publicado em 11 de mar de 2014.

Título: Bakuba
Língua: Francês

"Bakouba" - Fime documentário (audio francês) legendado em português. O


cineasta Gérard De Boe (1904-1960) esteve pela primeira vez no Congo Belga (atual
República Democrática do Congo) como médico assistente (agente sanitário) dos 23
aos 34 anos. No início da década de 40 conseguiu um emprego como câmera no C.I.D.
(Centro de Informação e Documentação). Um órgão governamental atuante na
colônia belga do Congo, que conquistaria independência 8 anos depois da execução
destas filmagens. De Boe também dirigiu outros importantes documentários sobre o
Congo Belga como "A Elite Negra de Amanhã" (1950); "Riqueza Ignorada (1952);
"Diamante, Pedra Preciosa (1956). Ele fundaria na década de 1950 sua própria
sociedade de produção que realizaria mais de cinquenta filmes. Delineando neste
documentário um contraste entre os afazeres quotidianos do grupo étnico Bakuba e o
"culto" à realeza, esse documentário traz imagens da produção de arte africana com o
tecelão, a bordadeira, o escultor, o ferreiro, que são filmados "em ação" mostrando o
resultado de suas realizações artísticas. Cantos e danças num rito fúnebre são exibidos
e revelam importantes registros antropológicos desse grupo. Além de trazer um raro
documento cinematográfico da incisão ao vivo de uma escarificação (cicatrizes na

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pele que servem como indicadores de identidade e hierarquia de seu portador) o filme
documenta também uma dança das esposas do rei (Nyimi) e faz um close-up da sua
imponente vestimenta real de 80 kilos. (Sinopse produzida para a exposição sobre
tecidos Kuba, 2011 - Sinopse e Legenda: Renatex, tradução Bedel e Renatex)

Esse documentário imperdível foi traduzido em parceria com meu querido amigo
bakongo Makaya Bedel, quem me auxiliou em alguns pontos que o audio dos anos 50
dificultava meu mau ouvido. Este filme faz parte da maravilhosa coleção lançada pelo
Museu de Tervurem, na Bélgica, antes de fechar para aquela intempestiva reforma
(que ainda estará em curso até 2020).
O livro que inclui 4 DVDs é o Patrimoine d'Afrique Centrale. Archives Flms.
Congo, Rwanda, Burundi (1912-1960) - 2010 e teve como organizadores Patricia Van
Schuylenbergh e Mathieu Zana Aziza Etambala. Tenho a expectativa de poder
traduzir os outros documentários majestosos, mas esse filme Bakuba veio muito a
calhar, primeiro porque é o melhor documentário de todos e segundo porque eu quis
colocála numa exposição “Panos, Tapas, Joias e Adornos D'África” inaugurada no
Museu Afro Brasil em Abril de 2014.
O que mais nos chama a atenção nesse livro, além das mais de 350 páginas de
pesquisas bem fundamentadas sobre inúmeros aspecitos biográficos e históricos sobre
os cineastas belgas e sobre os povos cinematografados é que os vinte filmes de
arquivo (filmados na República Democrática do Congo entre os anos de 1912 e 1960)
representam uma ótima fonte primária para questões que envolvem o estudo visual,
sobretudo, então, joias, arquitetura, arte africana em geral são os grandes beneficiados.
Porém, tópicos tais como a diversidade dos recursos naturais, a mineração, o
desenvolvimento econômico e o plano de urbanismo coloniais, a educação e criação
artística e cultural, entre outros, foram também contemplados. Assim são
intitulados as mídias de DVD: 1: Diversidade Cultural; 2: recursos naturais, minerais
e aquáticos; 3: Desenvolvimento Econômico e Urbano; 4: Educação e Criação
Artística.
Além da fabulosa trilha sonora modernista (“surrealista”) composta por André
Souris (1899-1970), confrontada com canções bakongo para ritual fúnebre, entre
outras, esse documentário, restaurado pela Cinemateca Real Belga traz ainda belas
imagens de como eram elaborados os tecidos, como eram feitas as escarificações

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(marcas na pele com indicativo de identidade, posição social entre outras) e mostra
ainda algumas peças de arte de corte dos bakuba.

Imagens do vídeo em pausa - Bakuba - Gerard De Boe (início década de 1950)

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=m9bZT7P1clw
Publicado em 20 de jul de 2014

"Tempestade Magnética - o escudo invisível da Terra" (Magnetic Storm - Earth's


magnetic shield"- NOVA) É um documentário da TV Norte-Americana PBS,
legendado em português, sobre as dramáticas mudanças no campo magnético da Terra
(enfraquecimento do campo magnético e inversão inevitável dos pólos magnéticos). O
filme trata da estimativa de quando isso ocorrerá e de suas graves consequências para
os seres humanos. O documentário possui em sua trilha sonora a música "Magnetic"
de Judith Edelman (Clear Glass Jar. Album) Duração: 55 min. Lançamento: 2003
Endereço: http://www.pbs.org/wgbh/nova/magnetic/

As notícias parecem um tanto assustadoras, mas isso sempre ocorreu.... Inversão de


polos dos campos magnéticos solar e terrestre ocorrem com sistemática regularidade.
Os ventos solares “cospem” na atmosfera terrestre e dos outros planetas do sistema
solar bilhões de partículas carregadas a todo o tempo - somos protegidos pelo nosso
casulo graças ao núcleo de ferro do planeta e a produção, por essa mesma razão, do
nosso campo magnético, resultado, não somos queimados vivos com a espulsão da
nossa atmosfera pelos ventos solares por um lado e, por outro, podemos ver esse
fenômeno ocorrer devido ao seu efeito visível mais impressionante: auroras boreais
no hemisfério norte, próximo aos polos.

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Sim, eu amo astronomia! Não chego a ser um astrõnomo amador, mas já fiz alguns
cursos e tenho alguns diplomas que guardo com orgulho, sobretudo os que tirei nota
10, dado que sou mesmo um nerd e costumo me esforçar nas coisas de que gosto.
Seguir-se-ão, portanto, nessa área de alagamento, alguns documentários relativos a
questões astronômicas ou históricas, filosofia ou psicologia, arqueologia ou arte, pois
esses são os meus campos de estudo, interesse ou apenas curiosidade de diletante.

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=HqBPjpAeUuQ
Publicado em 26 de abr de 2015

Divine Horseman (Cavaleiros divinos: os deuses vivos do Haiti) Doc. P&B. 50’ min.
(1947-1951)
Direção: Maya Deren
Edição: Cherrel Ito, 1985.
Narradores: John Genke e Joan Pape
Sinopse: Maya Deren (1917-1961), diretora ucraniana radicada nos Estados Unidos,
esteve no Haiti entre 1947 a 1951, onde se iniciou na religião Vodu. Avant-garde,
amiga dos surrealistas André Breton, Marcel Duchamp, John Cage e Anais Nïn, ela
registrou, de maneira artístico-poética, as principais manifestações da cultura haitiana:
do sagrado ao profano, do Vodu ao Carnaval.

Eis um tema em que eu não posso começar a falar, senão eu escrevo um livro. Em
primeiro lugar o que por dever eu devo dizer de Maya Deren é que eu a amo. E a
segunda coisa é que eu sofro por não ter esticado o tempo do dia em 32 horas, o que
me serve como desculpa por não ter traduzido ainda o seu mais superbo livro “Divine
Horsemen: The Voodoo Gods of Haiti”, do qual as palavras ditas nesse documentário
por mim traduzido e legendado, foram retiradas. Em 1953, o livro Deren foi publicado
pela Vanguard Press e teve como prefácio nada mais nada menos do que seu amigo o
estudioso dos mitos discípulo de Jung, Joseph Campbell (1904-1987)..

21
Cavaleiro Divino: os deuses vivos do Haiti (1985) é um filme documentário em
preto e branco com 50 minutos do mais magnífica e respeitosas cenas sobre a
religiosidade afro-haitiana que eu jamais vi. É claro que sendo relacionado à Maya
Deren, só poderia ser superbo e magnífico. Não há nada do que ela tenha feito ou
alguém tenha feito relacionado a ela que não seja majestoso. Eis a mágica da filha de
Erzulie Freda, uma cineasta ucraniana-americana, que também era intelectual
(antropóloga), era sobretudo poetiza, artista. Essa grandeza de Maya Deren que é tão
impressionante e apaixonante.
Em 1981, vinte anos após a morte da artista, aquelas gravações que ela havia feito
para suas próprias pesquisas foi completado pelo terceiro marido de Maya Deren, o
não menos majestoso compositor e músico Teiji Ito (1935-1982)... Acho que eu tenho
as obras completas dele também, pois ambos se mereciam em genialidade. A sua
esposa, então, era Cherel Winett Ito (1947-1999) quem também o auxiliou na enorme
tarefa em multiplos prismas muito bem feita.
As vozes de cada um daqueles negros haitianos nos lembram a nós negros fora da
África que somos um. A tonalidade as melodias, as gestualidades, tudo nos faz
lembrar de nós mesmos. Na narrativa, alternam-se imagens de danças e corpos negros
em movimento durante rituais nos serviços do vodu, da linha ou da “nação” Rada
(com Loas, divindades beneficentes que remetem aos voduns fon, éwé, popo do Benin)
e Petro (Petwo) para o qual Ezili Dantor é a divindade mais adorável. Os entendidos
fazem associar o rito Petro a heranças ameríndias com o grupo Taino do Caribe e por
isso pode-se dizer que as distinções entre Rada e Petro sejam curiosamente parecidas
com as distinções entre Candomblé e Kimbanda no Brasil, mas as oposições
superficiais entre trabalhos (ou macumbas) boas e más, respectivamente, não passam
de puro preconceito do qual cem anos quase de estudos da religiosidade afro-atlântica
ainda não foram suficientes para dirimir.
Já as divindades adoráveis Legba, Loco, Ayizan, Anaisa Pye, Damballa,
Ayida-Weddo, Erzulie e Agwé são característicos do rito Rada, e são facilmente
associáveis aos orixás, ou especificamente, aos Voduns devido a sua associação direta
de acordo com os devidos reinos naturais nos quais cada um é o dominador. Tudo isso
é “explicado” por uma cineasta que estudou dança e fotografia e cinema, mas ela o faz
de modo o mais poético e interiorizado possível. Como um Pierre Verger, do Haiti,
Maya Deren não se contentou em antropologicamente observar os ritos, ela fez parte
deles de modo até mais sincero do que Verger, porque era a visão de uma mulher dos

22
anos 40, alguém a frente do seu tempo, porque as mulheres só seriam por fim
liberadas de forma massificada em duas décadas.
O ainda mais empolgante e que é um verdadeiro tapa na cara dos professores e
estudantes universiotários de hoje é que a sua viagem ao Haiti teve o financiamento
de uma bolsa de estudos da Guggenheim e em sua aplicação ela indicou que queria
filmar a dança como forma crucial da cerimônia vodou. Mas ela fez mais que isso, ela
entregou para a posteridade o melhor documentário e o melhor livro sobre essa
religião, algo que os antropólogos, arqueólogos só conseguiram chegar um pouco
próximos dos pés da grande mestra ucraniana.

Maya Deren, no trabalho poético. (década de 1940)


Fotografo não identificado

Ps.: Quando eu estive em Nova Iorque e Washington, respectivamente, pela


primeira vez ,eu visitei dois templos com os trabalhos de Maya Deren, o Anthology
Films Archive na 32 2nd Ave e na Library of Congress. Assim, como complemento
eu lhes indico a audição das gravações feitas por Maya Deren e recolhidas num
lindíssimo material sonoro:
https://www.youtube.com/watch?v=0oE-Hxa800s

23
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=X337DKbtqXg
Publicado em 2 de mai de 2015

Do “Livro de Canções” (“Buch der Lieder”/1827) em “Dor Juvenil” (“Junge


Leiden”)... Essa versão levemente modificada do poema é a Lieder no. 9, opus 24 de
Robert Schumann (1810-1856), que faz parte do seu “Ciclo de Canções”
(“Liederkreis) do poeta alemão que viveu na França Heinrich Heine (1797-1856)]

MIT MYRTHEN UND ROSEN

[Heinrich Heine (1797-1856) do “Livro de Canções” (“Buch der Lieder”)


em “Dor Juvenil” (“Junge Leiden”), Lieder no. 9]
(trad. Renato Araújo)

[Mit Myrthen und Rosen, lieblich und hold,


mit duft'gen Zypressen und Flittergold,
möcht' ich zieren dieß Buch wie 'nen Totenschrein]1,
Und sargen meine Lieder hinein.

Com Murtas e Rosas, adoráveis e duradouras,


Com fragrantes ciprestes e folhas de ouro
Queria decorar este livro como a um caixão

24
E enterrar lá dentro minha canção.

O könnt' ich die Liebe sargen hinzu!


[Auf dem]2 Grabe der Liebe wächst Blümlein der Ruh',
da blüht es hervor, da pflückt man es ab, -
doch mir blüht's nur, wenn ich selber im Grab.

Ó, se enterrasse também ali o amor!


Sobre a tumba do amor crescem flores da paz,
Tal como florescem, elas são arrancadas
Florescerão para mim, quando eu mesmo expirar.

Hier sind nun die Lieder, die einst so wild,


wie ein Lavastrom, der dem Ätna entquillt,
Hervorgestürtzt aus dem tiefsten Gemüt,
und rings viel blitzende Funken versprüht!

Eis aqui as canções, outrora tão selvagens


Como as torrentes de lava que brotam do Etna,
Irrompem pra fora, do fundo do peito,
E se espalham ao redor em fagulhas flamejantes

Nun liegen sie stumm und totengleich,


nun starren sie kalt und nebelbleich,
doch aufs neu die alte Glut sie belebt,
wenn der Liebe Geist einst über sie schwebt.

Agora se deitam mudos, feito mortos


Agora fixam o olhar, névoa pálida e fria
Mas de novo o velho ardor os anima,

25
Se o espírito do amor pairar sobre eles um dia

Und es wird mir im Herzen viel Ahnung laut:


der Liebe Geist einst über sie taut;
einst kommt dies Buch in deine Hand,
du süßes Lieb im fernen Land.

E em meu coração um pressentimento em voz alta:


Que algum dia o espírito do amor sobre eles se esbalde
Uma vez chegado esse livro em suas mãos
Tu doce amor, em uma distante nação.

Dann löst sich des Liedes Zauberbann,


die blaßen Buchstaben schaun dich an,
sie schauen dir flehend ins schöne Aug',
und flüstern mit Wehmut und Liebeshauch.

Dissolvido, então,o feitiço da canção,


as pálidas letras para ti olharão,
elas fitarão suplicantes os teus adoráveis olhos
e sussurarão com melancholia e suspiros de amor.

[As pequenas notas são apenas para os aficcionados. Há algumas variações no


estabelecimento textual de algumas publicações e também nas adaptações de
Schumann para o texto original de Heine. Eu vou ser mais preciso em outro momento,
já que eu tenho comigo o “Buch der Lieder” e posso cotejar as versões facilmente,
mas acho que não interessa muito aqui. Em todo caso, indico pelo menos duas
convergências em notas, tais como foram indicadas pela maestrina Emily Zust, com
quem me correspondo e estou devendo a minha própria tradução para o português,
para ampliar suas pesquisas musicais e literárias]

26
NOTAS:
1. Leslie Crabtree (1941) e Johann Wolfgang von Ehrenstein (? - 1870) usaram
versões diferente desse poema que tem as seguintes três primeiras linhas:
Mit Rosen, Zypressen und Flittergold
Möcht ich verzieren, lieblich und hold,
Dies Buch wie einen Totenschrein

2. Schumann substitui o termo “auf dem” (sobre/ “on the”) por “Am” (na “at
the”)

Como eu tenho um projeto pessoal de traduzir e comentar as obras completas de


Heinrich Heine, meu poeta alemão preferido, eu me restringirei aqui a apresentar a
minha tradução para essa que é uma das Lieder (canções) de Schumann que eu mais
admiro, pela potencialidade sonora mesclada com a simplicidade e pela recriação da
atmosfera lírica na composição ritmica, típica do velho Schumann. A sua capacidade
imagética é impressionante e sua “leitura” dos poemas de Heine são mais efetivos do
que muitos volumes das “Gedichtanalyse” dos professores universitários.
Para o vídeo, eu escolhi algumas imagens aleatórias que pudessem compor um
pouco a ambientação tanto da vida e morte de ambos os compositores, quanto a
alegria e dor trazidas pela amada, codificadas no espírito poético. O vídeo abre com
um belo desenho feito a partir de fotografia representando Schumann, indicando seu
nascimento e morte.Em seguida uma pedra tumular indicando nascimento e morte de
Heinrich Heine. Depois de alguns desenhos e rascunhos mostrando Heine e o livro
que ele gostaria de “decorar como a um caixão”, indiquei numa imagem como sendo
o próprio livro em que publicou esse poema. E ao “Sepultar lá dentro as minhas
canções”, o indiquei numa imagem do poema “Mit Myrten und Rosen”, aqui cantado.
Imagens clássicas do romantismo apresentando o cemitério aonde jazem os corpos
tanto dos Schumann quanato de Heine, também não poderia faltar: “sobre o túmulo do
amor crescem flores da paz”. como uma forma mais aberta, inclui um busto de uma
cantora lírica Agnes Carus, uma mulher atraente, uns 8 anos mais velha do que o
compositor, portanto tinha 25 anos. Agnes foi alguém a quem Schumann se encontrou
em 1827 (mesmo ano em que saiu o “Livro de Canções”) e por quem se apaixonou
aos dezessete anos. Eles se encontraram denovo quando Schumann era estudante de
Direito, mas não há registro se eles tenham ido às vias de fato, mas isso é irrelevante,

27
o importante para o romântico é que a musa jamais pode faltar em sua fantástica
referência, por isso eu a inclui neste vídeo, juntamente com a sua esposa, óbvio, a
majestosa compositora e pianista Clara Schumann (1819-1896). O espírito do amor
que paira sobre o casal Schumann vai se desenrolando em imagens contrapostas da
juventude e da velhice, uma a que faz o ardor animar as palavras do poema, a outra, a
“névoa pálida, fria” a contesta. Num arrobo de alto indulgência eu inclui uma obra em
cerâmica num jardim da casa da minha amiga indiana Chhaya em Goiás, em uma foto
que eu mesmo tirei. Mas voltando para o vídeo, a ideia era compor a juventude com a
velhice e no meio o livro das canções e seu poema majestoso. Porém, essa brincadeira
é ruim, pois joga no lago regelado uma imagem da velha Clara Schumann, mas, a meu
ver ainda lindíssima, porque ela manteve aqueles “belos olhos cujas letras do poema
fitarão”, absolvendo-me, de minha brincadeirinha de mal gosto, no final.

28
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=1gz9ly4MvA8
Publicado em 3 de jun de 2015

Uma História de Imigrante - Centenas de milhares de imigrantes de países instáveis


da África e do Oriente Médio sonham com dias melhores na Europa. Esta é a história
de como um professor Sírio de 30 anos que conseguiu realizar a façanha de conquistar
asilo em território europeu. (reportagem: BBC de Londres; Legendas em Português).
Nos últimos quatro anos (2014-2018) temos sido testemunhas da pior crise
migratória desde a II Grande Guerra. Cerca de 30 mil pessoas morreram tentando
cruzar o mediterrâneo para a Europa, desde 2000, cinco mil delas só em 20161. A
gravidade dessa crise em si mesma, acredito eu, ainda não foi inteiramente
reconhecida e as lutas ideológicas travadas considerando esse aspecto jamais tomou o
sofrimento das famílias que deixaram tudo pra traz seja por causa das guerras, da
fome ou do desespero - muitos dos quais causados, inflamados ou indiretamente
responsabilizável aos países recepetores desse contingente indesejável2.
Nada precisaria ser dito da Inglaterra, no entanto, depois do Brexit (saída do
Reino Unido da União Europeia) a posição Britânica é chave para a ampliação ou
diminuição do conflito. Um dos objetivos desse grupo de vídeos traduzidos era
1
https://nacoesunidas.org/travessia-do-mediterraneo-e-a-mais-mortal-para-migrantes-diz-relatorio-da-onu/
Publicado em 04/01/2018. Acessado em 21/01/2018.
2
A mesma fonte supracitada indica que cerca de 2,5 milhões de pessoas cruzaram o mediterrâneo de modo não
autorizado desde 1970 - sem indicar quantos desse batalhão retornaram aos seus países de origem, quantos se
dispersaram para outros países fora da Europa, quantos faleceram. A soma total certamente tende a diminuir, a
considerar a larga escala de tempo de cinquenta anos - quem chegou lá aos 25 - 30 anos, a antiga média de idade
antes dessa nossa nova era desesperadora em que famílias inteiras se deslocam, se aqueles ainda estiverem
vivos, pouco provável que a maioria esteja, dado o índice de mortalidade imigrante de acordo com a faixa etária,
os sobreviventes terão mais de 73, 78 anos.

29
também entender como a BBC de Londres apresentava o problema migratório,
particularmente o problema da guerra da Síria, que já vai para o seu 7 ano, com o
saldo até agora (jan. 2018) de 400 a 500 mil mortos e um êxodo de 4, 5 milhões (o
dobro do total da estimativa de 2,5 milhões de pessoas que cruzaram o mediterrâneo
de forma ilegal nos ultimos 50 anos) - lembrando que apenas 10% do total de
imigrantes da guerra da Síria tem como destino a Europa3. A votação popular pela
saída do Reino Unido da União Europeia é fruto do constante bombardeamento da
mídia sobre os horrores da transformação da Europa num reduto incontrolável de
imigrantes. Se de um lado trata-se de um medo real em pensar nos números de
imigrantes de forma abstrata e/ou descolada do problema político, de outro,
explicações factuais dos motivos dos conflitos retomam os resultados tanto dos
interesses dos EUA e da Europa (principalmente a Rússia no caso da Síria) nesses
países e a responsabilidade testada ao limite de todos os países membros das Nações
Unidas quanto à manutenção ou extinão da antiga noção dos Direitos Humanos, como
algo que vale diferente em caso de fome provocada ou em caso de guerras externas
serem as principais responsáveis pela manutenção das guerras internas no oriente
médio, particularmente na Síria, Líbia, Afeganistão, Israel, Palestina, Chade, Somália,
Sudão e Yêmen.
A série de vídeos traduzidos sobre imigração começa com a temática que me
aflige mais emocionalmente que é a guerra da Síria. “Uma História de Imigrante”,
Publicado em 3 de jun de 2015, foi a primeira da série que decidi traduzir e num
momento em que havia explodido o problema e quando percebi que o conflito não
tinha solução pacífica. Restava entendermos o problema a partir da voz dos próprios
imigrantes, ainda que tivessem com o viés dos próprios interesses da BBC.
Importante destacar que essa série foi proposta por mim para substituição do
mesmo número de vídeos, que fazia parte da obra “British Library” do artista plástico
nigeriano-britânico Yinka Shonibare. Ao fazermos a exposição “África, Africans”
(2015) no Museu Afro Brasil e estando certo de que essa obra viria com seus Ipads
repletos de informações em inglês4 e nenhuma autoridade do Museu ou da equipe do
artista se deu conta de que tudo estava em inglês demonstrando o completo

3
http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37472074 (acesso: 21/01/2018)
4
Eu já sabia, pois já havia feito uma pesquisa que apenas de 3 a 5% dos brasileiros sabem inglês.
https://oglobo.globo.com/economia/emprego/brasileiros-nao-sabem-falar-ingles-apenas-5-dominam-idioma-62
39142
https://exame.abril.com.br/carreira/por-que-ainda-nao-somos-fluentes-em-ingles/ (acessados inicialmente,
respectivamente em 2012 e 2016 e posteriormente, confirmando o link hoje, 21/01/2018.)

30
desinteresse que os bam bam bans da arte tem com seu público, eu sozinho fui o
responsável por uma briga interna no Museu pra fazer com que tudo fosse traduzido.
Como por anos eu era o “tradutor oficial” do Museu, eu venci essa luta, incluindo a
modificação dos vídeos originais que tratavam de coisas internas da Inglaterra que
não diziam absolutamente respeito a nada nem no Brasil e nem no Mundo. Aliás,
aquela sua biblioteca que era bastante bonita, com seus ornamentos em tecido
estampado era “ridiculamente” cheia de nomes de pessoas só conhecidas dentro da
Inglaterra - e o uso de Ipads com vídeos e um programa que dava a lista completa dos
nomes e respectivas profissões de imigrantes e filhos, netos de imigrantes bem
sucedidos - o que achei bastante clichê, diga-se de passagem - com mini biografias
escritas em inglês, pra mim isso tudo era uma afronta).
Eu tinha uma lista dos vídeos do própro Yinka Shonibare, acho que dá pra
encontrar isso em algum lugar, já que no último golpe (dos inúmeros de que eu fui
vítima no Museu Afro Brasil) algumas horas depois da minha demissão (04-12-2017),
há um pouco mais de um mês bloquearam o meu e-mail que continha não só essa
informação, mas informações relevantes dos últimos 5 anos em que usei aquele e-mail
e me foi impedido de fazer um backup... Apenas alguns e-mails eu já tinha
encaminhado e como eu já sabia que seria demitido pelo menos 2 meses antes,
também fui fazendo outros back-ups e infelizemente, um deles, o mais importante,
back up total do outlook, não funcionou e muito se perdeu.
Mas, para evitar delongas consegui enganar tanto aos meus chefes do Museu
quanto a equipe do Yinka Shonibare incluindo justamente o que eles não queriam
incluir .A discussão real sobre o que estava acontecendo, mesmo me “escondendo”
por traz do nome da BBC... Uma instituição supostamente idônea para os interesses
do capital Britânico, mas que deixa transparecer nos fatos das notícias relatadas (eis o
grande gosto que eu tenho pela BBC) aspectos que podem ser interpretados sem a
imposição ideológica e por vezes racista que as suas reportagens impõem (voltarei a
falar disso, mostrando nessa pequena série, quando eles fazem isso). Sendo assim, de
todas as imprensas não-livres do mundo a BBC é a melhor ao meu ver, já que de uma
forma ou de outra tem compromisso com o fato, embora o relate de forma tendenciosa.
Mas como ela deixa entrever o que está ocorrendo de fato, se tivermos perspicácia
conseguimos separar o joio (ideologia) do trigo (fatos). algo que, infelizemente, nos
EUA só é possível fazer com Washington Post e um ou outro jornal em papel, mas
jamais pela televisão (e apenas em sites de notícias especializados como o

31
infowars.com do Alex jones, que eu gosto, pelo seu norte-americanismo gritante, isto
é, pessoas que a partir do que dizem é possível identificar aonde está apenas seguindo
um roteiro predeterminado pelos anunciantes e financiadores ou quando está apenas
descrevendo fatos, que afinal, precisamos nos tornar cientes. Nesse assunto específico
da atual leva de pessoas cruzando o Mediterrâneo, precisamos estar cientes da
aplicação ideológica proposital do termo “imigrante” no termo “refugiado” bem como
a fusão em termos de uma sinonímia capciosa da noção de refugiado como “imigrante
ilegal indesejado com seus próprios problemas que não nos dizem em nada respeito”.
Nessa reportagem “Uma História de Imigrante” a BBC pinça de forma
interessante um jovem professor sírio de classe média que fala inglês e vive agora em
Leeds, inglaterra. A sua entrevista é bastante esclarecedora. Em primeiro lugar porque
pegaram como exemplo alguém cuja cidade natal é justamente aquela em que
começou o conflito, até então, apenas um protesto contra a brutalidade do regime do
ditador Bashar Al-Assad. Em segundo, porque descrevem em mapas rascunhados a
trajetória de saída desse professor, em busca de melhor condição de vida para a sua
família que foi deixada na Síria (lembrando que no início do conflito, ainda não havia
imigração em massa). As imagens da BBC que se seguem (a partir ddo minuto 5:32)
Depois que o editor deixa o imigrante sírio dizer algo que é certamente incorreto:
de que a população da Síria era de 22 milhões e, por causa da guerra, tinha se
reduzido a 10 milhões. Eles apresentam imagens que permitem a ambigua
interpretação, a principal técnica da video-retórica da BBC. Para contrapor o drama
familiar do professor Sírio tratado como refugiado pela BBC e pela Inglaterra (ele não
teria a mesma chance hoje depois do Brexit, pois, com a ajuda desse professor a sua
família conseguiu asilo legalmente em Leeds, algum tempo depois) as imagens que se
seguem mostram outros dramas, de pessoas imediatamente tratadas não como
possíveis refugiados, mas como meros imigrantes ilegais, desqualificados, negros,
esqualidos, desidratados, com cabelos desgrenhados da dura viagem,recebendo ajuda
dita humanitária, que só poderia vir de brancos europeus. O reporter diz, enquanto
essas imagens passam ilustrando sua fala: “O problema para as autoridades, é que não
importa quantas restrições ou controles sejam feitos, aqueles fatos básicos não
mudariam; a atração que exerce a Europa Ocidental como um paraíso seguro ou lugar
para começar uma vida melhor parece estar mais forte do que nunca”.

32
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=ywHJcPbLcu0
Publicado em 22 de jun de 2015

Morte no Mar - Irmão do jogador de Basquete da Seleção da Eritreia pranteia a


morte do jogador, mais uma das milhares de vítimas que tentaram atravessar o novo
"cabo bojador", em direção reversa - só que esta "pedra no caminho" fica hoje no
Mediterrâneo, portal da Europa...caminho cada vez mais único entre a vida e a morte.
No ano anterior, o Papa Francisco havia dito em um discurso no parlamento
europeu que nós “não podemos permitir que o Mediterrâneo se transforme num vasto
cemitério”... Quatro anos depois, como esperávamos já pelo menos a partir de 2015 e
reforçado ainda pelo fim da ajuda dada pelos EUA aos rebeldes Sírios, pelo
crescimento do terrorismo na europa em geral e sobretudo dos chamados “lobo
solitário”, mas também do Boko Haram o terrorismo de Estado com a construção
desenfreada de muros de contenção nas bordas
Certamente as notícias se desatualizam depressa. No entanto, o objetivo de mantê-las
aqui, no nosso caso, continua sendo a porcentagem de pessoas com acesso a elas, já
que a nossa tv publica tem prestado hoje mais desserviço do que serviço nessa e em
outras áreas.

33
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=WhShTgBrvfM
Publicado em 01 de jul de 2015

Imigração no Mediterrâneo em Números - 218 mil imigrantes entraram na Europa


pelo Mediterrâneo, e 3.500 morreram tentando em 2014; 35 mil pessoas fizeram esta
viagem neste ano [até abril de 2015]; A Itália recebeu mais de 140 mil imigrantes;
46.960 sírios solicitaram asilo na Europa, em 2013.

Quando eu legendei esse vídeo eu sabia que ele já estava desatualizado, uma vez que
morriam dezenas de pessoa por dia, algumas das quais sequer ficávamos sabendo.
Hoje (21/01/2018) esses números, (infelizmente pra todo mundo!) só continuaram a
crescer.

34
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=ldJQ-Td8DFg
Publicado em 6 de ago de 2015

Por que o Mediterrâneo é tão Mortal para Imigrantes - Publicado pela


BBC-NEWS em 12 de fevereiro de 2015, com dados de 2014, este vídeo é uma
coletânea de imagens com manchetes indicando alguns dos números das vítimas da
travessia do Mediterrâneio, que estavam se tornando extremamente alarmantes, já
desde então.

Por que o Mediterrâneo é tão Mortal para os Imigrantes?


Questão levantada pela BBC NEWS sobre a crise atual (2014/2015) de imigração
ilegal e refugiados na Europa.

35
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=tbPcpjcTW2Y
Publicado em 10 de ago de 2015

Publicado em 21 de Abril de 2015, uma investigação jornalística identifica mais uma


das inúmeras rotas de entrada imigrantes africanos rumo à Europa.
Crise - Imigrantes arriscam tudo por uma vida na Europa - BBC News.
(legendas em português) Reportagem de Feras Kilani na cidade Líbia de Ziltan
(praticamente às margens do mar Mediterrâneo), mostra a vida de imigrantes ilegais
que arriscam tudo por uma vida na Europa.
[Migrant Crisis Risking everything for life in Europe - BBC News]

36
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=2HQj0gPSosw
Publicado em 10 de ago de 2015

Melilla, Espanha - Imigrantes vivendo nas margens da Europa (reportagem de


Tom Burregde - BBC News)
Imigrantes vivem numa floresta no monte Gurugu, às margens da cidade espanhola
independente de Melilla, no norte da África (dentro do território de Marrocos),
preparando-se para a longa travessia.
[Spain Melilla migrants living on the edge of Europe - BBC News]
Publicado pela BBC em 20 de Abril de 2014

Os paralelos apresentados na reportagem entre a selva (África) e a cCivilização


(Europa) - inferno/babilônia - remetem aos antigos preconceitos coloniais que se
apresentam hoje na mídia na forma simbólica da preocupação “humanitária”,
colocada aqui entre aspas porque diz respeito, na verdade, à substituição da noção do
“humano frágil porém animalesco” (como diz o repórter Tom Burredge “famintos e
desesperados”) pelo “macaco” invasor chamado por eufemismo de “avalanche
humana”, mas mostrados quando falam suas próprias línguas como bárbaros (no
sentido do balbucio intraduzível) e quando falam inglês são traduzidos, geralmente,
para indicar o seu desespero e o que fariam para atingir os seus objetivos: “a invasão
europeia”. O tratamento dos que conseguiram cruzar o muro é observado pela fila dos
que o repórter chamou “vizinhos indesejados” sendo conduzida pela força com as
mãos que os empurram. O objetivo é único, o próprio repórter também indica:

37
“Melilla quer contar que seus parceiros europeus os ajudem a barrar aqueles
(africanos) do monte que planejam ilegalmente, entrar na Europa e Espanha”. E o
objetivo foi atingido5.

Em fundo falso de carro, imigrantes africanos tentam entrar em Melilla (enclave Espanhol no norte da
África, cercado por territorio marroquino) - tida como uma das portas de entrada para a União
Europeia é relativamente mais seguro do que cruzar o mediterrâneo. (Foto: The Guardian - 07-04-10)
https://www.theguardian.com/world/2010/apr/17/melilla-migrants-eu-spain-morocco

Uma golfista acerta a bola enquanto imigrantes africanos sentam-se sobre uma cerca de fronteira
durante uma tentativa de atravessar territórios espanhóis (um policial europeu pode ser visto numa
escada à direita). Fotografia: José Palazón / Reuters.

5
Alguns que cruzam a cerca são mortos a bala: http://www.migreurop.org/article1241.html?lang=fr

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=W-goFc1jvj0
Publicado em 10 de ago de 2015

Viajando com Imigrantes Sírios - BBC News


(Lampedusa, Bari, Foggia, Bologna, Viena)
Eis o percurso de uma família Síria com objetivo de imigrar para a Europa, a partir de
Lampedusa, Itália, até seu pedido de asilo em Viena.

O paralelo entre a “magnífica arquitetura europeia central” (viena) que, como diz o
repórter “se sente muito longe da pequena, empoeirada, quente ilha italiana de
Lampedusa, onde muitos milhares de imigrantes têm chegado” é típico do mesmo
tratamento de opostos dado pela ideologia colonial entre o que distinguia a civilização
(norte, fria) da incivilização (sul, quente). Mas a reportagem quer mostrar in loco a
trajetória de uma família de classe média, mostrando ao governo como é “fácil” para
os que vivem na pequena e empoeirada Lampedusa (que também é “europa” - com
minúscula) desde que sejam da classe média cumprir uma determinada rota e chegar
na magnificente arquitetura Vienense, por isso mesmo, que merece o norme mais
adequado de Europa.

39
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=9Q-s_Ou56Ig
Publicado em 10 de ago de 2015

Por que tantas pessoas se arriscam por uma vida na Europa?


História do jovem empreendedor István Diabate, Guineense com cidadania do Mali,
que imigrou para o Marrocos para ficar mais perto da Europa, e, eventualmente,
conseguir ultrapassar a grande barreira que o separa do primeiro mundo.

O jovem e corajoso empreendedor István Diabate, aparece na televisão britânica com


sua melhor camisa (que tem uma estampa com um macaco de cartola - teria sido
indicação do repórter?).

Enquanto ele conta a sua história ao repórter, fala do seu interesse em chegar até
Oudja no Marrocos, imagens de africanos “invasores macacalizados” aparecem como
pano de fundo. “eu perdi muitos de meus amigos que morreram tentando cruzar a
fronteira do Marrocos com a Espanha, isso acontece muito”, diz o empreendedor
africano que sonha com dias melhores.

40
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=7N3srYgfz1w
Publicado em 30 de Jun. de 2015

Muitas dessas canções vaishnavas chamadas Bhajan (em Hindi) e Kirtan (em Bengali)
já faziam parte do meu repertório de músicas ouvidas em casa, no trabalho ou
principalmente no rádio do carro em trânsito, para não incomodar pela repetição. Eis
uma das maneiras que consegui aprender um número interessante de línguas:
repetição. Eles falam e eu repito. Tem sido assim com o Hindi, que estou anda me
esforçando para chegar na compreensão básica, mas com a ajuda de inúmeros
dicionarios online e páginas da internet (aplicativos do celular - pra mim começaram
em 2016) tenho conseguido aprender bastante, como sempre de forma autodidata.
Para aproveitar essa enorme tarefa melhor iniciei as traduções de canções devocionais
indianas, e não poderia ter iniciado de forma melhor com essa linda canção, Embora
as canções vaishnava sejam de longe as minhas preferidas, pude incluir algumas
músicas de outras tradições, incluindo músicas em Hindi, Bengali, Sânscrito, Braja
Basha no repertório, mesmo que apenas o Hindi e o Bengali sejam aquelas às quais
tenho particular interesse em continuar nos estudos.
Além de ser cantada pela belíssima e delicada Ami-Joshi e pelo simpático ator e
cantor Asif Jeriya o que mais gosto nessa música e particularmente nesse clip é a
edição que mostra os novilhos correndo ao ritmo da música e “no meio deles” vai o
protetor das vacas e dos novilhos: Gopala.

41
Choti Choti Gaiyan, Chote Chote Gwaal - Pequenas Vacas, pequeno menino
[Krishna] - legendado em Português (pt-br)
Álbum: Choti Choti Gaiya Chote Chote Gwal - 2
Cantores: Asif Jeriya e Ami Joshi

Tradução genérica:
Com todas as pequenas vacas e novilhos
está o pequeno Krishna.
As vacas estão na frente e os novilhos estão atrás,
no meio está o pequeno Krishna.
As vacas são escuras e os novilhos são clarinhos,
enquanto pequeno Krishna é radiante.

As vacas comem grama e os novilhos bebem leite,


o pequeno Krishna come Makhan.[manteiga]
Com suas pequenas mãos e pequenos dedos
o pequeno Krishna toca flauta.
Com todas as ordenhadeiras,
o pequeno Krishna dança o RAAS em Madhuban.
Com todas as pequenas vacas e os novilhos
está o pequeno Krishna.

VERSÃO EM HINDI [ TRANSLITERADA]

Choti Choti Gaiya Chotay Chotay Gwaal

Choti Choti Gaiya Chotay Chotay Gwaal


Chotoso Mero Madan Gopal

Aage Aage Gaiya Pichay Pichay Gwaal


Beech-May Mero Madan Gopal
Choti Choti Gaiya Chotay Chotay Gwaal
Chotoso Mero Madan Gopal

42
Kaari Kaari Gaiya Goray Goray Gwaal
Shyam Baran Mero Madan Gopal
Choti Choti Gaiya Chotay Chotay Gwaal
Chotoso Mero Madan Gopal

Ghaasn Khaavay Gaiya Dhudh Peevay Gwaal


Maakhan Khaavay Mero Madan Gopal
Choti Choti Gaiya Chotay Chotay Gwaal
Chotoso Mero Madan Gopal

Choti Choti Lakuti Chotay Chotay Haath


Bansi Bajaaway Mero Madan Gopal
Choti Choti Gaiya Chotay Chotay Gwaal
Chotoso Mero Madan Gopal

Choti Choti Sakhiyaan Madhuban Baal


Raas Rachaaway Mero Madan Gopal
Choti Choti Gaiya Chotay Chotay Gwaal
Chotoso Mero Madan Gopal

Choti Choti Gaiya Chotay Chotay Gwaal


Chotoso Mero Madan Gopal

Tradução musical (mais precisa em relação a essa versão)

pequenas, pequenas vacas


pequeno, pequeno menino [krishna]
pequenas, pequenas vacas
pequeno, pequeno menino [krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]
pequenas, pequenas vacas
pequeno, pequeno menino [krishna]
pequenas, pequenas vacas
pequeno, pequeno menino [krishna]

43
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]

pequenas, pequenas vacas


pequeno, pequeno menino [krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]

Na frente vão as vacas;


o menino vai atrás.
Na frente vão as vacas;
o menino vai atrás.
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]

pequenas, pequenas vacas


pequeno, pequeno menino [krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]

Escurinhas são as vacas;


clarinho é o menino
Escurinhas são as vacas;
clarinho é o menino.
E o moreno do meio é o Senhor Vaqueiro [Krishna]
E o moreno do meio é o Senhor Vaqueiro [Krishna]

pequenas, pequenas vacas


pequeno, pequeno menino [krishna]
pequenas, pequenas vacas
pequeno, pequeno menino [krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]

44
Com pequenos, pequenos dedos
Com pequenas, pequenas mãos
Com pequenos, pequenos dedos
Com pequenas, pequenas mãos
a flauta toca o Senhor Vaqueiro [Krishna]
a flauta toca o Senhor Vaqueiro [Krishna]

pequenas, pequenas vacas


pequeno, pequeno menino [krishna]
pequenas, pequenas vacas
pequeno, pequeno menino [krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]

pequena, pequena ordenhadeira [Radhe]


no Jardim de Madhuban
Ó pequena, pequena ordenhadeira [Radhe]
no Jardim de Madhuban...
pequena, pequena ordenhadeira [Radhe]
no Jardim de Madhuban

O Raas, dança o Senhor Vaqueiro [Krishna]


O Raas, dança o Senhor Vaqueiro [Krishna]

pequenas, pequenas vacas


pequeno, pequeno menino [krishna]
pequenas, pequenas vacas
pequeno, pequeno menino [krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]

As vacas comem grama;


os meninos bebem leite.
As vacas comem grama;

45
os meninos bebem leite.

Enquanto isso, manteiga come o Senhor Vaqueiro[Krishna]


Enquanto isso, manteiga come o Senhor Vaqueiro[Krishna]

pequenas, pequenas vacas


pequeno, pequeno menino [krishna]
pequenas, pequenas vacas
pequeno, pequeno menino [krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]

pequenas, pequenas vacas


pequeno, pequeno menino [krishna]
pequenas, pequenas vacas
pequeno, pequeno menino [krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna]

No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna] 4 x


Hari [o que tira ilusões] *
No meio deles vai o Senhor Vaqueiro [Krishna] 3 x

* O nome da energia da suprema personalidade de Deus é “Hara”, mas o vocativo, ou


seja, quando se quer direcionar à essa energia, fala-se “Hari” - o próprio nome pelo
qual Krishna é evocado. (Mas, com relação a esse termo ainda há múltiplos aspectos
igualmente importantes, então, em outros momentos voltaremos a tratar aqui de
outros significados adjacentes a esse) Ver. Pág.: 147

46
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=B6VksRqe2ds
Publicado em 30 de Jun. de 2015

Canção do Amanhecer Hare Krishna - Hare Krishna Bhor Kirtan

Com legendas em português, a "Canção do Amanhecer" ou na língua bengali "Bhor


Kirtan" aqui apresentada, interpretada e dançada por devotos de Krishna do nordeste
da Índia foi retirada dos escritos e poemas do sábio, filósofo e líder reformador do
Vaisnavismo Gaudia, o Sri "Bhaktivinoda Thakur"(1838-1914) . O vídeo está
dividido em duas partes, 1) anúncio de apresentação ("Gopal Nibedito") e reverência
matinal à Govinda [Pastor - encarnado em Krishna], uma invocação contida no
Shrimad-Bhagavatam 10.73.16 e a canção - poema "Gāy Gorā Madhur Sware" ("O Sr.
Garauchandra Canta com uma Doce Voz") de Bhaktivinoda Thakur. 2)
"Soka-Sanatana" ("Dissipando a Aflição"), um poema com 13 canções (aqui é
apresentada apenas uma delas) com relatos sobre os pêsames e reconforto oferecido à
família de Shrivasa Pandit, (um dos 5 gurus do Panca-tattva) pela perda de seu filho
pequeno - estes poemas foram compostos também por Bhaktivinoda em língua
Bengali, no ano de 1893. Perdoem-me pelos eventuais erros na tradução, pois estou
aprendendo a língua Bengali apenas há 1 semana.

Boa audição a todos. Renato Araújo

47
Esta é certamente, junto com a canção de Agni Dev Das - Glória a Radhe, Glória
a Krishna, Glória a Vrindavana e Devadideva Gauracandra - Bhaktiratna Sadhu as
três canções que mais amei traduzir. Seriam inúmeros comentários que existem para
serem feitos não só da tradução, da letra, das questões tradicionais (religiosas ou não)
evocadas, bem como sobre as linhas melódicas, as questões de harmonia e
contraponto e ritmo, etc. de todas essas três maravilhas do cancioneiro vaishnava.
Mas gostaria de, por parcimônia, evocar apenas alguns aspectos que considero
principais para ressaltar de cada uma assim que aparecerem nesse texto.
A mensagem dessa bela canção é bem simples. O senhor Gaurasundara (Sri
Krishna Chaitanya), com sua doce voz entoa o grande mantra do prazer espiritual que
afirma que a energia suprema É provinda e É o próprio Krishna. Em seguida,
admoesta a todos sem excessão, proprietários ou ascetas, alegres ou tristes que
mantenham nos lábios os nomes sagrado “Hari”. Os que não o fizerem labutaram
inutilmente em ilusão, mas estando gozando do privilégio de estar na forma humana
(isto é, civilizada) obterão a plena consciência para cantar os nomes de Sri Sri
Radha-Krishna. Antes que morra repentinamente sem servir Àquele que domina os
sentidos (Hrsikesa) aceite o conselho de Bhaktivinoda Thakura (2 Setembro 1838 –
23 de Junho 1914) sábio filósofo reformador vaishnava e: “saboreie o néctar deste
Santo Nome, de uma vez por todas!”
Na língua bengali "Bhor Kirtan" ["Pro bha ti", "Bhor" ou "shokal"] faz referência
às orações matinais, aquelas feitas imediatamente antes do sol nascer. E a oração de
abertura é comumente falada em sânscrito, uma referência ao Shrimad-Bhagavatam
(10.73.16) conhecido como Shri Krishna pranama - ou “prostação aos pés de lótus de
Krishna” aonde:

OM krsnaya vasudevaya [Suprema totalidade] À Krishna, filho de Vasudeva.


Haraye Paramatmane! [O Senhor supremo, a superalma]
Pranata Klesha Nashaya [daqueles que se renderam,]

Govindaya [a Govinda [Krishna] destruidor da aflição]


Namo Namaha!! [oferecemos repetidas reverências...]

“Om” (é geralmente interpretado como “o som do universo”) seria mais uma


evocação à “Suprema Totalidade de todas as coisas”. Toda oração indiana (não só na

48
tradição hindu e na vaisnava) é precedida por esse som do qual voltaremos a dar
maiores explicações mais adiante (Ver pág. 106.), mas é interessante conseguir
distinguir as canções seculares das religiosas, mesmo sem saber hindi, sanscrito ou
quaisquer línguas indianas, apenas ao observar muitos dos cantores iniciar sua canção
com o OM, indicando que a partir dali, se falará ou cantará apenas coisas
consideradas sagradas.
“Krishnaya” [dativo - “à Krishna” ou “para Krishna”] “Vasudevaya”, [serve para
descrever de onde vem Krishna, ou seja, a sua casa adotiva, família dos “Vasudeva”,
que é o nome do pai de Krishna; já o patronímico Vaasudeva - com o primeiro “a”
prolongado é um epíteto popular para o próprio Krishna]

PALAVRA POR PALAVRA

Krishnaya - a Krishna; Vasudevaya - o filho de Vasudeva; Haraye - o Senhor


Supremo, Hari; Parama-atmane - a Superalma; Pranata - daqueles que se renderam;
Klesa - da angústia, da aflição; Nasaya - ao destruidor; Govindaya - a Govinda
(protetor dos vedas - ou protetor das vacas: também chamado “gopala”); Namo
Namah - repetidas reverências.

A tradução mais direta possível, portanto, seria: “eu ofereço aos pés do Senhor
Krishna, que é filho de Vasudeva, protetor das vedas e removedor da aflição,
repetidas reverências”.

gay gora madhur sware [O Senhor Gaurasundara


canta com uma voz muito doce ]:

PALAVRA POR PALAVRA

Gay- canta; Gora- Senhor Gaurasundara; madhur sware - com uma voz muito doce;

Hare Krsna, Hare Krsna,


Krsna Krsna, Hare Hare,
Hare Rama, Hare Rama,

49
Rama Rama, Hare Hare.

Numa tradução literal:


A suprema personalidade divina
Energia suprema,
que tira todo sofrimento e ilusão...
Restaurador do prazer espiritual...
todo atrativo[é Krishna]

A Energia Suprema...
é Krishna ["o Todo Atrativo"]
A Energia Suprema...
é Krishna ["o Todo Atrativo"]

Krishna ["o Todo Atrativo"]


Krishna ["o Todo Atrativo"]

A Energia Suprema...

A Energia Suprema é Rama[Krishna em si mesmo]


A Energia Suprema é Rama[Krishna em si mesmo]

Rama[Krishna em si mesmo]
Rama[Krishna em si mesmo]
é a Energia Suprema...

grhe thako, vane thako, sada 'hari' bole' dako,


sukhe duhkhe bhulo na'ko, vadane hari-nam koro re

Sejais vós um proprietário


ou alguém que renunciou [asceta]
Sempre cante "Hari"
Alegre ou triste, jamais se esqueça
Com seus lábios, os sagrados nomes, por favor, cante:

Hare Krsna, Hare Krsna,


Krsna Krsna, Hare Hare,
Hare Rama, Hare Rama,
Rama Rama, Hare Hare.

50
PALAVRA POR PALAVRA

grhe thako - o que vive em casa; vane thako-ou vive na floresta; sada-sempre; 'Hari' -
o santo nome de Hari; bole 'dako - cante alto ; sukhe duhkhe - em felicidade ou
angústia; bhulo na'ko - não se esqueça; vadane com seus lábios; hari-nam - os nomes
sagrados; koro re-oh, por favor, cante!

maya-jale baddha ho 'ye, acho miche kaja lo 'ye,


ekhona cetana pe'ye, 'radha-madhav' nam bolo re

Vós estais atados ao véu de Maya [ilusão]


forçados a labutar inutilmente
Agora que obtiveram a plena consciência
na forma de vida humana
Então, cantais os nomes de Radha-Madhava [o amante de Radha]

PALAVRA POR PALAVRA

maya-jale- na rede emaranhada de maya; baddha ho'ye - você está vinculado; acho- o
seu é; miche kaja - trabalho infrutífero; aceitação de lo'ye; ekhona-agora; cetana pe'ye
- obtendo plena consciência; 'Radha-madhav' nam - os nomes de Sri Sri Radha e
Madhava; bolo re- assim cante!

jivana hoilo sesa, na bhajile hrsikesa


bhaktivinodopadesa, ekbar nam-rase mato re

Vossas vidas podem acabar abruptamente,


sem que vos tenha servido a Hrsikesa [o Senhor dos Sentidos]
Tome este conselho de Bhaktivinoda Thakura:
‘Aprecie o néctar do Santo Nome de uma vez por todas!’ [ ou, “pelo menos uma vez”]

PALAVRA POR PALAVRA

jivana - a sua vida; hoilo sesa - pode cessar a qualquer momento; na bhajile, sem
servir; hrsikesa - ao Senhor dos sentidos; bhaktivinodopadesa - este é o conselho de

51
Bhaktivinoda Thakura; ekbar - apenas uma vez; nam-rase- no néctar do santo nome;
mato- intoxicado; re-oh! - saboreie!

Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=1qlSmQq0nDA


Publicado em 12 de Jul. de 2015

Com legendas em Português, este poema cantado na língua Braja Bhasa, da tradição
religiosa do norte da Índia ficou popularizado na voz do jovem cantor Krsna dasha
Brahmacari. O poema trata da beleza, doçura e delicadeza do casal transcendental
Krishna-Radha, fazendo menção ao deus "Shyam" (Escuro, Negro ou Azul) que não é
outra senão a menção à própria compleição de Krishna, pela coloração de sua pele -
igualada à cor das nuvens de chuva. Perdoem-me pelo meu fraco conhecimento da
língua Braja Bhasa, pelo qual não pude entender a segunda estrofe, embora a tenha
mantido na legenda para que algum conhecedor desta bela língua possa nos auxiliar
com a sua tradução.
*Katili bhaun ada banki sughar soorat madhoor batiyan.
Latak gardan ki man basiya, hamare syama-syama ki

Boa audição! Renato Araújo

Por alguns segundo uns dois anos depois, sem obter essa resposta de usuários que
deviam estar perdendo o seu tempo em redes sociais (as mesmas que eu não tenho,
portanto fico isolado) pensei que pudesse “adivinhar” o significado dessas palavras, a

52
partir do cotejamento de palavras encontradas em dicionários Marathi, Urdo, Hindi,
Sânscrito e Braj Basha da minha própria coleção, chegando a algo que seria assim:

KATILI [amaranto][SHABILI] BHAUN [pah = atrás] [HAI]ADA[apreciar]


BANKI [deitar, descançar, sobrar] SUGHAR [refinado] SOORAT [forma]
MADHOOR [doce] BATIYAN [conversa, voz?]

A flor de amaranto descansa atrás de sua Tua doce voz


adoramos Tua forma delicada

[mas essa é certamente uma “traição”, e não uma tradução... por isso eu mantenho a
dúvida e a esperança de encontrar algum dia alguém que saiba realmente traduzir
melhor a essa passagem enigmática]

Anupama Madhuri Jodi Hamare Syama Syama Ki

Refrão:
anupama madhuri jodi hamare syama-syama ki
rasili rasabhari ankhiyan, hamare syama-syama ki
hamare syama-syama ki, hamare syama-syama ki

Letra:
(1)
mukuta aur candrika mathe, adhara par pana ki lali
aho kaisi bani chavi hai, hamare syama-syama ki

(2)
parasapara mili ke do phare, sri vrindavan ki kunjana men
nahi baranata bana sobha, hamare syama-syama ki

(3)
nahi kucha lalasa dhana ki, nahi nirmana ki iccha
sakhi, syama ki do darasan, daya ho syama-syama ki

53
Tradução6

Refrão:
Nosso doce casal Shyama-Shyama é sem precedentes! Ó, nosso Shyama-Shyama!
Vendo os olhos bonitos e suculentos de nosso Shyama-Shyama apazigua aos nossos
próprios olhos sedentos.

Letra:
1) Uma coroa e chandrica [luz da lua] descansam graciosamente em suas cabeças.
Seus lábios estão vermelhos devido ao betel. ó, que visão requintada do nosso
Syama-Syama!

2) Continuamos a circular as kunjas de Vrndavana juntos porque desejamos sempre


contemplá-los lá. A beleza única do Syama-Syama não pode ser descrita!

3) Também não desejamos riqueza ou [a vida no] palácio. Todos desejamos o seu
darshana, mas, para isso, devemos obter a Sua misericórdia.

Shyama-Shyama faz referência à dualidade Sri Sri Radha-Krishna. O termo Shyama


vem do sânscrito e significa “preto, escuro, azul”. Embora seja um nome neutro, em
sua forma masculina é um dos 108 nomes de Krishna, de qualquer forma a forma
feminina, não incluida nessa mesma contagem, dentre tantas outras, seria shyamaa
(com o “a” final pronlongado). Algo que a transcrição ou romanização do devanagari
não nos permite, senão com um sinal “-” sobre a vogal “a” (lendo-se “aa”).

6
Uma outra versão dessa mesma canção (ver pág. 138) mereceu uma outra tradução, num momento em que eu
comecei a ter maior desenvoltura na compreensão do funcionamento das línguas indianas. Mas acredito que as
duas traduções são igualmente possíveis e até complementares pois dão indícios mais amplos do conteúdo
cultural mais profundo, exigência essa que a tradução de uma “simples” canção às vezes não é capaz de abarcar.
O meu mal nível de compreensão à época me fez pautar muito diretamente numa versão em inglês de uma
excelente página na internet a qual era a minha maior fonte de consulta:
http://kksongs.org/songs/a/anupamamadhurijodi.html (acessado em jul. 2015)

54
A tonalidade “chorosa” da melodia é provinda da tradição da Raga Bhairavi no Tala
(ou ritmo) popular chamado Bhajani ou “Bhajani Tala”7. A canção é bemolizada,
como dizemos na tradição ocidental, com o uso de diversos bemóis a ideia de
“súplica”, neste caso pelo darshan (“visão do verdadeiro”, “misericórdia de Krishna”)
“(icha - da estrofe 3 em braj basha) é expressa musicalmente.

Por fim, a essa canção eu fiz na postagem do canal uma observação final que
gostaria de replicar:

O próprio Krishna declara: “Sempre que o dharma está em declínio e o adharma


floresce, ó Bharata, então Eu crio a Mim mesmo". (Bhagavad-Gita, Capítulo IV,
versículo 7). Querendo isto dizer que: sempre que há declínio da retidão e aumento
da injustiça, Krishna se manifesta; e, pela proteção do virtuoso, a destruição do
vicioso e a restauração da justiça, Krishna encarna de tempos em tempos.

7
Maravilhosos exemplos desta bela Raga para músicos aprendizes podem ser encontrados aqui:
http://kksongs.org/tala/bhajani.html

55
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=I5JrseHcUvk
Publicado em 30 de out de 2015

Com legendas em Português a canção "Devadideva Gauracandra" (ou “O Senhor dos


deuses Gaurachandra”) é cantada aqui por Bhaktiratna Sadhu; mestre espiritual na
sucessão de Krishna Brahma Madhva Gauriya e também fundador da Sociedade Nam
Gaur Nitai, na Bengala Ocidental. Esta canção tem o nome oficial de "Gauridas
Mandire" (ou “A Casa-Templo de Gauridas”) e foi escrita pelo sábio, filósofo e líder
reformador do Vaisnavismo Gaudia, Sri “Bhaktivinoda Thakur”1838-1914). A canção
versa sobre o extraordinário acontecimento ocorrido na casa-templo de Gauridas
Pandit, na cidade de Ambika Kälna, próxima a Navadvipa. Gauridas era um erudito e
um pujari (sumo-sacerdote que devota sua vida a servir a Krishna); ele é ainda
reconhecido com o nome de Subal, na Krishna-Lila, (sendo um dos “prya narma
sakha”, isto é, um dos “amigos íntimos de Krishna” em Seus passatempos
transcedentais). Conta-se que as divindades Sri Sri Gaur-Nitai o tinham por muito
apreço e, por isso, o visitaram pessoalmente em sua casa-templo em Kalna, onde
foram adoradas por Gauridas, cujos serviços devocionais eram tão intensos que este
não enxergava uma vida fora da devoção. Angustiado, contudo, Gauridas previa como
um sofrimento iminente sua separação das deidades. Sabendo que Elas estavam para
partir de Kalna, Gauridas sofreu amargamente. Mas como Gaur-Nitai o tinham como

56
“o devoto entre os devotos”, promenteram-no que mandariam manufaturar duas
deidades ou imagens (murti) em madeira “nim”, perfeitamente idênticas a Eles,
(Gaur-Nitai) e ficariam ali, em Kalna, em seus lugares, quando Estes partissem em
longa separação do devoto mais querido. As deidades foram esculpidas e, em alegria,
os devotos do templo cantavam freneticamente o canto devocional (kirtan) ao redor de
Chaitanya Mahaprabhu e Nityananda Prabhu. Mas eles fizeram isso de modo tão
exaltado e vibrante que as deidades de madeira pularam do altar de onde eram
adoradas e passaram a dançar e a cantar com o restante dos devotos, maravilhados!
Gauridas, como sumo-sacerdote, ele não tomava parte da dança. Confuso, ao perceber
que haviam dois pares de Gaur-Nitai idênticos, passou a persegui-los com uma vara,
sem saber a quais adorar. Conta a tradição que as divindades até tentaram fugir de
Gauridas, mas encontrando-se sem saída ela(s) pularam(ou) até o coração de
Chaitania Das. O guru Bhaktiratna Sadhu diz de forma interessante neste vídeo que:
“Eles não podiam escapar de Gauridas, mas podiam Se esconder” - e conceberam que
o melhor lugar para isso era dentro do coração de Chaitanya Das, que passaria a ser
chamado Hrdaya Chaitanya, ou “aquele que tem Chaitanya mahaprabhu no coração” -
e ainda a respeito da divindade Nityananda, citando Sanatana Goswami (1488–1558)
o guru Sadhu diz que Nityananda "Está presente no coração de todos"). significando
com isso que, na ausência da deidade, é para o coração (hṛdaya) que deve se ofertar a
devoção. Perdoem-me pelos eventuais erros na tradução, pois estou aprendendo a
língua Bengali apenas há 3 meses.
Boa audição a todos!
Renato Araújo

Devadideva Gauracandra

Letra:

Devādi-deva gauracandra gaurīdāsa-mandire


nityānanda-sańge gaura ambikāte vihare

(2)
cāru-aruṇa-guñjā-hāra hṛt-kamale je dhare
viriñci-sevya-pāda-padma lakṣmī-sevya sādare

57
(3)
tapta-hema ańga-kānti prātaḥ-aruṇa-ambare
rādhikānurāga prema-bhakti vāñchā je kare

(4)
śacī-suta gauracandra ānandita antare
pāṣaṇḍa-khaṇḍa nityānanda-sańge rańge vihare

(5)
nityānanda gauracandra gaurīdāsa-mandire
gaurīdāsa karata āśa sarva-jīva uddhāre

Deixarei em seguida a minha tradução com todas as marcas técnicas da legenda para
simples registro:

[Script Info]
; Subtitle script generated with DivXLand Media Subtitler
; http://www.divxland.org/media-subtitler/
Title: <untitled>
Original Script: <unknown>
ScriptType: v4.00

[V4 Styles]
Format: Name, Fontname, Fontsize, PrimaryColour, SecondaryColour,
TertiaryColour, BackColour, Bold, Italic, BorderStyle, Outline, Shadow, Alignment,
MarginL, MarginR, MarginV, AlphaLevel, Encoding
Style: Default,Tahoma,20,65535,65535,65535,0,0,0,1,1,1,2,30,30,30,0,0

[Events]
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O Senhor dos deuses,

58
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Gaurachandra \N[“Lua Dourada”]
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está no templo \Nda casa de Gauridasa.
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Devadi-deva Gaurachandra \Ngauridasa-mandire.{\i0}
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está no templo \Nda casa de Gauridasa.
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Devadi-deva Gaurachandra \Ngauridasa-mandire.{\i0}
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Nityananda e Gaura, \Nem Ambica Kalna,
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que passatempos \Nagradáveis eles têm!
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Nityananda-sange \NGaura, ambikate vihare.{\i0}
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Nityananda e Gaura, \Nem Ambica Kalna,
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que passatempos \Nagradáveis eles têm!
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Nityananda-sange \NGaura, ambikate vihare.{\i0}
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que passatempos \Nagradáveis eles têm!

59
Dialogue:
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Nityananda-sange \NGaura, ambikate vihare.{\i0}
Dialogue: Marked=0,0:01:56.48,0:01:59.32,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
O Carroceiro Solar... \N[Gaurasundara]
Dialogue: Marked=0,0:01:59.66,0:02:02.47,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
com contas vermelha \N[guñja-Mala] Ele Se adorna.
Dialogue: Marked=0,0:02:02.88,0:02:08.16,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Sob Seu puro \Ncoração de lótus elas caem.
Dialogue: Marked=0,0:02:08.50,0:02:10.60,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Caru-Aruna-gunja-hara \Nhrit-kamale je dhare
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O Carroceiro Solar... \N[Gaurasundara]
Dialogue: Marked=0,0:02:23.85,0:02:26.89,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
com contas vermelha \N[guñja-Mala] Ele adorna-se.
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Sob Seu puro \Ncoração de lótus elas caem
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Caru-Aruna-gunja-hara \Nhrit-kamale je dhare
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A seus pés de lótus, \No deus da criação [Viriñci],
Dialogue: Marked=0,0:02:49.33,0:02:54.57,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
e a deusa da beleza [Lakshmi] \Nprostram-se respeitosamente
Dialogue:
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Viriñci-sevya-pada-padma \Nlakshmi-sevya sadare{\i0}
Dialogue: Marked=0,0:03:07.50,0:03:12.89,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,Seu Corpo, feito ouro fundido, \Nresplandece
Dialogue: Marked=0,0:03:13.43,0:03:18.84,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,Sua roupa açafrão é \Ncomo o sol nascente.
Dialogue:
Marked=0,0:03:19.36,0:03:21.41,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
tapta-hema anga-kanti \Npratah-aruna-ambare{\i0}
Dialogue: Marked=0,0:03:30.89,0:03:36.27,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,

60
Seu Corpo, feito ouro fundido, \Nresplandece
Dialogue: Marked=0,0:03:36.91,0:03:42.84,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Sua roupa açafrão é \Ncomo o sol nascente.
Dialogue:
Marked=0,0:03:43.12,0:03:45.17,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
tapta-hema anga-kanti \Npratah-aruna-ambare{\i0}
Dialogue: Marked=0,0:03:54.73,0:03:59.70,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Ele deseja ser servido \Ncom puro amor
Dialogue: Marked=0,0:04:00.18,0:04:06.24,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Tal como o apego \Npor Srimati Radhika que Ele tem.
Dialogue: Marked=0,0:04:06.69,0:04:08.74,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
radhikanuraga prema-bhakti \Nvañcha je kare
Dialogue: Marked=0,0:04:18.16,0:04:23.68,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Ele deseja ser servido \Ncom puro amor,
Dialogue: Marked=0,0:04:24.26,0:04:29.64,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
tal como o apego\Npor Srimati Radhika que Ele tem.
Dialogue:
Marked=0,0:04:30.19,0:04:32.24,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
radhikanuraga prema-bhakti \Nvancha je kare{\i0}
Dialogue: Marked=0,0:04:41.53,0:04:52.74,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
O Filho de Saci, Gauracandra, \NÉ jovial internamente.
Dialogue:
Marked=0,0:04:53.31,0:04:55.16,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Saci-Suta Gauracandra \Nanandita antare{\i0}
Dialogue: Marked=0,0:05:04.66,0:05:15.90,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
O Filho de Saci, Gauracandra, \NÉ jovial internamente.
Dialogue:
Marked=0,0:05:16.56,0:05:18.41,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Saci-Suta Gauracandra \Nanandita antare{\i0}
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Com Nityananda, \NEle purifica a khanda herética
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
pashanda-khanda \Nnityananda-sange range vihare {\i0}

61
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Nityananda e Garaucandra
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Estão na casa-templo de Gauridasa
Dialogue:
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nityananda gauracandra \Ngauridasa-mandire{\i0}
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O qual espera que Aqueles libertem
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todas entidades vivas.
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
gauridasa karata asa \Nsarva-jiva uddhare{\i0}
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Nityananda
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Nityananda
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Nityananda
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Nityananda
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Nityananda
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Nityananda
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Nityananda
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Nityananda
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Gauranga
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Gauranga

62
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Gauranga
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Gauranga
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Gauranga
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Gauranga
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Gauranga
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Gauranga
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Gauridasa
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Gauridasa
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Gauridasa
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Gauridasa
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Srila Gauridasa Pandit \Nnão é outro senão
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o parceiro mais íntimo \Nde Radha e Krishna
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Seu nome na Krishna Lila
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é Subal-Sakha
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Subal,
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que é o \N“prya narma sakha”
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[vaqueiro, um dos amigos\N íntimos de Krishna]

63
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Dentre todos os amigos
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íntimos de Krishna
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Ele é o mais íntimo, porque,
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Os amigos íntimos \Nde Krishna sabem...
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E podem ver os mais \Níntimos passatempos
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De Sri Sri Radha-Krishna
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nas margens de Radha-Kunda
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Realmente,
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Na verdade Subal, \Npor sua presença
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Nos honrados passatempos \Nde Radha e Krishna
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Ele manifesta grande \Napelo por Radharani
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Até Balarama e Sridam
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E outros grandes Sakha \N[amigos íntimos]
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Eles não conhecem...
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Eles não podem \Nparticipar desta
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Madhuri Lila \N[Doce dança transcendental]
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Mas Subal, Madhumangala, \NUjjvala, Arjuna, Kalindi

64
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Há muitos outros amigos íntimos
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Que na verdade,
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podem participar do \Npassatempo transcendental
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Com Sri Sri Radha e Krishna.
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E é como Gauridasa, \NSubal veio como Gauridasa,
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Que ele foi muito muito querido...
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Effect,Para...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,Ambos, Krishna, \NBalarama e outros devadasa
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Ele é querido por todos eles.
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Porque todos os Sakha,
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect, são muito queridos por Balarama
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Mas aqueles \N“prya narma sakha “
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são muito mais \Nqueridos por Balarama
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Todos aqui em \NAmbika Kälna
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Que fica por volta de
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect, 14
km de Nabadwip, Mayapur.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,E
Gauridasa e seus santos\Ndevotos decidiram ali

65
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Adorar as mais belas \Nimagens de Gaura-Nitai
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E o templo-casa de \NGauridasa é muito lindo
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É brilhante,
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
atraente.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
E Gaura-Nitai se \Napresentam ali diretamente
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Porque as deidades \Nde Gaura-Nitai
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Foram manifestadas \Npelo próprio Senhor Gauranga
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
É como se \NNityananda e Gauranga
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Estivessem desenvolvendo \Nseus passatempos
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Em Ambika Kälna
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
O Senhor dos deuses,
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Gaurachandra \N[“Lua Dourada”]
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Está no templo \Nda casa de Gauridasa
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O Senhor dos deuses,
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Gaurachandra \N[“Lua Dourada”]
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Está na casa-templo \Nde Gauridasa
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
O passatempo \Nfavorito de Gaur-Nitai

66
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É dançar no templo,
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
No templo de Gauridasa
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E quando estavam \Ndançando um kirtan
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s deidades \Npularam do altar.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
As deidades pularam \Nlá de cima do altar!
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect
E esse passatempo \Njamais ocorreu
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em lugar deste mundo interno
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Esse é um dos lugares \Nmais sagrados.
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Lá eu obtive a minha \Niniciação [Diksha]
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Com meu adorado \NGurudeva Pujyapada
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Shrila Bhaktishastri \NParampada Maharaj
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Ele me disse depois da iniciação
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Para que eu tomasse as bênçãos
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de Gauridas \NPandit e Gaur-Nitai
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E então fomos \Njuntos a um Tamarindo
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Que é uma árvore
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A árvore Kalpavriksha

67
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que fica próxima do templo.
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E então, \Nas imagens de Gaura-Nitai
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pularam do altar
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E começaram a dançar \Ncom os reais Gaura-Nitai
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Então haviam dois Gaura-Nitais!
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Dançavam o \NKirtan de Gauridasa
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Que belo passatempo!
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Mesmos os semi-deuses
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faziam chuva com \Npétalas de flores
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No Gauridasa Mandire \N[Casa-Templo de Gauridasa]
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Mas Gauridasa \Nficou muito infeliz
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Haha...
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Ele ficou muito confuso!
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Ele começou a pensar
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Agora as imagens \Ntambém pularam do altar
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E estão dançando.
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Então Gaur-Nitai tinham

68
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um aspecto belamente dourado
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E a quem ele deveria venerar?
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Eles se tornaram um Senhor?
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Em Ambika Kälna...
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Então ele ficou bem...
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Carrancudo...
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Sentindo uma iminente \Nseparação de suas deidades
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E então ficou com \Numa vara na mão!
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E correu atrás \Nde todos aqueles...
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pares de Gaura-Nitai
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Tal como a Yasoda \N[mãe do menino Krishna]
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ficava com uma vara \Nna mão correndo atrás de
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Krishna...
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Krishna, \Nembora sendo o Senhor da criação,
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Ele gosta de provocar
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E ser pomposo.
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Especialmente e \Nunicamente com seus Amados

69
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Não com qualquer um...
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Gauridasa é muito querido \Nao Senhor então,
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Quando ele ficou \Ncom a vara na mão
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Gaura-Nitai ficaram \Nmuito felizes
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Muito muito felizes,
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Eles estavam radiantes!
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E Gauridasa disse:
Dialogue:
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Não, não! aqui tem um par de deidades!{\i0}
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Então elas começaram \Na provocar todo mundo.
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Quando um par escapava,
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Ele começava a correr \Natrás do outro par.
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Que belo Passatempo!
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Vocês podem imaginar...
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na casa-templo de Gauridasa
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Por fim, \NGauridasa não ia desistir,
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como Yasoda às vezes desistia...
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70
Então, Nityananda e \NGauranga decidiram
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Deixá-lo vencer desta vez.
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Eles não seriam vencidos \Npor qualquer devoto
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Mas, eles seriam vencidos \Npelo mais devoto entre
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os devotos.
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Nityananda, Nityananda,
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Nityananda, Nityananda,
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Nityananda, Nityananda,
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Nityananda,
Nityananda,
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Nityananda, Nityananda,
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Nityananda, Nityananda,
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Nityananda, Nityananda,
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Nityananda, Nityananda,
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Nityananda olhou para \NGauranga e lhe disse:
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{\i1}Não conseguiremos nos esconder{\i0}
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{\i1}Não podemos escapar de Gauridasa{\i0}
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{\i1}Porque ele é nosso devoto amado{\i0}

71
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Mas, eles podem se esconder de...
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Não podem escapar, mas podem se esconder.
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Então Gauranga pensou:
Dialogue:
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Onde podemos nos esconder?{\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Não há nenhum lugar neste templo, \Nonde ele não {\i0}
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onde ele não nos encontraria? \NDevemos nos esconder!
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Nityananda disse:
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Eu estou presente \Nno coração de todos
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Como a paramatman \N[Alma Suprema]
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Kshirodakashayi cha \Npayobdhi-shayi
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sheshash cha \Nyasyamsha-kalah sa nitya-
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nanda-ramah sharanam mamastu
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Vishnu que reside \Nno Oceano de Leite
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[Kshirodakashayi]
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E Sesha [Rei Cobra Naja]
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são Sua expansão plena

72
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e a expansão de \NSua expansão plena.
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Seja Nityananda Rama \No meu refúgio íntimo.
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sharanam mamastu]
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Krishna, Sanatana Goswami \No descreveu como
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“Nityananda está presente \Nno coração de todos”
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Vishnu que reside no Oceano de Leite
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[Kshirodakashayi]
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coração de Lótus...
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Expansão plena de\N Nityananda Prabhu
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Então Nityananda disse a Gauranga:
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Vamos nos esconder no coração {\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}de...{\i0}
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Se Eles forem lá e se \Nesconderem no coração
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de Gauridas, \Nninguém irá encontra-Los.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect.
E eles já estavam \Nlá pensando no coração:
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{\i1}Então vamos nos esconder no coração{\i0}
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,

73
{\i1}De nosso querido discípulo.{\i0}
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Seu
nome é Caitanya das
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Que
também dançava o Kirtan
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Então quando
\NEles começaram a provocar
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Ambos, Gaura
e Nitai \Nentraram no coração
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
e Caitanya das
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
A partir daquele dia
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Caitanya das e seu nome...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
mudaram.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
E passou a ser chamado de
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Hrdaya Caitanya Das
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
[servo Caitania no Coração]
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Porque ele carregava \NCaitanya Mahaprabhu
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
No coração.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Então seu nome passou a ser
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Hrdaya Caitanya Das
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,

74
[servo que tem \NCaitania no Coração]
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Glória a Hrdaya Caitanya, \NGlória a Hrdaya Caitanya
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Glória a Hrdaya Caitanya, \NGlória a Hrdaya Caitanya
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Glória a Hrdaya Caitanya, \NGlória a Hrdaya Caitanya
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Glória a Hrdaya Caitanya, \NGlória a Hrdaya Caitanya
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Gauridas
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Jaya, Jaya! \N[Glória, Glória]
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Gauridas, Gauridas
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Então, quando Gauridasa viu
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que as deidades iam
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no coração de \NHrdaya Caitanya Das
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Ele começou a chorar
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Ele chorava enquanto orava
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Mesmo ambos \Nos Gaura-Nitai reais
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que estavam \Npresentes choraram
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Porque eles iriam \Nembora muito em breve
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suas deidades eram simplesmente
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75
o corpo e a alma
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Para Gauranga Mahaprabhu
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Ele disse para Gauridasa:
Dialogue:
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Não Chore! Eu vou manufaturar{\i0}
Dialogue:
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Deidades especiais para você! {\i0}
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E Gauranga manifestou \Nduas deidades
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de tamanho natural
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feitas de madeira nim
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[árvore amargosa]
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de seus corpos em deleite.
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Joviais, deidades muito joviais
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Elas são muito, \Nmuito misericordiosos
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E elas apresentam \Numa dança a Gauridas
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Jaya Gaura-Nitai
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Jaya Gaura-Nitai
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Gauridasa se prostou,
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76
Gauridasa se prostou
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Jaya Gaura-Nitai ,\NJaya Gaura-Nitai
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Jaya Gaura-Nitai,\NJaya Gaura-Nitai
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Jaya Gaura-Nitai,\NJaya Gaura-Nitai
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Jaya Gaura-Nitai,\NJaya Gaura-Nitai
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Jaya Gaura-Nitai,\NJaya Gaura-Nitai
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Jaya Gaura-Nitai,\NJaya Gaura-Nitai
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Gauridas estava radiante
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Vendo suas novas deidades
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Mas Gauridas pensou consigo mesmo:
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O que acontecerá se eles
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pularem de novo do altar?
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Se elas pularam antes,
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Effect,elas podem voltar \Na pular novamente?
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Tudo isso é possível.
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E desta vez \NGauranga gostaria de ir
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Ao lugar que ele...
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77
devia ir...
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E Gauridas...
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E até agora se \Nforem lá neste templo
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Em todo tempo...
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a cortina fica fechada.
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Assim eles não \Npodem pular de lá!
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Como no templo \NBanke-Bihariji...
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no Vrindavana.
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Eles temem que o Senhor saia.
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Especialmente, \Nse algo sobrevenha
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O Senhor se distrai, \Numa cortina...
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Impede que o Senhor saia...
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de Kalna
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Se vocês forem render graças
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ao Gaura-Nitai de Gauridas
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E chegarem lá
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as cortinas estarão fechadas.
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78
Então, \Nvocê volta pra lá denovo
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E mesmo não desistindo.
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Elas continuam fechadas{\i0}
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Estão fechadas! \N(risos)
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Então há um momento em que
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Elas são mostradas rapidamente
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Então talvez possam
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Conseguir a darshan\N[visão auspiciosa]
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De Gaura-Nitai.

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Mas, \Nessas deidades
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São tão ilimitadas
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Que...
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,não se sabe qual é
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,A
hora certa
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
do seu ocasional darshan \N[visão auspiciosa].
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Então, deve-se esperar...
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79
E voltar a vê-los \Nde novo e de novo
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Mas bem diante dos olhos
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está a Saundarya
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Que é a Beleza
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Bem no momento
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Em que as cortinas
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,estão
fechadas.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Então viver sem eles é
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Como ser um peixe fora d’água
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Trêmulo pra ver a beleza Deles
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Mas é um peixe que anseia
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Por contemplar...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
o belo templo
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
De Gauridasa Pandit
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Ali, mesmo que Nitai e Gaura
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
estejam dançando Ainda hoje.
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}

80
Dá muito trabalho... {\i0}
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
{\i1}contemplar a Nitai{\i0}
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Ninguém exceto Gauridasa
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teve a oportunidade \Nde tão perto contemplar
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Nityananda e Garauchandra
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Estão na casa de Gauridasa
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Nityananda e Garauchandra
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Estão na casa de Gauridasa
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Gauridasa espera
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que Aqueles libertem
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todas entidades vivas.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
{\i1}gauridasa karata asa {\i0}
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Effect,Glória!
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{\i1}sarva-jiva uddhare{\i0}
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Gauridasa é o \Niogui mais importante
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É Gauridasa quem suplica
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Ao Senhor que liberte
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81
todas as almas...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,E o
Senhor é \No Senhor do Universo
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Como Vasudeva Datta...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Seguramente Vasudeva Datta pediu
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
a Gauranga na cidade de Puri
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
para que
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Por favor, \Nliberte todas as almas{\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
de dentro deste mundo.{\i0}
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Deixa me leva-los
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Todas as...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Almas...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Deixe-me sofrer por eles
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,E leve-os Contigo
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Vejam,
\Nsomos tão egoístas...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
queremos que os outros
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
levem os nossos sofrimentos

82
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,

Nós queremos transferir...


Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Mas, \Na associação Nitai-Gauranga
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
não é assim. \NEles não são egoístas.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,Os pés de Lótus Deles doisa
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
É para o mundo todo.
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Gauranga, \
Na verdade de todos,
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Libertador do Universo
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Gauranga janara satyat {\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Brahmanda uddare {\i0}
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Gauranga é belo
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para um e para todos
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Ele é o Senhor
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Libertador dos
Brahmanas
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}Gaurange
ra eka eka janera sobhit {\i0}

83
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Brahmandera uddare{\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Tudo que
estiver associado
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,A
Nityananda e Gauranga
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Tem o poder
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de libertar universo inteiro
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Porque,
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O Senhor
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acolheu as súplicas deles
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Na verdade, Ele aceitou o pedido
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dos seus...
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associados.
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Então, \No que espera Gauridas
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Não é rezar para si mesmo
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Ele é totalmente altruísta
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Ele já se manifestou \Nna Gaura-Lila
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e esteve na Krishna-Lila.

84
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Ele reza para todas as almas.
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E todos só têm uma esperança!
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Que os caríssimos \Ndevotos possam rezar.
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Então para o mundo todo.
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Porque o Senhor só reconhece
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Seus caríssimos devotos.
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Ele não demanda \Na nenhum de nós
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Que não tenha nenhuma conexão
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Com o Senhor.
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O Senhor tem conexão apenas
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Com caríssimos devotos \Ncomo Gauridas
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Que está eternamente servindo
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na eterna lila...
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E parece que \Nqualquer um consegue
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Mas, a permissão é dada
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para aqueles que estão
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associados ao real passatempo

85
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E estão lá para...
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
auxiliá-Lo
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neste passatempo...
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Então eles estão \Nabundantes do Senhor
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
e o Senhor é mesmo \Nassistido por eles.
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Então devemos rezar:
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Gauridas..., {\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
permita que todas {\i0}
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
as entidades vidas \Ntendam a Ele{\i0}
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Todas as entidades \Nvivas estarão ligadas...
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Você deve orar para Gauranga
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Por todas as entidades vivas.
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Então, eu sou uma delas.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,Por favor, \Nore por mim também.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,Por favor, \Ndeixe-me fazer parte
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86
Do passatempo de Krishna
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Por favor, deixe-me tornar o servo
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dos seus servos.
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Às vezes Radharani não pode ir
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Ao encontro de Krishna
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Assim, Subal
[Gauridas]
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Se
parecia muito com Radharani.
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,Então,
estavam Gaura-Nitai
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
No Palácio de Radharani
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Ele se vestiu com as roupas
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De Radharani
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E Radharani se vestiu com
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As roupas dele.
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E então Srimati Radika
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Pôde se encontrar com Krishna
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Na verdade, com isso Subal satisfez
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87
o desejo íntimo de \NSrimati Radharani e Krishna.
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Então a Gaura-Lila também
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Ele está satisfazendo \No desejo íntimo
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De Gauranga.
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Seu único desejo
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,é
dirigir esta oração ao Senhor.
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Que servo!
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Esta canção é tão bela
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Porque ela foi conservada
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,Diretamente por Gauridas
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,Pandit [o estudioso]
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,E é assim que nós chegamos
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!
Effect,Ao clímax desta canção,
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Para que entendamos o
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Desejo íntimo de Gauridas
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Pandit [o estudioso]
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Nós concluímos
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,

88
com o Harinam Kirtan
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(Canção do Nome de Krishna)
Dialogue:
Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,{\i1}
Hare Krishna, Hare Krishna\NKrishna, Krishna, Hare Hare{\i0}
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Hare Rama, Hare Rama,
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Cantem, por favor!
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{\i1}Rama, Rama, Hare, Hare{\i0}
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Hare Krishna, Hare Krishna
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Krishna, Krishna, Hare Hare
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{\i1}Hare Krishna, Hare Krishna\NKrishna, Krishna, Hare Hare{\i0}
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Hare Rama, Hare Rama,\NRama, Rama, Hare, Hare
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Hare Rama, Hare Rama,\NRama, Rama, Hare, Hare
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Haribol, Haribol,\NHaribol, Haribol,
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Nitai- Gaura
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Haribol, Haribol, Haribol, Haribol
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Nitai- Gaura
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Haribol, Haribol, \NHaribol, Haribol
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Nitai- Gaura

89
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Haribol, Haribol, Haribol, Haribol
Dialogue: Marked=0,0:00:00.00,0:00:00.00,Default,NTP,0000,0000,0000,!Effect,
Tradução e legendas\NRenatex Kali

Gauridas Pandit
Fonte: http://gaudiyahistory.iskcondesiretree.com/gauridasa-pandit-2/

90
Uma curta história pode descrever bem o contexto dessa música8: O templo de
Gauridasa Pandit (ou Gauri dasa Barddhana) localiza-se cruzando o Ganges a partir
de Shantipur, em uma pequena cidade chamada Ambika Kalna, que faz parte do
distrito de Barddhama e, como diz Sadhu, está há cerca de 14 km de Navadwipa,
Mayapur.

Há uma pequena estação ferroviária em Ambika Kalna na linha Howrah-Navadwipa.


De lá, pode-se prosseguir pelo rickshaw para Mahaprabhu Mandira. No Templo há
uma cópia antiga do Bhagavad-Gita em folhas de palmeira que deveria ter sido
escrita pela mão do próprio Mahaprabhu. Há também um barco a remo que tem uma
história interessante por trás disso.

Placa da Estação de Trem em Ambika Kalna, (distrito de Barddhama)

Um dia, os dois Senhores Chaitanya e Nityananda chegaram a Kalna de Santipur


de barco, remando-o sozinhos. O Senhor Chaitanya manteve o remo em Sua mão, e
quando entrou na casa de Gauridasa, ele o entregou, dizendo: “Com isso, você deve
atravessar o oceano da existência material, levando todas as entidades vivas com
você”.

8
Essa história foi traduzida a partir de um texto em inglês que trata da biografia de Gauridasa Pandit. Disponível
em: http://gaudiyahistory.iskcondesiretree.com/gauridasa-pandit-2/

91
O irmão mais velho de Gauri dasa Pandita, Surya dasa Sarakkali, teve duas filhas,
Shri Vasudha e Jahnava Devi. Ele as deu em casamento para Nityananda Prabhu.

Perto da conclusão de seus passatempos de Navadwipa, quando Mahaprabhu


desejava aceitar sannyasa, venho a Kalna para despedir-se de Gauridasa. Naquela
época, Gauridasa tornou-se extremamente afligido pela separação. A seguir, há uma
boa música que descreve o que ocorreu naquele momento:

”Na casa do Thakur Pandit, o Senhor Gauranga estava dançando com êxtase,
girando em círculo, enquanto Lord Nityananda cantou: 'Hari! Hari!”

Gauridasa, no entanto, estava chorando muito amarga e incessantemente. Ele caiu


aos pés do Senhor e implorou a ele: “Por favor, nunca se afaste daqui!”

”Apenas honre este pedido: fique aqui em Ambikanagar” - esta é minha última
submissão em seus pés de lótus. Se você for embora, certamente eu vou morrer! Não
tente enganar-me como Você fez com as gopis, dando uma filosofia elevada sobre o
seu 'Bhava-murti' (ou algo assim). Devo mantê-lo aqui de tal maneira que eu possa
vê-lo. Vocês dois irmãos ficam aqui comigo, então todos se libertarão. Novamente eu
estou pedindo a você, não me deixe 'Gaura Hari'. Então, assim, eu saberei que você é
o libertador dos caídos ".

”Shri Gauranga Mahaprabhu respondeu: 'Gauri dasa! Desista desta ideia. Você
pode apenas servir a uma fomra da minha deidade, pois estou pessoalmente presente
nessa forma. Você deve saber que isso é um fato. a verdade “.

Outro fato descrito por Sadhu neste vídeo na declamação entre as estrofes da
canção é igualmente fonte das meus estudos indianos.9 Em companhia dos muitos
devotos, Hrdoyananda cantou e dançou com êxtase. O sankirtan era tão feliz e

9
A página de referência é:
https://nitaaiveda.com/All_Scriptures_By_Acharyas/Biographical_Works/Lord_Chaitanya_Eternal_As
sociates/Gauri_Das_Pandit.htm

92
atraente que os Seus Senhores, Shri Shri GauraNityananda, vieram participar da
dança e do canto. Hrdoyananda teve muita sorte de ver tudo isso.

Enquanto isso, Gauridas também estava realizando um festival em sua casa. Quando
chegou o momento de fazer uma oferta, o pujari, Boro Ganga das Pandit, entrou na
sala da Deidade apenas para descobrir que não havia Deidades. Ele imediatamente
informou Gauridas.

Gauridas poderia entender o assunto muito bem. Sorrindo, pegou uma vara e seguiu
em direção ao festival de Kirtan, nas margens do Ganges. Chegando lá, viu os Dois
Irmãos Transcendentais envolvidos em dançar e cantar em êxtase. Shri Shri
NitaiGaurachandra também viu Gauridas se aproximando rapidamente e com um
humor irritado com uma vara na mão. Eles, portanto, entraram rapidamente e
silenciosamente no templo do coração de Hrdoyananda.

Vendo isso, Gauridas não conseguiu conter suas lágrimas de êxtase. Ele esqueceu
sua raiva e correu em direção a Hrdoyananda com os braços estendidos.
Abraçando-o firmemente, ele disse: “Você é tão afortunado! Desde hoje, seu nome
será Hrdoychaitanya Das" [aquele que tem Chaitanya no coração].

Gauridas começou a banhá-lo com suas lágrimas quando Hrdoychaitanya caiu em


seus pés de lótus. Então, Gauridas levou Hrdoychaitanya e todos os devotos ao seu
pátio, aonde continuavam a intensos cânticos e danças. Os Baisnabs reunidos
encheram o dia e a noite com as vibrações de “Hari! Hari!”

Desta forma, observou-se a celebração do aniversário do nascimento de Gaursundor.


Posteriormente, Gauridas nomeou Hrdoychaitanya como o sevait das Deidades.
Seu desaparecimento é no décimo terceiro dia da brilhante quinzena do mês de
Srabon.

Em Brindaban, nas margens do Jamuna, em um local chamado Dhir Samir, o


samadhi de Gauridas Pandit, bem como suas divindades adoráveis, Shri Shri
ShyamRay, ainda estão presentes.

93
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=_zWbNy4U4fg
Publicado em 30 de out de 2015

Com legendas em português, esta bela canção é cantada aqui por Swarupa
Damodar Dasa. Ela foi adaptada de um poema escrito pelo sábio, filósofo e líder
reformador do Vaisnavismo Gaudia, Sri "Bhaktivinoda Thakur"(1838-1914). Trata-se
de uma canção vespertina que dá Glórias à tradição de venerar o Senhor Gauranga -
Krishna. Através da cerimônia Aarti (em que os devotos acendem uma luz de pavios
embebidos de manteiga purificada (ghee) ou cânfora, oferecendo-a às divindades), os
nomes de Nitai-Gaura são evocados. No poema, Bhaktivinoda apresenta alguns dos
principais gurus da tradição Vaisnava Gaudia da virada dos sécs. XV/XVI como
Gadadhara Pandita, posicionado à direita de Nitai; Advaita Acharya e Srivasa
Thakura, que protegem a divindade com um guardasol. O próprio Lord Brahma canta
na cerimônia, seguido por outros cantores semi-deuses. Narahari Sarakara,
tradicionalmente aparece abanando a divindade com a "camara" (leque de penas de
pavão). Também Lord Siva, Sukadeva Gosvami, e Narada Muni aparecem igualmente
para mostrar seu amor devocional por Krishna.

94
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=WURs5rJRXOE
Publicado em 24 de Fev. de 2015

Canções da Floresta Sagrada - "Glória à Radhe, Glória à Krishna, Glória a


Vrindavana" Esta bela canção composta por Dīna Duhkhi Kṛṣṇadāsa e executada
docemente por Agni Dev Das pinta um retrato poético da província sagrada indiana
de Vrindavana, com suas principais personagens. Seu título oficial é "Sri
Vraja-dhama-mahimamrita" ("Néctares de Vraja-dhama" ou "Néctares de
Vrindavana") A execução musical brilhante e a originalidade do cantor Agni Dev
Dasa se estabelecem por duas vias geniais: o reuso musical da Raga Manj Khamaj (a
exemplo da tocada por Ravi Shankar no Festival de Woodstock, em 1969), executada
neste caso, como uma reelaboração do ciclo ritmo "qawal kaherva tala"; e por fim, o
uso de variações melódicas ímpares na voz aguda e metálica de Agni Dev Das, que
remetem ao mesmo tempo à incorruptível sensualidade de Krishna [O Todo Atrativo],
ao fervor devocional à floresta de Vrindavana, suas personagens heroicas e aos locais
sagrados aonde Krishna elaborou seus passatempos juvenis. Desejo a todos uma ótima
audição e espero que meu fraco e muito mau bengali não tenha cometido muitos erros
de tradução e legenda para a nossa língua portuguesa.
Haribol ! Renato Araújo

Alguns esclarecimentos: quando presentes na grande floresta de Mahavana, tanto


Krishna quanto seu irmão mais velho Balarama manifestaram seus passatempos ali,
enquanto crianças; Nesta canção, a menção a Radha-Kunda (lit.: jasmin da lagoa de

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Radha) e Krishna-Kunda (lit.: jasmin de lagoa de Krishna) recobra a tradição descrita
nos textos sagrados de "Sri Upadeshamrita" ("Néctar da Instrução" - de Srila Rupa
Goswami, séc. XVI) em que Krishna é orientado por sua consorte Radha a tomar
banho nos poços (lagoas) onde hoje são o distrito de Mathura no Estado de
Uttar-Pradesh na Índia, após derrotar e ferir de morte um demônio (asura) em forma
de touro. Krishna sorriu diante da inocência de sua consorte, e em seguida fincou seu
pé na terra de onde emergiram rios, formando um "tanque" ou uma "lagoa", aonde
Krishna se lavou apenas para deleitar sua consorte Radha. Este lugar de peregrinação
e banho é chamado de Radha-Kund (poço ou lagoa de Radha) e o próprio poço é
chamado "Krishna-Kund" ou "shyam-Kund". Outro famoso local de peregrinação
com extensão de 8 quilômetros é a colina de Govardhana. [lit.: "alimento das vacas"
de Go = Vacas( ou "sentidos") e Vardhana = alimento, nutrição ( ou "elevar"); "elevar
os sentidos", em tradução não literal. O rio Yamuna é filho da montanha Kalind. Mais
adiante, Keshi-Ghata faz referência à morte por sufocamento do demônio em forma
de cavalo monstruoso chamado Keshi, perpretada por Krishna naquela localidade;
Vansi-Vata seria a árvore para a qual Krishna atraiu as Gopis (vaqueiras) apenas ao
tocar graciosamente a sua flauta; a assembleia dos vaqueiros conduzida por Sridama,
irmão mais velho de Ananga Manjari e de Srimati Radharni (companheira
trancendental de Krishna); a anciã Paurnamasi, por sua vez, é a mãe de Sandipani
Muni, avó de um dos amigos íntimos de Krisnha de nome Madhumangala (o menino
de pele levemente escura Batu, rei dos Brahmanas) e sua irmã Nandimukhi, além de
ser discipula amada do sábio Devarsi Narada (discipulo direto de Krishna).
Enquanto Radhe, a companheira transcendental de Krishna se manifesta à sua
esquerda, a forma feminina de Gopisvara Mahadeva, com adoração nas margens do
rio Yamuna, é a forma do deus Shiva (expansão de Sadasiva), que vive em
Vrindavana protegendo a lei sagrada e manifesta-se à direita de Krishna,
simbolizando a mais perfeita forma de amor (Vraja prema); no cais de Rama-Ghata,
Balarama dançou a sua Rasa e teve ainda o prazer de desfrutar com as vaqueiras o
nado no rio Yamuna; e a estória da derrota da naja chamada Kaliya é descrita nas
passagens do capítulo 16, Canto 10 do Bhagavata Purana - quando Krishna vence a
serpente Kaliya e as esposas dela, ansiosas e agradecidas pela clemência de Krishna
ao manter o marido delas vivo passaram, portanto, a adora-Lo. Uma das consortes de
Sri Nityananda Prabhu, plena de divinas qualidades, chamava-se Jahnava devi, a

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quem o poeta lindamente prosta-se no fim do poema aos pés. Foi ela quem
historicamdnte adotou o filho de Sri Chaitanya, Ramachandra, por volta do ano 1465
e realizou sua iniciação (Diksha). De maneira feliz, a canção se encerra sendo incluída
de modo incidental o Panca-Tattva Mahamantra. Demonstrando nossa total empatia
com a humildade do autor do poema, para nós, os "tão apartados de Krishna", este
seria o mantra o mais apropriado. Neste grande mantra, faz-se referência a Shrivasa
Thakura como sendo o quinto membro do Panca-Tattva (Cinco Realidades ou Cinco
Aspectos da Verdade Absoluta), sendo o primeiro Sri Chaitanya Mahaprabhu
(1486-1534) (encarnação de Krishna) sempre acompanhado de seu duplo Sri
Nityananda Prabhu (1474), e em terceiro, o avatar combinado de Maha Vishnu e
Sadasiva, Sri Advaita Acharya Prabhu (1434-1539), em quarto, Sua potência interna
Sri Gadadhara Prabhu e por fim, Shrivasa Prabhu,Sua potência marginal e símbolo
para a mais pura devoção, do qual deve-se humildemente seguir os passos.

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=B8lMTMP1Z0M
Publicado em 11 de Ago. de 2016

Hoje é dia de celebrar - Jashn ka din hai

"Poesia (ghazal) tornada melodia Hoje é dia de celebrar". Trata-se de uma


versão musicada do poema de Faiz Ahmad Faiz (1911-1984), cantada magistralmente
por Nadir Abbas. Esta versão foi ao ar num seriado da televisão paquistanesa de 2012.
E foi musicada também por Hariharan no belíssimo filme "aagman"(1982).
Que maravilhosa e apaixonante esta dançarina! E a coreografia é inteiramente
compreensível e emocionante. Como é maravilhosa a poesia Urdu! Em 2002, eu
soube pela primeira vez a respeito dela numa canção do filme de bollywood "Chaiyya
Chaiyya" https://www.youtube.com/watch?v=-_2gW3zwMMQ na qual, como eu, o
protagonista dizia que vivia na "sombra (chaiyya) do amor"... a amada, dizia ele,
possuía palavras que lhe soavam "como a poesia Urdu". Fiquei fascinado com esta
ideia aparentemente simples. Foi assim que eu quis descobrir mais sobre esta poesia.
O primeiro nome da poesia urdu que me caiu como uma "tempestade de maravilhosos
grãos" foi o do poeta Faiz Ahmad Faiz (1911-1984), que ora introduzo em língua
portuguesa, por meio da legendagem desta música, só para conhecimento. Assistam,
portanto, a este clip que eu traduzi e legendei, por sinal, bastante envergonhado por
não conhecer absolutamente nada da língua Urdu, apenas pinçando aqui e ali, palavra
por palavra nos dicionários online que descobri na internet e supondo que certas

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onomatopeias possam talvez significar mais do que dizem. Venho estudando de modo
autodidata o bengali há um ano e o hindi, língua bastante próxima ao urdu, há apenas
2 meses. Isto é muito embaraçoso, mas fiz esta "tradução" certamente muito ruim,
apenas por considerar um dever meu como um amante da poesia urdo e infeliz com o
fato de eu não ter encontrado (até agora, Agosto de 2016) uma única tradução na
internet para este belo poema. Suplico, assim, avidamente, a alguém que souber
traduzir desta bela língua, que possa também me corrigir nesta busca por significados.
Se isso for assim, eu o farei prontamente e com alegria. Este vídeo trata-se da abertura
de um seriado passado na televisão paquistanesa, em 2012, em comemoração ao
aniversário da independência daquele país. No entanto, este poema já havia sido
musicado e cantado por Hariharan no belíssimo filme de 1982 "Aagman",
https://www.youtube.com/watch?v=yOx9zlKXR7. A que, com o darshan de Krishna,
poderei traduzi-lo no ano que vem, pois será quando, provavelmente, eu terei mais
calma e tempo para fazê-lo. Por falar neste filme bastante político, pensei se na
passagem do poema "a cruz e uma forca decorada" não pudesse ter algo a ver com o
líder revolucionário Bhagat Singh (1907-1931), que lutou contra o jugo Britânico e
por uma Índia (ou Paquistão) laico e livre. Não consigo imaginar quem quer que seja
na Índia, cujo desejo de ser enforcado por sua causa política pudesse querer que se
"decorasse" uma cruz ou uma forca. Boa audição. Renato Araújo
Estou tentando estabelecer a letra e a tradução - I am trying to put the lyrics and
translation (PLEASE, SOMEONE HELP-ME!) junun ki yaad manao ke jashn ka din
hai frenzy memory which makes me believe that today is a celebration day [mare
nida nida mare nida] - ? nida [clamour] [maaray = dead] a voice died, died of a
voice ? junun ki yaad manao ke jashn ka din hai frenzy memory which makes me
believe that today is a celebration day salibodar sajao ke jashn ka din hai salibodar
sajao ke jashn ka din hai a cross and a decorated gallow [tano daire daire tano tano
dairena tadare dani yodani tadani (ta= the, to, so, from) dare = double, twin, snower
(danee = grains, seed) tandre dani tano daire daire tano tano dairena] (tandre =
thuderstorm) grains cry, cry and cry, the long cry tamije rahbaro rahjan karo na aaj
ke din (tamije= manners, behave) (rahbaro = Leader) (rahjan = tendency) (karo = do
it) (na =not) (aaj = today) ke din (nowadays) the behave do not lead the trend today
har ek se hath milao ke jashn ka din hai hand by hand, today is a celebration day [hai
tare dani tadiya tana din tana (diyi = recording, lamp, lit, passed) ??? They are stars,
seeds of the past that cry tana natandre dani tandreda nitadre dani nani its a tempest

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of seed odani tadani tandre dani (odani = low, lower) they are down below seeds of
tempest tano daire daire tano tano dairena] they cry, cry the long cry tadare dani
yodani tadani corajous seed of the pike of the mountain tandre dani tano dere dere
tano tano dairena] fall down like tempest and cry, cry the long cry vo
shorish-e-gham-e-dil jis ke lai nahin koi they insurgency occurs in heart which has no
sorrows ghazal ki dhun meñ sunaao ki jashn ka din hai Poetry[ghazal] turns in to
melody. Today is a celebration day tano daire daire tano tano dairena cry, long, cry
the long cry daniro radani risani nidamare daniro radani radham= ritmo
risani(messaging, communication, rescue) ??? ghazal nárí tamám areta niza nisa
sarema danisa ghazal = urdo poetry/ nárí= woman támam=absolute, accomplish,
aspiration, close, complete areta= fly, flying nizá= rapidly, argumentation
nizam=discipline/ nisá= woman sarema=male danisa= dense ??? in the dense poem
the woman and man are complete and fly ??? bahut ajij hai lekin sisakta dil yaaro
bahut= very, lot, too aziz= dear, darling hai=is sisakta=hiccup, whisper,, dil= heart
yaaro= friends tum aaj yaad na aao ke jashn ka din hai You will never forget this day.
Today is a celebration day.
But all of this is just my own especulation, not a translation.

Jashn ka din hai

junūñ kī yaad manāo ki jashn kā din hai


salīb-o-dār sajāo ki jashn kā din hai

tarab kī bazm hai badlo diloñ ke pairāhan


jigar ke chaak silāo ki jashn kā din hai

tunuk-mizāj hai saaqī na rañg-e-mai dekho


bhare jo shīsha chaḌhāo ki jashn kā din hai

tamīz-e-rahbar-o-rahzan karo na aaj ke din


har ik se haath milāo ki jashn kā din hai

hai intizār-e-malāmat meñ nāsehoñ kā hujūm

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nazar sambhāl ke jaao ki jashn kā din hai

vo shorish-e-ġham-e-dil jis ke lai nahīñ koī


ġhazal kī dhan meñ sunāo ki jashn kā din hai

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=wSjLgP17b8c
Publicado em 11 de Ago. de 2016

Nama Om Vishnu Padaya

A tradição indiana do Pranama (curvar-se respeitosamente "até os pés") é uma


forma de "saudação respeitosa" aplicada aos mais velhos, comumente aos pais,
professores, anciãos, um mestre espiritual (guru pranam) ou mesmo a uma divindade.
Essa canção de reverência faz parte da tradição Vaishnava (e indiana em geral),
mantendo-se boa parte da letra e modificando-se o nome da pessoa a ser reverenciada.
Essa canção (ou oração) se universalizou como uma forma de honra ao principal líder
no Ocidente do Vaishnaísmo Gaudiya, Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami
Prabhupada (1896-1977), fundador da ISKON, sigla em inglês para Sociedade
Internacional para a Consciência de Krishna. Prabhupada é o mais influente líder
indiano no Ocidente, depois de Mahatma Ghandi (1869-1948). Com a ajuda de uma
dona de uma Companhia de Navegação, Senhora Sumati Morarjee (1909-1998) Srila
Prabhupada conseguiu uma viagem gratuita para os EUA, em 1965, fundando a
ISKON no ano seguinte. Essa viagem mudou para sempre a vida de milhões de
pessoas. Ao falecer em 1977, ele deixou quase uma centena de livros, traduções,
comentários, audios e vídeos etc. Hoje, a sociedade fundada por ele tem sede em mais
de 100 países. Essa canção é cantada em Sânscrito. Embora eu tenho estudado por
mim mesmo Bengali e Hindi e tenha alguma familiaridade com o sânscrito apenas em
função de nascer numa casa budista, em que as orações eram feitas numa mistura de

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sâscrito com Japonês, em verdade eu não conheço essa língua e peço desculpas por
eventuais erros na tradução. Boa audição! Renato Araújo
Letra

nama om vishnu-padaya
krishna-preshthaya bhu-tale
srimate bhaktivedanta
swamin iti namine

namaste saraswati deve


gaura-vani-pracharine
nirvishesha-shunyavadi
pashchatya-desha-tarine

Tradução

PALAVRA POR PALAVRA

Namah - curvo-me; om- em direção; visnu-padaya - daquele que está aos pés do
Visnu; krsna-presthaya - que é muito querido de Krsna; bhu-tale - na terra; srimate -
todo belo; bhaktivedanta -svamin - [Bhaktivedanta Swami Prabhupada - Professor
Conhecedor dos Vedas que sempre está aos pés do Senhor Chaitanya]; iti - assim,
namina - que é chamado
Namah - curvo-me; te- diante de ti; sarasvate deve- servo de Bhaktisiddhanta
Sarasvati Gosvami; gaura-vani - a mensagem do Senhor Caitanya; pracarine - que está
pregando; nirvisesa - impersonalismo; sunyavadi - nadificação; pascatya- - do
Ocidente; desa - países; tarine - que estão entregues

Letra:

Curvo-me ao que se abriga\Nnos pés de Vishnu,


querido de Krishna, \Nnesta Terra...
O auspicioso...
dono do conhecimento \Ndos Vedas.

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Bhaktivedanta \Né seu nome.
Nama om
Visnu-padaya
krsna-presthaya bhu-tale
Srimate Bhaktivedanta
svamin iti namine.
Eu te saúdo, discípulo de Sarasvati.
Tu és quem proclama a mensagem de Gaura [krishna]
És quem liberta...
os países ocidentais...
do impersonalismo e do vazio.
Namaste
sarasvate deve
Gaura-vani-pracarine
Nirvisesa sunyavadi
pascatya desa tarine.
Glória ao Senhor Krishna Chaitanya...
a Prabhu Nityananda.
Glória aos senhores Adwaita,
Gadadhara e à Shrivasa Pandit
que louvam a Gaura [Krishna] em Vrinda.
Sri-Krishna-Chaitanya
Prabhu Nityananda
Sri-Adwaita,
Gadadhara,Shrivasadi
Gaura-bhakta-Vrinda.
A Energia Suprema é Krishna ["o Todo Atrativo"]
Krisha, Krishna ["o Todo Atrativo"], Na Energia Suprema...
A Energia Suprema é Rama [Krishna em Si mesmo]
Rama [Krishna em Si mesmo] é a Energia Suprema...
Hare Krishna, Hare Krishna
Krishna Krishna,Hare Hare
Hare Rama,Hare Ram
Rama Rama,Hare Hare

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A Energia Suprema é Krishna ["o Todo Atrativo"]
Krisha, Krishna ["o Todo Atrativo"], Na Energia Suprema...
A Energia Suprema é Rama [Krishna em Si mesmo]
Rama [Krishna em Si mesmo] é a Energia Suprema...
Hare Krishna, Hare Krishna
Krishna Krishna, Hare Hare
Hare Rama, Hare Rama
Rama Rama, Hare Hare
Hare Krishna, Hare Krishna
Krishna Krishna, Hare Hare
Hare Rama, Hare Rama
Rama Rama, Hare Hare
Hare Krishna, Hare Krishna
Krishna Krishna, Hare Hare
Hare Rama, Hare Rama
Rama Rama, Hare Hare
Tradução e Legendas
Renatex Kali

Aqueles que tiverem interesse em uma discussão um pouco mais abrangente a


respeito do sentido implícito na letra dessa música, por favor, leiam os
esclarecimentos de 1 a 13 logo abaixo. Obrigado!
1) Muitas culturas milenares garantem a ascensão espiritual a partir da "simples"
evocação do nome da divindade. Numa das culturas budistas mahayana, igualmente,
acreditava-se que a simples audição do nome "sutra de lótus" (um dos ensinamentos
budistas)garantiria ao discípulo atingir o estágio de libertação total dos ciclos de
nascimento e morte. Na cultura hindu, a mais antiga religião viva, cultivada há mais
de 5 mil anos, essa evocação é chamada mantra. Interpretados como "versos cantados
ou declamados como formas de criar concentração ou ligação espiritual", os mantras
são na verdade os próprios nomes do divino. Mesmo que haja centenas de religiões
orientais com milhares de cismas, a quantidade de mantras é limitadda, porque para se
chegar a um "mantra" é necessário um esforço intelectual e espiritual milenares
provindos de centenas de gerações de filósofos e yoguis "buscadores da verdade". O

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mantra é substituto do divino no mundo não-divino; cantar esses versos,
repetidamente, seria equivalente a "perder-se no divino". Assim, abandona-se
momentaneamente a individualidade e determinada "frequência" da consciência para
tornar-se uno, sintonizando-se com a suprema totalidade universal.
2) O mais antigo dos mantras hindus que se tem notícia é denominado: "om"
("oum" ou "aum"), primeiro termo que aparece nesta canção (oração). Geralmente
inicia-se um texto sagrado ou oração com esse mantra. Ele é interpretado geralmente
como o "som do universo". Alguns textos hindus o subdividem em três fonemas
sequenciais em: primeiro lugar: "a"; segundo lugar: "o"; terceiro lugar: "um"; Em
termos simbólicos esses sons representariam a criação e destruição do universo
material que, na sequência difundida pela astrofísica moderna, seriam chamados: a)
big bang (que seria a potencialidade) b) era estrelífica (que seria a esperança) c) e as
três teorias científicas da destruição universal: 1)big rip - grande ruptura; 2) big
crunch - grande colapso; e 3) big freeze - grande congelamento) (que seria o fim)
https://www.youtube.com/watch?v=4_aOIA-vyB
3) Outro aspecto intrigante refere-se à cavidade bucal como a própria história que
compõe o universo, onde a emissão do som "om", "aum" ou literalmente "aoum",
onde "a", "o", "um" (do mantra "om") descrevem a trajetória do som na boca (desde o
nascimento "a", depois a extensão ou manifestação do "a", que seria o "o" e,
finalmente, a destruição do universo com o "um") ou seja, desde o nascimento do
universo ["respiração da alma"] no fundo da boca vazia "a", indo para fora e chegando
ao meio da boca semi-cheia com a expressão do "o", [seu crescimento], e finalizando,
por fim, na expressão interrompida finitamente na boca repleta e fechada do "um",
[retornando à sua origem], encontrando o seu "fim", mas recomeçando a mesma
trajetória indefinidamente. Sendo Brahma "a" (criação); sendo Vishnu (ou Krishna,
segundo algumas tradições) "o" (a conservação); e Shiva o "um" (a destruição"), e
assim sucessivamente, chegamos à "expansão e contração" do universo representadas
pelos músculos bocais ao expressar o mantra do "a" ao "um".
4) Reforçando a tese orientalista da historiografia filosófica grega, é interessante
que os Gregos antigos também tivessem intuido em seus mitos que "do chaos surgiu o
universo". Esse termo deriva de khaínô, que significa "boca aberta" na pronúncia da
sílaba "kha" (de Chaos - que possui uma filologia histórica e uma trajetória vocal
semelhante). Essa "abertura de boca" é o simbolo para o caos, vazio e nada no

106
universo. É certo que este termo venha mesmo do proto-indo-europeu e se diz "Ghen"
(que no inglês ficou "Gap"="lacuna", ou "Gape"="Bocejo" - todas essas ascepções
são aceitas em termos experimentais). Essa herança linguística indo-europeia teria
ocorrido inicialmente no paleolítico, quando o homo sapiens saiu da África para
povoar a Eurásia e o Subcontinente Indiano a partir do norte da Índia. No séc. XVI
um mercador florentino (Filippo Sassetti) percebeu a semelhança entre o sânscrito e o
grego e o latim indicando palavras como devaḥ = dio/dias (latim/grego), "Deus",
sarpaḥ = serpe, "serpente", sapta = sette, "sete", aṣṭa = otto/octoo (latim/grego),
"oito", nava = nove/ennea (latim/grego), "nove" etc. Essas confrontações linguísticas
ocorreram in loco entre o ano 10 mil (com a pouco provavel 'teoria da continuidade
peleolítica" e, a mais provavel, mas não totalmente aceita "hipótese indiana" da língua
"proto-indo-europeia", remontando há 6 mil a.C. Tese defendisa pelo Belga Koenraad
Elst (1959) - essas hipóteses foram defendidas em "Update on the Aryan Invasion
Debate" (Aditya Prakashan, 1999) e em "Asterisk in Bharopiyasthan" (Voice of India,
New Delhi, 2007).
5) No mundo antigo, com os anos de interpretação essa ideia de Caos se
reelaborou na ideia de um "vazio amplo", "vazio do ar", "abismo desforme"(que não
abriga formas), "nulo", etc. até chegar nas definições de Chaos para o poeta romano
Ovídio 43a.C.-17-8 d.C que associava o Chaos à noção de "desordem" e daí, "cisão",
"separação" etc. Para rivalizar com Chaos, na mentalidade Greco-Romana havia
Cupido (ou Eros). Ambos são criadores e destruidores, mas enquanto Chaos separa,
Eros une.(Repulsão e Atração). Na linguagem de hoje, enquanto o vazio dasabriga
(em pedaços, cria Nix, ou a "noite" e Érebo ou a "escuridão"; uma família originada
de forma assexuada, subdividindo-se em muitas partes, que na biologia moderna
chama-se "mitose") e o cheio abriga (o cheio unifica pedaços criando, em seu "amor
louco pela união", seres como a deusa "Hedonê" grega e a "Voluptas", Romana (que
significa "prazer", de onde vem as palavras "Voluptuosidade" e "hedonismo", quem
vive de prazeres).
6) No mundo judaico-Cristão os termos "Amém", "Aleluiah" e "Osana" seriam
igulamente mantras do ponto de vista da evocação ou consciência do feito ou
presença divinos. O movimento hare krishna (uma forma de perenialismo ou
"filosofia perene") popularizou no ocidente o principal mantra de libertação entre os
da tradição Vaishnava Gaudiya chamado Maha Mantra (Grande Mantra). Esse mantra

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é a evocação da divindade Rama ou Krishna e tem o propósito de libertação da
duração kármica dessa era, chamada kali yuga (ou era das trevas). O mantra é
composto por dezesseis nomes: 1)Hare 2)Krishna 3)Hare 4)Krishna 5)Krishna
6)Krishna 7)Hare 8)Hare 9)Hare 10)Rama 11)Hare 12)Rama 13)Rama 14)Rama
15)Hare 16)Hare
Condensados em 3: 1)Hare 2)Krishna 3)Rama O Maha Mantra como o "Supremo
Prazer provindo de Krishna" pode ser "explicado", então, nessas três partes, que são
os três aspectos do divino: O termo sânscrito "Hara" designa "energia divina para qual
todos tendem"; e os nomes santos "Krisnna" e "Rama", designam o divino mesmo:
"Aquele que É o Todo Atraente [Krishna] é a fonte de Todo Prazer [Rama]". A
Energia Suprema é Krishna ["o Todo Atrativo"] Krisha, Krishna ["o Todo Atrativo"],
[é] a Energia Suprema... A Energia Suprema é Rama [Krishna em Si mesmo] Krishna
em Si mesmo é a Energia suprema Dito em outras palavras o mantra é dirigido ao
próprio Deus: "meu Amigo [Amor, Amado e Amante] Krishna, sendo o Todo
Atraente, reservatório de Todo o Prazer, por favor, aceite-me no serviço devocional"
7) A saudação (namastê) a Sarasvati, que també m aparece na canção (oração) não
deve ser confundida com a deusa hindu da sabedoria, das artes e da música, senão,
como uma saudação ao mestre espiritual de Srila Prabhupada, o líder Bhaktisiddhanta
Sarasvati (1874-1937) que, por sua vez, foi discípulo de Bhaktivinoda Thakura
(1838-1914). Assim, na passagem "Namas te sarasvate deve". Pronuncia-se sarasvate
(locativo singular), que significa "Saúdo o que está na ordem [ou linha] espiritual de
Sarasvati". E isso é assim porque Srila Prabhupada (e seus discípulos) pertence à essa
ordem, chamada família Sārasvata. E eis o significado profundo dessa canção
(oração): render tributos ao líder espiritual e lembrar-se de suas atividades neste
mundo, ou seja, gaura-vāṇī-pracāriṇe (transmitir as mensagens de Gaura - o
"Dourado" - Krishna) e fazer o combate às filosofias espirituais do impersonalismo e
do niilismo. Essas escolas de pensamento defendem que a realidade última é sem
forma, e as formas são efeitos temporários (ilusões); não creem na dualidade da forma
e do objeto e supostamente não acreditam na Suprema Personalidade do Divino.
Enquanto que para o impersonalismo, acreditando ainda na realidade não-dual, ainda
lhes sobraria algo, que seria associado à consciência, mas para o niilismo, A
substância não-dual dos impersonalistas também é descartada, assim, não restaria nem
a consciência depois da extirpação da forma e do objeto, não restaria nada. Por isso é

108
uma tradição chamada niilista (termo latino "nihil" que significa "nada") - para os
quais a vida não tem um sentido preestabelecido e a existência não tem um sentido ou
uma razão pré-determinada. A história dessas filosofias ocorrem na Grécia pelo
menos 100 anos depois da India.
8) Existiu na India védica uma escola pré-budista que fundou o materialismo 100
anos antes de Leucipo (nascido na Grécia em cerca de 500 a.C.) cujo líder era
chamado Ajita Kesakambali (séc.VI a.C), do qual infelizmente não sobrou nem um
texto, apenas citações que tentaram refutá-lo. Ele praticava a "Ucchedavada"
(Doutrina da Aniquilação após a morte) e "Tam-Jivam-tam-sariram-vada" (Doutrina
da Identidade entre Alma e Corpo), Ajita Kesakambali, portanto negava a existência
separada da alma eterna. Este seria o mais distante em termos históricos que
poderíamos chegar aos conceitos que levam ao niilismo. Um pouco tempo depois (ou
no mesmo período) Sidarta Gautama (Shakyamuni, ou Buda), que teria vivido entre
563/480 a.C – c. 483/400 aC. como Ajita Kesakambali foi citado por Shakyamuni
podemos inferir que é mais antigo que esse ou seu contemporâneo. Num dos Sutras
(escritos budistas advindos de registros dos ensinamentos orais de Shakyamuni)
chamado Pitikas, há os "Discursos Numéricos" (ou Anguttara Nikaya XXIV) em que
Buda argumentaria no 6o. século antes de Cristo a favor do niilismo como uma forma
metodológica de se chegar a verdade. Ele diz: todas as estruturas, sejam elas físicas ou
conceituais, são impermanentes e vazias de qualquer substância consistente ou
natureza essencial. A citação completa seria: "Sendo eu cercado por aqueles que são
auto-constrangidos, eu não postulo nada que seja visto, ouvido, sentido, ou agarrado e
considerado verdade por outros, como categoricamente verdadeiro ou falso, já que as
pessoas já viram este dardo de "Eu sei! Eu entendo! Isto é simplesmente assim!" [etc.].
Eu não me apego a nada".(Anguttara Nikaya XXIV)
9)Eu gostaria de dar meu depoimento pessoal com relação a essa filosofia, porque
eu nasci dentro do budismo em função dos meus pais se converterem à Nitiren Shoshu
(budismo Japones) que chegou ao Brasil em 1962, por meio do líder budista fundador
da Soka Gakai, (Sociedade para Criação de Valores) Daisaku Ikeda (1928). o
principal escrito desta vertente budista mahayana é o Saddharnapuṇḍaríka Sutra
(também chamado Sutra de Lótus ou Hokkekyo). Nestes ensinamentos, as concepções
do vazio e do nihilismo budistas são relativizadas por inúmeros motivos teóricos que
não posso resumi-los todos, mas relato um deles que é a interpretação dada por um

109
líder japonês reformador do Budismo, chamado Nitiren Daishonin (1222-1282), que
encontrou um "refúgio" para se chegar à "iluminação" (libertação dos nacimentos)
que era a recitação do "mantra" que evocava um único ensinamento de Shakyamuni,
recitação da devoção ao Saddharnapuṇḍaríka Sutra, ou Sutra de Lótus, chamado
"Nam-Myoho-Rengue-Kyo" (aonde "nam" vem do sanscrito "namu" ou "nama" de
"curvar-se respeitsoamente"(como aparece nesta canção). Assim, a tradução literal de
"Nam-Myogo-Rengue-Kyo" seria "curvo-me ao sutra de lótus") o que chamaríamos
no budismo de "Om mani padme hum" que significa "da lama nasce a flor de lótus"
um outro mantra associado à divindade de quatro braços...Shadakshari...Mas em hindi,
nos faz lembrar da sublime essência dos pés de lótus de Krishna "nama om Vishnu
padaya" (nama Krishna pada-padma) "curvo-me aos pés de lótus de Krishna". Mas,
no caso Budista, aquele seria uma espécie de "Maha Mantra", chamado Daimoku em
japonês, onde "Dai" significa "Grande" e "Moku", "Título" (grande título - que faz
referência a um dos vários sutras ou ensinamentos transmitidos por Shakyamuni a
seus discípulos). Ora, o título deste ensinamento considerado último para Nitiren
Daishoni é, em resumo, "lótus". "Sad-dharma Puṇḍárīka" (Sūtra) cuja tradução não
literal em Japonês é "Myoho-Rengue"(Kyo) aonde "Myo" significa "místico" (no
sentido daquilo que é incompreensível); "ho" significa "lei" (no sentido da lei da vida,
lei natural, sintetizada no ciclo de "nascimento, velhice, doença e morte"); "rengue"
significa "flor de lótus" (padma em sânscrito - e padum em hindi). e "kyo" (em
sanscrito "Sutra") significa "ensino", mas não qualquer ensino, e sim aquele que se
propaga como budha-vāṇī-pracāriṇe (transmite as mensagens e Buda) pelas três
existências da vida, ou seja, o passado, o presente e futuro. Ensino que transcende as
condições mutáveis do mundo físico e do ciclo de nascimento, velhice, doença e
morte.
10) Mas se partirmos para a tradução literal do sânscrito Sad-dharma Puṇḍárīka
teríamos "Sad = correto", "Dharma=Lei" (ou seja, "lei correta") e "Myo=Místico",
"ho=lei" (ou seja, "lei mística") que em japonês se diz "Myoho-rengue". Curiosamente
Pundarika é o nome de um kundalini yogi que levou os serviços ao deus Vithoba para
a cidade de Pandhapur, aonde há um templo dedicado a Vithoba, uma das
manifestações do Senhor Krishna. Pundarika é uma figura central num dos relatos de
tradição Varkari, sendo um devoto de Deus Vishnu ele dedicava-se a servir seus pais
quando recebeu a visita do Senhor Gopala-Krishna, que veio de Govardhana como

110
um vaqueiro, cercado por vacas, quando encontrou Pundarika servindo aos pais.
Krishna tinha consigo a marca de Srivatsa (uma belíssima forma de nó infinito que
remete à deusa da Beleza hindu Lakshimi), ele usava brincos (makara-kundala) e
penas de pavão. Encantado com a beleza de Krishna, Pundarika pede a Krishna que
permaneça naquela forma nas margens do Rio Bhima, para tornar ali um local santo.
11) Os sutras possuem cerca de 80 mil capítulos, farei uma citação do que eu mais
conheço que é o sutra de lótus, que mostraria uma "relativização" da noção de
nihilismo ou impersonalismo no Budismo. No primeiro capítulo, oitenta mil
bodhisattvas (homens de grande erudição só não igualáveis a Budas), seus onze filhos
e doze mil gurus e homens santos (Arhats ou Arakan = Sanyasis) o aclamaram como
"conquistador além da morte", ou seja, alguém que estava livre da perambulação da
alma (samsara) ou como em Sânscrito se diz "Murtyanjaya". Ou seja o aclamara
"Buda" ou "desperto", que podemos entender como um paralelo, que ele se tornou
"consciente", como na tradição Vashnava os fiéis tornam-se "conscientes de Krishna",
que é a conexão íntima com o divino e ao mesmo tempo libertação do impersonalismo
e do niilismo, realmente presente no mundo, tornando assim, o "vazio" buscado da
meditação a libertação dos condicionamentos mentais e não um esvaziamento da
suprema personalidade do divino (ou da totalidade do universo como um). Conta-se
que essas milhares de pessoas o aclamaram dizendo em voz unissona: "Seu corpo não
existe nem não existe; Sem causa ou condição, Sem si ou com os outros; Nem
quadrado nem redondo, Nem longo nem curto; Sem aparência ou desaparecimento,
Sem nascimento ou morte" (Sad-dharma Pubṇḍárīka, Cap. I - Virtudes ), a leitura
literal deste trecho o interpreta como impersonalismo, e no entanto, ele estava ali
presente como personalismo naquela "cerimônia de lótus". Nesta cerimônia, ou seja,
no sutra de lótus (permitam-me uma particularização aqui, nos mais belos capítulos
do sutra de lótus, o hoben - ou meios - e juryo - revelação da vida eterna do Buda) o
tornado "consciente", "desperto" transmite um ensinamento a Shariputra, um
Bhramane que teria sido o discípulo sucessor do Buda Shakyamuni, não tivesse ele
falecido alguns meses antes do seu "guru" Shakyamuni, alcançando a "consciência"
ou iluminação numa outra vida como um "Buda da flor brilhante". shakyamuni
dirige-se a Shariputra (ou "Sharihotsu" em Chinês Clássico, de onde vem o budismo
japones) dizendo:

111
12) A sabedoria dos budas é infinitamente profunda e imensurável. O portal dessa
sabedoria é difícil de compreender e de transpor. Nenhum dos homens de erudição ou
de absorção é capaz de compreendê-la. Qual é a razão disso? Um buda é aquele que
serviu a centenas , a milhares, a dezenas de milhares, a incontáveis budas e executou
um número incalculável de práticas religiosas. Ele empenha-se corajosa e
ininterruptamente e seu nome é universalmente conhecido. Um Buda é aquele que
compreendeu a Lei insondável e nunca antes revelada, pregando-a de acordo com a
capacidade das pessoas, ainda que seja difícil compreender a sua intenção. Sharihotsu,
desde que atingi a iluminação tenho exposto meus ensinos utilizando várias histórias
sobre relações causais, parábolas e inúmeros meios para conduzir as pessoas e fazer
com que renunciem aos seus apegos a desejos mundanos. Qual a razão disso? A razão
está no fato de o Buda ser plenamente dotado dos meios e do paramita da sabedoria.
Sharihotsu, a sabedoria do Buda é ampla e profunda. Ele é dotado de imensurável
benevolência, ilimitada eloqüência, poder, coragem, concentração, liberdade e
samadhis (meditação), aprofundou-se no reino do insondável e despertou para a Lei
nunca antes revelada. Sharihotsu, o Buda é aquele que sabe como discernir e como
expor os ensinos habilmente. Suas palavras são ternas e gentis e podem alegrar o
coração das pessoas. Sharihotsu, em síntese, o Buda compreendeu perfeitamente a Lei
ilimitada, infinita e nunca antes revelada. Chega, Sharihotsu! Não vou mais continuar
pregando. Por quê? Porque a Lei que o Buda revelou é a mais rara e a mais difícil de
compreender.
13)"Yui-butsu-yo-butsu. Nai-no-ku-jin. Sho-ho-ji-so. Sho-i-sho-ho. Nyo-ze-so.
Nyo-ze-sho. Nyo-ze-tai. Nyo-ze-riki. Nyoze-sa. Nyo-ze-in. Nyo-ze-en. Nyo-ze-ka.
Nyo-ze-hô Nyo-ze-hon má-ku-kyo-tô". Tradução: "A verdadeira entidade de todos os
fenômenos somente pode ser compreendida e partilhada entre os budas. Essa
realidade consiste de aparência, natureza, entidade, poder, influência, causa interna,
relação, efeito latente, efeito manifesto e consistência do início ao fim". Um artigo
muito esclarecedor intitulado "as quatro verdades nobres verdades do budismo",
escrito por um Vaishnava norte americano Satyaraja Dasa (nascido em 1955) e
iniciado por sua Divina Graça Srila Prabhupada aproximam essas duas tradições
indianas demonstrando respeito invejável por ambas as tradições. vocês podem ler o
artigo dele aqui:
https://voltaaosupremo.com/artigos/artigos/as-quatro-nobres-verdades-do-budismo/

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=2jsJVUazeC4
Publicado em 07 de fev. de 2017

Radha-krishna São A Minha Energia Vital (prana mora)

Como é preciosa a língua Bengali!

Esta canção-oração (kirtan) "Radha-Krishna Prana Mora" é um louvor às


vaqueiras (gopis) sagradas de Vrindavana (chamadas Sakhis).
A canção foi retirada do livro de orações "Prarthana" de Narottamo Das Thakur
(c.1466 d.C), um dos principais santos da tradição Vaishnava, e seu título original é
"Sakhi-Vrinde Vijnapti" (de "Vrinde" ou "Brinde" no Sânscrito - refere-se à cidade
sagrada de Vrindavana).
O conceito de 'Vijnapti' também aparece nos escritos budistas de língua Pali
significando "Consciência" (em termos do conceito de "mente humana"),
principalmente na escola budista Sarvāstivāda (Saravaastivaada).
Na tradição Vaishnava, "Vijñapti" refere-se ao "louvor" ao Amado Todo Atrativo
(ou mesmo "Consciência de Krishna"), como se mostra na canção-poema do mesmo
autor "Ishtha-deve Vijñapti" (Louvor ao Divino).
No caso da presente canção, este louvor é direcionado às Sakhis (acompanhantes,
amigas) da dualidade feminina-masculina Radha-Krishna, Suprema Personalidade
Divina.

113
A fineza poética de Narottamo Das Thakur ao compor essas sextilhas
revolvem-se nos ritos de adoração ao casal transcendental Radha-Krishno e às
vaqueiras amigas íntimas da bela Radha.
Lalita, a mais fiel, Visakha a mais impressionante (não confundir com a
seguidora de Buda, Viśākhā, numa das imagens das vaqueiras aqui apresentadas ela
aparece sentada no chão tocando cítara). As duas lideram as amigas íntimas em torno
das quais Narottamo Das Thakura elabora suas estrofes de fascínio.
Lalita é amiga íntima do Casal Divino, Sri Sri Radha Krishno. Lalita é 14 anos
mais velha do que Radha, e portanto ela é a mais velha das amigas de Krishna e sua
compleição é amarela.
Todos os seguidores de Rupa Goswami, enquanto encarnação de Rupa Manjari
deve se considerar, em última instância, um servo de Lalita.
Esta é exatamente a minha percepção em relação a Narottamo Das, enquanto um
"Lalita Bhakta", sua busca principal descrita na canção é pelo amor transcendental
(prema) - termo incluído bela e sabiamente pelo cantor desta versão na forma de
interpolação "Radha Prema", ou seja, o amor de Radha que se encontra em "Radha
Kunja", Vrindavana, mas um termo que não aparece expressamente no poema
original.
O amor de Krishno por Radha, e por extensão às suas "namoradas" ou "amigas
íntimas" (Sakhi) vaqueiras...é seguido pelo amor de Narottamo à Radha, enquanto
avatar de Champaka Manjari na Krishna-lila (epopeia remota que descreve os
passatempos juvenis das divindades Sri Sri Radha-Krishna), em que Champaka está
servindo eternamente à Rupa Manjari (Rupa Goswami), uma das principais amigas
íntimas de Radha.
Perdoem-me pelos tropeços deste principiante tradutor. Estou sempre
humildemente aberto a quaisquer revisões:
boa audição! Renato Araújo

Letra:
(1)
radha-krsna prana mora jugala-kisora
jivane marane gati aro nahi mora
(2)
kalindira kule keli-kadambera vana

114
ratana-bedira upara bosabo du’jana
(3)
syama-gauri-ange dibo (cuwa) candanera gandha
camara dhulabo kabe heri mukha-candra
(4)
gathiya malatir mala dibo dohara gale
adhare tuliya dibo karpura-tambule
(5)
lalita visakha-adi jata sakhi-brnda
ajñaya koribo seba caranaravinda
(6)
sri-krsna-caitanya-prabhur daser anudasa
seva abhilasa kore narottama-dasa

Tradução:
Radha-krishna São A Minha Energia Vital (prana mora)
(1)
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
Vivo ou morto, não tenho outro refúgio, senão Neles.
Vivo ou morto, não tenho outro refúgio, senão Neles.
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
(2)
Às marges do Rio Kalindi [Yamuna],
na floresta das pequenas árvores kadamba.
Às marges do Rio Kalindi [Yamuna],
na floresta das pequenas árvores kadamba.
Sobre um trono de pedras preciosas,
farei sentar o divino casal.
Sobre um trono de pedras preciosas,
farei sentar o divino casal.

115
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
(3)
Em seus corpos negro e branca,
Eu vou ungir perfume de sândalo.
Em seus corpos negro e branca,
Eu vou ungir perfume de sândalo.
E com um camara [espanta moscas] Eu vou abaná-los...
Quando contemplarei seus rostos feito luas?
E com um camara [espanta moscas] Eu vou abaná-los...
Quando contemplarei seus rostos feito luas?
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
(4)
Depois de fiar guirlandas de flores malati,
adornarei Seus pescoços...
Depois de fiar guirlandas de flores malati,
adornarei Seus pescoços...
Às Suas bocas de lótus,
oferecerei nozes de betel perfumadas com cânfora.
Às Suas bocas de lótus,
oferecerei nozes de betel perfumadas com cânfora.
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
(5)
Lideradas por Lalita e Visakha,
e com a permissão de todas as vaqueiras amadas do Senhor...
Lideradas por Lalita e Visakha,
e com a permissão de todas as vaqueiras amadas do Senhor...
eu servirei aos pés de lótus de Radha e Krishna em Vrindavana.
eu servirei aos pés de lótus de Radha e Krishna em Vrindavana.
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
Radha e Krishna, casal jovial...

116
Eles São a minha energia vital.
(6)
O servo dos servos de Sri Krsna Caitanya Prabhu,
Narottama dasa,
O servo dos servos de Sri Krsna Caitanya Prabhu,
Narottama dasa,
sou quem anseia por servir a este casal divino...
Narottama dasa,
sou quem anseia por servir a este casal divino...
Narottama dasa,
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
Vivo ou morto, não tenho outro refúgio, senão Neles.
Vivo ou morto, não tenho outro refúgio, senão Neles.
Radha e Krishna, casal jovial...
Eles São a minha energia vital.
Radha e Krishna, \Ncasal jovial...
Eles São a minha energia vital.

Tradução e Legendas:
Renatex Kali

117
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=crvEHx3h6fs
Publicado em 08 de abr. de 2017

Sakhi vrnde Vijñapti - Oração às Vaqueiras de Vrinda Poema escrito por


Narottama das Thakura (nascido em c.1466, com data de morte incerta) líder da
tradição Vaishnava Gaudiya, filho do rei Krishnananda Datta e da rainha Narayani
Devi. Sua poesia devocional, cheia de amor e desejo incondicional pelo casal
transcedental Radha-Krishna é emocionante e muito cativa. "Sakhi vrnde Vijñapti"
também chamada "Radha Krishna Prana Mora" (Radha e Krishna São a Minha
Energia Vital) relata o desejo do servo Narottama de servir ao Casal em Vrindavana,
com as bençãos das vaqueiras amadas de Krisha (chamadas Gopis) que lá vivem,
devotadas integralmente ao serviço do Casal. Trata-se de um poema-oração no qual
Narottama Das se apresenta como um servo dos servos de Shri Krishna Chaitanya
Mahaprabhu (1486-1534), quem fundou a doutrina do êxtase do amor puro, fazendo
com que qualquer um que recitar os 16 nomes divinos que se concentram em Hare,
Krisha e Rama possam atingir o êxtase devocional pleno.
Mais alguns esclarecimentos biográficos:
Filho do príncipe Krishnananda Datta com Narayani Devi, eles eram de Gopalpur
Pargana, Rajsahi, uma comuna da atual Bangladesh. Mas Narottamo, cujo nome
também é Thakura Mahasaya, nasceu em Kayastha (ou talvez em Maghi Purnima) em

118
1466 d. C., mas a data de seu desaparecimento é incerta. Ele levou os ensinamentos
de Sri Chaitanya MahaPrabhu para fora dos limites da Bengala Ocidental, espalhando
o Vaisnaísmo Gaudíya em regiões ao sul. Foi o primeiro a distinguir a tradição
Vaishnava da barbárie alien (Mleccha), dos Jônios (Yavana), e sociedades bipartidas
entre senhores e escravos (como os Kambojas do período védico - cujos reis-divinos
indo-iranianos eram equivalentes aos no ocidente chamados de "déspotas orientais")
tal qual se distinguia o vaishnaísmo Gaudíya do asceta Brahmin ou mesmo dos servos
shudras, abaixo apenas dos dalits no antigo sistema de castas indiano,
tradicionalmente ligados aos esportes e outrora totalmente desligados do comércio e
dos estudos, uma realidade que graças aos deuses está mudando em toda índia, mais
vagarosamente nas áreas rurais, mas exemplos como a maravilhosa Escola Shanti
Bhavan têm se multiplicado com sucesso, em questão de algumas décadas um grande
número de descendentes de dalits modificarão seu destino.

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=sDMuaMZcPEI
Publicado em 14 de abr. de 2017

A canção por vezes chamada de "Krishna Murari", cujo título original é "Mama
Mana Mandire" é cantada aqui com grande paixão por Swarupa Damodara Prabhu.
Esse poema musicado foi composto pelo líder reformador do Vashnaísmo Gaudiya,
Sri Saccidananda Bhaktivinoda Thakura (1838-1914). A canção-oração aqui traduzida
trata da alegria, do desejo devocional na presença de Krishna e a dor do sofrimento
que causa a separação do ser Amado. Sendo que nas primeiras estrofes Krishna [o
Todo Atraente] é chamado por um de seus epítetos Murari (destruidor do demônio
Mura, ou seja, purificador da mente - "coração"). Onde "Mana", de "Mama Mana
Mandire" significa ao mesmo tempo "mente" e "coração", que são indistintos nos
conceitos filosóficos indianos. Então, "Mama" seria "meu" e "mandire" seria
"Templo". Nas últimas estrofes o devoto oferece as tradicionais guirlandas de flores
que são os modos de honrarias devocionais nos costumes do subcontinente indiano.
"mana-hāri" refere-se ao "Ladrão da Mente-Coração", é um dos nomes de Krishna,
pois, associa-se ao mesmo tempo desde a sua atividade infantil de roubar manteiga de
sua mãe até a tomada da Consciência que é relatada pelos seus devotos. Portanto, ele
é chamado de forma não pejorativa de "Ladrão", porque "roubaria" as consciências
humanas que tenderiam todas necessariamente para Ele. No poema, também aparece
uma referência à cerimônia Arati (ou Aarti) - que significa "Cessar", "Concluir" -
trata-se de uma cerimônia vespertina na qual os devotos acendem uma luz de pavios
embebidos de manteiga purificada (ghee) ou cânfora, oferecendo-as às divindades,

120
significando a própria iluminação (pradīpe - luz, citada no poema) advinda do divino...
A Arati é, portanto, uma cerimônia de reverência final. O poema termina com a
promessa de "bajūk jīvana" – entoar em voz alta pelo período de vida o divino
nome-canção: "Krishna Murari". Perdoem-me pelo meu mau Bengali, ainda estou
aprendendo essa maravilhosa língua.
Boa Audição,

MAMA MANA MANDIRE


Templo do Meu Coração

krishna murari krishna murari


krishna murari sri krishna murari

O que purifica o coração, Krishna Murari


O que purifica o coração, o Sr. Krishna Murari

mama mana mandire raha nisi din


krishna murari, sri krishna murari

O templo fica em meu coração noite e dia


O que purifica o coração, o Sr. Krishna Murari

bhakti priti mala chandan


tumi nio he nio cita-nandan

Aceitai essa guirlanda de flores de sândalo


como minha devoção, Ó encantador de corações!

jivana marana tova puja nivedan


sundara he mana-hari

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Até a morte ofertar-Lhe-ei as minhas reverências
Ó belo ladrão da mente

eso nanda-kumara ar nanda-kumar


habe prema-pradipe aroti tomar

Venha cá, filho de Nanda, Nanda Maharaj


Haverá a luz do amor perfeito em Tua cerimônia arati

nayana jamuna jare anibar


tomara virahe giridhari

Um rio Yamuna inteiro inteiro chora os meus olhos incessantemente


Por estar distante de Ti, Ó levantador da colina de Govardana

bandana gane tava bajuk jivana


krishna murari, sri krishna murari

Quero passar a minha vida absorvido em Tua canção


contando as Tuas glórias, purificador do coração
Ó Senhor Krishna Murari

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=VGrKa8zwljg
Publicado em 17 de abr. de 2017

Devote-se ao Senhor Dourado - Bhaja Gauranga

Com legendas em Português, essa canção devocional "Bhaja Gauranga, Kaha


Gauranga" (Devote- se ao Senhor Dourado, fale do Sr. Dourado) executada
lindamente pela jovem cantora Sarbani Bardhan foi composta por Krsnadasa Kaviraja
Goswami, nascido em 1496 e cuja data de desaparecimento é incerta. No poema
canta-se a alegria de recitar o nome sagrado de Gauranga [do Sânscrito, onde "Gaur"
significa "Dourado, amarelo" - numa evidente simbologia solar e "ang" ou "anga"
significa "corpo, membro"]. Embora este termo já apareça nos Purana (textos antigos)
como no Agni Purana (datado do séc. XI d.C. e no qual o termo Gauranga é utilizado
como a compleição da superalma "paramatma"), o termo é tomado aqui, dentro da
tradição vaishnava, cuja interpretação é hoje dominante, como um dos epítetos de Sri
Chaitanya Mahaprabhu (1486-1534), líder fundador do Vaisnaísmo a quem credita ser
um avatar do próprio Krishna, em sua forma dourada. A cor amarela é a cor do divino
em todo subcontinete indiano; e a tez de Sri Chaitanya Mahaprabhu foi relatada como
sendo muito dourada. Por isso ele é chamado por vezes de "Avatar Dourado". Não sei
por qual motivo, mas decidiu-se retirar desta versão a seguinte estrofe final que consta
na canção original:

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"Servindo a Gauranga, recitando Gauranga se elimina a tristeza."
Boa audição! Renato Araújo

Bhaja Gauranga Kaha Gauranga


Adoração ao Senhor Dourado (Bhaja Gauranga)
Por Sri Nityananda Prabhu
Cantado por Sarbani Bardhan

Refrão
bhaja gauranga kaha gauranga laha gaurangera nama re
je jan gauranga bhaje, sei (hoy) amara prana re

Devote-se a Gauranga, fale de Gauranga,


tome o nome daquele que tem a forma dourada
Aqueles que servem a Gauranga, se tornam a minha energia vital

(1)
gauranga boliya du’ bahu tuliya naciya naciya bedao re
Cantando Gauraga, o faça com os braços pra cima dançando e dançando sem parar.

(2)
gauranga bhajile gauranga japile hoy duhkhera abasana re
servindo a Gauranga, recitando Gauranga se elimina a tristeza

124
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=GyFhmQaKw3I
Publicado em 22 de abr. de 2017

Oito estrófes glorificam a Saci Suta (Lê-se "Shati Suta") - o Filho da mãe Srimati
Saci Devi, ou seja, glorificam a Krishna. Cantada por Sua Graça Swarupa Damodar
Dasa Prabhu e composta originalmente em Sânscrito por Shrila Sarvabhauma
Battacarya (séc. XV), da escola de Advaita, essa bela canção apresenta algumas das
joviais qualidades do filho de Saci Devi e o desejo do poeta devoto de se integrar ao
serviço devocional. Também conhecida por (Nava Gaur Varam) "S'rî
S'achî-Sutâshthakam" em tradução livre significa "Oito Versos Para o Sr. Filho de
Saci", quer dizer, oito orações que glorificam o Filho de Srimati Saci Devi.

Sacisutastakam - Oito estrófes glorificam a Saci Suta

nava gaura-varam nava-pushpa-s'aram


nava-bhâva-dharam nava-lâsya-param
nava-hâsya-karam nava-hema-varam
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam

Novas são Tuas flechas douradas,


feito néctares de flores recém florescidas...

125
Novo Teu êxtase de espírito,
novas as Tuas danças bailadas.
Novos os risos provocados,
belo, dourado e jovial!
Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!

nava-prema-yutam nava-nîta-s'ucam
nava-ves'a-kritam nava-prema-rasam
navadhâ vilasat s'ubha- prema-mayam
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam

Novo amor às multidões.


Novos comportamentos apontados...
Novas roupas preparadas,
Novos os amores sentidos...
Nove caminhos reluzentes...
Auspiciosa sabedoria do amor.
Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!

hari-bhakti-param hari-nâma-dharam
kara-japya-karam hari-nâma-param
nayane satatam pranayâs'ru-dhara
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam

Absorvido em Tua devoção,


extático em Teu santo nome "Hari"
Candando japa,
em Teu Santo nome estou absorvido...
Teus olhos sempre carregam as lágrimas do amor.
Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!

satatam janatâ- bhava-tâpa-haram


paramârtha-parâyana- loka-gatim
nava-leha-karam jagat-tâpa-haram

126
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam

Aquele que sempre liberta


do sofrimento material...
O mais elevado,
O objetivo último das pessoas.
Produzindo um novo alimento,
Ele destrói a aflição dos homens.
Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!

nija-bhakti-karam priya-cârutaram
natha-nartana- nâgara-râja-kulam
kula-kâmini-mânasa- lâsya-karam
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam

Ele causa devoção contínua,


o mais agradável amor.
Rei versátil e dançarino,
de Tua linhagem, o protetor...
Por todos desejado
provoca a dança espiritual.
Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!

karatâla-valam kala- kanthha-ravam


mridu-vâdya- suvînikayâ madhuram
nija-bhakti-gunâvrita- nâtya-karam
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam

Ele ama os cimbalos karatalas,


mel é o som que sai de Vossa garganta.
Suavemente Ele toca as cordas da vina,
num doce e melodioso som...
...nos faz dançar o contínuo peso em Tua devoção.
Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!

127
yuga-dharma-yutam punar nanda-sutam
dharanî-sucitram bhava-bhâvocitam
tanu-dhyâna-citam nija-vâsa-yutam
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam

No caminho das eras, de novo,


o Filho de Nanda Maharaj
A diversidade terrestre,
O espírito de todos...
Uno de olhar gracioso,
contínuo brilho das multidões.
Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!

arunam nayanam caranam vasanam


vadane skhalitam svaka-nâma-dharam
kurute su-rasam jagata jîvanam
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam

Como o sol nascente são Teus olhos,


Teus pés e Tuas roupas...
Contendo Vossos próprios nomes
hesitantes em Vossa boca,
E produzindo um sentimento compartilhado por todos
os seres vivos do universo.
Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!

nava gaura-varam nava-pushpa-s'aram


nava-bhâva-dharam nava-lâsya-param
nava-hâsya-karam nava-hema-varam
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam

Novas são as Tuas flechas douradas,


feito néctares de flores recém florescidas...
Novo Teu êxtase de espírito,

128
Novas as Tuas danças bailadas.
Novos os risos provocados, Belo, dourado, jovial!

pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam


pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam

Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!


Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!

pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam


pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam
pranamâmi s'acî-suta- gaura-varam
Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!
Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!
Reverencio-me ao Filho de Saci, Gaura, o jovial!

Tradução e Legendas
Renatex Kali

129
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=PJGv7LZgNW0
Publicado em 24 de abr. de 2017

Govinda, o Ser Primordial é Aquele a quem eu Amo - Govinda adi-purusam

Alguns trechos e principalmente a estrofe desta bela canção é uma repetição da


linha final de cada um dos versos de SRI BRAHMA-SAMHITA, Capítulo 5, Versos
1-30, 32, entre outros.
Trata-se de uma canção em sânscrito cujo nome "govindam ādi-puruṣaḿ tam
ahaḿ bhajāmi" em tradução livre significa: "Govinda, O Ser Primordial é Aquele a
Quem eu Amo"... ou "Aquele para Quem eu me devoto".) Para esclarecimento: o Śrī
Brahma-saḿhitā 5.30 É um texto sânscrito classificado como Pañcarātra (Lê-se
"Pancharaatra" literalmente significando "cinco noites" de pañca: cinco e rātra: noites
- uma referência às cinco noites de sacrifício conduzidas por Narayana antes de
atingir igualmente a transcendência e a imanência). É composto de versos de orações
cantadas pelo semi-deus Brahma glorificando a Suprema Personalidade de Govinda
no início da criação. Govinda significa (Go = "Vacas" ou os escritos sagrados dos
"Vedas") e "vinda" é um sufixo formador de profissão, como "eiro", portanto,
Govinda significa "Vaqu-eiro" ou "protetor das Vacas" e, por alegoria, "protetor dos
Vedas" - há um significado idêntico em "Gopala", são alguns dos mil nomes de
Vishnu.

130
Este texto é particularmente importante para a tradição Vaisnava Gauḍiya porque
seu fundador, Sri Chaitanya Mahāprabhu (1486-1534) redescobriu uma parte da obra,
que havia sido dada por perdida por alguns séculos anteriores ao seu redescobrimento.
Ou seja, Sri Chaitanya Mahaprabhu recuperou os 62 versículos do Capítulo 5,
encontrando-os no Templo Adikeshav em Thiruvattar, Tamil Nadu, no sul da Índia no
século XVI.
Em 1970, George Harrison, um dos Beatles que se converteu ao vaisnaísmo
produziu uma gravação moderna para essas orações realizadas por devotos do Templo
Rādha Kṛṣṇa em Londres.
Intitulado "Govinda", a canção tomou seu título da linha principal do coro da
oração e foi cantada pela primeira devota mulher de Sua divina Graça Srila
Bhaktivedanta Swami Prabhupada, Sua Graça Yamuna Devi Dasi (falecida em 2011
aos 69 anos).
Perdoem-me pelos meus eventuais erros na tradução do sânscrito para o
português e boa Audição!

Tradução e Letra

Govindam adi-purusam tam aham bhajami


Govinda, O Ser Primordial é aquele a quem eu adoro

Venum kvanantam aravinda-dalayataksam


Barhavatamsam asitambuda-sundarangam
Kandarpa-koti-kamaniya-visesa-sobham

tocando sua flauta, Seus olhos são como lótus florido


Sua cabeça é ornada no topo com uma pena de pavão
Sua bela forma são como nuvens azuladas,
Sua beleza é única, Seu encato equivalente a milhões de deuses do amor

Govindam adi-purusam tam aham bhajami

Angani yasya sakalendriya-vrtti-manti


Pasyanti panti kalyanti ciram jaganti

131
Ananda-cinmaya-sad-ujjvala-vigrahasya

Govinda, O Ser Primordial é aquele a quem eu adoro


Aquele de quem Seu corpo domina a função de todos os orgãos
vê, mantém e manifesta infinitos universos
Cheio de felicidade, verdade e substância
Aquele cuja forma é de deslumbrante esplendor

Govindam adi-purusam tam aham bhajami


Govinda, O Ser Primordial é aquele a quem eu adoro

PALAVRA POR PALAVRA

Govindam adi-purusam tam aham bhajami

Govinda = protetor das vacas


adi = primeiro, aprender, ansiedade (no sentido do desejo)
purusa = alma, espírito
tam = Ele, desejando
aham = eu

govindam - Govinda; adi-purusam - a pessoa original; tam- Ele; aham - Eu;


bhajami - me devoto

Venum kvanantam aravinda-dalayataksam


Barhavatamsam asitambuda-sundarangam
Kandarpa-koti-kamaniya-visesa-sobham

venum - a flauta; kvanantam - jogando; aravinda-dala - (como) pétalas de lótus;


ayata - florescendo; Aksam - cujos olhos; Barha - uma pena de pavão; avatam'sam -
cujo ornamento na cabeça; asita-ambuda - (tinged com a tonalidade de) nuvens azuis;
sundara - linda; Angam - cuja figura; kandarpa - de Cupidos; koti - milhões;
kamaniya - charmoso; visesa - unique; sobham - cuja beleza;

132
Angani yasya sakalendriya-vrtti-manti
Pasyanti panti kalyanti ciram jaganti
Ananda-cinmaya-sad-ujjvala-vigrahasya

angani - os membros; yasya - de quem; sakala-indriya - de todos os órgãos;


vrtti-manti - possuindo as funções; pasyanti - veja; panti - manter; kalayanti -
manifesto; ciram - eternamente; jaganti - os universos; ananda - felicidade; cit -
verdade; maya - cheio de; sad - substancialidade; ujjvala - cheio de esplendor
deslumbrante; vigrahasya - cuja forma;

133
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=HkHCklsuWrE
Publicado em 02 de Mai. de 2017

Jiv Jago - Acordem

Seu nome oficial é Arunodaya-kirtana em tradução livre: "Canção do Nascer do


Sol". Embora seja mais conhecida como "Jiv Jago (Acordem, Criaturas Vivas!).
Seleciono aqui duas das que considero as mais belas interpretações dessa música. A
primeira versão, cantada lindamente pela devota vaishnava australiana Suchandra
Dasi em 15 de Abril de 2010 em sua residência. Ali, ela canta de modo despretensioso,
generoso e com seu filho livremente ao redor. Só por essa cena familiar já valeria o
vídeo, mas sua voz extremamente adocicada é nectária nos agrada ainda mais... A
segunda versão, também de excelência pode ser ouvida numa gravação de 1995 por
Atmarama Dasa intitulado "Canções de Vaisnavas".
Esse poema trata-se na verdade da segunda canção do livro de canções
("Gitavali" - datado de 1893) escrito pelo líder reformador do Vaisnaísmo Gaudiya
Bhaktivinoda Thakura (1838-1914) . A mensagem claramente aponta para o chamado
de Sri Chaitanya Maha Prabhu a todas as almas não elevadas, voltarem-se para Gaura
(Dourado), ou simbolicamente, ao "Arunodaya" (nascer do sol). Conta-se que há pelo
menos duas melodias para este poema. A primeira é a melodia popular semelhante à
outra canção de nome "Samsara Davanala Lidha Loka". Como curiosidade aos mais

134
inteirados, a melodia aqui está em Kaherva Tala e ela pode também foi ouvida ao
fundo da instalação da Deidade em Mayapur no DVD de sua instalação de 2004.

Letra:
(1)
jiv jago, jiv jago, gauracanda bole
kota nidra jao maya-pisacira kole

Despertem, Despertem, é Gaurachandra quem vos chama!


Por quanto tempo ainda dormirão no colo do demônio da ilusão?*

*[maya significa ilusão e pishachi é o nome de um demônio feminino]

(2)
bhajibo boliya ese sam´sara-bhitare
bhuliya rohile tumi avidyara bhare

Vocês vieram a este mundo material dizendo Lová-lo


Mas se esqueceram e permaneceram em completa ignorância

(3)
tomare loite ami hoinu avatara
ami bina bandhu ara ke ache tomara

Por vocês me personifiquei


quem é vosso amigo se não Eu?

(4)
enechi ausadhi maya nasibaro lagi'
hari-nama maha-mantra lao tumi magi'

Eu vos trouxe o remédio contra a ilusão


o Santo nome Hari do grande mantra, tomai-o todos

135
(5)
bhakativinoda prabhu-carane pariya
sei hari-nama-mantra loilo magiya
Bhakativinoda caiu aos pés
do mesmo Santo nome Hari
e o tomou completamente

136
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=gl7Y4Y6Fb9s
Publicado em 03 de Jun. de 2017

Salve o Nosso Doce Casal Shyam-Shyam Govind - Sri Govind Bhargava Ji

Esta é uma Bhajan (canção devocional) cantada ao vivo na língua Braja Bhasha
do norte da Índia por Govind Bhargava Ji, nos arredores de Nova Déli, no Bhajan
Sandhya Gurgaon, no Estado de Haryana.
Inicialmente, esta canção foi popularizada por Krsnadasa Brahmacari ... A canção
é executada em uma variação da forma musical da Raga Bhairavi na Tala Bhajani.
Trazido aqui com legendas em Português, este poema é cantado na língua Braja
Bhasha, uma das línguas clássicas da tradição religiosa Vaisnava do norte da Índia.
(Língua na qual a maior parte das canções do Jahnamastani - aniversário de Krishna -
são cantadas).
O poema trata da beleza, doçura e delicadeza do casal transcendental
Krishna-Radha, fazendo menção ao Deus "Shyam" (Escuro, Negro ou Azul)
referência que não é outra senão a menção à própria compleição de Krishna, pela
coloração de sua pele - igualada à cor das nuvens de chuva.
Perdoem-me pelo meu fraco conhecimento da língua Braja Bhasha, pelo qual
não pude traduzir senão literalmente algumas estrofes e especialmente as falas
espontâneas do cantor que

137
não se encontram tradicionalmente na letra. Esses possíveis erros me
impulsionarão a estudar mais! E como é bom estudar o vaisnavismo e as línguas da
maravilhosa Índia!
Boa Audição
Renato Araújo

Anupama Madhuri Jodi Hamare Syama Syama Ki

Refrão:
anupama madhuri jodi hamare syama-syama ki
rasili rasabhari ankhiyan, hamare syama-syama ki
hamare syama-syama ki, hamare syama-syama ki

Letra:
(1)
mukuta aur candrika mathe, adhara par pana ki lali
aho kaisi bani chavi hai, hamare syama-syama ki

(2)
parasapara mili ke do phare, sri vrindavan ki kunjana men
nahi baranata bana sobha, hamare syama-syama ki

(3)
nahi kucha lalasa dhana ki, nahi nirmana ki iccha
sakhi, syama ki do darasan, daya ho syama-syama ki

Tradução

Refrão:
Nosso doce casal Shyama-Shyama é sem precedentes! Ó, nosso Shyama-Shyama!
Vendo os olhos bonitos e suculentos de nosso Shyama-Shyama apazigua aos nossos
próprios olhos sedentos.

138
Letra:
1) Uma coroa e chandrica [luz da lua] descansam graciosamente em suas cabeças.
Seus lábios estão vermelhos devido ao betel. ó, que visão requintada do nosso
Syama-Syama!

2) Continuamos a circular as kunjas de Vrndavana juntos porque desejamos sempre


contemplá-los lá. A beleza única do Syama-Syama não pode ser descrita!

3) Também não desejamos riqueza ou [a vida no] palácio. Todos desejamos o seu
darshana, mas, para isso, devemos obter a Sua misericórdia.

139
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=gbaFg_NgKBc
Publicado em 04 de Jun. de 2017

Jiv Jago - Despertem Criaturas

Despertem Criaturas! Despertem Criaturas! Com esta admoestação, Krishna


acorda os seus devotos que ainda estão "adormecidos". Na língua bengali, o termo
"Prabhati Kirtan", refere-se às canções-orações entoadas pela manhã.
Não é por acaso que seu nome oficial é "Arunodaya-kirtana" ou seja, "Canção do
Nascer do Sol", mas ela é de fato mais conhecida como Jiv Jago ("Despertem
Criaturas"). Outras versões podem ser encontradas aqui neste canal. Cito como
exemplo a também excelente versão que pode ser ouvida numa gravação de 1995 por
Atmarama Dasa intitulada "Canções de Vaisnavas". Trata-se na verdade da segunda
canção do livro de canções ("Gitavali" - datado de 1893) escrito pelo líder reformador
da tradição Vaisnava Bhaktivinoda Thakura (1838-1914) . A mensagem claramente
aponta para o chamado de Sri Caitanya Maha Prabhu a todas as almas não elevadas.
Conta-se que há pelo menos duas melodias para este poema. Uma delas é a melodia
popular semelhante à outra canção de nome "Samsara Davanala Lidha Loka" A
melodia dessa interpretação está no ritmo Kaherva Tala. Ela pode também foi ouvida
ao fundo da Deidade em Mayapur no DVD de sua instalação em 2004, como informei
em outro momento.
No presente caso, com imagens de devotos em seus passatempos matutinos no
templo da ISKCON (Sociedade Internacional para a Consciência de Krshna) e

140
algumas imagens relacionadas ao futuro vaisnava, este vídeo foi legendado para o
português.

Letra:
(1)
jiv jago, jiv jago, gauracanda bole
kota nidra jao maya-pisacira kole

Despertem, Despertem, é Gaurachandra quem vos chama!


Por quanto tempo ainda dormirão no colo do demônio da ilusão?*

*[maya significa ilusão e pishachi é o nome de um demônio feminino]

(2)
bhajibo boliya ese sam´sara-bhitare
bhuliya rohile tumi avidyara bhare

Vocês vieram a este mundo material dizendo Lová-lo


Mas se esqueceram e permaneceram em completa ignorância

(3)
tomare loite ami hoinu avatara
ami bina bandhu ara ke ache tomara

Por vocês me personifiquei


quem é vosso amigo se não Eu?

(4)
enechi ausadhi maya nasibaro lagi'
hari-nama maha-mantra lao tumi magi'

Eu vos trouxe o remédio contra a ilusão


o Santo nome Hari do grande mantra, tomai-o todos

141
(5)
bhakativinoda prabhu-carane pariya
sei hari-nama-mantra loilo magiya
Bhakativinoda caiu aos pés
do mesmo Santo nome Hari
e o tomou completamente

142
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/edit?o=U&video_id=WV1gnW9V0jc
Publicado em 11 de Jun. de 2017

Guru Smaran

Recordação do Guru - Sadhna Sargam & Ravindra Sathe - Tudo Permeia


Mantra

Cantada pela famosa cantora do cinema indiano Sadhna Sargam (1973-) e ainda
por Ravindra Sathe (1951-) e também conhecida como "Akhanda-Mandalakaram
Mantra" (Mantra Daquele que Tudo permeia Indivisivelmente), "Guru Smaran" (ou
"Recordações do Guru") é uma canção-oração de oferecimento de respeitosas
reverências ao mestre espiritual. A forma tradicional Vaisnava de se fazer essa
reverência é prostrando-se inteiramente o corpo ao chão (de barriga para baixo) com
as mãos para frente diante do altar (ou os pés de lótus de Krishna), para os homens;
enquanto que, para as mulheres, curva-se até o chão sem tocar os seios nele, apenas as
mãos - pois, sendo sagrados, os seios nunca devem tocar o chão. A "recordação" aqui
é a que se faz ao mestre espiritual ou ao "Guru" (do sânskrito Gu = "a escuridão" + Ru
= "o que afasta, remove"), dito em outras palavras "O guru é visto como aquele que
dissipa a escuridão da ignorância". A tradução literal para Smaran (ou "Simran", é
lembrança, ou recordação, mas não no sentido nostálgico, isto é, trata-se da

143
"consciência constante do Nome". O refrão reforça isso exatamente: Tasmai Sri
Gurave Namah "À este Santo Guru, ofereço minhas reverências".
Não sei se compreendi bem a passagem :

"Aquele cujas formas destrói


a confusa árvore de nascimento e morte"
Trecho esse que traduzi, eu sei, de forma muito literal, pois o deduzi de
ouvido...não encontrei em nenhuma referência..Ele aparece apenas nessa versão? Peço
assim, auxílio aos que souberem traduzir melhor esta bela língua e eu prontamente a
corrigirei. Perdoem, portanto, pelo meu parco sânscrito, língua aliás, que eu preciso
estudar muitíssimo!
Boa Audição
Renato Araújo

Letra:
Guru Smaran

Om
Suprema Totalidade.

Sri Gurave Namah


Glorioso Guru, minhas saudações

Om Sri Gurave Namah Suprema Totalidade. Glorioso Guru, minhas saudações


Om Sri Gurave Namah Suprema Totalidade. Glorioso Guru, minhas saudações

Akhanda-mandalakaram Tu que Tudo permeias indivisivelmente

Akhanda-mandalakaram Tu que Tudo permeias indivisivelmente


Vyiaptam yena Caracaram Aquele pelo qual Tudo se move, Sendo Ele mesmo
Imóvel

Tatpadam Darshitam Yena Através do qual esse estado foi a mim revelado,

144
Tasmai Sri Gurave Namah À este Santo Guru, ofereço minhas reverências
Tasmai Sri Gurave Namah À este Santo Guru, ofereço minhas reverências
Tasmai Sri Gurave Namah À este Santo Guru, ofereço minhas reverências

Agyan timir-andhasya
Gyananjan Shalakaya
caksur-unmilitam yena

Ofereço minhas respeitosas reverências a meu mestre espiritual que, com o


archote do conhecimento, abriu os meus olhos que estavam cegos por causa da
ignorância.

Tasmai Sri Gurave Namah À este Santo Guru, ofereço minhas reverências

namasthu gurave tasmai Saúdo a este Guru


Ishtar deva svarup inai Personificação do deus Vishnu

yasyavah gmurtan hanti


vrisha samsara samkulam

Aquele cujas formas destrói


a confusa árvore de nascimento e morte

Tava tattvam na janami


kidrishoasi maheshvara

Eu não sei a verdade de Sua Natureza


e como Tu verdadeiramente És,
Ó, grande Ishvara! [Vishnu]

Yadrishoasi mahadeva
tadrishaya namo namah

Mas é a verdadeira Natureza

145
da qual Tu mesmo És, o que eu reverencio

Om Sri Gurave Namah


Om Sri Gurave Namah
Om Sri Gurave Namah
Om Sri Gurave Namah

À Suprema Totalidade. Ao Glorioso Guru, as minhas saudações

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/edit?o=U&video_id=WV1gnW9V0jc
Publicado em 24 de Jun. de 2017

Cante os Belos Nomes - Hari sundar Nand Mukunda - Gitanjali Rai

Esta bela canção tradicional do vaisnavismo Gaudiya, traduzida aqui apenas à


título de aproximação cultural, pois, na verdade, é, em sua maior parte intraduzível, já
que sua letra descreve os vários nomes védicos do Senhor Krishna é cantada
suavemente pela belíssima Gitanjali Rai. A música faz parte do cancioneiro popular
do norte da Índia, apresentando os nomes védicos de Krishna que são:
Hari = termo que conquistou as seguintes associações complementares em sua
filologia histórica: 1) tem em sua raiz sânscrita, homônima ao Hindi, a associação à
cor amarela do "sol"; 2) tem em sua raiz proto-indo-europeia o termo ǵʰel- (ghel) de
'brilhar; florescer; verde (simbólico para o que "floresce", "cresce", "nasce"); amarelo
(do sol), marrom (do macaco), pálido (da lua)' etc.;
3) tem em sua raiz vaisnava a acepção de "ladrão" (que remete de um lado, à
prática do bebê Krishna de roubar manteiga de sua mãe Yashoda, e de outro, o fato de
ser Krishna="O Todo Atrativo",
ou seja, aquele que "rouba" a mente/coração de todos); 4) tem em sua raiz na
língua Tamil a pronúncia "Kari", isto é, 'o escuro' (outro epíteto de Krishna, ou
shyama, que refere-se à compleição da pele de Krishna, escura, como a cor das

147
nuvens de chuva).5) tem em sua raiz na cultura hindu como a oitava manifestação do
deus Vishnu.
Narayana = Deus Supremo, em sua infinita forma omnipresente. Do composto
sânscrito tatpurusha (nára, significa "homem", "seres", "entidades vivas") + (ayana,
"eterno, sem fim").
Narayana é um epíteto de Vishnu, já que Vishnu é "uma forma finita dos Narayan
infinitos", força para a qual Tudo tende, "lugar de repouso para todas as entidades
vivas".Narayana é, portanto, imediatamente relacionado ao Deus Vishnu, no
hinduísmo e à Krishna, na tradição Gaudiya.
De acordo com os textos brahmânicos Manusmriti, Narayan é relacionado às
águas, já que estas são chamadas "narah" e O que as cria é "O primeiro Ser", aonde
residia as águas, por isso Ele é chamado Nara [águas] - ayan [residência, repouso]. De
fato, os relatos orais, escritos, as canções e as representações pictóricas tanto de
Vishnu quanto de Krishna apresentam a água como sua íntima. Enquanto Vishnu é
figurado sentado em cima de um oceano (por vezes de leite), Krishna se banha no Rio
Yamuna com as Gopis, vence demônios nas profundidades oceânicas entre outros
passatempos marinhos relacionados.
Muralidhari = portador da flauta. A atividade do flautista está relacionada à do
vaqueiro que pastoreia o rebanho. Krishna é muitas vezes entendido como vaqueiro
(Gopala) que usa sua flauta para encantar e impressionar as vaqueiras (Gopis). A
beleza de sua feição de "Todo Atrativo" se coaduna com a beleza da música que sai
de sua flauta. Num poema de quatro versos (sloka) de Rupa Goswami Prabhu, a
flauta, enquanto ser consciente que deseja os lábios de Krishna é glorificada assim:
"Ó amiga flauta, que tipo de coisas boas tu fizeste que tal pedaço de bambu seco
e duro como tu, com mais falhas (nós) do que furos, desfruta-se em ser espremida
pelas mãos de Krishna e saboreia um fluxo infindável de néctar de seu beijo?"
Govardhan Girivardhari = Diz-se d"Aquele que Ergueu a Colina de Govardhana",
faz referência ao passatempo de Krishna ao fazer Indra, o rei dos deuses se prostrar
diante Dele, quando, por sete dias ergueu com o dedo mindinho a enorme colina de
Govardhana. (vejam abaixo, um trecho do mito contado por Joseph Campbell)
OM = Suprema Totalidade - evocada antes e depois de todo texto sagrado e em
alguns bhajan (canções devocionais cujo significado é "compartilhar") - por favor,
vejam uma observação a respeito do mantra OM abaixo.

148
Dito em resumo, o cancioneiro popular da Índia assim canta este lindo "Bhajan"
ao compartilha essa sabedoria milenar:
"Oh Krishna, que toca a flauta divina, Tu és aquele que levantou a montanha para
tudo proteger. Aquele que roubou a manteiga e também o coração de todos, Venhas
dançar conosco e nos elevar ao êxtase!"
Perdoem-me pelos eventuais erros na tradução e
Boa Audição!
Renato Araújo

Letra:

Hari Sundar Nand Mukunda - Gitanjali Rai


Cante os belos nomes do Sr. Mukunda [Krishna] - Gitanjali Rai

Hari Sundar Nanda Mukunda Hari Narayana Hari Om


Hari Keshava Hari Govinda Hari Narayana Hari Om

Cante os belos nomes do Sr. Mukunda [Krishna], Cante Narayana Hari Om


Hari Sundar Nanda Mukunda Hari Narayana Hari Om

meree nazar se na ho door ek pal ke lie


Não tire os olhos de Mim nem por um minuto.

tera vazood hai laazim meree (use) gazal ke lie.


Deve ter ânsia essencial pela poesia dele

ek hai satta dil hua(happen) Hai Mujhe


único é o poder que ocorre no coração

aaj kee raat bacha ke dhadakanen rakh lee hain mainne kal ke lie.
Esta noite eu deixarei ele pulsar

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Vanmali Muralidhari Govardhan Girivardhari
Com guirlandas silvestres e Sua Flauta, a colina de Govardhan Ele levanta

Nit Nit Kar Makhan Chori Gopi Mann Haari


Eterno ladrãzinho de manteiga, Ele e o escurinho puro das vaqueiras

Aao Re Gao Re Gokul Ke Pyaare


Vamos Cantem! Ao amado do castelo em Gokula

Aao Re Naacho Re Raas Rachao Re


Vamos Dance! A rasa da criação!

Aao Re Naacho Re Raas Rachao Re


Vamos Dance! A rasa da criação!

Hari Sundara Nanda Mukunda Hari Narayana Hari Om


Cante os belos nomes do Sr. Mukunda [Krishna], Cante Narayana Hari Om

Hari Keshava Hari Govinda Hari Narayana Hari Om


Cante ao avatar Hari, o protetor dos vedas, Cante Narayana Hari Om

Com que elegância e feminilidade Gitanjali Rai se apresenta ao cantar essa canção!
Algo que também me chamou muito a atenção foi a declamação incidental do ghazal
(poesia, lê-se "razal") de um outro poeta que escreveu também na maravilhosa língua
Urdu Qateel Shifai (1919 – 2001). Juntamente com Faiz Ahmad Faiz (1911-1984)
estes são os meus poetas preferidos nessa língua. Um dos trechos (02:55) em urdu
ficaria mais ou menos assim (perdoem-me pelos possíveis erros de caracteres em
urdu):

150
o que em Hindi ficaria assim:

meree nazar se na ho door ek pal ke lie tera vazood hai laazim meree gazal ke lie.
Trechos aliás, que Gitanjali Rai faz algumas adaptações, acredito eu para fixar melhor
a poesia ao Hindi (que é uma língua próxima do Urdu com algumas diferenças no
léxico e uma diferença total na escrita (especialmente, como é visível, as diferenças
entre alfabeto devanagari e o urdu). No poema o poeta fala do "estóico" "rir e sorrir na
ferida", típico de tradições asiáticas, que tiveram correspondências ao romantismo no
ocidente. Vale a pena acompanhar o ghazal mais completo aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=uzgIuoxpmDQ boa audição!
Observação sobre o Mantra OM, já referido acima: O mais antigo dos mantras
hindus: "om" ("oum" ou "aum") é interpretado, geralmente, como o "som do
universo" declamado pelo iogui em meditação. A sequência "a", "o", "um", descreve
no movimento da cavidade bucal a própria história que compõe o universo, na qual
emissão do som "om", "aum" ou literalmente "aoum", onde "a", "o", "um" (do mantra
"om") seriam a trajetória física do som na boca (desde o nascimento "a", depois a
extensão ou manifestação do "a", que seria o "o" e, finalmente, a destruição do
universo - do início e do meio, com o som final - "um") Dito em outras palavras, essa
trajetória vai desde o nascimento do universo ["respiração da alma"] no fundo da boca
vazia "a", indo para fora e chegando ao meio da boca semi-cheia com a expressão do
"o", [seu crescimento], e finalizando, por fim, na expressão interrompida finitamente
na boca repleta e fechada do "um", [retornando à sua origem], encontrando o seu
"fim"(da boca vazia ou fechada), mas recomeçando a mesma trajetória
indefinidamente. Sendo Brahma "a" (criação); sendo Vishnu (ou Krishna, segundo
algumas tradições) "o" (a conservação); e Shiva o "um" (a destruição"), e assim
sucessivamente, chegamos à "expansão e contração" do universo representadas pelos
músculos bocais ao expressar o mantra do "a" ao "um".
Como Krishna levantou uma colina com um só dedo! "Os criadores de animais
costumavam cultuar o deus Indra, a contraparte hindu de Zeus, rei do céu e senhor da
chuva. Um dia, depois que eles tinham feito suas oferendas, Krishna, já rapaz, disse:

151
"Indra não é divindade suprema, embora seja rei do céu; ele teme os titãs. Além disso,
a chuva e a prosperidade que pedis dependem do sol, que drena as águas e as deixa
cair outra vez. Que pode Indra fazer? Tudo o que acontece é determinado pelas leis da
natureza e do espírito". E ele chamou a atenção das pessoas para as florestas, cursos
de água e colinas próximos, especialmente para o monte Govardhan, dizendo que eles
mereciam mais sua adoração que o remoto mestre do ar. E elas ofereceram flores,
frutos e guloseimas à montanha. O próprio Krishna assumiu uma segunda forma:
tomou a forma de um deus da montanha e recebeu as oferendas das pessoas, ao
mesmo tempo em que mantinha entre elas sua forma original, cultuando o deus da
montanha. O deus recebeu as oferendas e as comeu , Indra se enfureceu e ordenou ao
rei das nuvens que fizesse chover sobre as pessoas até que tudo ficasse arrasado. Um
grupo de nuvens tempestuosas caiu sobre o local e começou a provocar um dilúvio;
parecia que o fim do mundo tinha chegado. Mas Krishna encheu o monte Govardhan
com sua energia inexaurível, elevou-o com o dedo mínimo e disse às pessoas que se
refugiassem sob ele. A chuva chocou-se com a montanha, foi aquecida e evaporou. A
torrente caiu por sete dias, mas nem uma gota tocou a comunidade de vaqueiros.
Então o deus percebeu que o seu oponente devia ser uma encarnação do Ser Primai.
Quando Krishna, no dia seguinte, saiu para pastorear as vacas, extraindo música de
sua flauta, o Rei do Céu desceu, com o seu grande elefante branco, Airavata,
inclinou-se diante dos pés do sorridente rapaz e demonstrou-lhe sua submissão".
(CAMPBELL, J. O Herói de Mil Faces. São Paulo: Cultrix [1949] p.171.) (...) "O
poderoso herói, dotado de poderes extraordinários capaz de levantar o monte
Govardham com um dedo e de preencher-se a si mesmo com a terrível glória do
universo , é cada um de nós: não o eu físico, que podemos ver no espelho, mas o rei
que se encontra em nosso íntimo. Krishna declara: "Sou o Eu, que reside no coração
de todas as criaturas. Sou o princípio, o meio e o fim de todos os seres" (CAMPBELL,
J. O Herói de Mil Faces. São Paulo: Cultrix [1949] p.187.)

152
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=c4kgvHAduNE
Publicado em 07 de Jun. de 2017

"Tu kitni achchhi hai" -

Essa canção fala da bondade, inocência e doçura das mães, que podem ser
simbolizadas na figura de Radha, amiga de infância e amante de Krishna. Em uma
passagem emocionante canta:

Sortudos daqueles que ainda têm as suas mães!

Ao ouvirmos isso, nós, que não somos mais "sortudos", somos os que mais nos
emocionamos. Que bom poder traduzir e legendar uma canção como essa, cantada
pela bela Jaya Kishori ji. Desde a primeira canção que eu a vi cantar em 2013 "Radhe
Krishna" (https://www.youtube.com/watch?v=xq9AO) já a achei maravilhosa. Desde
então, eu queria traduzir algum bhajan (canção devocional) cantada por ela, e só agora
tenho essa oportunidade. Ela vive em Calcutá e estudou Comércio na Mahadevi Birla
World Academy e hoje, com cerca de 21 anos, ela continua a cantar belamente as

153
canções devocionais ao casal Radha-Krishna, do nosso lado, continuamos a
acompanhá-la com emoção.
Boa audição! Renato Araújo

Agora, no mínimo para que eu tenha uma memória disso quando meu nível de
conhecimento no Hindi chegar pelo menos ao básico, eu dividirei com vocês, pelo
menos nessa canção, as minhas imensas duvidas sobre o que realmente é falado numa
passagem desse vídeo (transcrevo as minhas anotações para desvendar esse mistério -
algo que de forma alguma me dou por satisfeito!:

Estudos com o dicionário:


achchhi ditah (ditab) di bankhe (bahter)
ek bar kelie
ak ban karkar, apri manne yakaro
ek bar kelie
sab yie

ek bar kelie
Pela primeira vez
ek ban kelie ak ban karkar,
apri manne yakaro ek bar kelie sab yie - eu desejo de uma vez por todas

Antes de fazer uma volta para o curso,


apri manne yakaro ek bar kelie sab yie
Apri Acho tudo isso para
Ykaro uma vez
=========================================================
the dee ta deebaat hai = foi relatado o seguinte:
athe - foram
udita - crescendo
athedita = totalmente, total, completo, sincero, absoluto
vibhakta - divididos
bibhakte = devoto
uma devota se realiza, pela primeira vez quando a mulher se torna mãe

154
ek bar kelie - de uma vez - pela primeira vez
ek bankarakar = um por um
yaad = lembrar, memória, flashback
ek ban karkar - ek criado antes da
aaparee maan = sua mãe
pensando-se em sua mãe
ek se tornar kar
aparimaane = espelho
ek ban kar - torna-se um
akban karakar - akban antes
karkar - antes, anterior, antes de, antes de se
Aankh - olho aankh ban karakar - (torna-se cego)
os que crescem separados/ desde o início/ tornam-se cegos
apriy main yaaro -(me desagrada, me aborrece)
eu não acho isso bom

ek bar kelie - pela primeira vez


sabale kha umai - comer tudo
athe - foram
sabane = todo mundo
kaumi = nacional
athedita = totalmente, total, completo, sincero, absoluto
toda nação se realiza,
sab ek bar kelie
todos de uma vez
pensando em suas mães
poora = complete
khoj= search, find
e descubra completa
komaeejh majama (você sabe)
khoje = busca

155
are hei
batchi paname bachee = permanece paname = como um livro
jabuu jabu jabu jabu = sempre que, quando quer que
jera tsume (herats main) herats main = meu coração
rota cha krodh tatcha = ela fica nervosa/ roda = obstáculo /
chatt = barulho
tobah maa toba tobaa = pena, penitência maa= mãe
puri rad jaghnih sarelie pooree = full / jagahanee= vista
(paisagem) / sarelie = seguir, sarala = conveniente, fácil, inocente

Como podem ver, não conhecer bem uma língua pode ser um baita desafio,
principalmente quando se estuda sem sistematização e sem um objetivo de
compreender tudo sa língua, apenas aquilo que ela traz de mais imediato em princípio.
Mas vejam por vocês mesmos se não vale a pena sofrer pra traduzir essa beleza:

Você é tão boa - Jaya Kishori Ji

Você é tão boa, Você é tão inocente...É


querida, muito querida!
Ó, mamãe!, Ó, mamãe! Ó, mamãe!
Este mundo é uma floresta de
espinhos...E você é como uma flor num
jardim. Ó, mamãe!, Ó, mamãe...

Mamãe, seus olhos começaram a doer.


ficou acordada por mim horas e horas
inteiras...
Pra que eu dormisse, você mesma
perdeu o seu sono. Ó, mamãe! Ó, mãe..

Nem a tristeza, nem a felicidade têm


para si. Se eu sorrio, você sorri. Se eu
choro, você chora. Você renunciou
tudo por mim!
Ó, mamãe!, Ó, mamãe! Ó, mamãe!

Para os filhos, a mãe é parte de suas


vidas...Sortudos daqueles que ainda
têm as suas mães!
Que lindo, legal, uma nebulosa mais
próxima. Ó, mamãe!, Ó, mamãe! Ó,
mamãe!

Tradução e Legendas: Renatex Kali

156
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=YsMIPGK8qVw
Publicado em 28 de Jul. de 2017

Amar Jivan - Em Minha Vida - H.G. Sndhini Mataji

Essa canção típica ("lamento") trata-se de uma música de incentivo para aqueles que
vivem uma vida distante dos pés de lótus do Todo-Atrativo Govinda-Gopala
(buscador e protetor das Vacas e dos Vedas).
Eu, por exemplo, quando, muito antes de estudar o hindi e o bengali, ouvi falar pela
primeira vez do sábio, filósofo e líder reformador do Vaisnavismo Gaudia, Sri
Bhaktivinoda Thakura (1838-1914), autor dessa bela e triste canção-oração, eu fiquei
absolutamente intrigado por sua vida, pensamentos e dedicação integral relacionados
ao seu serviço amoroso a Krishna. E de fato, acreditei imediatamente que eu havia me
tornado um de seus discípulos quando, perplexo e maravilhado, eu soube de sua
estrita agenda diária:

20h -22h : Descanso (duas horas)


22h.-4h da manhã : Escrever
4h. 4: 30h : Descanso
4:30 da.-7h: Cantar Japas
7h - 7: 30 da manhã: Correspondência
7:30h -9: 30h: Estudar sastras (escrituras védicas)
9:30h.-10h: banho, prasadam (meio litro de leite, frutas, 2 chapatis - pães)

157
10h -13h: Deveres do tribunal
13h -14h: revigorar energias em casa
14h.-17h: Deveres do tribunal
17h -19h: Traduzir sastras do sânscrito para o bengali
19h-20h: Banho, prasadam (meio litro de leite, arroz, 2 chapatis)

"3 horas de sono e mais de 8 horas escrevendo? quanta devoção!!! Que fantástico!" eu
pensei: "Seria possível um amor assim tão supremo e quase sobrehumano?" A
respeito dessa Canção-oração, em uma aula auspiciosa não datada Srila Bhaktivedanta
Swami Prabhupada (1896-1977), quem nos anos 60 trouxe da Índia a cultura Hare
Krishna ao ocidente relatou que:
https://www.youtube.com/watch?v=lRFioev-G0Q&t=79s&spfreload=10

"Esta é uma música cantada por Bhaktivinoda Thakura em sua humildade Vaisnava.
Um Vaisnava é sempre um ser manso e humilde. Então ele [Bhaktivinoda] está
descrevendo a vida das pessoas em geral, como se fosse um deles. Ele diz que "A
minha vida está sempre envolvida em atividades pecaminosas, e se você tentar
descobrir, você não encontrará nem um vestígio de atividades piedosas - apenas
atividades pecaminosas". E, por favor, você é o melhor,

"diyachi ye koto, diyachi jivere klesa":


“Estou sempre inclinado a dar problemas a outras entidades vivas. Essa é a minha
atividade. Eu quero ver que os outros estão sofrendo, e então eu gosto.

"Nija sukha lagi ',

pape nahi dori:"


Para a gratificação dos meus sentidos, aceito qualquer tipo de atividade pecaminosa.

"Daya-hina svartha-paro:"

158
Para-sukhe duhkhi, sada mithya-bhasi:" Eu não sou nada misericordioso, e vejo
apenas o meu interesse pessoal. Como tal, quando os outros sofrem, fico muito feliz e
sempre falo mentiras. Mesmo nas coisas comuns, estou acostumado a falar mentiras.

"Para-duhkha sukha-karo:"
E se alguém está sofrendo, isso me é muito agradável.

"Asesa kamana, hrdi majhe mora:"


Eu tenho muitos desejos dentro do meu Coração, e eu sou sempre nervoso e
falsamente prestigiado, sempre engasgado com um falso orgulho.

"Mada-matta sada visaye mohita:"


Sou cativado por assuntos de gratificação dos sentidos e estou quase louco ".

Himsa-garva vibhusana:" Meus ornamentos são a inveja e o falso orgulho.

"Nidralasya hata, sukarye virata:" Sou conquistado pelo sono e pela a preguiça, e
sempre sou avesso às atividades piedosas ".

Akarye udyogi ami:"Sou muito entusiasmado em realizar atividades impiedosas ".

Pratistha lagiya sathya-acarana: "Eu sempre engano os outros pelo meu prestígio".

Lobha-hata sada kami:


"Sou conquistado pela ganância e sempre um luxurioso".

E heno durjana saj-jana-varjita: "Estou tão decaído que eu não me associo aos
devotos".

159
"Aparadhi nirantara:" Sou um constante ofensor.

,
"Subha-karya-sunya:" Na minha vida não há nem um pouco de atividade auspiciosa ";

Sadanartha manah: "e minha mente sempre é atraída por algo malicioso".

Nana duhkhe jara jara: "Portanto, no fim da minha vida, estou quase inválido por
causa de todos esses sofrimentos."

Bardhakye ekhona upaya-vihina: "Agora, na minha Velhice, eu não tenho outra


alternativa ";

Ta'te dina akincana: "portanto, forçosamente, agora eu me tornei muito humilde e


manso".

Bhakativinoda prabhura carane, kore dohkha nivedana: "Assim, Bhaktivinoda


Thakura está oferecendo sua triste narrativa sobre as atividades de sua vida, aos pés
de lótus do Senhor Supremo.
Para mais informações sobre a vida e a obra de Sri Bhaktivinoda Thakura ver: (em
inglês) Por favor, leiam :
http://gaudiyahistory.iskcondesiretree.com/sri-bhaktivinoda-thakura/
e (em Português)
http://radioharekrishna.com/Bhaktivinoda_Thakura.htm
Boa Audição, Renato Araújo

160
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=wZ0z8aSEOjQ
Publicado em 28 de Dez. de 2017

Hijabi com uma Bela Hare Krishna - Somos Todos Alma

Você está ali, você é um turista. Union Square, em nova iorque...é claro que eu
também tirei uma foto estando ali, pertinho do metro... E, de repente você se depara
com algo muito inusitado. É uma mulher muçulmana (Hijabi) fazendo uma entrevista
com uma devota de Krishna (Kalyani devi dasi). Logo, você percebe que aquela
devota é muito linda e fala com um sotaque europeu saboroso e você ouve o que ela
fala e fica muito contente com tudo. A muçulmana é praticamente "convertida" à
consciência da Suprema Personalidade de Deus e por toda aquela beleza. E elas,
assim como eu, não querem parar de dizer: Hare Krishna!
Boa Audição Renato Araújo

161
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=m1ZOdzOxrHU
Publicado em 29 de Dez. de 2017

Glória à Radha

Por trás de uma aparente simplicidade esconde-se um universo. Essa bela canção,
cantada aqui pelo cantor estadunidense Jai Uttal (1951) "Glória à Radha" faz
referência à consorte de Krishna Radha ou Radhe.
Ela foi amiga de infância de Krishna e também sua amante. Radha é uma das
Gopi (vaqueiras) por quem Krihna revela um amor excepcional, por vezes
interpretado como o amor que as pessoas devem à Krishna. Na tradição Hindu, Radha
é um avatar de Lakshimi, deusa da beleza. E por isso a concepção de Radha como
"aquela a quem todos veneram" ficou ligada irremediavelmente ao seu nome.
O estilo gracioso que atrai a todos é chamado "dhaj". Ainda na tradição hindu
mais antiga, a deusa da prosperidade "Ma" Shri Laxmi é aquela que teria esse poder
de atrair a todos.
Esse seria o poder integrado do Todo-Poderoso Bhagwan Shri Madhav Ji e a
Deusa primordial Ma Shri Laxmi, de onde

162
Ma e dha significariam "louvada por todos" e
Va de Madhav como em "vandaniya"(respeitada), significa também "aquele(a)
louvado(a) por todos". Outro significado de Va é subentendido de "kalyankari" (a que
cura). "Va" também significa "oceano".
Então, Bhagwan Shri Madhav ji significaria, literalmente: "o oceano da
misericórdia". Então, se tomarmos o significado de Va como var, Bhagwan Shri
Madhav Ji seria o "doador, o adorável, senhor ou herói".
O termo sânscrito Radha significa: “prosperidade, sucesso” e Srimati (de Shrimati
Radharani), que aparece na imagem final do vídeo é o tratamento de reverência à
essa consorte que completa o dualismo teológico no casal transcendental
Radha-Krishna.
A despeito de toda dificuldade de tradução ou entendimento para nós iniciantes,
não precisamos nos desesperar! Afinal, a primeira lição quando aprendemos uma
língua estrangeira é que "os nomes são intradutíveis". Isso porque, os nome
tradicionais estão intimamente ligados à cultura, significando com isso que não há
como refletir sobre determinados nomes sem refletir sobre a determinada cultura na
qual este nome se desenvolveu. Assim, essa canção refere-se mais a nomes que a
frases desdobradas em declinações e orações subordinadas, entre outras. Sendo assim,
lembremo-nos de que não há distinção teórica entre as principais deidades do
vaisnavismo, de modo que: Radha, Radhe, Radhrani, Govinda, Gopala, Madhava,
Mukunda, Murari etc., significam uma única e a mesma coisa, a saber, Krishna
[o "escuro", a Suprema Personalidade Divina].
Boa Audição! Renato Araújo

163
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=NwGPpJsY6g8
Publicado em 17 de set de 2015

Henrique Oswald - Two Testimonies, and One Poem

Henrique Oswald (1918-1965) - was a Brazilian Painter, Grandson of the Classical


Music Composer Henrique Oswald, and son of Brazilian Engravurer's father, the
painter Carlos Oswald. This video shows two testimonies on his works made by
visual artist Emanoel Araujo (1940) and by the Art Critic Mário Schenberg. The film
include one poem by Fernando Péres. - by his wife Jacyra Oswald (script, direction
and production). Audio in Portuguese. Translation and Subtitles in English by
Renatex.

Esse foi o primeiro texto traduzido do português para o inglês publicado neste canal.
Acreditei, a partir daqui que deveria divulgar com mais sistematização as nossas
grandes coisas escondidas ou esquecidas. Há certamente traduções para o inglês de
clipes, músicas, documentários e filmes produzidos no Brasil, mas poucos os que
estão no “lado B” ou na sombra do mainstream.

164
Como diz apropriadamente Mario Schemberg em seu depoimento sobre Henrique
Oswald “Na fase final de sua pintura, pareceu um contracenso introduzir colagens de
figuras humanas cujo sentido escapou a muitos. Pareceu um contracenso colar esssa
figuras nas arquiteturas interiores. Creio porém que, com isso, ele teve mais uma
intuição profundamente certa. A linguagem contemporânea da colagem representa a
humanidade que continua, a pesar da morte do velho mundo pintado. (pausa) Os
últimos desenhos de Henrique Oswald representam o ponto mais alto de sua evolução
artística. Neles o tema é a decreptude e a podridão moral do burguês...”. Os artistas
brasileiros podem, ademais, contribuir para o último dos desdobramentos possíveis
(ainda válidos num futuro aonde a práxis retomará seu sentido e seu valor) no
ocidente neo-latino, portanto, livre da obrigatoriedade da apresentação de toda vitória
artística do humano, sem tomar como única via a da dominação - mas talvez certos
alunos do Oswald, por limitações próprias não tenham aprendido bem a lição.

165
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=SQ5VQFG2ovc
Publicado em 17 de Mar. de 2017

O que são os Bronzes do Reino do Benin As artes do passado e do presente

História da Expedição Punitiva Britânica (1897) contra o antigo Reino do Benin,


contada pela "Open University channel" para entreter e informar jovens. Legendado
em Português.

166
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=Wv_j5u8xdlM
Publicado em 13 de Abr. de 2017

Eu estou de pe - Je suis debout - I'm standing upright

Projeto "Os Homens de Pé", patrocinado pelo Rapper de origem no Burundi,


Gaël Faye e desenvolvido pelo artista plástico Sul Africano Bruce Clarke que tinha
como objetivo, vinte anos depois, recusar o esquecimento do genocídio de Ruanda
(1994) [Je suis debout - I'm standing upright].

167
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=duNbMb38cvc
Publicado em 13 de Abr. de 2017

Gaey Faye - I’m Standing Upright - os homens de pé

Teaser de chamada do evento "Os Homens de pé" [Je suis debout - I'm standing
upright] que ocorreu em
07 de Abril de 2014, em memória dos 20 anos do genocídio de Ruanda (1994) -
com obras do artista plástico sul-africano Bruce Clarke.

168
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=WlvxMdNUPJo
Publicado em 13 de Abr. de 2017

Os Homens de Pé

Teaser de chamada do evento "Os Homens de pé" [Je suis debout - I'm standing
upright] que ocorreu em
07 de Abril de 2014, em memória dos 20 anos do genocídio de Ruanda (1994).
Patrick Watkins - com obras do artista plástico sul-africano Bruce Clarke.

169
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=Qwz0Iouzm1w
Publicado em 14 de Abr. de 2017

Eu Vim Aqui pra te Dizer que Eu já me Vou - Jane Birkini

A bela septuagenária cantora inglesa que vive há anos na França, Jane Birkin
(1946) foi esposa do compositor dessa canção, o cantor francês Serge Gainsbourg
(1928-1991), falecido há poucos anos antes de ocorrer esse show com a musa. A
canção "Je Suis Venu Te Dire Que Je M`en Vais" é bastante emotiva, pois a
"interpretação" do "adeus" como um "fim do relacionamento amoroso" se confunde
com o fim percebido como a morte do cantor Serge. A letra da música é cheia de
referências ao poeta francês Paul Verlaine (1844-1896), com um poema utilizado
pelas forças aliadas na 2a. Guerra como um "código" para o início do "Dia D", o
desembarque na Normandia:
"Os Longos soluços dos violinos de outono ferem meu coração com um langor
monótono. Tão sufocante e pálido, que quando chega a hora, eu me lembro dos velhos
tempos e choro. E eu me vou em maus lençóis [maus ventos] que me levam pra cá e
pra lá, como uma folha morta."
A frase literal que realmente disse "tão bem Verlaine" no poema é: "Et je m'en
vais, au vent mauvais" (E eu me vou em maus ventos), que simboliza "um futuro

170
sombrio" esperado, em "despedida", pelo poeta...este seria o contrário exato dos "bons
ventos" que geralmente nos trazem o "encontro", das pessoas queridas.
Em sua estréia, em 1996, a "Rede 21" utilizou alguns clipes musicais em língua
francesa, incluindo este10. Eu era um estudante de filosofia e me interessava pela
língua. Essa música me remete a aquele tempo e, por isso, hoje a "folha de outono"
também sou eu...

Letra:

Je suis venu te dire que je m'en vais

Je suis venu te dire que je m'en vais


Et tes larmes n'y pourront rien changer
Comm' dit si bien Verlaine au vent mauvais
Je suis venu te dire que je m'en vais
Tu t'souviens de jours anciens et tu pleures
Tu suffoques, tu blêmis à présent qu'a sonné l'heure
Des adieux à jamais
Ouais je suis au regret
D'te dire que je m'en vais
Oui je t'aimais, oui mais

Je suis venu te dire que je m'en vais


Tes sanglots longs n'y pourront rien changer
Comm'dit si bien Verlaine au vent mauvais
Je suis venu te dire ue je m'en vais

10
Outras canções que eu também amava da TV Rede 21 eram
Patricia Kaas - Quand j`ai peur de tout/ Fatiguée d'attendre
https://www.youtube.com/watch?v=ilX8c3Igiyo
https://www.youtube.com/watch?v=59LEx6JGun0
Ophelie Winter - Shame on You/ Dieu ma donne la foi
https://www.youtube.com/watch?v=sEH-k...
https://www.youtube.com/watch?v=eIOBL6mY-E4
Mark Clément - Berlin Last Station
https://www.youtube.com/watch?v=ttRirRiv9-o
Tv Fish
https://www.youtube.com/watch?v=Kt2FH_vlQ0Y
têm algumas outros músicas que agora não me lembro de cabeça...um grupo com uma música que parecia o Dire
Straits...e o clip se passava na rua...com skate, bicicleta..etc.

171
Tu t'souviens des jours heureux et tu pleures
Tu t'souviens des jours heureux et tu pleures
Tu sanglotes, tu gémis à présent qu'a sonné l'heure
Tu sanglotes, tu gémis à présent qu'a sonné l'heure
Ouais je suis au regret
D'te dire que je m'en vais
Car tu m'en as trop fait.
Je suis venu te dire que je m'en vais

Eu vim aqui te dizer que já me vou

Eu vim aqui te dizer que já me vou


E tuas lágrimas não podem mudar nada
Como disse tão bem Verlaine: "em maus lençóis me vou"
Eu vim aqui pra te dizer que eu já me vou
Te lembras dos velhos tempos e tu choras
Sufocas, te empalideces, só agora que chegou a hora
Adeus para sempre!
Sim, eu sinto muito...
de dizer que eu já me vou
Que eu te amei, sim, mas...

Eu vim aqui te dizer que já me vou


Teus "longos soluços" não podem mudar nada
Como disse tão bem Verlaine: "em maus lençóis me vou"
Eu vim aqui pra te dizer que eu já me vou
Te lembras das horas felizes e tu choras
Soluças, tu gemes, só agora que chegou a hora
Adeus para sempre!
Sim, eu sinto muito!
de dizer que eu já estou indo...
Pois tu me fizestes muito
Eu vim aqui pra te dizer que eu já me vou

172
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=SFdIO7Jccrw
Publicado em 06 de Mai. de 2017

O Universo é Maior do que Você Pesava

Uma pessoa veio me perguntar porque eu, Renatex, sou: "tão humilde, impassível
e pareço um monge budista". Para responder a essa pergunta esquisita eu legendei
este vídeo que responde à uma outra pergunta que é desta vez muito boa:
"-Você sabe qual é o tamanho do universo?"
E a única resposta possível é a seguinte:
"-Não, você não sabe! Pois o universo é bem maior do que você pensava que
fosse".
(produzido por "Real Life Lore" - oferecimento: squarespace.com)

Bom eu vou certamente escrever um livro chamado “Astronomia para Meus


Amigos” no qual eu falarei umpouco mais sobre o tamanho do universo, além de
todos os grandes temas que me instigam dentro dessa maravilhosa ciência chamada
astronomia que me empolga desde o meu primeiro eclipse total em 1986 ou mesmo
antes, em 1979, quando fui assistir ao Star Wars e entrei numa sala de cinema pela
primeira vez.

173
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=7b4Ilvs0n0A
Publicado em 12 de Mai. de 2017

A Teoria Nebular - Twig World

A Teoria Nebular é a hipótese mais aceita da criação do Sistema Solar. Este vídeo
foi lançado pela Twig World uma empresa de mídia digital que oferece recursos
educacionais baseados em filmes curtinhos, por meio de um serviço de assinatura.
(https://www.twig-world.com/)

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=BshNiv_H7c0
Publicado em 12 de Mai. de 2017

Carnaval no Brasil - Elsie Houston - 1942

Este filme sobre o carnaval Brasileiro foi rodado no contexto da "política da boa
vizinhança" (1933-1945) que se resumia numa estratégia de cooperação em fazer ao
mesmo tempo a contenção fascista, para a qual o país de tempos em tempos sempre
flertou e a implantação do estilo de vida e interesses dos Estados Unidos nos trópicos.
Para isso, alinhada à política de Estado, a indústria cinematográfica estadunidense
produziu muitos filmes de ficção e documentários que mostravam o Brasil para os
EUA e os EUA para o Brasil (e América Latina), desenvolvendo laços culturais,
comerciais e ideológicos entre os países. A cantora negra brasileira Elsie Houston
(1902-1943) – encontrada morta no ano seguinte à essas gravações, em seu
apartamento em Nova Iorque, num suspeitoso suicídio, foi casada com o poeta
surrealista e comunista francês Benjamin Péret (1899-1959). E, embora fosse ela
própria curiosamente ligada a trotskistas internacionais ela aparece neste filme de
propaganda turístico que minuciosamente editado, apaga o registro da presença negra
no carnaval carioca, seguindo os anseios higienistas da política norte-americana da
época. Depois da recente descoberta, nos estúdios da Paramount da sequência perdida
do documentário incompleto de Orson Wells sobre o Carnaval do Rio de Janeiro de

175
1942 (que ficou perdido por 40 anos!), com essa sequência ora apresentada parece que
o “É Tudo Verdade” (It’s All Truth”), ainda tem suas múltiplas continuidades...

176
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=RdGYnPKderM
Publicado em 29 de Mai. de 2017

Iolanda - Opera Lírica Tchaikowsky

Baseada no Romance de Cavalaria "A Filha do Rei Renato" (1845) escrito pelo
dramaturgo dinamarquês Henrik Hertz (1797-1870), esta ópera lírica "Iolanda" de
Tchaikowsky (cuja première ocorreu em dezembro de 1892 e aqui adaptada para
televisão em pleno regime soviético, em 1963) se passa na França séc. XV.
O Rei Renato de Provença (interpretado aqui por Fedor Nikitin 1900-1988)
tomado pelo amor paterno, tenta esconder de sua filha cega, Iolanda, de que ela é cega
de nascimento. Iolanda é interpretada por Natalya Rudnaya 1942- e cantada pela
maravilhosa Galina Oleynichenko (1928-2013), a voz com o mais perfeito vibrato e
adequação de timbre com a personagem. Para proteger a filha, o rei cria uma fábula
de que todos os humanos seriam assim, cegos como ela. Vale lembrar que esta fábula
segue o estilo budista da história do príncipe Sidarta Gautama (cujos textos estavam
sendo muito lidos, e que foram traduzidos para o alemão e outras línguas europeias
exatamente neste período de meados do séc. xix).
Para protegê-la, ele a mantém dentro do palácio e ordena a todos os seus servos
residentes ali que agissem como se todos fossem cegos e que ele não fosse o próprio
Rei, mas um "simples" cavaleiro.

177
Na adolescência, entretanto, período no qual se desenvolve o primeiro e único ato
da ópera, sua filha Iolanda manifesta intuições sobre a realidade "visível" por meio de
dúvidas melancólicas e desejos de "apreensão mais completa do real". (a despeito do
final retumbantemente católico ortodoxo, apresentados como preparação para os
"mistérios" ou como um "rito de passagem", a referência à Iluminação budista é
evidente). Inconsciente da ordem expressa do Rei, o Conde da Burgundia
Vaudemon (interpretado por Yuri Perov 1920-2003 e cantado por Zurab
Andzhaparidze 1928-1997) ao visitar incidentalmente o palácio encontra Iolanda, por
quem se apaixona imediatamente. Um respeitado médico africano Ibn Hakia é trazido
ao palácio pelo próprio rei, com o objetivo de curar a enfermidade da filha. De forma
curiosa, além de ser ligado tanto à alquimia (distinguida por citações exotéricas que
faz), quanto à ciência médica árabe, à religião muçulmana (evocando a Alá, pelo
menos por duas vezes) e, além de ser negro (a personagem de Ibn Hakia, interpretada
aqui por Pyotr P. Glebov (1915-2000), usa maquiagem escura no rosto (blackface).
Ele é um "mouro", que será posteriormente chamado "invasor" e terrivelmente
vilipendiado pela historiografia cristianizada.
A cega e cristã Iolanda, que não conhece da função da visão se pergunta:

Зачем глаза даны мне?


Для того, чтоб плакать...
Para que me foram dados os olhos, senão para chorar

Como parte de um projeto maior, descreverei melhor os meandros dessa ópera no


meu livro (em formato e-book) "Afro-Óperas: negros libretistas, personagens e
compositores".
Aqui (мавританский врач) "mavritanskij vrach" do libreto original, pode ser
traduzido por "Médico Mauritânio", mas que por adequação de contexto e facilidade
de compreensão é geralmente traduzido por "Médico Mouro".
Eu traduzi e legendei para o português diretamente do Libreto em Russo
utilizando-me de dicionários e Russo-Inglês e páginas online, cotejando com algumas
traduções para o italiano e espanhol do libreto de Modesto Tchaikowsky, irmão do
mestre. Claro, além de ter contado também com o meu ouvido agudíssimo, treinado
com grandes mestres na Escola Municipal de Música (1988) e, obviamente, contei
também com o neo-pai dos burros "google translator", porque ninguém é de ferro!!! :)

178
e, afinal, eu não sei russo! Pelo menos não ainda! Ah, e antes que eu me esqueça
"Skavurzka!" e...
Boa Audição! Renato Araujo

179
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=2kUkyE0A0YU
Publicado em 02 de Jun. de 2017

Festival de Marionetes de Markala (Sogo bo)

Marionetes africanas esculpidas em madeira, são utilizadas em performances


teatrais com objetivo de entreter o público, narrar fatos lendários, históricos e sociais,
fazendo assim o controle societário.
Legendado em português, este filme mostra o Festival de Mascaras e Marionetes
de Markala (no Mali).
O (FESMAMAS/2009 - sigla para Festival de Marionetes de Markala) é um
evento cultural anual dedicado à arte teatral com uso de máscaras e fantoches ,como
uma forma de expressão e criatividade. A festa reúne participantes de Mali e em
outros lugares tais como Burkina Faso, Costa do Marfim, entre outros...Marionetes
das comunidades Bozo, Somono e bamana de Markala compõe o conjunto do
espetáculo público no qual há Pesca coletiva, preparações comunitária dos espaços
dos eventos festivos e de peças teatrais que ocorrem na terra e na água, às margens do
Rio Níger.

180
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=zOggX9P2e9g
Publicado em 04 de Jun. de 2017

Canção Boogie Caledonia

Este é o prodígio de seis anos de idade (em 1946) chamado "Sugar Chile"
Robinson. Nascido Frankie Robinson em Detroit (EUA), em 1940, ele é o caçula de
seis filhos.
O nome do menino vem de um prato típico de carne feito à milanesa, com açúcar
marron, ou mascavo e pimenta: "Sugar Chile" (de "brown sugar-chili rubbed" - lit.
Açúcar mascavo apimentado à milanesa).
Originalmente intitulada "Caldonia Boogie" 1945) essa música tornou-se um
principais sucessos do compositor e saxofonista Louis Jordan (1908-1975),
https://www.youtube.com/watch?v=PR6pHtiNT_k
A música foi gravada depois dezenas de vezes por mestres como Louis
Armstrong, Woody Herman, Van Haley, B.B. King, James Brown, Van Morrison etc.
O menino prodígio Sugar Chile Robinson começou a tocar piano desde os dois
anos de idade. Convidado a tocar para o Presidente Harry Trumam, chegou a tocar
também na orquestra do grande Lionel Hampton e conseguiu ainda uma ponta na
comédia romântica "No Leave,No Love" (1946), de onde tiramos este presente trecho.

181
Aos nove anos ele gravou seu primeiro LP pela Capitol Records, fazendo uma
turnê pela Europa, em 1951. Embora tenha tocado na adolescência com Gerry
Mulligan no "Blue Note" de Chicago, não se soube do paradeiro dele depois dos seus
12 anos de idade.
Boa Audição! Renato Araújo

O texto a seguir é uma adaptação de algo que eu li de Birdy Kitten na descrição


do mesmo vídeo, para trazer-lhes um pouco mais de informações11.

Ele começou a tocar no piano da família bem criança e por 1945, ele teria sido
"descoberto" pelo pianista e líder de banda Frankie Carle. Dentro de um ano, ele foi
convidado a participar de uma festa do Whitehouse para o presidente Harry Truman,
tinha chamado a tocar com a Orquestra de Lionel Hampton e até tocar essa música no
filme de comédia romântica da MGM : "No Leave, No Love"(1946).
Não foi antes de julho de 1949, no entanto, que ele fez seus primeiros discos
pelo selo Capitol Records, quando, na companhia de Jazz já montada pelos veteranos
Leonard Bibbs no baixo e baterista Zutty Singleton, Robinson tocou os seus dois
primeiros lançamentos no quadro de R & B da Billboard nos finais de 1949; o
Numbers Boogie o tornou o número quatro das paradas de sucesso, enquanto
Caledônia (What Makes Your Big Head So Hard) só alcançou o número 14o.. Sua
turnê nacional subseqüente quebrou recordes de bilheteria e afirmou-se que sua
aparição no Chicago Regal Theatre continua sendo a maior atração da semana da
história inteira do teatro, batendo facilmente a realeza do jazz como Count Basie e
Duke Ellington. Robinson, aliás, fez uma turnê com Basie em 1950, e fez um famoso
curta musical com o Basie Sextet e Billie Holiday em Hollywood, em agosto, para
mostrar os seus sucessos. A temporada de Natal de 1950 testemunhou o primeiro
lançamento europeu de Sugar Chile e Christmas Boogie com Rudolph The
Red-Nosed Reindeer que vendeu o suficiente para provocar uma turnê européia em
1951, incluindo críticas favoritas para ele no London Palladium.
Ele foi um grande sucesso na rádio e na televisão dos EUA até 1951 e, enquanto
ainda estava na adolescência, a carreira de Robinson foi subitamente interrompida;
seu último lançamento único foi publicado em agosto de 1952,

11
https://www.youtube.com/watch?v=Rcq93txBdtM (Acessada em Jun. 2017)

182
seguido logo por um LP de compilação de 10 boogie woogies que apresentou muitas
de suas gravações de 1952.
Além de algumas transcrições de rádio e trilhas sonoras de filmes, "Sugar Chile",
a carreira completa de gravação de Robinson - um período de pouco menos de três
anos - foi reeditada na íntegra em uma compilação de CD de 2003, "Chronological
Classics 1949-52". Se ele realmente tivesse apenas nove anos de idade na época, as
performances de sua primeira sessão, como Vooey, Vooey Vay, Caldônia e Numbers
Boogie, eram bastante surpreendentes. Tal como acontece com outras estrelas infantis,
como Toni Harper, Robinson estava frequentemente sobrecarregado com material
imaturo, mas mesmo os batimentos de rima infantil, como Sticks And Stones,
Christmas Boogie e (Rock-A-Bye), os Baby Blues foram transformados em
performances divertidas com quadril e toques inteligentes. (...) Ocasionalmente ele
tocou órgão ou celeste em sessões posteriores. Uma vez que os sucessos secaram e ele
foi liberado de seu contrato com a Capitol Records, houve uma ou duas reportagens
nos jornais comerciais da época.
Ele foi visto em agosto de 1954 tocando no The Blue Note em Chicago, com o
jazzista Gerry Mulligan - e então nada! O que aconteceu? Perdeu sua voz? A
novidade de um virtuoso boogie de repente perdeu seu apelo quando ele chegou aos
12 anos de idade? Ele realmente foi descoberto como um anão adolescente disfarçado?
No ano passado, foi anunciado que um "Sugar Chile" de 62 anos, Robinson, foi
redescoberto em Detroit, onde trabalhou principalmente fora da música há quase 50
anos (embora haja um rumor de que esse possa ser o mesmo Frank Robinson que
co-possuiu o obscuro selo de soul em Detroit, Lando Records, na década de 1960), e
foi retirado da aposentadoria para bater nas teclas de marfim mais uma vez em um
festival de música que celebrou a música pré-Motown da Motor City. A Internet tem
sido estranhamente silenciosa desde então, então, não tenho certeza se o festival já
ocorreu. Alguém sabe?

Letra:

Caledonia (What Makes Your Big Head So Hard)

I Walk with my baby


She got great big feet

183
She long, lean and lanky
An had nothin' to eat
But I love her,
I love her just the same
Yeah an I'm crazy 'bout this woman cause
Caldonia..., is her name
Caldonia!
Caldonia!

What make your big head so hard?


but
I love you
I love you just the same
I'm crazy 'bout this woman because
Caldonia..., your name

Spoken:

Mamma told me to leave Caledonia alone


That’s what she told me I’m not kidding
She said:
- Son, keep away from that woman!
She ain’t good!
Ah, but mamma didn’t know was that Caledonia
Is put it down!

So I'm gonna go right now to her house, find her


one more time!
Caldonia!
Caldonia!
What make your big head so hard?
but
I love you
I love you just the same

184
I'm crazy 'bout this woman because
Caldonia..., your name

Caledônia (O que faz seu cabeção tão duro?)

Eu passeio com minha pequena...


O pé dela é um pezão!
Desengoçada, magricela,
pois não tem nada pra comer.
Mas eu a amo.
Eu a amo mesmo assim!
Sou louco por essa mulher porque Caledônia é seu nome.
CALEDÔNIA!
CALEDÔNIA!

Por que você tem um cabeção tão duro?


Mas eu te amo.
Eu te amo mesmo assim!
Sou louco por essa mulher, porque Caledônia é seu nome.

Falado:
Minha mamãe me disse pra largar a Caledônia.
Foi o que ela me disse, não tô brincando!
Ela disse: “-Filho, fique longe dessa mulher!
Ela não é boa pra você!”

Ah, mas mamãe não sabe que Caledônia é de arrasar!


Então, eu tô indo pra casa dela pra perguntar:
Mais uma vez!
CALEDÔNIA!
CALEDÔNIA!

Por que você tem um cabeção?


Mas eu te amo.

185
Eu te amo mesmo assim!
Sou louco por essa mulher, porque Caledônia é seu nome.

186
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=E1Wjk3wl9eI
Publicado em 24 de Jun. de 2017

Soundies - Música Negra dos Aos 1940

Os anos quarenta, a meio caminho depois do "Harlem Renaissance"(década de 20)


e da "Luta pelo Direitos Civis" (década de 60) foi marcado por uma inserção dos
negros no cinema, e nos programas de televisão, a partir do que se julgava na época
que eles faziam de melhor: "MÚSICA"!
As "Músicas Negras do Anos 40" mostram parcialmente alguns aspectos que
podem ser percebidos na música negra norte-americana de todos os tempos, embora
tudo isso fosse tornado clichê posteriormente, nos anos da indústria do entretenimento
repetitivo.
Mas que maravilha ouvir "Pegue a Linha 'A' do Trem" (1941)
a música que era a assinatura de Duke Ellington em seus shows por Nova Iorque.
Mostrando o bairro da classe média negra Sugar Hill (Montanha de Açúcar - em que
quaisquer semelhanças com "Pão de Açúcar", talvez não seja tão mera coincidência
assim) a "Sugar Hill" no Harlem, Nova York foi o mítico e centro do "Harlem
Renaissance", "revolução cultural" da classe média intelectual negra norte americana,
ocorrida entre as duas Guerras Mundiais e que pavimentou a estrada da liberdade para
os negros daquele país. Para esclarecimento "Sugar Hill" (entre as ruas 144 e 155 da

187
Ilha de Manhattan) era o bairro afro-americano mais badalado dos Estados Unidos.
Ali moravam os negros considerados "ricos" como Duke Ellington, Billy Strayhorn,
W.E.B. Du Bois, Rev. Adam Clayton Powell, Langston Hughes, Ralph Ellison, Paul
Robeson entre outros.
Tenho obviamente alguns comentários a fazer sobre cada uma das músicas e suas
letras, mas deixarei para fazê-los mais aí embaixo, e aos poucos (por mera falta de
tempo!). Acrescento apenas que a dificuldade dessa tradução embaraçosa se deveu à
condição do áudio em alguns pontos, o sotaque ou a gíria do Harlem dos anos 40, e,
principalmente, foi difícil se adaptar às mudanças das letras originais, as quais não
ajudaram muito dirimir algumas dúvidas inevitáveis.
Boa Audição! Renato Araújo

Do "Internet Archives":
0:00:13 Delta Rhythm Boys em "Take the 'A' Train" (1941).
0:02:43 Fats Waller em "Your Feet's Too Big (1941).
0:05:39 Count Basie Orchestra em "Take Me Back, Baby" (com vocal de Jimmy
Rushing) (1941).
0:08:17 "Preacher and the Bear" interpretada pelos The Jubalaires (quarteto
vocal)
0:11:27 "Ring Those Bells" (Quinteto de Crianças negras, inicialmente não
identificados, mas são, certamente, "The Cabin Kids")
0:12:18 The Ali Baba Trio em "Patience and Fortitude" (1946) (interprete:
Valaida Snow cantando e tocando trompete - com o trio de guitarra, baixo e acordeon)
0:14:58 "Cockles and Mussels" interpretada por Maurice Rocco (piano e voz)
0:17:51 Gloria Grey canta "Oh By Jingo" (cerca 1950)
0:20:37 "I Want A Man", cantado por Annisteen Allen e acompanhada por Lucky
Millinder e sua Orquestra (huge big band)(1943).
0:23:26 "Old Rockin' Chair - The Mills Brothers (Carmishel - Passaport
Productions)
0:25:31 Mulher jazzista tocando harpa (LaVilla Tulos) música: "Swanee River"
(Uma lista de títulos da Soundies tem essa chamada intitulada: "Swanee Swing").

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Pra quem não sabe, "Soundies" foi o início do video-clip. Alguns filmes musicais
de três minutos eram produzidos em Nova York, Chicago e Hollywood, entre 1940 e
1946, muitas vezes incluindo sequências de atuação, dança, oferecendo base para os
video-clips posteriores. O último grupo lançado pelo "Soundies" ocorreu em março de
1947. Os filmes não tinham um local exato para ser exibido. Então, executavam em
intervalos de cinema, em máquinas "jukebox" de filme que funcionavam com moedas
em casas noturnas, bares, restaurantes etc.

Fats Waller em "Your Feet's Too Big" Seu Pé é Muito Grande (1941) (02:43)
Gravada dois anos antes da morte por pneumonia do maravilhoso pianista de jazz Fats
Waller (nascido Thomas Wright Waller Nova Iorque,21 de maio de 1904 - Kansas
City, 15 de dezembro de 1943) É uma música composta em 1936 por Fred Fisher com
letras de Ada Benson. Waller faz algumas modificações na letra, como era comum na
época, porque se considerava a interpretação algo importante de se impulsionar
originalmente, tanto em termos da música quanto em termos líricos. A primeira
gravação, até onde eu conheça é um fox-trot com influências de jazz e blues, gravado
por um grupo de negros maravilhoso chamado "The Ink Spots" de 1935
(https://www.youtube.com/watch?v=UubqkV2Kju4), em breve traduzirei músicas
deles! A associação dos pés com a lenda urbana do tamanho do pênis do negro é
reforçada pelo vídeo-clip, que busca em valores cômicos o "eu lírico" de Fats Waller
ao rejeitar aquele homem de "pé" muito grande, mas dizendo mais ou menos isso no
final depois que uma das garotas sentam no seu colo: [dirigido ao homem de pés
grandes] "Aonde vc conseguiu [esses "pés"]? Nunca se sabe quando vai se precisar de
um!"

Count Basie Orchestra em "Take Me Back, Baby" (com vocal de Jimmy Rushing)
(1941). (05:39) "Take me Back, Baby"(1941) cantada pelo saxofonista Jimmy
Rushing dispensa maiores comentários. Aqui temos o então jovem Count Basie e sua
Orquestra num clipe cômico em que o saxofonista dorme durante a apresentação e
sonha com uma linda garota que tenta conquistar. Curiosamente a garota deve ser
alguma das contratadas pela Soundie, que aparecem em mais de um clipe, esta

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belezura aparece também no primeiro clipe "Pegue a Linha 'A' do Trem", à esquerda,
quando eles embarcam no trem; outro aparecimento da beldade é no fim do ato "Your
Feet is Too Big", quando a linda senta no colo do sortudo, a partir de então,
ex-efeminado Fats Waller; significando que ela aparece nos três primeiros clipes aqui
apresentados (e que bom!). Já a letra de "Take me Back, Baby" e o estilo blues da
melodia já eram clássicos nesse período e os aspectos básicos tais como: whiskey,
mulher, sonho e dor, não deixariam jamais de aparecer em quaisquer letras de blues.
Nunca se sabe o quanto os negros bluseiros foram roubados pelos jovens brancos
ainda assim, nós "amamos muito tudo isso", a música é de todos!
https://www.youtube.com/watch?v=Hf0Dm-OaTNk

"Preacher and the Bear" interpretada pelos The Jubalaires (quarteto vocal) (08:17)
Primeira vez gravada por Arthur Collins (1864-1933) em 1905, essa música do
cancioneiro popular norte-americano conta uma estória de um pregador que saiu para
caçar codornas num domingo pela manhã, mesmo sabendo que era contra a sua
religião fazê-lo. Ao voltar para casa depois da caça ele foi surpreendido por um urso
cinza e com medo, subiu numa árvore para se proteger. Entrando em desespero, orou
fazendo citações bíblicas de situações semelhantes às dele, que descrevem:
1)desobediência, 2) castigo; 3) arrependimento e oração. Ó, Senhor, livras-Te Daniel
da cova dos leões (Daniel 6:16) Também livras-Te Jonas da barriga da baleia (Jonas
1:17) e Três crianças hebraicas da fornalha de fogo, (Daniel 3:23) A letra resguarda o
preconceito de época no trecho em que o urso se vira para o pastor e ele sobe na
árvore. Ora, o termo usado é "and he waltzed for the coon to see. The coon got so
excited that he climbed a 'simmon tree" Esta árvore "American Persimmon - caqui
americano - (Diospyros virginiana)" é nativa do leste e meio-oeste americano, na qual
era comum nessa época ver guaxinins (racoon) subir em cima dessas árvores. O termo
pejorativo (coon = negro), próprio de algumas regiões norte-americanas, aparece nesta
música em paralelo a rimas populares de negros do período da escravidão : ( ver
https://archive.org/stream/negrofolkrhymesw00talluoft/negrofolkrhymesw00talluoft_
djvu.txt ) na letra original canta-se: Ele encontrou um urso-cinza. O urso correu no
meio da estrada, E ele se virou pra ver o negro. E o negro ficou com tanto medo que
subiu numa árvore outra passagem com versão interessante dos "The Jubalaires" é a
parte final: Sim, mas o urso estendeu as patas pra dar ao reverendo um abraço, Como

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você abraçaria um grande amigo Mas o reverendo se virou num ato de desaparecer...
Ele acelerou como o vento Oh, o reverendo correu feito um velho cão-de-caça
tentando ser mais rápido do que uma lebre Ele correu pra debaixo da cama, e tirou
seis sonecas antes que sua sombra chegasse lá. Vistes irmãos? (diz o cantor) o
reverendo fez um touchdown (é o "gol" do futebol americano em que o cara sai
correndo e cai no campo inimigo)

"Ring Those Bells" (Quinteto de Crianças negras, inicialmente não identificados,


mas são, certamente, "The Cabin Kids") (11:27) A música natalina "Ring Those
Bells", a qual tive de torcer meus ouvidos para entender a letra (algo que gosto de
fazer, mas que neste caso não tive grande sucesso...) é aqui cantada por crianças
pobres que não tinham sido identificadas antes. Alguém questionou se eram "The
Cabin Kids" (Crianças da Cabana), um grupo vocal de crianças muito bem afinado,
embora, como se pode ver, não é o caso dessas crianças...Mas sim, são The Cabin
Kids, mas o objetivo ali era outro..não de mostrar crianças com excelência vocal, mas
pobres engraçadinhas que aparecem no natal pra lembrá-lo de que você não foi cristão
ao longo do ano, mas agora que lembrou que o menino jesus nasceu, fará certamente
uma exceção à regra, só hoje porque hoje é 25 de dezembro de qualquer ano. The
cabin kids não eram exatamente pobres, eles atuaram em filmes e fizeram relativo
sucesso. É possível encontrar outros vídeos deles por aqui, nada comparáveis a esse,
claro!

The Ali Baba Trio em "Patience and Fortitude" (1946) (interprete: Valaida Snow
cantando e tocando trompete - com o trio de guitarra, baixo e acordeon) (12:18)
Valaida Snow (1904-1956) uma das raras trompetistas de sua época, também não faz
uma grande apresentação (assim como Maurice Rocco) mas a sua empatia e a música
de conforto são formidáveis. A multi-instrumentista Valaida tocava na verdade
violocello, baixo, banjo, violino, mandolin, harpa, acordeom, clarinete e saxofone...,
tá bom ou quer mais? Se querem mais, saibam que o próprio Deus Louis Armstrong
não economizava elogios dizendo que ela era a segunda melhor trompetista do mundo,
depois dele, claro... Mas eu sei, vocês querem ainda mais, então aqui vai: ela se casou
aos 12 anos pra poder fugir de um pai tirano dentro de casa...Cinco anos antes desta
gravação, ela morava na Dinamarca, mas os nazistas alemães ocuparam o país, a

191
encontraram e a prenderam em abril de 1940. Obvio que eles não precisavam de
nenhuma acusação além da cor da pele dela! Graças à música, ela conseguiu fugir pra
Suécia um pouco antes de completar um ano de prisão. Quando os EUA declarou
guerra contra as forças do eixo, praticamente só no início de 1942, ela foi
deportada...4 anos antes dessa apresentação. Mas antes ela apanhou, levou uma
coronhada na cabeça que a deixou com uma baita cicatriz, como uma negra do
Tenesse, ela não deixou barato e quis ir à forra com o soldado alemão que fez isso,
como consequência foi colocada numa jaula (solitária) com uma placa "Schwarzes
Schwein" (porca preta). O historiador de jazz Scott Yanow disse que ela jamais se
recuperaria deste trauma (ver: YANOW, S. Jazz on Record: The First Sixty Years.
Backbeat Books.2003. p. 228). Mas parece que "Paciência e bravura" são exatamente
as duas coisas que Valaida Snow quer repetidamente nos fazer lembrar que ela as tem
e que aprendeu essa lição de cor e salteado por si mesma. Como é bela essa mulher!
Quem quiser saber mais sobre ela veja (em inglês)
http://www.oxfordmusiconline.com/subscriber/article/grove/music/J418900
http://shewasabird.blogspot.com.br/2015/01/valaida-snow-jazz-trumpeter-1920s-1950
s.html

"Cockles and Mussels" interpretada por Maurice Rocco (piano e voz) (14:58) A
"Rocco Blues" foi um presente de um virtuose à posteridade! A despeito de Maurice
Rocco (1915-1976) não estar nos seus melhores dias nessa gravação (lembremo-nos
que mesmo gravado, naquela época se você errasse durante uma performance, você
tinha de continuar a cantar e tocar, porque as condições técnicas não permitiam fazer
outras tomadas sem gastos exorbitantes). A parte em que Rocco falha e acaba não
cantando é "I first set my eyes on sweet Molly Malone" ("Eu vi pela primeira vez a
doce Molly Malone") em vez disso ele acaba engasgando e dizendo "I first matter
sweet Molly Malone" (Eu primeiro me preocupo com Molly Malone)...não chegou a
ser um desastre, e foi legal que ele manteve a pose e o Tempo no piano...mas, de
qualquer forma, não se deve mesmo fazer muitas modificações numa canção
tradicional de um povo (no caso, Irlandês). E os que são da minha geração se
lembrarão: https://www.youtube.com/watch?v=3ouqhCtIh2g A estória é uma lenda
sobre uma linda moça, Molly Malone, que era vendedora ambulante de frutos do mar
em Dublin, Irlanda. Certo dia, ela teve febre e morreu em consequência dessa doença.

192
Na lenda, ela se transforma em um fantasma o qual era possível ainda ouvir por vezes
seus gritos de vendedora no porto... Ela passava vendendo berbigões e mexilhões
dizendo a bela frase que soa muitíssimo irlandesa: "Cockles and Mussels....Alive,
alive, oh" (berbigões e mexilhões, vivinhos...vivinhos, oh Ho!)...e, claro, essa frase
nos lembra aquelas "yodeling" germânicas da região dos Alpes e que fincaram raízes
profundas na música country norte-americana...que soam de forma semelhante aos
"yodeling" dos shona do Zimbabwe ou mais especificamente dos mbuti da República
Democrática do Congo. Alguns blues de Robert Johnson
(https://www.youtube.com/watch?v=YYsnRc09csQ) também apresentam um grito
agudo em falsete, semelhante a um yodeling que passou para o rock como expressão,
neste caso, de um sentimento forte geralmente relacionado ao desejo que sentem por
alguma mulher. Alguns neófitos talvez não compreendam as razões do porque um
pianista negro cantar uma música do cancioneiro irlandês. Não que precisasse
obviamente haver algum motivo espetacular, mas vale lembrar que muitos negros
norte-americanos fabulosos são descendentes de irlandeses: Alicia Keys, Mariah
Carey, Obama, Salli Richardson, Henry Louis Gate, Malcom X...etc...E vale a pena
ver algumas pessoas conhecidas a partir de um olhar diferente:
https://br.pinterest.com/pin/216665432042985223/ Eu não sei se era o caso de
Maurice Rocco essa influência familiar irlandesa, mas os bares da Miami University
em Oxford, Ohio, estavam cheio de filhos de imigrantes irlandeses, que começaram a
chegar em Ohio cem anos antes, em 1837 (representando hoje 13% da população,
contra os 12% de negros daquele Estado). A Miami University é uma das mais
importantes universidades dos EUA na qual ele se bacharelou nos anos 30 e quase
obteve mestrado em música anos depois, sem terminar). No fim da curta vida, ele
tocou por 15 anos num bar de hotel na Tailândia, e foi encontrado morto, esfaqueado,
no seu apartamento em Bangkok.

Gloria Grey (1909–1947) canta "Oh By Jingo" (cerca de 1945) (17:51) Gloria
Grey simplesmente morreu...pouco se sabe do quê ou por quê... Mas a letra dessa
canção é tão mais impressionante quanto intraduzível...Eu devo por isso dizer que eu
sei que essa tradução ficou horrível. A letra é uma coletânea de interjeições de
surpresa que na língua inglesa são feitas como se fossem palavras inteiras, diferentes
dos simples "Oh!; éééé?; Uh!!!... Foi por isso que eu escolhi chamar 'Jingo" - "Nossa"

193
como alguém a quem a música faz referência porque o mais importante é a noção de
surpresa que absolutamente todas as interjeições "sinônimas", vamos dizer assim,
detém ao longo dessa intrincada letra. Não é a toa que a ideia de colocar crianças
como a plateia para a música foi muito boa, a letra soa como um "trava línguas" ou
uma listagem na qual se deve cantar para aprender. Eu mesmo ouvi essa música pela
primeira vez quando pré-adolescente no Show da Lucy, que eu amava. Mas a questão
mais interessante talvez seja a ambientação. Duas crianças, uma branca e uma negra,
tomando banho juntas num típico tanque de banho de época. Salvo engano, isso
jamais aconteceria na televisão norte-americana. Mas espere aí... a cena não se passa
nos EUA, e sim em São Domingo. Essa região nada mais é que a grande ilha dividida
hoje em dia pelos países Haiti e República Dominicana. Eles foram dominados pelos
franceses de 1659 a 1804, momento em que líderes negros se sublevaram, acabaram
com a escravidão e criaram a primeira República governada somente por negros.
(Eles estavam indo muito bem, obrigado, mas, não adiantou nada, porque os norte
americanos, também impulsionados por franceses e espanhóis infligiram um embargo
e a cobrança de 150 milhões de francos suíços para indenização dos brancos ex-donos
de escravos. O resultado nós já sabemos até hoje: 'Pense no Haiti, reze pelo Haiti").
Outra coisa importante, a canção surgiu em 1919 na esteira daquelas chamadas
"Novelty Songs", umas brincadeiras "dadaístas" muito cômicas que brincavam com o
sentido das palavras. Quem a lançou foram uns caras chamados Albert Von Tilzer
(1878–1956) e Lew Brown (ou Louis Brownstein - 1893-1958) uns dos incontáveis
judeus que ajudaram a criar o que chamamos de "jazz" - sim! Se der algum dia eu
conto essa história..."Os judeus e o jazz"...mas já devem tê-la contado por aí..eu que
não sei onde... San Domingo aparece tanto para a ajustar à rima com "Jingo" quanto
para dar vazão ao inusitado, descolado ar da música. A letra diz: "Dos campos e dos
pântanos vem os velhos e os jovens"..essa é uma indicação de que eram os
trabalhadores (escravos? Provavelmente sim, já que "falavam línguas diferentes"). Os
que cantavam à luz da pálida lua...numa interpretação meio maluca, eles seriam os
trabalhadores negros que cobiçavam a branca chamada "Oh By Jingo".... Mas, na
verdade ela devia ser tão negra quanto eles, porque a ela seria construída uma tenda e
ela seria "a nossa fruta preferida". Tenda eram as casas de negros maroon e dos
negros em geral no Haiti e em todo lugar aonde teve escravidão, exceto talvez, nos
EUA, aonde os negros viviam nas chamadas Cabanas, mas, pensando bem, o sentido
é o mesmo na língua original "hut" que pode ser traduzida por "cabana ou por tenda".

194
É certo que a linda "Oh By Jingo" é fora de série não só pelo nome, mas por tudo. A
música original (não possui os cortes que existe na versão de Gloria Grey) ela indica
que os trabalhadores não eram os únicos a cobiçá-la, ela teria fugido com um rapaz
(seu amante) e ambos teriam sido pegos e encolerados (collared),porque era o modo
como os negros cativos e fujões eram transportados. Os negros apaixonados são no
final chamados de "gang", eles aparecem, tentam salvá-la, pedindo que os guardas os
tome em seu lugar, mas aparentemente não dá certo, já que ela dá o veredito final a
eles, mostrando-se como viúva negra: "Agora, meninos, não delirem eu já coloquei
quatro maridos pra dormirem!" "Now boys, don't rave, I've put four husbands in their
grave". Passagem estas aliás, que não combinariam em nada com o doce banho
interracial infantil. Há inúmeras versões completa na internet, uma amadora e que me
é interessante, porque serviria de aula tanto de piano quanto do quanto os Beatles e
outros grupos se aproveitaram em suas melodias dessas canções "novelty" ou das
canções francesas que foram as mesmas fontes para o jazz, além de aproveitarem-se
de entre outras melodias countries norte-americanas...vejam aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=rohq8PBfSJE

"I Want A Man", cantada por Annisteen Allen e acompanhada por Lucky
Millinder e sua Orquestra (huge big band) (1943). (20:37) Fora da África, nos EUA, o
gospel, os spirituals, blues, jazz, rhythm and blues, o soul, o rock and roll, afrobeat,
hip-hop , rap, sem contar as experiências mil em música eletrônica, pop music,
etc.etc.etc. e no Brasil o Lundu, Maxixe, Maracatu, forró, xote, Ijexá, Samba, Choro,
Bossa nova, Lambada, Pagode, axé, sem contar as experiências mil do Samba-rock
Samba-funk, Samba-reggae etc.etc.etc. e na América Latina não importa o afro-ritmo
seja o Tango, Cumbia, lambada, habanera, calipso, merengue, rumba, chá chá chá,
mambo, etc.etc.etc. no carybe inclue-se, obviamente o reggae e um sem fim de
músicas...não importa, a música negra mundial deve encontrar no blues, por mil
razões não regionais, a sua pedra fundante. I Want a Man (Eu Quero um Homem) -
cantada por Annisteen Allen (1920-1992) e regida por Lucky Millinder (1910-1966),
foi gravada em 1946 com músicos de estúdio "Home Town Boys". A letra deste blues
transporta liberdade relativa das mulheres negras em relação às brancas do período
colonial para a atmosfera negra moderna, mas ainda das ruas.... Enquanto as mulheres
brancas eram em sua maioria reclusas e "protegidas" dentro dos casulos residenciais,

195
as trabalhadoras negras viviam mais nas ruas e estavam mais próximas, por assim
dizer, do mundo masculino do que as mulheres brancas do passado. Annisteen, cuja
vida loka a levou a lançar o Álbum "Let it Roll" (deixa rolar) em 1961. Antes de
morrer aos 71 anos, ela tocou blues para aqueles que tinham a vida feita. Lucky
Millinder não teve tanta sorte (lucky) no fim da vida, ele era garoto propaganda de
uma destilaria de whiskey, mas morreu por complicações no fígado aos 56 anos. O
que Annisteen quer, todas as mulheres querem, ou seja, um homem que, apesar de
feio, rude e com aspecto de urso, que ele pelo menos a entenda, agrade-a, aperte-a e
não ame mais ninguém senão ela...mas, na forma de blues, a mulher negra Annisteen,
está ao contrário cercada de homens (e só homens) que justamente não podem (ou não
sabem) dar aquilo que ela quer: A começar por Lucky Millinder que parece se
regozijar mais com o saxofonista, a quem "tira pra dançar quase o encochando",
depois de "avaliar" bem suas partes trazeiras (claro, "sem" maldade), e sem tirar os
olhos "de lá", mal dá a mão para Annisteen, seja pra subir ou descer do pulpito. As
mulheres negras tem mais motivos do que nós homens para cantar o blues!

"Old Rockin' Chair - The Mills Brothers (Carmishel - Passaport Productions)


(23:26) Essa música tem uma alegria e uma tristeza puras. O velho homem está
rodeado pelos seus filhos, feliz; mas 'preso' à sua cadeira de balanço. As moscas, que
também o rodeiam, o lembram de que o tempo dele já se foi... Assim como o "Gin"
acabou, isto é, a alegria ficou para trás. Só lhe restam as "palmadas" no filho que
indicou a ele isso, pois o filho, em sua juventude que lhe parece eterna, bebeu todo
Gin...e sua voz está docemente embreagada... Contra isso esbraveja o pai "'fore I tan
your hide ("antes eu lhe dar um coro!") e o filho repete (antes que me dê um coro)
"[mas] sabe que eu não posso sair dessa velha cabine [corpo idoso]..." - "Que
cabine,está brincando? - Diz o filho. E ele lhe responde: "eu não vou a lugar algum
(...)a cadeira de rodas [a velhice] me pegou e o dia do juízo final é aqui!"

Este vídeo "Soundies - Música Negra dos anos de 1940" termina com uma
apresentação magistral da harpista LaVilla Tulos (25:31), tocando uma música de jazz
"Swanee River" que foi inserida num espetáculo com harpistas virtuoses gravado em
1937. Na verdade, essa gravação é um perfeito mistério! Foi inserida na "Soundies"
ainda com outro título como "Swanee Swing". Fica evidente que foi uma gravação

196
para um filme desconhecido (com uso da técnica de sobreposição de imagem, típica
da época) ou mesmo para a televisão. Um comentário sobre uma edição disso nos faz
crer que talvez não seja demais considerar que com o racismo instituído da época, ela
não apareceria mesmo num palco com artistas brancos harpistas. Assim, pela mágica
de edição (ou por interpolação ou brincadeira qualquer) no meio de uma intrincada
trama com um tiroteio de um espetáculo teatral para televisão ("Harpa com as
Estrelas") LaVilla Tulos não é a harpista principal, mas a imagem dela tocando é
mesclada com o "ciumento", comediante Harpo Marx (1888-1964) (dos Irmãos Marx).
Vale lembrar que ainda demoraria mais de 30 anos para que os efeitos nocivos da Lei
segregacionista Jim Crow, perdesse de forma definitiva a sua força de "segregação
nos palcos", que impedia com que músicos de jazz e blues negros tocassem juntos.
Inúmeros estudos indicam como o estatuto do mestiço e mulatos norte-americano foi
modificado no final do séc. XIX. Antes, relativamente melhores posicionados em
relação aos considerados negros, tal como ocorreu na história brasileira para a qual o
aumento progressivo da tonalidade mais clara na pele pode significar um índice real
de status social, os mestiços de negros e brancos nos EUA passaram a ser obrigados
em todo sul, depois das leis de Jim Crow, a viverem nas partes negras das cidades,
facilitando, entretanto, o aparecimento da tese política do mestiço como simplesmente
negro. O fato é que, o desaparecimento de LaVilla Tulos da memória de tudo e de
todos, é simplesmente uma tristeza (blues). A apresentação é magistral, seu swing
pode ser sentido também pelo modo como ela se mexe...nada "clássico" no sentido da
música erudita na qual ela era certamente iniciada, dado seu instrumento, a Harpa, e a
"eruditização" do seu jazz, com harpegios e condução do acompanhamento próprios
da música erudita do fim do séc. xix. Ela é acompanhada em alguns trechos com uma
lullaby tocada por orquestra (melodia, aliás, que não reconheci, mas a orquestração
bem composta e o arranjo metódico certamente deve ser de um compositor erudito
americano que entende de música negra, algo ao estilo de Gershwin, que aliás
morreria em julho daquele mesmo ano de 1937). Para um vídeo de sua performance
mais completo aonde aparecem essas cenas todas descritas acima, veja o item 4 desta
lista de reprodução sobre harpa:
https://www.youtube.com/watch?v=eW3Dzw9peiA&list=PL2nMlFYDpKGlJDIrzuO
fpf2JcS5YwVg-I&index=4 Uma observação final: A "Swanee River", foi
ironicamente transformada em um filme em 1939 de Sidney Lanfield (lançado no
Brasil sob o título "O Coração de um Trovador"), neste filme, o ator Al jonson

197
(1886-1950), o astro da estréia do filme falado em "O Cantor de Jazz" (The Jazz
Singer -1927) aparece num típico blackface cantando músicas de negros. Outra ironia
é que o ótimo compositor de música para filmes, o judeu Louis Silvers (1889 –1954)
que já tinha ganho o óscar de 1935, foi indicado para este prêmio por "Swanee River"
em 1939.(10 anos depois da criação do prêmio e no mesmo ano em que apareceu a
primeira pessoa negra Hattie McDaniel (1895-1952) a vir a ganhar o óscar de melhor
atriz coadjuvante, no papel de uma empregada doméstica em "O Vento Levou").

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=31EywhNNuk8
Publicado em 29 de Jul. de 2017

"If I Didn't Care" ("Se eu não me Importasse") é uma música composta por Jack
Lawrence (1912-2009), compositor estadunidense com família de origem judaica
ortodoxa da Ucrânia. Originalmente, essa musica foi cantada e gravada quando Elvis
Presley (1935-1977) tinha 4 anos de idade, pelo grupo vocal de negros "The Ink
Spots" ("As Marcas de Tinta") em 1939, com o lirismo de Bill Kenny (1914-1978) e o
"videoclipe" sentimental dirigido pela "Soundies". Pra quem não sabe, "Soundies" foi
o início do vídeo-clip. Alguns filmes musicais de três minutos eram produzidos em
Nova York, Chicago e Hollywood, entre 1940 e 1946, muitas vezes incluindo
sequências de atuação, dança, oferecendo base para os videoclipes posteriores.
O último grupo lançado pela "Soundies" foi em março de 1947. Os filmes não
tinham um local exato para ser exibido. Então, executavam em intervalos de cinema,
em máquinas "jukebox" de filme que funcionavam com moedas em casas noturnas,
bares, restaurantes etc. Essa gravação dos Ink Spots bateu a 10ª melhor venda de
todos os tempos com mais de 19 milhões de cópias vendidas. "Se eu não me
Importasse" também foi gravada inúmeras vezes por diferentes grupos e ainda foi
cantada por um grupo de mulheres no filme Spike Lee, "School Daze" (Faça a Coisa
Certa - 1988).

199
Boa audição! Renato Araújo

Letra:

“If I Didn't Care" ("Se eu não me Importasse")

If I didn't care more than words can say


If I didn't care would I feel this way?
If this isn't love then why do I thrill?
And what makes my head go 'round and 'round
While my heart stands still?

If I didn't care would it be the same?


Would my ev'ry prayer begin and end with just your name?
And would I be sure that this is love beyond compare?
Would all this be true if I didn't care for you?

MONOLOGUE: If I didn't care honey child, mo' than words can say. If I didn't
care baby, would I feel this way? Darlin' if this isn't love, then why do I thrill so
much? What is it that makes my head go 'round and 'round while my heart just stands
still so much ?

If I didn't care would it be the same?


Would my ev'ry prayer begin and end with just your name?
And would I be sure that this is love beyond compare?
Would all this be true if I didn't care for you?

Tradução:

“If I Didn't Care" ("Se eu não me Importasse")

Se eu não me importasse mais do que as palavras podem dizer


Se eu não me importasse,
eu me sentiria assim?

200
Se isso não é amor, então por que eu emociono?
E o que faria a minha cabeça girar e girar
Enquanto meu coração fica paralizado?
Se eu não me impostasse, isso seria igual?
Cada uma das minhas orações começaria e terminaria com seu nome?
E eu poderia me certificar de que esse é um amor sem comparações?
Tudo isso seria verdade, se eu não me importasse com você?

MONÓLOGO: Se eu não me importasse doce criança,, mais do que as palavras


podem dizer. Se eu não me importasse... Oh... eu me sentiria assim? E querida, se isso
não é amor, então, me diga, por que eu emciono tanto?
E doce criança, o que é faria a minha cabeça girar e girar, enquanto meu coração tão
paralizado assim?

Se eu não quisesse, seria o mesmo?


Minha nova oração começaria e terminaria com seu nome?
E eu ficaria certo de que isso é amor além de comparar?
Tudo isso seria verdade se eu não me importasse?

Se eu não me impostasse, isso seria igual?


Cada uma das minhas orações começaria e terminaria com seu nome?
E eu poderia me certificar de que esse é um amor sem comparações?
Tudo isso seria verdade, se eu não me importasse com você?

201
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=OL4TxkSIavc
Publicado em 30 de Jul. de 2017

Batalha por Sevastopol Kukushka - Polina Gagarina

Eu tenho uma simpatia muito grande pela Ucrânia e por seu povo.
Particularmente nos nossos dias em que Crimeia voltou aos noticiários mundiais
depois da agressão Russa, e o atual pacto sino-russo, nossos olhos se voltam
novamente aos países bálticos e vemos a história se repetir..."a primeira vez como
tragédia e a segunda como farsa...?"...Enfim, todos nós temos se não na área social,
pelo menos internamente, uma "Batalha por Sevastopol" a lutar. Pode-se perder uma
batalha, mas a vitória ainda está por vir... Trago agora, apenas para conhecimento, o
trailer e o videoclipe relacionado ao emocionante filme (Битва за Севастополь)
"Bitva za Sevastopol ("Batalha por Sevastopol" 2015), ainda sem correspondente em
português.
O termo кукушка Kukushka, o qual preferi não traduzir, significa o pássaro
"cuco" (tão utilizado nos relógios antigos, ainda à época da II Guerra). A letra da
música original
https://www.youtube.com/watch?v=yNp9SBW4xTA
foi escrita por Viktor Tsoi, um cantor de rock soviético de origem norte-coreana,
que fez muito sucesso no período da Glasnost e do fim do comunismo, até morrer
num acidente de carro em 1990, aos 28 anos. Há uma superstição russa (também

202
encontrada entre os alemães) que diz que o chamado repetitivo de um cuco alerta aos
ouvintes com relação a quantos anos ainda lhe restam para viver.
Agora, quanto ao filme, acho que as imagens falam mais do que as palavras. Mas
não se enganem pelo romantismo, sobretudo quanto ao uso enganoso que aproximam
perigosamente conceitos tão distintos como "guerra e beleza". Se há algo de belo
numa guerra é a liberdade; e, depois da II Guerra, devemo-na igualmente aos Russos e
aos Norte Americanos, juntamente com todas as forças aliadas. Vale lembrar, contudo,
que a verdadeira Lyudmila Pavlichenko (1916-1974) retratada romanticamente no
filme, foi uma historiadora que frequentou a universidade de Kiev de 1937 até a
ocupação alemã 1941 até se alistar no exército vermelho. Ainda durante a Guerra ela
foi amiga pessoal da esposa do presidente Norte Americano Eleanor Roosevelt. Sendo
uma exímia atiradora, que matou durante a guerra um total de 309 ocupantes alemães,
tornando-se a mais bem sucedida franco-atiradora da história da Segunda Guerra
Mundial, sendo recebida na Casa Branca por Franklin Roosevelt e chegando ainda a
fazer palestras nos EUA sobre as suas experiências em combate. Sua biografia consta
no livro SKAIDA, Henry - Heroínas da União Soviética 1941-45 Osprey Publishing,
2003.
Boa audição! Renato Araújo

Кукушка (Битва за Севастополь) - Полина Гагарина

Песен ещë ненаписанных, сколько?


Quantas canções foram... escritas?

Скажи, кукушка, пропой.


Diga-me, Kukushka, Cante-as auto!

В городе мне жить или на выселках,


Devo eu viver na cidade ou na periferia?

Камнем лежать или гореть звëздой?


Ficar parada como uma pedra ou brilhar como uma estrela?
Звëздой.

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Uma estrela.

Солнце моë - взгляни на меня,


Ó, meu sol, olhe pra mim!

Моя ладонь превратилась в кулак,


Agora as minhas mãos estão prontas pra luta!

И если есть порох - дай огня.


E, onde só houver pólvora, dê-me luz!

Вот так...
Isso mesmo!

Кто пойдëт по следу одинокому?


Quem agora seguirá por essa trilha abandonada?

Сильные да смелые
Головы сложили в поле в бою.
Os fortes e corajosos foram deixados mortos no campo.

Мало кто остался в светлой памяти,


Poucos permaneceram na memória,

В трезвом уме да с твердой рукой в строю,


Poucos ainda estão sãos, e que cujas mãos não hesitarão nas trincheiras...

В строю.
nas trincheiras...

Солнце моë - взгляни на меня,


Ó, meu sol, olhe pra mim!

Моя ладонь превратилась в кулак,

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Agora as minhas mãos estão prontas pra luta!

И если есть порох - дай огня.


E, onde só houver pólvora, dê-me luz!

Вот так...
Isso mesmo!

Где же ты теперь, воля вольная?


Aonde você está agora, minha liberdade?

С кем же ты сейчас

Ласковый рассвет встречаешь? Ответь.


Quem você recebe agorar? Responda!

Хорошо с тобой, да плохо без тебя,


Estava de bem contigo, e ruim contingo

Голову да плечи терпеливые под плеть,Под плеть.

Cabeça e ombros se curvam sob o açoite....açoite

Солнце моë - взгляни на меня,


Ó, meu sol, olhe pra mim!

Моя ладонь превратилась в кулак,


Agora as minhas mãos estão prontas pra luta!

И если есть порох - дай огня.


E, onde só houver pólvora, dê-me luz!

Вот так...
Isso mesmo!

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=-1bdpgjjQQs
Publicado em 02 de Ago. de 2017

Canto Ortodoxo Russo: "Abra-me as Portas do Arrependimento" - A. L. Vedel

As minhas recentes leituras de Alexander Pushkin e de Anton Tchekhov têm me


garantido muito bons frutos...слава Богу!!! (graças a Deus!). Trago-lhes agora, então,
uma canção vibrante da igreja ortodoxa russa.
Todos os maravilhosos compositores clássicos tanto da Ucrânia, Georgia e em
toda Russia (incluindo os meus maravilhosos Rimsky Korsakov - que amo desde
criança graças à minha mãe, o belo Musorgsky, Borodin etc..etc..etc..) antes e depois
do nacionalismo russo, aproveitaram-se das canções medievais slavas em muitas de
suas obras, por assim dizer, "profanas" ou na voz dos trabalhadores ou nos Coros de
suas óperas. Enfim, a canção que ora traduzi como um presente a vocês, мои друзья
(meus amigos), com uma ajuda concreta e também por aparecer num dos contos de
Tchekhov (http://www.pushkins-poems.com/Chekhov01.htm)
foi composta pelo compositor ucraniano Artemiy Lukyanovich Vedel (1767-1808)
regente de coral e cantor.
Ele foi regente em Moscou, Kiev, Kharkov e, no início de 1799, ele se tornou um
seminarista do Mosteiro Pecherska Lavra (ou seja, Kiev-Pechersk Lavra - é preciso

206
dizer mais do que isso? Esse mosteiro que é a maior fonte de prazer vocal de toda
slavia!)
Bem, no mosteiro em que estava nosso compositor, no final da primavera do
mesmo ano foi encontrado o livro Служба Нилу Столбенскому "Missa a Nilo
Stolbensky", com interpolações pelas quais as páginas em branco supostamente
preenchidas por Vedel de forma simbólica com uma profecia sobre o assassinato do
então Czar Paulo I (e ele viria a ser de fato assassinado depois de uma conspiração de
pessoas da nobreza). Contra Vedel, imediatamente foi feito um "acordo secreto". e ele
foi declarado insano, sendo então transferido em custódia para um hospício em Kiev,
aonde ficou por 9 anos, praticamente às vésperas de morrer aos 41 anos.
As obras Vedel foram banidas, mas acabou circulando alguns das partituras
manuscritas. Dada a expressividade de sua música, apesar da proibição, restaram a
nós cerca de 80 de suas composições. E essa é uma delas.
Boa Audição
Renato Araújo

Slava Ottsu i Synu i Svyatomu Dukhu

Pokayaniya otverzi mi dveri,


Zhiznodavche, utrenyuyet bo dukh
moy ko khramu svyatomu Tvoyemu,
khram nosyay telesnyy ves'
oskvernen; no yako shchedr, ochisti
blagoutrobnoyu Tvoyeyu
milostiyu.

I nyne i prisno i vo veki vekov, amin':

Na spaseniya stezi nastavi mya , Bogoroditse,


studnymi bo okalyakh dushu grekhmi, i v lenosti vse zhitiye moye izhdikh:
no Tvoimi molitvami izbavi mya ot vsyakiya nechistoty.
Pomiluy mya , Bozhe,po velitsey milosti Tvoyey i po mnozhestvu shchedrot
Tvoikh ochisti bezzakoniye moye.

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Mnozhestva sodeyannykh mnoyu lyutykh,pomyshlyaya okayannyy,trepeshchu
strashnogo dne sudnogo:
yako David vopiyu Ti: pomiluy mya ,Bozhe, po velitsey Tvoyey milosti.

Abre-me as Portas do Arrependimento


Músca de Artemiy Lukyanovich Vedel (1767-1808)

Glória ao Pai, ao Filho\Ne ao Espírito Santo.

Abre-me as portas do arrependimento


Ó Doador da vida
Pela manhã, meu espírito se prostra
ao chão de Teu templo sagrado.
O templo acolhe o meu corpo
Maculado
E mui generosamente, limpastes
generasomente,limpastes...
Em Tua incomensurável misericórdia.
Como era no princípio, pelos séculos a vir...

Agora e para sempre, Amém!

No caminho da salvação
sou instruído
Ó virgem, theotokos!
pelo coração
a minha alma é amolecida
Pela ociosidade...
ociosidade que a minha vida...
toda a minha vida consome.
Orações a Ti
livrar-me-ão...
Orações a Ti livrar-me-ão...
de todas impurezas!

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Orações a Ti livrar-me-ão...
de todas impurezas...
Orações a Ti\Nlivrar-me-ão...
de todas impurezas
Tendes piedade de mim ó Deus!
Conforme a Tua grande misericórdia
E conforme a multidão de Tuas gratificações
Purificai as minhas iniquidades!
Quando me vem à consciência

Quando me vem à consciência o mal com que me comprometi


Eu, miserável
Trêmulo no terrível dia...
do julgamento...
Mas, esperando a misericórdia
como é o Teu desejo,
...o Teu desejo,
como é o Teu desejo,
Como a um David...
Eu clamo a Ti!
Tendes piedade de mim,
ó Deus!
Tendes piedade de mim,
ó Deus!
Tendes piedade
Tendes piedade de mim...
Conforme a Tua grande...
misericórdia.

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=6_qfB3ZXlyw
Publicado em 14 de Ago. de 2017

O Corpo de Cristo - A. Bessarabov

Тијело Христово примите Источника бесмертнаго вкусите,


Алилуја, алилуја, алилуја...

Esses sons inimagináveis são produzidos pelo coro masculino de


Monges do monastério de Киeво-Печерская лавра [Kiev-Pechersk, Lavra], na
Ucrânia. Quando ouvi essa "paulada" pela primeira vez em 2001, talvez por acaso,
aqui nessa página que ainda está disponível:

https://store.cdbaby.com/cd/sacredmusic

eu estava navegando na recém fundada "google" atrás de versões da igualmente


belíssima "Ave Maria de Caccini" - uma outra música sacra que musicalmente me
agrada muitíssimo. Foi aí que casualmente eu descobri a música ortodoxa e me
apaixonei imediata e absolutamente. Que alegria pra mim, ouvindo essa canção há 17
anos, agora poder traduzi-la e disponibiliza-la a todos que, como eu, apreciam a boa
música. Como diz a personagem Tatiana na ópera "Eugene Onegin" de Tchaikovsky:

210
"Ó, como eu amo o som dessas canções...os sonhos são levados a um lugar distante...a
algum lugar...bem distante!"
Sim! Eu traduzi a versão de 1958 do majestoso Boris Khaikin dessa ópera de
Tchaikovsky, mas o youtube (particularmente a Lensfilm) me proibiram de exibir a
minha tradução, ao meu modo, aqui pra vocês. Em todo caso, vocês podem sabor essa
outra fonte inesgotável aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=odMoa7I_hnU&t=3s (a tradução da
passagem acima refere-se aos minutos 7:49 - 8:02).
Para aqueles não acostumados com a comunhão da missa ortodoxa, depois da
emissão de versos sacramentais e às vezes sermões, ocorre a comunhão do clérigo e
em seguida a dos fiéis. Com o cálice, o sacerdote sai do altar e se dirige aos fiéis com
o belo canto:
Тијело Христово примите Источника бесмертнаго вкусите,
Алилуја, алилуја, алилуја...
[Telo Khristovo primite Istochnika besmertnago vkusite]

telo = corpo
khristovo =Cristo
primite = aceite/ receba
Istochnika = de fonte
besmertnago = imortal
vkusite = sabor

"Receba o Corpo de Cristo, a fonte de sabor imortal"


Boa Audição! Renato Araújo

Imagens na sequência de aparecimento: Monastério de Kiev-Pechersk, Lavra -


Ucrânia (capa); Catedral do Sangue Derramado - S. Petersburgo - Rússia; Catedral da
Natividade, Suzdal - Rússia; Catedral de São Basílio, Moscou - Rússia; Catedral da
Assunção (Uspenski), Moscou - Rússia; Catedral do Cristo Salvador, Moscou -
Rússia; Catedral de Tobolski no inverno - Rússia; Igreja do Salvador, St Petersburg
- Rússia; Catedral da Assunção (repetida); Catedral de Omsk, Sibéria; uma sequência
da Catedral São Basílio nas quatro estações do ano, terminando no inverno; Pequena
Igreja ortodoxa de localidade desconhecida.

211
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=wZYvGmk1AFk
Publicado em 14 de Ago. de 2017

A Primeira Ode da Cânon Oriental - Ioann Damaskin

Há um trio de belezas no lado leste que me arrebatam: O coro masculino


"Sretenye" em suas canções da Georgia, os insurgentes da Ucrânia e a liturgia
Bizantina.
A "Primeira Ode da Cânon Oriental" é uma gravação rara composta
pelo monge sírio Иоанн Дамаскин "João Damasceno [de Damasco]" que viveu
no séc. VIII (676-749 d.C.) .
Foi ele quem estabeleceu os octoechos (oito tons) na música da igreja ortodoxa
antiga, a base comum para a música litúrgica na Canon oriental.
Do álbum "Ancient Church Music" (Música da Igreja Antiga) Bizantina,
Georgiana e Russa, que vale muitíssimo a pena comprar:
www.origenmusic.com a habilidade e a precisão contrapontistica dos Sretenye é
o que mais me chama a atenção.
Com relação ao nome do conjunto coral "Sretenye" vou deixar uma explicação
um pouco mais detalhada sobre esse termo mais baixo, para quem se interessar. O que
aqui basta dizer é que "sretenye" significa literalmente "candelária, vela" ou
aproximadamente "candelabro".

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A canção pascoal relata o regozijo de Maria ao se perceber mãe de Cristo.
Geralmente cantada na festa cristã "Apresentação do Senhor".

Boa Audição
Renato Araújo

Voskreseniya den', prosvetimsya, lyudiye. Paskha, Gospodnya Paskha! Ot smerti


bo k zhizni, i ot zemli k nebesi, Khristos Bog nas prevede, pobednuyu poyushchiya.

É o dia da Ressureição a iluminar o povo. É páscoa, a páscoa do Senhor! Dos


mortos para Deus, para vida, e da terra para o céu, Cristo, nosso Deus nos trouxe, a
conquista da vitória cantando:

Khristos voskrese iz mertvykh.


Cristo Se levantou dos mortos

Ochistim chuvstviya, i uzrim nepristupnym svetom voskreseniya, Khrista


blistayushchasya, i raduytesya! rekushcha, yasno da uslyshim, pobednuyu poyushche.

Purifique os sentidos e veja a luz inacessível da ressurreição, Cristo brilhando e


se alegrando! E que claramente deixa-nos ouvir a esse canto triunfal,

Khristos voskrese iz mertvykh.


Cristo Se levantou dos mortos

Ochistim chuvstviya, i uzrim nepristupnym svetom voskreseniya, Khrista


blistayushchasya, i raduytesya! rekushcha, yasno da uslyshim, pobednuyu poyushche.

Purifique os sentidos e veja a luz inacessível da ressurreição, Cristo brilhando e


se alegrando! E que claramente deixa-nos ouvir a esse canto triunfal,

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Khristos voskrese iz mertvykh.
Cristo Se levantou dos mortos

Nebesa ubo dostoyno da veselyatsya, zemlya zhe da raduyetsya, da prazdnuyet


zhe mir, vidimyy zhe ves' i nevidimyy, Khristos bo vosta, veseliye vechnoye.
[chistitel'naya] (Stroka iz bogorodichnogo zvuchashchego ?)

Digno e alegre do céu se a terra se alegrar. Deixai o mundo celebrar


O Todo...o Invisível e o visível... O Cristo Deus e a eterna alegria

Stroka iz bogorodichnogo zvuchashchego


Essas linhas provém da Virgem

[Stroka iz bogorodichnogo zvuchashchego] Voskresshago videvshi Syna


Tvoyego i Boga, raduysya so Apostoly, Bogoblagodatnaya Chistaya: i yezhe raduysya
perveye, yako vsekh radosti vina, vospriyala yesi, Bogomati Vseneporochnaya.

Essas linhas provém da Virgem Purifica a morte. Quando ela viu o seu filho
E Deus, se levantar dos mortos, ela se regozijou com os Apóstolos, de coração
puro da graça divina, regozijou-se primeiro, como a alegria do vinho, percebendo-se
como a Toda-Imaculada de Deus.

***

Esqueci de dizer, perdoem-me pelo meu mau russo...Acho que me confundi em


algumas passagens, não sei se disseram чистительная богородичного [chistitel'naya
bogorodichnogo] ao invés de Строка из богородичного [Stroka iz bogorodichnogo],
como o deixei...São passagens que não se encontram nos textos litúrgicos...pelo
menos naquilo que pude entender do que li em russo... :)
Agora sim: Sobre o significado do termo "Sretenye" ("Candelária" - para "festa
das velas, festa das candelárias"): Há um feriado cristão chamado hoje de
"Apresentação do Senhor" (candelária) em que é celebrado o encontro do menino
Jesus com Simão. O menino foi levado à igreja por Maria e José para o cumprimento

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de um rito religioso judaico, no qual a criança é "apresentada" à sociedade religiosa e
circuncidada. Na tradição ortodoxa, conta-se que na hora da morte Maria, uma luz
extraordinária brilhava no templo, como se o telhado tivesse aberto, e, segundo a
crença ortodoxa era como se o céu estivesse aberto para que o Senhor aparecesse com
os anjos e santos para encontrar a Sua Mãe. "Sretenye" era essa luz. Antigamente, o
termo foi usado entre os eslavos como um sinônimo de "encontro", mas essa acepção
já não é mais usada (pelo menos na língua russa, eu não sei nas outras línguas slavas)
Esta festa teve sua origem no século IV em Jerusalém. Era celebrada com o nome de
"festa do encontro" (Ὑπαπάντη (Hupapántē) Hypapante, em grego), quarenta dias da
festa da epifania, a 14 de fevereiro. No século VI, a festa alargou-se até à
Constantinopla e, no século VII, chegou a Roma e ao Ocidente. A prática de benzer
velas para usar na procissão desta data é antiga, e já utilizada no séc. x e é um gesto
que ocorre ainda hoje. Esta festa também era conhecida como "Purificação da
Bem-aventurada Virgem Maria" mas,em 1969, com a revisão do calendário romano, a
festa teve seu nome mudado. Assim, a "Apresentação do Senhor" é uma das doze
festas da igreja ortodoxa (e suponho, também da Católica...A minha esposa é Católica,
mas não soube me responder...preciso verificar isso). Pelo que apurei em páginas em
russo, a festa é comemorada em 2 de fevereiro ; Parece que neste dia o inverno se
"encontra" com a primavera pela primeira vez...

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=MDUr5cJ5cBw
Publicado em 20 de Ago. de 2017

Alma Minha - Conjunto Sreteniye

O conjunto musical de Igreja Antiga "Sreteniye" ("Candelária") foi fundado em


Kharkov no nordeste da Ucrânia, em 1990, no mesmo ano do reflorescimento das
igrejas ortodoxas na cidade.

De início, o grupo era formado por três graduados do Instituto de Belas Artes de
Kharkov. O repertório de coro do grupo é um resgate de uma série de coros antigos
muito raros, recuperando acordos tradicionais característicos do canto bizantino.
"Sreteniye", como indiquei qui
https://www.youtube.com/watch?v=wZYvGmk1AFk
significa literalmente "candelária, vela", e faz referência a um feriado ortodoxo
"festa das candelárias" ou "Apresentação do Senhor".
Nessa gravação há quatro, mas historicamente o grupo variou de três a cinco
cantores, tendo participado dos serviços no contexto ortodoxo, concertos e festivais de
música.

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Os "Sreteniye" foram premiados no Festival Internacional Archdeacon K. Rosov
de Moscou (1993) e foram vencedores do Grande Prêmio de Todos os Festivais da
Igreja Ucraniana dos Coros "Glas Pecherski", em Kiev (nos anos subsequentes de
1999 e 2000).
Se eu estiver correto, na segunda-feira da primeira semana da Quaresma, durante
o "Great Compline" (serviço penitencial depois do "supper" e antes da "vesper"),
após o Salmo 69, a Canon é cantada como o poema tônico silábico "Dusha Moya -
Alma Minha". http://days.pravoslavie.ru/rubrics/canon_print47.htm
O poema é cantado em seguida da "Sexta Ode" ou hino litúrgico do rito bizantino
"Kontakion", a cânon penitencial que aparece na hinografia de São André de Creta
(650 - c.712/726 ou 740), considerado santo pelas igrejas católica e ortodoxa:

Душа моя, душа моя, восстань, что ты спишь? Конец приближается, и ты


смутишься; пробудись же, чтобы пощадил тебя Христос Бог, Вездесущий и
все наполняющий.

Dusha moya, dusha moya, vosstan', chto ty spish'? Konets priblizhayetsya, i ty


smutish'sya; probudis' zhe, chtoby poshchadil tebya Khristos Bog, Vezdesushchiy i
vse napolnyayushchiy.
"Alma minha, alma minha, por que adormeces? O fim se aproxima, e tu te
envergonhas; levanta-te, deve poupar-te O Cristo Deus, de Todo Omnipotente e
Omnipresente"12.

Boa Audição! Renato Araújo

Душа моя - Alma Minha - Sreteniye - Santo André de Creta

12
O CD Música da Ucrânia pode ser adquirido aqui:
http://www.origenmusic.com/church-music.html
https://www.amazon.com/Medieval-Church-Choir-Byzantine-Georgia/dp/B0010
37X74/ref=tmm_msc_swatch_0?_encoding=UTF8&qid=&sr=
http://youzeek.com/?Artist=Ensemble+Sreteniye&page=Similar&lng=PT#ArtistP
age_Ensemble%20Sreteniye-albums

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Alma Minha...
Moya, dusha...

Por que
dormes?
vosstan',
chto ty spish'?

Eis o fim!
Konets

Confusa!
Priblizhayetsya

Podes envergonhar-te...
i mozhesh' smutish'sya...

Levanta e abriga-te...
Vospryani...i poshch

Para que sim possa poupá-lo!


O grande Cristo Deus.

Da! Poshchadil Pra


Khristos Bog
De Todo, Omnipresente...

Vezde i vse...
É hora de dormir....

li spat' vremya,
alma minha...
dusha...Moya,

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=Cx7za0Es7ds
Publicado em 22 de Ago. de 2017

As Três Versões de "Ó, Santo Deus" - "Cvyatyy Bozhe"

1. Coro Folclórico Acadêmico Nacional" de Kiev, da Ucrânia


2. Tchaikovsky - Coro de Câmera de Kiev
3. M. Berezovsky - Coro de Câmera de Kiev ( Do álbum "Obras Primas da
Música Barroca Coral da Ucrânia) www.origenmusic.com )

O "Tersanctus" (do grego: Τρισάγιον) - variação de (Isaias, 6, 3) é cantado


imediatamente antes da leitura do Prokeimenon e da Epístola.
Em primeiro lugar, o Coro Folclórico Acadêmico Nacional" de Kiev abre essa
verdadeira "trindade", que são as
três versões que mais amo dessa canção-oração da Igreja Ortodoxa é cantado em
Ucraniano, dificilmente compreendido por nós estrangeiros como diferente do Russo,
mas de fato há mudanças significativas...Por isso, não sei se a tradução ficou a
contento...Procurei me basear na tradução do russo, que me é (pasmem!) mais
familiar :) Então, pela primeira vez transcrevo o ucraniano e pela primeira vez uso
legendas não convencionais Achei que o tema sugeriria essa modificação...(espero
que gostem!).

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Quanto às legendas convencionais, as minhas amarelinhas preferidas, deixei-as ao
final do vídeo e modifiquei ali também um pouco a transcrição do cirílico para
experimentar algo que "soasse russo por cima de coro em ucraniano"... Eu não
sei....Святий Кріпкий "Svyaty´y kre´pkiy" ou "Svyatyy Kripkyy"? Enfim,
não sei se consegui, mas a ideia era fazer algo bem ao típico afogamento do "Rise
Plow", como me é de costume.
Em seguida, o surpreendente e sempre empolgante Tchaikovsky demonstra a sua
compreensão absoluta do tema e do desenvolvimento, como não poderia deixar de ser,
em Sol menor...
E por último, mas não por menos, Maksym Berezovsky (1745–1777) o primeiro
dos grandes compositores ucranianos a
serem reconhecidos fora de sua terra natal, encerra com grande entusiasmo ao
estilo ucraniano de fazer música e se aproximar do divino.
Boa Audição! Renato Araújo

Versão ukraniana:

Cвятий Боже, Святий Кріпкий,


Святий Безсмертний,
Помилуй нас.

Cвятий Боже, Святий Кріпкий,


Святий Безсмертний,
Помилуй нас.

Cвятий Боже, Святий Кріпкий,


Святий Безсмертний,
Помилуй нас.

Слава Отцю, і Сину,


І Святому Духу,
І нині, і прісно,
І во віки віків.

220
Амінь.

Святий Безсмертний,
Помилуй нас.

Cвятий Боже, Святий Кріпкий,


Святий Безсмертний,
Помилуй нас.

Deus santo, Fortaleza Sagrada


Santo Imortal
Tenha piedade de nós.

Deus santo, Fortaleza Sagrada


Santo Imortal
Tenha piedade de nós.

Deus santo, Fortaleza Sagrada


Santo Imortal
Tenha piedade de nós.

Glória ao Pai e ao Filho


E ao Espírito Santo
Ambos agora e antecipado
E para as idades de idades.
Amém

Santo Imortal
Tenha piedade de nós.

Deus santo, Fortaleza Sagrada


Santo Imortal
Tenha piedade de nós.

221
222
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=qvoGjHBsbqA
Publicado em 22 de Ago. de 2017

O Theotokos and Virgin Rejoice - (S.Yasenevich)

Como se diz em inglês: "O Theotokos and Virgin Rejoice" (S.Yasenevich) -


Theotokos (ou Teotoco) é o epíteto grego para Maria, mãe de Jesus. Significa
literalmente "Mãe de Deus". Onde Θεός (theos) "Deus" e τόκος (tókos) seria
"portadora" - "Mãe de Deus" é um termo do senso comum, mas bem aceito por falta
de correspondência nas línguas vernáculas. Mas no latim, de qualquer forma, soa
muito bem "Dei genetrix".
É difícil falar a respeito. A questão de Maria me parece uma questão teológica
central dentro do cristianismo, seja
de fonte ortodoxa ou não. A adaptação de Lucas (1:39-49, 56) é direta. E como
não afirmar a força poética dessas Saudações?
Afinal, não são as mulheres, ambas grávidas, dignificando(-se) uma à outra? A
criança pula no ventre da mãe, enquanto a exultada Isabel dirige-se à Maria:
"Abençoada és tu entre as mulheres...!"

223
Богородице Дево, радуйся,
Благодатная Марие, Господь с Тобою,
Благословенна Ты в женах
и благословен плод чрева Твоего,
яко Спаса родила еси душ наших

Bogoroditse Devo, raduysya,


Blagodatnaya Mariye, Gospod' s Toboyu,
Blagoslovenna Ty v zhenakh
i blagosloven plod chreva Tvoyego,
yako Spasa rodila yesi dush nashikh

O compositor S.Yasenevich (С. Ясеневич) se eu translitero corretamente é uma


figura completamente obscura para mim.
Entretanto, assustadora é a luminosidade de sua versão da "Bogoroditse Devo,
raduysya!" Embora o compositor faça a resolução melódica ao estilo medieval
tradicional, as dissonâncias majestosas do coro um pouco antes do final da
canção-oração são dignas de um mestre, porque são aplicadas no ápice glória! Não é
possível sons mais apropriados do que esses, comparáveis (guardadas as
desproporções, aos sons do "A Love Supreme" de John Coltrane. (sim, eu sei, muitos
não entenderão...) Basta que a todos eu simplesmente diga:

Boa Audição! Renato Araújo

224
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=UEW82WM1DbU
Publicado em 24 de Ago. de 2017

"Abençoa a Minha Alma" - Vepers, S Rachmaninoff


Coro de Câmera de Kiev

O Coro de Câmera de Kiev, na Ucrânia canta Serguei Rachmaninoff "Abençoa,


Deus, a Minha Alma". Do álbum "Prase The Lord - Russian Sacred Music of 19-20
Centuries", que pode ser comprado em www.origenmusic.com
Fundado em 1990, a formação do Coro de Câmara de Kiev variou ao longo dos
anos, mas desde sempre é um do mais importantes coros da Ucrânia.
Com cerca de 20 cantores, eles foram premiados internacionalmente diversas
vezes conseguindo, por exemplo, o Diploma de Ouro na "Primeira Competição em
Robert Schummann" em Zwikkau, na Alemanha (1992);
conquistaram o Primeiro Prêmio no 12o Festival International de Música de
Igreja em Hajn?wka, na Polônia (1993) e receberam no mesmo ano o Grande Prêmio
no 6o. Festival Internacional de Coral em Sligo, na Irlanda;
Além disso, receberam o segundo lugar no Langolen Internationale Musical
Eisteddfod, no País de Gales (1994).

Boa Audição! Renato Araújo

225
Blagoslovi, dushe moya, Gospoda,

Blagoslovi, dushe moya, Gospoda,


Blagosloven yesi, Gospodi
Blagoslovi, dushe moya, Gospoda
i vsya vnutrennyaya moya, Imya svyatoye Yego.
Blagoslovi, dushe moya, Gospoda
i ne zabyvay vsekh vozdayaniy Yego:
ochishchayushchago vsya bezzakoniya tvoya,
istselyayushchago vsya nedugi tvoya,
izbavlyayushchago ot istleniya zhivot tvoy,
venchayushchago tya milostiyu i shchedrotami,
ispolnyayushchago vo blagikh zhelaniye tvoye:
obnovitsya yako orlya yunost' tvoya.
Shchedr i milostiv, Gospod'.
Dolgoterpeliv i mnogomilostiv.
Blagoslovi, dushe moya, Gospoda
i vsya vnutrennyaya moya Imya svyatoye Yego.
Blagosloven yesi Gospodi?
Slava

Slava Ottsu i Synu i Svyatomu Dukhu.

I nyne i prisno i vo veki vekov

Благослови, душе моя, Господа,

Благослови, душе моя, Господа,


Благословен еси, Господи
Благослови, душе моя, Господа
и вся внутренняя моя, Имя святое Его.
Благослови, душе моя, Господа
и не забывай всех воздаяний Его:

226
очищающаго вся беззакония твоя,
исцеляющаго вся недуги твоя,
избавляющаго от истления живот твой,
венчающаго тя милостию и щедротами,
исполняющаго во благих желание твое:
обновится яко орля юность твоя.
Щедр и милостив, Господь.
Долготерпелив и многомилостив.
Благослови, душе моя, Господа
и вся внутренняя моя Имя святое Его.
Благословен еси Господи.

Abençôe a minha alma, Senhor

Abençoe, minha alma, Senhor


E tudo o que está dentro de mim, o seu santo nome.
Abençoe, minha alma, Senhor
E não esqueça todas as suas recompensas:
Purifique toda a sua iniqüidade,
Cure todas as suas doenças,
Liberando sua barriga da profanação,
Coroando com misericórdia e generosidade,
Eu farei o que é bom para o seu bem:
Será renovado como uma águia de sua juventude.
Generoso e gracioso, Senhor.
Longsuffering e gracioso.
Abençoe, minha alma, Senhor
E todo o meu nome interior é o Seu santo.
Bem-aventurado o Senhor

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=FfpkAjWan_c
Publicado em 08 de Set. de 2017

Não Me Rejeites Na Minha Velhice - Pavel Chesnokov

Trecho inicial da canção: "Não me rejeites na minha velhice" interpretada por


"The Orthodox Singers" Coro masculino Ortodoxo de Moscou. Maestro e Corista
Principal: Georgiy Smirnov.
Esse baixo profundo cantado seja em canções folclóricas e sacras da cultura
russa tem seu timbre muito claro e puro e integra uma das melhores vozes do
cancioneiro popular sediado em Moscou.
O Coro Masculino Ortodoxo dos Cantores, dirigido por Georgiy Smirnov foi
fundado em 1992 com uma seleção de alguns dos melhores cantores das igrejas e
mosteiros de Moscou
George Smirnov (nascido em 1960) é um maestro de coro profissional e
precentor. Formou-se com o grau de honra de primeira classe na Faculdade Estatal de
Gondsins, em 1980 e estudou ainda no Conservatório Estadual de Moscou ,
formando-se em 1985, com uma pesquisa sobre a "história do ciclo coral na liturgia
ortodoxa".
Ele também estudou história do canto eclesiástico russo e publicou uma série rara
de coleções de música da igreja ortodoxa russa. Em 1989, G. Smirnov editou e

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produziu a Vigília de Rachmaninovs ("All-Night"), trabalhando como editor,
retomando esse trabalho nessa época, em que já havia 70 anos que não se tinha
publicado.

https://www.amazon.com/Profondo-Russia-Popular-Sacred-Russian/dp/B004KK
YCPK

O maravilhoso Павел Григорьевич Чесноков (Pavel Grigorievich Chesnokov -


1877-1944) ou simplesmente "Tschesnokoff" foi um maetro de coral e compositor da
Rússia Imperial e Soviética. Ele compôs mais de quinhentas obras de coro, mais de
quatrocentas das quais são músicas sacras, sendo forçado a compor peças não sacras
na era soviética. Ele é também o compositor da belíssima peça Спасение соделал "A
Salvação é Criada" (1912).
https://www.youtube.com/watch?v=GJSbw8Ea2Os
Boa Audição
Renato Araújo

ps.: com imagens do inverno russo e uma imagem com a belíssima Keira
Knightley e Hans Matheson, do filme de Boris Pasternak "Dr. Zhivago" (versão de
2002).

Ne otverzhi mene - Pavel Chesnokov

Ne otverzhi mene vo vremya starosti,


Vnegda oskudevati kreposti moyey,
ne ostavi mene.
Não me rejeites na minha velhice quando se esvairem
as minhas forças...Se esvairem...

Não me rejeites quando for a hora,


Não te esqueças de mim...

229
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=qGBk1Ci44JA
Publicado em 08 de Set. de 2017

Hino Penitencial - Canção Popular Russa - A. Kotov.

Coro de Crianças e Jovens "Sophia" - com Olga Roussakova. o grupo «Sophia» -


Coro da Crianças e Jovens foi fundado como coro de igreja por sua atual diretora, a
Sra. Olga Roussakova. O Coro apresenta um programa de música sacra ortodoxa
russa incluindo em seu repertório compositores contemporâneos e já estabelecidos
pela tradição.
Composto com mais de 100 crianças nas idades entre 6 e 18 anos, elas
participam dos programas do coro; dentre outras atividades frequentam aulas de russo
antigo, canto coral e litúrgico, prática das canções folclóricas sacras e de música de
concertos. O Coro de Crianças e Jovens participou de inúmeros festivais nacionais e
internacionais na Rússia, na Ásia e na Europa.

Boa Audição! Renato Araújo

230
Música Ortodoxa Russa

Hino Penitencial "por Coro de Crianças e Jovens" Sophia ", Coro de Crianças e
Jovens" Sophia "e Olga Roussakova

0:16
rus: Dushá (alma) moyá (minha) pregréshnaya (mais pecaminosa), chto ne (por
que não) plácheshsya (chorar) ?!
sentido: minha alma mais pecaminosa, por que tu não choras ?!

rus: Ti (você) plach (chora), dushá (alma), ridái (chora) vsegdá (sempre).
sentido: Grite, minha alma, chore sempre!

rus: Tem (através deste) utéshishsya (tu serás consolada).


sentido: através deste [do choro] o consolo irá chegar até ti.

1:09
rus: Ne (não) uspéesh (terás tempo) ti (tu) togdá (então) plákati (chorar)
sentido: tu não terás tempo para chorar

rus: Kogdá (então) preeídet (virá) smert '(morte).


sentido: Então virá a morte.

rus: A (e) po (pela) smérty (morte) grehý (pecados) tvoéé (tua) oblichát
(exposição) tebyá (de ti).
sentido: após a morte, teus pecados serão expostos.

1:58
rus: Pele (jogue fora) odézhdu (roupas) ti (tu) grehóvnuyu (pecador) v (em)
pokayániee (arrependimento) ..
sentido: derramar a roupa pecaminosa em virtude do arrependimento.

rus: A (e) ne (não) skéénesh (lance) ti (tu) grehéé (pecados) svoyá (teu),
sentido: E se você não jogares fora os teus pecados,

231
rus: Togdá (então) ááda (inferno) ne (not) méénesh (evitar).
sentido: então tu não vais evitar o inferno.

2:50
rus: Stradálicy (sofredores) vencí (coroas) nosa (desgaste) na (sobre) glaváh
(cabeças) svoíh (suas).
sentido: os sofredores usam as coroas de vencedor em suas cabeças.

rus: Oni (eles) pesn (canção) poýút (sing) arhángelskuyu (arcanjos):


sentido: eles cantam a música dos arcanjos:

Aleluia, Aleluia, Aleluia

Dushá moyá pregréshnaya, chto ne plácheshsya ?! Ti plach , dushá , ridái vsegdá .


Tem utéshishsya. Ne uspéesh ti togdá plákati, Kogdá preeídetsmert'. A po smérty
grehý tvoéé oblichát tebyá. Skin odézhdu ti grehóvnuyu v pokayániee... A ne
skéénesh ti grehéé svoyá, Togdá ááda ne méénesh. Then you won't avoid hell.
Stradálicy vencí nósyat na glaváh svoíh. Oni pesn poýút arhángelskuyu: Hallelujah,
Hallelujah, Hallelujah

232
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=w4gdlPU0oo8
Publicado em 09 de Set. de 2017

Tua Cruz que Adoramos - Jvarsa Shensa - Canto Georgiano por: Sretenyie

Como já apresentei algumas vezes neste canal do youtube


(Raise Plow - Área de Alagamento), o conjunto da igreja antiga Sretenyie (que
significa "candelária" - e cujo nome antigo era "Cantores do Templo dos Três Santos")
originou-se em 1990, inicialmente com dois alunos e um já formado pelo Instituto de
Artes de Kharkov, na Ucrânia.
O líder do conjunto é o regente de coro da Igreja Ortodoxa Igor Leonidovich
Sakhno. Ele é um conhecido pesquisador de música de câmara antiga em seu país.
Sob a direção de Igor Sakhno, o conjunto foi laureado pelo Festival Internacional
Sacro de Canto, além de serem, por duas vezes, vencedores do Grande Prêmio nos
festivais de toda Ucrânia - "Glas Pechersky" (em Kiev, respectivamente 1999, 2000).
O conjunto participa regularmente também do Festival de Música Medieval Le
Toron.

233
Foi bem difícil traduzir essa bela canção em georgiano. Mas não deve ser a toa
que ela é cantada quando, a meio caminho da páscoa, ocorre um lembrete
reconfortante: depois de todos os esforços da Quaresma, a páscoa se aproxima!
Não entendo nada de georgiano (a minha dificuldade foi imensa, portanto). Mas,
como Tchaikowsky, Rimsky-Korsakov, Tolstói, Kropotkin, Pushkin, Tchekov etc.
me forçam a estudar o Russo, eu sei que lá, "Adoramos a Tua Cruz" se diz "Krestu
Tvoyemu",
como em:
"Кресту Твоему поклоняемся, Владыко, и святое Воскресение Твое славим"
"Krestu Tvoyemu poklonyayemsya, Vladyko, i svyatoye Voskreseniye Tvoye
slavim"
("Nós adoramos a tua cruz e a tua santa ressurreição"

Mas isso não tinha muito a ver com a tradução literal თქ ვ ე ნ ი ჯ ვ ა რ ი

(t’k’veni jvari), então voltei à estaca zero...Quando eu desisti de traduzir essa canção,
já pensando em entrar em contato com algum Georgiano para solver esse mistério...
eis que fazendo uma pesquisa em russo consegui encontrar o Coro folclórico Rustavi
e sua límpida dicção:
https://www.youtube.com/watch?v=HryjTBN9WBU

E tudo ficou claro como o dia!

Tua Cruz, Adoramos.


Nós, ó Bispo,
e a Tua sagrada Páscoa.
A Ti, glorificamos e louvamos!

Tua Cruz (ჯ ვ ა რ ს ა შ ე ნ ს ა ) Adoramos (თ ა ყ ვ ა ნ ი ს ) Nós (ვ ც ე მ თ ),ó

Bispo (მ ე უ ფ ე ო ) e (დ ) Tua sagrada (წ მ ი ნ დ ა ს ა ), Páscoa (ა ღ დ გ ო მ ა ს ა ), a Ti


(შ ე ნ ს ა ) glorificamos (ვ უ გ ა ლ ო ბ თ ) e (დ ა ) louvamos. (ვ ა დ ი დ ე ბ თ ).

Boa Audição! Renato Araújo

234
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=UDtU5XSw0IQ
Publicado em 10 de Set. de 2017

Da Tua Ceia Mística - Alexey Lvov - por: Akrhangelsky Glas

O compositor e maestro russo Alexey Lvov (1798-1870) foi mestre de capela em


São Petersburgo de 1826 a 1836 e foi responsável por pelo menos dois grandes feitos:
a) Lvov codificou o estilo musical tradicional litúrgico russo "Obikhod" ,
utilizado ainda hoje como repertório padrão na maioria das igrejas ortodoxas de
tradição russa no mundo
inteiro.b) é dele também o hino nacional Imperial "Боже, Царя храни" (Deus
Salve o Tzar).
Além de peças religiosas, Lvov escreveu, a partir de uma ideia musical de
Meyebeer, uma "Fantasia Dramática" para violino e violoncelo, mas compôs também
um Concerto para violino e orquestra, duas Óperas e duas Operetas, além de 24
Caprichos e um método de violino, entre outras composições.
Ao mencionar na liturgia os acontecimentos posteriores à Santa Ceia e a traição
de Judas, o poeta ora:

235
Вечери Твоея тайныя днесь, Сыне Божий, причастника мя приими:
не бо врагом Твоим тайну повем,
ни лобзания Ти дам, яко Иуда,
но яко разбойник исповедаю Тя:
помяни мя, Господи, во царствии Твоем.

Vecheri Tvoyeya taynyya dnes', Syne Bozhiy, prichastnika mya priimi:


ne bo vragom Tvoim taynu povem,
ni lobzaniya Ti dam, yako Iuda,
no yako razboynik ispovedayu Tya:
pomyani mya, Gospodi, vo tsarstvii Tvoyem.

"Da tua ceia mística, filho de Deus, deixa-me hoje participar!


Nem a Teus inimigos os Teus mistérios irei revelar...
Nem com um beijo, como Judas, Te entregar.
Mas como um ladrão, confesso-Te:
Lembra-Te de mim, Senhor, em Teu reino!"

O Coro "Arkhangelsky Glas" ("A Voz dos Arcanjos") sob a regência da


maestrina Lyudmila Arshavskaya, executa com perfeição a peça de Lvov, incluindo
um arranjo que mantém a simplicidade da codificação
original, mas que inclui alguns elementos rítmicos que dão um colorido sem o
qual a peça perderia muito.

Peço-lhes desculpas pelos erros eventuais na transliteração do cirilico. Em alguns


momentos decidi incluir algumas ênfases em vocalimos para manter a tensão musical.
Espero que gostem e,
Boa Audição! Renato Araújo

236
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=3S0dY8tFN90
Publicado em 10 de Set. de 2017

Que Jah Seja Louvado - Alliluia - Sretenyie

Sem dúvida esse é o canto da Georgia que eu mas gosto. Não há o que traduzir
neste vídeo. Bastaria apenas citar o que todos já sabem, o termo "aleluia" vem do
hebraico e tem como raiz os termos Halel [‫]הלל‬,"elegia", "louvor" e Jah [‫(]יָהּ‬de Iavé
ou Javé no português) é a primeira parte do tetragrama do nome do Deus judaico
YHWH, Yahweh.

Resumindo, na Jamaica, Aleluia significa: "Louvado seja Jah".

Nos Salmos, de acordo com a versão King James da Bíblia ele é chamado JAH
(com letras capitais, uma vez)

"Cante a Deus, cante louvores ao Seu nome: exalte O que anda sobre os céus pelo
Seu nome JAH, e alegra-te diante Dele "
(Salmo 68: 4).

237
São múltiplos os outros significados que cada um de nós podemos dar a esse
termo milenar. Mas quando eu era criança, tendo nascido em uma casa de cultura
budista, "aleluia" significava simplesmente, quando nos dias de festas, os adultos
juntavam um punhado de balas e doces nas mãos e os jogavam pra cima gritando
"Aleluuuiaaa!!!" , para delírio das crianças! Ainda hoje, eu entendo aleluia desta
mesma forma: uma interjeição para uma alegria absoluta!
Mas, para também lembrar dos mortos das ilhas paradisíacas do Caribe na
semana passada por causa do furacão Irma (setembro/2017), envio agora as minhas
condolências a todos os da tribo de Jah.

Boa Audição! Renato Araújo

238
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=kENR_r9uNe8
Publicado em 14 de Set. de 2017

A Tua Ressurreição - Monges e Coro do Mosteiro Pechersk Lavra de Kiev

"A Tua Ressurreição", é executada pelo belíssimo coro de seis vozes, por monges
do mosteiro Pechersk Lavra de Kiev, Ucrânia.
Esse poema matinal suplica pela permissão de ser cantado.
Versões em Russo (cirilico e transliteração românica), inglês, espanhol e
português, o qual eu me responsabilizo
em particular, propondo pequenas modificações na sintaxe, para o treinamento
dos aprendizes de Russo, como eu.

Воскресение Твое, Христе Спасе,


Ангели поют на небесех,
и нас на земли сподоби чистым сердцем Тебе славити!

Voskreseniye Tvoye, Khriste Spase,


Angeli poyut na nebesekh,
i nas na zemli spodobi chistym serdtsem Tebe slaviti!

239
Angels in the Heavens, O Christ our Savior,
praise Thy Resurrection with hymns; deem us also
who are on earth worthy to glorify Thee with a pure heart!

Ángeles en los cielos, oh Cristo nuestro Salvador,


alaba tu resurrección con himnos; nos consideran también
que están en la tierra dignos de glorificarte con un corazón puro!

Anjos nos Céus, Ó Crito Salvador


Louvam a Tua Ressureição com hinos; Permita-nos também
aqui na terra, Glorificá-Lo com um puro coração...

Boa Audição! Renato Araújo

240
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=Imu9aBwJRdo
Publicado em 15 de Set. de 2017

Salmo 146 e Tu, Ó Filho Unigenito - Por: Sreteniye

Salmo 145 e Filho Unigênito - Sreteniye

"Ó minh´alma, louva o Senhor" (Salmo 146). Um dos hinos antífonos na Liturgia
da Igreja Ortodoxa. Cantado pelo coro Sreteniye "Candelária".

слава отцу, сыну и святому духу

Хвали, душе моя, Господа, восхвалю Господа в животе моем.


Пою Богу моему, дондеже есмь.
Не надейтеся на князи, на сыны человеческия, в нихже несть спасения.
Изыдет дух его и возвратится в землю свою,
в той день погибнут вся помышления Его.
Блажен, емуже Бог Иаковль помощник его, упование его на Господа Бога
своего,
сотворшаго Небо и землю, море и вся, яже в них, хранящаго истину в век,
творящаго суд обидимым, дающаго пищу алчущим.

241
Господь решит окованныя, Господь умудряет слепцы,

Господь возводит низверженныя, Господь любит праведники, Господь


хранит пришельцы,
сира и вдову приимет и путь грешных погубит.
Воцарится Господь во век, Бог Твой, Сионе, в род и род.
ныне и присно и во веки веков

Единородный Сыне и Слове Божий, Безсмертен Сый /


и изволивый спасения нашего ради /
воплотитися от Святыя Богородицы и Приснодевы Марии, /
непреложно вочеловечивыйся, /
распныйся же, Христе Боже, / смертию смерть поправый, /
Един Сый Святыя Троицы, /
спрославляемый Отцу и Святому Духу, /
спаси нас.

slava ottsu, synu i svyatomu dukhu

Khvali, dushe moya, Gospoda, voskhvalyu Gospoda v zhivote moyem.


Poyu Bogu moyemu, dondezhe yesm'.
Ne nadeytesya na knyazi, na syny chelovecheskiya, v nikhzhe nest' spaseniya.
Izydet dukh yego i vozvratitsya v zemlyu svoyu,
v toy den' pogibnut vsya pomyshleniya Yego.
Blazhen, yemuzhe Bog Iakovl' pomoshchnik yego, upovaniye yego na Gospoda
Boga svoyego,
sotvorshago Nebo i zemlyu, more i vsya, yazhe v nikh, khranyashchago istinu v
vek, tvoryashchago sud obidimym, dayushchago pishchu alchushchim.

Gospod' reshit okovannyya, Gospod' umudryayet sleptsy,

242
Gospod' vozvodit nizverzhennyya, Gospod' lyubit pravedniki, Gospod' khranit
prishel'tsy,
sira i vdovu priimet i put' greshnykh pogubit.
Votsaritsya Gospod' vo vek, Bog Tvoy, Sione, v rod i rod.
nyne i prisno i vo veki vekov

Yedinorodnyy Syne i Slove Bozhiy, Bezsmerten Syy /


i izvolivyy spaseniya nashego radi /
voplotitisya ot Svyatyya Bogoroditsy i Prisnodevy Marii, /
neprelozhno vochelovechivyysya, /
raspnyysya zhe, Khriste Bozhe, /
smertiyu smert' popravyy, /
Yedin Syy Svyatyya Troitsy, /
sproslavlyayemyy Ottsu i Svyatomu Dukhu, /
spasi nas.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo

Louva, ó minha alma, ao Senhor, louvarei o Senhor enquanto existir.


Eu canto para o meu Deus, aquele que É.
Não confie nos príncipes, são filhos dos homens, neles não há salvação.
Quando se lhes for o espírito, retornarão ao pó,
naquele dia todos os seus pensamentos perecerão.
Bendito seja o Deus de Jacó, o que deposita a sua confiança no Senhor seu Deus,
Fez os céus e a terra, o mar, e tudo o que neles contém, guardando a sua palavra
eternamente, traz justiça aos oprimidos, dando comida aos famintos.

O Senhor livra os cativos, o Senhor abre os olhos do cego,


O Senhor eleva os abatidos, o Senhor ama os justos, o Senhor protege os
peregrinos,
Ampara o órfão e a viúva, mas arruina o caminho dos pecadores.
O Senhor reinará no mundo, seu Deus, Sion, por todas as gerações.
agora e sempre e pelos séculos e séculos

243
Filho unigênito e Palavra do Deus Immortal /
e aquele que voluntraiamente para a nossa salvação
encarnou na Santíssima Virgem de Deus e para sempre Virgem Maria/
Quem sem mudança fez-se homem, /
E foi crucificado, ó cristo meu Deus, / Pisoteando a morte pela morte, /
Há uma Santíssima Trindade, /
Glorificado pelo Pai e pelo Espírito Santo,
salve-nos.

Boa Audição! Renato Araújo

244
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=LE5BYGSH9xY
Publicado em 16 de Set. de 2017

Of Thy Mystical Supper - A. Lvov - Coro de Câmara de Kiev

Da Tua Ceia Mística - Alexey Lvov -

Cantado pelo maravilhoso Coro de Câmara de Kiev, essa versão do - Вечери


Твоея тайныя - (Thy Mistical Supper, "Da Tua Ceia Mística") de Alexey Lvov é a 4a.
faixa do CD Anthology Of Sacred Choral Music -
http://www.origenmusic.com/sacred-choral-music-1.html ); a versão dessa peça, no
repertório do Coro de Câmara de Kiev impressiona, igualmente, tanto pela capacidade
rítmica, quanto pela originalidade da dinâmica desse que constitui, a meu ver, o
melhor arranjo jamais criado para essa peça.
"Da tua Ceia Mística" faz parte do corpus de trabalho do compositor Alexey
Lvov (1798-1870) que foi mestre de capela em São Petersburgo de 1826 a 1836 e foi
ainda responsável por pelo menos dois grandes feitos:
a) Lvov codificou o estilo musical tradicional litúrgico russo "Obikhod" ,
utilizado ainda hoje como repertório padrão na maioria das igrejas ortodoxas de
tradição russa no mundo

245
inteiro.b) é dele também o hino nacional Imperial ("Deus Salve o Tzar"). Além de
peças religiosas, Lvov escreveu, a partir de uma ideia musical de Meyebeer, uma
"Fantasia Dramática" para violino e violoncelo, um Concerto para violino e orquestra,
duas Operetas e duas Óperas, além de 24 Caprichos e um método de violino, entre
outras composições.
Ao mencionar na liturgia os acontecimentos posteriores à Santa Ceia e a traição
de Judas, o poeta ora:

Vecheri Tvoyeya taynyya dnes', Syne Bozhiy, prichastnika mya priimi:


ne bo vragom Tvoim taynu povem,
ni lobzaniya Ti dam, yako Iuda,
no yako razboynik ispovedayu Tya:
pomyani mya, Gospodi, vo tsarstvii Tvoyem.

Da tua ceia mística, filho de Deus, deixa-me hoje participar!


Nem a Teus inimigos os Teus mistérios irei revelar...
Nem com um beijo, como Judas, Te entregar.
Mas como um ladrão, confesso Te:
Lembra-Te de mim, Senhor, em Teu reino!

Outra versão da mesma peça, desta vez com acompanhamento em partitura e com
uma transliteração do cirílico efetuada por mim mesmo, e cantada pelo Coro
"Arkhangelsky Glas" pode ser encontrada aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=UDtU5XSw0IQ

Boa Audição! Renato Araújo

246
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=ASCbNebltlM
Publicado em 16 de Set. de 2017

Miserere - Gregorio Allegri - Choir of Clare College

The Choir of Claire College, Cambridge (maestro Timothy Brown)

"Tende misericórdia de mim, Deus" (de forma reduzida "miserere") trata-se do


Salmo 51 (50, na Septuaginta), imortalizado na década de 1630 na pena do
compositor e clérigo católico italiano Gregorio Allegri (1582-1652), tornando-se a
sua principal composição. Ele foi maestro di capella em Roma e, com a ajuda do Papa
Urbano VIII,
Alegri conseguiu fazer parte como contralto do coro da Capela Sistina por 23
anos até sua morte.
O "Choir of Clare College" (contando hoje entre 25 a 30 cantores) foi fundação
em 1971 e desde então acompanha os serviços religiosos na capela da Faculdade de
Clare, na Universidade de Cambridge, Inglaterra. O maestro Timothy Brown, que
dirigiu o coro por 31 anos demarcou bastante do profissionalismo que apresenta o
coral de jovens universitários.

247
Atualmente o diretor de música do coro é Graham Ross. Com alguma
regularidade é possível acompanhar apresentações ao vivo dos serviços religiosos.

http://www.clarecollegechoir.com/

Por fim, quanto à minha presente tradução teste, peço perdão aos professores de
latim, especialmente o meu antigo professor de Filologia Românica, Bruno Basseto,
espero que não imaginem que me voltei de costas ao estudo do latim e à beleza da
língua de Ovídio, Cícero, Lucrécio e Sêneca. Tenho consciência plena dos meus
pecados na sintaxe, desavenças na morfologia e verdadeiras invenções contidas, tudo
em função de uma tradução aportuguesada para facilitar aos iniciantes do estudo da
língua latina, por um lado, e anarquizando imperdoavelmente, por outro, quase todo
nominativo, dativo, genitivo aparecidos, que assim possibilitaram dar alguma vazão à
minha transcriação.

Boa Audição
Renato Araújo

Miserere Mei, Deus

Miserere mei, Deus: secundum magnam misericordiam tuam.


Et secundum multitudinem miserationum tuarum, dele iniquitatem meam.
Amplius lava me ab iniquitate mea: et a peccato meo munda me.
Quoniam iniquitatem meam ego cognosco:
et peccatum meum contra me est semper.
Tibi soli peccavi, et malum coram te feci:
ut justificeris in sermonibus tuis, et vincas cum judicaris.
Ecce enim in iniquitatibus conceptus sum:
et in peccatis concepit me mater mea.
Ecce enim veritatem dilexisti:
incerta et occulta sapientiae tuae manifestasti mihi.
Asperges me hysopo, et mundabor:
lavabis me, et super nivem dealbabor.
Auditui meo dabis gaudium et laetitiam:

248
et exsultabunt ossa humiliata.
Averte faciem tuam a peccatis meis:
et omnes iniquitates meas dele.
Cor mundum crea in me, Deus:
et spiritum rectum innova in visceribus meis.
Ne proiicias me a facie tua:
et spiritum sanctum tuum ne auferas a me.
Redde mihi laetitiam salutaris tui:
et spiritu principali confirma me.
Docebo iniquos vias tuas:
et impii ad te convertentur.
Libera me de sanguinibus, Deus, Deus salutis meae:
et exsultabit lingua mea justitiam tuam.
Domine, labia mea aperies:
et os meum annuntiabit laudem tuam.
Quoniam si voluisses sacrificium, dedissem utique:
holocaustis non delectaberis.
Sacrificium Deo spiritus contribulatus:
cor contritum, et humiliatum, Deus, non despicies.
Benigne fac, Domine, in bona voluntate tua Sion:
ut aedificentur muri Ierusalem.
Tunc acceptabis sacrificium justitiae, oblationes, et holocausta:
tunc imponent super altare tuum vitulos.

Tende misericórdia de mim, Deus

ó Deus,
pela grandiosa...
piedade...
Tua!
E pela imensidão de Vossa piedade......apaga as iniquidades minhas
Lava-me totalmente das iniquidades...
minhas...
E dos pecados meus...

249
purifica-me.
Pois reconheço as iniquidades minhas
e os pecados meus diante de mim sempre estão.
Contra Ti somente pequei...
O que é mau a Teus olhos eu fiz.,Justo é Teu sermão...
e reto o vosso julgamento.
Eis que eu nasci na iniquidade,
e em pecado fui concebido por minha mãe...
Eis que amas a verdade em meu íntimo ser,
E os mistérios que ensinas são sabedorias manifestadas...
...em mim.
Purifica meu pecado com hissope e ficarei puro,{\i0}
lava-me, e ficarei mais níveo que a neve.
Faze-me ouvir uma palavra de gozo e alegria,
E exultem os ossos...
,que triturastes...
Esconda de Tua face os pecados meus......e todas as iniquidades minha dissipa.
Um coração puro cria em mim...
ó, Deus!
E um espírito reto em meu peito renova...
a mim....
não lances para longe de tua face...O Teu espírito santo não retires de mim.
Restitua-me a alegria da salvação que é
Tua.
E que um espírito generoso me sustente.
Mostrarei aos maus os Teus caminhos...
para que os ímpios voltem a Ti.
Livra-me do sangue, ó Deus, meu Deus Salvador...
E exultará minha língua a justiça....
Tua...
Ó, senhor, abra meus lábios...
e minha língua anunciará a Tua justiça.
Pois Tu não queres sacrifício...
por certo.

250
E um holocausto não te agrada.
Sacrifício a Deus é o espírito contrito.
Um coração contrito e triturado, ó Deus, tu não desprezas.
Faze o bem, Senhor, pela boa vontade Tua...,
a Sion.
reedifica as muralhas de...
Jerusalém.
Então, aceitarás dos sacrifício de justiça
ofertas e holocaustos
E no altar se oferecerão...
novilhos a Ti.

251
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=iY78RGHCKKc
Publicado em 18 de Set. de 2017

"O Anjo Exclamou" e "Cristo Ressuscitou" - Coro Capela de S Petersburgo

Duas canções pascoais ornamentadas por belíssimas imagens da arquitetura sacra


ortodoxa. As canções em russo seriam:

Ангел вопияше
и
Христос Воскресе!

"O Anjo Exclamou"


e
"Cristo Ressuscitou"

Músicas de Pavel Chesnokov (1877-1944) cantadas aqui pelo Coro de Capela


do Estado de São Petersburgo.

Ангел вопияше Благодатней: Чистая Дево, радуйся! И паки реку: радуйся!

252
Твой Сын воскресе тридневен от гроба, и мертвыя воздвигнувый: людие,
веселитеся. Светися, светися, новый Иерусалиме:
слава бо Господня на тебе возсия. Ликуй ныне и веселися, Сионе.
Ты же, Чистая, красуйся, Богородице, о востании Рождества Твоего.

Читать дальше: П. Г. Чесноков - Ангел вопияше - Текст Песни

Angel vopiyashe Blagodatney: Chistaya Devo, raduysya! I paki reku: raduysya!


Tvoy Syn voskrese tridneven ot groba, i mertvyya vozdvignuvyy: lyudiye,
veselitesya. Svetisya, svetisya, novyy Iyerusalime:
slava bo Gospodnya na tebe vozsiya. Likuy nyne i veselisya, Sione.
Ty zhe, Chistaya, krasuysya, Bogoroditse, o vostanii Rozhdestva Tvoyego.

Um Anjo exclamou: Ó Virgem pura, rejubila-te! Cheia de graça: rejubila-te!


Teu filho levantou-se da tumba ao terceiro dia, e ergueu-se dos mortos:
Povos, exultai-vos!
Brilha, brilha, ó nova Jerusalém, porque a glória de Deus mergulhou sobre ti.
Cante agora e alegra-te, ó Zion. Ó pura, Theotokos,Rejubila-te na Ressurreição
do teu Filho
Boa audição! Renato Araújo

253
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=nm7pd-aXuP4
Publicado em 18 de Set. de 2017

Agnus Dei - Samuel Barber - Coro New College Oxford


Samuel Osborne Barber (1910-1981), tinha trinta e cinco anos quando compôs
esse "Adagio for Strings". A base em latim faz parte dos ritos litúrgicos em igrejas
cristãs desde o início da idade média.

Agnus Dei
Qui tollis peccata mundi
Miserere nobis,
Miserere nobis

Agnus Dei
Qui tollis peccata mundi
Miserere nobis,
Miserere nobis

Agnus Dei
Qui tollis peccata mundi
Dona nobis pacem

254
Dona nobis pacem
Pacem...

Cordeiro de Deus
Que tira os pecados do mundo
Tende piedade de nós
Tende piedade de nós
cordeiro de Deus
Que tira os pecados do mundo
Tende piedade de nós
Tende piedade de nós

Cordeiro de Deus
Ele tira os pecados do mundo
Dê-nos a paz
Dê-nos a paz
Paz ...

Boa Audição
Renato Araújo

255
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=IuWoUfLOUy8
Publicado em 19 de Set. de 2017

O Cordeiro - Coro Tenebrae (com partitura) - John Tavener

Como é sabido, o termo "Cordeiro" é um dos epítetos de Jesus Cristo que foi
chamado, em João 1:29, "Cordeiro de Deus".

O compositor britânico John Tavener foi um bem sucedido artista com inúmeras
obras sacras de peso. Em 1968, com apenas 24 anos, na première de sua Cantata "The
Whale" ("A Baleia"),
ele foi indicado pelo jornal "The Guardian "como "a descoberta do ano". A
cantata era baseada na estória bíblica de Jonatas e a Baleia. A sonoridade dramática
desta e de muitas obras de Tavener
inclui inúmeros recursos dissonantes, alguns dos quais talvez considerados em
"demasia" para motivos musicais religiosos, já que, para os conservadores, o antigo
"diabulos in musica", sempre os espreitou! Mas o uso dessa mesma dissonância por
Tavener, vista como originalidade, ao contrário, deve tê-lo ajudado a ser incluído
entre os principais compositores de sua geração. Afinal, ele é da mesma geração de
Mick Jaegger e Jim Morrison!!!

256
Assim, quando aqueles velhos do "the Guardian" viram aquele jovem promissor
estava fazendo "loucuras" muito criativas, ficou muito claro que estava nascendo uma
nova geração de compositores eruditos sacros que pudessem fazer frente ao
magníficoe de dissonancias bem adequadamente tolidas como Arvo Pärt (1935),
que já era um "velho" de 33 anos em 1968.

Bem, eu acho que William Blake, autor do poema dessa peça, dispensa
apresentações. Esse é um dos poemas das "Canções da Inocência" (1776) que podem
ser lidos em suas obras completas:
ERDMAN, D.E.(Ed.)The Complete Poetry and Prose of William Blake, Anchor
Books, 1988. Bom, quem sou eu para traduzir William Blake, não é? Eu sequer já fiz
algum curso de inglês em toda minha vida
embora, posso dizer hoje que essa é a minha segunda língua! Mas tudo que fiz
aqui nessa minha tosca tradução (inglês/Português) foi seguir a tensão das Stanzas e
manter um pouquinho da métrica (eu a modificaria isso tudo na partitura, mas decidi
não fazê-lo, como vocês confirmarão. Eu mantive sem tradução a parte final - com a
partitura -, para acompanhamento apenas no inglês).
Outra questão ruim é que, nfelizmente, a língua portuguesa não nos permite
apreciar melhor a sequência
AA BB CC DD AA AA EF GG FE AA da rima de Blake. Mas espero ter
podido deixar clara a contraposição entre os versos. As duas stanzas se
complementam, a primeira como pergunta, a outra como resposta. Enquanto na
primeira o poeta pergunta ao cordeiro se ele sabe quem o criou, na segunda, o próprio
poeta exulta: Eu to direi, cordeiro! Ele tem o teu nome!.

Boa Audição! Renato Araújo

"The Lamb" (William Blake)

Little Lamb, who made thee?


Dost thou know who made thee?
Gave thee life, and bid thee feed
By the stream and o'er the mead;
Gave thee clothing of delight,

257
Softest clothing, woolly, bright;
Gave thee such a tender voice,
Making all the vales rejoice?

Little Lamb, who made thee?


Dost thou know who made thee?
Little Lamb, I'll tell thee,
Little Lamb, I'll tell thee;
He is called by thy name. For he calls himself a Lamb.
He is meek, and he is mild,
He became a little child.
I, a child, and thou a lamb, We are called by his name.
Little Lamb, God bless thee!
Little Lamb, God bless thee!

O Cordeiro (William Blake)

Pequeno Cordeirinho, quem te criou?


Sabes acaso, quem foi que te criou?
Quem te deu a vida, foi quem que te alimentou
Pelos córregos e sobre os campos;
Deu te roupas de prazer,
Roupas macia, lãs brilhantes;
Deu-te uma voz tão terna,
Fazendo de todos os vales júbilo?
Sabes acaso, quem foi que te criou?
Cordeirinho, vou te dizer,
Cordeirinho, vou te dizer,
Ele é chamado por Teu nome. Pois se chama a Si cordeiro.
Ele É manso e compassivo,
Ele se tornou um pequeno menino.
Eu, uma criança, e você é um cordeiro, somos chamados pelo nome Dele.
Pequeno Cordeirinho, Deus te abençoe!
Pequeno Cordeirinho, Deus te abençoe!

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Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=79rZzZeQvmE
Publicado em 12 de Out. de 2017

Um Salve, à Maria - V. Vavilov/Caccini

Um Salve às Marias!

Vamu mandando um "salve" à todas as Marias do morro ou das ruas, desde as


trabalhadoras da cobertura até as porteiras do asfalto, virgens ou não, todas santas.

Essa não só é uma das mais populares canções "Ave Marias", mas devo dizer que
é a minha preferida depois da de Schubert.
(e claro, da versão de Bach/Gounod, que também não dá pra comparar!). De
qualquer forma, nessa versão que ora publico com tradução e legendas em
latim/português sempre foi mal atribuída ao compositor italiano Giulio Caccini
(1551–1618), na realidade essa canção é bem recente e foi composta na década de
1970 pelo luteista russo Vladimir Vavilov (1925-1973), um "malandro"
que tinha o mal hábito de atribuir as suas composições a compositores famosos.
Mas o "erro" de se atribuir essa música à Caccini se deu quando, de ma-fé ou não, as
gravações posterioras à de Vavilov, depois de sua morte, passaram a ser identificadas

259
como uma composição de G. Caccini, e assim, o estrago já estava feito. Até hoje é
difícil (e eu me incluo nisso) "desatribuir" à Caccini essa excelência.

Como se sabe, essa canção não tem letra, senão as duas palavras de saudação à
Maria: "Ave Maria".

No episódio da Anunciação, em Lucas 1:28 e ss., apresenta-se essa saudação que


fez Maria, mãe de Jesus, estranhar, chegando memo a se perguntar que saudação era
essa:
Como o Evangelho de Lucas foi escrito em grego, assim se segue:

Θεοτόκε Παρθένε, χαῖρε,


κεχαριτωμένη Μαρία, ὁ Κύριος μετὰ σοῦ.

(Theotóke Parthéne, khaíre,


kecharitoméni María, o Kýrios metá soú.)

Theotokos virgem, regozija-te,


Maria, cheia em graça, o Senhor é contigo.

Theotokos de theo = Deus e Tokos = Portadora, significa, "A que porta [no
ventre] a Deus" ou "Mãe de Deus". E o termo "Salve" inicial, se diz χαῖρε "Khaíre",
que pode ser traduzido por "Hei!" ou "Olá", e que na tradução latina seria "Ave" (ou
Alegra-te),

Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum


Benedicta tu in mulieribus

...era uma saudação comum no mundo greco-romano que ganhou continuidade no


mundo cristão, até que Hitler e seus seguidores estragaram-no com seu "Heil".

Nesta versão de Origen, no CD "Anthology of Sacred Music" foi incluída a


oração "Libera-me" (Livrai-me) que é um responsório da Igreja Católica Romana,
cantada na missa fúnebre, com sentido de absolvição dos mortos:

260
Livra-me, ó Senhor, da morte eterna naquele dia temerário,
Quando os céus e a terra se moverem,
Quando vireis julgar o mundo pelo fogo.

Um dos inúmeros arranjos da partitura original pode ser baixado aqui:


http://www.musichildren.com/2009/02/ave-maria-caccini-by-vavilov.html

Como diversão eu inclui algumas imagens de personagens e de santos negros


venerados na Europa: São Maurício (líder da lendária Legião Tebana Romana no
século III, nasceu em Tebas e morreu na Suíça, sendo venerado pelas Igrejas
Ortodoxa Oriental e Copta); Victor Maurus (ou Vitor, o Mouro) nascido no século III,
na Mauritânia e assassinado em 303, em Milão. Ele foi soldado na Guarda Praetoriana
Romana e após destruir alguns altares pagãos, ele foi preso, torturado e morto; eu
encerro esse vídeo com um recorte do conhecido tríptico com a imagem de um dos
Reis Magos, Baltazar, que seria negro, pintado por Bosch: "Adoração dos Magos"
ou "Epifania", 1500, - Museu do Prado, Espanha.

Boa Audição! Renato Araújo

261
Imagem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=h48kL_6QYfw
Publicado em 15 de Dez. de 2017

Não Choveu? - Irmã Rosetta Tharpe

Estamos falando de 7 de maio de 1964. Uma estação ferroviária em desuso


chamada Wilbraham Road, em Manchester, Inglaterra acolheu por um dia um belo
espetáculo
televisionado pela TV Granada. O "trem" vindo da estação central de Manchester,
repleto de bom Blues e Gospels incluia
no programa nada mai nada menos do que a linda Irmã Rosetta Tharpe, Muddy
Waters, o Reverendo Gary Davis, Cousin Joe Pheasant (que aparece sorrindo na
cadeira de balanço),
Otis Spann, Willie Smith, Sonny Terry e Brownie McGhee.
Falando com delicadeza com seu público inglês jovem...numa era doce, a linda
Irmã Rosetta Tharpe mostra o amor que uma mulher e uma guitarra podem fazer por
todos nós.

Ao pedir o tom da música que já estava tocando para saudá-la, Sister Rosetta
improvisa lirica e musicalmente sobre o original:

262
Oh, choveu quarenta dias
E choveu quarenta noites
Não havia terra em nenhum lugar à vista
Deus mandou um anjo para dizer as boas novas
Ele apressou suas asas e afastou ele voou
Para o Oriente para o Ocidente
Para o norte para o sul
Durante o dia, por toda a noite, como choveu... como choveu...

Não choveu, crianças?


Rain, oh, yes!

Boa Audição! Renato Araújo

263
magem com “Estúdio de Criação” - Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=EziY_mNA26g
Publicado em 16 de Dez. de 2017

Estradas Rurais, Levem-me pra Casa (1995) - John Denver

Country Roads Take Me Home (Estradas Rurais, me Levem pra Casa)

Com legendas em português, aqui, numa gravação ao vivo de 1995, John Denver
(1943-1997) que faleceria tragicamente num desastre de avião dois anos depois,
apresenta uma música que eu amo pela simplicidade e pela nostalgia popular da letra,
que dá, ao meu ver, à música country estadunidense um aspecto universal.

Boa Audição! Renato Araújo

264
Por fim, para compor os filmes censurados pelo youtube, gostaria de encerrar
com uma reflexão sobre o filme que mais amo de Bollywood, de cerca de 2 horas e
meia de duração (quem traduz e legenda filmes sozinho sabe a dificuldade dos meses
de trabalho que isso significa), mas um filme que valhe cada segundo seja para
traduzir, legendar, assistir ou divulgar:

* A Verdade , A Bondade e A Beleza (1978)


Publicado em 07 de Ago. 2016

"Satyam, Shivam, Sundaram" ( Raj Kapoor, 1978) - a mera tradução literal destes três
conceitos hindus como "A Verdade, a Bondade (Shiva) e a Beleza" não seriam
suficientes para a caracterização do épico aonde, como diz Joseph Campbell : "O
herói se aventura diante do mundo cotidiano na região da maravilha sobrenatural:
forças fabulosas são ali encontradas e uma vitória decisiva é vencida; o herói retorna
de sua misteriosa aventura com o poder de conceder bênçãos sobre seus camaradas
humanos..." Joseph Campbell (O Herói de Mil Faces). Assistam ao filme "A Verdade,
A Bondade e A Beleza" 1978 (Dir. Raj Kapoor) com legendas em português, e
descubram a verdade contida no fundo da experiência da busca pelo belo.

Neste Janmashtami de 2016 que se aproxima, resolvi trazer-lhes as legendas em


português de um clássico polêmico de Bollywood "Satyam, Shivam, Sundaram"
(1978). Polêmico porque, como a personagem principal deste filme, chamada Rupa,
nascida na mesma data do nosso querido Krishna, encarna a potência do drama entre a
correspondência da beleza e da feiúra, como meras "aparências" [ou "rupa" do
hindi:"aparência", "forma"] Assim, bem que este filme podia se chamar "A Verdade,
A Bondade e a Aparência[roopa]". Embora a mente auto-centrada da crítica
cinematografica indiana com frequência rejeitou este filme nos últimos 38 anos como
"anti-indiano", por causa da sensualidade dita "exagerada" da atriz principal Rupa,
trata-se, para mim, de um belíssimo e profundo filme com inúmeras referências ao
transcendentalismo da verdade da beleza e, ao mesmo tempo, sua finalidade moral
nos conduz para a negação da beleza formal (mundana) como espécie de "feiúra" ou
pelo menos uma beleza incompleta. Beleza real somente pode ser encontrada no “todo
atrativo”, aquele para quem as festividades de Janmashtami são realizadas hoje no
mundo todo. Os críticos puritanos ainda arrasam com o filme como se não fossem os
indianos os mesmos criadores do kundalini, kamasutra e dos belíssimos templos de

265
Khajuharo e outras cenas sexuais artísticas e/ou religiosas. E ainda, criticas
estrangeiras cristianizadas apontam o dedo indicador ao diretor Raj kapoor como se
neste filme sobriamente critico, não fizesse alguma referência ao mundo antigo
europeu, dignamente evocado principalmente nas cenas do templo, nas roupas da
Rupa supostamente como Surya bakhta (Devota indiana do Sol - fogo, verdade,
fertilidade e volúpia). Na verdade, a Rupa no templo de Radha-Krishna é um
equivalente a uma sacerdotiza cretense ou egípcia, apropriadamente uma "prostituta
sagrada", aquela que guarda, respeita o divino. É por meio da prostituta sagrada que
se atingia o divino naqueles dias...Não por acaso Ishwar (deus em si mesmo) é
evocado no filme como a originalidade do que para os sumérios era a deusa nua Ishtar,
cujos rituais de caracter sexual a igualava a Asterote dos filisteus e fenícios, a Hathor,
Isis e Bastet egípcias, tal como a Kali indiana (posteriormente associadas ao mal, ao
pecado e ao demoníaco pelo patriarcalismo). Tudo isto se opõe aos ideais de
feminilidade dentro do hinduísmo, encarnado pela esposa de Rama, Sita (avatar da
deusa da beleza Lakshimi), heroína do épico ramayana que, tal como a Rupa do filme
(e as outras numerosas versões da "grande mãe", sejam deusas da beleza, conceitos
matriarcais da mãe terra, fertilidade e abundância) incarna os 4 ideais da mulher hindu
próprios da deusa Sita que são: a dedicação, a coragem, o auto-sacrifício e a pureza.
Ridículas, portanto são, especialmente, as criticas à cena de Rupa adorando o lingam
(falo) - pois isto me seria tão “indiano” quanto qualquer outra passagem no filme -
aliás, ela o faz com a roupa de sacerdotiza que veste desde criança, igualando,
portanto a beleza, o ardor e a crença infantis à beleza, ardor e crenças adultas por
meio do uso de vestes, preces e desejos semelhantes e as vezes idênticos em quaisquer
fases da vida da consciência. Neste filme, centenas de pequenos "diamantes" da
cultura indiana também são revelados aos iniciados, como por exemplo o uso da cor
verde (proibida às viúvas) contraposta à cor divinal "âmbar ou o amarelo
(açafrão)".....Não é incomum a representação crítica da cor verde da tez dos
asura(demonios) ou ainda o aparecimento no filme de uma certa crítica velada ao
islamismo (como se costuma fazer elegante e obscuramente nas artes do norte da
Índia). No filme, o verde parafraseia aspectos musicais, sensuais e, ademais,
visuais...por exemplo, a população do vilarejo comemora com música
caracteristicamente árabe na inauguração da barragem que os irá destruir adiante;
também são verdes os brincos e pulseiras da enganadora sensual, da mentirosa
Champann que quer se passar pela virtuosa "Rupa" e que, ao se insinuar, tenta sem

266
sucesso, seduzir Rajeev... Ou ainda, visualmente, quando Rupa acorda Rajeev pela
primeira vez com seu canto "Satyam, Shivam, Sundaram" (A Verdade, A Bondade, A
Beleza) o recurso cinematográfico divide ao meio da tela os tons verdes (prórios à
terra, portanto baixos) e os tons laranja-avermelhados (próprios aos céus, portanto,
elevados). Por falar nisso, de modo interessante, quando o egoísta neurótico,
anti-herói Rajeev chega para inaugurar a barragem, o tio de Rupa, um homem do
povo, vendedor ambulante, diz feliz que "esta barragem é uma benção que irá tornar
mais verdes nossos campos". E como diz o "professor-sacerdote"(Pandit), pai de Rupa,
num de seus bhajans: "Enquanto o verde trazia o infortúnio; O santo curry [cor
amarela ou açafrão] afastava os seus problemas..." - o que podem ser também uma
velada referência pejorativa com respeito à cor verde. Não posso me furtar ainda de
me referir à crítica política que o filme também apresenta; Destaco aqui apenas 3
entre as mais importantes destas críticas: a)a noção da inauguração da barragem (que
contém a água "purificante") deixao à parte o povo do vilarejo cujo nome é
"Sukhsagar" - "mar de felicidade/prazer"). O povo apoia a barragem, mas não apoia a
personagem Rupa...apoia a morte, mas não a sua libertação ou salvação. Aquela é
vista erroneamente como bela e esta como feia. b) a relação de subalternidade da
mulher é questionada: 1) nas figuras da mulher na casa da qual Raaj se hospeda,
porque parece ser uma importante técnica que também trabalha na barragem, mas em
casa é tratada "apenas" como doméstica pelo marido e 2) na figura da Champann, que
quer se passar por Rupa, mas que se demonstra liberada e pronta para fazer todo tipo
de esforço em nome do amor. Sua noção superior de que a reputação está abaixo do
amor é o que mais nos chama a atenção nesta crítica da noção de subalternidade da
mulher. E 3) na figura de Rupa, ancilla das vontades de Raj, embora a mais consciente,
a mais bem preparada para o amor e a muito mais sábia que Rajeev (do termo “Raj” -
real, rei, quem governa). A própria pobre heroína Rupa em muitas cenas, ela é vista
como a “santa degradada”, a “heroína tida como fracassada”, mas na cena quando ela
cobiça Rajeev na cachoeira, da mesma forma que ele a cobiçou (visualmente) aparece
a noção de que o desejo da mulher não deve ser destacado como distinto ao do
homem. Ambos os desejos de alguma forma se igualam, por exemplo, enquanto seres
humanos que podem também se basear, ingenuamente ou não, no mesmo "véu de
maia" da aparência. Existiria alguma outra forma de se descobrir pela tentativa e erro
as verdadeiras faces da Verdade, Bondade e Beleza? Assistam ao filme e respondam a
si mesmos baseado-se em suas próprias indivudualidades e históricos de enganações

267
com as quais consideraram erroneamente ser a "beleza mundana" algo
suficientemente fixo ou um chão firme no qual possamos basear totalmente as nossas
vidas. Eu traduzi o filme palavra por palavra diretamente do Hindi, especialmente
todas as canções no filme, mesmo sem conhecer esta língua (relaciono no final um
agradecimento especial à algumas das páginas e dicionários de onde tirei as acepções
deste filme). De qualquer forma, encontrando no youtube uma versão da legenda em
inglês apenas do script, mas não das canções, pude pelo menos corrigir alguns dos
meus erros de legenda das reais falas das personagens. As canções e tudo o mais
continuariam inéditos, não fossem estas as primeiras e únicas traduções para a nossa
língua de que tenho notícia (Agosto;2016). Venho estudando bengali como autodidata
e até então só havia legendado um bhajan na língua Hindi
https://www.youtube.com/watch?v=7N3srYgfz1w Peço-lhes, perdão portanto, pelas
falhas que certamente como iniciante as cometi neste filme de Raj Kapoor “Satyam,
Shivam, Sundaram”. Espero, com toda humildade, que algum conhecedor de ambas
as línguas possa algum dia me apontar estes erros que seriam prontamente por mim
corrigidos. Bom filme! Ps.: Gostaria de, para finalizar em grande estilo, citar Joseph
Campbell em seu livro "O Herói de Mil Faces". De forma comparativa, podemos
dizer isto: “mitologicamente, eis a característica da nossa heroína Rupa no filme
Satyam, Shivam, Sundaram”: "O heroi se aventura diante do mundo cotidiano na
região da maravilha sobrenatural: forças fabulosas são ali encontradas e uma vitória
decisiva é vencida; o herói retorna de sua misteriosa aventura com o poder de
conceder bênçãos sobre seus camaradas humanos..."

Páginas da Internet Auxiliares

https://theharekrishnamovement.org/2013/03/03/srila-prabhupada-pra%E1%B9%87ati/
http://www.sanskritdictionary.com/
http://spokensanskrit.de/
https://www.youtube.com/watch?v=B6VksRqe2ds&index=19&list=UUgSfH3xWYg9COOgTcdKG6WA
http://prabhupadabooks.com/
http://paraviomadasa.blogspot.com.br/2010/07/serie-posturas-para-coluna-vertebral.html
https://www.google.com.br/search?q=%C5%9Ar%C4%ABla+Prabhup%C4%81da+Pran%CC%A3ati&oq=%C5%9Ar%C
4%ABla+Prabhup%C4%81da+Pran%CC%A3ati&aqs=chrome..69i57.981j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8
http://kksongs.org/

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http://lyricstranslate.com/en/sleeping-soul-jiv-jago-sleeping-soul.html
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https://nitaaiveda.com/Compiled_and_Imp_Scriptures/Gitavali.htm
https://en.wikipedia.org/wiki/Sadhana_Sargam
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http://kirtimukha.com/surfings/Cogitation/

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