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APARECIDA DE GOIÂNIA/GO
DEZEMBRO - 2009
i
EDÍLSON GONÇALVES DE AGUIAIS
APARECIDA DE GOIÂNIA/GO
DEZEMBRO - 2009
ii
FOLHA DE AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DO TRABALHO
EXAMINADORES
iii
Ao meu pai (...)
iv
AGRADECIMENTOS
v
À minha família que sempre me ajudou da melhor forma possível e sempre
tentou me compreender.
vi
Os fatos sociais resultam ao menos de modo
imediato do comportamento humano. Os fatos
econômicos resultam do comportamento
econômico
(SCHUMPETER).
vii
RESUMO
viii
Sumário
INTRODUÇÃO..........................................................................................................1
CAPITULO 1 ............................................................................................................7
CAPITULO 2...........................................................................................................21
CAPITULO 3...........................................................................................................38
CONCLUSÃO.........................................................................................................61
REFERÊNCIAS.......................................................................................................65
ix
LISTA DE SIGLAS
GO – Estado de Goiás
x
LISTA DE TABELAS
xi
LISTA DE FIGURAS
xii
INTRODUÇÃO
Desde a crise econômica do final dos anos 20 do século XX, o Brasil vem
passando por uma transformação em sua estrutura econômica que rompe com o
padrão primário-exportador para constituir um novo padrão, enraizado em uma
estrutura econômica e social alicerçada nos setores industriais e urbanos. Neste
sentido, apesar de o Brasil apresentar, em 2000, uma população
predominantemente urbana, na qual apenas 20% residem em áreas rurais (IBGE,
2000), a grande maioria do território nacional continua estruturada em bases rurais e
agrícolas.
2
características populacionais, tais como densidade demográfica, migração,
população rural, etc. O próximo indicador a ser medido versa sobre o Bem-Estar
Social que aborda a escolaridade dos habitantes e saneamento básico. O terceiro é
focado no desenvolvimento econômico (IDE) da região sendo elaborado a partir dos
dados de rendimentos domiciliares e atividades não-agrícolas desempenhadas. Para
abranger a questão do meio ambiente, existe um indicador (IMA) que trabalha a
ausência de monocultura, práticas de conservação do solo e progresso técnico
incorporados na atividade rural.
1
Como a exploração agrícola goiana após o ciclo do ouro se deu na forma de complementaridade
com a pecuária, somente eram produzidas culturas de consumo interno tais como milho, feijão e arroz
(AGUIAR, 2007).
3
teoria: decisões públicas e privadas conseqüentes e eficazes são sempre ancoradas
em um quadro de referência organizado e coerente” (Castro, 2005, p. 12).
4
de acordo com os objetivos da pesquisa. Entre esses materiais estão os dados
censitários, os documentos oficiais (...)” (Gil, 2002, p.57). Adotou-se como
documentos os dados do Censo Demográfico (2000 e 1991) e do Censo Agrícola e
da Pesquisa Agrícola Municipal, todos obtidos através do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Quanto aos objetivos, esta pesquisa se caracteriza como descritiva, pois “tem
como objetivo primordial a descrição das características de determinadas
populações” (Gil, 2002, p.42). Sendo assim, a terceira etapa do trabalho faz a
análise descritiva dos dados coletados por meio da pesquisa documental à luz do
referencial teórico.
5
Chapada dos Veadeiros, Vão do Panamá e Entorno de Brasília foram caracterizadas
como região Centro-Norte.
6
CAPITULO 1
7
entre crescimento – progresso ou evolução – e desenvolvimento econômico, além
de introduzir o estudo da economia como algo dinâmico.
Para atingir estes objetivos, foi feita uma revisão bibliográfica nos textos de
Smith (1996), Ricardo (1996) e Schumpeter (1997) onde se buscou entender a
problemática do desenvolvimento para estes autores. No entanto, cabe ressaltar que
o intuito desta parte não é resgatar toda a literatura sobre a questão mas delinear
um quadro teórico adequado para a análise do desenvolvimento nos espaços rurais.
Após fazer uma leitura dos escritos de Smith (1996), Ricardo (1996) avança
no seu pensamento ao incorporar a questão da divisão da renda gerada dentro do
país como fator fundamental para a melhoria da sociedade. Nos escritos de Ricardo
(1996) não se encontra uma clara idéia de desenvolvimento, no entanto, o autor
trabalha questão da distribuição da renda numa perspectiva importante para o
desenvolvimento econômico. Segundo este autor, somente com o incremento dos
lucros pode-se ocorrer o desenvolvimento da economia (Ricardo, 1996).
De acordo com Furtado (1979) o principal objetivo das teorias ricardianas tem
sido o estudo da repartição do produto social. Assim, a teoria de Ricardo (1996)
assume que o progresso técnico pode aumentar o produto líquido de modo que
beneficie todas as classes, inclusive a operária. No entanto, este autor não
8
aprofunda o seu estudo na melhoria dos padrões de vida do operário pois
preocupou-se mais em demonstrar que o motor do progresso social - os lucros –
estava constantemente ameaçado pelo aumento do custo de mão-de-obra.
9
se deve admitir como “processo de desenvolvimento o mero crescimento da
economia, demonstrado pelo crescimento da população e da riqueza” (Schumpeter,
1997, p. 74). O autor descreve crescimento como aumento na população e na
riqueza, ou seja, “uma mudança nos dados” e diferencia-o de desenvolvimento, que
pressupõe mudanças no bem-estar aliado a incremento na justiça social.
Deste modo, pode ser concluído que os pensadores clássicos (Smith (1996),
Ricardo (1996) e Schumpeter (1997) trabalharam as suas análises com base em
nações em desenvolvimento. Sendo que Smith (1996) defende que a divisão do
trabalho é o fator responsável pela melhoria da “riqueza das nações”, que leva à
melhoria do produto e conseqüente desenvolvimento.
Nesta mesma linha, Ricardo (1996) aceita a divisão do trabalho como fator
importante para a melhoria da produtividade mas destaca a importância dos lucros
na indução do desenvolvimento. Segundo este autor, os lucros devem ser
considerados “o motor do progresso social” (Furtado, 1979, p. 12).
10
No entanto, ao analisar a economia “estática” apresentada por Smith (1996) e
Ricardo (1996), Schumpeter (1997) percebeu que a interação dos agentes
econômicos era a principal responsável pelo incremento do produto, dando
característica dinâmica à economia. Assim, as inovações incorporadas ao mercado
pelo empresário-inovador faziam com que houvesse uma perturbação no equilíbrio
da economia e aumentava o nível do produto, gerando o desenvolvimento
(Schumpeter, 1997).
11
espaço estruturas modernas e arcaicas. Assim, esse tipo de economia constitui,
especificadamente, o fenômeno do subdesenvolvimento contemporâneo (Furtado,
1979).
Com efeito, pode-se inferir que para existir crescimento sustentado com
mudança estrutural e inclusão social, ou seja, para que haja desenvolvimento, são
necessárias importantes transformações no conjunto das atividades produtivas, na
12
inserção internacional da economia e nas regras que prescrevem como os agentes
econômicos se relacionam.
Sobre estes aspectos Recupiero (in Arbix, Zilbovicius & Abramovay, 2001)
afirma que o sentido do desenvolvimento é diminuir a desigualdade, eliminar a
pobreza absoluta, tentar criar um mundo menos desigual tanto em termos de países
e continentes. O desenvolvimento deve ser considerado como um aumento nas
opções de escolha das pessoas e, sobre este ponto, Arbix & Zilbovicius (in Arbix,
Zilbovicius & Abramovay, 2001) afirmam que é preciso resgatar a função original do
desenvolvimento como processo de busca do bem-estar humano.
13
liberdade” e o ideário do “desenvolvimento sustentável” da Comissão de Brundtland,
“desenvolvimento includente”, entre outros (Favareto, 2006)
14
O espaço rural, a partir das novas tendências vividas, pode ser qualificado em
um novo momento na sua longa evolução. A dicotomia campo-cidade, que deveria
terminar com a completa urbanização dos territórios rurais, aponta para a
emergência de uma nova ruralidade (Wanderley, 2000). Entretanto, este novo rural
adquiriu características próprias em conseqüência das mudanças que vem
ocorrendo nos últimos anos no meio urbano. Assim, é fato pertinente entre os
pensadores que o rural não irá desaparecer no contexto da economia
contemporânea. Afinal, as características que definiam o meio rural até o último
quarto do século XX perderam o seu uso comum 2, dando lugar a outras que refletem
a ruralidade atual.
2
De acordo com Albuquerque e Nicol (1987) a agricultura desempenharia cinco papéis básicos com
vista a dar suporte ao processo de desenvolvimento de outros setores da economia: a) liberação da
mão-de-obra para o setor industrial; b) fornecimento de produtos alimentícios e matérias-primas; c)
suprimento de capital para o financiamento de investimentos industriais; d) suprimento de divisas
estrangeiras através da exportação de produtos agrícolas; e) criação de um mercado interno para
produtos industriais (Albuquerque e Nicol, 1987 apud Elesbão, 2007).
15
pela relação agricultura-sociedade; intermediário, sendo adotado como um modelo
para o setor agrícola e “micro” por demonstrar a as formas de alocação do trabalho
familiar na empresa individual; ii) “multi-atores” pois depende das relações locais e
entre a localidades e a economia global, tendo, portanto, vários atores envolvidos e
iii) “multi-facetado” pois necessidades como a conservação da natureza, agro-
turismo, agricultura orgânica, administração da paisagem, produção de
especialidades regionais e vendas diretas adquiriram um novo contorno nos últimos
anos (Kageyama, 2004, p. 3).
Estas novas demandas que surgiram no espaço rural criaram entre vários
pesquisadores a necessidade de teorizar este novo momento do rural. De acordo
com Corrêa, Silva & Neder (2008) existe uma consenso entre os diversos
pesquisadores sobre: i) o “rural” não é sinônimo de “agrícola”; ii) o “rural” deve conter
o aspecto da pluriatividade; iii) o espaço “rural” pode exercer as funções ambiental,
ecológica e social, (multifuncionalidade); iv) deve haver a compreensão de que não
existe um isolamento absoluto entre os espaços rurais e urbanos, visto que se
estabelece em redes mercantis sociais e institucionais entre o “rural” e vilas
adjacentes; v) áreas rurais possuem densidade populacional baixa.
Por estas inovações percebe-se que há algum tempo o rural deixou de ser
encarado como sinônimo de agrícola ou de agricultura, principalmente pela
diversidade de atividades que hoje ele apresenta. “Na economia rural, a tradição
sempre foi pensar seu objeto como algo relacionado à agricultura” (Favareto, 2006)
destacando aspectos ligados à produção primária nas famílias ou empresas ligadas
a esta atividade.
Deste modo, observa-se que nos últimos anos foram sendo criados novos
usos para o rural onde “encantos como paisagens silvestres ou cultivadas, ar puro,
16
água limpa, silêncio, tranqüilidade, etc., muito valorizados por aposentados, turistas,
esportistas, congressistas e empresários, já constituem a principal fonte de
vantagens comparativas da economia rural” (Galston & Baehler, 1995).
Outro enfoque apresentado pelo rural nos últimos anos tem se voltado
principalmente para a diversidade de atividades que são desenvolvidas no campo.
Na análise do rural é preciso sempre se considerar os diversos matizes desta
diversidade especialmente porque, a cada dia, novas funções são absorvidas nas
suas estratégias de produção. Várias das atividades que são desenvolvidas no meio
17
rural não advêm de nenhuma atividade agrícola, o que dá o caráter de pluriatividade
no espaço rural.
Sobre este ponto Elesbão (2007, p. 58) afirma que “as atividades não
agrícolas, que compõem a pluriatividade de uma parcela significativa das famílias
que residem no rural brasileiro, são muito importantes para a permanência de muitas
delas no campo”. Segundo Schneider (2001) o que caracteriza e define a
pluriatividade é a combinação permanente de atividades agrícolas e não-agrícolas
dentro do espaço rural.
18
1.4 Observações finais
No entanto, apesar destas definições, não existia ainda uma teoria que
abordasse a economia de forma dinâmica, ultrapassando os limites definidos no
fluxo circular de renda. Baseado nos ciclos de crescimento e declínio da economia,
Schumpeter (1997) elaborou a sua teoria demonstrando o papel central da
tecnologia no desenvolvimento econômico.
19
e alocação dos recursos do país. Estas mudanças devem ser orientadas buscando a
melhoria dos indicadores sociais tais como a pobreza, desemprego, desigualdade e
condições de saúde.
3
Na França, os habitantes do campo gozam hoje de todas as amenidades da vida urbana: todos os
lares são equipados com banheiros, cozinha moderna, máquina de lavar roupa, geladeira, televisão e
automóvel (Wanderley, 2000).
20
CAPITULO 2
Com efeito, este capítulo foi dividido em três partes que buscam abarcar de
forma sucinta a história econômica do Estado de Goiás apresentando as recentes
alterações na sua estrutura produtiva e social. Para tanto, a primeira parte apresenta
brevemente os contornos da economia goiana no período pré-1970. Na segunda
parte são apresentadas as mudanças ocorridas na região após 1970 ao passo que a
última parte está reservada para as observações gerais sobre o assunto.
21
Neste processo de integração ao mercado internacional, a empresa agro-
mercantil brasileira não poderia apresentar altos custos com transporte devido à
necessidade de gerar excedente para financiar o desenvolvimento da Europa. Sem
o interesse econômico da coroa lusitana, o “interior” do país ficou praticamente
intocado até a descoberta de ouro, quando as áreas de “fronteira” começaram a ser
desbravadas e a exploração econômica nestas regiões começou a ser desenvolvida
(Pires, 2008).
22
Deste fato entende-se que poucas famílias puderam assegurar o controle das terras
mesmo existindo grandes extensões desocupadas, confirmando que a ocupação do
território goiano se deu posse e em grandes extensões de terras (Pires, 2008).
4
“A título de exemplificação, em 1945, São Paulo absorveu 58,4% das “exportações” goianas, ao
passo que Goiás demandou internamente 48,3% das mercadorias provenientes de São Paulo. Se
acrescidas às “exportações” para Minas Gerais, os dois estados sozinhos demandaram 84,5% da
produção do estado de Goiás e ofertaram 83,5% da demanda proveniente de Goiás” (Pires, 2008, p.
40).
23
arroz e da pecuária e pelo movimento migratório que se materializou na região
Centro-Sul de Goiás” (Pires, 2008, p. 42).
24
Assim, a edificação da nova capital – Goiânia - ao ensejar correntes
migratórias, foi responsável pelo lançamento de “gérmenes” de transformação nas
estruturas tradicionais do Estado. Isto se deu porque a construção da nova capital
não significava apenas mudança geográfica mas consolidava a transformação do
eixo político de Goiás5. Com efeito, este empreendimento sintetizava “o afã de
desenvolver o estado” (Estevam, 1998, p. 80) que era freqüentemente reproduzido
nos documentos oficiais em lemas como “tempo novo” e “modernismo”. Assim, a
população que estava largamente espaçada pelo território passa a migrar, mesmo
que lentamente, para a nova capital do estado.
Outro projeto implantado pelo governo federal em Goiás neste período foi a
Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG), que tinha como objetivo expandir a
fronteira agrícola proporcionando ocupação demográfica e econômica do interior do
Estado6. No entanto, conforme destaca Pires (2008) este projeto basicamente só
“serviu como alternativa política para equacionar os conflitos agrários gerados pelo
uso e posse da terra nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste” (Pires, 2008, p. 52).
25
um complexo de “vias que proporcionaram ampliação da fronteira agrícola nacional
e facilitaram a integração intra e inter-regional” (Estevam, 1998, p. 97).
7
PIRES, M. J. de S. As implicações do processo de modernização conservadora nas atividades
agropecuárias na região centro-sul de Goiás. 2008. Universidade de Campinas – UNICAMP.
Campinas, São Paulo, 2008.
8
Segundo Campos Junior (2004) até 1952, a Estrada de Ferro Goiás, possuía cerca de 480
quilômetros, chegando a Goiânia. No total, existiam 30 estações que serviam à estrada, com
destaque para: Araguari, Amanhece, Ararapira, Anhanguera, Goiandira (ponto de ligação com a Rede
Mineira), Ipameri, Roncador, Pires do Rio, Engenheiro Balduíno, Vianópolis, Leopoldo de Bulhões,
26
Um segundo passo foi atrair empresas transformadoras de alimentos para a
região buscando dinamizar a estrutura econômica do estado. Este fato se deu
porque, neste período, “as empresas instaladas no estado de Goiás agregavam
pouco valor aos seus principais produtos mercantis, como a carne e o arroz” (Pires,
2008, p. 49) mesmo existindo uma incipiente penetração de estruturas capitalistas
no território.
27
sentido, mas movidos em grande parte pela política de transportes efetivada pelo
governo federal, algumas cidades do médio-norte goiano, como Porangatu e
Uruaçu, também apresentaram significativo crescimento da população urbana sem
que, no entanto, houvesse maior integração destas economias à dinâmica
econômica do estado (Estevam, 1998).
Assim e por tudo isto, percebe-se que apesar das transformações vividas no
estado de Goiás até a década de 1970, estes movimentos não criaram uma
economia tipicamente capitalista e suficientemente autônoma. Ao final da década de
1960, a fazenda goiana ainda sustentava baixa incorporação de progresso técnico
(químico e mecânico) aliada ao trabalho basicamente familiar. A produção industrial
ainda estava situada em um nível muito baixo e era voltada quase exclusivamente
para a industrialização de produtos alimentícios e para o suprimento das
necessidades básicas da população urbana. A população urbana, que apresentou
elevados índices de crescimento entre 1950 e 1970 devido em grande parte à
modernização conservadora que se materializava no meio rural, volta-se
principalmente para o setor de serviços, onde percebe-se que os aluguéis e serviços
pessoais obtinham constantes incrementos à medida que a urbanização se
consolidava.
28
Neste período o cenário econômico brasileiro passa por profundas
transformações a partir do Golpe Militar instaurado em 1964. Este novo regime, na
tentativa de obter legitimidade frente à sociedade brasileira, passa a desenvolver
políticas voltadas para o desenvolvimento das diferentes regiões do país. Na
economia do pós-golpe houve uma intensificação no planejamento das ações
estatais e forte incremento nos investimentos públicos em infra-estrutura por todo o
país.
O Estado de Goiás, devido à forte ligação comercial com São Paulo, também
foi influenciado pelos processos de modernização do campo. Sobre este ponto,
destaca Pires (2008) que “as transformações na estrutura e nas atividades
agropecuárias em Goiás potencializaram-se a partir do II Plano Nacional de
Desenvolvimento (II PND) – 1974 a 1979 quando o Estado interveio nas regiões
periféricas ao eixo dinâmico da economia nacional” (Pires, 2008, p. 76).
9
Considera-se ineficiência produtiva o regime de produção onde existe a baixa incorporação de
progresso técnico na agricultura, aliado à ausência de relações capitalistas e existência de baixa
produtividade no campo.
29
para maior produção agrícola e efetivaram uma colonização da fronteira baseada
primordialmente em intensivo capital. Segundo Estevam (1998), a parte Norte do
estado estava englobada nos esforços da Superintendência de Desenvolvimento da
Amazônia (SUDAM), ao passo que a região Sul recebia capitais da
Superintendência do Centro Oeste (SUDECO).
30
econômicas (Pires, 2008). Assim, o objetivo do FCO era “determinar o
aprofundamento das relações entre o setor industrial e a agropecuária no estado de
Goiás dando condições para que esta última avançasse cada vez mais no processo
de modernização conservadora” (Pires, 2008, p. 80).
31
a difusão das inovações físico-químicas e mecânicas em meio aos produtores rurais
foram responsáveis pela transformação de parte das unidades de exploração
agrícola tradicionais em unidades de exploração agrícolas tipicamente capitalistas.
32
mesmo, pela não-obrigatoriedade da compra da mesma. Este fato permitia a criação
de reservas de capital para investimentos em tecnologia e insumos dentro do
sistema de arrendamento.
33
Assim, constata-se que as políticas públicas voltadas para o financiamento
rural foram direcionadas diretamente para culturas de exportação, como soja, cana e
milho. De acordo com Pires (2008), em 1985 a soja era responsável por 11% do
produto interno bruto da agricultura em Goiás ao passo que milho, 10% e arroz
8,5%. Já no ano de 2004, segundo a Tabela 1, a participação da soja representa
20,3%, enquanto milho, 6,5% e arroz, 1,6%.
Outra cultura que apresentou grande expansão da área colhida nos anos
recentes é a de cana-de-açúcar, influenciada em grande parte pelos capitais
agroindustriais paulistas, o seu plantio vem aos poucos “conquistando produtores
rurais que ampliaram sua área plantada com esta cultura para ofertar às usinas
sucroalcooleiras” (Pires, 2008, p. 95).
34
No caso do rural goiano, estes dados indicam claramente que o processo de
modernização da agrícola teve um papel importante para a redução do número de
pessoas residentes no meio rural, obrigando-as buscar no setor urbano um caminho
para o mercado de trabalho.
População (hab)
Ano Total Urbana Rural
1872 160.395 - -
1890 227.572 - -
1900 255.284 - -
1920 511.919 - -
1940 826.414 - -
1950 1.214.921 245.667 969.254
1960 1.913.289 575.325 1.337.964
1970 2.938.677 1.237.108 1.701.569
1980 3.860.174 2.401.098 1.459.076
1991 4.018.903 3.247.676 771.227
1996 4.514.967 3.872.822 642.145
2000 5.003.228 4.396.645 606.583
2001 5.116.462 (1) 4.520.770 (2) 595.692 (2)
2002 5.210.335 (1) 4.627.916 (2) 582.419 (2)
2003 5.306.459 (1) 4.737.079 (2) 569.380 (2)
2004 5.508.245 (1) 4.940.895 (2) 567.350 (2)
2005 5.619.917 (1) 5.064.626 (2) 555.291 (2)
Fonte: IBGE
Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica – 2005.
(1) Estimativa 1º/07. (2) Estimativa pelo método logístico.
Ainda pelos dados da Tabela 2, percebe-se que nos anos 1991 e 2000 a
concentração urbana no Estado de Goiás se apresenta cada vez mais forte.
Enquanto a população residente no meio rural goiano é de pouco mais de 771 mil
habitantes, a população urbana ultrapassa a marca de 3 milhões de pessoas em
1991. No ano 2000, dos 5 milhões de habitantes do estado, apenas 607 mil residiam
no meio rural (12%) ao passo que 4,4 milhões (88%) estavam no meio urbano.
35
existia forte e crescente incorporação de progresso técnico e consequente
integraçaõ com o mercado internacional.
Em termos gerais esta parte do estudo foi reservada para o estudo das
transformações ocorridas no estado de Goiás, principalmente a partir de 1970. Nesta
parte pode ser observado que no período de formação da economia goiana (Séc.
XVIII) a atividade econômica principal era a extrativista tendo toda a economia
gravitando em torno da extração aurífera até o declínio da produção do ouro. Com o
fim da extração do ouro como atividade econômica principal observa-se, portanto, a
criação de fazendas auto-suficientes e a incorporação da agricultura de subsistência
em todas as partes povoadas do território.
36
agrícola e altera de forma significativa a matriz de produção agrícola estadual. Com
efeito, os programas de financiamento para o desenvolvimento regional
possibilitaram incorporação de modernas técnicas de cultivo, principalmente na
região Centro-Sul10 do estado. Assim, percebe-se que produtos como arroz e milho
passam a perder participação na pauta de exportações goianas, cedendo lugar para
o cultivo da soja e da cana-de-açúcar.
10
A região Centro-Sul do compreende as regiões do Sudeste Goiano e Mato Grosso Goiano,
conforme aludido à pag. 24.
37
CAPITULO 3
Para a adjetivação desta parte foi feita uma revisão bibliográfica sobre a
temática proposta e adotou-se os trabalhos de Kageyama (2004) e Corrêa, Silva e
Neder como fontes para a construção do quadro de análise. Para o cálculo do índice
de desenvolvimento rural (IDR) e seus sub-índices foram utilizadas as metodologias
apresentadas nos trabalhos desenvolvidos por Kageyama (2004) e adaptadas por
Correa, Silva e Neder (2008).
38
rural no período de estudo. Cabe ressaltar que estes valores foram devidamente
ponderados segundo os pesos fornecidos pelo IBGE.
11
É importante ressaltar que os dados do Censo Agropecuário 2006 do IBGE não foram utilizados nesta
investigação pois não haviam sido divulgados no período de coleta de dados deste trabalho.
12
Segundo o IBGE “rural é a área externa ao perímetro urbano de um distrito, composta por setores nas
seguintes situações de setor: rural de extensão urbana, rural-povoado, rural-núcleo, rural-outros aglomerados,
rural-exclusive aglomerados” (IBGE, 2002, p. 66).
13
Desta forma, para as análises desenvolvidas no presente estudo, foram considerados 241 municípios sendo,
portanto, excluídos da análise os municípios de Campo Limpo de Goiás, Gameleira de Goiás, Ipiranga de Goiás
e Lagoa Santa. Além destes, foi excluído o município de Valparaíso pois o mesmo não possui população rural.
39
população entre 1991 e 2000; c) proporção da população rural em termos da
população residente no município e; d) proporção da população rural que não morou
sempre no município. Esta última variável busca evidenciar o poder de atração do
município sendo que, quanto maior a proporção de pessoas vindas de outro
município, maior a capacidade de atração em termos de oportunidades.
a) Densidade demográfica
IBGE (Disponível no site)
(padronizada)*
(a + b + c + d) /4 c) Proporção da população
IBGE (Disponível no site)
rural no município
d) Proporção da população
Censo Demográfico IBGE
rural que não morou sempre
(2000) – Microdados
no município (migração)
* a padronização foi utilizada para fazer uma transformação algébrica para que o índice varie entre zero e um.
Esta transformação é quociente (valor da variável – mínimo)/(máximo – mínimo).
Fonte: Correa, Silva & Neder (2008).
40
Quadro 2. Descrição das variáveis - IBES
i) Proporção de domicílios
rurais com acesso a água, Censo Demográfico IBGE
ligada à rede geral de (2000) – Universo
abastecimento
j) Proporção de ocupados
Censo Demográfico IBGE
rurais em atividades não
(2000) – Universo
agrícolas**
Índice de Desenvolvimento
k) Rendimento médio
Econômico (IDE) = (j + k) /2
domiciliar per capita (exceto
Censo Demográfico IBGE
agregados, pensionistas e
(2000) – Universo
empregados domésticos)
(padronizado)
41
**Para detectar a questão dos ocupados foram considerados os códigos de ocupação que estivessem
relacionados com atividades não-agrícolas (selecionados na variável v4462/CNAE) do Censo Demográfico
2000, microdados.
l) Proporção de
estabelecimentos que adotam Censo Agropecuário (1995-
práticas de conservação do 1996)
solo
Índice de Meio Ambiente (IMA)
m) Proporção de
= (l + m + n) /3 Censo Agropecuário (1995-
estabelecimentos que usam
1996)
adubos e fertilizantes
14
Assim, verifica-se se o agricultor entende-se que atividades ligadas à agricultura familiar devem
apresentar um maior índice de conservação do solo.
15
Entende-se que as lavouras intensivas em monocultura e altamente mecanizadas têm maior
impacto ambiental. Por outro lado, na agricultura familiar o uso de adubos e fertilizantes é menos
intenso.
16
Olivette (2003 apud Kageyama, 2004) estudou as regiões mais produtivas do São Paulo e pode
verificar que a especialização da produção nas culturas “modernas” são grandes consumidoras de
agrotóxicos, poluidoras de ar e/ou empobrecedoras de solo.
42
O último componente discorre acerca da ausência de monoculturas. Portanto,
para o cálculo deste índice foi considerado o somatório das áreas dos principais
produtos voltados para a exportação ou de maior grau de integração ao mercado,
dividido pelo total das áreas das culturas cultivadas (permanentes e temporárias),
disponibilizadas pelo IBGE. Deste resultado, que demonstra a existência de
monocultura, foi subtraída uma unidade, buscando mostrar o inverso, ou seja, a
ausência de monocultura.
43
Assim, após a manipulação dos dados e calculados os quatro sub-índices,
estes foram somados e divididos pela quantidade de elementos (média simples),
gerando o Índice de Desenvolvimento Rural - IDR.
44
A partir dos resultados obtidos percebe-se que o Estado de Goiás ainda
apresenta valores muito baixos de IPOP. Considerando que, conforme a
metodologia, quanto mais próximo de 1,00 for o resultado, maior é o
desenvolvimento da região, observa-se que o valor máximo deste indicador para os
municípios de goianos está situado num nível muito baixo (0,42). Este resultado
mostra o baixo dinamismo da população rural e se dá em parte pela baixa densidade
demográfica na maioria dos municípios do estado aliada a heterogeneidade regional
da população rural.
45
IPOP para a população do Centro-Norte e do Centro-Sul apresentam-se fortemente
concentrados nos níveis “muito baixo” ou “baixo”, conforme demonstrado abaixo.
Go50mun
Muito Baixo
Baixo
Médio
Alto
N
W E
300 0 300 600 Kilometers
S
46
praticamente em todo o estado (Mapa 1, Apêndice II). As exceções ficam por conta
da Região Metropolitana de Goiânia17 e Anápolis além de algumas áreas do entorno
de Brasília. Entende-se, portanto, que estes dados corroboram com as idéias
apresentadas no capítulo anterior deste estudo onde mostra-se historicamente que a
população tendeu a migrar principalmente para áreas onde havia maior nível de
industrialização e a urbanização.
17
Que compreende os municípios de Goiânia, Abadia de Goiás, Aparecida de Goiânia, Aragoiânia,
Bela Vista de Goiás, Goianápolis, Goianira, Hidrolândia, Nerópolis, Santo Antonio de Goiás, Senador
Canedo e Trindade conforme Lei Complementar nº 27 de 30 de dezembro de 1999.
47
1.8 Índice de Bem-Estar Social – IBES
48
Total de Classificação Intervalos
Quartis
Municipios dos intervalos de IBES
Até 1º 0.279 -
"Muito Baixo"
quartil 0.434
Até 2º 0.434 -
"Baixo"
quartil 0.488
241
Até 3º 0.488 -
"Médio"
quartil 0.546
Até 4º 0.546 -
"Alto"
quartil 0.764
Fonte: Tabulação própria, a partir dos dados gerados.
Pela análise dos dados contidos na Tabela 10 percebe-se que 72% dos
municípios do Centro-Norte tiveram resultados entre “muito baixo” e “baixo” para o
IBES enquanto na região Centro-Sul este valor é de 44%. Por outro lado, analisando
a classificação dos municípios com IBES “médio” ou “alto”, percebe-se que 53% da
porção Centro-Sul do território está enquadrada neste nível de desenvolvimento
enquanto a região Centro-Norte apresenta apenas 27% nesta mesma situação.
Por meio das informações contidas nas tabelas acima e do mapa abaixo,
percebe-se que municípios que apresentam menores taxas de analfabetismo
tendem a ter um IDR mais elevado18. No mesmo sentido, quão maior for a média de
anos de estudo da população maior será o IDR porque isto demonstra os esforços
de qualificação empreendidos pela mesma. Do mesmo modo, quanto maior for o
valor da proporção das crianças nas escolas maior será o desenvolvimento rural
pois abarca os esforços da população no que concerne à educação básica.
18
Esta afirmação se dá pois, conforme a metodologia de cálculo do indicador, existe uma razão direta
de proporcionalidade entre o valor dos sub-índices e o valor do IDR.
49
Índice de Bem-Estar Social - IBES
Go50mun
0.279 - 0.434
0.434 - 0.488
0.488 - 0.546
0.546 - 0.764
N
W E
300 0 300 600 Kilometers
S
50
II) enquanto a região centro-sul apresenta municípios que maior parte estão situados
entre “médio” e “alto”.
52
Figura 4. Índice de Desenvolvimento Econômico – IDE
Go50mun
0.087 - 0.186
0.186 - 0.268
0.268 - 0.406
0.406 - 0.636
N
W E
300 0 300 600 Kilometers
S
Na análise dos valores que compõem este índice (IDE) percebe-se que a
região Centro-Norte apresenta valores “muito baixo” para a renda per capita na
grande maioria do território ao passo que apresenta alguns municípios com
classificação “baixa” e “média” (Mapa 10, Apêndice II). Já a região Centro-Sul detém
os três municípios que apresentaram valor considerado “alto” no estado, apesar de
também apresentar muitos municípios classificados nos níveis “baixo” e “médio”.
Por tudo isto, percebe-se que o IDE apresentou valores de certa forma
homogêneos para as duas regiões devido às baixas taxas de população rural
exercendo atividades não-agrícolas (pluriatividade) em praticamente todo o estado e
por apresentar rendimento médio per capita rural também num nível considerado
“muito baixo” em grande parte do estado.
19
Segundo Graziano e Del Grossi (1999) desde meados de 1980 existe uma intensa diminuição no
número de pessoas ocupadas em atividades agrícolas no Brasil. Este fato, segundo o autor, se dá
principalmente pela mecanização da colheita das principais culturas após o processo de
modernização da agricultura.
20
Existe uma dificuldade entre os pesquisadores no que tange à definição de quais atividades são
consideradas “não-agrícolas”. Por esta questão, foram utilizados dados da Classificação Nacional de
Atividades Econômicas (CNAE Domiciliar) obtidas no CD-ROM do Censo Demográfico – Microdados
(2000).
54
1.10 Índice de Meio Ambiente
55
Quando é feita a distribuição dos resultados segundo os níveis definidos na
metodologia, percebe-se que a região Centro-Norte possui 78% dos seus municípios
classificados em “muito baixo” ou “baixo”. Na mesma análise, a porção Centro-Sul
do território possui apenas 29% dos municípios nestes níveis.
56
Índice de Meio Ambiente - IMA
Go50mun
0 - 0.133
0.133 - 0.259
0.259 - 0.389
0.389 - 0.708
N
W E
300 0 300 600 Kilometers
S
57
que a região Centro-Norte, a maior parte, demonstrou níveis “muito baixo” e “baixo”
para este item (Mapa 12, Apêndice II).
Assim, este resultado corrobora com a idéia que defende que a existência
destas grandes propriedades rurais colabora fortemente para a exploração agrícola
no regime de monocultura enquanto as áreas com agricultura familiar tendem a
apresentar maior diversificação nas atividades (Correa, Silva e Neder, 2008).
58
IDR Média Mínimo Máximo
Região Centro - Sul 0,3097 0,1967 0,4957
Região Centro - Norte 0,2694 0,1785 0,3898
Fonte: Tabulação própria, a partir dos dados gerados.
Pelos dados apresentados na Tabela 17 verifica-se que a região Centro-Sul
apresentou melhores resultados em comparação à região Centro-Norte. Os valores
da média para a primeira região ficou 4 pontos percentuais acima do valor
encontrado para a segunda região. Do mesmo modo, os valores para máximos de
cada região também apresentaram considerável variação (0,5 para a região Centro-
Sul e 0,39 para a região Centro-Norte).
Por outro lado, a região Centro-Sul apresenta 63% dos seus municípios
classificados nos níveis “médio” e “alto” de desenvolvimento rural enquanto a região
Centro-Norte possui apenas 29% dos municípios nesta situação. Pelo mapa abaixo
pode-se visualizar os resultados do IDR para o estado.
59
Figura 6. Índice de Desenvolvimento Rural
Go50mun
0.187 - 0.253
0.253 - 0.292
0.292 - 0.339
0.339 - 0.491
N
W E
300 0 300 600 Kilometers
S
60
CONCLUSÃO
A hipótese adotada para este trabalho afirma que Goiás apresenta “ilhas” com
notável grau de desenvolvimento rural em contraste com outras que apresentam
baixo dinamismo. Esta discussão se justifica pois nos escritos dos pensadores
clássicos que se encontra as primeiras tentativas de definição do desenvolvimento.
Assim, Smith (1996) defende que o desenvolvimento das nações ocorre graças à
divisão do trabalho e num movimento natural das economias. Por outro lado,
Ricardo (1996) afirma que o desenvolvimento de uma economia está atrelado ao
lucro dos empresários e apresenta o lucro como fator motivador para a dinâmica da
economia.
61
cria uma estrutura econômica heterogênea, onde coexistem estruturas modernas e
arcaicas, que caracteriza o subdesenvolvimento. Assim, compreende-se que,
segundo a assertiva de Furtado (1980) o desenvolvimento tem como objetivo central
determinar as transformações na estrutura econômica das sociedades, mas
incorporando, cada vez mais, parcelas da população que estavam à margem do
sistema.
Por tudo isto, percebe-se que as novas características do “novo rural” são
decorrentes do processo de modernização da agricultura que ocorreu a partir de
1970 que, conforme literatura apresentada, criou uma estrutura onde coexistem o
moderno e o atrasado. Por isto, devido a diferentes níveis de incorporação do
progresso técnico, existem algumas regiões que foram influenciadas com menor
intensidade por esta modernização e, conseqüentemente, não incorporaram
efetivamente o desenvolvimento nas suas estruturas.
62
Com efeito, pelos resultados encontrados percebe-se que os frutos da
modernização da agricultura, que é o estopim para o desenvolvimento rural, podem
ser observados com mais intensidade na região Centro-Sul do estado ao passo que
a porção Centro-Norte do território não foi influenciada fortemente por este processo
de modernização do campo.
63
citadinos21 que, aliados à globalização, crises de emprego, etc. confirmam os efeitos
das novas relações econômicas no rural. Por outro lado, os fatores internos que
advêm da modernização da agricultura, por meio da incorporação de progresso
técnico às atividades agrícolas, trouxe “ares de modernidade” para o meio rural.
21
Na França, os habitantes do campo gozam hoje de todas as amenidades da vida urbana: todos os
lares são equipados com banheiros, cozinha moderna, máquina de lavar roupa, geladeira, televisão e
automóvel (Wanderley, 2000).
64
REFERÊNCIAS
65
CORRÊA, V. P.; SILVA, F. F & NEDER, H. D. Construção de um Índice de
Desenvolvimento Rural – Resultados para as regiões Nordeste e Sul do Brasil.
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural - SOBER. XLVI
Congresso da SOBER. Rio Branco – AC, 20 a 23 de Julho de 2008.
66
FURTADO, C.. Teoria e política do desenvolvimento econômico. 7ª edição. São
Paulo: Ed. Nacional, 1979.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002
MARX, K. O Capital: crítica da economia política. São Paulo. Ed. Nova Cultural,
1996.
67
PALACIN, L. G. Goiás: 1722 – 1822: estrutura e conjuntura numa capitania de
Minas. Goiânia: Ed. Oriente, 1994.
SMITH, A. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas causas.
São Paulo. Ed. Nova Cultural, 1996.
68
VEIGA, J. E. Cidades imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula.
Campinas.Ed. Autores Associados, 2002.
69