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2.

CARACTERÍSTICAS E FORMATOS DO WEBJORNALISMO

No fundo a comunicação levanta a questão da relação entre


eu e o outro, entre eu e o mundo, o que a torna indissociável
da sociedade aberta, da modernidade e da democracia.
Embora a economia e as técnicas prevaleçam hoje, nunca se
deve perder de vista a perspectiva antropológica e ontológica
da comunicação. (Dominique Wolton)

2.1. JORNALISMO EM TRANSFORMAÇÃO

No Brasil, o primeiro jornal a ter sua página na internet foi o Jornal do Brasil1, lançada
em maio de 1995. Devido a uma grave crise financeira o JB anunciou, em julho de 2010,
o fim da sua versão impressa e passou a ser veiculado apenas na internet. Em 1996,
ocorreu a primeira cobertura em tempo real, na América Latina, em língua portuguesa,
lançada pelo Universo Online (UOL), incluindo material produzido por agências de
notícias, fotos, gráficos e ilustrações. A página também oferecia material jornalístico em
áudio e vídeo como forma de complementar os textos publicados2.
No Pará, a versão online do jornal Diário do Pará foi criada no final da década de
1990, enquanto o lançamento do portal Diário Online3, ocorreu em 2010. O portal das
Organizações Romulo Maiorana4, que reúne os veículos impressos (O Liberal e
Amazônia Jornal), rádios Liberal AM e FM e a TV Liberal, foi criado em 2003.
Anteriormente, foi desenvolvida a primeira versão online do jornal O Liberal, lançada em
1996.
Os primeiros jornais que surgiram na internet faziam a transposição de seu conteúdo
impresso para a internet sem adotar formatos diferenciados para se adaptar às
necessidades do internauta. A atualização desses jornais seguia o tempo da publicação
impressa, chegando a ocorrer apenas a cada 24 horas. Mielnickzuk (2003) caracteriza
essas experiências como “webjornalismo de primeira geração”.

1
A página do Jornal do Brasil pode ser acessada em HTTP://www.jb.com.br.
2
Relato do “Guia de estilo Web: produção e edição de notícias on-line”, de Luciana Moherdaui. O portal
UOL pode ser acessado em HTTP://www.uol.com.br .
3
Acesse: HTTP://www.diarioonline.com.br
4
Acesse: HTTP://www.orm.com.br
Os produtos desta fase, em sua maioria, são simplesmente cópias para a web
do conteúdo de jornais existentes no papel. A rotina de produção de notícias é
totalmente atrelada ao modelo estabelecido nos jornais impressos e parece não
haver preocupações com relação a uma possível forma inovadora de
apresentação das narrativas jornalísticas. A disponibilização de informações
jornalísticas na web fica restrita à possibilidade de ocupar um espaço, sem
explorá-lo enquanto um meio que apresenta características específicas.
(MIELNICZUK, 2003, p.8)

Quando o jornalismo, mesmo vinculado ao modelo impresso, começa a


experimentar as ferramentas próprias da web surge o que se classifica como
“webjornalismo de segunda geração”. As potencialidades do novo ambiente começam a
fazer parte do projeto, tais como a disponibilização de hipertextos nas notícias, a
utilização do e-mail como forma de contato com os leitores e a realização de fóruns de
debate entre os internautas. Nessa fase, grande parte dos sites jornalísticos continuou
vinculada a empresas que já tinham credibilidade junto ao público e sustentação
financeira com suas publicações impressas.
Na atualidade, grande parte das experiências jornalísticas encontradas na web
pode ser caracterizada como o que a autora denomina “webjornalismo de terceira
geração”. Na terceira geração, a narrativa jornalística é necessariamente concebida para
a internet, aplicando as potencialidades desenvolvidas para gerar sensações diferenciadas
do que ocorre com o leitor do impresso.

Neste estágio, entre outras possibilidades, os produtos jornalísticos


apresentam: - recursos em multimídia, como sons e animações, que
enriquecem a narrativa jornalística; - recursos de interatividade, como chats
com a participação de personalidades públicas, enquetes, fóruns de discussões;
apresentam opções para a configuração do produto de acordo com interesses
pessoais de cada leitor/usuário; - a utilização do hipertexto não apenas como
um recurso de organização das informações da edição, mas também como uma
possibilidade na narrativa jornalística de fatos; - atualização contínua no
webjornal e não apenas na seção ‘últimas notícias’ (MIELNICZUK, 2003,
p.9).

A classificação sugerida por Mielniczuk não é a única, nem utiliza como base uma
história linear do jornalismo online, mas tem o mérito de mostrar quanto é dinâmico o
processo de desenvolvimento de novos produtos jornalísticos para a internet. Dessa
forma, sites que seriam classificados como webjornalismo de terceira geração ainda
convivem com produtos jornalísticos de primeira geração, o que revela a diversidade de
recursos tecnológicos e financeiros envolvidos em cada experiência, além da influência
de fatores como investimento em qualificação profissional e os interesses envolvidos em
cada iniciativa desenvolvida no jornalismo online.

2.1.1 Mapeando característica do webjornalismo

Mesmo encontrando-se em pleno processo de construção e, portanto, em constante


transformação, o webjornalismo dispõe de algumas de suas características bem definidas
e estudadas. Entre as principais características descritas por Palácios (1999) estão
multimidialidade/convergência; interatividade; hipertextualidade; personalização;
memória (capacidade de armazenamento e recuperação de textos antigos); e a
instantaneidade de acesso, que possibilita atualização contínua do material informativo.
Algumas dessas características foram desenvolvidas inicialmente em outros meios de
comunicação, mas foram potencializadas de forma significativa com o desenvolvimento
da Web 2.05.
Na internet, o jornalismo agrega diversos formatos de mídia. Texto, imagem e som
em formato digital são utilizados de forma integrada e complementar gerando a
multimidialidade ou convergência. “A convergência torna-se possível em função do
processo de digitalização da informação e sua circulação e/ou disponibilização em
múltiplas plataformas e suportes numa situação de agregação e complementaridade”,
explica Palácios (1999, p.18).
As tentativas de interatividade já vinham acontecendo no rádio e na televisão, com
a participação da audiência ao vivo, e nos jornais impressos, com as seções de cartas ao
leitor. No entanto, é preciso verificar que a partir da web são desenvolvidos mecanismos
mais diversificados de interação, como os chats, salas de bate-papo, a troca instantânea
de informações por e-mail e a possibilidade de opinar sobre as notícias logo após sua
publicação nos espaços reservados para comentários dos leitores.
No entanto, a questão da interatividade no webjornalismo precisa ser analisada com
atenção. Isso porque não são poucas as iniciativas que disponibilizam mecanismos que
apenas aparentemente estimulam a interação com o leitor. Eles servem mais para
“vender” o produto jornalístico como um veículo mais democrático e, em alguns casos,
para se auto referenciar. É o caso de enquetes sem função e espaços de comentários que
ficam abandonados pelos produtores.

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O termo Web 2.0 é utilizado para descrever a segunda geração da World Wide Web – tendência que
reforça o conceito de troca de informações e colaboração dos internautas com sites e serviços virtuais. A
idéia é que o ambiente se torne mais dinâmico e que os usuários colaborem para a organização de conteúdo.
Os links ou hiperlinks são as hiperligações que possibilitam ao internauta chegar a
outros textos a partir da notícia acessada inicialmente em determinado site, gerando a
hipertextualidade. Assim, uma reportagem produzida para a web pode disponibilizar
vídeos, arquivos de som, galerias de imagens e textos sobre o mesmo tema alojados em
outros sites por meio de links. Quando bem utilizada, a hipertextualidade passa a
estruturar uma narrativa jornalística mais dinâmica, interligando diversas fontes de
informação. A hipertextualidade permite que outras características do webjornalismo se
concretizem.
Os hiperlinks favorecem a interatividade e a oportunidade de escolha do público.
Navegando pelos links que dão acesso a diversos textos ou blocos de textos, o internauta
depara com novas possibilidades de leitura e pode seguir a narrativa jornalística de acordo
com o seu interesse e não necessariamente de acordo com a linearidade do texto principal.
É importante verificar, entretanto, que, embora essa liberdade de informação seja uma
das principais características da comunicação via internet, algumas experiências
jornalísticas preferem não disponibilizar hiperlinks exteriores ao seu domínio, na
tentativa de não compartilhar acessos com seus possíveis concorrentes.
Embora ainda não seja utilizada em ampla escala no webjornalismo praticado no
Brasil, a personalização do conteúdo refere-se à possibilidade, oferecida ao internauta,
de individualizar determinado produto jornalístico de acordo com seus principais
interesses. Alguns sites de notícias permitem a seleção prévia dos assuntos e a escolha da
apresentação visual que mais agrada ao leitor. Segundo explica Palácios (2003, p.19),
“quando o sítio é acessado, a página de abertura é carregada na máquina do usuário,
atendendo a padrões previamente estabelecidos, de sua preferência”. Em outras
experiências, notícias com os principais assuntos escolhidos pelos leitores são enviadas
por e-mail.
O volume de informações disponíveis ao internauta e ao próprio jornalista costuma
ser bem maior no webjornalismo do que em outras mídias. O armazenamento e a
disponibilização de notícias e outras informações em bancos de dados acessados pela
internet é mais viável tecnicamente e têm custo menor. Dessa forma, cada site jornalístico
pode ter seu arquivo vivo, disponível para consulta do usuário a qualquer momento. Por
isso, a memória é considerada outra importante característica do webjornalismo.
A instantaneidade de acesso e atualização contínua do material jornalístico
permitem ao leitor acompanhar o noticiário de seu interesse com mais agilidade do que
nos meios de comunicação tradicionais. Esse é, sem dúvida, um dos fatores que vêm
contribuindo para o sucesso de muitas experiências jornalísticas na web. A velocidade
com que as informações são veiculadas pode ser associada ao imperativo da rapidez das
experiências humanas na contemporaneidade, questionado por pensadores como Bauman
(2001)6.
O formato assumido pelos sites jornalísticos na web, com o desenvolvimento de
dispositivos que permitem uma interação cada vez maior com o leitor, gera expectativas
em torno de um jornalismo mais participativo e pluralista, com um conteúdo embasado
na construção social do conhecimento e na livre produção, troca e circulação de
informações. Santos avalia positivamente essa característica.

O paradigma da interatividade instituído pela disseminação da Internet chama


atenção para um aspecto inovador pelo que representa de ruptura com a grande
mídia massiva e com as formas de controle social que ela opera. A
unilateralidade do processo comunicativo por intermédio dos grandes meios
de comunicação de massa gerou ferramentas teóricas e conceituais que durante
várias décadas se impuseram como modelo de análise, hipervalorizando o
poder de manipulação da mídia sobre uma audiência supostamente passiva,
indefesa ante a ação dominadora dos meios e incapaz de interferir no processo
de construção de sentido (SANTOS A. L., 2003, p.10).

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Bauman cunhou a expressão Mordernidade Líquida (2001) que também intitula uma de suas principais
obras, para descrever o imperativo da rapidez na vida social contemporânea e tratar de temas como
imigrações, globalização, comunidade e consumismo.

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