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ANÁLISE MACROERGONÔMICA DO SETOR DE DESENVOLVIMENTO

DE UMA EMPRESA DE CONFECÇÃO

MACROERGONOMIC ANALISYS OF THE DEVELOPMENT SECTOR IN


A WEAR COMPANY
Cristiane Affonso de Almeida Zerbetto1, Graziela Cremonesi Toledo2,
Lucas do Carmo Dalbeto3, Mayara Gonçalves4

(1) Doutora em Agronomia (Energia na Agricultura), Universidade Estadual Londrina


e-mail: cra@uel.br
(2) Especialista em Gestão Estratégica do Design, Universidade Estadual de Londrina
e-mail: grazitoledo@hotmail.com
(3) Especialista em Gestão Estratégica do Design, Universidade Estadual de Londrina
e-mail: lcdalbeto@yahoo.com.br
(4) Especialista em Gestão Estratégica do Design, Universidade Estadual de Londrina
e-mail: maygoncalvess@hotmail.com

Palavras-chave: design macroergonômico, setor de criação, empresa de confecção


Este artigo apresenta um estudo sobre a aplicação do método da Análise Macroergonômica do Trabalho (AMT),
para a identificação dos itens de demanda ergonômica, no setor de desenvolvimento de uma empresa do ramo de
confecção, localizada na cidade de Maringá, Paraná. Ao final da pesquisa poderão ser observadas as sugestões de
melhoria em relação aos aspectos físicos, ambientais e organizacionais.

Keywords: macroergonomic design, creation sector, confection company


This paper presents a case study about the application of Macroergonomic Design method to identification of the
ergonomic demanded items in the development sector of a wear company located in Maringá, Paraná. At the end of
the search can be seen suggestions for improvement in relation to physical, environmental and organizational.

1. Introdução
Uma análise rápida e superficial acerca das
A Revolução Industrial acarretou no nossas situações cotidianas permite-nos
surgimento de diversos setores industriais, perceber que as atividades produtivas
dentre estes a industria de confecção. Com o desenvolvidas pelo homem, sejam no âmbito
aumento da demanda e a necessidade de novas profissional ou no pessoal, não são tão simples
empresas capazes de supri-la nota-se que o como se pode supor. Dirigir um veículo
crescimento foi sustentado pelas necessidades durante um passeio rotineiro requer que o
e exigências dos consumidores. motorista tenha conhecimento do caminho que
deve tomar, assim como das leis de trânsito
Se inicialmente a qualidade de trabalho não que devem ser respeitadas para a realização
era uma questão relevante ao poderio desta tarefa. O motorista ainda deve ter
empresarial desse ramo, com o auxílio dos habilidade na direção para guiar o veículo em
estudos e avaliações das condições internas, meio ao tráfego, além de um elevado grau de
essas organizações despertaram um olhar mais conhecimento e disposição física e mental. A
atento para as condições oferecidas a seus funcionária de uma fábrica de confecção além
funcionários, a exemplo disso a ergonomia de conhecimento para operar a máquina de
surge como ferramenta para identificar costura precisa conhecer os procedimentos
deficiências e propor melhorias. organizacionais, os meios e técnicas para
atingir o padrão de qualidade exigido pela cada tarefa, que as condições reais de trabalho,
empresa, e qualificação para atuar na área. Por às individualidades e necessidades coletivas
mais simples e casuais que estas ações possam passaram a ser realmente questionadas.
parecer elas requerem estudos elaborados para Atualmente há uma forte tendência à
que as mudanças possam ser feitas, os projetos valorização do trabalhador no sistema
possam ser mais elaborados e as decisões produtivo. Assim, as responsabilidades sobre o
tecnológicas atendam melhor às necessidades planejamento e controle do trabalho são
do homem (VIDAL, s.d., p.3). É isso que transferidas da gerência para os próprios
propõe a Ergonomia. Produzir o entendimento trabalhadores, com o chamado “trabalho em
necessário para que o usuário possa realizar a grupo”. O modelo taylorista pregava a
tarefa da maneira mais satisfatória e com o execução de apenas uma tarefa pelos
menor desgaste e risco. trabalhadores, que muitas vezes não faziam
ideia do motivo do seu trabalho (para que
De acordo com a definição adotada pela serve?), mas no modelo de trabalho em grupo
Associação Internacional de Ergonomia em os objetivos/fim são definidos claramente, de
2000 a Ergonomia: modo que os trabalhadores possam ser
responsáveis pelos controles intermediários,
[...] é uma disciplina científica relacionada ao ou objetivos-meio, da produção (IIDA, 2005,
entendimento das interações entre os seres p.12).
humanos e outros elementos ou sistemas, e à
aplicação de teorias, princípios, dados e Historicamente pode-se dividir a evolução da
métodos a projetos a fim de otimizar o bem ergonomia em 3 fases. A primeira delas teve
estar humano e o desempenho global do início a partir da Revolução Industrial e os
sistema (AIE, 2000 apud ABERGO, s/d). efeitos físicos e sociais decorrentes do
surgimento das máquinas. Este estágio,
Segundo esta definição a Ergonomia propõe chamado de “ergonomia física” focaliza o
finalidades (a modificação dos sistemas de projeto ou a modificação da interface homem-
trabalho), propósitos (adequação da atividade máquina e “o principal ponto de pesquisa
às características, habilidades e limitações do estava centrado nas características físicas e
homem) e critérios (eficiência, conforto e perceptuais do ser humano e a aplicação
segurança) para a elaboração de um projeto prática deste conhecimento” (TAVEIRA
satisfatório. FILHO, 1993, p. 88). Com a mudança do foco
ergonômico dos aspectos físicos e perceptuais
Apesar das primeiras organizações e para os aspectos cognitivos deu-se início ao
associações de estudos científicos na área da segundo estágio, a “Ergonomia Cognitiva”. O
Ergonomia terem surgido apenas na década de processamento de informações, necessário
50, já existia certa adoção de seus princípios principalmente nos sistemas computacionais,
desde a pré-história, quando o homem foram um dos fatores primordiais para que os
escolheu uma pedra que melhor se adaptasse a estudos ergonômicos pudessem mudar de
“forma e movimentos de sua mão” para enfoque. A grande evolução tecnológica que
utilizá-la como uma ferramenta (IIDA, 2005, permitiu novas realidades de trabalho, com
p.5), mas foi apenas com a Revolução atividades cada vez mais dependentes da
Industrial e o modelo taylorista de produção, informática, das telecomunicações e com
que pregava o conceito do Homem grandes diferenças demográficas em um
Econômico1 além do tempo padrão referente a ambiente mercadológico muito mais
competitivo. Este novo cenário exige um novo
1
Segundo o conceito do Homem Econômico o homem forma os trabalhadores deveriam ser pagos de acordo
é motivado a produzir pelo retorno financeiro, desta com a sua produção individual (IIDA, 2005, p.10).
enfoque ergonômico, que não tenha A empresa objeto de estudo deste trabalho foi
considerações micro-orientadas, e sim que fundado por dois sócios em 1983 e possui
considerem a organização como um todo. caráter familiar. Está localizada de Maringá –
Desta forma tem início a terceira fase, a PR, possui três prédios e conta com 52
“Macroergonômia” (ibidem). funcionários em sua equipe, com horário de
funcionamento entre 7:30 às 17:30 horas. Do
A macroergonômia é, portanto, um estágio ou ponto de vista de sua contribuição a empresa
componente mais recente da ergonomia e é se caracteriza por médio porte. Seu foco é
voltada à aplicação do conhecimento sobre desenvolver produtos de vestuário para o
pessoas e organizações (baseada numa público Plus size, classe C, cuja
perspectiva sócio-técnica) ao projeto, comercialização é realizada por representantes
implementação e uso de tecnologia [...] A que atuam em diversas regiões do Brasil.
macroergonômia é uma abordagem topdown e
contingencial, e define a otimização Os setores de desenvolvimento e pilotagem,
organizacional em termos da otimização bem como corte, revisão, alguns acabamentos,
conjunta de seus sistemas técnicos e sociais. A estamparia, expedição, Rh, departamento
adaptabilidade e flexibilidade da organização comercial e financeiro estão alocados
são outros importantes princípios buscados a internamente. As facções e outros
este nível (TAVEIRA FILHO, 1993, p. 89). acabamentos são terceirizados. O setor de
desenvolvimento de produto é composto por
No enfoque ergonômico tradicional são sete funcionárias, na faixa etária entre 23 e 51
estudados os problemas associados anos – dentre elas a própria proprietária da
principalmente às posturas adotadas, com empresa. Por meio de observação prévia e
pouca atenção ao processo de informal das condições físicas e
desenvolvimento da tarefa e à opinião dos organizacionais da empresa detectou-se que
usuários. Por ter um escopo limitado, esta são nos ambientes utilizados por este setor que
abordagem tende a apresentar resultados mais estão presentes os maiores focos de problemas,
incompletos. Uma abordagem participativa, na assim adotou-se o desenvolvimento e
qual o usuário/trabalhador esteja envolvido pilotagem como o foco principal de avaliação
aumenta as chances de sucesso na Macroergonômica do presente trabalho.
implementação das modificações levantadas
através da análise Macroergonômica A definição do mix de coleção, pesquisa e
(FOGLIATTO e GUIMARÃES, 1999). desenvolvimento dos desenhos técnicos,
aprovação, modelagem, corte, pilotagem da
Neste sentido foi utilizada a Análise peça, prova, avaliação do comercial,
Macroergonômica do Trabalho (AMT) a fim aprovação ou recusa são as principais
de detectar possíveis falhas e demandas nos atividades desenvolvidas neste setor. O
ambientes de trabalho do setor de fluxograma apresentado a seguir (Figura 1)
desenvolvimento da empresa em questão, para tem por finalidade representar estes processos
assim sugerir as correções, bem como desenvolvidos, bem como o processo de
identificar e potencializar os pontos positivos desenvolvimento de produtos.
existentes.

2. Descrição da empresa e setor de


desenvolvimento
empregadas nesta fase, para tanto “devem ser
selecionadas especificamente de acordo com a
necessidade de cada um dos casos,
caracterizando a execução da tarefa (quem faz,
o que faz, como faz, quando faz e onde faz)”
(BUGLIANI, 2007, p. 30) .

A princípio a Apreciação Macroergonômica


ocorreu através de observações dos
pesquisadores ao setor e a aplicação de uma
entrevista livre, com consentimento
espontâneo dos 7 colaboradores do
departamento de desenvolvimento. Cada um
destes colaboradores foi estimulado
individualmente a opinar sobre questões da
estrutura física do setor, maquinários,
relacionamento entre profissionais, cargos e
funções, planejamento ambiental, e outros
aspectos que lhe parecessem problemáticos
com o objetivo de identificar problemas
preliminares. Os IDE’s (Itens de Demanda
Figura 1: Fluxograma dos processos de
Ergonômica) identificados foram organizados
desenvolvimento da empresa
em ordem de menção decrescente de acordo
3. Metodologia com as respostas obtidas. Os 5 itens mais
críticos são relacionados a seguir:
O método utilizado para avaliar o setor de 1. Estrutura física da empresa;
desenvolvimento da empresa em questão foi a 2. Relacionamento interpessoal e
Análise Macroergonômica do Trabalho interdepartamental;
(AMT). Conforme Guimarães (2000 apud 3. Comunicação organizacional;
ZERBETTO et al., 2009) a AMT é composta 4. Falta de motivação;
por cinco etapas distintas: apreciação 5. Ausência de definição de cargos e
macroergonômica; diagnose funções.
macroergonômica; proposta de soluções ou
projetação macroergonômica; avaliação ou 3.2-Diagnose Macroergonômica
validação macroergonômica; detalhamento
ergonômico. Contudo, o presente artigo Para aprofundar a pesquisa, na fase da
compreenderá apenas as etapas de apreciação diagnose macroergonômica, formulou-se um
diagnose e sugestão de melhorias. questionário com base nas prioridades obtidas
com as entrevistas. Em cada questão utilizou-
se uma escala de avaliação contínua de 0
3.1-Apreciação Macroergonômica
(insatisfação) à 15 (satisfação), permitindo ao
Segundo Bugliani (2007) esta é a fase entrevistado expressar por meio da marcação
exploratória na qual são detectados os de um risco sobre a linha de 15 cm seu nível
problemas. O levantamento pode ser realizado de satisfação e/ou insatisfação, sendo o valor
por meio de “observações locais, sistemáticas de cada pergunta obtido por meio da média
ou assistemáticas, utilizando meios diretos ou aritmética dos valores. A aplicação do
indiretos” (op. cit, p.30). A autora alerta para a questionário decorreu de forma individual e a
existência de diversas técnicas que podem ser régua de 15 cm só possuía as marcações
extremas (0 e 15), justamente para não induzir
o entrevistado. O questionário possuía
questões de sexo e idade apenas para
identificação dos funcionários avaliados.

Durante os procedimentos de entrevista e


questionários deixou-se em aberto indicações
de problemas gerais na empresa e sugestões de
melhorias, sempre priorizando muito a livre
expressão e a opinião dos funcionários. O
resultado dos questionários demonstrou duas
estatísticas. A primeira está representada na
Figura 2 e corresponde à visão das seis
funcionárias. Estes dados acrescidos das
respostas da proprietária é apresentado na
Figura 3. A opção por mostrar os dados em
dois gráficos permite evidenciar as visões
antagônicas em relação à algumas questões
apontadas. Os dados obtidos estão
representados a seguir em uma ordem
crescente de 0 (insatisfação) à 15 (satisfação),
sendo o ponto médio da escala 7,5 Figura 2: Resultado do questionário das seis
representado por um limite vertical, em que os funcionárias do Departamento de Desenvolvimento.
resultados abaixo dessa média devem receber
atenção especial e planejamento de correções e
melhorias mais urgentes.

Figura 3: Resultado do questionário das sete


funcionárias do Departamento de Desenvolvimento.

Ao comparar a Figura 2 com a Figura 3 é


possível identificar os principais itens de
insatisfação que afetam as funcionárias e a
proprietária. Estes dados estão representados passagem. A exemplo, a primeira escada é
no quadro abaixo: bem inclinada, de metal e os degraus
possuem larguras estreitas, menores que os
PROPRIETÁRIA pés, dificultando o uso e agravando a
1 ° - Abertura da empresa para sugestões e mudanças possibilidade de acidentes. O vão de
2 ° - Fluxo entre os setores
3 ° - Integração entre os setores
passagem da segunda escada para o
4 ° - Comunicação dentro da empresa e envolvimento em departamento tem aproximadamente 1,40
reuniões metros de altura, exigindo que as pessoas
5 ° - Estrutura física geral
FUNCIONÁRIAS
se curvem para atravessá-lo.
1 ° - Abertura da empresa para sugestões e mudanças  Problemas com estacionamento interno
2 ° - Integração entre os setores direcionado a falta de cobertura para os
3 ° - Fluxo entre os setores
4 ° - Comunicação dentro da empresa e envolvimento em
carros e a inexistência de uma organização
reuniões que separe motos e carros.
5 ° - Temperatura do ambiente de trabalho  As indagações quanto à estrutura do
Quadro 1: Principais IDE’s apontados nos gráficos refeitório estavam relacionadas ao pequeno
espaço, ao pé direito baixo, à escassez de
O quadro expõe os cinco primeiros itens de janelas ou abertura, fatores que provocam
insatisfação, possibilitando constar que alguns falta de circulação de ar, abafamento do
aspectos coincidiram em ambas as visões, ambiente, cheiro forte, paredes com
mesmo que sejam em graus diferentes. É infiltração e mofo. Outro agravante é o
possível identificar, por meio da análise destes refeitório ser utilizado simultaneamente
dados, que há a consciência dos proprietários como setor de tingimento de rendas e
em relação a alguns dos problemas existentes, botões intensificando o cheiro
desagradável, e a exposição à substâncias
principalmente os problemas acarretados pelo
químicas.
crescimento mal planejado e improvisado no
 Quanto à temperatura, as queixas foram de
decorrer do tempo, justificado pelo fato do frio no inverno em algumas salas e calor
campo fabril ser um prédio alugado. Esta intenso no verão devido a insuficiência de
consciência se formalizou com o interesse ventiladores ou ar condicionado.
demonstrado pelos proprietários na pesquisa,  Quanto ao arranjo físico, as reclamações
cujos resultados poderiam ser adotados na estão no layout e qualidade das mesas e
futura instalação da empresa. cadeiras e falta de equipamentos auxiliares
como descanso para os pés e apoio de
3.3- Discussão dos resultados punhos sobre mousepads. Também foram
citadas falta de regulagem de altura dos
A aplicação da entrevista e questionário equipamentos incluindo telas com mau
permitiu identificar características da empresa posicionamento, o que ocasiona dores
musculares no pescoço e costas.
como um todo, identificando tanto problemas
 Ausência de processos organizacionais que
físicos quanto problemas organizacionais: permitam que a empresa se atualize em
 No que diz respeito à estrutura física da relação às tendências do mundo da moda.
empresa os questionamentos estão  Ainda em relação aos fatores
relacionados à decorrência do mau organizacionais, existe insatisfação quanto
planejamento aliado ao fator do prédio ser ao horário, ausência de elaboração de
alugado há aproximadamente dez anos cronograma, má distribuição de tarefas
cujos espaços foram ampliados de forma ocasionando sobrecarga de serviços sobre
improvisada e inadequada conforme a os funcionários fato que aumenta o nível
necessidade. Em consequência, os de stress e prejudica o bom desempenho da
funcionários se deparam com questões
empresa.
como a dificuldade de acesso para o setor
 Também foram apontados
de desenvolvimento, devido à existência
questionamentos sobre a organização dos
de várias escadas inadequadamente
objetos.
planejadas, havendo pontos críticos de
 Apesar de existir um bom relacionamento
entre as equipe do setor a má divisão de
tarefas acaba causando conflitos internos
que afetam a harmonia e,
consequentemente, a produtividade da
empresa.
 A falta de conscientização ambiental foi
apontada, ainda que exista a coleta seletiva
dentro da empresa.
 Por fim, a ausência de programas de
incentivo motivacional aos funcionários.

3.4- Sugestões de melhorias

Com base nas informações apresentadas


anteriormente foram apontadas algumas Figura 4: Escada que dá acesso ao setor de criação.
melhorias fundamentadas em dados
ergonômicos, na Norma Regulamentadora e A Norma também traça diretrizes para portas e
em preceitos de Gestão que podem vir a vãos. O vão utilizado pelas funcionárias possui
colaborar para o sucesso da empresa. 62 cm de largura e a altura é 143 cm. Segunda
a NBR 9050:2004 o vão mínimo para
Estrutura Física passagem deve ser de 80 cm de largura e altura
Apesar ser apenas o 8º IDE apontado no mínima de 210 cm (ibidem).
questionário com os funcionários e o 4º
quando consideramos a opinião da
proprietária, um grave problema foi
diagnosticado pela equipe de pesquisa. Na
observação feita dentro da empresa notou-se a
existência de uma escada que dificulta o
acesso dos funcionários ao andar onde fica o
setor de desenvolvimento. Além da escada de
metal, cuja dimensão foi apontada pelos
próprios funcionários como um problema a ser
solucionado, a passagem para o ambiente
exige que as pessoas se inclinem para
atravessá-la, além de apresentar um obstáculo
que pode acarretar acidentes.
De acordo com a Norma regulamentadora
NBR 9050:2004 os degraus das escadas devem
ter altura entre 16 e 18cm, profundidade entre
Figura 5: Vão de passagem para o setor de criação.
28 e 32cm, largura mínima de 120 cm e
inclinação máxima de 1° (ABNT, 2004). Os
Outro ponto observado pela equipe e apontado
degraus da escada que foi apontada possuem
pelos funcionários são os problemas causados
altura de 19 cm, profundidade 19 cm e 70 cm
pelo estacionamento e que poderiam ser
de largura.
evitados facilmente com a sinalização dos
locais adequados para estacionar e algumas
medidas para conscientização dos
funcionários.
exercida pela modelista e pela pilotista da
empresa, é entre 16°C e 22°C (ibidem). Um
fator importante para a manutenção da
temperatura é a existência de ventilação no
ambiente, desta forma o basculante instalado
de forma incorreta na sala da designer
colabora para o incômodo causado pela
temperatura. Segundo Iida (2005), o ideal é
um ambiente com ventilação entre 0,1 e
0,2m/s para a realização de trabalhos leves que
permita a renovação do ar e proporcione o
reconforto da aragem do ar junto à pele.
Figura 6: Estacionamento.

O refeitório é um ambiente que deve sofrer


uma intervenção com urgência. Além de
acomodar os funcionários durante as refeições,
o refeitório é utilizado para tingir aviamentos.
A exposição a substâncias químicas, segundo
Dul e Weerdmeester (2004) deve ser evitada,
para tanto os autores sugerem um sistema de
exaustão para “quando não for possível
eliminar ou reduzir a poluição na fonte” (idem,
ibidem, p.88) e que elimine os agentes
químicos do ar antes que ele seja inalado pelos Figura 7: Basculante instalado na horizontal.
trabalhadores. Os autores alertam para a
legislação ambiental a respeito dos poluentes Arranjo físico
emitidos no ar expelido, e esta deve ser uma Conforme apresentado anteriormente o arranjo
das preocupações consideradas pela empresa físico do setor é um dos IDE’s que deve passar
ao adotar este tipo de sistema. Em alguns por uma intervenção ergonômica. Segundo
casos há necessidade de instalação de filtros Alencar, Falcão e Kuwahara (2011) devemos
que impeçam a poluição da atmosfera. considerar os padrões comportamentais dos
usuários/trabalhadores, as exigências da tarefa,
Fatores ambientais assim como os requisitos do sistema para a
A temperatura foi um dos fatores ambientais projeção de uma estação de trabalho.
apontados tanto por funcionários quanto pela Segundo Iida (2005) a posição inclinada é a
proprietária, mesmo que em posições mais satisfatória para postos de trabalho com
diferentes. De acordo com Dul e computadores, portanto as cadeiras devem
Weerdmeester (2004) o conforto térmico possuir encosto regulável que permita
reflete preferências individuais, desta forma o inclinações entre 90° e 120°, com altura
clima que mais agrada cada um dos suficiente para acomodar o peso das costas em
funcionários pode ser discrepante, no entanto uma postura relaxada. Também são desejáveis
existem alguns consensos sobre as regulagem na altura do assento que, por sua
temperaturas mais adequadas para a realização vez, deve possuir bordas arredondas para não
das tarefas de acordo com a demanda prejudicar a circulação sanguínea, pouco
energética fisiológica. O trabalho intelectual estofamento e amortecimento vertical, eixo
em temperaturas entre 18°C e 24°C é melhor giratório e cinco pés com rodas para facilitar a
realizado, enquanto a temperatura indicada movimentação do usuário/trabalhador.
para trabalhos manuais leves, como a função
Iida (idem) sugere que a superfície da mesa
seja dimensionada de acordo com os
movimentos inerentes à tarefa, o arranjo do
posto de trabalho e o tamanho do material que
será utilizado. O arranjo espacial – distribuição
dos diversos objetos utilizados para a
realização da tarefa - deve ser realizado
considerando os seguintes critérios:

 Importância – os elementos mais


importantes devem ser colocados em Figura 8: Áreas de alcances ótimos e máximo na mesa
posição de destaque para facilitar a (GRANDJEAN, 1983 apud IIDA, 2005, p. 146).
manipulação;
 Frequência de Uso – elementos mais Outra variável importante para o
utilizados devem estar em posição de dimensionamento do mesa é a altura.
destaque, de fácil alcance e Redgrove (1979 apud Iida op. cit.) propõe uma
manipulação; mesa com altura fixa de 74 cm e cadeira de
 Agrupamento Funcional – elementos altura regulável entre 47 e 57 cm, além de um
com funções semelhantes devem ser apoio para os pés com alturas reguláveis entre
dispostos em blocos; 0 e 20 cm.
 Sequência de Uso – a disposição de
Fatores Organizacionais
objetos utilizados em sequência deve
Ao analisar os IDE’s de maior urgência no
seguir a mesma ordem de utilização;
questionário é possível perceber que a grande
 Intensidade de Fluxo - a proximidade
maioria dos problemas indicados se referem às
dos elementos deve ser determinada
questões organizacionais. O item de menor
pelo fluxo de materiais, movimentos
pontuação, e consequentemente, mais grave, é
corporais ou informações;
a abertura da empresa para sugestões e
 Ligações Preferências – elementos mudanças, seguido da interação e o fluxo entre
entre os quais ocorrem ligações por os setores e, posteriormente, a comunicação
fluxo de atividade devem estar interna. Sugere-se que a coordenação revise a
próximos. definição dos cargos e das tarefas atribuídas a
cada um dos funcionários. O aprimoramento
Iida (idem) alerta para os alcances sobre a do cronograma, de modo que permita a
superfície de trabalho. Desta forma os realização das tarefas em tempo hábil é outra
elementos citados devem ser distribuídos sugestão, assim como o planejamento,
dentro da área de alcance ótimo (raios de 35 a sistematização e criação de uma linguagem
45 cm a partir do cotovelo normalmente ao única entre a empresa e os demais agentes
lado do tronco do usuário) e a área de alcance envolvidos no processo comunicacional.
máximo (obtidas através do movimento dos
braços estendidos). As áreas de alcance são É importante observar o descontentamento dos
ilustradas na figura a seguir. funcionários em relação aos incentivos
recebidos por parte da empresa, desta forma
uma política de valorização, com perspectiva
de ascensão pode gerar uma melhora
significativa da autoestima e satisfação.
Observa-se que vários dos problemas de
origem organizacional relatados nos Os resultados desse estudo macroergonômico
questionários poderiam ser resolvidos através serão repassados à Gerência e Proprietários da
da análise das sugestões dos funcionários. empresa, de forma a informá-los sobre a atual
Uma alternativa eficiente e pouco onerosa é a situação e as possibilidades de mudanças. A
adoção de uma caixa de sugestões aberta a proprietária possui um projeto de construção
todos os níveis da empresa, no qual os de um novo prédio para a empresa e sugere-se
próprios funcionários poderiam registrar suas que esta leve em consideração os pontos
queixas e sugestões de forma anônima. Para abordados como negativos, para que sejam
garantir que as mudanças sejam efetivas é corrigidos e os positivos, para que sejam
necessário que uma ferramenta de controle e mantidos ou potencializados. Um primeiro
mensuração seja aplicada, como o Quality passo é direcionar o olhar com maior
Function Deployment (QFD). Esta profundidade sobre os funcionários,
metodologia é estratégica, pois prevê a promovendo a abertura para escutá-los, pois
transformação de dados que são obtidos são essas ações que permitem obter ideias
diretamente com os investigados e muitas vezes simples, porém que realmente
posteriormente processados e refinados atendam às necessidades.
sucessivamente, a fim de resultar em atributos
e características fidedignas de produtos ou
serviços que atendam verdadeiramente os Referências Bibliográficas
usuários (GUIMARÃES, 2003), aqui
considerados como os funcionários do setor. ALENCAR, Larissa Albuquerque de;
FALCÃO, Franciane da Silva; KUWAHARA,
4. Conclusão Nelson. Intervenção ergonômica no setor de
desenvolvimento de moldes de injeção plástica
A aplicação da AMT permitiu detectar em empresa do pólo industrial de Manaus:
problemas de caráter físico e organizacional na Postos computadorizados e implantação de
empresa analisada. De forma prática as sistema CAD/CAM. In: ERGODESIGN, 11,
ferramentas possibilitaram a distinção da visão 2011, Manaus. Anais... Manaus:
dos funcionários e da proprietária e foram ERGODESIGN, 2011.
indispensáveis na construção do presente
trabalho como um todo. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS (ABNT). NBR 9050:2004, Rio de
É notório que o comprometimento dos colegas Janeiro, 2004. Disponível em: <
na opinião das funcionárias é o elemento de http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/s
melhor satisfação, o que facilita a aplicação de ites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico_
métodos que visam melhorias, pois a equipe imagens-filefield-description%5D_24.pdf>.
apresenta um perfil de união e aberto à Acesso em: 28 jun. 2012.
mudanças, fato esse comprovado com os
questionamentos e o resultado de insatisfação ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
do item de “abertura da empresa para ERGONOMIA. O que é ergonomia?
sugestões e mudanças”. Contudo, existe um 2005. Disponível em:
bom relacionamento entre as funcionárias, <http://www.abergo.org.br/oqueeergonomia.ht
gerência e proprietária, fator que deve ser m >. Acesso em: 02 jun. 2012.
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eficiência programas de Gestão, com objetivo BUGLIANI, Raquel De Oliveira.
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