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MAÇONARIA - 102 - O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

Sempre que se fala em maçonaria, um termo é recorrente: O Grande Arquiteto do


Universo, ou G.A.D.U. (a forma abreviada mais comum). Em quase todas as obras
maçônicas e também na maioria das citações ou reportagens, há referências a esta
expressão. Mas o que muitos leigos se perguntam sempre é: o que, ou quem é,
exatamente, este Grande Arquiteto? Qual o real significado desta denominação?
Respondendo objetivamente, e de maneira simplificada, afirmamos: o G.A.D.U. é
a maneira pela qual os maçons se referem a Deus. E a razão é simples: sendo
a maçonaria uma instituição que teve origem histórica nas corporações de
construtores medievais – que eram formadas por arquitetos, engenheiros, artesãos,
pedreiros e outros profissionais ligados à área da construção civil e militar – e,
ainda nos nossos dias, valer-se de instrumentos daqueles ofícios como ícones
simbólicos (o compasso e o esquadro, por exemplo), nada mais natural que
denomine o projetista ou construtor de tudo o que existe como O Grande Arquiteto
do Universo. Denominações adicionais para o Criador como O Grande Arquiteto dos
Mundos ou O Grande Geômetra são encontradas em alguns livros maçônicos, todas
com o mesmo significado.
Ampliando o escopo deste artigo, consideramos importante esclarecer brevemente
o conceito de Deus na maçonaria. A imagem eternizada por Michelangelo na Capela
Sistina – a de um ancião de cabelos brancos, adotada como representação
costumeira de Deus por grande parcela da civilização ocidental – ainda que
enquanto obra de arte seja belíssima, não é suficiente para a compreensão da
onipotência, onipresença e onisciência divinas. Em verdade, ousaríamos dizer que
é, de fato, inapropriada. Ora, qualquer que seja o ser, se este for limitado por uma
forma, não pode ter tais características. Portanto, seguindo este raciocínio,
concluímos que a imagem de Deus como um velho senhor sentado em um trono de
nuvens é apenas o retrato humanizado do pensamento de uma época, não
devendo ser levado em conta para uma reflexão mais aprofundada. Deus é o amor
infinito, a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, é aquele que
não tem começo nem fim, e não pode ser conhecido através dos esforços
intelectuais de uma mente humana que, por mais avançada ou capaz que seja, está
sujeita a limitações. Deus, portanto, é uma força que não pode ser analisada ou
mensurada, só podendo ser sentida e contemplada através de suas manifestações.
Esta força é o que os maçons chamam de Grande Arquiteto, gerador do
universo, do homem e da vida em todas as suas formas.
Um movimento anti-maçônico, fundado nos Estados Unidos no século XX e formado
quase majoritariamente por fundamentalistas religiosos, tem distorcido
continuamente o conceito do Grande Arquiteto do Universo. Este movimento, que
já conta com ramificações no Brasil, afirma erroneamente que o G.A.D.U. não
passa de um ‘deus maçônico’, ou ainda uma divindade que representaria
uma suposta união sincrética de ídolos antigos. Os mais radicais acreditam
ainda que o G.A.D.U. seria uma representação do diabo. Conforme já explicado,
nada mais longe da realidade. Aliás, para ser maçom, o postulante tem de,
necessariamente, crer na existência de um ser supremo. Todos os trabalhos
maçônicos são dedicados à glória de Deus, e os templos maçônicos conservam
abertos em seus rituais o chamado Livro da Lei, que nada mais é que o livro
sagrado da religião dos países onde funcionam as lojas maçônicas. No Brasil é a
Bíblia que pode ser vista na quase totalidade dos templos, e ao redor do planeta, o
livro sagrado muda conforme o caso: para os hebreus, o Talmude ou o Antigo
Testamento; para os muçulmanos, o Alcorão; para os adeptos do bramanismo, os
Vedas; para os masdeístas ou seguidores de Zaratustra, ou Zoroastro, o Zenda-
Avesta etc. O Livro da Lei possui esse nome por conter o código de moral e ética
que devemos seguir em nossas vidas. Este nome evita ainda qualquer tipo de
sectarismo. A única exigência que se faz é que o volume deve conter, de fato, as
sagradas escrituras de uma religião conhecida, e fazer referência ao Ser Supremo,
Deus.
É importante colocar que a crença no Grande Arquiteto do Universo é encarada na
maçonaria como uma realidade filosófica, e não de modo dogmático. A
maçonaria, portanto, não é uma religião, mas abriga em suas fileiras homens de
todas as religiões – por reconhecer a importância de cada uma delas, respeitando o
conceito íntimo que cada um tem de Deus. Mas a maneira pela qual cada maçom
professa a sua crença neste ser supremo é assunto de foro íntimo. Assim, em um
templo maçônico poderão ser vistos, lado a lado, católicos, budistas, espíritas e
assim por diante, pois a tolerância e o respeito mútuo fazem que praticantes dos
mais diferentes cultos estejam unidos em prol da lapidação espiritual, da
construção de um mundo justo e da busca pelo bem de toda a humanidade.
Termino este artigo citando o escritor Dan Brown, em carta endereçada aos maçons
americanos na época do lançamento de seu livro O Símbolo Perdido, cuja trama
envolve a maçonaria: “Em um mundo onde os homens batalham a propósito de
qual definição de Deus é a mais acertada, não acho palavras para expressar
adequadamente o profundo respeito e admiração que sinto por uma organização na
qual homens de crenças diferentes são capazes de ‘partilhar o pão juntos’ num laço
de fraternidade, amizade e camaradagem”.
Que o Grande Arquiteto nos ilumine e guarde.

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