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o 18 — 25 de Janeiro de 2006
Artigo 6.o
CAPÍTULO I
Alojamento
Âmbito e objectivos
1 — O alojamento consiste no apoio residencial às
Artigo 1.o vítimas de violência e dos seus filhos menores, por um
período de tempo determinado, em instalações colec-
Objecto tivas ou apartamentos, conforme a situação e as neces-
sidades da utilizadora e dos seus filhos.
O presente decreto regulamentar regula as condições 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, a
de organização, funcionamento e fiscalização das casas instituição responsável pela casa de abrigo pode dispor
de abrigo previstas na Lei n.o 107/99, de 3 de Agosto, de apartamentos plurifamiliares ou unifamiliares, em
e no Decreto-Lei n.o 323/2000, de 19 de Dezembro, instalações próprias ou cedidas por entidade pública ou
e que integram a rede pública de casas de apoio a mulhe- privada.
res vítimas de violência. 3 — O alojamento compreende, ainda, a prestação
de serviços básicos, nomeadamente alimentação,
Artigo 2.o higiene, protecção e segurança.
Âmbito pessoal
Artigo 7.o
As casas de abrigo são unidades residenciais desti- Acompanhamento
nadas a proporcionar acolhimento temporário a mulhe-
res vítimas de violência, acompanhadas ou não de filhos 1 — O acompanhamento pessoal assenta numa inter-
menores. venção sistemática e integrada, nomeadamente nas áreas
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do apoio social, psicológico, educacional, profissional b) Termo do prazo previsto no artigo anterior;
e jurídico, e obedece à elaboração de um plano indi- c) Manifestação de vontade da utilizadora, através
vidual de intervenção. de declaração escrita;
2 — O plano individual de intervenção deve conter d) Incumprimento das regras estabelecidas no regu-
um diagnóstico de necessidades e uma programação, lamento interno de funcionamento da casa de
por metas, das acções que visem o restabelecimento do abrigo.
equilíbrio emocional e psicológico das mulheres vítimas
de violência e dos seus filhos, bem como a sua inserção CAPÍTULO IV
social.
3 — A utilizadora deve participar na elaboração do Criação e funcionamento
seu plano individual de intervenção, para cuja imple-
mentação deve manifestar, por forma expressa, o seu Artigo 11.o
consentimento. Criação
CAPÍTULO III 1 — A criação das casas de abrigo depende da veri-
Admissão e permanência ficação cumulativa dos seguintes requisitos:
a) Adequação às necessidades reais da comuni-
Artigo 8.o dade;
Condições de admissão b) Cumprimento das disposições legais relativas à
constituição, ao registo das entidades promo-
1 — A admissão das mulheres vítimas de violência toras e ao licenciamento da actividade;
e dos seus filhos nas casas de abrigo processa-se por c) Capacidade económico-financeira das entidades
indicação das seguintes entidades: promotoras;
a) Comissão para a Igualdade e para os Direitos d) Existência de instalações devidamente dimen-
das Mulheres, doravante designada por CIDM, sionadas e equipadas;
através dos seus gabinetes de informação; e) Localização na proximidade de serviços públicos
b) Centros e núcleos de atendimento, previstos na de ensino e saúde, bem como das forças de segu-
Lei n.o 107/99, de 3 de Agosto; rança territorialmente competentes;
c) Serviços competentes da segurança social; f) Recursos humanos adequados e com formação
d) Serviços da acção social das câmaras municipais; específica na área da violência de género;
e) Outras casas de abrigo. g) Regulamento interno de funcionamento elabo-
rado de acordo com o modelo constante do
2 — São requisitos de admissão nas casas de abrigo: anexo do presente decreto regulamentar;
a) O encaminhamento feito por indicação das enti- h) Parecer técnico da CIDM no que respeita ao
dades referidas no número anterior; regulamento interno de funcionamento previsto
b) A apresentação do diagnóstico da situação das na alínea anterior.
mulheres vítimas de violência e dos seus filhos,
por parte da equipa técnica das entidades refe- 2 — Para efeitos do disposto no n.o 3 do artigo 5.o
ridas no número anterior; do Decreto-Lei n.o 323/2000, de 19 de Dezembro, as
c) A aceitação do regulamento interno de fun- entidades promotoras entregam o projecto de regula-
cionamento. mento interno de funcionamento nos serviços territo-
rialmente competentes da segurança social.
3 — Em situação de emergência, pode acolher-se uma
mulher vítima de violência e os seus filhos, durante um Artigo 12.o
período não superior a setenta e duas horas, antes da
realização do diagnóstico referido no número anterior, Funcionamento
nomeadamente por indicação das forças de segurança, 1 — As casas de abrigo devem funcionar de forma
em concertação com as casas de abrigo. a garantir a autonomia, o bem-estar e a segurança das
suas utilizadoras e dos seus filhos menores.
Artigo 9.o 2 — As casas de abrigo funcionam durante todo o
Permanência ano, todos os dias da semana, durante vinte e quatro
horas.
1 — A permanência nas casas de abrigo tem carácter 3 — O regulamento interno de funcionamento da casa
transitório, não devendo ser superior a seis meses. de abrigo é dado a conhecer às utilizadoras e afixado
2 — A título excepcional, mediante parecer funda- em local bem visível.
mentado da equipa técnica e relatório de avaliação da 4 — Qualquer alteração ao regulamento interno é
situação da utilizadora, o período de permanência defi- comunicada às utilizadoras com a antecedência mínima
nido no número anterior pode ser prorrogado. de 30 dias relativamente à data da sua entrada em vigor,
devendo observar-se o disposto no número anterior.
Artigo 10.o 5 — A casa de abrigo dispõe de um registo das uti-
lizadoras do qual constam, designadamente, os seguintes
Cessação da permanência
elementos:
A permanência na casa de abrigo cessa nas seguintes a) Nome e apelido;
situações: b) Estado civil;
a) Verificação das condições necessárias e efec- c) Nacionalidade;
tivas para a reinserção das utilizadoras; d) Habilitações literárias;
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Artigo 23.o
o
Artigo 18. Instalações das casas de abrigo
Articulação entre casas de abrigo, centros e núcleos de atendimento 1 — A casa de abrigo, nas suas instalações, dispõe
1 — Sempre que se justifique, as casas de abrigo arti- dos espaços necessários e adequados ao número das
culam-se com os centros e núcleos de atendimento, de utilizadoras e das crianças a acolher, no cumprimento
forma a garantir: pelo disposto na legislação em vigor, nomeadamente
em matéria de edificações, segurança e higiene no tra-
a) O acolhimento das utilizadoras e dos seus filhos balho e acessibilidades.
menores; 2 — A capacidade das casas de abrigo não deve exce-
b) O acompanhamento e o apoio jurídico durante der o máximo de 30 utentes, incluindo as mulheres e
a permanência das utilizadoras na casa de abrigo os seus filhos menores.
e aquando da cessação da permanência. 3 — A casa de abrigo dispõe das seguintes áreas
funcionais:
2 — As casas de abrigo não podem integrar nas suas a) Espaço para acolhimento;
instalações centros ou núcleos de atendimento, sendo b) Sala de convívio;
independentes e autónomas, de forma a garantir a con- c) Sala de refeições;
fidencialidade do encaminhamento das utilizadoras e d) Cozinha/copa;
dos respectivos filhos. e) Lavandaria;
f) Quartos com área suficiente para mais de uma
cama, possibilitando a permanência das utili-
Artigo 19.o zadoras e das crianças;
Cooperação e articulação com outras entidades g) Espaço próprio para as crianças;
h) Instalações sanitárias em número adequado,
As casas de abrigo devem cooperar e articular-se, sendo que uma deve ter acessibilidade total;
designadamente através da formalização de parcerias, i) Instalações para o pessoal;
com outras entidades ou serviços da comunidade voca- j) Gabinete técnico de atendimento especializado;
cionados para a prestação dos apoios adequados às l) Gabinete do director técnico.
necessidades das utilizadoras, designadamente nas áreas
da justiça, da saúde, da educação, da administração 4 — Os espaços privados existentes nas instalações
interna, da segurança social, do emprego e da formação das casas de abrigo devem ser concebidos de forma a
profissional. garantir uma efectiva privacidade e a mobilidade de pes-
soas com deficiência.
Artigo 20.o 5 — As instalações devem estar providas de mobi-
Segurança liário idêntico ao de qualquer habitação, por forma a
conseguir-se um ambiente próximo do familiar.
As autoridades policiais territorialmente competentes 6 — A casa de abrigo pode ter, acoplados, aparta-
prestam todo o apoio necessário com vista à protecção mentos plurifamiliares ou unifamiliares com vista à gra-
do pessoal e das utilizadoras da casa de abrigo. dual autonomização das utilizadoras, tendo em conta
os seus respectivos perfis e a fase do plano individual
de intervenção em que se encontram.
Artigo 21.o
Confidencialidade
CAPÍTULO VI
As entidades públicas ou privadas e o respectivo pes- Avaliação e fiscalização
soal que intervenham em algum dos procedimentos de
encaminhamento, acolhimento e apoio previstos no pre- Artigo 24.o
sente decreto regulamentar estão obrigados ao dever
de confidencialidade. Acompanhamento e avaliação
Artigo 12.o
Artigo 8.o
Deveres da casa de abrigo
Procedimentos de admissão
Constituem deveres da casa de abrigo para com as
1 — Para efeitos de admissão na casa de abrigo, a utilizadoras:
utilizadora deve proceder ao preenchimento de uma a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ficha de admissão, devendo fazer prova das declarações b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
efectuadas mediante a entrega dos seguintes documen- c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
tos (indicar a documentação necessária): d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3 — Das . . . às . . . (por exemplo, das 20 horas e As instalações da casa de abrigo são compostas por:
30 minutos às 24 horas), as utilizadoras poderão utilizar
os espaços de entretenimento e lazer da casa de abrigo. 1) . . . (descrever o número de quartos e camas,
4 — É obrigatório o recolhimento das utilizadoras aos bem como os espaços comuns, como cozinha,
seus aposentos das . . . às . . . (por exemplo, das 0 às salas, casas de banho, com indicação dos espaços
7 horas), com excepção das crianças, que têm de recolher reservados às utilizadoras e crianças e os reser-
às . . . (por exemplo, às 21 horas e 30 minutos). vados ao pessoal. Referir expressamente a exis-
5 — Quaisquer excepções aos horários indicados têm tência de apartamentos, descrevendo as respec-
de ser avaliadas pela equipa técnica. tivas áreas e zonas de serviço, se existirem);
6 — Entende-se por regime permanente, para efeitos 2) . . . (indicar o número de pessoas por quarto,
do disposto no n.o 1, o funcionamento da casa de abrigo forma de distribuição e ocupação).
durante vinte e quatro horas.