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O Deus Bendito que nos Escolheu (Ef 1.

1-14)

C. A FÉ SALVADORA:

1) Definição de Fé Salvadora:

Esta é a genuína fé cristã. Ela está enraizada no coração que foi re-
generado por Deus. A fé salvadora é obra de Deus e é direcionada para Deus, por
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meio de Cristo (Hb 12.2; 1Jo 5.1-5). Contudo, devemos observar que nós não so-
mos salvos pela fé, mas sim por Cristo Jesus por meio da fé.

Fé salvadora é um dom da graça de Deus, por intermédio do qual somos habilita-


dos a receber a Jesus Cristo como nosso único e suficiente Salvador e, a crer em
todas as promessas do Deus Triúno, conforme estão registradas nas Escrituras.

O Catecismo Menor de Westminster (1647) na questão 86, assim define:

“Fé em Jesus Cristo é uma graça salvadora, pela qual o recebemos e con-
fiamos só nele para a salvação, como ele nos é oferecido no Evangelho”.

2) Elementos da Fé:

A fé salvadora é constituída de três elementos, a saber:

a) Elemento Intelectual:

Caracteriza-se pela convicção racional de que aquilo que a Pala-


vra diz é verdade, porque faz sentido. Notemos que a razão não é desprezada em
nossa relação com Deus. O conhecimento das realidades espirituais passa por nos-
sa mente (Jo 3.31-34; 20.30-31; At 10.43; 11.13,14; Rm 10.14-17; 1Co 15.1-8; Tg
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2.19).

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“Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus....” (Hb 12.2). “Todo aquele que crê
que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que
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dele é nascido. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e prati-
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camos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamen-
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tos; ora, os seus mandamentos não são penosos, porque todo o que é nascido de Deus vence o
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mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão a-
quele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (1Jo 5.1-5).
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“ Quem vem das alturas certamente está acima de todos; quem vem da terra é terreno e fala da
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terra; quem veio do céu está acima de todos e testifica o que tem visto e ouvido; contudo, ninguém
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aceita o seu testemunho. Quem, todavia, lhe aceita o testemunho, por sua vez, certifica que Deus é
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verdadeiro. Pois o enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medi-
da” (Jo 3.31-34). “Dele todos os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo aquele
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que nele crê recebe remissão de pecados” (At 10.43). “ E ele nos contou como vira o anjo em pé em
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A Bíblia apresenta o Evangelho como uma mensagem que deve ser anunciada a
todos os homens a fim de que eles possam entendê-la e crer. Deus não simples-
mente arrasta o pecador para Si sem que ele deseje. Ninguém será salvo a contra-
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gosto. Deus não simplesmente nos “nocauteia”; Ele nos convence.

Quanto a nós, em nosso testemunho, procuramos anunciar o Evangelho de forma


inteligível, nos dirigindo a seres racionais a fim de que entendam a mensagem e
creiam; por isso, ao mesmo tempo em que sabemos que é Deus Quem converte o
pecador, devemos usar os recursos de que dispomos − que não contrariem a Pala-
vra de Deus −, para atingir a todos os homens. Cremos que o Espírito da Verdade
nos capacita a proclamar o Evangelho com fidelidade e sabedoria. Evangelizar não
é um exercício de aniquilamento da razão, antes é um desafio à utilização de uma
mente sã, que só pode ser restaurada pelo poder do Espírito. Toda verdade procede
de Deus e, o Espírito de Deus nos concede este discernimento na compreensão e
no uso da verdade. “O Espírito Santo é o Espírito da verdade, que se importa
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com a verdade, ensina a verdade e dá testemunho da verdade”.

O Livro de Atos registra que Paulo por três semanas pregou, conforme seu cos-
tume, na sinagoga de Tessalônica. Lucas usa alguns termos muito interessantes pa-
ra descrever a pregação de Paulo: “Tendo passado por Anfípolis e Apolônia, chega-
ram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. Paulo, segundo o seu cos-
tume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou (diale/gomai) com eles acerca
das Escrituras, expondo (dianoi/gw) e demonstrando (parati/qhmi) ter sido neces-
sário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o
Cristo, Jesus, que eu vos anuncio. Alguns deles foram persuadidos (pei/qw) e unidos
a Paulo e Silas, bem como numerosa multidão de gregos piedosos e muitas distintas
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mulheres” (At 17.1-4).

Um assunto decorrente deste é o da “fé explícita”. Os Reformadores deram gran-


de ênfase a este ponto. A igreja romana ensinava que os crentes comuns por não
entenderem a doutrina, precisavam apenas crer na igreja entregando-se aos seus
ensinamentos. Os Reformadores, diferentemente, entendiam que ao mesmo tempo
em que a doutrina cristã precisava ser apresentada de forma mais completa possí-
vel, estes ensinamentos deveriam ser inteligíveis ao cristão mais simples, para que
ele pudesse filiar-se à Igreja, conhecendo o que ela cria e ensinava.
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Calvino combateu o conceito de “fé implícita” – sustentado na teologia da igreja

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sua casa e que lhe dissera: Envia a Jope e manda chamar Simão, por sobrenome Pedro, o qual te
dirá palavras mediante as quais serás salvo, tu e toda a tua casa” (At 11.13-14).
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Para usar uma expressão de Lloyd-Jones (D.M. Lloyd-Jones, O Caminho de Deus não o Nosso, São
Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2003, p. 161).
4
John R.W. Stott, A Verdade do Evangelho: um apelo à Unidade, Curitiba, PR./São Paulo, SP.: En-
contro/ABU., 2000m p. 130.
5
Quanto a maiores detalhes sobre este ponto, veja-se: Hermisten M. P. Costa, Teologia da Evangeli-
zação, São Paulo, 2008 (Trabalho não publicado).
6
Que chama de “espectro papista” [J. Calvino, Exposição de Romanos, São Paulo: Paracletos,
1997, (Rm 10.17), p. 375] e, “fé forjada e implícita inventada pelos papistas. Pois por fé implíci-
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romana –, declarando que a nossa fé deve ser “explícita”. No entanto, Calvino res-
salta que devido ao fato de que nem tudo foi revelado por Deus, bem como à nossa
ignorância e pequenez espiritual, muito do que cremos permanecerá nesta vida de
forma implícita.

Calvino depois de um extenso comentário, nos diz:

“Certamente que não nego (de que ignorância somos cercados!) que
muitas cousas nos sejam agora implícitas, e ainda o hajam de ser, até que,
deposta a massa da carne, nos hajamos achegado mais perto à presen-
ça de Deus, cousas essas em que nada pareça mais conveniente que
suspender julgamento, mas firmar o ânimo a manter a unidade com a I-
greja. Com este pretexto, porém, adornar com o nome de fé à ignorância
temperada com humildade, é o cúmulo do absurdo. Ora, a fé jaz no co-
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nhecimento de Deus e de Cristo (Jo 17.3), não na reverência à Igreja”.
(grifos meus).

Pelas palavras de Calvino, podemos observar a necessidade latente do ensino e


estudo constante da Palavra de Deus, a fim de que cada homem, sendo como é,
responsável diante de Deus, tenha condições de se posicionar diante de Deus de
forma consciente; a fé explícita é patenteada pela Igreja por meio do ensino da Pa-
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lavra. Não podemos conceber a Igreja sem ensino e doutrina.

b) Elemento Emocional:

Se a fé não é somente emocional, também não é apenas uma


questão racional; ela envolve a nossa razão e as nossas emoções. Não basta que
eu reconheça racionalmente a Cristo como o meu Senhor e Salvador, é necessário
que eu creia nEle como o meu Salvador e Senhor. Este ato de crer envolve todo o
nosso ser, passando a viver intensamente a realidade dessa fé (Vd. Mt 13.20; At 8.5-

ta eles querem dizer algo destituído de toda luz da razão” [João Calvino, As Pastorais, (Tt 1.1),
p. 299], que “separa a fé da Palavra de Deus” [J. Calvino, Exposição de Romanos, (Rm 10.17), p.
375]. Veja-se também: João Calvino, Gálatas, (Gl 1.2), p. 25.
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J. Calvino, As Institutas, III.2.3. (Vd. também III.2.5ss). Em outras passagens, Calvino discorreu so-
bre a fé. Cito aqui algumas delas: "Fé verdadeira, é aquela que o Espírito de Deus sela em nosso
coração" (J. Calvino, As Institutas, I.7.5). “A fé não consiste na ignorância, senão no conheci-
mento; e este conhecimento há de ser não somente de Deus, senão também de sua divina
vontade” (As Institutas, III.2.2). “Nossa fé repousa no fundamento de que Deus é verdadeiro.
Além do mais, esta verdade se acha contida em sua promessa, porquanto a voz divina tem
de soar primeiro para que possamos crer. Não é qualquer gênero de voz que é capaz de
produzir fé, senão a que repousa sobre uma única promessa. Desta passagem, pois, pode-
mos deduzir a relação mútua entre a fé dos homens e a promessa de Deus. Se Deus não
prometer, ninguém poderá crer” [J. Calvino, Exposição de Hebreus, São Paulo: Edições Paracle-
tos, 1997, (Hb 10.23), p. 270].
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Conforme já citamos: “A Escritura é a escola do Espírito Santo, na qual, como nada é omitido
não só necessário, mas também proveitoso de conhecer-se, assim também nada é ensina-
do senão o que convenha saber” (J. Calvino, As Institutas, III.21.3).
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8).

c) Elemento Volitivo:

Aqui já não há apenas uma convicção racional e emocional de


que Jesus é o Salvador. Há o desejo do coração tocado e transformado pelo Espíri-
to, de receber a Cristo como o Seu Senhor, entregando-se totalmente a Ele. O ho-
mem precisa desejar a salvação e recebê-la pela fé. Sabemos que a fé é um dom de
Deus (Ef 2.8) e é Deus mesmo Quem desperta em nós a consciência de nossa ne-
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cessidade de salvação e, ao mesmo tempo, a capacitação para crer no Evangelho.

L. Berkhof (1873-1957) assim coloca a questão:

“A fé não é apenas uma questão de intelecto, nem de intelecto e sen-


timentos combinados: também é uma questão de vontade, determinan-
do a direção da alma, um ato da alma que parte rumo ao seu objeto de-
le se apropria. Sem esta atividade, o objeto da fé, que o pecador reco-
nhece como verdadeiro e real, e como inteiramente aplicável às suas ne-
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cessidades presentes, permanece fora dele”.

Concluindo, podemos dizer que nenhum dos três elementos ou mesmo a combi-
nação de dois deles é suficiente. A fé salvadora envolve os três, compondo um ato
de entrega sem reservas a Cristo (Rm 10.9,10; Mt 11.28,29; Jo 1.12; 14.1; 16.31).
Somos salvos quando depositamos confiadamente a nossa fé em Jesus Cristo, ten-
do exclusivamente nEle a certeza da nossa salvação.

Algumas Aplicações:

1) A verdadeira fé é aquela que ouve a Palavra de Deus e descansa perseverante-


mente nas Suas promessas.

2) O meio ordinário estabelecido por Deus para que a eleição eterna se efetive é a
Palavra, o Evangelho, que deve ser anunciado para que os homens possam crer.

3) A fé salvadora encontra o seu momento de decisão, quando o pecador tocado pe-


lo Espírito, diz: “Eu creio Senhor”.

4) Mais do que crer, temos que verificar os fundamentos de nossa fé. É necessário

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“O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria” (Mt
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13.20). “ Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As multidões atendiam,
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unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíri-
tos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram cu-
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rados. E houve grande alegria naquela cidade” (At 8.5-8).
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“Ninguém jamais foi convertido ao cristianismo à força. Todo verdadeiro converso volta-se
para Cristo porque quer – embora seja certo que este querer é dom de Deus, transmitido a
ele por ocasião do seu novo nascimento” (R.B. Kuiper, Evangelização Teocêntrica, p. 27).
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L. Berkhof, Teologia Sistemática, Campinas, SP.: Luz para o Caminho, 1989, p. 508.
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examinar se o que de fato acreditamos é o genuíno Evangelho.

5) A igreja é vocacionada a conhecer a Cristo relacionando-se com Ele em fé e obe-


diência.

6) O Senhor conhece a nossa fé (Ap 2.13,19). Usemos, pois, dos meios fornecidos
por Deus para o nosso alimento espiritual e, assim, vivamos em comunhão com
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Ele (Hb 11.4-7). A fé faz parte de nossa responsabilidade.

São Paulo, 22 de dezembro de 2009.


Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa

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Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemu-
nho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo
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depois de morto, ainda fala. Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado,
porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a
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Deus. De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se a-
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proxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. Pela fé, Noé,
divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, a-
parelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro
da justiça que vem da fé” (Hb 11.4-7).
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“A regeneração é a ação de Deus, e tão-somente de Deus. É responsabilidade nossa vi-
ver o que a regeneração efetua. É responsabilidade nossa ser santos” (John Murray, Reden-
ção: Consumada e Aplicada, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1993, p. 126).

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