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Técnico/a Administrativo/a

Domínio Intrapessoal da Cognição, Emoção e


Motivação

Daniella Sousa Dias

Fevereiro de 2015

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Índice
OBJECTIVOS GERAIS DO MANUAL............................................................................................................3
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO MANUAL...................................................................................................3
MODALIDADE DE FORMAÇÃO...................................................................................................................3
FORMAS DE ORGANIZAÇÃO.....................................................................................................................3
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................................4
Definição do conceito de cognição............................................................................................................5
A perceção......................................................................................................................................................5
A teoria de Gestalt e as leis da perceção..................................................................................................11
A Atenção..............................................................................................................................................13
A memória.............................................................................................................................................17
Memória a Curto Prazo................................................................................................................................17
Memória a Longo Prazo...............................................................................................................................18
Memória e Esquecimento............................................................................................................................19
Memória e Aprendizagem............................................................................................................................20
A aprendizagem.....................................................................................................................................21
As emoções...........................................................................................................................................24
Motivação..............................................................................................................................................27

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OBJECTIVOS GERAIS DO MANUAL

o Mobilizar os conceitos relativos aos processos cognitivos e emocionais para compreensão do


comportamento humano.
o Revelar conhecimento do processo de pensamento humano.
o Refletir acerca do conhecimento do processo de pensamento humano.
o Reconhecer o esquecimento como parte do processo mnésico.

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO MANUAL

No final desta formação pretende-se que os formandos sejam capazes de:

o Distinguir a dimensão cognitiva e afetiva do comportamento e reconhece as relações que


se estabelecem entre ambas.
o Identificar os diferentes conceitos de inteligência e aplicados em situações de
relacionamento interpessoal.
o Reconhecer as estratégias de gestão de crenças e emoções inadequadas no quotidiano.

MODALIDADE DE FORMAÇÃO

Sistema de aprendizagem.

FORMAS DE ORGANIZAÇÃO

Formação presencial em sala.

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INTRODUÇÃO

O presente manual destina-se aos jovens formandos do módulo “Domínio Intrapessoal da Cognição,
Emoção e Motivação” – componente científica do curso Técnico de Logística. Este manual constitui um suporte
técnico e teórico que ajuda os formandos numa reflexão profunda em torno das temáticas referidas.
É importante adquirir um autoconhecimento, uma compreensão empática, para aprendermos a conviver
em grupo, seja no meio profissional, na família, nas instituições educacionais ou nas diferentes atividades do ser
humano. O mundo moderno cada vez mais exige essa capacidade de nos relacionarmos com nós mesmos e com
os outros.
O contexto de vida de cada um é um sistema muito amplo, afetado pelo que se passa durante todo o seu
processo de desenvolvimento, afetado pelas mudanças sociais e naturais que rodeiam o sujeito. Não somos
socializados todos da mesma maneira e nem todos passamos pelas mesmas experiências, a perceção que o
individuo tem do mundo é influenciada pelo contexto em que este se encontra. Daí a necessidade de
compreendermos não só os outros mas também a nós mesmos.
Através deste módulo, pretende-se que os formandos façam uma reflexão sobre si próprios, sobre a
importância dos processos cognitivos, emocionais e motivacionais no comportamento do ser humano e entender
como os processos da inteligência e das emoções se articulam e influenciam o nosso modo de agir.

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Definição do conceito de cognição

O conceito de cognição é o conjunto de mecanismos pelos quais um organismo adquire


informação, a trata, a conserva e a explora. Os processos cognitivos referem-se ao saber e
tendem a responder à questão “o quê?”.

Capacidades cognitivas do sujeito:


 Atenção
 Concentração
 Perceção
 Aprendizagem
 Memória
 Inteligência
 Pensamento
 Pensamento convergente/divergente
 Cognição/metacognição

Os processos cognitivos são complexos porque implicam um conjunto de estruturas que


recebem, filtram, organizam, modelam retêm os dados provenientes do meio.

A perceção

Vivemos num mundo que nos proporciona uma estimulação variada. Todos os dias
quando nos encontramos numa determinada situação ou local, somos literalmente
“bombardeados” com estímulos constantes e variados. Por exemplo, quando circulamos pela
rua de um centro urbano, o que nos costuma chamar mais a atenção? Será o ruído dos
automóveis que passam? As pessoas que passam ao seu lado a conversarem? A atmosfera
poluída? As cores do céu e das nuvens? As imagens apelativas da publicidade nos “ outdoors”?
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Certamente que não conseguimos apercebermo-nos de todos estes, e de muitíssimos
outros estímulos porque, em cada momento, fazemos escolhas, seleções sobre onde incidir a
nossa atenção. Num mundo com estimulação variada, temos de responder de forma adaptada
para sobreviver. A este processo de seleção chamamos Perceção.

Em psicologia, neurociência e ciências cognitivas, a perceção é a função cerebral


que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências
passadas. Através da perceção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões
sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Portanto, a perceção consiste na aquisição,
interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos.

A perceção pode ser estudada do ponto de vista estritamente biológico ou fisiológico,


envolvendo estímulos elétricos evocados pelos estímulos nos órgãos dos sentidos.

A barreira entre a sensação e a perceção é ténue:


 Sensação: estimulação dos órgãos dos sentidos;

 Perceção: interpretação, análise e integração dos estímulos, envolvendo os nossos


órgãos dos sentidos e o cérebro; função cerebral que atribui significado a estímulos
sensoriais, a partir do histórico de
vivências passadas.

Os sentidos fundamentais do corpo


humano - visão, gustação ou paladar,
audição, olfato e tato - constituem as
funções que propiciam o nosso
relacionamento com o ambiente. Por meio
dos sentidos, o nosso corpo pode

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perceber muita coisa do que nos rodeia; contribuindo para a nossa sobrevivência e integração
com o ambiente em que vivemos.
Do ponto de vista psicológico ou cognitivo, a perceção envolve também os processos
mentais, a memória e outros aspetos que podem influenciar na interpretação dos dados
percebidos.
Quando recebemos um estímulo do meio, eles são captados pelos órgãos sensoriais e
interpretados à partir de nossa subjetividade – experiências, motivações, crenças, valores,
atitudes – resultando isto no processo de percepção.

A maneira como percebemos um determinado estímulo, seja com a ajuda de nossas


experiências ou necessidades, irá desencadear o nosso comportamento.
Duas pessoas podem perceber os estímulos de forma diferentes, isto porque cada qual
vivenciou experiências diferentes e aprendeu valores diversos que possibilitam a cada um
perceber o estímulo de acordo com aquilo que experimentou em sua história de vida.

Mecanismos percetivos

Constância percetiva - temos sensações diferentes dos


mesmos objetos, mas temos a tendência
Para mantermos a mesma perceção dos objetos. Para
compreendermos isto basta pensarmos no que acontece quando
percecionamos os mesmos objetos a distâncias diferentes.
Temos sensações diferentes, mas percecionamos a realidade
de maneira constante quanto ao tamanho, assim como em
relação à forma e à cor.

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A perceção da profundidade
As imagens que temos da realidade física são bidimensionais, mas a realidade em si
mesma é tridimensional, o que parece constituir um problema. Se as imagens são
bidimensionais, como sabemos que a realidade é tridimensional? Dispomos de dois tipos de
informações que nos são fornecidas pelos indicadores binoculares e os indicadores
monoculares, que nos permitem ter a perceção da profundidade.

Indicadores binoculares
• Dois olhos, duas imagens são recebidas e levadas ao cérebro para processamento
• Objetivo de estabelecimento do foco
• Conexões nervosas fabricam uma imagem única a partir das duas imagens diferentes
fornecidas pelas retinas

Indicadores monoculares
• Tamanho relativo - relaciona-se diretamente com a entrada da imagem e sua formação
na retina. Se projetada menor – percepção mais distante
• Também pode confundir - Ex: crianças, por serem menores, podem ser percebidas
como mais distantes do que realmente estão, no trânsito
• Interposição - se um objeto bloqueia a visão de um objeto
• Claridade relativa - objetos nebulosos parecem estar mais distantes que objetos bem
definidos
• Gradiente de textura - perceção de distância maior em objetos com textura mais fina e
indistinta
• Altura relativa - percebemos objetos mais altos como mais distantes.
• Objetos mais próximos, quando estamos em movimento, tendem a ser percebidos
como movimentando-se mais rapidamente. Os mais distantes parecem mover-se na
mesma direção nossa.

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• Perspectiva linear - objetos distante, em paralelo, parecem convergir. Quanto mais
convergentes, mais aparentam distantes
• Luz e sombra - a luz do objeto influencia na percepção de dois objetos idênticos, como
mais próximo, se mais claro, e mais distante, se escuro

São vários os fatores que podem influenciar a perceção:


• Fatores objetivos (contraste, intensidade ….)
• Fatores subjetivos (aprendizagem, motivação …)
• Culturais (costumes, valores ….)
• Fatores externos ao individuo -
intensidade, contraste, barulho;
• Fatores internos ao indivíduo -
motivação ou experiência anterior.

As ilusões percetivas são um bom exemplo de


como, a nível da perceção de objetos, esta não é uma cópia da realidade e está sujeita a
enviesamentos que podem provocar construções erradas.

Quantas bolinhas pretas conseguem contar na 1ª imagem?


E na segunda imagem, será que as linhas são paralelas ou não?

O modo como percecionamos as outras pessoas e os acontecimentos sociais

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Em termos de características e da natureza do processo, podemos dizer que são
globalmente semelhantes, embora o segundo seja mais complexo pelo facto de o objeto
percecionado não ser inerte e percecionar também ele o observador. É, portanto, uma
situação de perspetiva bilateral, relacional e interativa. Além disso, cada participante sabe isso
e sabe que os outros o sabem.
A perceção social não é uma cópia fiel da realidade, mas sim uma construção
condicionada por perspetivas pessoais, pelo que estará sujeita, também ela, a ilusões ou a
erros percetivos. Só que, e dado que o objeto percecionado é um outro sujeito ou uma
situação social, as consequências destes erros ou ilusões serão mais gravosas, porque terão
implicações no nosso relacionamento interpessoal.

Perceção Social
Designa o processo como conhecemos os outros e como interpretamos o seu
comportamento. A perceção social está muito relacionada com os grupos sociais, com o
contexto social em que a pessoa está inserida.

Perceção e Cultura
O contexto cultural marca o modo como se perceciona o mundo. Daí que um mesmo
objeto, acontecimento ou situação seja percecionado de diferentes maneiras por sujeitos que
pertencem a diferentes culturas.

A perceção é seletiva: ou seja, percecionamos parte da informação recebida, e


desprezamos o restante. Selecionamos de entre os elementos aqueles que nos impressionam
mais. Esta característica depende da intervenção da atenção e da nossa capacidade limitada
para processarmos informação.

A afeição influencia a nossa perceção, percebemos mais facilmente aquilo que tem
maior valor afetivo, isto é, que desperta sentimentos fortes, sejam eles positivos ou
negativos. Esta característica deriva do facto de o processo percetivo ser complexo, ou seja,
depender de outras variáveis, como sejam as motivações, os interesses, o estado de espírito,

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etc. Por exemplo, perante uma montra de um antiquário uma noiva percecionará,
provavelmente, os seus objetos e características de forma diferente de um professor de
história, ou de uma dona de casa.
Também temos tendência a perceber a totalidade dos objetos, pessoas, ou situações,
e não as suas componentes ou detalhes (o todo é maior que a soma
das partes).
Em relação aos timings, temos uma capacidade limitada de
retenção de informação, pelo que o tempo que demoramos a integrar
um estímulo, ou o tempo que decorre entre a estimulação e a sua
recordação, afeta a interpretação que se faz dele. Por exemplo, a
impressão que temos de um filme será diferente logo após a sessão ou
daí a um mês. A opinião que formamos sobre uma pessoa nos primeiros momentos de
contacto, pode ser, e muitas vezes é, alterada, após algum tempo de convivência.

Existem quatro formas de validarmos as nossas perceções:


1.Validação consensual - verificar se as outras pessoas percebem as mesmas coisas, do
mesmo modo que nós.
2.Repetição - confiamos tanto mais nas nossas perceções quanto mais elas se nos
tornam repetitivas. Se percecionarmos a mesma coisa ao longo do tempo, isso dá-nos
segurança em relação à nossa perceção.
3.Perceção multissensorial – se percecionamos a mesma realidade através de vários
sentidos, poderemos confirmar essa mesma perceção. Talvez seja para se assegurarem do
que vêm, que os Espanhóis, tal como diz o ditado português, “vêm com as mãos”.
4.Comparação - se compararmos a nossa perceção atual com perceções das nossas
experiências anteriores semelhantes, isto é, se verificarmos que uma perceção é semelhante a
outra já tida, poderemos verificar a sua veracidade.

A teoria de Gestalt e as leis da perceção

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No que diz respeito à perceção, a teoria mais influente é a da escola de Berlim, iniciada por
Max Wertheimer. Esta escola é constituída pelos psicólogos da forma, que em alemão se diz
gestalt, por isso esta teoria ficou conhecida por gestaltismo.

Esta teoria parte do princípio que na perceção o todo é maior do que as partes. Elaborou-se
um conjunto de leis que nos permite compreender melhor a perceção da forma dos objetos.

Leis do gestaltismo:

• Figura – fundo
Tendemos a organizar perceções no objeto observado (a figura) e o
segundo o plano contra o qual ela se destaca (o fundo). A figura parece
ser mais substancial e destacar-se do fundo. Na figura que se segue, a
figura e o fundo são reversíveis e pode ver-se dois rostos ou uma taça,
dependendo da nossa perceção.

• Proximidade
As partes que estão próximas no tempo ou no espaço parecem formar uma unidade e
tendem a ser percebidas juntas.
• Continuidade
Há uma tendência na nossa perceção de seguir uma
direção, de vincular os elementos de uma maneira que
os faça parecer contínuos ou fluindo numa direção
particular. Na figura de baixo existe uma tendência para
se seguir as colunas de pequenos círculos de cima para
baixo.

• Fechamento

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Há uma tendência na nossa perceção de completar figuras incompletas, preenchendo
lacunas. Na figura abaixo, percebemos três quadrados, embora as figuras estejam
incompletas.

• Simplicidade
Tendemos a ver uma figura tão boa quanto possível sob as condições do estímulo. Os
psicólogos da gestalt denominaram isto de "boa forma" e uma boa forma é
simétrica, simples e estável, não podendo ser tornada mais simples ou
ordenada.

• Semelhança
Partes semelhantes tendem a ser vistas juntas
como se formassem um grupo.

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A Atenção

A atenção é a capacidade de nos concentrarmos em algo que possibilita a seleção do


que é importante num determinado momento para nós. Por outras palavras, é a capacidade
que temos de nos concentrarmos em algo, funciona como uma espécie de filtro para
selecionar as sensações que para nós são mais importantes ou que sobressaem em relação

“A atenção é a mais importante de todas as faculdades para o desenvolvimento da inteligência


humana.”
Charles Darwin

“É um processo pelo qual a mente toma posse, de forma clara e viva, de um ou vários objetos
ou sequências de pensamentos, que parecem simultaneamente possíveis. A essência da
atenção é constituída pela focalização, concentração e consciência.”
William James (1890)

Este é um processo funcional complexo, de natureza multimodal, facilitador do


processamento de informação, selecionando os estímulos necessários para o cumprimento de
determinada atividade sensorial, motora ou cognitiva.
Permite a focalização seletiva num determinado
estímulo, ou estímulos, filtrando, descartando ou inibindo
as informações necessárias. Podemos situar a atenção na
encruzilhada de vários outros processos funcionais,
como a motivação, o pensamento ou o processamento de
informação.

A atenção parece depender de 3 níveis de complexidade funcional:

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1.Estado de alerta ou vigília que apresenta 2 fases:
 Tónica – corresponde ao nível mínimo de atenção necessário para o cumprimento de
uma tarefa (mais ou menos) prolongada;
 Fásica – capacidade para responder de forma rápida (quase reflexa) a estímulos que
surgem inesperadamente.

2. Atenção sustentada: permite a atenção por tempo prolongado, resistindo à fadiga e as


outros fatores de destrutibilidade. Despende do estado de vigília, da motivação e do equilíbrio
emocional.
3. Atenção seletiva: é o nível mais elaborado do processo atencional e envolve a capacidade
para selecionar e integrar estímulos específicos e a possibilidade de alterar estratégias de
resposta aos mesmos, consoante as necessidades.

Tipos de processos de atenção

Atenção focalizada: capacidade para responder a estímulos específicos de modo


diferenciado, permite processar determinada informação e ignorar a restante.

Atenção sustentada: capacidade para responder a estímulos, de modo repetido e


continuado, durante um período de tempo mais ou menos alargado.

Atenção alternante: capacidade para mudar o foco de atenção, consoante as necessidades.

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Atenção seletiva: capacidade para manter um padrão de respostas a um
estímulo, na presença de outros estímulos “parasitas”.

Atenção dividida: capacidade para


responder, simultaneamente, a vários
estímulos de natureza diversa e de forma
coordenada.

Atenção inibidora ou de exclusão: capacidade para responder a estímulos, inibindo


os tipos de reatividade não relevantes para a tarefa. Ex. estudar sem ligar a outros
estímulos existentes, evitando distrações.

Alguns aspetos básicos para melhorar a atenção e a concentração:


• Promover pausas frequentes;
• Variar as tarefas com frequência para manter o interesse;
• Modificar o ambiente para evitar distrações;

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• Estabelecer as tarefas e os objetos de trabalho por dificuldade crescente;
• Aproveitar os momentos do dia em que os processos de ativação são
melhores.
A atenção é um dos requisitos ou competência básica da aprendizagem mais
importante, pois é necessária para que um estímulo seja percebido, elaborado e se
transforme em resposta, que deve sem seguida ser avaliada. Crianças com défices de atenção
obtêm menor sucesso na aprendizagem escolar. As principais dificuldades são decorrentes da
limitação de recursos para que as tarefas sejam

A memória

Trata-se de um conjunto de processos cognitivos que consistem na retenção e na


evocação das informações, conhecimentos, acontecimentos,
experiências. A memória é essencial para a nossa
sobrevivência, sendo condição da adaptação ao meio e para
aquisição de novas aprendizagens. É a memória que assegura
a nossa identidade pessoal.

Conjunto de processos que prevê:


A Codificação
É a primeira operação da memória que prepara as informações sensoriais para serem
armazenadas no cérebro. Consiste na tradução de dados num código, que pode ser acústico,
visual ou semântico.
O Armazenamento
É o processo através do qual mantemos na memória a informação que adquirimos. A
melhor forma de manter a informação é analisar o significado e relacioná-la com informação
existente.
A Recuperação
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Reconstruir os dados mnésicos, uma espécie de “playback” que depende do uso de
pistas que permitam recuperar.

O tempo que uma recordação perdura é muito variável. Pois não retemos todas as
informações durante o mesmo tempo, esta característica sugere uma classificação da memória
quanto à duração: memória a curto prazo e memória a longo prazo.

Memória a Curto Prazo

A memória a curto prazo é um sistema temporário de armazenamento que conserva a


informação durante o tempo que é utilizada. Atualmente, os estudiosos preferem o termo
“memória de trabalho” porque é com ela que trabalhamos sempre que conversamos,
realizamos uma tarefa. Tal como uma secretária, é uma área de trabalho onde utilizamos
determinados materiais e onde se atualizam conteúdos mnésicos necessários em certos
momentos.

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Memória a Longo Prazo

A memória a longo prazo é um tipo de memória relativamente permanente na qual a


informação é armazenada para posterior utilização.
Segundo os investigadores, esta memória possui a
capacidade de armazenar enormes quantidades de
informação durante longos períodos de tempo (em
muitos casos durante a vida inteira). A informação é
armazenada, sobretudo, mediante uma codificação
semântica (que se baseia no significado da
informação).

A memória não é uma reprodução fiel do passado, porque as recordações estão


marcadas pela experiência, pelas emoções, pelos afetos, pelas representações. A memória
reconstrói os dados que recebe ao longo do tempo dando relevo a uns, distorcendo ou

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omitindo outros. Há como que uma idealização do passado. Nós não temos consciência deste
processo.

Memória e Esquecimento

O esquecimento ocorre quando não se


consegue recuperar a informação. Pode-se dizer
que é condição da própria memória: é porque
esquecemos que continuamos a reter e a
evocar dados.

Esquecimento como interferência


É um fenómeno que ocorre quando certos conteúdos mnésicos perturbam e
impedem a reactualização da informação que procuramos.

Esquecimento motivado
A supressão (esforço consciente) e o recalcamento (natureza inconsciente) são duas
formas de esquecimento motivado.
Esquecemos por diversas razões:
 Desejamos esquecer (consciente ou inconsciente)
 Traumas ou lesões cerebrais.
 Perdemos a pista para reencontrar o que adquirimos e armazenámos.
 Os conteúdos mnésicos interferem uns com os outros provocando confusões.

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Esquecimento regressivo
Ocorre quando surgem dificuldades em reter novos materiais e em recordar
conhecimentos, fatos e nomes aprendidos recentemente. Pode estar relacionado com a
degenerescência dos tecidos cerebrais e é especialmente sentido por pessoas com idade
avançada.

Memória e Aprendizagem

A memória é a condição que torna possível os processos de aprendizagem. Por


exemplo, como resolver um problema de matemática se não nos lembramos dos esquemas
primários de cálculo? Só é possível aprender quando aquilo que adquirimos (informação
recebida) é retido (armazenada) e passível de ser recuperado. A memória possibilita
igualmente o reconhecimento de aspetos desconhecidos de nós mesmos (terapia
psicanalítica).

A memória permite:

1. A ADAPTAÇÃO AO MEIO, pois é condição indispensável da aprendizagem.


2. A atribuição de significado às nossas experiências.
3. A constituição de “sentimento de si”, um sentimento de IDENTIDADE
PESSOAL, continuidade à nossa vida (“nada somos” desligados do já vivido)

A aprendizagem

A aprendizagem é um processo de mobilização de saberes pré-adquiridos em


ligação com novas informações, que assim são projetados no futuro, vindo, desta forma,
alterar ou mesmo originar novos comportamentos. É a aquisição de uma nova conduta,

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relativamente permanente, ou o fortalecimento ou enfraquecimento de uma conduta antiga,
como resultado da experiência, da exercitação, podendo ocorrer de forma consciente ou
inconsciente, num processo individual ou interpessoal. Aprender é, então, adquirir
estruturas de comportamento e representação de objetos, que nos permitam agir no e
sobre o meio ou sobre as representações que dele temos.

Podem referir-se seis caraterísticas que lhe são inerentes:

1.Global - exige a participação total e global do indivíduo, englobando conhecimentos,


valores, capacidades, levando a que todos os aspetos constitutivos da sua personalidade
entrem em atividade no ato de aprender.

2. Dinâmico - não é um processo de absorção passivo, uma vez que a aprendizagem só


se consegue através da atividade, seja ela de natureza física, mental, afetiva, externa ou
interna, de quem aprende. Daí a importância da suscitação da atividade e envolvimento dos
formandos na aprendizagem.

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3. Contínuo - ocorre ao longo da vida (ALV).

4. Pessoal - processo pessoal porque varia de pessoa para pessoa e não é


transmissível. Por esta razão, frequentemente se diz que “ensinar não implica aprender”, ou
seja, a mesma forma de ensinar pode não ser eficaz com dois indivíduos. A aprendizagem
depende assim de quem aprende.

5. Gradativo - processo que se realiza através de operações, inicialmente mais simples,


passando depois às operações mais complexas, em que cada nova situação envolve um
número de elementos maior.

6. Cumulativo - resulta da atividade anterior, isto significa que a nossa capacidade de


aprender coisas novas aumenta se já possuirmos alguns conhecimentos sobre o assunto.

A aprendizagem é um processo responsável


pela transformação de um estado inicial (situação
presente em termos de competências ou saberes),
num estado final (aquisição, desenvolvimento de
novas competências ou saberes), através da
experiência (vários tipos de atividade ou
procedimento).

Existem várias teorias sobre o processo de aprendizagem. Por exemplo, segundo o


modelo comportamentalista, a aprendizagem centra-se apenas nos comportamentos
objetivamente observáveis, negligenciando as atividades mentais. A aprendizagem é
simplesmente definida como a aquisição de um novo comportamento.

Aprender = associação Estímulo – Resposta

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Formando = agente passivo

Conceitos principais:
Estimulo Incondicionado;
Resposta Incondicionada Estimulo Condicionado;
Resposta Condicionada Generalização do Estimulo;
Generalização da Resposta Discriminação/Extinção.

Podemos ainda falar da aprendizagem por habituação que não é associativa porque um
individuo aprende as características de um só tipo de estímulos. A aprendizagem associativa
implica a associação a estímulos, ou a associação d estímulos a respostas. O condicionamento
operante e o condicionamento clássico são tipos de aprendizagem associativa.

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As emoções

As emoções têm sido um tema de muitas pesquisas ao longo dos últimos anos, e o seu
estudo vem se tornando importante devido à necessidade cada vez maior de compreender e
controlar as atuais patologias associadas ao aspeto emocional. Por ser um tema presente e
marcante na vida humana, este assunto sofreu um grande avanço nos últimos anos e seu
estudo constitui um domínio particularmente
interessante nas áreas Sociais e Humanas. A
psicologia diz que o ser humano traz ao nascer
algumas emoções básicas como o medo, a
tristeza, a raiva e a alegria. Todas elas têm uma
função importante em nossas vidas,
principalmente no que diz respeito à
sobrevivência da espécie.
As emoções foram ignoradas por muito
tempo até mesmo por filósofos e pesquisadores das ciências em detrimento da razão ou do
pensamento lógico. Elas eram consideradas processos menos importantes, primitivos e até
mesmo indicadores patológicos.

Uma definição de emoção, numa simplificação do processo neurobiológico, conforme


Damásio diz que consiste numa variação psíquica e física, desencadeada por um estímulo,
subjetivamente experimentada e automática e que coloca num estado de resposta ao
estímulo, ou seja, as emoções são um meio natural de avaliar o ambiente que nos
rodeia e de reagir de forma adaptativa.
Verifica-se que muitas vezes, uma confusão conceitual entre sentimentos e emoções,
pois são dois processos que se relacionam, no entanto são diferentes entre si, e são usados de
certa forma como se fosse o mesmo conceito.
Segundo Damásio, o que distingue essencialmente sentimento de emoção é: enquanto
a primeira é orientada para o interior, o segundo é eminentemente exterior; ou seja, o
indivíduo experimenta a emoção, da qual surge um “efeito” interno, o sentimento. Os

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sentimentos são gerados por emoções e sentir emoções significa ter sentimentos. Na relação
emoção / sentimento, Damásio diz ainda que apesar de alguns sentimentos estarem
relacionados com as emoções, existem muitas que não estão, ou seja, todas as emoções
originam sentimentos, se estivermos atentos, mas nem todos os sentimentos provêm de
emoções.

Na classificação das emoções, António Damásio as divide em primárias e


secundárias. As primárias são inatas, evolutivas e partilhadas por todos, enquanto as
secundárias são sociais e resultam da aprendizagem.

Emoções Primárias: o medo, a raiva, a tristeza e a alegria.


Para Ballone as emoções primárias são
inatas e estão ligadas à vida instintiva, à
sobrevivência. Haverá concomitante contração
generalizada dos músculos flexores, sendo
possível adotar-se uma atitude regressiva
fetal, expressão periférica, palidez da face e
esfriamento das extremidades, com brevíssima
parada dos movimentos respiratórios e dos
batimentos cardíacos.

Emoções Secundárias (ciúme, inveja,


vergonha)
São estados afetivos de estrutura e
conteúdos mais complexos que as primárias.
Na realidade as Emoções Secundárias, embora levem o nome de "emoções", já se constituem
em Sentimentos Sensoriais.

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Resumindo, o estudo das emoções é muito importante com relação à nossa
sobrevivência enquanto seres Humanos. Se não mantivermos as nossas emoções bem
estruturadas, as nossas hipóteses de sobrevivência ficam reduzidas. Somos seres com uma
biologia elaborada e de emoções bem refinadas como altruísmo, solidariedade, compaixão.
Mas é imprescindível que essas atividades emocionais sejam harmonizadas e equilibradas com
o uso da racionalidade e do pensamento analítico e investigativo. Cultivando a tolerância e
respeitando as diferenças individuais, a fim de termos um convívio pacífico, teremos todas as
probabilidades possíveis para sobreviver em épocas tão difíceis quanto as que nos aguardam
no futuro.

Motivação

Em psicologia, motivação é a força propulsora (desejo) por trás de todas as ações de


um organismo. Motivação é o processo responsável pela intensidade, direção, e persistência
dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta.
A motivação é baseada em emoções, especificamente, pela busca por experiências
emocionais positivas e por evitar as negativas, onde positivo e negativo são definidos pelo
estado individual do cérebro, e não por normas sociais: uma pessoa pode ser direcionada até
à automutilação ou à violência caso o seu cérebro esteja condicionado a criar uma reação
positiva a essas ações.
É difícil tipificar a motivação, não existe uma classificação para as motivações, mas
várias. As motivações podem classificar-se em dois grandes grupos

Podemos distinguir a motivação em motivação extrínseca e intrínseca. A motivação


Intrínseca é aquela que dá ao sujeito mais capacidades como ser humano: investigar um
assunto por interesse próprio ou ir mais além para o crescimento pessoal. Aqui podemos falar
de motivações fisiológicas, as que estão ligadas à sobrevivência do organismo e não resultam
de uma aprendizagem. Elas provocam no organismo certos impulsos para o restabelecimento
do seu equilíbrio. Estas motivações encontram-se estreitamente ligadas com determinado
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estado interno do organismo. Exemplos: respiração, fome, sede, sexo, evitar o frio e o calor,
sono, etc. A homeostasia designa o mecanismo que regulação o equilíbrio interno do
organismo.
A motivação tem benefícios como nos tornar persistentes, criativos, voltados para a
aprendizagem e com sensação de bem-estar.
A motivação extrínseca é aquela que é externa e social tendo como objetivo
alcançar um relacionamento com algo social. Por exemplo, investigar um assunto para ter
distinção dos colegas, o crescimento social e profissional, entre outras situações que surgem
do meio no qual nos inserimos. As extrínsecas são as motivações , portanto, do foro social e
cultural, as que dependem essencialmente de aprendizagens, isto é, foram adquiridas no
processo de socialização. Exemplos: Necessidade de convivência (afiliação), de
reconhecimento, de êxito social, de segurança, etc. Este grupo pode ser subdividido, por
exemplo, entre motivações sociais centradas no indivíduo e ou centradas na sociedade.

a) Centradas no indivíduo (auto-afirmação): desejo de segurança, de ser aceite, de


pertencer a um grupo, de alcançar um estatuto social elevado, de enriquecer, etc.
b) Centradas na sociedade (independentes dos nossos interesses particulares): respeito
pelo próximo, de solidariedade, de amizade, de amor, etc.

Há que questione esta divisão das motivações, afirmando que todas elas têm um fundo
comum: a busca do prazer, o único e verdadeiro motivo de todas as ações humanas.

Teorias da Motivação

Principais teorias:

1. Teoria de Abraham Maslow. Este psicólogo, fundador da psicologia humanista,


descreve o processo como o indivíduo passa das necessidades básicas, como alimentar-se, a
necessidades superiores como as cognitivas ou estéticas.

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Maslow estabelece uma estrutura hierarquia das necessidades partindo da ideia que se
não se satisfaz uma necessidade básica, torna-se impossível satisfazer outras de ordem
superior. Se temos fome (necessidade fisiológica), por exemplo, somos incapazes de nos
concentrarmos em atividades estéticas. Esta ideia aplica-a a todas as atividades da vida
humana, afirmando também que todos os homens aspiram à auto realização plena das suas
potencialidades.

Hierarquia das motivações (por ordem crescente):

a) Necessidades fisiológicas (água, luz solar, alimento, oxigénio, sexo, alojamento);


b) Necessidades de segurança (estar livre do medo e das ameaças, de não
depender de ninguém, de autonomia, de não estar abandonado, de proteção, de
confidencialidade, de intimidade, de viver num ambiente equilibrado);
c) Necessidades de afeto ou de pertença (afiliação, afeto, companheirismo,
relações interpessoais,
conforto, comunicação, dar e
receber amor);
d) Necessidades de prestígio e
estima social (respeito pela
própria dignidade pessoal,
elogio merecido, autoestima,
individualidade, identidade
sexual, identidade sexual,
reconhecimento);
e) Necessidades de auto
realização e criatividade (auto
expressão, utilidade,
criatividade, produção, diversão e ócio); Cognitivas e de curiosidade, de
conhecer o mundo (saber, inteligência, estudo, compreensão, estimulação, valia

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pessoal); Estéticas (realização de possibilidades, autonomia pessoal,
ordem, beleza, intimidade, verdade, objetivos espirituais).

2.Teoria Psicanalíticas.
O comportamento do indivíduo é motivado por uma energia libidinal, que se manifesta
sob a forma de pulsões. A satisfação desta pulsões diminuem a tensão no indivíduo, mas
também produzem prazer. Nem sempre esta satisfação se revela aceitável, o que origina
frustrações e conflitos.
A fim de evitar as frustrações e os conflitos, e tendo em vista diminuir a tensão interna,
os mecanismos de controlo do ego (Eu), recorrem a várias estratégias para a controlarem
estas tensões e obterem alguma satisfação das pulsões. Na maior parte tratam-se de
respostas elaboradas pelo inconsciente, sem que o individuo se dê conta disso.

Principais mecanismo de defesa do ego :


- Recalcamento: Processo de esquecimento inconsciente de lembranças
desagradáveis. Os desejos e sentimentos inaceitáveis são mantidos no inconsciente.
- Repressão: Processo voluntário e consciente pelo qual o indivíduo esquece ou repele
da consciência lembranças desagradáveis.
- Regressão: Retorno do indivíduo a formas de comportamento próprias de uma idade
inferior à sua, nomeadamente a aquelas em que se sentia seguro e confiante.
- Projeção: Os desejos próprios são atribuídos a outras pessoas. O individuo atribui a
outros desejos que são seus.
- Identificação. Adoção de comportamentos daqueles que nos impressionam e se nos
impõe como modelos de comportamento.
- Sublimação: Substituição do objetivo da pulsão por outro socialmente aceite e
estimável. Deste modo o desejo é satisfeito de modo indireto.
- Racionalização: Justificação, à posteriori, com o intuito de evitar sentimentos de
inferioridade que ponham em risco a autoestima.

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- Compensação: Realização de atividades inferiores para compensar outras tidas
como superiores, mas face às mesmas o indivíduo manifesta medos ou assume certas
incapacidades para a sua realização.
- Transferência: Mudança de um objeto proibido das pulsões para outro, relacionado
com aquele, mas socialmente aceitável e socialmente aceitável.
- Fantasia.

Bibliografia

Chaplin, J. (1981). Dicionário de Psicologia. Lisboa: Dom Quixote.


FACHADA, O. (1998). Psicologia das relações interpessoais. Lisboa: Edições Rumo.

Gleitman, H. (1999). Psicologia (4.ª ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.


MASLOW, A. H. Introdução à Psicologia do Ser. 2.ed. Rio de Janeiro: Eldorado, s/d.

Monteiro, M., & Queirós, I. (1999). Psicossociologia 1. Porto: Porto Editora. Myers, D.
G. (2000). Psicologia Social. 6ª Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos
Editora S.A.

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Monteiro, M.M. & Ferreira, P.T. (2012). Ser Humano - Psicologia B - 12.º Ano. Porto:
Porto Editora
Vala, J. & Monteiro, M. B. (2006). Psicologia Social. 7ª Edição. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian.

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