Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Fevereiro de 2015
1/32
Índice
OBJECTIVOS GERAIS DO MANUAL............................................................................................................3
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO MANUAL...................................................................................................3
MODALIDADE DE FORMAÇÃO...................................................................................................................3
FORMAS DE ORGANIZAÇÃO.....................................................................................................................3
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................................4
Definição do conceito de cognição............................................................................................................5
A perceção......................................................................................................................................................5
A teoria de Gestalt e as leis da perceção..................................................................................................11
A Atenção..............................................................................................................................................13
A memória.............................................................................................................................................17
Memória a Curto Prazo................................................................................................................................17
Memória a Longo Prazo...............................................................................................................................18
Memória e Esquecimento............................................................................................................................19
Memória e Aprendizagem............................................................................................................................20
A aprendizagem.....................................................................................................................................21
As emoções...........................................................................................................................................24
Motivação..............................................................................................................................................27
2/32
OBJECTIVOS GERAIS DO MANUAL
MODALIDADE DE FORMAÇÃO
Sistema de aprendizagem.
FORMAS DE ORGANIZAÇÃO
3/32
INTRODUÇÃO
O presente manual destina-se aos jovens formandos do módulo “Domínio Intrapessoal da Cognição,
Emoção e Motivação” – componente científica do curso Técnico de Logística. Este manual constitui um suporte
técnico e teórico que ajuda os formandos numa reflexão profunda em torno das temáticas referidas.
É importante adquirir um autoconhecimento, uma compreensão empática, para aprendermos a conviver
em grupo, seja no meio profissional, na família, nas instituições educacionais ou nas diferentes atividades do ser
humano. O mundo moderno cada vez mais exige essa capacidade de nos relacionarmos com nós mesmos e com
os outros.
O contexto de vida de cada um é um sistema muito amplo, afetado pelo que se passa durante todo o seu
processo de desenvolvimento, afetado pelas mudanças sociais e naturais que rodeiam o sujeito. Não somos
socializados todos da mesma maneira e nem todos passamos pelas mesmas experiências, a perceção que o
individuo tem do mundo é influenciada pelo contexto em que este se encontra. Daí a necessidade de
compreendermos não só os outros mas também a nós mesmos.
Através deste módulo, pretende-se que os formandos façam uma reflexão sobre si próprios, sobre a
importância dos processos cognitivos, emocionais e motivacionais no comportamento do ser humano e entender
como os processos da inteligência e das emoções se articulam e influenciam o nosso modo de agir.
4/32
Definição do conceito de cognição
A perceção
Vivemos num mundo que nos proporciona uma estimulação variada. Todos os dias
quando nos encontramos numa determinada situação ou local, somos literalmente
“bombardeados” com estímulos constantes e variados. Por exemplo, quando circulamos pela
rua de um centro urbano, o que nos costuma chamar mais a atenção? Será o ruído dos
automóveis que passam? As pessoas que passam ao seu lado a conversarem? A atmosfera
poluída? As cores do céu e das nuvens? As imagens apelativas da publicidade nos “ outdoors”?
5/32
Certamente que não conseguimos apercebermo-nos de todos estes, e de muitíssimos
outros estímulos porque, em cada momento, fazemos escolhas, seleções sobre onde incidir a
nossa atenção. Num mundo com estimulação variada, temos de responder de forma adaptada
para sobreviver. A este processo de seleção chamamos Perceção.
6/32
perceber muita coisa do que nos rodeia; contribuindo para a nossa sobrevivência e integração
com o ambiente em que vivemos.
Do ponto de vista psicológico ou cognitivo, a perceção envolve também os processos
mentais, a memória e outros aspetos que podem influenciar na interpretação dos dados
percebidos.
Quando recebemos um estímulo do meio, eles são captados pelos órgãos sensoriais e
interpretados à partir de nossa subjetividade – experiências, motivações, crenças, valores,
atitudes – resultando isto no processo de percepção.
Mecanismos percetivos
7/32
A perceção da profundidade
As imagens que temos da realidade física são bidimensionais, mas a realidade em si
mesma é tridimensional, o que parece constituir um problema. Se as imagens são
bidimensionais, como sabemos que a realidade é tridimensional? Dispomos de dois tipos de
informações que nos são fornecidas pelos indicadores binoculares e os indicadores
monoculares, que nos permitem ter a perceção da profundidade.
Indicadores binoculares
• Dois olhos, duas imagens são recebidas e levadas ao cérebro para processamento
• Objetivo de estabelecimento do foco
• Conexões nervosas fabricam uma imagem única a partir das duas imagens diferentes
fornecidas pelas retinas
Indicadores monoculares
• Tamanho relativo - relaciona-se diretamente com a entrada da imagem e sua formação
na retina. Se projetada menor – percepção mais distante
• Também pode confundir - Ex: crianças, por serem menores, podem ser percebidas
como mais distantes do que realmente estão, no trânsito
• Interposição - se um objeto bloqueia a visão de um objeto
• Claridade relativa - objetos nebulosos parecem estar mais distantes que objetos bem
definidos
• Gradiente de textura - perceção de distância maior em objetos com textura mais fina e
indistinta
• Altura relativa - percebemos objetos mais altos como mais distantes.
• Objetos mais próximos, quando estamos em movimento, tendem a ser percebidos
como movimentando-se mais rapidamente. Os mais distantes parecem mover-se na
mesma direção nossa.
8/32
• Perspectiva linear - objetos distante, em paralelo, parecem convergir. Quanto mais
convergentes, mais aparentam distantes
• Luz e sombra - a luz do objeto influencia na percepção de dois objetos idênticos, como
mais próximo, se mais claro, e mais distante, se escuro
9/32
Em termos de características e da natureza do processo, podemos dizer que são
globalmente semelhantes, embora o segundo seja mais complexo pelo facto de o objeto
percecionado não ser inerte e percecionar também ele o observador. É, portanto, uma
situação de perspetiva bilateral, relacional e interativa. Além disso, cada participante sabe isso
e sabe que os outros o sabem.
A perceção social não é uma cópia fiel da realidade, mas sim uma construção
condicionada por perspetivas pessoais, pelo que estará sujeita, também ela, a ilusões ou a
erros percetivos. Só que, e dado que o objeto percecionado é um outro sujeito ou uma
situação social, as consequências destes erros ou ilusões serão mais gravosas, porque terão
implicações no nosso relacionamento interpessoal.
Perceção Social
Designa o processo como conhecemos os outros e como interpretamos o seu
comportamento. A perceção social está muito relacionada com os grupos sociais, com o
contexto social em que a pessoa está inserida.
Perceção e Cultura
O contexto cultural marca o modo como se perceciona o mundo. Daí que um mesmo
objeto, acontecimento ou situação seja percecionado de diferentes maneiras por sujeitos que
pertencem a diferentes culturas.
A afeição influencia a nossa perceção, percebemos mais facilmente aquilo que tem
maior valor afetivo, isto é, que desperta sentimentos fortes, sejam eles positivos ou
negativos. Esta característica deriva do facto de o processo percetivo ser complexo, ou seja,
depender de outras variáveis, como sejam as motivações, os interesses, o estado de espírito,
10/32
etc. Por exemplo, perante uma montra de um antiquário uma noiva percecionará,
provavelmente, os seus objetos e características de forma diferente de um professor de
história, ou de uma dona de casa.
Também temos tendência a perceber a totalidade dos objetos, pessoas, ou situações,
e não as suas componentes ou detalhes (o todo é maior que a soma
das partes).
Em relação aos timings, temos uma capacidade limitada de
retenção de informação, pelo que o tempo que demoramos a integrar
um estímulo, ou o tempo que decorre entre a estimulação e a sua
recordação, afeta a interpretação que se faz dele. Por exemplo, a
impressão que temos de um filme será diferente logo após a sessão ou
daí a um mês. A opinião que formamos sobre uma pessoa nos primeiros momentos de
contacto, pode ser, e muitas vezes é, alterada, após algum tempo de convivência.
11/32
No que diz respeito à perceção, a teoria mais influente é a da escola de Berlim, iniciada por
Max Wertheimer. Esta escola é constituída pelos psicólogos da forma, que em alemão se diz
gestalt, por isso esta teoria ficou conhecida por gestaltismo.
Esta teoria parte do princípio que na perceção o todo é maior do que as partes. Elaborou-se
um conjunto de leis que nos permite compreender melhor a perceção da forma dos objetos.
Leis do gestaltismo:
• Figura – fundo
Tendemos a organizar perceções no objeto observado (a figura) e o
segundo o plano contra o qual ela se destaca (o fundo). A figura parece
ser mais substancial e destacar-se do fundo. Na figura que se segue, a
figura e o fundo são reversíveis e pode ver-se dois rostos ou uma taça,
dependendo da nossa perceção.
• Proximidade
As partes que estão próximas no tempo ou no espaço parecem formar uma unidade e
tendem a ser percebidas juntas.
• Continuidade
Há uma tendência na nossa perceção de seguir uma
direção, de vincular os elementos de uma maneira que
os faça parecer contínuos ou fluindo numa direção
particular. Na figura de baixo existe uma tendência para
se seguir as colunas de pequenos círculos de cima para
baixo.
• Fechamento
12/32
Há uma tendência na nossa perceção de completar figuras incompletas, preenchendo
lacunas. Na figura abaixo, percebemos três quadrados, embora as figuras estejam
incompletas.
• Simplicidade
Tendemos a ver uma figura tão boa quanto possível sob as condições do estímulo. Os
psicólogos da gestalt denominaram isto de "boa forma" e uma boa forma é
simétrica, simples e estável, não podendo ser tornada mais simples ou
ordenada.
• Semelhança
Partes semelhantes tendem a ser vistas juntas
como se formassem um grupo.
13/32
A Atenção
“É um processo pelo qual a mente toma posse, de forma clara e viva, de um ou vários objetos
ou sequências de pensamentos, que parecem simultaneamente possíveis. A essência da
atenção é constituída pela focalização, concentração e consciência.”
William James (1890)
14/32
1.Estado de alerta ou vigília que apresenta 2 fases:
Tónica – corresponde ao nível mínimo de atenção necessário para o cumprimento de
uma tarefa (mais ou menos) prolongada;
Fásica – capacidade para responder de forma rápida (quase reflexa) a estímulos que
surgem inesperadamente.
15/32
Atenção seletiva: capacidade para manter um padrão de respostas a um
estímulo, na presença de outros estímulos “parasitas”.
16/32
• Estabelecer as tarefas e os objetos de trabalho por dificuldade crescente;
• Aproveitar os momentos do dia em que os processos de ativação são
melhores.
A atenção é um dos requisitos ou competência básica da aprendizagem mais
importante, pois é necessária para que um estímulo seja percebido, elaborado e se
transforme em resposta, que deve sem seguida ser avaliada. Crianças com défices de atenção
obtêm menor sucesso na aprendizagem escolar. As principais dificuldades são decorrentes da
limitação de recursos para que as tarefas sejam
A memória
O tempo que uma recordação perdura é muito variável. Pois não retemos todas as
informações durante o mesmo tempo, esta característica sugere uma classificação da memória
quanto à duração: memória a curto prazo e memória a longo prazo.
18/32
Memória a Longo Prazo
19/32
omitindo outros. Há como que uma idealização do passado. Nós não temos consciência deste
processo.
Memória e Esquecimento
Esquecimento motivado
A supressão (esforço consciente) e o recalcamento (natureza inconsciente) são duas
formas de esquecimento motivado.
Esquecemos por diversas razões:
Desejamos esquecer (consciente ou inconsciente)
Traumas ou lesões cerebrais.
Perdemos a pista para reencontrar o que adquirimos e armazenámos.
Os conteúdos mnésicos interferem uns com os outros provocando confusões.
20/32
Esquecimento regressivo
Ocorre quando surgem dificuldades em reter novos materiais e em recordar
conhecimentos, fatos e nomes aprendidos recentemente. Pode estar relacionado com a
degenerescência dos tecidos cerebrais e é especialmente sentido por pessoas com idade
avançada.
Memória e Aprendizagem
A memória permite:
A aprendizagem
21/32
relativamente permanente, ou o fortalecimento ou enfraquecimento de uma conduta antiga,
como resultado da experiência, da exercitação, podendo ocorrer de forma consciente ou
inconsciente, num processo individual ou interpessoal. Aprender é, então, adquirir
estruturas de comportamento e representação de objetos, que nos permitam agir no e
sobre o meio ou sobre as representações que dele temos.
22/32
3. Contínuo - ocorre ao longo da vida (ALV).
23/32
Formando = agente passivo
Conceitos principais:
Estimulo Incondicionado;
Resposta Incondicionada Estimulo Condicionado;
Resposta Condicionada Generalização do Estimulo;
Generalização da Resposta Discriminação/Extinção.
Podemos ainda falar da aprendizagem por habituação que não é associativa porque um
individuo aprende as características de um só tipo de estímulos. A aprendizagem associativa
implica a associação a estímulos, ou a associação d estímulos a respostas. O condicionamento
operante e o condicionamento clássico são tipos de aprendizagem associativa.
24/32
As emoções
As emoções têm sido um tema de muitas pesquisas ao longo dos últimos anos, e o seu
estudo vem se tornando importante devido à necessidade cada vez maior de compreender e
controlar as atuais patologias associadas ao aspeto emocional. Por ser um tema presente e
marcante na vida humana, este assunto sofreu um grande avanço nos últimos anos e seu
estudo constitui um domínio particularmente
interessante nas áreas Sociais e Humanas. A
psicologia diz que o ser humano traz ao nascer
algumas emoções básicas como o medo, a
tristeza, a raiva e a alegria. Todas elas têm uma
função importante em nossas vidas,
principalmente no que diz respeito à
sobrevivência da espécie.
As emoções foram ignoradas por muito
tempo até mesmo por filósofos e pesquisadores das ciências em detrimento da razão ou do
pensamento lógico. Elas eram consideradas processos menos importantes, primitivos e até
mesmo indicadores patológicos.
25/32
sentimentos são gerados por emoções e sentir emoções significa ter sentimentos. Na relação
emoção / sentimento, Damásio diz ainda que apesar de alguns sentimentos estarem
relacionados com as emoções, existem muitas que não estão, ou seja, todas as emoções
originam sentimentos, se estivermos atentos, mas nem todos os sentimentos provêm de
emoções.
26/32
Resumindo, o estudo das emoções é muito importante com relação à nossa
sobrevivência enquanto seres Humanos. Se não mantivermos as nossas emoções bem
estruturadas, as nossas hipóteses de sobrevivência ficam reduzidas. Somos seres com uma
biologia elaborada e de emoções bem refinadas como altruísmo, solidariedade, compaixão.
Mas é imprescindível que essas atividades emocionais sejam harmonizadas e equilibradas com
o uso da racionalidade e do pensamento analítico e investigativo. Cultivando a tolerância e
respeitando as diferenças individuais, a fim de termos um convívio pacífico, teremos todas as
probabilidades possíveis para sobreviver em épocas tão difíceis quanto as que nos aguardam
no futuro.
Motivação
Há que questione esta divisão das motivações, afirmando que todas elas têm um fundo
comum: a busca do prazer, o único e verdadeiro motivo de todas as ações humanas.
Teorias da Motivação
Principais teorias:
28/32
Maslow estabelece uma estrutura hierarquia das necessidades partindo da ideia que se
não se satisfaz uma necessidade básica, torna-se impossível satisfazer outras de ordem
superior. Se temos fome (necessidade fisiológica), por exemplo, somos incapazes de nos
concentrarmos em atividades estéticas. Esta ideia aplica-a a todas as atividades da vida
humana, afirmando também que todos os homens aspiram à auto realização plena das suas
potencialidades.
29/32
pessoal); Estéticas (realização de possibilidades, autonomia pessoal,
ordem, beleza, intimidade, verdade, objetivos espirituais).
2.Teoria Psicanalíticas.
O comportamento do indivíduo é motivado por uma energia libidinal, que se manifesta
sob a forma de pulsões. A satisfação desta pulsões diminuem a tensão no indivíduo, mas
também produzem prazer. Nem sempre esta satisfação se revela aceitável, o que origina
frustrações e conflitos.
A fim de evitar as frustrações e os conflitos, e tendo em vista diminuir a tensão interna,
os mecanismos de controlo do ego (Eu), recorrem a várias estratégias para a controlarem
estas tensões e obterem alguma satisfação das pulsões. Na maior parte tratam-se de
respostas elaboradas pelo inconsciente, sem que o individuo se dê conta disso.
30/32
- Compensação: Realização de atividades inferiores para compensar outras tidas
como superiores, mas face às mesmas o indivíduo manifesta medos ou assume certas
incapacidades para a sua realização.
- Transferência: Mudança de um objeto proibido das pulsões para outro, relacionado
com aquele, mas socialmente aceitável e socialmente aceitável.
- Fantasia.
Bibliografia
Monteiro, M., & Queirós, I. (1999). Psicossociologia 1. Porto: Porto Editora. Myers, D.
G. (2000). Psicologia Social. 6ª Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos
Editora S.A.
31/32
Monteiro, M.M. & Ferreira, P.T. (2012). Ser Humano - Psicologia B - 12.º Ano. Porto:
Porto Editora
Vala, J. & Monteiro, M. B. (2006). Psicologia Social. 7ª Edição. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian.
32/32