Sei sulla pagina 1di 175

JEFERSON MENEGUIN ORTEGA

I
.
,

1 _

Gestão de Centrais Termelétrícas a GN em Ambiente


Competítívo: Uma Abordagem vía Dinâmica de Sistemas

FLORIANÓPOLIS
2001
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE Pos.-GRADUAÇAO EM ENGENHARIA
r ~

ELÉTRICA E
A

Gestão de Centrais Termelétricas a GN em


Ambiente Competitivo: Uma Abordagem
via Dinâmica de Sistemas

Tese submetida à
Universidade Federal de Santa Catarina
como parte dos requisitos para a

obtenção do grau de Doutor em Engenharia Elétrica.

Jéferson Meneguin Ortega

Florianópolis, 3/Iaio de 2001.


GESTÃO DE CENTRAIS TERMELÉTRICAS A GN EM
.
A1vrDn‹:NTE coM;PET1T1voz UMA ABORDAGEM VIA
DINÂMICA DE s1sTEMAs
~

Jéferson Meneguin Ortega

“Esta Tese foi julgada adequada para obtenção do Título de Doutor em Engenharia

Elétrica, em Planejamento de Sistemas Elétricos, e aprovada em sua


Área de Concentração
forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade
Federal de Santa Catarina.”

Prof.Mar' oM zowskiF` .Sc.

Z
I
ñ..
\
Prof.
\
Edson Robe o De Pie Dr.\ _.

Coordenador do Programa de Pós 0 uação em Engenharia Elétrica


. ‹

Banca Examinadora:
'A .

Prof. Mar zu Moroz ski Filho, D.Sc -

"
CSÍ 116

//Í//O«›ø)×Ô>
Prof. Dorel Soares Ramos, D.Sc.

~
Pr .. Helmut Zürn, Ph.D.

~í'.o Jose Cascaes Dias, D.Sc


V to
«z W. L. ,‹z\_« \

Prof. Marcelo Rodri es Bessa, PhD.


O Salmista, descrevendo sobre a riqueza da Palavra de Deus, disse:
“Tenho visto que toda perfeiçao tem seu limite,

mas o Teu mandamento é ilimitado.”

Para Déborah¬ Bárbara e Sarah


AGRADECIMENTOS

A Deus, que me deu saúde, oportunidades e discemimento no desenvolver de cada

etapa desse trabalho.

Ao Prof. Marciano Morozowski Filho pela orientação, 'apoio e amizade


demonstrados no decorrer desse trabalho.
À minha esposa Déborah Marinho de Carvalho Ortega pelo amor, compreensão e
paciência demonstrados, elementos essenciais para o sucesso desse trabalho. Ademais,

pelas lindas filhas, Bárbara e Sarah, que serão sempre motivo de muito orgulho na minha
vida.

Aos meus pais e irmãos pelo apoio e compreensão.

A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e à CAPES / PICD pelo suporte

financeiro.

Aos professores, colegas ee amigos do Laboratório de Planejamento em Sistemas

de Energia Elétrica da UFSC (LABPLAN), que de alguma fonna contribuiram para o


enriquecimento desse trabalho.
Resumo da Tese apresentada à UFSC como parte dos requisitos necessários para a

obtenção do grau de Doutor em Engenharia Elétrica.

GESTÃO DE CENTRAIS TERMELETRICAS A GN EM AMBIENTE


COMPETITIVO: UMA ABORDAGEM VIA DINÂMICA DE SISTEMAS
Jéferson Meneguin Ortega

Maio / 2001

Orientador: Marciano Morozowskí Filho.


Área de Concentração: Planejamento de Sistemas Elétricos.
Palavras-chave: Dinâmica de Sistemas, Geração Térmica, Ambiente Competitivo.
Número de Páginas: 156.

Existe atualmente um forte movimento para o uso do gás natural no abastecimento

da geração termica no setor de eletricidade brasileiro, onde a geração é agora uma


atividade competitiva. Isso é uma tendência quase universal, mas a característica

hidroelétrica do sistema de geração brasileira faz do desenvolvimento e da gerência de uma


planta térrnica um desafio contínuo para investidores dispostos a participar desse mercado.

Neste contexto, o presente trabalho propõe uma nova metodologia de apoio ao

planejamento da operação de uma empresa geradora termelétrica de energia elétrica. Esse


trabalho é dividido em duas partes principais. A primeira consiste de um estudo qualitativo
do problema de gestão empresarial, fundamentada na análise do ambiente de negócios da
empresa, buscando identificar as variáveis que tenham influência no processo de tomada
de decisão da gerência. Com base nessas variaveis de controle são estabelecidas as
politicas e estratégias que permitem ao gestor melhorar seu desempenho empresarial.
Numa segunda fase, é realizada uma analise quantitativa das conseqüências advindas das

políticas e estratégias adotadas pela gerência (Tomada de Decisão). Para tanto foi

desenvolvido um modelo de simulação, com base na técnica de Dinâmica de Sistemas, que


permite analisar o problema, considerando, para um plano de expansão decenal, vári0S

cenários hidrológicos. Os resultados da simulação são apresentados tanto para uma


simulação estática, onde as políticas e estratégias são mantidas constantes ao longo do
periodo de análise, como para uma simulação dinâmica na qual as decisões de uso de

determinadas politicas e estratégias são tomadas de acordo com o desempenho empresarial

no decorrer do processo de analise.


Abstract of Thesis presented to UFSC as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor in Electrical Engineering.

ADMINISTRATION or THERMQELECTRIC CENTERS RUN oN


NATURAL GAS IN A COMPETITIVE ENVIRONMENT: A SYSTEM
DYNAMICS APPROACH
Jéferson Meneguin Ortega
May /2001
Morozowski Filho.
i

Advisor: Marciano

Area of Concentration: Planning of Electrical Systems.


Keywords: System Dynamics, Thermal Generation, Competitive Environment.
Number of Pages: 156.

There is at the moment a definite move towards the use of natural gas for the fuelling of
thermal generation in the Brazilian electricity sector, where such generation is now a
competitive activity. This is an almost universal tendency, but the hydroelectrical
characteristic of the Brazilian generating system makes the development and
administration of a thermal plant a continuous challenge for investors wanting to

participate in this market. In this context, the work in hand proposes a new methodology of
support for a company planning the operation of a thermoelectric generator of electric

energy. The presentation is divided into two main parts. The first consists of a qualitative

study of the problem of company administration founded on the enviromnent analysis of


business negotiations, seeking to identify the variables which have influence on the process

of the decision making of the administration. Based on these control variables, the policies
and strategies are established which permit the administrator to improve company
perfomance. In a second phase, a quantitative analysis of the consequences of the policies
and strategies adopted by the administration is carried out (Decision Making). For this a

simulation model was developed based on the technique of System Dynamics, which
pemiits the analysis of the problem, taking into account various hydrological settings, for a

ten-year expansion plan. The results of the simulation are presented both for a static

simulation, where the policies and strategies are maintained constant throughout the period
of analysis, as well as for the dynamic simulation in which the decisions for use of certain
policies and strategies are taken according to company performance during the process of
'

analysis.
SUMÁRIO

CAPITULO - INTRODUÇÃO ........................................................................................... ..

1.1 - GENERALIDADES ............................................................................................. ._

1.2 - MOTIVAÇÃO ................................................................................................... ..

OBJETIVOS DA TESE ........................................................................................


b›Ç›Â,›}×)L.zÃ-

1.3 - _.

1.4 - ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ......................................................................... _.

1.5 - REVISÃO BIBLIOGRÁFIÇA ....................................................................... ..

CAPITULO - METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO - EVOLUÇÃO ...................................... ._


\I\J

2.1 - INTRODUÇÃO ......................................................................................... ..

2.2 - O PROBLEMA DE PLANEJAMENTO DO SETOR ELETRICO ........................... ..


LJ

2.3 - PRE-REFORMA ................. .................................................. ...............


..z .. _.8

2.4 - SITUAÇÃO DAS T ERMIÇAS EXISTENTES NO PERIODO PRE-REFORMA ................. .. 12


2. 1 -
-t. Contratos de combustiveis ............................................................. _. 12
2. 4.2 - Despacho Centralizado ................................................................. _. 13
2.4.3 - Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) ................................... .. 13
2.4.4 - Fluxo de caixa ............................................................................... ._ 14
2 5
.
`

- PROPOSTA DE REFORMA DO MODELO BRASILEIRO .................................. ._ 14


2.6 - ASPECTOS INSTITUCIONAIS ..................................................................... __ 16
2.7 - PÓS-REFORMA .............. ...................................................................... .. 17
2.8 - SITUAÇÃO DAS NOVAS TERMIÇAS .......................................................... .. 22
2.8.1 - CCC .............................................................................................. ._ 22
2.8.2 - Contratos Iniciais .......................................................................... _. 22
2.9 - A FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PLANEJAIVIENTO CORPORATIVO ........ ._ 23
2. 9. 1 - Investimento em Geração .............................................................. ._ 24
2.9.2 ~ Possibilidades de Operação da Geração Termelétrica no A/Iercado. 25
2.9.3 - Interfaces Setoriais ........................................................................ ._ 26
2.10 - MODELO CONCEITUAL ....................................................................... .. 28
2.1 1 - ASPECTOS DE ÍMPLEIVIENTAÇÃO .......................................................... _. 29
2.12 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... ._ 30

CAPITULO - SUB-PROBLEMA DE GESTÃO ESTRATÉGICA ...................................... _. 32


3.1 - INTRODUÇÃO ........... ............................................................................ ._ 32
Sub-problema de Gestão Estratégica: Interfaces ............... ......... ..
3.1.1 -
33
3.1.2 - Estrutura do Sub-problema de Decisão Estratégica ................................ .. 37
3.1.3 - A/[etodologia para Solução do Sub-Problema de Gestão Estratégica ....... _. 39
3.1.4 - Analise do Problema de Decisão ............................................................ __ 39
3.2 - ANALISE AMBIENTAL ............................................................................. 42 ._

3.2.1 - Diagramas de Laço Causal..................................................................... ._ 44


3.2.2 ‹ Políticas de Gestão Estratégica .............................................................. .. 50
3.2.3 - Trajetórias viáveis no espaço de soluções ..... ........................................ _. 51
3 3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... .. 52
4. CAPÍTULO - ANÁLISE TECNICO-ECONOMICA DE UMA CENTRAL TERMICA ..... .. ..53
4. 1- - INTRODUÇÃO ................................................................................................ .. ..53
4.2 - MODELAGEM VIA DINÂMICA DE SISTEMAS ....................................... _. ..53
4.3 - MÓDULO TECNICO ........................................................................... ._ ..55
4.3.1 - Modelagem do Mercado Spot- MAE....................................... _. ..55
4. 3. 2 - PREVISÃO DE DEWINDA ............................................................. ._ ..60
4. 3. 3 - SETOR DE GÁS NATURAL ............................................................ _. ..61
4. 3. 4- CENTRAL HIDRELETRICA ............................................................ ._ ..64
4. 3.5 - CENTRAL TERIIELÉTRICA ........................................................... ._ .. 70
4.4 - MÓDULO ECONOMICO ...................................................................... ._ ..76
4.5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... ._ ..82

5. CAPÍTULO - ESTUDO DE CASO: METODOLOGIA E RESULTADOS ..................... .. ..83


5. 1 - INTRODUÇÃO .................................. ...............................................
_. ._ _.83
5.2 - METODOLOGIA .............................. ............................................... ._ ..83
5.3 - CONFIGURAÇÃO DO CASO BASE ....................................................... _. ..85
5.4 - ESTIMATIVA DO PREÇO SPOT E DESPACHO DAS USINAS .................... _. ..87
5.5 - ANALISE PROBAEILISTIOA .................................. ............................ ._ ..88
5.6 - ANÁLISE PARAMETRICA .... ............................................................. _. ..9O
5.7 - ANALISE DE ESTRATÉGIAS .................. ........................................... _. ..93
5. Seleção dos Cenários de Referência ....................................................... _. 93
7.1 -
5. 7.2 -Análise das Estratégias Empresariais ..................................................... _. 96
5. 7.3 - Seleção de Tecnologia de Geração ....................................................... ._ 102
5.8 - ESTRATÉGIAS ADAPTATIVAS ............................................................ 103 _.

5.9 - CONCLUSÃO .................................................................................... __ 106

6. CAPÍTULO - CONTRIBUIÇÕES E RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS .......... .. 107


6.1- INTRODUÇÃO ................................................................................................ ._ 107
6.2- CONTRIBUIÇÕES ............................................................................................ ._ 107
6.3 - RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS ................................. ._ 109

ANEXOA-TUREINASAGAS ........................................................................................... ..111


A. 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1 1 1 _.

A.2 USINA TERMELETRICA CONVENCIONAL ......................................................... 111 ._

As TURBINAS A GAS [34][35][3ó] ....................................................................... 112 ._

A. 3. 1. Princípios de Funcionamento ............................................................... .. 112


A.3.2. Rendimento de Turbinas a Gás [34] [38] ............................................. _. 114
A.3. 3. Relação entre a Energia Mecânica e Térmica ....................................... _. 117
/1.3.4. Controle daAPoluição [34][39][40][36] ............................................... 118 ._

A.4 USINAS DE CICLO COMBINADO [39][35] ..................................................... 119


A. 4. 1. C lassijicação dos Ciclos Combinados .................................................. 120 ._

/1.4. 2. Comparação entre Ciclo Simples e Ciclo Combinado ........................... 121 ._

A. 5 CONSIDERAÇÕES OPERATIVAS ....................................................................... 123 ._

A.6 MODELAGEM DA CENTRAL TERMELETRICA A GAS ......................................... 124 _.

A. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 126 ._


ANEXO B - MERCADO DE GN No BRASIL ........................................................................ _. 127

B. 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ .. 127


B2 GÁSNATURAL .............................................................................................. ..127
B. 2. 1. Aplicabilidade, Vantagens e Benefícios ................................................ .. 127
A Demanda de Gas Natural para Geração de Eletricidade ...................
u

B. 2. 2. _. 128
B. 2. 3. Transporte ............................................................................................ ._ 129
B. 2. 4. Processo Produtivo .............................................................................. ._ 130
B3 1\/ÍETODOLOGIA ............................................................................................. ._ 13 1
B. 3. 1. A Geração Termelétrica no Sistema Elétrico ........................................ .. 131
B. 3. 2. Disponibilidades Energéticas ............................................................... .. 1 33
B. 3. 3. Produção Nacional de Gás Natural ...................................................... .. 135
B.4 MERCOSUL ENERGÉTICO ............................................................................... ._ 136
B.5 AINDÚSTRIADOGÁS .................................................................................... ..138
B.6 QUESTÃO DE PREÇO ...................................................................................... .. 139
B.7 CONSIDERAÇÕES FIN/-us ................................................................................ .. 142

ANEXO C - BANCO DE DADOS PARA PROGRAMA NEWAVE .............................................. ..143

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. .. 157


Lista de Figuras

Figura 2.1 ~ Planejamento Baseado na Corzfiabilidade. .................................................. _. 9


Figura 2.2 ~ Representação do Problema de Planejamento Pré-Reforma. ..................... _. 10
Figura 2.3 - Visão Geral do Mercado Atacadista de Energia ........................................ _. 15
Figura 2. 4 - Representação Esquemática da Nova Estrutura do Problema de
Planejamento. .................. __ ................. _; .................................................... ._ 18
Figura 2.5 - Transição para o Mercado Competitivo na Geração ................................. ._ 23
Figura 2. 6 - Visão Intema da Empresa de Geração Termelétrica .................................. ._ 24
Figura 2.7 - Análise da Indústria de Geração Termelétrica a Gás Natural. ................... ._ 26
Figura 2.8 - Modelo Conceitual para Análise Técnico, Econômico e Estratégica de uma
Empresa de Geração Térmica_.; ..................................................................................... _. 28
Figura 3.1 ~ Interfaces setoriais .................................................................................. 33
Figura 3.2 - Estrutura do Setor de Gás Natural ............................................................ _. 35
Figura - Prisma para tomada de decisão da gerência de uma EGT......................... 36
3. 3 ._

Figura 3. 4 - Sub-Problema de Gestão Estratégica: Espaço de Decisões ....................... 39 ._

Figura 3.5 - Estrutura do problema de decisão ............................................................. 40 ._

Figura 3. 6 - Estrutura do Problema de Gestão Empresarial ................................... 41


Figura 3. 7- Setores/A gentes de influência sobre o PIE .................................................. ._ 43

Figura 3.8 - Gestão Estratégica de uma EGT: Curto Prazo (DLC). .............................. _. 46
Figura 3.9 - Problema de Gestão Estratégica de uma EGTGN: Longo Prazo (DLC) .... ._ 48
Figura 4.1 - Diagrama de Estoque e Fluxo Representativo do Despacho Económico .... ._ 59
Figura 4.2 - Diagrama de Influência para Previsão de Demanda ................................. _. 61
Figura 4. 3 - Coeficientes de Ajuste para Previsão da Demanda .................................... 61 _.

Figura 4. 4 ~ Diagrama de Fluxo e Estoque da Utilização do GN .................................. _. 63


Figura 4.5 - Diagrama de Laço Causal para uma Usina Hidrelétrica ........................... 65 _.

Figura 4. 6 - Diagrama de Fluxo e Estoque da Central Hidrelétrica .............................. _. 69


Figura 4. 7 - Diagrama de Fluxo de uma Central Termelétrica a Gás ............................ 74 ._

Figura 4.8 - Fluxo de Recursos na Gestão Económica - Financeira de uma Central


Termelétrica .......................... ._ ............................................................... _. 77

Figura 4.9 - DLC da Análise Econômica... ......................... _.. ....................................... _. 79


Figura 4.10 - Diagrama de Fluxo e Estoque para Obtenção do Fluxo de Caixa Mensal.. 80
Figura 4.11 - Relações de Causa e Efeito no Setor de Gás ............................................ __ 81
Figura 5.1 - Metodologia do Estudo de Caso. ................................................................ .. 84
Figura ~ Evolução do VPL ao longo do periodo de simulação - UYE 100% Spot .... 89
5. 2 ..

Figura 5. 3 ~ Avaliação do Risco Operativo para condição de 100% spot. ................ 89


Figura 5.4 - Variação do I/PL versus CBL 's ................................................................. 93 ..

Figura 5.5 -‹ Evolução do CMO e Despacho da EGTGN ~ Cenário Alto 94 ........................ ..

Figura 5. 6 ~ Evolução do CMO e Despacho da EGTGN - Cenário Referência. 95 ............ ..

Figura 5. 7 - Evolução do CMO e Despacho da EGTGN- Cenário Baixo 95 ....................

Figura 5.8 - Evolução do Despacho da EGTGN em Função da Restrição de Potência


Mínima ..................................................................................................... 97 ..

Figura 5.9 É Evolução do CMO em Função da Restrição de Potência Minima da

EGTGN .................................................................................................... .. 98

Figura 5.10 - Sensibilidade do VPL à Restrição de Potência Mínima - Cenário Alto. 99

Figura 5.11 - Sensibilidade do VPL à Restrição de Potência Minima - Cenário


Referência. ................................................................................................ .. 99

Figura 5.12 - Sensibilidade do VPL à Restrição-de Potência Mínima - Cenário Baixo.. 100
Figura 5.13 - Fluxode Caixa para 0 Cenário de Referência. ...................................... .. 104

Figura 5.14 - Evolução do Fluxo de Caixa em Função das Variáveis Estratégicas. .... .. 105
em uma Usina Termelétrica Convencional ................................... 111
Figura A. 1 - Fluxos _.

Figura A.2 - Diagramas p x v e T x s para o Ciclo Básico das Turbinas a Gás ............ 114 ..

Figura A.3 - Tipos de Ciclos Combinados Gás / Vapor' [38] ....................................... 121 ..

Figura A. 4 - Diagrama Esquemático do Sistema Elétrico de Potência ......................... 125 ._

Figura A.5 f Fluxo de Energia em uma Central Termelétrica a Gás ............................ 125 _.

Figura A. 6 - Diagrama de Laço Causal de uma Central Termelétrica a Gás ............... 126 ..

Figura B. 1- Plano Decenal de Expansão 1999 - 2008. ............................................... .. 133


Lista de Tabelas
`

Tabela 2.1 - Caracteristicas do Planejamento do Setor Elétrico Brasileiro .................... 21 ..

Tabela 2.2 - Comparação entre Usinas Termelétricas e Hidrelétricas (Grande Porte) 25

Tabela 3.1 - Problemas de decisão associados a cada interface .................................... .. 3 7


Tabela 3. 2 _ Variáveis Estratégicas do Problema de Gestão Estratégica, ...................... .. 44

Tabela 3.3 - Regras de Operação Comercial da Usina Termelétrica ....... .................... .. 50


Tabela 3. 4 - Regras de Operação a serem estabelecidas ............................................... 51 ..

Tabela 4.1 - Influência do fator de carga no desempenho operacional da EGTGN. ....... _. 75


Tabela 5.1- Sistema Hidrelétrico Existente .................................................................... .. 85

Tabela 5.2 - Sistema Térmico Existente ......................................................................... _. 86


Tabela 5. 3 - Freqüência de retorno do investimento ...................................................... 90 ..

Tabela - VPL para diferentes percentuais de participação no mercado spot ............ 92


5. 4 ..

Tabela 5.5 - Sensibilidade do preço do gás natural a variação cambial. ..................... 100 ..

Tabela 5. 6 - Sensibilidade do desempenho empresarial aos contratos de GN .............. .. 101

Tabela 5. 7 - Avaliação da expansão tecnológica no desempenho empresarial............. 102 ..

Tabela 5.8 - Descrição da atuaçãoda gerência............................................................ .105 .

Tabela A. 1 - Comparação de Características entre Tecnologias de Turbinas [35] [3 7] 1 12


Tabela A. 2 « Características de Turbinas a gás nas condições ISO [38]...................... 115 ..

Tabela A.3 - Efeitos da altitude e temperatura no rendimento da turbina MS 7001 11 7

Tabela A. 4 - Limites de emissão para nova usina Berlin Mitte CHP ............................ _. 119

Tabela A.5 - Emissões da geração de potência utilizando GN como combustível ......... .. 119

Tabela A. 6 - Alguns Parâmetros de Comparação entre Turbinas de Ciclo Simples


ue
Ciclo Combinado ................................................................................. .. 122

Tabela A. 7 - Comparação de Turbinas de Ciclo Simples e de Ciclo Combinado ......... .. 122

Tabela B. 1 - Tipos e Potências instaladas em Termelétricas no Brasil ........................ _. 132


Tabela B. 2 - Produção Nacional de Gás Natural - Período de 1990 a 1998 [45] ........ ._ 136
Tabela B. 3 - Preços de Custo para Centrais Termelétricas de Ciclo Combinado ......... .. 142
Simbologia

ASMAE: agente de contabilização e liquidação

C / D: comercializadores / distribuidoras

CBL: contratos bilaterais

CCC: conta de consumo de combustíveis

CCP_E: comitê coordenador do planejamento da expansão

CMCP: custo marginal de curto prazo

CMLP: custo marginal de longo prazo

CMO: custo marginal de operação

CP / CT: capital próprio / capital de terceiros

CP: curto prazo

CS / CC: ciclo simples/ ciclo combinado

DLC: diagrama de laço causal

DS: dinâmica de sistemas'


H

EE: energia elétrica

EGH: empresa de geração hidrelétrica

EGT: empresa de geração termelétrica

EGTGN: empresa de geração termelétrica a gás natural

F COM: fator de comercialização

FEP: fornecedor de energia primária

GÁS-co; empresas de gás natural

GCOI: gnipo coordenador da operação interligada

GCPS: grupo coordenador de planejamento dos sistemas elétricos

GN: gás natural


'

IP: investidor privado

ISO: intemational standards organization


LP: longo prazo

ÍVÍAEI mercado atacadista de energia

MP: médio prazo V

MRE: mecanismo de realocaçao de energia

NGGN: t novos geradores a gás natural


~ ~
O&M: operaçao e manutençao

ONS: operador nacional do sistema

PBC: planejamento baseado em custos


PBV: planejamento baseado no valor

PCH: pequena central hidrelétrica

PDE. plano decenal de expansão

PDED: programação dinâmica dual estocastica

PGI; plantas de geração e interligações

1-'fI`E: produtor independente de energia

S.H. 1 séries históricas

SC: sistema corporativo

SE: sistema elétrico

SEB: sistema eletrico brasileiro

T/Ú: transmissão /`
distribuição

TR: taxa interna de retorno

TTC: taxa de tomada de carga

VN: valor normativo

VPL: valor presente liquido


1. Capítulo - Introdução

1.1 - Generalidades

Nos últimos anos da década de 80, o setor elétrico brasileiro manteve um nivel

insatisfatório de tarifas e desempenho financeiro. Adicionalmente, com requisitos de


investimentos necessários da ordem de 8,5 bilhões de reais por ano, tornou-se impraticável
manter a expansão do sistema somente com os recursos do estado. Para corrigir esta

situação e atingir outros objetivos, o govemo brasileiro iniciou a reforma do setor elétrico,

visando incentivar a participação privada, bem como estimular a competição e aumentar a


V

produtividade [O1].
A reestruturação do setor elétrico brasileiro apresenta como principal

característica a desverticalização da indústria, permitindo que as atividades de geração,

transmissão, distribuição e comercialização sejam desempenhadas de forma autônoma, e a

criação do Mercado Atacadista de Energia - MAE. Com isso, o modelo de planejamento


pós-reforma (não possue mais uma visão global corporativa e integrada como antes) deve
ser visto agora segundo três enfoques distintos: Sistema Elétrico - SE, Sistema

Corporativo - SC e Mercado Atacadista de Energia - MAE.


Sob o enfoque SE, o planejamento apresenta a mesma lógica do processo anterior,

ou seja, busca a operação de mínimo custo global para o sistema interligado. Sob o
enfoque SC, busca-se uma maior eficiência empresarial, enfatizando avaliações privadas e

levando em conta que tais avaliações dependerão também das decisões tomadas pelos

demais agentes do mercado.


No ambiente competitivo, a expansão da geração está sob a responsabilidade do
investidor e o planejamento da expansão da oferta terá caráter indicativo. Neste contexto, o

planejamento empresarial, sob responsabilidade das concessionárias, deverá incluir

aspectos de flexibilidade, levando em conta oentrelaçamento entre a comercialização de

energia e o planejamento corporativo.

Ademais, a expansão da geração termelétrica com em gás natural vem


base

ganhando ênfase no setor, em função tanto da integração energética com os paises vizinhos
(Bolívia e Argentina, por exemplo) quanto pela implantação do Programa Prioritário de

Termelétricas, por parte do govemo brasileiro. Esse programa, baseado em investimentos


2

privados, prevê aumentar a oferta de energia no país em mais de 15 mil megawatts até
2003, através da implantação de 49 usinas em 18 estados. Dessa forma, a participação de
energia` de origem témiica na matriz energética deverá aumentar de 7% para 20% nos
próximos dez anos. Em conseqüência, novos procedimentos deverão ser criados,

considerando a interface entre o setor elétrico e o setor de gás natural.


â Somando-se a esses fatores a introdução da competição no setor elétrico, o
investidor que se propõe a investir em geração termelétrica deverá avaliar os impactos de
suas decisões baseando-se em aspectos tais como: análise de riscos, competitividade do
projeto' de competidores,- arranjos de mercado e restriçoes
›.-

frente às alternativas

institucionais vigentes.

Neste contexto, o presente trabalho enfoca o problema de planejamento


`

empresarial, sob' a ótica de uma empresa de geração temielétrica a gás natural, e propõe
uma nova metodologia de apoio ao processo de gestão de uma central termelétrica,

utilizando a técnica de Dinâmica de Sistemas.

1.2 - Motivação

O desenvolvimento deste trabalho foi motivado pelos seguintes fatores:


> a nova concepção da matriz energética brasileira, que recomenda a utilização de
usinas termelétricas, principalmente com utilização do gás natural, com objetivo

de Íobter ganhos de confiahilidade e eficiência no sistema gerador de energia


elétrica e propiciar condições de atendimento ao mercado a curto prazo;
> a meta «estabelecida para o setor elétrico de implantar um parque gerador

termelétrieo, de forma a atingir, até 2009, um perfil hidrotérmico na proporção de


oitenta e vinte por cento, aproximadamente;

> a participação do gás natural na matriz energética nacional deverá evoluir dos
atuais -dois por cento em 2000 para doze por cento em 2010;
> O equilíbrio entre oferta e demanda de energia elétrica (EE) é fundamental para a
prática -da competição e para a manutenção da qualidade do serviço, nas quais se

fundamenta, em grande parte, o novo modelo do setor elétrico.


3

1.3 ‹-
Objetivos da Tese ,_

O presente trabalho tem como_objetivo básico a formulação de uma metodologia e


o desenvolvimento de um modelo adequado à gestão de centrais termelétricas a gás
natural.

1.4 - Organização do Trabalho

O Capitulo 2 apresenta uma descrição do processo de planejamento do sistema

elétrico, identificando as mudanças decorrentes da reforma setorial. O Capítulo 3

apresenta o problema de gestão estratégica de centrais termelétricas a gás natural em


ambiente competitivo. O modelo conceitual para análise da gestão de centrais tennelétricas

a gás natural é descrito e as diversas variáveis de gestão são identificadas. No Capítulo 4 o

problema de planejamento é analisado nos seus aspectos técnicos e econômicos, como base

para sua fonnulação via Dinâmica de Sistemas. No Capítulo 5 são apresentados e

analisados os resultados da simulação de uma empresa de geração termelétrica integrada ao


sistema interligado, com base em um plano decenal, sob vários cenários hidrológicos.

Finalmente, no Capitulo 6, são apresentadas as principais conclusões e considerações,

juntamente com as propostas para encaminhamento de trabalhos futuros. No Anexo A, são

apresentadas, de forma complementar, as caracteristicas técnicas e operacionais de uma


central termelétrica a gás, identificando os aspectos importantes para sua modelagem via

Dinâmica de Sistemas. No Anexo B apresenta-se uma análise comparativa das fontes

alternativas disponiveis no contexto brasileiro, enfocando especificamente o gás natural.


No Anexo C são apresentados os dados necessários para execução do programa NEWAVE
num horizonte decenal.

1.5 - Revisão Bibliográfica

A revisão bibliográfica das metodologias utilizadas na área de planejamento e

operação do setor elétrico brasileiro, apresentada a seguir, foi balizada pelas seguintes

considerações:
4

1. A reestruturação do setor elétrico brasileiro, ao mesmo tempoem que busca


aumentar a participação de novos agentes econômicos (produtores independentes,
cogeradores e consumidores livres), com vistas a obter um incremento significativo
na capacidade instalada em geração, implica também em mudanças no
relacionamento entre os agentes econômicos, atuais e entrantes. _

2. Os métodos e modelos usados no planejamento e operação, no período pré-reforma,

refletem a experiência acumulada e investimentos consideráveis em técnicas de


'

otimização e de simulação, e deverão ser preservados, ao máximo possível, no novo


ambiente de negócios.
3. Com a introdução de competição nas atividades de geração e comercialização, o

planejamento da expansão dos sistemas elétricos deverá ser analisado não somente
sob a ótica do sistema elétrico (ONS), mas também sob o enfoque empresarial

(sistema corporativo).

io
Sob prisma do sistema elétrico, Florentin [02] apresenta de forma cronológica

um grande número de trabalhos utilizados na análise dos sistemas elétricos interligados,


apresentando assim a evolução das metodologias de planejamento a partir da década de 70.
Gorenstin et al [03] apresenta uma metodologia para o planejamento da expansão

de sistemas de geração hidrotérmicos interligados, considerando fatores de incerteza.


Aires [O4] faz uma análise do processo de planejamento pré-reforma e utiliza

novas técnicas para o tratamento de incertezas com vistas ao planejamento da expansão do


sistema elétrico em ambiente competitivo. t

Sob a Ótica dos segmentos industriais oriundos da reforma do setor elétrico,

diversos trabalhos contribuem no sentido de discutir os aspectos relacionados às mudanças

estruturais no setor.

Gross [O5] apresenta uma modelagem do mercado spot da Inglaterra sob a ótica
V

do produtor independente de energia no intuito de maximizar os lucros.

No contexto do setor elétrico brasileiro, Morozowski [O6] apresenta os principais


conceitos e a nova estmtura que se visualiza para o emergente mercado desregulado.

Bom [O7] apresenta uma análise das mudanças propostas para o setor elétrico

brasileiro, em particular da estrutura e funcionamento do mercado spot.


Morozowski [08] apresenta alguns aspectos relevantes sobre a metodologia de
planejamento proposta, no qué diz respeito às ferramentas em uso no setor elétrico
5

brasileiro. Nesse trabalho é enfatizada a necessidade de mudança na cultura das

concessionárias, até em então baseada na engenharia e em relatórios gerenciais, por uma


cultura empresarial baseada na aquisição de conhecimento organizacional e estratégico.

Castro [O9] apresenta uma avaliação do desempenho de uma empresa geradora e

as despesas de uma empresa distribuidora/ comercializadora operando no MAE para

diversos níveis de contratação de longo prazo.

Nesse contexto, Florentin [O2] apresenta uma nova metodologia baseada em


Dinâmica de Sistemas para gestão de centrais hidroelétricas. A influência das restrições

operativas e limitações impostas pelo MAE às centrais hidroelétricas, bem como o


Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) são modelados.
Schuch em [10] mostra que o problema de planejamento da demanda de empresas
de distribuição / comercialização de energia em ambiente competitivo inclui um novo fator

de incerteza, qual seja, o comportamento dos agentes de mercado. A projeção de demanda


é avaliada segundo um modelo que permite a representação de aspectos técnicos (projeção
da demanda da empresa por classe de consumo) e aspectos estratégicos (comportamento
dos agentes de mercado).
O problema e a complexidade do planejamento operacional sob a ótica de uma
empresa geradora termelétrica a gás natural é discutido por Ortega, que apresenta também
um modelo conceitual com respeito aos aspectos técnicos e econômicos da central [1l],

[12] e [13].

Em ambiente competitivo, a credibilidade econômico-financeira da empresa é


fator determinante para o aporte de capital de financiadores e investidores, que buscam

direcionar seus recursos para um ambiente de menor risco. Vários trabalhos têm avaliado a

perfomance da geração termelétrica vista sob a ótica empresarial. Em [l4], Negri e Vieira
apresentam uma analise termodinâmica para avaliação dos parâmetros de desempenho e

eficiência de usinas termelétricas a gás para definir a competitividade e o regime de

operação no parque gerador existente.


A introdução de competição no setor elétrico requer que a avaliação dos

empreendimentos seja feita não apenas pela Ótica econômica, mas inclua também os

aspectos financeiros. Nesse sentido, Melo [15] apresenta uma abordagem estática (os

indicadores são definidos a priori) e descreve as caracteristicas de um modelo (ANAF IN)


para análise econômica-financeira de projetos elétricos, adaptado as condições vigentes
no

setor elétrico brasileiro,


6

.
Mais recentemente, Silveira [ló] apresenta uma analise dinâmica na qual os

indicadores econômico-financeiros são atualizados a cada estágio, de maneira que os

resultados da análise (valor de empresas e projetos) e as decisões finais refletem de forma

apropriada a dinâmica e os mecanismos de realimentação entre aspectos técnicos,


econômicos e financeiros, através da aplicação da técnica de Dinâmica de Sistemas.
2. Capítulo -Metodologia de Planejamento - Evolução

2.1 - Introdução

Este capitulo apresenta uma análise do problema de planejamento do sistema


elétrico e da sua evolução, com base no processo de reestruturação do setor elétrico

brasileiro. São avaliadas as possíveis opções de aporte de capital, dando-se ênfase aos

geradores de origem termelétrica no novo contexto do setor elétrico. Neste sentido, são

discutidos e abordados aspectos relativos às mudanças no ambiente de negócio e sua


influência tanto nas térmicas existentes quanto nas novas térmicas.

É importante salientar que este capítulo não tem por objetivo esclarecer todas as

inúmeras questões relacionadas a reestruturação do setor elétrico, mas sim de delinear o


novo ambiente que se abre para a participação de capital privado, mais especificamente
para aqueles investidores cuja geração seja de origem termelétrica.

2.2 - O Problema de Planejamento do Setor Elétrico

A metodologia de planejamento tradicional, baseada na especialização dos


critérios e modelos do planejamento, foi concebida nos anos 70 e teve sua implementação
consolidada ao longo dos anos 80, num contexto caracterizado por um regime de mercado
monopolístico e empresas verticalmente integradas, com reduzida participação de agentes

privados. O Planejamento era centrado no aumento da oferta, com ênfase no sistema de

geração, não se privilegiando as interligações.


'

Conseqüentemente, a metodologia tradicional de planejamento da oferta

apresentava, como caracteristicas principais, o peso reduzido do sistema de transmissão


nas decisões de investimento setoriais, analise focada nos sistemas interligados em nivel de

região e de pais, ênfase em grandes projetos de geração e em interligações regionais.


O planejamento da expansão e da operação dos sistemas elétricos brasileiros era

realizado por Órgãos Colegiados, coordenados pela Eletrobrás, constituídos pelas empresas
concessionárias de energia elétrica.
8

O planejamento da expansão dos sistemas de geração e transmissão era

coordenado pelo Grupo Coordenador de Planejamento dos Sistemas Elétricos - GCPS, que
avaliava o mercado a ser atendido e estabelecia a seqüência de usinas geradoras, de linhas

de transmissão, considerando critérios de atendimento ao mercado e levando em conta,

dentre outros fatores, a disponibilidade de recursos financeiros e a viabilidade ñsica dos

empreendimentos, incluindo aspectos sócio-ambientais.


As atividades de planejamento da operação relativas ao sistema interligado eram
A

coordenadas pelo Grupo Coordenador da Operação Interligada - GCOI. A função basica

do GCOI era garantir que, sujeito às necessidades operacionais de curto prazo, o sistema

interligado fosse operado de modo a minimizar os custos de operação, enquanto mantinha


a segurança de suprimento em níveis especificos. As atividades do GCOI eram interligadas

às do GCPS através do custo implícito do déficit (parâmetro de coordenação), pois


levavam em consideração a expansão do sistema planejado, identificando as restrições
operacionais atuais e emergentes, de acordo com os critérios de garantia de suprimento de

longo prazo.
Este elevado grau de conformidade entre a metodologia utilizada pelo GCPS para

o planejamento de expansão do sistema (Plano Decenal de Expansão) e a metodologia


usada pelo GCOI para planejamento da operação de médio prazo (até cinco anos), decorre

das caracteristicas do sistema interconectado, quais sejam: a predominância da geração

hidráulica; pronunciada (forte) variação hidrológica regional; presença de grandes


com capacidade de
reservatórios regulação plurianual e usinas pertencentes a diferentes

empresas numa mesma cascata.


como
u

Adotando-se a reforma do setor eletrico brasileiro referencial, pode-se

visualizar a evolução da metodologia de planejamento do setor em duas etapas: periodo

pré-reforma e periodo pós-reforma, conforme descrito a seguir.

2.3 - Pré-Reforma

No periodo pré-reforma, a grande maioria das empresas de energia elétrica era

estatal e sua gestão era ditada basicamente pelas expectativas da sociedade em relação ao

suprimento de energia elétrica e pela natureza do processo de produção de eletricidade.

Nessas condições, o objetivo basico do planejamento do sistema era definido como a


determinação da data de entrada em operação dos equipamentos e instalações de produção¬
~
_ 9

transporte e distribuição, considerados necessários para atender ao crescimento da

demanda.
De uma maneira geral, o processo de planejamento repousava sobre uma solução

de compromisso entre o nivel de confiabilidade desejado pelos consumidores e os custos


de investimento e dez operação incorridos na obtenção desse nivel de confiabilidade,
conforme indicado na Figura 2.1.
A

Custo
Total

\ -'
Custo de
\ ,-
\ lnvestimento
.

_-
\ ,f
\\ ,-

"\___*.~=`_
_."..
.,'

de Custo
-------- " ` ` - _ ._ Qperação
P

Figura 2.1 - Planejamento Baseado na Confiabilidade.

Neste periodo, após a Lei 8631/93, os contratos de longo prazo entre geradoras
(regionais) e distribuidoras (estaduais) eram definidos com base em criterios de risco

estabelecidos no âmbito do GCPS e do GCOI. O balanço energético era realizado

anualmente pelo GCPS e GCOI, com apoio das empresas, e balizava o Planejamento da

Operação.
Nesta estrutura setorial, os principais elos entre o planoide expansão preparado

pelo GCPS e os planos de operação de médio prazo do GCOI eram os incrementos de

oferta de energia firme e ponta garantida em nivel de sistema, e os contratos de suprimento

firmados entre as companhias de geração e distribuição. Os valores destes contratos para os


quatro anos iniciais do plano de operação eram definidos pelo Plano Decenal.
Observe-se que neste modelo (integrado), para assegurar os ganhos operativos
máximos do sistema hidrotérmico interligado, é necessário operar o sistema como uma
única empresa. Esse tipo de operação tem como requisito básico o compartilhamento de
informações técnicas e econômicas por todas as empresas que compõem o sistema

interligado, conforme ilustrado na Figura 2.2. Esse aspecto constitui uma das diferenças

básicas entre o periodo pré e pós-reforma, pois 0 compartilhamento de informações entre

empresas se toma inviável, sob o aspecto comercial, num ambiente de negócios

competitivos.
10

Outra caracteristica importante do período pré-reforma está na definição do risco


do déficit do sistema. Desde 1989, o risco do déficit tem sido definido pelo GCPS em 5%,
através de uma metodologia probabilistica de planejamento do parque gerador. A
metodologia consistia, basicamente, em programar a seqüência de obras mais econômica
de forma que a probabilidade de déficit de energia, em qualquer ano do horizonte de

planejamento, em função de um determinado cenário de mercado, não fosse superior a 5%


[o1].

Cenários de
{
Demznda(ecPs) g

LP
a
nda

Dema

z i

Planejamento da
E

MP `_' ¡

ce‹açâ‹›(ocPs›
a
nda

Dema

câmb`o

CP
- 'aa
,_B,ê.f!g92,__.

Expansão
.F'"¬_Êʧ}lÊ.

a ¢'."
:
n
nda

Dema

E Planejamento da
Í
Transmísão (GCPS) E

t.

_
ssão

ções

_
,Eâr19__u¬

Decena
'= “de
l

1
'ansm
Rest

T
,_

Planejamento da
operação (ocoi)
`

P
108
6 OS

›ac
ercámb
.F7Í°d“§ã_9

Des ._
n
Enfoque Sistema
|mer|¡gado(s|)
ePiãztfiããggëiífãgêä
e| o
i

V
;

Figura 2.2 - Representação do Problema de Planejamento Pré-Reforma.

Por razões de clareza, a Figura 2.2 não explicita os planejamentos da operação de

curto, médio e longo prazos. Em geral, o planejamento da operação de longo prazo

interagia com o horizonte de curto prazo do planejamento da expansão, indicando as

possiveis restrições de transmissão associadas aos planos decenais. O planejamento da


ll

operação de curto prazo fornecia os despachos das unidades geradoras e das empresas os
valores de produção e intercâmbios realizados. Observa-se, ainda, que o planejamento da

expansão da geração e transmissão, ambos desenvolvidos pelo GCPS, está representado


separadamente, visando permitir uma melhor comparação e facilitar a identificação dos

agentes que os efetuarão na nova estrutura do problema de planejamento 'pós reforma.

O planejamento da demanda, por sua vez, fornecia os cenários de demanda a

longo prazo (LP), médio prazo (MP) e curto prazo (CP), que balizavam os demais estudos
de planejamento. Para atender ao crescimento da demanda a longo prazo, o planejamento
da geração determinava o plano de construção de novas plantas geradoras e associava a
cada planta a data prevista de entrada em operação. O planejamento da transmissão

estabelecia um plano de obras de interligações e respectivos investimentos, com vistas ao

atendimento da demanda a médio prazo, com base nos planos de expansão da geração e em
eventuais restrições detectadas no planejamento da operação.

Por fim, considerando os meios de produção e transmissão efetivamente


disponíveis, o planejamento da operação avaliava as condições de atendimento da demanda
a curto prazo e definia as unidades geradoras que deveriam ser operadas, bem como seus
despachos.

A solução do problema global era obtida por interações entre as atividades de

planejamento, através de um processo de otimização/simulação que visava à obtenção do

plano Ótimo. Assim, as decisões de produção e intercâmbio, efetivamente implantadas em


nível de plantas e interligações, eram informadas ao planejamento da operação, que
reavaliavam as restrições de transmissão. Se as restrições de transmissão fossem

persistentes, deveriam ser contempladas no planejamento da transmissão, seja para

reavaliar o programa de obras, seja para determinar novos lirnites de intercâmbio. Os

novos limites de intercâmbio deveriam ser então reavaliados no planejamento da geração,


podendo induzir mudanças no plano de expansão da geração. ,

Resumidamente, as principais características da metodologia de planejamento do

setor elétrico no periodo pré-reforma são as seguintes:


> planejamento integrado e determinativo;
V

planejamento baseado em custos - (PBC);

P troca de informações entre GCPS e GCOI;


P gestão do sistema elétrico e comercialização da energia eletrica via GCOL atraves

de contratos de suprimento;
12

> contabilização dos intercâmbios baseada na produção efetiva das plantas de

geração;
`

Ér empresas dispostas em duas


¢ â

categorias, ou
u

seja, geradoras ou distribuidoras.


Q - z '

2.4 - Situação das Térmicas Existentes no Período Pré-Reforma

O parque gerador brasileiro, além de possuir uma maior participação de usinas

hidrelétricas, o que o diferencia da grande maioria dos países, em geral de base térmica

possui caracteristicas que também 0 diferenciam de países com grande participação hidro
como a Noruega e Canadá. Tais caracteristicas são atribuídas aos níveis de variação
sazonal e- de aleatoriedade das vazões que se verificam no Brasil, resultando na

necessidade de reservatórios de regularização plurianual para atenuar o efeito das variações


na oferta de energia hidráulica.[O6]
As usinas térmicas, por sua vez, são utilizadas para complementar a geração

hidráulica nos períodos secos e nas horas de maior demanda. São também usadas no
suprimento a sistemas isolados das regiões Norte e Centro-Oeste do país.

Conseqüentemente, as unidades térmicas são usadas principalmente para produzir


energia, ou seja, são despachadas na base da curva de carga, salvo quando despachadas

para superar restrições elétricas.

Essa forma de operação do parque gerador brasileiro é denominada operação em


complementação térmica, e visa maximizar a eficiência de uso das usinas que compõem o

sistema. Isto permite uma considerável economia de combustível, caracterizando um


importante beneficio a geração de origem termelétrica.

2.4.1 -_ Contratos de combustíveis

Não existia, até então, uma restrição maior com respeito aos contratos de
combustiveis derivados de petróleo como ha no caso do gás natural, onde impõe-se um
consumo mínimo obrigatorio através de contratos “lake-or-pay”. Existiam sim, incentivos

governamentais, que apos as crises e o embargo do petróleo, procuraram aumentar a

participação do carvão nacional na matriz energética brasileira.


13

Associados à criação da CCC ~ Conta de Consumo de Combustíveis, esses fatores

incentivaram e mesmo forçaram uma maior participação da geração termelétrica na

composição do parque gerador brasileiro. -

Tais incentivos permaneceram até 1990 (caso do carvão) e tendem a se extinguir

após o periodo de transição na reforrna do setor elétrico (2005), na medida em que os

contratos iniciais forem reduzidos (vide 2.4.3).

2.4.2 - Despacho Centralizado

O despacho das centrais termelétricas no período pré-reforma era baseado no


plano de operação elaborado pelo GCOI, de acordo com o risco de déficit definido para o

sistema (5%). A política de operação hidrotérmica de cada subsistema era elaborada de


acordo com o volume de energia armazenada nos reservatórios de cada sistema e da

capacidade de transferência de energia entre subsistemas.


"

De uma forma geral, as unidades térmicas com custos menores que os valores da

água nos subsistemas correspondentes eram despachadas para operar na base de carga.
Entretanto, geração térmica adicional poderia ser despachada por razões elétricas; em
geral, para fomecer potência reativa ou para superar restrições de transmissão.
1

2.4.3 - Conta de Consumo de Combustíveis (CCC)

Durante o periodo de transição, que deverá se estender até 2005, a energia elétrica

produzida pelas térmicas consideradas na lei n °


9.648/98, estará incluída nos “contratos

iniciais”, ou seja, as térmicas situadas nas regiões abrangidas pelos sistemas elétricos

interligados, em operação até 6 de fevereiro de 1998, terão participação integral na CCC


até 2002. Esta participação será reduzida gradativamente nos 3 anos subseqüentes, até a

extinção da CCC em percentuais fixados pela ANEEL. Nos sistemas isolados, será

mantida, pelo prazo de 15 anos, a aplicação da sistemática da CCC.


Após esse periodo, haverá a extinção da Conta Nacional de Consumo de
Combustíveis - CCC, conforme proposto pela Coopers & Lybrand [17], pelas seguintes
razoes:

> não proporciona um comportamento eficiente;


14

`> cobre toda produção termelétrica, não fazendo distinção entre geradores
flexiveis e inflexíveis;

> impede a contratação seletiva de geradores termelétricos por geradores


hidrelétricos para administrar seus riscos hidrológicos (isso também ocorre por
conta do MÍRE);

> não incentiva os geradores termelétricos a comprar combustivel e emprega-lo


de maneira eficiente e a assegurar sua disponibilidade nos momentos em que
seria mais valiosa

2.4.4 - Fluxo de caixa'

O fiuxo de caixa das centrais termelétricas existentes, embora continue sendo uma
fimção da tendência hidrológica e do nível de armazenamento dos reservatórios, 0 periodo

CCC.
H

de transição terá seus riscos mitigados pelos contratos iniciais e pela

Dessa forma, as centrais térmicas existentes estão tendo uma oportunidade para se

adaptar às novas regras do mercado, de maneira a fazer a transição para os acordos

negociados comercialmente de forma gradual.

2.5 - Proposta de Reforma do Modelo Brasileiro '

O novo modelo para o setor elétrico brasileiro que está sendo implantado pelo
govemo federal, após a consultoria da Coopers & Lybrand [l7], apresenta como
caracteristicas principais a desvexticalização das empresas e a criação do Mercado
Atacadista de Energia - MAE, que sera responsavel pela comercialização da energia não

contratada entre geradores e consumidores (mercado spot).

As atividades de comercialização de energia são reguladas atualmente por

contratos iniciais (forma particular de contratos bilaterais para as usinas existentes com o

intuito de facilitar 'a transição), os quais serão contratos entre geradores e

distribuidores/varejistas. Esses contratos refletem o nivel de energia garantida (ou

assegurada), baseado no criterio vigente no periodo pre-reforma, ou seja, risco de deficit de


5%. Contratos bilaterais são instrumentos financeiros entre geradores e varejistas ou, de
×
.l5

forma mais geral, entre dois MAE [17] [18], mas não implicam
membros do em acesso
preferencial para energia. A estrutura do MAE é apresentada na Figura 2.3.

l\
Ii

Gerador Gerador Geradorfl

lc
, I ¡ I

i z
l

¡ -4 MercadoAtacadista de Energia (MAE)

/
I

's
3 _
8625

er

a
B'
B
os ratos

a
Con
Co
i
T1 T2 T3
l

Rede Básica

1 |

Consumidores
V
C=fiV°S Livres

Figura 2.3 - Visão Geral do Mercado Atacadista de Energia


onde: -

ONS: operador nacional do sistema;

C / D: comercializadores / distribuidoras.

Os contratos permitem que os agentes do mercado (geradores, consumidores livres,

comercializadores e distribuidores) ajustem seus riscos de exposição e reduzam assim as

incertezas de preço na negociação de energia a mais longo prazo. Sem contratos, todas as

transações de energia seriam estabelecidas ao preço MAE.


Conseqüentemente, é de se esperar que tais agentes estabeleçam contratos bilaterais

para o grosso das vendas e compra de energia, atenuando sua exposição à volatilidade do

preço spot. Entretanto, seguindo uma decisão comercial cada agente do mercado pode

optar por se expor aos preços do MAE para uma parte dos seus negócios de energia.
Os principais objetivos do MAE são:
“P estabelecer um preço que reflita, a cada periodo de comercialização, o custo

marginal do sistema;
16

> proporcionar um mercado no qual os agentes possam negociar sua energia näg
contratada. Em qualquer período de comercialização, geradores e empresas de
distribuição e varejo terão inevitavelmente produção e/ou carga que não
correspondem exatamente aos volumes que contratam a longo prazo. O MAE
proporciona um mercado em que volumes não contratados de energia podem
ser prontamente comprados e vendidos;

> criar um ambiente multilateral' em que cada agente possa comercializar sua
energia com qualquer outro agente do mercado.

As características-chave do MAE são:


"r responsabilizar o ONS pela otimização centralizada do sistema (planejamento

operacional, programação e despacho), de forma a operar o sistema ao menor


custo;
'

> permitir que geradores e varejistas negociem parte de sua energia através de
contratos bilaterais, que especificarão um preço contratual para um volume fixo
de energia; .

> estabelecer um volume de pagamentos entre o MAE e os agentes do mercado


que dependa do volume de energia não contratada, bem como do preço MAE
em vigor.

2.6 - Aspectos Institucionais

Com as mudanças institucionais do setor elétrico, a geração e agora uma atividade

comercial que pode ser desenvolvida por investidores privados. A reestruturação do SEB
impõe mudanças no relacionamento entre os agentes econômicos, bem como possibilita

participação de novos agentes (produtores independentes, co-geradores e consumidores

livres).
'

Em particular, os investidores interessados em geração termeletrica no Brasil


podem aplicar capital sob duas formas basicas, conforme exposto a seguir:
17

a) Autoprodutores

A figura do autoprodutor é bastante antiga e está razoavelmente regulamentada.


Nos termos da lei ng 9.074/95 - Lei de Concessões no Setor Elétrico, de O7 de
julho de 1995, a implantação de usinas termelétricas com potência superior a

5.000 kW por parte de autoprodutores, exigem autorização, enquanto que


termelétricas com potência igual ou inferior a 5.000 kW requerem apenas uma
comunicação ao poder concedente.

b) Produtores independentes

A atividade de Produtores Independentes de Energia (PIE) constitui uma das

inovações da legislação setorial e foi criada pela Lei 9.074/95 e regulamentada


pelo Decreto - Lei ng 2.003/96, de 19 de setembro de 1996. O produtor
independente de energia não é visto como um prestador de serviço público

(Constituição Federal, artigo 21, Inciso XII), e pode comercializar atotalidade ou


parte da energia produzida com concessionários de serviço público e com
consumidores finais, com preço definido exclusivamente pelas forças de mercado.

2.7 - Pós-Reforma

O modelo institucional pós-reforma se baseia principalmente na separação entre o


produto (energia) e o serviço (transmissão e distribuição) de eletricidade, o que possibilita
a competição no âmbito da geração e da comercialização de energia.

Desta forma, a produção e a comercialização são entendidas como um negocio

competitivo e não regulado economicamente, enquanto que os serviços de transmissão e

distribuição continuam sendo vistos como monopólios naturais, com mudanças


regulatorias significativas, quais sejam; livre acesso e regulação econômica de suas

atividades [19].

Nesse ambiente, o planejamento comporta três enfoques distintos, quais sejam:

sistema elétrico (SE), sistema corporativo (SC) e Mercado Atacadista de Energia (MAE).
A nova estrutura de planejamento e os fluxos de informações entre os diversos agentes são

apresentados na Figura 2.4.


18

Cenários de
Demanda
_

4~
Gestão

_ wi
Í

l.5!“.Fèf.@.S_3.fÍfi.¡ _ _ . . . _

LP
,.. _... __
a
a l Empres B)
mand

De D i a 5
" _' _ "“' "`
Planejamento
_

' \
MP
da Geraçao I I

Cars
a CMLP
I

(CCPE)
Z
I I
.

( G/ |
) fi 1 I

Preço Spot /
I

`
Demanda

vo de Receitas I Despesas
.. càmb`o

MAE
-P Empresa A
es
CP ano

- ~= z
a e
nd`ca ~.

L`m
n

-\
__

Projetos de
Demanda

_-
É

Planejamento da G
I
I T

f
~

Transmissão
(CCPEIONS)
-

=
~
Tarifas (T/D
1
5
.
_ __
de
ssã›

-_¿._-___.,\

f
ções

ano
Expansão

r ¡._
P
ansm

es
R Tr

Ofertas Recebimentosl F uramemoe


l _

L-íí-›é P'*'"°¡a'"°"t° da Pgws


5 Í

*
Té°"*°2S| Liduiúaçâe ae
Operação Energia
(ONS) Despachos
I

Intercâmbios¡
I! '
(;B¡_‹5
Vmumes)
MSMAE)
l

i
Producão e
Intercâmbios

nmqä: ginegfãigczâšiiñadista
ITI

Enfoque Sistema Elétrico (SE) ITI nfoque Sistema Corporativo (SC)

Figura 2.4 - Representação Esquemática da Nova Estrutura do Problema de Planejamento.


onde:
CCPE Comitê Coordenador do Planejamento da Expansão;
1

ONS Operador Nacional do Sistema.


1

Esta estrutura salienta as diferentes lógicas que regem o comportamento dos


agentes que compõem o enfoque do sistema corporativo e do sistema elétrico. Sob a Ótica
do SE, o despacho de geração continuará a ser definido de forma similar ao periodo préà

reforma. Sob a 'Ótica do SC, as empresas buscarão, com graus de liberdade concedidos pela

lei, a operação de maior rentabilidade para um dado nivel de risco.


Outra característica importante nesta nova estrutura é que o aumento da oferta não
está diretamente ligado ao crescimento da demanda, como no modelo pré-reforma, mas
sim a evolução dos custos marginais de longo-prazo. Ademais, consumidores que se
enquadrarem como “livres” poderão avaliar, segundo uma Ótica de mercado, as melhores
19

opções disponíveis, o que implica num comportamento diferenciado de cada agente do

mercado. .

A governança do MAE e do ONS, com participação dos agentes setoriais, busca o


equilibrio entre os interesses dos produtores e compradores de energia. Ao mesmo tempo,
as decisões de investimento são tomadas por cada empresa sob uma Ótica empresarial, e

não mais de forma colegiada, como no antigo GCPS.


Sob o enfoque SE, o planejamento da geração e das interligações internacionais
são indicativos e os investimentos correspondentes, passam a depender da sua atratividade

para os investidores. Conseqüentemente, esse problema é indetemiinado no .enfoque SE e


requer uma nova formulação sob o enfoque SC.
Já as decisões de investimento no sistema de transmissão/distribuição continuam

sendo parte do enfoque SE, mas sua efetivação depende também da participação privada,
ou seja, depende também do enfoque SC. ~

Em síntese, o enfoque SC, implícito no modelo pré-reforma, e o paradigma do


Planejamento Baseado no Valor - PBV [O8], inexplorado no modelo pré-reforma, são
agora essenciais para estruturar el solucionar o problema de planejamento no contexto pós-

reforma, o que motiva e justifica esse enfoque.

Como mencionado anteriormente, no novo processo, o planejamento da operação


será exclusivo do ONS e seguirá a mesma lógica do processo anterior, ou seja, buscar o

mínimo custo operacional. Assim, o preço MAE será fixado pelo maior custo de despacho
entre todas as usinas flexiveis, reduções declaradas de demanda ou fluxos internacionais na

programação ex-post sem restrição.


*

Conseqüentemente, as usinas que se declararem infiexiveis não poderão participar


do processo de formação de preço no MAE, pois sua produção estará fora do controle do

ONS e não podera atender às variações de carga no sistema, ou seja essa forma de
operação leva tais usinas ao risco de operar mesmo quando o preço MAE estiver abaixo de
seus custos.
Deve-se observar, no entanto, que as regras do MAE permitem ainda que uma
terceira classe, denominada “geração termelétrica parcialmente inflexível”, possa ser

constituida com unidades que podem especificar um patamar de produção acima do qual a
usina podera ser flexível, o que incentiva operações mais flexíveis da usina e permite um
despacho mais econômico.
20

.A energia assegurada de usinas termelétricas inflexíveis existentes (ou seja, que não
operem de modo complementar à geração hidrelétrica) será coberta pelos Contratos

Iniciais entre geradores e empresas de distribuição e varejo. Os preços dos Contratos


Iniciais que cobrem esta energia proporcionarão ao gerador a receita anteriormente obtida

pela CCC.
Centrais termelétricas autodespachadas (capacidade menor que 20 MW) estão

excluídas da operação integrada ao sistema e ficarão fora do sistema de liquidação do

MAE. Tais usinas poderão firmar contratos com seu varejista hospedeiro a preço acordado
com a ANEEL, ou, alternativamente, poderão se integrar ao sistema através de
cooperativas de geradores térmicos. .

O enfoque MAE não_tem antecedentes de modelagem no modelo pré-reforma,


mas é de fimdamental importância para apoiar a modelagem dos enfoques SE e SC.
O sistema de contabilização e liquidação de energia (enfoque MAE) pemiite um
novo processo de contratação através de Contratos Bilaterais e transações efetuadas

diretamente no MAE. Nesse ambiente, as ofertas técnicas, embora sujeitas a auditoria por

parte do ONS e ANEEL, não serão publicadas.


'

A liquidação dos fluxos não contratados de energia (à vista) é feita pelo Agente de
Contabilização e Liquidação ASMAE de forma centralizada. Os pagamentos.
-

correspondentes aos contratos bilaterais serão feitos .diretamente entre as partes

contratantes. O ASMAE é uma empresa criada pelos agentes do sistema para comercializar
energia no mercado spot, com a função principal de contabilizar e liquidar todas as

quantidades de energia contabilizadas que não estejam cobertas por contratos bilaterais

registrados ao preço MAE (calculado pelo ASMAE), considerando-se os montantes

cobertos pelo MRE, no caso de centrais hidrelétricas.


Ao estado, agora livre da obrigação direta de executar a expansão do sistema
elétrico (“transferida” ao setor privado), caberá o desenvolvimento de estudos de
inventário e de viabilidade dos projetos hidroelétricos, o planejamento indicativo, as

medidas de conservação de energia, e o desenvolvimento da pesquisa tecnológica, entre


outras.

O planejamento da geração, de cunho indicativo, utiliza agora uma função de

custo do déficit por faixas de mercado, e uma curva de carga com dois patamares, e não

mais um nivel de garantia prefixado [Ol]. Com isso, o custo marginal de operação (preço
~
~
21

spot) guiará o atendimento ao mercado e, conseqüentemente, será o novo “racional” da


expansão no modelo pós-reforma. .

As principais características do problema de planejamento do setor elétrico no


periodo pós-reforma são resumidas na Tabela 2.1, levando em conta os três enfoques

mencionados.

Tabela 2.1 - Características do Planejamento do Setor Elétrico Brasileiro

ENFOQUE z
CARAcn:RÍsTrcAs

Agentes ONS, CCPE g

Í Contratar empresas prestadoras de serviços de Transmissão (Rede Básica);

Í Elaborar planejamento indicativo da geração, interligações intemacionais;

Í Planejar e decidir investimentos no sistema de transmissão (Rede Básica);


SE Funções
Í Despachar a geração centralizado;

Í É responsavel somente pela gestão operacional do sistema. Não atua na


parte de comercialização de energia.

Objetivos Í Minimizar custos operativos do sistema


I

Agentes ilšmpresas de Geração/ Comercialização (G / C).

Í Gestao da empresa;

Funções Í Decisões de investimento em G/ C;


SC
Í
.

Contratos e arranjos comerciais.

Í Buscar operação de maior rentabilidade;


Objetivos
Í Minimizar riscos do negócio.

Agentes ÊSMAE
Í Contabilizar e liquidar energias não contratadas;
MAE Funções
Í Estabelecer o preço spot (curto prazo).

Í Comercialização multilateral de energia entre os agentes do mercado a


Objetivos
vista.
22

2.8 - Situação das Novas Térmicas

2.8.1 - CCC

A Lei N9 9.6.48, de 27 de Maio de 1998, o Art. 11 determina que “as usinas


termelétricas, situadas nas regiões abrangidas pelos sistemas elétricos interligados que
iniciarem sua operação a partir de 6 de fevereiro de 1998, não farão jus aos beneficios da

sistemática de rateio de ônus e vantagens decorrentes do consumo de combustíveis fósseis


para a geração de energia elétrica, prevista no inciso HI do art. 13 da Lei no 5.899, de 5 de

julho de 1973”.

Diante da limitação imposta pela Lei N9 9.648, as termelétricas não contarão com
o rateio de ônus e vantagens disponíveis até então. Em conseqüência, a modelagem
proposta no capitulo 5 deste documento não incluirá a influência deste mecanismo pelas
razões a seguir:
*P As centrais termelétiicas objeto da tese usam o gás natural, cuja participação na
matriz energética brasileira vem sendo incentivada pelo govemo brasileiro, através

da importação de gas da Bolívia e da Argentina; assim, é razoável a supor que tais

centrais não entrarão em operação antes da data estipulada pela lei;


F» Ademais, como esses projetos de geração implicam no aporte de capital privado, a
análise de risco e até mesmo a própria definição com respeito à regulação do novo
mercado ocasionam um prazo de maturação mínimo, reforçando a idéia de exclusão
pelo prazo estipulado pela lei para participação da CCC.

2.8.2 - Contratos Iniciais

Os contratos iniciais visam facilitar a transição de um regime de preços regulados

para um ambiente competitivo. Assim os geradores e varejistas poderão se familiarizar

com a operação da MAE e fazer uma transição gradual para acordos negociados

comercialmente. Os contratos iniciais visam também preservar o equilibrio econômico

financeiro dos contratos pre'-existentes, além de assegurar um fluxo de caixa de baixo risco

como atrativo para facilitar a privatização das geradoras. Novos geradores são inSc1^idoS
23

diretamente no mercado competitivo, podendo mitigar seus riscos via contratos bilaterais.

O processo de transição para o mercado competitivo de geração é sintetizado na Figura 2.5.

- evita choques tarifários;


Contratos Iniciais ao ~
Preços Médios Atuais
- dá segurança aos investidores;
- valoriza ativos de geração.

Acréscimo da Demanda durante a


Transição

Fase de Liberação do
C°"tf3Í°$ |fl¡¢¡fiS Paf Mercado Competitivo de Contratos
0 |V|ef¢fld0 Bilaterais Livres

Figura 2.5 - Transição para o Mercado Competitivo na Geração

2.9 - A Formulação do Problema de Planejamento Corporativo

Com a reforma setorial, passa a vigorar um novo processo de contratação, de

maneira que a gestão das empresas de energia elétrica passa a ter um cunho comercial, e o

planejamento empresarial (enfoque SC) passa a se' diferenciar do planejamento setorial

(enfoque SE).
No enfoque SC o problema de planejamento se diferencia do enfoque SE, pois
'

não tem como objetivo minimizar os custos operativos do sistema, mas sim, maximizar o

lucro associado a cada empresa individualmente.

O planejamento corporativo, ilustrado na Figura 2.4, destaca a estrutura do


problema de planejamento empresarial e os Íluxos de informação dai decorrentes.O
problema de planejamento global, por sua vez, poderá ser decomposto em dois

subproblemas, como ilustrado na Figura 2.6: Gestão Estratégica e Gestão Técnico-

Econômica.
24

Gestao -

Lizzi
Estratégica
Í
i

dia
os
empenho
°.Ê_9âÊ__

..- ra
n
adores

Co c
JL nd
Des

Gestão Técnico I
Econômica

Figura 2.6 - Visão Intema da Empresa de Geração Termelétrica

Nesta representação, os planejamentos estratégicos e operacionais


(técnico/econômico) apresentam uma separação fiincional (intra-muros), mas não
necessariamente organizacional.

O subproblema de gestão estratégica abrange questões, tais como: decisões de


investimento (taxa de retorno) e 'de financiamento (proporção de capital próprio e de

terceiros). O subproblema de gestão operacional envolve a operação técnica/ comercial da


planta e a gestão econômica - financeira de curto prazo. Embora qualquer empresa de
geração/comercialização possa ser representada no problema de planejamento corporativo,

este trabalho enfocará exclusivamente os aspectos relacionados a uma empresa geradora


em ambiente competitivo. Como uma companhia de geração tem como objetivo produzir
eletricidade e vendê-la com o maximo lucro, o problema de planejamento passa ser
formulado da seguinte forma:
“Dados diversos cenários de evolução do preço futuro do mercado (CMO / preço
spot); formular estratégias que permitam maximizar o retomo esperado ao longo do
período de planejamento, levando-se em consideração as restrições técnicas e regulatórias

relevantes".

2.9.1 - Investimento em Geraçao

Sob a Ótica do investidor privado os projetos termeletricos são, em geral, bfistamff

atrativos, pois se tratam de empreendimentos de curto prazo de maturação e facilmente


~
financiáveis [14].

de inicio

termelétrica

médio ou grande porte.


projetos termelétricos

Tabela 2.2
Como em
de operação também são
em comparação com
ambientais, seja pelas distâncias

- Comparação

Requisitos de Investimentos

Tempo de Retorno de Investimento


Risco de Execução

2.9.2 -

brasileiro,
Dada

garantia inferior a

forma complementar ao parque

geração
Na
qualquer empreendimento industrial, os prazos de

em relação

Tempo para entrada em Operação


Suprimento de Combustível
Flexibilidade de Localização

global, através
de grande
a hidroelétrica,

aos hidrelétricos.
seja pelo

entre Usinas Termelétricas e Hidrelétricas (Grande Porte)

Menor
Menor
Controlável
Maior
Menor (10-15
Menor

Possibilidades de Operação da Geração Termelétrica no Mercado


anos)

grande capacidade de regularização dos reservatórios do sistema hídrico


aliada à interligação elétrica das usinas, possibilita a gestão otimizada dos

recursos hídricos. Desta forma, o sistema, operado de forma integrada, proporciona

aumento da eficiência da programação conjunta das usinas


Adicionalmente, devido à grande quantidade de energia secundária - energia
95% -

hidrelétrica.
disponível

Na
no
hídrico, criando, desta maneira,

operação da geração térmica, quando integrada ao sistema hidroelétrico:

pratica, como operam apenas


montagem
importância, o que beneficia a opção
impacto das restrições
do centro consumidor no caso de aproveitamentos de
Tabela 2.2, apresentam-se alguns fatores que favorecem

Maior
Maior
Aleatório
Menor
Maior (30 anos)
Maior

a maior atratividade da geração termelétrica para os investidores privados,

apresentam-se a seguir as opções de operação das centrais termelétricas no novo modelo de


mercado do setor elétrico brasileiro.

hidrelétricas.

sistema, a operação das térmicas viabiliza-se de


25

um
e

com

duas formas distintas de

geração temielétrica flexível: unidades destinadas a gerar de forma complementar a


durante períodos mais secos
26

ou onde houver desequilíbrios de natureza estrutural (falta de investimento), tais

usinas devem receber remuneração suficiente para cobrir seus custos fixos, quando
não operam, e seus custos variaveis, nos períodos em que são despachadas.

> geração termelétrica inflexível: unidades destinadas a operar na base da curva de


carga, ou seja, assumem uma parcela fixa da energia demandada pelo sistema.

2.9.3 - Interfaces Setoriais

A gestão de empresas geradoras em ambientes competitivos requer, como


antecedente para a formulação de estratégias, uma análise do ambiente de negócios, como
descrito a seguir, tomando como base o modelo de Porter [20] muito usado na análise da
competitividade de indústrias. A Figura 2.7 resume os elementos que compõem o ambiente
competitivo de uma empresa de geração termelétrica a gás natural.

:':
: : 1
:-:-:›:›Í'f':ÍÊ :`Ê`Í¡_f-Ê`Í
Í_Í É 1 : . _; 1,1: :;f¿'Í_
t'
‹ l

Novos
›_..|

{
ENTRANTES
‹~GG~› tá

t/ '\
F
1 L,

z-f.zz.;;;. 555.;5-5-55;.;z5=z5:-55555555; i¬z


fi

@úsrR|A
_

ONSUWDORES ~"'*-~“\_¡FoRNEcEDoREs
z

(cnemes) EGTGN ×i-¬/ (FEP'S)


\
\/
__.,¬_._6_

\ l l

z» |

T
j 1

G|;RAçÃo
rER|vucA
ALTERNATIVA
L?

Figura 2.7 - Análise da Indústria de Geração Termelétrica a Gás Natural.

onde:
EGTGN: Empresa de geração termelétrica a gas natural;
FEP°s: Fornecedor de energia primária;

NGGN: Novos geradores a gás natural.


27

Na análise da indústria, observa-se que o espectro de decisões é diversificado e


depende não somente de aspectos técnicos, mas também de fatores econômicos e
financeiros. Conseqüentemente, a tomada de decisão depende também do ambiente
externo, o qual é composto pelos consumidores, fornecedores, novos entrantes e geração
térmica alternativa, conforme discutido a seguir.

Nesse modelo da indústria, os consumidores representam os agentes do setor de


energia elétrica (mercado spot, consumidores livres, distribuidores e/ou comercializadores)

com os quais a empresa de geração pode negociar sua produção e/ou adquirir recursos. A
tomada de decisão da EGTGN relacionadas ao preço e ao percentual de energia a contratar
bilateralmente, representam um problema complexo, como apresentado no capítulo 3.
Os fornecedores representam as relações e influências sofridas pela EGTGN com
as empresas de gás natural, denominadas de GÁS-CO. Os contratos fimiados com o setor

de gas natural estabelecem o preço, o montante de gás e a flexibilidade de consumo, ou


seja, define o grau de liberdade com que a empresa pode gerenciar seus insumos. Tais
aspectos apresentam, portanto, influência significativa no desempenho empresarial da

EGTGN (agente de geração), conforme será apresentado no capitulo 5.


. Os novos entrantes representam a possibilidade de inserção de novos agentes
geradores. Tais agentes podem representar não só uma ameaça direta à EGTGN, devido a

fatores tecnológicos e contratuais, mas poderão também infiuenciar o CMO e, através

deste, afetar o meio ambiente externo (previsões de comportamento do mercado) e interno


(estratégias de atuação) a própria empresa.
Uma ameaça adicional, associada aos novos agentes de geração que utilizem o gas

natural como insumo (NGGN), diz respeito ao impacto que ocasionariam na demanda e na
capacidade de negociação da empresa com o setor de gas. A modelagem do problema de
interface com o setor de GN e realizada no capitulo 3, e possibilita a completa

caracterização do ambiente competitivo de um agente de geração termelétrico a gás

natural.

Finalmente, a geração térmica altemativa representa a competição das fontes

alternativas de energia, tais como centrais a óleo, a carvão, eólica, solar, etc. Apesar desse
trabalho tratar especificamente do uso do GN como insumo para geração térmica,

apresenta-se no anexo B uma análise comparativa das demais fontes alternatiVaS

disponiveis no contexto brasileiro.


28

2.10 - Modelo Conceitual

Delineado o problema de gestão de uma empresa de geração termelétrica a gás

natural, propõe-se a seguir um modelo para analisar as conseqüências das políticas

operativas e de alocação de recursos adotados pela empresa. Este modelo permite


relacionar políticas operativas com suas implicações financeiras, levando em consideração

as limitações técnicas da planta de geração. Para isso, o modelo foi estruturado em três

módulos principais, como ilustrado na Figura 2.8 e analisado a seguir.

Modelo
Gerencial

Modelo
Econômico

Modelo
Técnico

Figura 2.8 - Modelo conceitual para análise técnico, econômico e estratégica de uma
empresa de geração térmica

O módulo técnico determina a capacidade de geração de um sistema hidrotérmico


composto por uma central hidrelétrica e uma central termelétrica a gás natural. Leva em

conta as restrições operativas tanto da central hidro (operação do reservatório e vazão


defiuente minima) como da central termelétrica (taxa de tomada de carga e limites minimo
e maximo de geração).
O módulo econômico utiliza os resultados fomecidos pelo módulo técnico

(consumo de gas e energia gerada) para detemiinar o resultado econômico (tarifas, juros,

amortização da divida, pagamentos de serviços e combustível, etc.) da altemativa

analisada.

O módulo gerencial, por sua vez, com base nas informações fornecidas pelo

módulo econômico, avalia as estratégias empresariais propostas e permite a


29

implementação/modificação de estratégias que podem afetar os módulos técnico e


econômico ou somente o módulo econômico.

2.11 - Aspectos de Implementação

É importante observar que a constante pressão exercida pelo ambiente

competitivo sobre as empresas de geração exige o uso combinado de métodos qualitativos

e quantitativos. Deste modo, os modelos de planejamento, no enfoque SC, devem ser

capazes de incorporar, numa mesma estrutura, tanto os aspectos operacionais (central

geradora) quanto os comportamentos estratégicos (competição no mercado de energia e de

gás) em nível gerencial.


Nesse contexto, Pidd [21] apresenta duas abordagens distintas, mas sinérgicas, para

a modelagem de sistemas empresariais: a abordagem hard, a qual procura a resolução de

problemas através de uma maneira sistematizada, e a abordagem soft, a qual procura

enriquecer a compreensão de uma determinada situação sem se preocupar diretamente com


a resolução de um suposto problema. A abordagem Hard comporta três técnicas de
modelagem: Programação Linear (ou Programação Matematica, no caso geral), Simulação
Computacional e Métodos Heuristicos. A abordagem sofi abrange quatro técnicas:

Dinâmica de Sistemas, Metodologia de Sistemas Soft (Soft System Methodology),


mapeamento cognitivo e SODA (Strategic Options Development and Analysis).
Nessas condições, o modelo proposto foi implementado através da técnica de
Dinâmica de Sistemas (DS), pois permite modelar tanto os aspectos qualitativos quanto os
quantitativos.

ç
Dessa forma, Dinâmica de Sistemas é uma técnica adequada para estudar o
comportamento de uma empresa de geração em ambiente competitivo, pois permite

modelar tanto as políticas e decisões quanto a estrutura da empresa, que se inter-

relacionam para influenciar o crescimento e a estabilidade da empresa.

Alguns dos principais pontos favoráveis a modelagem via DS são:

`> possibilita tratar aspectos de longo e curto prazo num mesmo modelo;
facilita o tratamento de relações complexas e não - lineares;

facilidade com que os efeitos de políticas altemativas podem ser testadas;


30

> possibilita representar variáveis de decisão, sociais e do meio-ambiente;

`> facilidade na forma de a P resenta Ç ão dos resultados.

A modelagem via Dinâmica de Sistemas foi desenvolvida por Jay W. Forrester, em


meados de 1968, e utiliza conceitos de gestão, teoria de sistemas de controle, e de
simulação computacional. Segundo Forrester (1961) [22], os modelos mentais, usados na
gestão tradicional, pemiitem incorporar informações oriundas de observações e

experiências, mas apresentam algumas limitações:

> são inadequados para selecionar a informação relevante e apropriada ao

contexto do problema;

> sem uma estrutura formal, as hipóteses associadas aos modelos mentais não

estão bem reconhecidas e estão sujeitas a mudanças no espaço e no tempo,

> a mente humana é imprecisa em estabelecer as conseqüências (dinâmica).

A teoria de sistemas de controle e o conceito de realimentação ajudam a contornar


as duas primeiras desvantagens, e a simulação computacional permite estabelecer as

conseqüências dinãrnicas das decisões gerenciais, encontrando assim, melhores formas de


Opefal' OS S1SÍ€maS.

2.12 - Considerações Finais

Embora duas formas de “comercialização” de energia estejam atualmente


disponiveis ~ a contratação bilateral e a compra diretamente do mercado spot de

eletricidade - há uma clara tendência para contratos de longo prazo, visando mitigar o
risco de exposição do gerador ao preço spot.

No ambiente de negocios pos-reforma, 0 setor elétrico pode ser visto sob dois

prismas distintos; como segue. O primeiro reflete a Ótica do sistema interligado, buscando

a minimização do custo operativo global e a maximização da eficiência setorial, tendo

como agente principal o ONS. O segundo reflete os interesses do investidores, que visam a

maximização do valor das empresas.


31

Esse novo arranjo institucional demanda, portanto, a implementação de um


conjunto de regras e procedimentos legais, que estimulem a competiçao entre os agentes de
forma clara e sem discriminação, os quais deverão ainda ser definidos pelo agente
regulador do sistema.

_
Baseado nestes aspectos, o uso de metodologias que permitam a modelagem
aspectos qualitativos e quantitativos se toma necessário, tendo em vista as novas
modalidades de negócios que estão ocorrendo na produção e na comercialização de
energia.
3. Capítulo - Sub-Problemade Gestão Estratégica

No presente capitulo, apresenta-se o problema de gestão estratégica de centrais

termelétricas e formula-se o problema de decisão de uma empresa geradora com uma


planta operando em diferentes níveis de integração ao sistema.

~
3.1 - Introduçao

Na nova estrutura setorial, a geração é uma atividade industrial que pode ser

realizada através da figura do Produtor Independente de Energia (PIE). O desempenho


empresarial de um PIE depende de uma avaliação correta das opções de negócios
disponíveis. A avaliação das opções de negócios, por sua vez, se fiindamenta em previsões

sobre o comportamento fiituro, portanto incerto, de diversos fatores técnicos, econômicos e


regulatórios. Daí a importância de se fazer uma prévia avaliação dos fatores de incerteza e

de seus potenciais efeitos sobre as previsões, que orientam a gestão estratégica e definem o
nível de risco envolvido nas decisões de investimento do .PIE e na gestão técnico-
econômica da planta de geração. V

No caso de decisões de investimento, o PIE deve avaliar não só a competitividade

do seu projeto, frente as alternativas de competidores, mas também os riscos decorrentes


dos arranjos de mercado e regulatórios vigentes. Além do mais, há incertezas com relação

à evolução do preço .spot ,


que depende de muitos fatores mas guarda forte correlação com
o estoque de água, e à. própria evolução do MAE, cujos efeitos podem ser atenuados via

acordos comerciais de longo prazo. Um acordo comercial de longo prazo, no entanto,


depende de quanto contratar e a que preço. Outro fator de incerteza importante, no caso de
centrais termoelétricas a gas natural, é a taxa de câmbio, que afeta tanto o custo dos
equipamento quanto o custo do combustível.
Entre os fatores que afetam a gestão técnico-econômica de uma planta geradora,

destaca-se a inflexibilidade dos contratos de fornecimento de gás natural (zake-or-pqv), que

levará as centrais termoelétricas a operar na base da curva de carga, se não puderem


comercializar o gás não usado na geração de eletricidade. Dada a predominância

hidroeletrica no sistema brasileiro, esta forma de operação tende a reduzir a

competitividade e, portanto contribuir para aumentar o risco comercial destas centrais, na


f 33

medida em que não possam gerar de forma a complementar à produção hidroelétrica. A


inflexibilidade dos contratos afeta também o risco sistêmico, na medida em que promove o
uso inadequado dos recursos energéticos (vertimentos turbináveis excessivos em condições

hidrológicas favoráveis, p. ex.).

A análise anterior, embora sucinta, remete às seguintes constatações:


§ Complexidade do sub-problema de gestão estratégica, por envolver
múltiplas variáveis estratégicas e complexos mecanismos de realimentação
(decisões de investimento afetam os preços, que por sua vez se refletem

nos contratos que viabilizam, ou não, as próprias decisões de investimento,


ex.). Esta característica do problema pode ser melhor visualizada sob a
forma de um Diagrama de Laço Causal (DLC), apresentado na seção 3.2.1
> Múltiplas interfaces do sub-problema de gestão estratégica, das quais as

principais, para a presente análise, são detalhadas na seção 3.1.1.

3.1.1 - Sub-problema de Gestão Estratégica: Interfaces

Os setores que exercem influência sobre a gestão estratégica de uma UTE a GN,
são representados na Figura 3.1.
`

....

N
MAE ¢_/ `
EG* GAS-CIA 5-:iii

V,
Y

.\

¬i~

__._¬///

ii
__

_._ ~ /'
J
_..
..f'...::::::::::'.:'.v':-: :": '
. ...:'
-›i
i

EGH

Figura 3.1 -Interfaces setoriais

onde:

MAE 1 Mercado atacadista de energia;

GAS-Cia Companhia de
1 gás;
EGH Empresa de geração hidrelétrica;
1

EGT Empresa de geração termelétrica.


:
34

_
O setor de gás como fornecedor de energia primária (FEP), tem influência direta

sobre a política comercial da EGT, tanto no estabelecimento de contratos bilaterais versus

operação no mercado spot como na possibilidade de relocação do gas a consumidores-


pulmao.
O processo de fornecimento do setor de gás assemelha-se ao do setor elétrico. O
armazenamento de gás é conceitualmente similar ao armazenamento de água e, na ausência
de restrições operacionais; as fontes de gás são despachadas em ordem de custo. O fluxo de
én
gás nos gasodutos equivalente à transmissão e distribuição no setor elétrico, e as receitas

da indústria de gás se originam tanto nas vendas de gás quanto no transporte. Em linhas

gerais, o funcionamento do setor de gás pode ser descrito como segue:

`> o despacho é baseado na capacidade de entrega da indústria de gás natural, a

qual depende não somente das reservas de gas, mas também da capacidade de
distribuição de gás. Pode basear-se ainda em outros critérios, tais como
“capacidade restante combinada com opção de preço fomecida por um mercado
spot de gas”.[25]

> O preço do combustível associado aos custos de O&M formam os custos totais
no mercado atacadista de gás: o custo total determina o preço spot do gás e

afeta a demanda de cada produtor e/ou gasoduto.


`> O suprimento de gás está baseado em um mix de contratos endogenos ou
exógenos contendo, como no setor elétrico, preços de energia e demanda tanto
para o transporte quanto para o suprimento de gás.

Um diagrama global para o setor de gás, tomando como base as observações


anteriores e a referência [25] é ilustrado na Figura 3.2 e compreende sete sub-sistemas,

interligados em termos de fluxos de recursos e de fluxos de informações.


35

L
M

Custos de
.

_ czzs‹<›s~›~'
I

Regulamentação Prâ›çz›‹_---
Produção
,lis

Custo de l

Preço
Combustível

z
_-_<_.l__-_.
Despacho de capacidade Demanda do
Gás Setor
i

zz_-.z..«._,gâ
|

Carga
I
ê

Capacidade Q
Calfga

:¿>Capacidade de curva de Carga


P'e;?°s
z
Construção e
"Eflffega Demanda__¬ Financiamento
`
------ -L
.

(Reservas) I

É T

f
as
Í. É.

i_ _ _ _ _ _ _ _ A _ * __ 5

Figura 3.2 - Estrutura do Setor de Gás Natural

Desta forma, a dinâmica do setor de gás, sob o ponto de vista do PIE, sera
representada, neste trabalho, pelas variáveis “Capacidade de Entrega” e o “Despacho de

Gas”, como pode ser observado na região pontilhada da Figura 3.2.

O preço spot do gas será considerado uma variável exógena no modelo, assim
como a capacidade de entrega e suas ampliações.

O relacionamento do PIE com o MAE e a EGH depende do nível de integração da


em relação ao sistema elétrico, que pode como
V

planta de geração ser descrito segue:

a) EGT isolada do sistema: caso em que a EGT atende a um consumidor cativo ou grupo
de consumidores, de forma isolada ou com exclusividade (auto-produção, p. ex.).

Nesse caso, o despacho da EGT depende apenas da curva de carga do(s)


consumidor(es);

b) EGT integrada com EGH: caso em que a EGT opera em conjunto com pequena(s)
central(ais) hidro no atendimento exclusivo a um consumidor ou grupo de
consumidores não participantes do sistema interligado. Nesse caso, 0 despacho da EGT
é coordenado com o da planta hidroelétrica;
c) EGT integrada ao sistema interligado: quando a planta é despachada centralmente pelo

ONS.
36

Deve-se observar que nos níveis de integração “a” e “b” as regras operativas não
precisam ser definidas em função da operação do sistema eletro ~ energético interligado.
As usinas classificadas nessa modalidade seriam aquelas em que a liberdade operativa, em
função do pequeno porte, por exemplo, não interfere na operação otimizada do sistema
interligado, apesar de, eventualmente, existirem interligações elétricas ou dependências

ll
hidrológicas.

Além dos setores elétrico e de gas, o setor financeiro também influencia o

desempenho de uma EGT,através da estrutura de capital (capital próprio e/ou de terceiros -


CP / CT) da EGT, bem como pela política de remuneração dos acionistas. Em síntese, a

gestão de uma EGT compreende três enfoques (fisica, energética e financeira), como
ilustrado na Figura 3.3.

EGH
C PICT (Isolada)
l

'í'~ '
|__é~
i l

šâ-_-›l ser MAE


_.

FEP's /c. B.

l________l `>‹
l______.m ;______l
\,/ __.___.____i›

_
2
8
z-

Eixo Físãm
__ 'Ê
_

___! '___Iv'_____. Em
\1`
I

F.
__._._¡

S”
A<:¡z'*oi~istae .!~
¿
_______-,_a

Qreéeres Eixo
Energético
i

*ri
`

cf'
" zã *ri QP Fr*
J., ___ *U I! QD
L
.

:3 9P 'C3 QD
"'% CP 'V
1- 9 ãš ca. 9? cn. co ca.
.

cn S2 (JD QD C?
~ ca. cú :â az-Ãnnio. ria
U“LÁ \.¡Ã1\øÁfl.L¿\-I
1
LÁ E3 99 [T1 C3_ H-l

Ó 9aêCš '

CL g> gš .

ei . ãš Ci..
c> “-`E1z,,\ Uízlbf»
Â_..l1\\I 1 ÃDÃUU
ããl rã.Ei: (9 Q? ãã E1:. ãã° gi ãâ «Ê 5: .
`
<L'
_
92 Uh Ci- fl? (T9
(E9
fiâ “šâz <› CL QP

com nina usina isolada até sua total integração ao


.

CU- H-l
.

(T1 o» un ›-. un Fri


9° :Ê ,na
C2..
(I) un CL fl? SE un ‹-+ Q) :Ê Qi

0 “Eixo Energetico o nivel de ÊÊ À


o da energia assegurada
. -
,,
53 pa E3 É9. C1 N a "Ê5+ QÊ
. . › - ‹

:;F-+ (Uiligado.
' ›...

'C3
C) F-|›
*C3

C1. Q) cl' «-1


“rn

desde zero (toda energia comercializada no MAE) até ,-


O S2 - (toda energia
c\

comercializada via contrato bilateral). O Ef! ><


o fl
i ina C3 O Q O
_

›-1
*C3 E3 =31etriza a relação
(JJ CP/CT, de
zero a 100%. Nesse trabalho, admite-se que a estrutura de capital e d (D "1 SÉ MJ (Õ (D 93 f-'r ÊÊ DJ

interna de retorno média é de 15% a.a.


~
37

3.1.2 - Estrutura do Sub-problema de Decisão Estratégica

Analisado o problema sob os enfoques ñsico, energético e financeiro, o problema


de gestão estratégica envolve três tipos de decisão: (a) a Decisão de investimento:

associada à atratividade_ do negócio e às taxas de retorno esperadas pelo investidor, as

quais deverão levar em conta o nível de risco do negócio da EGT. (b) a Decisão de
financiamento: relacionada à estrutura de capital no financiamento do projeto. (c) Decisão
de suprimento: relaciona-se com o contrato de combustível (estimado a partir do nível de

integração da central e dos riscos associados à sua operação), e com o nível de contratação
bilateral. .

As variaveis de decisão associadas a cada um desses subproblemas são


apresentadas na Tabela 3.1, resumidamente, juntamente com algumas opções e os

parâmetros característicos associados.

Tabela 3.1 - Problemas de decisão associados a cada interface

Descrição do Problema Tipo de Decisao Parâmetro(s)


Característico(s)
FEP”s Compra de combustível Preço e volume
MAE / CB's O omercialização de energi sw Preço e quantidade
Acionista / Credores Dividendos Indice de payout
EGH/ SI Intercâmbio Hedgíng
Mercado Financeiro /Holdinv
o Financiamento % CP/ CT

O índice de
`
payout define a relaçao entre o ucro l retid o
`

na e m p resa e os

dividendos pagos. A relação CP/CT reflete a política de financiamento da empresa.


As decisões de investimento e de financiamento devem refletir as taxas de retomo
almejadas pelo investidor e a relação CP/CT do empreendimento. Como o presente

trabalho objetiva analisar o desempenho operacional da empresa, as decisões relacionadas

ao eixo financeiro serão baseadas em parâmetros constantes. As decisões associadas aos


aspectos de suprimento devem levar em consideração os níveis de integração da EGT ao
sistema e tem as seguintes implicações:

- EGT isolada
Nesse estudo, a EGT se relacionaria apenas com os FEP°s. Como neste caso, por

hipotese, a EGT e dedicada a apenas um consumidor ou grupo de consumidores em


38

conjunto, sua demanda é garantida e, conseqüentemente, seus riscos em relação à

demanda são nulosl. A decisão a este nível de integração diz respeito apenas ao

montante de gás a ser contratado. Uma vez que se pode estimar com precisão o

montante de gás, é possível firmar contratos firmes em relação ao consumo diário e,


em contrapartida, obter preços mais acessíveis de gás com os FEP°s. Como o preço /

volume de gás contratado deve levar em consideração o preço futuro do gás no

mercado spot, há um risco associado ao comportamento do preço futuro no mercado


spot de gás natural, ou seja, se o preço do gás no momento da compra estiver alto
haverá um aumento do custo de geração e conseqüente diminuição da receita da
empresa. Caso contrário, poderá haver um aumento da receita, se o preço do gás ficar
abaixo do valor contratado. -

- EGT integrada com EGH


Neste caso, por hipótese, a EGH operaria de fonna isolada do sistema (PCH° s, p.ex.).

Supondo-se a proporção EGH/EGT az l, a EGT poderia ser utilizada na modulação da

curva de carga, sempre que seus custos fossem menores do que os valores d'água, pois
as turbinas a gás apresentam uma taxa de tomada de carga (TTC), em tomo de 10 a 20
minutos.

O montante de gás a ser contratado nesta situação dependeria tanto da curva de


demanda quanto da disponibilidade de agua da EGH, o que inclui um fator de

incerteza adicional ao problema.

- EGT integrada ao sistema interligado


Nesse caso, a operação da EGT dependerá do Custo Marginal de Operação (CMO) e

sua exposição ao mercado spot apresenta um risco adicional (possibilidade de preços

baixos), que deve ser gerenciado via contratos bilaterais firmados com possíveis

clientes (EGH, concessionárias, distribuidoras ou consumidor livre). Como as

incertezas de geração e de demanda se refletem no consumo de gás natural, a decisão

estratégica envolve neste caso tanto os contratos de gás quanto os contratos de

eletricidade.

Assim colocado, o problema de gestão estratégica comporta um espaço de

decisões obtido pelas possiveis combinações das decisões de financiamento, de

A menos do risco de crédito. que supõe-se para fins desse trabalho. nulo.
39

comercialização de gás e eletricidade, que definem a região de viabilidade para o sub-

problema' de gestão estratégica da EGT, como ilustrado na Figura 3.4.

x
A

K
/
%cP_/cr

\
Q,C9`e`\Ê/V
o\‹›

100

si

\
;

M'
//
¡,/ ›
100 % MS I CB

Figura 3.4 ~ Sub-Problema de Gestão Estratégica: Espaço de Decisões

onde:
CP / CT: relação capital próprio / capital de terceiros;
-

MS / CB: relação mercado spot / contratos bilaterais;


% EGH/ SI: relação de integração da EGT no sistema.

3.1.3 - Metodologia para Solução do Sub-Problema de Gestão Estratégica

A solução do sub-problema de gestão estratégica, dada sua complexidade, requer


a sua decomposição em sub-problemas, de menor complexidade, para os quais ha
metodologias de solução bem estabelecidas e disponiveis na literatura técnica.

3.1.4 - Análise do Problema de Decisão

Tendo em vista a complexidade do problema de gestão estratégica, pode-se


decompor este problema usando-se o conceito de “feedback”_, como ilustrado na Figura
3.5.
40

Sub-Problema
de
Decisao

Decisão Feedback

Sub-Problema
de
Operaçao

Figura 3.5 - Estrutura do problema de decisão

O sub-problema de decisão compreende o espaço de estados formado pelas


possiveis decisões de investimento, de financiamento, de comercialização de gás e de
eletricidade, como explicitado na Figura 3.4.

O sub-problema de operação representa o processo de adaptação das decisões


estratégicas à medida que as incertezas de preço, de volume, hidrológicas e outras vão
sendo resolvidas, de modo a assegurar que os objetivos básicos da gestão estratégica

(maximizar rentabilidade e/ou minimizar riscos) sejam atingidos, dinamicamente.


A resolução de incertezas envolve a obtenção sistemática de informações, através
de análises do ambiente externo e do ambiente interno a empresa, incluindo uma avaliação

do comportamento estratégico dos competidores e dos padrões decisórios dos agentes


integradores (operador do sistema e regulador do mercado).

O processo de transformação de informação em ação (Processo de Tomada de


Decisão, segundo Forrester [22]) é, por sua vez, controlado pelas políticas empresariais,

explicita ou implicitamente. _

A resolução do sub-problema de operação depende, portanto, da interação entre as


decisões tomadas num certo instante e das condições ambientais (ambiente de negócio /

hidrologia) prevalecentes no momento da implantação da decisão. Como geralmente há um


atraso nesse processo, o resultado da operação (ação) difere do almejado na etapa de
decisão, dai a necessidade de realimentação (feedback) indicada na Figura 3.5, para

minimizar, ao longo do tempo “os erros” acumulados na gestão. A realimentação serve

também para corrigir eventuais distorções na percepção dos decisores (racionalidade


limitada, segundo Simon).
z z 41

O sub-problema de decisão operativo, por sua vez, pode ser decomposto em


subproblemas especializados, tais como o técnico, o financeiro e o comercial, conforme
esquematizado na Figura 3.6.

Sub-Problema de Gestão Estratégica


v

....

Sub Prob 1 Sub Prob 1 Sub Prob 1

Í;
i

Técnico Financeiro Comercial '

Lil ZÍJ
5: t':;í r::.i

Sub-Problema de Gestão Operacional (Planta)

Figura 3.6 - Estrutura do Problema de Gestão Empresarial

Os subproblemas especializados, uma vez definidas as decisões estratégicas (nível


hierárquico superior) e as caracteristicas da planta geradora (nível hierárquico inferior)

passam a ser problemas bem estruturados e passíveis de solução via técnicas de

programação matemática. Observa-se, no entanto, que o problema de gestão estratégica,

como um todo, é um problema semi-estruturado, na medida em que os processos

decisórios, no nivel hierárquico superior, mantêm suas características de racionalidade

limitada / informação imperfeita. Isso se explica se considerarmos que o decisor enfrenta, a


cada momento, “uma árvore de decisão” dinâmica, que evolui de fonna não-previsível,
pela ação continua dos múltiplos agentes de mercado e por intervenções eventuais não
previsíveis, do agente regulador (em parte por pressão também dos agentes de mercado) e
do agente operador do sistema.
Nessas condições, e dada à inexistência de um “histórico” de mercado, é

impossivel aplicar qualquer técnica de otimização convencional. Restam, portanto, como


alternativas de solução, as técnicas heuristicas e as de simulação.
As técnicas heurísticas, desenvolvidas no âmbito da IA (Inteligência Anificial), e

em particular as que aplicam conceitos de redes neurais artificiais (ANN) têm sido bastante
z 42

estudadas e contam ja com uma extensa gama de aplicações na área de sistemas elétricos.

No entanto, a literatura indica que a maior parte (se não a totalidade) das aplicações
publicadas se restringe a horizontes de muito curto-prazo (24 h a alguns meses), o que

obviamente não é o caso no problema de gestão estratégica, cujo horizonte varia de 5


(cinco) anos (em função da politica operativa do sistema elétrico) até 12 (doze) anos ou
mais (em fimção dos prazos de maturação e dos tempos médios de retomo dos
investimentos).

Resta, portanto, a técnica de simulação dinâmica, como ferramenta flexível e que

permite o aprendizado, quando implantada de forma adequada.


'

No que segue, descreve-se o processo de análise ambiental que subsidia a


identificação das variáveis estratégicas do problema de gestão empresarial.

3.2 - Análise Ambiental

A analise ambiental tem por ,objetivo subsidiar a formulação das estratégias

empresariais e avaliar o ambiente de negócios da empresa. Tal avaliação visa identificar as

ameaças e oportunidades para a empresa, realizando o que se chama, na prática, de


“inteligência competitiva”.

Segundo Quimi [26] a análise externa do meio ambiente em que se encontra a


empresa (inteligência competitiva), de uma forma geral, envolve:

> as atuais condições legais, econômicas, demográficas, tecnológicas, sócio-culturais e

ecológicas do meio ambiente, assim como as possibilidades de evolução desses fatores;

analise do mercado de interesse que consiste em verificar qual o volume desse

mercado, sua taxa de crescimento, bem como a fatia de mercado própria e de terceiros;

> análise de concorrência, que avalia os dados públicos das concorrentes que possam ser
importantes para a formulação de estratégias, mostrando a atual situação da empresa

frente aos concorrentes, além de avaliar a estratégia, de forma a obter vantagem

competitiva frente aos concorrentes. Porter (1991) [20] coloca que uma empresa pode
obter vantagens competitivas de duas formas: pela diferenciação e pelo preço;

> a analise de competitividade, baseia-se no modelo de Porter [20], e enfatiza que as

forças que dirigem a concorrência na indústria são: ameaça de entrada de novas


empresas (pode causar redução da rentabilidade); pressão de produtos substitutos
(reduz retornos potenciais da indústria); poder de negociação dos compradores (pode
43

causar uma redução de preço e criar rivalidades entre os concorrentes); poder de


negociação dos fornecedores (ameaça de elevar preços ou reduzir qualidade dos bens e
serviços fornecidos); e- intensidade da rivalidade entre os concorrentes existentes (surge

devido à necessidade de criar vantagens competitivas); _

> análise de cenários; que consisteida análise dos possíveis caminhos que possam levar a
~
estados futuros, desejáveis ou nao.

'

O ambiente interno é constituído pela estrutura, recursos, métodos e processos


internos à indústria [26]. A análise do ambiente intemo é comumente chamada de
diagnóstico da organização e envolve dois aspectos:

> análise organizacional / funcional; que visa identificar os elementos propulsores

(pontos fortes) e entraves (pontos fiacos), considerando os aspectos de recursos

humanos, recursos financeiros, recursos materiais / fisicos, o apoio administrativo e

órgãos / entidades de solução (elementos de interação) que poderão influenciar na

consecução de cada um dos objetivos; ç

> análise programatica; consiste na elaboração de um diagnóstico dos principais marcos e


V
mudanças institucionais que colaboraram ou comprometeram o desempenho da
OI`g8.I1lZãÇ8.0.

Uma vez identificados pontos fracos e fortes da empresa, é necessário definir as


estratégias que permitirão à empresa alcançar seus objetivos e estabelecer parâmetros
importantes como política, filosofia de atuação, entre outros; A Figura 3.7 apresenta os

setores e agentes de influência sobre um produtor independente de energia.

Setor

*"_í
Elétrico Cenários de
Pomicas de
Demanda e
""°"° °° °'°°'açã°
Hidroiogm
(CNS) (Variáveis Exógenas)

1
Consumidor ‹________›
Livre
ELE' ‹í__› Vareüsta

Setor Gás Consumidor


Gás Co Alternativo
(Pulmão)

Figura 3.7~ Setores/Agentes de influência sobre o PIE


~ A Tabela 3.2 apresenta

o ambiente (intemo/externo) da empresa.

Poder de Negociação dos Fornecedores


Tecnológicos
Condições Legais e Econômicas
Tarifa de Energia
Amortização da Dívida
Rendimento (técnico)

Aumento da Oferta

Compra de Energia

Compra de Gás

3.2.1 -

conhecidos

elementos de
Esses fatores de

Diagramas de Laço Causa!

De uma
uma
parâmetros no modelo proposto por este trabalho,
com
série

influência

maneira geral, o primeiro passo ao


A

entender os mecanismos de feedback que fazem parte do sistema


de representar tais

como diagramas de

Os diagramas de
um
influência [27].

representar a estrutura geral do sistema, e não seus detalhes.


A
l
de fatores associados

Tabela 3.2 - Variáveis Estratégicas do Problema de Gestão Estratégica

Fatores

Entrada de Novas Empresas


_

Z
bem como

Nível de
Influëfwia

Estratégica
Estratégica
Estratégica
Estratégica
Financeiro - Estratégica
Financeiro - Estratégica
Técnico - Financeiro -
Estratégica
Técnico - Financeiro -
Estratégica
Técnico - Financeiro -
Estratégica
Técnico - Financeiro -
Estratégica

deverão
estabelecimento da estratégia empresarial, a qual por sua vez devera ser traduzida

planos táticos para cada setor da empresa.

Os
ser

DLC
levados

utilizar

mecanismos é através de diagramas de laço causal ~ DLC, também


com

em
a influência desses

sua relação de dependência

Relação de
Dependência com o
Me¡0Am1›z'zzz¢z

Extemo
Externo
Externo
Externo
Intemo / Externo
Intemo / Externo
Intemo

Intemo Externo
/

Intemo / Externo

Intemo / Externo

consideração

dinâmica de sistemas é
em estudo. Uma maneira

são geralmente utilizados para

laços representam as relações de causa e efeito entre os

sistema e facilitam a representação do problema real, o desenvolvimento


44

DO

emÍ¿¿
wa.

tm
.`Â.I{“n

Êiazf

<*¬'«›¢T.

só»

.e

~*~=.^‰Žzi
45

dos modelos matemáticos, a apresentação de resultados de simulação, o desenvolvimento


de novas políticas, entre outras.
'

Uma relação de causa e efeito indica a influência que uma variável exerce sobre

outra, isto é, quando é analisada uma relação causal, o efeito de qualquer outra variável é

ignorado. Uma relação causal é representada por uma seta unindo- duas variáveis, a

variável na cauda da seta é a variável causal e a variável na ponta da seta e'


a variável

afetada. Se uma mudança na direção da variável causal provoca uma alteração na mesma
direção na variável afetada, então diz-se que a influência é positiva, caso contrário, diz-se

que é negativa. _

A Figura 3.8 mostra as relações causais e suas conseqüências no desempenho

empresarial de uma EGTGN, tanto no ambiente interno quanto externo à empresa,

considerando inicialmente o horizonte de curto prazo, ou seja, num período de tempo em


que as condições contratuais, e as configurações do sistema podem ser consideradas fixas

(1 mês, p/. ex.). Neste horizonte, o problema de gestão estratégica da EGTGN reduz-se a
um problema de operação, de maneira que parâmetros tais como: afluência, demanda,
custo marginal de operação, capacidade instalada, preço e percentual de contratos

bilaterais, além`do montante de gás natural contratado com o setor, são considerados fixos.

Nessas condições, o problema de operação pode ser formulado e resolvido através de


técnicas de otimização.
46

Consägio de '__ \gC:LÊ;n¡:¿e Perêërltual


Contratado
Í

,._
fz-›
Capacidade
Instalada
-+

,
1
i

{
4...

\2:ÊTg¡e
59°*
Geração
Térmica da
EGTGN
íí+_-› EE Spot ‹-i---í--
--_¬ EE CBL

Ǧ
. z-_- cMo %¬, ° _-___._....._.

T
-_

+ V í
1›

‹- Receita
Sp°t
_

Despacho
TZXQ (ONS)
camblal H'
Receita
Í ‹+
Í
_
'|
CBL
4-

Y
'

Preço Ofertado
Preço do "_` LE-,

L
GN '
i

Faturamento ‹-~

L_í_.;.
1

Despesa
com FEPs
`

-
'

Preço CBL

Figura 3.8 - Gestão Estratégica de uma EGT: Curto Prazo (DLC).

EGT seja também considerado fixo no horizonte de curto


Embora o despacho da
prazo, o DLC o representa como um resultado da comparação entre o preço ofertado pela

empresa e o CMO. Isso é lícito, pois se considera que o ONS despachara seguindo uma
lógica econômica, ou seja, o despacho buscará minimizar o custo operativo do sistema

levando em conta o preço ofertado por cada agente gerador. Dessa forma, o preço ofertado
pode ser considerado como uma variável de decisão a curto prazo, e seu comportamento
estaria condicionado principalmente, às despesas decorrentes do consumo de gas.

Na construção 'do DLC, considerou-se o montante de gás contratado como uma


variavel exógena ao modelo, que pode restringir a própria geração de energia elétrica pela

EGTGN. Essa restrição poderia ser eliminada com a compra de gás no mercado spot, o que

dependerá da disponibilidade de gas e da criação desse mercado. Como essa alternativa

causa um aumento nas despesas e, portanto, uma redução do faturamento, a viabilidade de

aquisição de gas no mercado spotídependerá da relação custo / beneficio imposta pelo

atendimento ou não ao despacho especificado pelo ONS.


Ainda no DLC da Figura 3.8, pode-se observar que o risco de exposição da

EGTGN associado ao comportamento do preço de mercado (CMO) já está estabelecido, ou

seja, a relação entre a energia contratada bilateralmente e a energia negociada no mercado


47

spot já está definida. Dessa forma, o faturamento da empresa aumenta tanto com a receita

dos contratos bilaterais, como com a receita obtida no mercado spot.

Uma vez conhecidas as relações causais e suas possíveis conseqüências no


horizonte de curto prazo, pode-se verificar que variações nos parâmetros tidos como fixos
(capacidade instalada, volume de gás contratado, volume de contrato bilateral, afluências,

etc) pode originar um enorme conjunto de possíveis combinações. Dessa forma, cabe

analisar a influência de mudanças nesses parâmetros num horizonte de longo prazo (10
anos, p. ex.) que permitirá representar a dinâmica de tais parâmetros.
Nesse horizonte, o CMO deve ser analisado numa perspectiva de evolução do

custo de geração, o qual dependerá de outros fatores exógenos, tais como: decisão de

investimento de outros agentes (novos ou já existentes) e ocorrência de uma dada


seqüência hidrológica.

Como anteriormente, considera-se que o despacho da Central reflete a relação

entre o preço ofertado e o CMO.


O diagrama de laço causal da Figura 3.9 representa os laços de realimentação
necessários á avaliação do desempenho empresarial e das ações estratégicas,- frente à

concorrência, num horizonte de longo prazo. Para uma melhor visualização, esses laços

estão destacados através de uma linha mais grossa.


48

Investimento
4-_à...._á
_

rz em
_
Tecnologia l

+ Investimento
Consumo de zi em 4
GN
____.¬
L Capacidade
› a L.a_. Cfiäâfdãge
a
, Disponibilidade
'
de GN Percentual
Energia
CBL Assegurada
Volume Volume _
Geraçao ‹-
‹ t
de GN de GN --_*-+---›
-
_

Temnca da
, .
EE Spot ‹--¬\
Li
f

contratado Spot É
EGTGN _
L ;
V
EE CBL
sms
Totais
Fator de

L
Disponi-
› bilidade
Despacho ‹"`_ CMO 'M'
.
Receita
(ONS) Spot l ,
Taxa . Recena
"
_

Cambial __

csi.
H...

_
( í ,
1

em
“M
Invest.
Preço
.___

E csL
Preço “J }

Preço do Ofertado
GN À '‹
dia--f
l

Ó
_~¬

t
Faturamento .~'í*-'-_' 1

A
v
_
l

-*f
|

*_
--I: com FEPs
Despesa

Figura 3 .9 - Problema de Gestão Estratégica de uma EGTGN: Longo Prazo (DLC)

Sob a Ótica de longo prazo, verifica-se na Figura 3.9 que o crescimento do

faturamento da empresa se reflete em seu nível de investimento (tecnológico, marketing,

manutenção, etc). O aumento do nível de investimento, a curto prazo, ocasiona a elevação

dos custos totais e pode causar uma elevação do preço ofertado ao ONS, o que tende a

diminuir a participação da empresa na ordem de despacho e no volume consumido de gás.

Para melhor entender os laços de realimentação e a propria dinâmica do sistema,


analisa-se cada laço de realimentação individualmente nas Figura 3.9 (a) e (b).

Investimentos em tecnologia de conversão (Ciclo Simples / Ciclo Combinado)


resultam, conforme mostra o laço 1 - Figura 3.9 (a) - em melhoria no rendimento

operacional da central térmica, e na conseqüente redução do consumo de gás natural. A


redução no consumo implica, em ambos os casos, numa reavaliação do montante de gás

contratado, aumentando assim, a possibilidade de obter melhores preços junto aos FEP's, 0

que tem influência positiva no faturamento. Por outro lado, investimentos em O&M
_49

permitem aumentar o fator de disponibilidade, com reflexos positivos na energia

assegurada da planta, que serve de base para os contratos bilaterais.

ri---~ Investimento
em ‹---L
V Tecnologia í

;-ií_""'_"*_”““ Consumo de
GN -

___

. -› .¬_.._

› -

l --¬-.-¬‹

Volume G *“.'9“-O
i

de ou
p
Termica da
.

Óíx
-~

Contriatado
Taxa
EGTG N X

Cambial
Despacho ‹_¢ CMO
I

ú
(CNS) X

'
Preço do
GN l


Faturamento --
=

1
V A

.
Despesa .

com FEPs
-

Figura 3.9 (a)


- i\/Iecanismo de Realimentação via Investimento em Tecnologia.

Por outro lado, a Figura 3.9 (b) mostra que o investimento em capacidade eleva a

capacidade instalada da central, de maneira que a relação entre a energia comercializada

viacontratos bilaterais e no mercado spot passa a ser uma variável de decisão com

influência direta sobre o faturamento.

Investimento
em ‹
Capacidade Percentual
CBL
Capacidade
V

.___.__, Instalada
'

'
.
V V

Geração
Térmica da_-~-› EE Spot ‹-«ii
_- EE CBL
ecrcu
'
V Y

Despacho ______ Receita Receita


CMO ___
Spot CBL
‹_ ` l

(CNS)

Preço
v CBL
Pr eco Faturamento ‹-~-~
Ofertado

Figura 3.9 (b) - _\/lecanismo de Realimentaçao


`
«fia lnvestim ento
'

em Capacidade
'
f
_
~
,SO

O DLC do problema de gestãoempresarial de uma EGTGN a longo prazo _


Figura 3.9 - mostra que a tomada de decisão envolve laços de realimentação com
dinâmicas diferentes, ou seja, há diversas estratégias para melhorar o desempenho
empresarial, através de processos diversificados em termos de defasagem temporal.
,
Considerando, por exemplo, uma decisão de investir em tecnologia de processo,
ou de aumentar a capacidade instalada da planta, certo tempo deverá decorrer até que a
decisão se concretize.

Logo, ao se estabelecer políticas visando melhorar o desempenho empresarial,


deve-se levar em consideração tais dinâmicas, como analisado a seguir.

3.2.2 - Políticas de Gestão Estratégica

Por definição, política é uma regra que declara como as decisões de operação do
dia-a-dia são tomadas. Dessa forma, a palavra política será utilizada, no presente trabalho,
para descrever como o processo de decisão converte a informação em ação. [22]

Decisões são ações tomadas a qualquer instante, como resultado da aplicação de

políticas estabelecidas para a condição que prevalece no momento.

O problema de gestão empresarial apresentado na Figura 3.9, comporta um


conjunto de políticas (policy levers), as quais são apresentadas naTabela 3.3.

Tabela 3.3 - Regras de Operação Comercial da Usina Termelétrica

Política Decisão / Estratégia

Contratos EE Relação de Energia Spot / Energia Contratada (baseado no custo


marginal do sistema de longo prazo).
'

Suprimento GN* Contratar parte do GN necessario, comprar restante ao preço de


mercado .

Preço Definição de preços baseados na concorrência e/ou no VN (Valor


Normativo) ,

À ., ,-
Dessa forma, pode-se identificar tres variaveis estrategicas (tecnologia/capacidade
. . .

instalada, contratos e preço ofertado) com suas respectivas dinâmicas. A primeira, atuando

a mais longo prazo, e o investimento em tecnologia, o qual tem influência direta tanto na
~
capacidade instalada

são os contratos negociados

gás.

cuja influência se reflete

Financiamento
Investimento
Competitividade
Mercado
Estoque
Manutenção
A

empresa, quanto no cálculo do

permitido pelo setor.

consumo, mas

As
com
como no rendimento da

no despacho (ONS).
avaliação dessas políticas e,

(medida de
um indice de mérito quantitativo a cada politica operativa.
Além das políticas adotadas

Captação de recursos financeiros


planta.

no presente
que podem ser adotadas, as quais são mostradas na Tabela
valor),
A segunda, atuando a médio prazo,

como mercado de energia (CBL versus spot) e com o setor de


Por último, atuando a curto prazo (operação), tem-se o preço ofertado pela Central,

conseqüentemente, da viabilidade econômica da

operação da central termelétrica, será baseada tanto na análise do fluxo de caixa da


VPL com o

trabalho,

ambiente de negócios e da real disponibilidade de recursos para investimentos.

Futuras
Políticas
3.4,

Tabela 3.4 - Regras de Operação a serem estabelecidas

Decisão/ Estratégia
objetivo principal de atribuir

há outras

Alocação de recursos (tecnologia, marketing, manutenção, etc)


Aumento da competitividade. Ex.: rendimento, poluição, etc.
Nivel de integração ao sistema
Utilização do estoque de GN e venda a Consumidor Pulmão
Política de manutenção

Cabe esclarecer que a decisão de armazenar o gás


Consumidor Pulmão (consumidor

restrição deverá ser removida.

3.2.3
a evolução do

Trajetórias viáveis no

trajetórias viáveis
interruptível)

mercado e as crescentes exigências dos

espaço de soluções
políticas e estratégias

dependendo da evolução do

natural

Oer au de liberdade
está vinculada ao

Atualmente, o setor de gás não pemiite essa flexibilização no

no espaço de soluções, conforme apresentado na Figura


são aquelas que permitem alcançar os objetivos e metas da EGT.
elaboração de estratégias, políticas e decisões que assegurem a rentabilidade desejada pelos

investidores.
ou vender ao

usuários, esta

Isto 'implica
51

3.4,

na
52

O Fluxo de Caixa da empresa e a evolução do VPL e/ou TEL serão usados para

identificar as variáveis que influenciam predominantemente no comportamento do sistema,


bem como para avaliar as políticas e estratégias de gestão, levando em conta diversos

cenários, descritos no Capítulo 5.

3.3 - Considerações Finais

O planejamento estratégico, no contexto empresarial, pressupõe o conhecimento


do meio ambiente e das influências por ela recebidas. Essas influências são advindas de

mudanças nas esferas política, econômica, social e tecnológica, e afetam a tomada de


decisao.

Torna-se necessário, portanto, o desenvolvimento de ferramentas de simulação do


comportamento dinâmico de estruturas complexas como o setor elétrico, bem como de
suas interfaces com outros setores, em particular, o setor do GN, de forma a vislumbrar

ameaças e oportunidades. Antecipando os cenários de riscos e de oportunidades, e possivel


tomar decisões que permitam amenizar as ameaças e aproveitar as oportunidades.
4. Capítulo - Análise Técnico-Econômica de uma Central Térmica

4.1 - Introdução

â Nesse capítulo é apresentado o modelo para análise dos aspectos operacionais de


centrais termelétricas a gás natural no setor elétrico brasileiro. A partir da delineação do
problema de planejamento empresarial, anteriormente apresentado, a modelagem foi

estruturada em dois módulos: técnico e econômico, e implementada com base na técnica de


Dinâmica de Sistemas (System Dynamics).

4.2 - Modelagem via Dinâmica de Sistemas

O entendimento de um sistema real exigiria repetidas experimentaçoes, muitas


vezes arriscadas, e demandaria um longo período de tempo para análise. Por estes motivos,

são utilizados modelos que emulam sistemas reais e possibilitam a realização de testes. Um
modelo é, portanto uma representação em geral simplificada de um sistema real que

permite:
'

> compreender a operaçao do sistema real;

> determinar os fatores que exercem maior influência sobre o comportamento do sistema;

> avaliar as conseqüências da implementação de diversas formas de controles (políticas);

> obter funções de controle viáveis que garantem a máxima satisfação.

Na modelagem via Dinâmica de Sistemas a especificação de modelos é realizada


por três tipos de variáveis: nivel, taxa e auxiliar. Essas variáveis podem ser descritas; de

forma genérica, como segue:


> variáveis de nivel, também designadas de estoque ou de estado, representam o

estado do sistema num dado instante. Estas variáveis representam acumulações

(integrações) se o fluxo é continuo, ou somatorias se os fluxos são discretos;

`›
variáveis de taxa, também designadas politicas (policy) ou de fluxo, determinam a
velocidade com que uma variável de nível muda de valor. O seu valor é baseado
_54

somente em variáveis de nível e constantes. Em sistemas fisicos, tais variáveis

representam as leis da natureza, em sistemas industriais, sociais e sócio -

econômicos refletem
'

políticas globais;
'

> variáveis auxiliares, que representam uma operação algébrica com qualquer
_
combinação de variáveis de estoque, _de fluxo, constantes ou mesmo outras
variáveis auxiliares. _
_

Adicionalmente, constantes e valores iniciais, ambos invariantes ao longo do


período de tempo da simulação, devem ser também definidos para especificar

completamente um modelo. Isso se deve ao fato de que variáveis taxa, assim como as

auxiliares, muitas vezes dependem de termos constantes (termos considerados fixos

durante a análise) os quais devem ser identificáveis e ter significado no sistema real.

Muitas vezes, variáveis de taxa são funções complicadas das variáveis de nível, e

neste caso, o que se faz é subdividir uma variável taxa em variáveis auxiliares. O estágio

mais dificil e o problema central na modelagem via Dinâmica de Sistemas é definir as

variaveis de taxa. Por exemplo, traçar as políticas existentes no sistema real e desenhar

uma nova política para o sistema.

A modelagem utilizando Dinâmica de Sistemas permite representar dois tipos de


fluxos, quais sejam:

I Fluxos físicos

Os fluxos fisicos estão intimamente ligados a acumuladores e a taxas de fiuxo.

Exemplo: fluxo de material num determinado estoque, em que os acumuladores podem


representar a quantidade de material em trânsito, o nível de matéria-prima em estoque, o

estoque de produtos acabados, etc. Ja as taxas de fluxo podem ser interpretadas como a

taxa de despacho de material, taxa de produção, etc.

Outro exemplo é um fluxo de água, no qual o acumulador é o nivel d'água no

tanque e a taxa de fluxo é o volume d'água por segundo. Observa-se que as taxas de fluxo
determinam os acumuladores, imediatamente.

I Fluxo de informaçao

As variáveis de taxa dependem da informação de variáveis de nivel, constantes e

variáveis auxiliares. Uma informação não afeta o valor de uma variavel de nivel, ou de
55

uma constante, ou de uma variável auxiliar e também não afeta o valor de uma variável de

taxa ou auxiliar. As taxas sempre indicam valores instantâneos (os quais não podem ser

medidos), razão pela qual a informação referente a taxas não pode ser medida diretamente
na maior parte dos sistemas sociais e econômicos, mas pode ser inferida pela variação de
estoques.

Os fluxos de informação desempenham papel de interconexão entre fluxos fisicos,

ou seja, é o fluxo de informação que auxilia a tomada de decisão. Por exemplo, o fluxo
fisico de pedidos depende da informação referente à capacidade de produção, informação

referente ao nível de estoque de material, etc. Os fluxos fisicos são separados e isolados
~
dos fluxos de informaçao.

4.3 - Módulo Técnico

O módulo técnico tem por objetivo determinar a energia gerada e o consumo de


gás natural de uma central termelétrica flexivel (central que pode operar em
complementação térmica), levando em consideração a interface entre os setores elétrico e

de gás, bem como as restrições operativas da central hidroelétrica e da central termelétrica.


Para tanto, torna-se necessário avaliar a interação entre os diversos agentes /

setores representados anteriormente pela Figura 2.8 e descritos a posteriori.

4.3.1 - Modelagem do Mercado Spot- MAE

Na simulação da operação de um sistema interligado, e preciso definir primeiro

uma política de operação térmica e de intercâmbio de energia entre os subsistemas. Esta


política deve ser capaz de proporcionar, para qualquer combinação possível de energias
armazenadas nos distintos subsistemas, as seguintes informações:
0 usinas térmicas a serem acionadas;

0 em caso de necessidade, quais subsistemas e que quantidade de energia


armazenada se deverá utilizar;

ø intercâmbios entre subsistemas.

No módulo intitulado MODDHT do Super/Olade [23], essa política se

fundamenta no valor marginal da energia armazenada, também denominado “valor


56

marginal da água”. Este valor é determinado em cada subsistema e em cada mês, pela
derivada arcial do custo es 'erado de o era Ç ão do mês em curso até o final do P eríodo de

estudo, em relação à energia armazenada, isto é:

= ‹Í(CusIoEsperado de Operação)
Valor Marginal D'água
ô(Energia Armazenada)

O valor marginal da água pode ser entendido como o “custo do combustivel água”
em cada subsistema. Esses valores são obtidos através da aplicação de um algoritmo de

Programação Dinâmica Estocástica - PDE com duas variáveis de estado: o nível de


armazenamento do reservatório equivalente e a tendência hidrológica, representada pela
afluência do mês.
Através dos valores marginais da água, a política operativa é definida,

comparando-se, para cada subsistema, o valor marginal d”água com os custos de geração

térmica e com os custos de racionamento preventivo, de maneira que seja possivel atender

à demanda utilizando combustíveis mais baratos. Também é preciso estabelecer

intercâmbios de energia entre subsistemas de forma a igualar os respectivos valores da

água, observadas eventuais restrições de intercâmbio,

No sistema interligado brasileiro, a politica operativa e de intercâmbios é traçada


pelo ONS de acordo com uma programação de despacho ótimo econômico a partir do qual

o produtor independente de energia pode obter uma estimativa das seguintes variaveis

exógenas 1

P valor da agua estimado em cenários hidrológicos;


*P meta de deplecionamento dos reservatórios;

> crescimento da demanda;


> custo de combustivel para centrais termelétricas.

Conhecendo estes parâmetros, o PIE poderá estimar o comportamento futuro do


sistema e, seus reflexos sobre o mercado atacadista de energia, para uma determinada
condição estabelecida pelo ONS. No caso especifico do gerador térmico, tais parâmetros

permitirão a obtenção dos dados técnicos necessários para a execução dos módulos

financeiro e gerencial descritos a posteriori.


57

Dessa forma, sob a Ótica do ONS, o problema de programação energética pode ser

formulado como segueii

Min. C, (Deficít)

onde:

C,(Deficit) : custo do déficit de geração.

S.8..Í V

> Restrição de Balanço de Energia:

2
íMë :Má J¬
'Pr

U, + *IMZ
.'°.U§, -EU; zo
k=l

onde:
Iki : estado (1 *ou O ) da unidade no periodo “k”;
'

UDK demanda de energia do periodo


1
“k”;

U fl 1 energia gerada pela usina termelétrica no periodo “k”; e

U 1 energia gerada pela usina hidrelétrica “i” no período “k”;

NUT 1 número de unidades térmicas; e

NUH 1 número de unidades hidráulicas.

*P Limites operacionais dentro de um intervalo de cliscretização


_/~'
P-T 5 P; 5 Pf
1.- ›
.


P-H S PH S PH
1; 1;

onde:

Pc P 1 E Potência ativa minima e máxima, respectivamente;

PT 6 PH :
E Potência ativa térmica e hidráulica, respectivamente.
58

> Restrição de fornecimento de combustivel para usina térmica

[GN é ZFC é VGN


s_.r

onde:
FC: fornecimento de GN pela fonte de combustivel “C” a usina térmica, no
periodo “k”;

Kozv C VGN limite inferior e superior de GN contratados no período

`> Equações do Balanço I-Iidrico:

Vz',1‹+1
: Vz',1‹ + Ai,k
_ uzyk
_ Sz',1‹

V__I.k š.V¡kSVz;k ,

Oíuikšuzz

Uií _
__ ,If
p¡~uz',/‹

pivk
= 0.OO98l;r7,..h,.

onde:

V¡,k: volume do reservatório da usina a cada estágio “k”_;

A¡,k : afluência ou vazão incremental recebida pela usina no intervalo


i

Lckfi;

um volume turbinado pela unidade no periodo “k”;


“i” no periodo “k”;
s¡_k: volume vertido pela unidade

Vzz.z : volume maximo do reservatório


V“'í : volume minimo do reservatório;
I

É/Í,-_/z : volume turbinado maximo da unidade no periodo “l<”;

p; 1 coeficiente de produção da usina “i”;

LH* geração da usina : no periodo


hr 1 queda líquida da unidade “i”;

r|¡ 1 rendimento do conjunto turbina-gerador da unidade


59

Cabe observar que este módulo se aplicará somente ao caso em que a usina

termelétrica estiver operando em conjunto com uma central hidrelétrica de forma isolada
(nível de integração “b” - EGT livre operando integrada com central hidrelétrica)¬

conforme discutido no capítulo 3. Nesse nível de integração, torna-se necessário o uso de


cenários (otimista e pessimista), através dos quais as estimativas do valor d'água (variável

“C_Dágua” da Figura 4.1) e metas de deplecionamento dos reservatórios são obtidas

baseadas em um algoritmo de Programação Dinâmica Estocástica Dual - PDED [28]. A


previsão de crescimento da demanda esta modelada a posteriori. O preço do combustível
como é uma variável exógena que o PIE poderá negociar foi considerado, neste trabalho,

como uma variável que permite avaliar a sensibilidade do desempenho da central térmica a

variações no preço do GN. Logo, o diagrama de estoque e fluxo representativo desse

módulo é apresentado pela Figura 4.1 a seguir.

Un|d__Tempo
_

, ._

Energ_ONS_kWh
0 Q .
I'

L.
Wee
'fz
¬
_|
T¡po'_Carga

"
`

Vië
pot_Base
<
V ñ
A , v

Ó
-‹

_ Pot_ONS_MW

Ú* 7 ÊQÉW
,1
É;
Pot_Min_Termo
› éfi¢n_Energéri¢‹›_Prev¡â ››
|_ _: Geraçâo_kWh emanda__Prevista
EE__Termo_Ger
I' “l
`-
L _| n
.~
n
Desp~Term° O er` Mm `Custo
i

\ 4 À A ..
'Q'

~@.
`
r M ax' ss:" Hd ro
V

P 0”
'

omple
l I

~ À Desp__H|dro
a
~

É
'“
l'l"I `I _:

|_ I> 15. 9.
O

Ó
°ot_Ma'x_Ter 1'L
F”

SUM_i:E_H

.
Lc'
V

Ó
A
Pot__ONS_MW
V~
. P ¬
À
1
._._,

f I - sp_Termo A
o 0
lementareer

É
€5P_HIdl'°_ O
`Mm_custo `

.
Desp_Termo_ON
.

f. “I
. ot_Term_Ger
-
02

Í
_1

I
LJ'

N_lnt L
Umdjempo
I"

Energ-CNS-kWh
.

A
V

Ger Mín Custo


(

C_Dágua _

Cenário V_Dágua C__GT

Figura 4. l
- Diagrama de Estoque e Fluxo Representativo do Despacho Econômico
60

onde:

C_Dágua: custo da água segundo o cenário adotado;


Desp_Termo: despacho da central termelétrica em MW;
Desp_Termo_ONS: despacho da central termelétiica determinado pelo ONS;
'

Pot_Min_Termo: potência mínima da central termelétrica;


Pot_Max_Termo: potência máxima da central termelétrica; -

V_Dágua: valor d°água;


C_GT: custo do MWh gerado pela central tennelétrica;
Ger_Min_Custo: geração de minimo custo;
Desp_Hidro__ONS 1 despacho da central hidro determinado pelo ONS;
N_Int: nível de integração da central térmica ao sistema;
Unid_Tempo: número de horas correspondente ao período de O1 mês;
SUM_EE_H: somatório da energia gerada pelas usinas hidrelétricas;
Ger_Min_Custo: geração de mínimo custo;
EE_Termo_Ger: energia gerada pela central termelétrica;
Energ_ONS_kWh: energia despachada pelo ONS;
Sum_EE_H: total de energia gerada pelas usinas hidráulicas;
Desp_Hidro 1 despacho da usina hidroelétrica em MWh;
Tipo_Carga: especifica o tipo de carga (O: flat; 1: curva de carga);
Week: curva de carga semanal;
Pot_Base: carga flat do sistema.

O modelo simula o despacho da central térmica segundo uma Ótica de minimização


do custo operativo global; ou seja, a central térmica somente sera despachada/acionada

caso seu custo seja inferior ou, no máximo; igual ao custo marginal do sistema (condição

de maior lucratividade). Conseqüentemente, o preço spot sob condições normais; ou seja,

quando toda energia solicitada é gerada, será igual ao custo da última unidade despachada.
Entretanto; caso a energia solicitada pelo ONS (“Energ__ONS_kWh”) seja superior à

energia gerada pelas unidades geradoras em questão (“Geração_l<Wh”), o preço spot

deverá ser igual ao custo do déficit. Nesse caso, o preço spot seria determinado segundo
uma curva composta por três patamares, de acordo com o montante de energia não suprida.

4.3.2 - PREVISÃO DE DEMANDA

A previsão de demanda é simulada levando-se em consideração o Coeficiente

Estacional que caracteriza as variações estacionais do consumo durante o ano, e o

Coeficiente de Tendência; que caracteriza a tendência anual de crescimento da carga, ao


longo de cada ano de simulação. O diagrama de estoque e fluxo utilizado para previsão de
demanda é apresentado na Figura 4.2.
61

Oz ,.‹
T×__Cres_Demanda C°ef_AlUSte
`

C0ef_.Tefl¢l€f\Clâ Coef__Estacional

Figura 4.2 - Diagrama de influência para previsão de demanda

O comportamento destes fatores é apresentado na Figura 4.3, considerando o

período de O3 anos de simulação.

~

<~>

W
_-Ã
_;
V

_1._ Coef__Esta‹:ionaI
J
§:›
._¿
É
-A

_ 2,.. Coef_Tendëncia
‹..› -*
a¬§_.L.°._<‹¬_§_

._Ã

__"
‹@Ã
ca

talk _3._ Coef_Ajuste


‹"'“hJ”

¿_-`h~.

‹""_'

|\)\~_._"› __N,,,§

`rÃ

H.
o B 0,
O
Time

Figura 4.3 - Coeficientes de ajuste para previsão da demanda

Embora deñnida inicialmente como uma constante, a taxa de crescimento da

demanda pode ser alterada durante a simulação, permitindo assim que se utilizem

diferentes taxas de crescimento ao longo do horizonte de estudo.

4.3.3 - SEroR DE GÁs NATURAL

A modelagem do setor de GN se restringe, no presente trabalho, à modelagem das


áreas que afetam o desempenho da central termelétrica. _

A avaliação do volume de GN a ser contratado com o Fomecedor de Energia

Primária - FEP é de suma importância na fonnação do preço da energia gerada por uma
central termelétrica. A avaliação do volume merece consideração também pela forte

tendência de que contratos take-or-pay (com obrigação de consumo fixo em tomo de 70%)
sejam impostos pela indústria de gás às centrais termelétricas. -

Conforme discutido anteriormente, uma alternativa que toma viavel a operação


térmica complementar e a flexibilidade de fomecimento do gás não utilizado pela central
62

térmica a um mercado interruptível de gas, denominado de consumidor pulmão. Outra


alternativa em fase de negociação com o setor de gás é o contrato “pay mas não take com
integralização anual, pelo menos. Num periodo de integralização anual, poderia se passar 7
ou 8 meses sem consumir no nível 80% de do máximo contratual, porém pagando (pay
mas não take). Isto geraria um crédito em gás, que poderia ser "utilizado" nos meses

restantes (se a capacidade instalada permitisse), e no final do ano se faria o balanço e se


"liquidaria" qualquer saldo não utilizado, sem necessidade de pagamentos compensatórios.
É importante lembrar que esses dados serão de extrema importância ao módulo
financeiro, para completar a análise do desempenho da central térmica.

A formulação matemática do problema de planejamento com respeito aos contratos

de GN é feita considerando a essência do seu objetivo no ambiente de competição, que é a


de minimizar as despesas relativas ao fornecimento de combustível e que esteja sujeito,

entre outras, às restrições impostas pelo setor de gás. Dessa forma, o problema pode ser

expresso como:

N
Mm. zs§N.VGfiV
/‹=1

s.a.:

> A
Restrição de Maxima Demanda de GN
-'V -'V
0, não compra GN Spotl
+ VCÊV Spot * a) a:
š
_

P/
,

1, compra GN Spot
VCÊÍV S' Contratado
Í

`>›
Restrição de Minima Demanda de GN
.,
_ IV ...at
M< + /L I/GNÍnIermptiveI ) 2 018
«'
/z
* /z * .›.1z

(VGN pGNContratado 1

PT*
z "~‹ kzl

sem liquidação do GN
O, j

p/ Ã' - 1,lzquidaçaomensaZdoGN If

2. liquidação anual do GN

onde:
$k
GN preço do gas natural no período

:
'“l<“_;

I/rk
_

GN volume de gas natural consumido no periodo


r _ `
'“kf“;
'

1
63

X : representa o grau de.liberdade fornecido pelo setor de gás com respeito ao

consumidor pulmão (gás_interruptível);

N 1:
horizonte de planejamento.

No modelo apresentado na Figura 4.4, a informaçãocom respeito à avaliação do


volume de gás está contida na variável de estado denominada “Consumo_GN” e pennite
verificar se o consumo efetivo de gás natural está dentro dos volumes contratados.

Consumo_GN
f'
0 (3
×_GN_Pulmão
E
Consumo_PuImão_G N

Li:

Ç
1___
K” `,›¬
-

_
W' ‹ ..
V

. POLGN
v_c‹›mra:zd¢_D¡àno z
Ajust N_Ama
cms-Mê Ajust __GN_Mensai

-QC
Í- -l
i

, - -‹>4 f----gzg-~«_›J‹.›_.
›-

P0|_GN
4
z/ Li”, /'|`\`,
_:
il: 'll Í KK? ‹
./

EstG‹¡ue_<3N

@
"
Q'
L
/ «Ç
_:.í._ ¬ T×_C¢f¬.s_'5‹'~! F ¬
- O ”"“°“"~°"
:u
,¬..

D
\lol_Contrala

- "" G:
I |_ _1
\_ _!
` _.

POLGN
Ajuste_GN_Anua
‹- 'v ¬

E
i

.
'I
Alteraçao_Contratual

.
0 Cons_Rea¡_Mê
Montante_S pot
Comprar-Spot
_ I

L -1
Cons_Mês
.

Pef°_SP°t De‹:âsâ°_GN_spz›:

Figura 4.4 - Diagrama de fluxo e estoque da utilização do GN


onde:

Consumo_GN: consumo de GN em m3;


Cons_l\/Iês: consumo mensal de GN;
Consumo_Pulmão_GN: volume de GN interruptível;
Tx~GN_Pulmão: variação mensal de GN
interruptivel;
Ajuste__GN_Anual: diferença entre o estoque de e o GN consumo efetivo
anual;
Ajuste_GN Mensal: diferença entre o volume contratado e o consumido
mensalmente;
Perc_Spot: montante de GN percentual que se permite comprar no
spot;
Pol_GN: define se a liquidação do volume de GN será mensal ou
anual;
64

Estoque_GN: volume total de GN em função do volume contratado;


Tx_Cons_GN:' volume de GN consumido mensalmente;
Montante_Spot: montante de GN efetivamente comprado no mercado spot;
Comprar_Spot: volume de GN que se deve comprar no mercado spot;
'

Cons_Real_Mês: volume Real de GN consumido mensalmente;


V_Contratado_Diário: volume de GN contratado diariamente;

NO diagrama da Figura 4.4 são' modeladas duas alternativas de consumo flexivel


de GN contratado. A primeira, que permite a integração a um mercado interruptivel de gás
representado pela ñgura do consumidor pulmão (variável de estado

“Consumo_Pulmão_GN”), considera que a liquidação do montante de GN contratado com


o setor deva ser efetuada, a cada dia, através da variável “Ajuste_GN_Diário”, ou seja:

Ajuste_GN_Diário = Vol_Contratado_Diário - Cons_Dia

A segunda alternativa permite que o excedente diario, anteriormente destinado ao

consumidor pulmão, seja armazenado na fonte e utilizado segundo um percentual


denominado “Perc_Spot”, em periodos de consumo acima do estipulado em contrato.
Somente no último mês do período de simulação, caso haja excedente de GN, é que este e

liquidado ao consumidor pulmão através da variável intitulada “Ajuste_GN__Anual”. O


percentual “Perc_Spot” é uma variável exógena, pois depende, exclusivamente, da

capacidade do setor de gás em fomecer um percentual adicional de GN num dado instante. '

4.3.4 - CENTRAL H|oRE|.ÉTR|cA

A Figura 4.5 apresenta o diagrama de influência (DLC) para uma usina

hidrelétrica.
`

Q mon Q evap ‹-+- A res


× A
\
|

_
.

+
\¬.`
&› V
'

--+-› H_mon -+-› _+-› _+-›


Q me _+_› V_res H_br H_Iiq P_tur

A A A
\\ '\\ -
+-
-

+\ 4
\›.\\

/
l l

‹«+_

/
Q_ver H_jus H_per Q_tur

x í/
A
\
\"'\ 1-/
4'///
j

Q_ius

Figura 4.5 - Diagrama de Laço Causal para uma Usina Hidrelétrica


onde:

A_res : Área do reservatório; N_mon Nível a montante;

H_br : Altura bruta; N_jus Nível a jusante;

H_liq : Altura líquida; P_tur Potência turbinada.

H_perd 1 Altura de perdas; Q_nat Vazão natural da usina;

Q_inc 1 Vazão incremental da usina; Q_ver Vazão vertida;

Q_evap 1 Vazão evaporada; Q _jus Vazao a jusante;

Q_tur 1 Vazão turbinada; V_res Volume do reservatório;

Embora a Figura 4.5 represente o DLC de uma única central hidrelétrica, o

modelo implementado pode ser aplicado na simulação de múltiplas centrais operando de


forma isoladas (equivalentes) e/ou em cascata.
Na formulação do problema de gerenciamento de uma central hidrelétrica por um
investidor privado (PI), deve-se considerar aspectos tais como 3 análise de riscos,

competitividade do projeto frente a alternativas de competidores, etc. Dessa forma o

problema de planejamento de uma central hidrelétrica pode ser formulado como um


problema de maximização do Valor Presente Líquido (VPL), sujeito as(aos):

Ó restriçoes operacionais;

0 restrições hidrologicas;
0 contratos de fomecimento de energia.
66

O problema pode ser fonnulado como 1

Mâx. VPL z Mâx. (s)- 1


onde:

S : Receita Líquida no horizonte de estudo;


I : Investimento do projeto;

Deve-se observar que a receita “S” é calculada pela diferença da Receita


Operacional (ROH) com os Custos Operacionais (COH).
A Receita Operacional pode ser expressa como 1

ROH =Ê(flk.P:.TEk)
k=l

Os Custos Operacionais podem ser expressos como :

N N
COH Z Z (fit
k=I
'
¬lgua_
'l'
Z
k=l
151.-$ÊBL-PCÍBL
`

onde:
'

Bk 1 taxa de atualização;

cÀgua 1 custo marginal da água;

P; : potência ativa gerada pela usina hidrelétrica no período “k”;

Psfw, : potência ativa adquirida no mercado spot no período “k”

TE k : tarifa de venda de energia elétrica da hidrelétrica no período “k”;

PÂBL : potência contratada bilateralmente;

N 1 horizonte de planejamento (em etapas de operação)

s.a.:
`> Restrição de Produção ~ Contrato Bilateral - Mercado Spot:

k fl»
É UH
Í»

UHCBL "" (J
spoz

onde:

UÂCBL : energia hidrelétrica contratada bilateralmente no periodo “k”_;

U ÂÍW, : energia termelétrica comercializada no mercado spot no periodo “k”;

U 1 energia termelétrica máxima no periodo “l<”.


> Restrição de Balanço de Energia:
V N v
z\‹ z`\‹
v

21/; +zUâBL +zU;;@i ~zU:;H =‹›


/c=l Ic=l Ic=l /c=1

onde:
U Í,
2 energia gerada pela usina no período “l<”;

UÊBL : energia fornecida através de contratos bilaterais no período “k


77

Ugw, : energia comercializada no mercado spot no periodo “l<”;

UÊH : energia despachada pelo ONS à hidrelétrica no período

> Equações do Balanço Hídrico:


V1‹+1=V1‹+A1.-"u1z_51‹

mémém
Oíukíuzz
UIA; : /9-uk
pk : 0.0098 1.17./z
onde
VL, : volume do reservatório da usina a cada estágio “k”;

Ak 1 afluência ou vazão incremental no intervalo “l<”;

uk 1 volume turbinado no periodo “k”;

Sk 1 volume vertido no período “k”;

Vk : volume máximo do reservatório no período “k”;

Vk : volume minimo do reservatório no período “k”

uk : volume turbinado máximo no periodo “l<”;

p: coeficiente de produção da usina hidrelétrica;

U 1 geração da usina no período “l<”;

h queda liquida da usina;


1

nz rendimento do conjunto turbina-gerador.


68

O diagrama de fluxo de uma usina hidrelétrica é apresentado na Figura 4.6. O


modelo descreve a condição -do reservatório da usina hidro através de sua afluência e dos
volumes vertido e turbinado.
A meta de potência definida pelo ONS é uma constante (em MW) determinada a
cada intervalo de simulação, cujo valor é convertido em termos de volume d°água
requerido (m3) pelo reservatório. A discrepância entre o volume requerido pela carga e o
volume turbinado pela variável taxa “V_Turb1`nad0” representa o déficit da geração hidro
devido a limitações impostas pelo conjunto turbina - gerador e/ou devido à política de
operação do reservatório.
'

Os dados de entrada para 0 modelo da usina hidrelétrica são os seguintes:

> nafluências;

> demanda de potência;


> queda bruta;

> rendimento;

> vazão mínima a jusante;

> volume máximo do reservatório;

> volume do reservatório no inicio da simulação.


69

p___a-_-¬4
v_Mrn_Jus
0
\ 1
1
I

'Nat
V
y
‹ Vertimento
v 4 §>
ff
. J

Lv, À~ e
|_

g ii-r“f«~_~ Í.-*lí
flu
AfI_Inc voI_ M ax v_Tunâvei

O
Y

_
_,

i_ eserv

À
Q \__
,.
`
g
r _
_\g

Tx_Afl
J
f ¬

©
'_ _

Un¡d_Temp°_ DeSp___H|dfO
f
V rx'

×zz P
_
`
.

Po|it_Reserv > Í
Y *\~ Y

Ó
HMÓ Despacho
,Íf'~«'«›

V_Reque
_
~ .»-¿
2-°‹<Q>‹

© .
i--
H_ 2 ante
Ô/ z
1
.Í e

Q
/edqmda
e

Fator_Part
i

HM1<.) /`.\ A ^
|-|Mz Hina un¡a_Temp‹›
|_ _:
H_Jusant6-l_Perdas Rendimento

r.
Un¡d_Tempo__
Queda_bruta

. ~~¬.
:¿
'
Ó i

QC-°)
< .Ar

VoI_Reserv

Ô › ‹
›‹ _
/N
Pot_Máx_Hidro
sz
i

Rendimento
Pomesew
-i
'

"
V°|_M¡n TO_Reserv

Figura 4.6 - Diagrama de Fluxo e Estoque da Central Hidrelétrica


onde:

V_Min_Jus volume minimo a jusante da central hidrelétrica


Vol_Max volume máximo do reservatório da central hidrelétrica
Afl_Inc afluência incremental ao reservatório da central hidrelétrica
Afl_Nat afluência natural do reservatório da central hidrelétrica
Vol_Reserv volume do reservatório da central hidrelétrica
Tx_Afl volume afluente da central hidrelétrica
V__Turbinado volume de água turbinada na central hidrelétrica
V_Turbinável volume de água disponível para turbinamento na central hidrelétrica
V_Requerida volume de água requerido para atender o despacho da central
hidrelétrica
Desp_Hidro despacho da central hidrelétrica em MW
Fator_Part percentual de participação de cada central hidrelétrica de uma
cascata
EE_Desp energia elétrica despachada pelo à central hidrelétrica ONS
EE_Hidro energia elétrica efetivamente produzida pela central hidrelétrica
Polit_Reser política de deplecionamento do reservatório da central hidrelétrica
70

H_Perdas altura de_ perdas da central hidrelétrica


H_Jusante altura a jusante da central hidrelétrica
H_Montante Polinômio do gráfico "altura a montante versus volume do
reservatório”.
HMO coeficiente de grau zero do polinômio a montante da central
hidrelétrica
HMI coeficiente de primeiro grau do polinômio a montante do
reservatório
I-IMZ coeficiente de segundo grau do polinômio a montante do
reservatório
HÍM3 coeficiente de terceiro grau do polinômio a montante do reservatório
TO_Reserv trajetória ótima do reservatório da central hidrelétrica
V_Dispon volume de água disponível para geração na central hidrelétrica
Vol Min volume mínimo permitido ao reservatório da central hidrelétrica

Deve-se observar que a política de operação limita a geração de cada usina hidro a
um percentual de sua capacidade, correspondente à meta de deplecionamento, definida no

modelo pela variável “Fator_Part”. Essa variável será função dos resultados obtidos pelo
algoritmo de PDED [28], o qual fornecerá a trajetória ótima do estado de cada reservatório
do sistema.

4.3.5 - CENTRAL TERMELÉTRICA

Na formulação do problema de gerenciamento de uma central termelétrica por um


investidor privado (IP), deve-se considerar de forma semelhante à central hidrelétrica

aspectos tais como: análise de riscos, competitividade do projeto frente a alternativas de


competidores, etc.; numa tentativa de buscar uma maior rentabilidade e um menor risco do
empreendimento. Isso permite que o problema possa ser formulado da seguinte forma:

“Dada uma previsão do preço futuro do mercado (preço spot); estabelecer um


conjunto de estratégias que permitam maximizar o lucro esperado sobre o periodo de

planejamento, levando-se em consideração todas as restrições relevantes”

Este novo enfoque deve ser alcançado dentro das limitações impostas pelas

condições preestabelecidas no capítulo 2, podendo ser formulado também como um


problema de maximização do Valor Presente Líquido (VPL), sujeito as(aos):

> restrições operacionais;


C71

> restrições de suprimento de combustível;


> contratos de fornecimento de energia.

O problema pode ser formulado como :

Mâx. VPL z Max. (S) -r


onde:

S 1 Receita Líquida no horizonte de estudo;


V

I 1 Investimento do projeto;

Deve-se observar que a receita líquida, S, é calculada pela diferença da Receita


Operacional (ROT) com os Custos Operacionais (COT) da central termelétrica.
A Receita Operacional pode ser expressa :

'
N
R0T = É (fi,.Pf.TE'<) +zfii.V'~'.TG^* À lt

k=l ̀=l

Os Custos Operacionais podem ser expressos como 1

N N
C0T z 2 (,5k.¢k.Pf) + 2 Fc.Mr.Dr + 2 fik.$';P 0,.P;z,,
P
kzi ó,1‹,r lzzi

onde

Bk : taxa de atualização (Bk=l/(l+i)k, onde i


= taxa de desconto) ;

ck 1 custo incremental de operação da térmica (S / MW);


Prk V
1 potência ativa gerada pela usina térmica no periodo

SÊPÚ, 1 preço spot da energia no MAE no periodo “k”;


P520, 1 potência ativa adquirida no mercado spot no periodo “k”;

Pƒc : potência ativa contratada através de Contratos bilaterais no período “k”;

TE '“
1 tarifa de venda de energia elétrica da usina térmica no periodo “l<”;

TG* 1 tarifa de venda de GN da usina térmica no periodo “k” ao consumidor

pulmão (gas interruptível);

V* 1 volume de gás natural vendido ao consumidor pulmão;


c 1 conjunto de fontes de combustivel;
72

r 1 meio de transporte (Ex: gasoduto ou navio);


FC 1 fornecimento de GN pela fonte de combustível “c” a usina térmica, no

periodo “k”;

MT 1 meio de transporte da fonte de combustivel “c” a usina térmica, no


período “k”;

DT 1 distância da mina “c” usina térmica;


N : horizonte de planejamento (em etapas de operação)

S.a.I

> Restrição de Produção - Contrato Bilateral- Mercado Spot:

UTCBL + USpo1 É UT
k k k

onde:

UTCBL k
1 Energia termeletrica contratada bilateralmente no periodo k
' f ' ° ' as se
;

UKSP0, 1 Energia termeletrica comercializada no mercado spot no periodo k


. , . . . , “ ,,
;

UT :Energia termeletrica maxima no periodo k”.

> Restrição de Balanço de Energia:


N N N N
ÊUT +ZDcBL +ZUspz›z
k=l
k K
'ZUUT
kr-l
lc

k=l k=l
k
:O

onde
UkT ~

.
«'
ene. gia gera â a pe1 a usina terme etrica
'
i" '<i“i<”-
no perio o ,

UCBL energia fornecida atraves de contratos bilaterais no periodo k”;


. .
. . , “ . Ç
3

UKSP0, : Energia comercializada no mercado spot no periodo k


I ' ' f LL av
;
e

UDT : energia despachada pelo ONS a termeletrica no periodo k .

> Limites operacionais dentro de um intervalo de discretização


k
_'k
k
:ET
É PT É PT p/ Kz17__,NT

onde:
73

i- Â
A
BT Pr: Limite
. .

de potencia ativa da central termica no


. . _

e
. .

inferior e superior
, .

período “k”;

P; : Potência ativa gerada pela central térmica no período

> Restrição de fornecimento de combustivel para usina térmica

KGN S ZFC É ÍGN'


S_.f

onde: V

V
._Gz\/ 6 V GN: limite inferior e su P,
erior de GN contratados no P eriodo “k”.

Uma central térmica a gás foi analisada de forma similar ao processo usado na
«

modelagem de uma central hidrelétrica, em termos de- suas características básicas,


conforme descrito no Anexo A. Com base no diagrama de laço causal apresentado no
Anexo A - Figura A.6, foi construído um diagrama de fluxo / estoque, apresentado na

Figura 4.7, que permite analisar o funcionamento de uma central termelétrica a gás.
74

QCãJ
L
`

`
~
Ô
V
esp
~
4
E E_Term_Ger
`
PT_oer_Mw
Desp_Term

.
Parc' Spot
P°|_GN 1- ¬ › -\‹Í'

E
'_ ¬ r' ¬

ó
'- -1 Efi¢_o|°bâ|
'- |_ _1

«z ,
QA
~

.
.

Pc-mf
_

Í'A Consumo_GN
_

'g
" '\z‹~

0
'

-I t

×_C°flS T×_oerzçâ‹›
*
D¡sp‹›n¡b¡|¡dad
/oI_Contratado_Meš'
_
« ¬ /¬\ I. _!

___` -^ * Pot_Term_DisponiveI r 'I


J

.
_

|_
Decisão_GN"spo: ,(0) "›í" ,fz
"~~-
HeatRate_CS
pf. pm- HT
- f
~

¡- ¬ Cons_G Oesp Í'


\_V
'

Rand-Iso 336 Restr“T°m“carS

6
Tecnology Y'
Pot_Máx_Termo
I' 'I ' ` › '
^

Hea:Raze_cc Fat<>f_Carsfi

Un¡d_Tempo

Pot_Min_Termo 0 ~K/" A
‹ ga ~
Q
PÊÍC _

I esp_Term

Ô
'

our
»K6
ç
F ¬ '"
1- ¬_, '

Pot_ Term _ Disponivel /\'\ "“" f


L J
"`

E"e'9-Te"“°
'NP
_..
i

Ren‹z|_1so ; un¡d_Tempz›
¡_.¬ _ PoI_Termo

. 0
= < _
4 F » '1
,z -1
\_ .I
V ¬ POÍ_T€ITl1
.ecnolo QY ¿_

Ô O
'
ot_Máx_Term Pot_Min_Termo \_ .J

D¡âp‹›n¡b¡|¡úaae_Pmgrama‹:a D<-=-Sp_Term0

PMa×_CS PMa×_C C

Figura 4.7 - Diagrama de fluxo de uma central termelétrica a gás

onde
OUT: período de simulação no qual a central estará fora de
operação;
INPI periodo de simulação no qual a central estará em operação;
PMaX_C S 1 potência máxima da central utilizando ciclo simples;
Pmax_CC: potência máxima da central utilizando ciclo combinado;
especifica a opção tecnológica da central (CS ou CC);
'

Tecnology:
Rend_ISO: representa o fator de correção relativo aos parâmetros da
turbina;
Pot_Term: potência máxima da central;
Pot_Term_D isponível: potência máxima da central considerando o plano de
manutenção;
Pot_Min_Termo: potência minima da central;
Pol_Termo: detemtina, de acordo com o nível de integração, o quanto
sera gerado pela central;
Pol_HT: define se a central sera declarada flexível ou inflexível;
75

Desp_Term: despacho efetivo da central;


HeatRate_C C :_
rendimento interno da central utilizando ciclo combinado;
HeatRate_C S rendimento interno da central utilizando ciclo simples;
consumo de GN associado ao despacho efetivo d central;
:

Cons_GN_Desp:
Decisão_GN_Spot: define se a central pode comprar GN no mercado spot;
Tx_Cons_GN_Ter: volume de GN efetivamente consumido no mês;
PC_inf: poder calorífico inferior do GN;
Efic_Global: eficiência global da central;
EE_Term_Ger: energia efetivamente gerada pela central;
Preço__GN_Poço: preço do GN na boca do poço;
Preço GN_Transp: preço associado ao transporte do GN;
Tx_Cons_GN: consumo mensal de GN da central;
Consumo_GN: consumo de GN em m3;
Cons_Mês: consumo mensal de GN;
Consumo_Pulmão_GN: volume de GN interruptível;
Tx_GN_Pulmao: variação mensal de GN interruptível;
Ajuste_GN_Anual: diferença entre o estoque de GN e o consumo efetivo
anual;
Ajuste_GN Mensal: diferença entre o volume contratado e o consumido
mensalmente;
Perc_Spot: montante de GN percentual que se permite comprar no
51901;
Pol_GN: define se a liquidação do volume de GN será mensal ou
anual;
Estoque_GN: volume total de GN em função do volume contratado;
Tx_C ons_GN volume de GN consumido mensalmente;
montante de GN efetivamente comprado no mercado spot;
1

Montante_Spo:t
Comprar__Spot: volume de GN que se deve comprar no mercado spot;
Cons_Real_Mês: volume Real de GN consumido mensalmente;
V_Contratado_Diário: volume de GN contratado diariamente.

Nesta modelagem a eficiência global (Efic_Global) da central termelétrica é um


parametro resultante da simulação é basicamente uma função do fator de carga. Uma
amostra dos resultados da simulação de uma usina termelétrica a gás de 515 MW,
operando com diferentes fatores de carga, é apresentada na tabela abaixo:

Tabela 4.1 - Influência do fator de carga no desempenho operacional da EGTGN

Fator de Carga

100 % 75 % 50 % '

__?
25 %
,

Consumo de GN 2,79 2,22 ,_›


72 1,01

(106 m3 / dia)

36,58 J J N
Efizrênziz Global (%) 38,94 ,1,4.z aos
×4 os
_76

Taisresultados mostram que o consumo de GN e a eficiência global da central

termelétrica são influenciados tanto pela opção de operação (flexivel ou inflexível) ditada
pelo contrato de gás, quanto pela política operativa ditada pelo ONS. Estas considerações

são importantes para avaliar e definir estratégias operativas e comerciais do PIE.

4.4 - Módulo Econômico

O módulo econômico tem por objetivo avaliar o resultado econômico (tarifas,

juros, amortização da dívida, pagamentos de serviços e combustível, etc.) de uma central

termelétrica sob uma determinada política operativa, que por sua vez faz parte de uma
estratégia definida pelo módulo gerencial, bem como realizar a avaliação financeira a curto

prazo do empreendimento.

No entanto, a análise econômico-financeira deve considerar não apenas os fatores

monetários, mas também deve levar em conta considerações estratégicas. Portanto, a

análise econômico-financeira de um projeto deve contemplar aspectos relativos a critérios

econômicos que traduzem os seguintes aspectos: rentabilidade do investimento;


disponibilidade de recursos; e fatores intangíveis. Para que estes fatores, relevantes no
ambiente competitivo, possam ser incluidos nos modelos de planejamento, é necessário
uma técnica de modelagem
'

selecionar adequada.[l6]

Nesse trabalho, o elemento básico para a avaliação financeira de um projeto é o

fluxo de caixa, sob a perspectiva do investidor que informa, se o projeto é capaz de


remunerar adequadamente o capital dos investidores. O fluxo de recursos de uma central

térmica, apos o início de sua operação, pode ser visualizado na Figura 4.8.
z 77

Seguradores Financiadores

Seguros Financiamento
Central
Pagtos de. Tennflétñca Pagtos
Apólice -~ V -
Juros-›Amortização

P ag1° Mwh
Fomecedores Consumidores
_

Bens e Serviços Recursos


Garantias (Tarifas)

Figura 4.8 - Fluxo de recursos na gestão econômica - financeira de uma central


termelétrica

Os principais dados para a avaliação financeira de um projeto elétrico são os

seguintes [15]:

> cronograma fisico-financeiro dos investimentos;


`

> estrutura de financiamerito, que define a relação capital próprio / capital de


terceiros;

> condições de financiamento, que define as taxas de juros, prazos de carência e


de amortização da dívida;
> vida útil econômica do projeto; -

> caracteristicas técnicas do projeto elétrico, que definem a potência total

instalada e o cronograma de instalação das unidades geradoras;


> impostos e outros encargos tais como ICMS, O&M e Imposto de Renda;
F- seguros e fundos de reserva, que atenuam os riscos financeiros do

empreendimento;
> capital circulante, associado às contas a pagar e a receber e ao caixa para

transações.

Dessa forma, o problema de planejamento econômico-financeiro pode ser


matematicamente formulado por:
Màxš R0* _ CE* ~ CF*
k=1

onde: ~

ROK : receita operacional do período “k”;


CEk 1 compromisso econômico do período “k”;
CF* 1 compromisso financeiro do período “k”; e
N 1 horizonte de planejamento

`> Restrição de recursos da operação

RO* _ Í[V]2
tz

(UCBL '$CBL
1‹
+ USpo1
1‹
'
tz

$Spat)

onde
UÊBL I energia contratada bilateralmente no período “k”;

$ CBL preço da energia contratada bilateralmente no período “k”


lc
1

UkSP0, : energia negociada no spot no período “k”;

$§p,,, : preço da energia negociada no spot no período

Restrição de recursos econômicos


N LCE
CE " -zzflt
_. ok

/c=l i=l

onde:

CE: lista de compromissos econômicos;


Hi* compromisso econômico
1
“i” no periodo “k”.

> Restrição de recursos financeiros

~zzr*
:V LCF
CF k
/c:l i:l

onde:

CF: lista de compromissos financeiros;


Fi* : compromisso financeiro no periodo
79

No modelo apresentado a seguir, a análise financeira está baseada nos seguintes

parâmetros:
'
i

> receitas operacionais: constitui-se no principal recurso financeiro de uma


central termelétríca, variando com o tempo de operação e com o fator de
carga, bem como com o consumo de combustível e multas contratuais
provenientes de quebras de contrato;

> débitos oriundos da operação: associados aos pagamentos de seguros, juros e

amortização da dívida e dos bens e serviços necessários para sua operaçao.

O diagrama de laço causal (DLC) apresentado pela Figura 4.9 representa o


processo de obtenção do fluxo de caixa líquido mensal da operação.

Impostos í--› Êlauég ‹í-R


A
.

§
. I

l
_+

Investimento
›__› Lucro *
1

‹_¬
I I

+› Receitas «_ +_› Despesas


`"`_\
l
.
¡

i | i

ff
ç › Receita
CBL
Receita ‹_‹_
Spot
Preço
Spot
_*_› Despesa
Spot
Custo
Geraçã o
§ i Despesa ‹-*T
OZ

_/
"Emi

i
f ff _,

.
¬,

___?__fií
,
Preço ___-_ Ganda
Energia
,

Energia _)
//i›í`›

l,`_
l 1

CBL Deêpqesa Deëpqesa


CBL
l_

im

Spot Contratado

É

Figura 4.9 - DLC da Análise Econômica

A Figura 4. lO apresenta o diagrama de estoque e fluxo desenvolvido no Powersim


[24] tomando como base a Figura 4.9.
80

@ *©z
Ô
‹\/V ”/`
, . VPL

Õ
Preço_PuImao 2 `
×

› l
‹ A
« -
T×_Mensz|

0
Lucro__Operacion.z _ nvesfimemo
' Depreciaçao
~ f
J
Tx_Desc_Anual
G5 Rec_PuImão `/
D-O peracional
I

.
vÓ|_C0ntfatadO_MêS
× G)
ZF

ão v \ Lucro_Bruto _ [_ ¬
Perc_Deprec|açao
.

Recena
_

Marketing
í"§¬äL'

.?.L_.__¡3
:_ _1

.Q .Q ,g

YK ` \14 ÉI
:
z

L J
r
A¡¡V

_‹
» Rec_BL Preço_SPO Des _» Tx_Cons_GN
Re¢_3p°t .
DeS_GN
'
Preço_CBL
-Qi ‹

0
' \_/ IV '

. I
reço_GN_Transp
V

r.
`~

Ç
r' -1
EE_CBL Des_ CBL J
<>J
'_ >
I.
'^

T×_eN - Punmâo
.

~
~
-

f ¬ _,

.
Pot_M|n_Termo '- -1
L -1 _Gefa9a°
-
Preço_GN_Poço
¬
_

Perc__B|latera| _!
|_ _! EE_Tem¬o_GeF ~~
Í'

Pot__Máx_Termo
'

L .I i_ _:
C_VariáveI C_Fi×o

Figura 4.10 ~ Diagrama de Fluxo e Estoque para Obtenção do Fluxo de Caixa Mensal

Preço_Pulmão: preço de venda do GN


ao consumidor pulmão (R$/m3);
Tx_GN_Pulmão variação mensal de interruptivel; GN
GN
:

Rec_Pulmão : receita oriunda da venda de ao consumidor pulmão;


N_Int 3 nivel de integração da empresa de geração no sistema;
Preço_CBL: preço de venda da energia elétrica acordada via contrato
bilateral;
Rec_CBL : receita oriunda da venda de energia elétrica via contrato
bilateral;
Perc_Bilateral: percentual da capacidade de geração contratada bilateralmente;
EE_CBL: volume de energia elétrica contratada bilateralmente;
Rec_Spot: receita oriunda da venda de energia elétrica ao preço spot;
Preço_Spot: preço spot da energia elétrica no submercado;
Des_CBL: despesa oriunda da compra de energia elétrica no mercado spot
para atender a energia contratada bilateralmente que não foi
gerada;
EE Termo Geri energia elétrica gerada pela central térmica mensalmente;
C_Variável: custo variavel da empresa de geração;
C_F ixo 1 custo fixo da empresa de geração;
C_Geração: custo de geração da empresa;
Des_GN: despesa financeira associada ao consumo de GN;
IR: imposto de renda; -

D_Operacional: despesa operacional;


Perc_Depreciação: percentual de depreciação do equipamento;
81

CG: capital de giro da empresa de geração;


FC: fiuxo de caixa da empresa de geracao;
VPL: valor presente líquido;
Tx Desc Anual: taxa de desconto anual requerida pelo investidor;
Tx:Men§11: taxa de desconto mensal;

O módulo econômico considera ainda, no cálculo do “Fluxo de Caixa”, a


depreciação dos equipamentos ao longo de sua vida útil, e os descontos incidentes sobre 0

lucro operacional devido aos impostos.

As variáveis de interesse inicialmente consideradas na fonnulação das estratégias


comerciais e posteriormente avaliadas pelo modelo de simulação são as seguintes:
> condições hidrológicasz cenários hidrológicos;
'

> taxa de tomada de carga da central termelétricai;


> potência mínima e máxima de operação;
> fornecimento e custos de combustível;
> falhas de equipamentos: modelo a dois estados; e o
> rendimento global da central.

_
As relações entre as estratégias acima definidas podem ser visualizadas através do
Diagrama de Laço Causal da Figura 4.11.

W\ À/
C°“$um° Volume Contratado
GN GN
_

Balanço
GN

A/'/J-'Ji`-X
\_í,.,,/V
Estoque Consumidor
GN Pulmão

Figura 4.11 - Relações de Causa e Efeito no Setor de Gás

Observe-se que uma estratégia empresarial no sentido de aumentar a geração da


central térmica dependerá também de fatores externos a empresa, os quais eStarã0
diretamente ligados ao grau de liberdade contratual.
82

4.5 - Considerações Finais

Neste capitulo foram discutidos os aspectos relevantes para o desenvolvimento de


um modelo desenhado de forma a ser aplicável no setor elétrico como um esquema de
representação e organização dos elementos primários de avaliação e que possa também
servir de base à aprendizagem.
O módulo técnico representa as características fisicas e técnicas de centrais

hidrelétricas e termelétricas, levando-se em consideração suas restrições operativas. Na


modelagem da central hidroelétrica foram considerados fatores como sua afluência e 0
estado do resetvatório, bem como restrições de vazão defluente mínima e as limitações
fisicas do conjunto turbina - gerador. A modelagem da usina termelétrica, além de levar
em consideração fatores tais como taxa de tomada de carga e potência minima de

operação, modela também os elementos associados ao setor do gás natural, tais como:

restrições de fornecimento, consumo minimo contratual, preço e disponibilidade do gas.

Esses modelos foram acoplados, adotando-se, para cada nivel de integração da EGT ao
sistema, uma política de operação que representasse a sua interaçao com os agentes do
mercado.

A posterior integração dos módulos financeiro e gerencial, com o módulo técnico

completa a elaboração de um ambiente para análise das estratégias e políticas operativas de


uma central termelétrica, operando em mercado competitivo e sistema predominantemente
hidrelétrico.

O modelo como um todo permite à gerência avaliar os impactos associados às suas

decisões e assim, reavaliar suas estratégias para o alcance de seus objetivos, de forma a

conseguir vantagens competitivas frente aos seus concorrentes.


/

5. 'Capítulo - Estudo de Caso: Metodologia e Resultados

~
5.1 - Introduçao

Este capítulo apresenta os resultados da análise de uma empresa geradora

termelétrica inserida no sistema interligado brasileiro. Esses resultados foram obtidos com
apoio do modelo de simulação descrito no capítulo anterior. V

O estudo de caso se baseia nas políticas e estratégias estabelecidas no capítulo O3 e


pennite avaliar os impactos das incertezas, em termos dos riscos operativos ao qual estarão
sujeitas empresas de geração termelétrica inseridas no setor elétrico brasileiro.

5.2 - Metodologia

A metodologia do estudo de caso é apresentada na Figura 5.1 e compreende as


seguintes etapas:

(a) Inicialmente, baseando-se em dados preliminares do Plano Decenal de Expansão


c

1999/2008, acrescidos de uma empresa geradora termelétrica (Anexo C), foram


obtidos através do programa NEWAVE (módulos Newave e Newlistop) os Custos
Marginais de Operação - CMO”s para o sistema interligado e o Despacho Térmico

da central sob análise para cada uma das séries históricas de afluência.

(b) A seguir, foram avaliados os riscos operativos associados a cada série histórica de

afluências. Considerou-se, nesta etapa, que a empresa em análise estaria totalmente

exposta às oscilações do preço de mercado, ou seja, o montante de energia


contratada bilateralmente seria nulo.

(c) Na terceira etapa, são avaliados e obtidos os níveis de contratos bilaterais (CBL's)

ótimos no MAE. A avaliação e deterrnínação dos níveis de contratos bilaterais

ótimos se baseia no VPL obtido em cada seqüência hidrológica.

(d) Finalmente, com base em três cenários representativos pré-estabelecidos, avaliam-

se, nesta etapa, algumas estratégias que contribuam para melhorar o desempenho da
empresa. Dada a evolução do preço spot e o despacho da central, esta avaliação

cobre as duas principais opções estratégicas: tecnologias de geração (ciclo simples /

ciclo combinado), e alteração dos contratos de fornecimento de GN.


84

Dados
I

' ~

do PD Analise
¡
Probabilistrca
...l,

l
__ Capacidade
epmw CMO
. _. _ .
.

(Tecnologia)
(ASMAE)
_ _

_ _ 5:35;

Execuçao do Newave
ig;
Avalnaçao do Risco
_ _

53 séries ¿¿_z_
l
z__§¿;¡s
ç

NGWEVG 6 Operativo considerando as


_

_.Hís‹ó:=aa (MÓCÍUÍOS NGWÍÍSÍÚP Despacho


ls' *l

55;;
Témúw ea s.H. ¿;§;§zg|

(ONS) (Planilha ou modelo no spot


FCmin. _

(Contrato GN) ¿_¿¡-

Probabilidade de Retorno do
Investimento pl ed S.H.
____________ ..__í__.__.__________

Analise PTametrica

z
l

Simulação das S.H.


.

avaliando o Nível de CBL's


_
`

._
versus Risco Operativo §¿§-fg .

(Modelo ou Planilha)
1-1/
×
.

_ l

í
Níveis de CBL's
Otimos
.

W Ê

l
z

t
Análise Errlpresarial

__,
~.

D°S5"'Pe“h°
Altemçào no cmnzo ae GN
'l 5""°'°5°"°'
( Fci-mn.)

r
Simulaçao Delerministica 'fggí

avaliando Tecnologia e
Contratos GN
É

vallação das
2 Êišfz .
l
‹ › )›
K

I
Estratégias
¡

l
LE
i

Alteração na Tecnologia -
_
__
×
.
( Capacidade de Geração) 1
¡

Figura 5.1 - Metodologia do Estudo de Caso.

Devido ao fato de que o CMO e o despacho da central serem calculados com base
em informações fornecidas pelos agentes geradores (no caso de uma central térmica tem-se

a capacidade, o preço, o contrato de GN e as restrições de potência mínima), torna-se

necessário voltar a Etapa 1 para verificar se as decisões tomadas na Etapa 4 afetaram de

forma significativa o preço spot e/ou o despacho da central. O critério de parada, neste

processo iterativo, se baseia na sensibilidade do desempenho do sistema frente às decisões

estratégicas da empresa em análise.


ss

5.3 - Configuração do Caso Base'

Os dados do plano decenal 1999/2008, usados na elaboração do caso base,

configuram um sistema composto por 137 usinas hidrelétricas e 48 usinas tenmelétricas

com uma capacidade instalada total de 64.065,7 MW, dos quais 60.189,73 MW (93,95%)
correspondem às centrais hidrelétricas e 3.875,97 MW (6,05%) às centrais termelétricas.
A Tabela 5.1 e a Tabela 5.2 apresentam as centrais existentes na configuração
inicial do sistema gerador.

A Tabela 5.1 apresenta para cada usina hidrelétrica, o número de identificação, o


posto hidrológico, que define as afluências à usina no arquivo histórico de vazões, seu
volume inicial e o subsistema pertinente.

Tabela 5.1- Sistema I-Iidrelétrico Existente


NUM NOME POSTO SS V.INIC NUM NOME POSTO SS V.lNlC
CAMARGOS 20.0 119 1H.BORDEN 319 20.0
1

`
1 l

¿
1

ITUTINGA 20.0 .120 JAc.uAR| 120 20.0


,FURNAS 120.0 1211PARA1auNA *20.0
p

121
1

@`|Ú>Í\)-\

CXJ\l0`1|\7-4

Ç
1

M.MORAES 20.0 123 FUNIL 123 20.0


ESTREITO ,
20.0 124 LAJES 132 1
20.0
9 JAGUARA 9 20.0 127 SOBRAGI 198 20.0
10 IGARAPAVA 10 1

20.0 130 I.DOS POMBOS 301 20.0


11 VOLTAGRANDE 11 20.0 131 N.PECANHA 131 20.0
12 PCOLOMBIA 12 20.0 132 FONTES 132 p20.0
i
i
`

14 CACONDE A

14 20.0 133 P.PASSOS 306 20.0


15 iEUC. CUNHA 15 20.0 134 SALTO GRANDE 134 20.0
"
16 íA.s.oL1vE1RA 16 20.0 144 MASCARENHASÍ 144 20.0
`
`

17 .MARIMBONDO 17 20.0 156 TRES MARIAS 156 20.0


18 ;A.vERMELHA 18 20.0 192 *Guu_MAN 262 20.0
A

25 NovA PONTE !sERRA MESA


1

25 20.0 251 270 20.0


OJ|\)|\)|\)|\)Í\J|\)|\¡|\Jf\)|\)|\)|\J-\-š-\-Â--L-K.-x_L..\_x..;._›._¡...L_¿

_.\._;_x...›_¡.._›_s._.\.._.\_›_x_x..x_s_x._\..x_\_.\_;_¡_¡..__\_;___¡_¿__¿__¡

E 1

ze WHRANDA 1

206 .
20.0 1, 74 1=ozDoARE|A 1
74 30.0
coRuMBA| 209 73 D..1oRDAo 73 100.0
`

30 20.0 ,Í

24 E1v|BoRcAcAo 24 20.0 76 sEGREDo ,


75 30.0,
31 ITUMBIARA 31 20.0 77 SLT.SANT|AGO 77 30.0
32 C.DOURADA 32 20.0 78 iSALTO OSORIO 78 30.0
33 SAO SIMAO 33 20.0 82 SALTO CAXIAS 222 30.0
37 BBONITA 93 PASSO FUNDO
I

93 30.0
I

37 20.0
38 ,A.S.LIMA 38 ,
20.0 110 ,ERNESTINA ,
110 30.0
as i|BmNoA
I

39 20.0 111 PAssoREA1_ 111 30.0


40 PRoM|ssAo 40 20.0 112 fJAcu1 112 30.0
A

1 N

42 NAVANHANDAVAI 42 20.0 113 ITAUBA 113 30.0


44 f|.SOLT.EQV. f
44 20.0 1
115 G.P.SOUZA A
115 1
30.0
45 ,JUPlA ,
45 ¡
20.0 295 T.MARlAS FIC ,
156 20.0
~~
46 PPRIMAVERA
47 iA.A.LAYDNER
49 XAVANTES
50 L.N.GARCEZ
61
62 TAQUARUCU
63 ROSANA
66 ITAIPU
118 B|u_|Nes
SS

13
14
15
16

U)

A
LA

OO

›-À
¡....i

\)

\I
.›

M.)
CAPIVARA

A Tabela

capacidade máximo das usinas, de acordo

capacidade mínimo é
de cada usina.

Classe
Térmica

z
1

Angra
Nome da Usina

Igarapé
St.
St.
1

Cruz
Cruz
Piratininga

R.Silveira
Cuiaba Diesel
P Médici A
P Médici B
J. Lacerda C

J. Lacerda B

J. Lacerda Al

J. Lacerda A2
1

Piratininga 3 4
Carioba
2
3 4

G
1

Í
2
1

Â
46
47
49
50
61
62
63
66
0) ...x

também informada

Tabela 5.2
(O

indica o subsistema ao qual pertence à usina (1=sudeste; 2=sul; 3=norte; 4=nordeste).

5.2 apresenta as centrais termelétricas existentes

do sistema gerador, agrupadas em classes térmicas, de acordo com o tipo de combustível e


custo de operação. Esta tabela apresenta

,
1
Nuclear
Óleo

'Gás

*
`

Óleo
Óleo
Óleo
Óleo
Óleo
`

Óleo
p

Carvão
Carvão
Carvão
Carvão
Carvão
Carvão
_.L_.x_x_.x_;_;...¿_\....;

Tipo de
Combustível
.
20.0
20.0
20.0
20.0
20.0
20.0
20.0
20.0
2o.o

A
Í
i

Í
\

com a

- Sistema Térmico Existente


Fator de
Capacidade
169 SOBRADINHO
172 JTAPARICA
176 COMPPAFONSOJ
178 XINGO
190 B. ESPERANÇA
291 SERRA MESA F
275 TUCURUI
272 CURUA-UNA

também a capacidade

Máximo
97
classe térmica.

a potência minima a ser considerada na operação

'
,

'32
1

.

Capacidade

657
1.11
iós
440
zoo
270
36

150
12ó
320
sós
262
100
132
K
Í

Í
Í

na configuração

instalada e
.
169
172
176
178
190
270
275
277

Baseado no fator de

GTM,
(MW)

300.00
46.00
56.00
65.00
31.81
74.00
3.00
4.00
13.70
68.00
156.00
194.00
162.00
41.76
65.10
Í
1

Í
__

A
-Ã-Ã-P(›)(›7(.›J(›)Í.0

o fator de

(RS/MW)

8.50
24.33
41.55
41.55
48.63
48.63
46.61
44.49
88.70
22.32
22.32
38.99
42.48
48.92
48.92
1

Custo
20.0
100.0
100.0
100.07
100.0
100.0
20.0
20.0
86

inicial

201
16 4
Í

17 Figueira 1
Carvão 5.00 68.33
Charqueadas Carvão 72 25.00 53.29
24,
18 Í

19 Nutepa L
Óleo 3.00 50.97
20 Alegrete 1
Óleo 66 4.00 98.52
21 S.Jerônimo Oleo 17 5.00 95.25
29 Camacari I Í Í
Óleo 70. 290 Í
020
.
Í
128 90 .
87

Na elaboração do caso de referência, considerou-se, além do programa de expansão


da oferta de energia elétrica prevista no Plano Decenal de Expansão, uma empresa
geradora termelétrica a gás natural inserida no subsistema sul, com capacidade instalada de

500 MW, fator de capacidade máximo de 90% e um custo de geração estimado em


R$30,00 por MW. V

5.4 - Estimativa do Preço Spot e Despacho das Usinas

O despacho das centrais geradoras é traçado pelo ONS de acordo com uma
programação de despacho Ótimo econômico, assim como a determinação do preço spot é
feita pelo agente de contabilização e liquidação (ASMAE) de forma centralizada.
Por conseguinte, este trabalho utiliza o programa NEWAVE, em particular os

módulos Newave e Newlistop, para obtenção destes parâmetros. Os resultados obtidos


através da execução do programa NEWAVE, versão 7.3a, quais sejam, os Custos

Marginais de Operação - CMO para o sistema interligado e o Despacho Térmico da central

sob análise foram calculados para cada uma das 63 séries históricas de afluência, conforme

detalhado no Anexo C. O tempo de execução do sub-módulo NEWAVE, considerando-se

um horizonte de análise de 10 anos, foi de aproximadamente 3*/z h utilizando um


computador Pentium II 450 MHz.

Como NEWAVE se encontra em fase de validação no âmbito do MAE,


V

o programa

foi avaliada a influência da taxa de desconto e do número de séries sintéticas usadas no

NEWAVE, como segue.

Influência da Taxa de Desconto

A análise de sensibilidade se propõe a verificar a influência da taxa de desconto no

desempenho do Newave. Segundo Ramos [29], variações de 8 a 12% na taxa de desconto


influem pouco nos resultados finais do Newave. Verifica-se que a variável que mais sofi'eu
C

impacto foi o Custo Marginal de Curto Prazo - CMCP.


_88

Influência do Número de Séries Sintéticas

O programa Newave foi executado considerando 500, 750, 1000, 1500 e 2000
séries sintéticas numa análise de sensibilidade com respeito ao número de séries sintéticas

na expectativa de que diferenças entre os despachos fossem diminuindo à medida em que o


número de séries sintéticas consideradas aumentasse.

Entretanto, tais diferenças não foram verificadas com a variação do número de


séries sintéticas. Isso se deve ao fato de que as séries sintéticas são obtidas das vazões
de
históricas, preservam as características da amostra original (médias, desvios padrão,
coeficientes de correlação espaciais e temporais, etc.). Desta forma, a partir de um certo

nivel de participação de oferta térmica, o sistema pode ser levado a um ponto operativo
pouco sensível às variações hídrológicas.

5.5 - Análise Probabilística

Nesta fase, são avaliados os riscos operativos associados a cada uma das séries

históricas de afluência. Considera-se para tanto que a empresa em analise estaria

totalmente exposta as oscilações do preço de mercado, ou seja, não possuída nenhum


percentual de energia contratada bilateralmente.

Tomando como base o CMO e o despacho -da central obtidos com apoio do

Newave, que neste estudo faz as vezes do ONS e do ASMAE, foi obtida a evolução do

valor presente liquido - VPL, ao longo -do periodo de simulação (10 anos), a qual é

ilustrada na Figura 5.2.


89

f;//////3 4 000 000 000

.›;*~:‹*:=›|ffãíšíjg51zíÊšEf;f:í=z:"¡fí¡h:;¡¡¡¡mím””¡
v .
3 000.000 000
I

.
z
A š'
P_`
lllílll-'fill'
M
""'
*~f*'*fff›ffâ'!.';,f,=;'â.«:af~alii \s:€íítrff¡'›=,fi,'i'.=f=ff:.f:;:§:;ff5fs=|41%//féfí?$!¿fl›‹..l


"*”'-=»$š~_fÍ:š§šfff%f§š.í¿.Êfff'ff"ÉíííÍllílflfjíjiiñíifflzílf;ffÍÉÊÍÍIFší!;šiz,f."'//ÃiZii';""~~-›..

“f-'zfiif:5§;=fi:::*›5z;i›z;í:Ez¡Ê.í,|.,,
f ‹›“':'*'fz',:~f'z'l_.,
JI”
.,-. °

`ln1I
'
= «z
z
,
'-‹. ›' '-Ii ~' ‹f^|
}l¡=¡h¡:
*I 5:' ::-..'^'»- 5. 9. :fz Ii "31 -".:
¬
¡

"'^'ff¿ffš=ffiflêé:¡1fa#2›;!âzâzamyzëffšszšfšiíz'*=›&;~:z'‹%
Ui |l
~ -

`‹ -z.‹w«=»‹›‹›~‹›‹›
M» ““
= Q "~"'
9m
..
N
1, «»
,_ ,_ //,z/_›¡¡']_u¡,¡;:::¡¿gI¡¡/WV5.U
._
ã
,` _98 ,_

- _ SH
,

1///mg/I 98
_
'z
97
912 SH
g F
961
zz.
__ SH

§ N ›~ %2
957
__
911962

SH
SH
SH
seus
: 937
942 -
94 __
SH Hzsmrku
939 SH
SH
SH
SH
sn

Figura 5.2 - Evolução do VPL ao longo do período de simulação - UTE 100% Spot

'

A Figura 5.3 apresenta o VPL no fim do período de simulação, para cada uma das
63 séries históricas.
'

5.05-+09

_.____._›

4.GE+0 to
__

3.0E+0 ‹a

2.0E‹0 cn

1.0E+09

-1.os+o9 f

-zoeâoa J

Figura 5.3 - Avaliação do Risco Operativo para condição de 100% spot.

Como se pode observar na Figura 5.3, a grande maioria das séries históricas
apresenta VPL negativo, ou seja, nestas séries de afluência o risco de operação no mercado

spot é inaceitável. Em contraste, as séries históricas de 1955, 1956, 1934, 1954 e 1953

apresentam retorno positivo. Uma síntese do desempenho financeiro associado a operação


no mercado spot “puro” (sem contratos bilaterais) é apresentada na Tabela 5.3.
_90

Tabela 5.3 ~ Freqüência de retorno do investimento


Retorno do Investimento Número de Percentual
(em bilhões de Reais) Ocorrências
2,0 <= VPL <= 4,0 1,6%
1,0 <= VPL <= 2,0 1,6%
0,0 <= VPL <= 1,0 4,8%
‹£J>bJ›--l›-\

- 1,0 <= VPL <= 0,0 6,3%


- 2,0 <= VPL <= - 1,0 85,7%

É importante destacar que o calculo do VPL apresentado leva em consideração as

seguintes premissas:

a) O montante de gás natural contratado com o setor de gás é de 2.787 .81 5,85 m3 /
diários. Foi adotado 0 preço de referência válido para o período até 31/12/2008
- Região SE/ SUL/C.OESTE - [30], o qual é composto pelas parcelas:
Commodity (l,13 US$/MMBTU) + Transporte (0,929 USS/MMBTU).
b) Imposto de renda

15% para Lucro Operacional <= RS 240.000,00 e 25% para Lucro Operacional
> Rs 240.000,00

c) Depreciação do equipamento: considerou-se uma vida útil de 30 anos e o valor

do equipamento equivalente a R$ 750.000.000,00.

d) Capital de giro e despesas com marketing foram consideradas nulas.

5.6 - Análise Paramétrica

A avaliação dos riscos operativos (Figura 5.3), indica que a probabilidade de

retorno do investimento é de aproximadamente 8% (Tabela 5.3), e que é necessario tomar

medidas que atenuem os riscos envolvidos.

Conseqüentemente, deve-se avaliar as possibilidades de melhorar o desempenho


empresarial, em primeira instância, através de diferentes niveis de contratos bilaterais

(CBL”s), que garantem um fluxo de caixa independente do mercado .spot e das instruções

de despacho. Para isso, as 63 séries históricas de afluência foram avaliadas em termos do


91

valor presente líquido - VPL, considerando diferentes percentuais de contratação bilateral

conforme resumido na Tabela 5.4. .

A relação de energia contratada bilateralmente / energia comercializada no mercado


spot será designado “fator de comercialização” - FCOM, definida como segue:

FCOM I Energia Contratada Bilateralmente


Assegurada
x 100%
Energza

Conforme se pode verificar na Tabela 5.4, o desempenho empresarial melhora à


medida em que aumenta o fator de comercialização de energia, não obstante ainda
permaneça negativo na grande maioria das séries históricas. Isto se deve ao baixo preço

adotado nos contratos bilaterais (60,00 R$ / MW).

As séries históricas com VPL positivo para a condição de UTE totalmente exposta
ao mercado spot (S.H. 1934, 1953, 1954 1955 e 1956), apresentam um resultado

inversamente proporcional ao aumento da participação de CBL”s. Este comportamento,


mostrado na Figura 5.4, se deve aos elevados preços spot associados à ocorrência destas
séries. Desta maneira, mesmo garantindo um fluxo de caixa positivo ao preço estabelecido

no contrato (RS 60,00 / MW), este ganho é ainda muito inferior ao valor da energia se esta

fosse vendida ao preço de mercado (225,95 R$ / MW em média para a SH 1955).


~ S. H.

1932
1933
1934
1935
1936
1937
1938
1939
1940
1941
1942
1943
1944
1945
1946
1947
1948
1949
1950
1951
1952
1 953
1954
1955
1956
1957
1958
1959
1960
1961
1962
1963
1964
1965
1966
1967
1968
1969
1970
1971
1972
1973
1974
1975
Tabela 5.4 ~

.I

I
0%
-1.490.109.122
-1.246.396.709
813.207.713
-1.115.360.111
-1.066.055.053
-1.334.644.747
-1.432.sõs.79s
-1.322.855.166
-1.456.475.797
-1.1o7.291.007
‹1.421.317.280
-1.486.843.094
~700.964.630
-1.150.262.925
-1.499.23s.926
-1 .490.673.206
-1.491.132.s30
-1.394.247.734
-1.40ó.000.441
-1.390.950.505
-1.201.334.074
498.574.394
807.634.252
3.s50.314.557
l.605.598.478
-1.397.-499.352
-1.45o.559.7õ0
-1.418.955.312
-1.468.733.904
-1.499.23s.92ó
-1.486.699.883
-1.172.350.823
-743 832.276
-1.482.`721.199
-l.499.238.926
-1.499.23s.92ó
-1.208.522.3-48
-163.132.223
-1.168.486.587
-315.452.161
-1.114.407.175
-1.499.238.926
-1.4s1.718.334
-1.368.797.206
.
VPL para diferentes percentuais de participação

I
I

~
20%
-1.201.669.486
-1.041.043.486
589.123.249
-940.391.308
-907.390.229
1.120.3>9.073
‹1.196.-483. 133
-1.113.855.597
-1.211.353.883
940.778.163
-l.l71.637.403
-1.237.756.653
-614.635.406
-974.720.445
-1.20ó.557.s72
-l.199.136.678
-1.220.971.302
-l.172.453.138
-1.17ó.só1.3ó2
-1.153.351.100
-1.021.557.245
340.641.904
575.955.454
2.947.824.332
1.193.õ92.s23
-1.145.822.617
-1.193.15s.3óé
-1.186.440.669
-1.225.396.807
-l.213.163.352
-1.235.138.108
-983.353.809
-645.250.027
-1.194.717.545
-1.204/438.927
-1.219.223.54ó
-1.020.386.236
-184.146.113
-994.258.397
-306.609.956
-930.846.467
-1.201.491.29s
-1.193.917.399
-1.143.415.192
I

I
I

`
I

I
40%
FCOM
-913.229.850
-835.690.263
365.038.735
-765.422.505
-74s.725.405
906.073.398
-960.097.467
-904.856.028
-966.231.969
-774.265.319
-921.957.525
-988.670.212
-528.312.181
-799. 177.966
-913.876.810
-907.600.151
-950.809.774
-950.658.542
-947.722.233
-915.751.696
-841.780.416
1s2.70s.915
344.276.657
2.045.334.108
7s1.7s7.1õ9
-894. 145.882
-935.756.972
-953.926.025
-982.059.711
-927.087.778
-983.576.332
-794.356.794
-546.667.779
-906.713.891
-909.638.928
-939.208.166
-832.650.123'
-205.160.003
-320.030.206
-297.767.751
-747.235.760
-903.743.670
-906.116.464
-918.033.179
I

I
I

I
I
60%
›624.790.214
-630.337.040
140.954.321
-590.453.703
-590.060.581
-691.787.724
-723.711.802
-695.856.459
-721.110.055
-607.752.476
-672.277.648
-739.583.771
-441.985.957
-623.635.487
-621.195.764
-616.063.624
-680. 648.247
-728.863.946
-718.583.204
-678. 152.292
-662.003.587
24.775.925
112.597.859
1.142.843.883
369.881.514
-642.469. 147
-678.355.578
-721.411.381
-738.722.614
-641.012.204
-732.014.556
-605.359.779
-448.085.530
-618.710.236
614.838.929
-659. 192.786
-644.714.011
-226. 173.893
-645.802.016
-288.925.546
-563.725.052
-605.996.042
-618.315.529
›692.651.166
no mercado spot

80%
-336.350.579
-424.983.817
~83.l30.143
-415.484.900
-431.395.757
-477.502.049
-487.326. 137
-486. 856. 890
-475.988.141
-4-41.239.632
-442.597.770
490.497.331
-355.659.733
-448.093.007
-328.514.710
-3 24.527.097
-410.486.719
-507.069.350
-489.444.124
-440.552.888
-482.226.759
-133.157.064
-119.080.938
240.353.659
-42.024. 140
-390.792.412
-420.954.134
-488.896.738
495.385.517
-354.936.630
480.452.730
-416.362.765
-349.503.282
-330.706.582
-320.038.930
-379.177.406
456.777.898
-247.187.783
471.573.325
-280.083.341
-380.164.344
-308.248.413
-330.514.594
-467.269.153
`

I
I
I

I
I

I
_
100%

-307.214.608
-240.516.097
-272.730.933
-263.216.375
-250.940.471
-277.857.321
-230.866.227
-274.726.788
-172.917.892
-241.410.890
-269.333.508
-272.550.528
-35.833.656
-32.990.570
-140.325.192
-285.274.754
-260.305.045
-202.953.483
-302.449.930
-291.090.054
-350.759.736
-662.136.566
-453.929.795
-139.115.677
-163.552.790
-256.382.094
92

-47.910.943
-219.630.595

-252.048.112 1
-68.861.056
-223.891.004
-227.365.750
-250.921.033
-42.702.928
-25.238.931
-99.162.026
-268.841.786
-268.201.674
-297.345.635
-271.241.135
-196.603.636
-10.500.785
-42.713.659
-241.337.146
1976 -1.459.895.961 -1.179.867.554 I
-899.839.146 -619.810.739 -339.782.331 I
-59.753.924
1977 -1.499.23s.92õ -1.22s.so1.145 I
-958.363.364 -687.923.383 -417.487.802 -147.050.022
I

1978 -1.446.233.315 -1.200.2ós.272 I


-954.303.229 -708.338.186 -462.373. 143 -216.408.099
1979 -1.489.914.986 -1.211.050.783 1

-932.159.580 -653.268.378 -374.377.175 I

-95.485.973
7.444.266
I

1980 -1.499.238.926 -1.197.902.287 -896.565.649 -595.229.011 -293.392.372 I

1981 -1.499.238.926 -1.220.õõ1.731 I


-942.024.536 -663 507.342 -384.930.147 -106.352.953
-1.499.23s.92ó -1.19s.224.1ó4 -s97.209.4o2_I -596. 194.640 -295.178.878 5.834.884
1982 I
I

31.748.714»
I

1983 -1.-199.238.926 -1.193.041.398 -886.843.870 -580.646.342 -274.448.814


-18.673.207
1

1984 -1.4õs.562.27õ I

-1.17s.5s4.4ó2 I
-sss.õ0õ.ó4s I
-598.628.835 -308.651.021 I
I

-1.218.383.276 -937.527.626 -656.671.976 -375.816.326 -94.960.677


1985 -1.499.238.926
-1.186.871.703 -943.795.545 -700.719.386 -457.643.227 -214.567.068
1986 -1.429.94'7.862 I

-99.213.592
I

1987 -1.491.550.670 -1.213.os3.254 -934.615.338 I


-656. 148.423 -377.621.007 I

-1.487.111.654 -1.220.758.093 -954.404.533 -688.050.972 -421.697.412 -155.343.852


1988
-I.212.917.388 -926.595. s5o -640.274.312 -353.952.775 -67.631.237
1 989 -1.499.238.926 I

I
I

-16.694.917
I

1990 -1.499.'238.926 -1.202.730.124 I


-906.221.322 I
-609.712.520 -313.203.718
-1.206.866.-187 923.185.120 -639.503.753 -355.322.387 -72.141.020
1991 -1.490.547.s54 _
I

-596.952.429 -296.190.263 4.571.902


I

1992 -1.499.238.92ó -1.198.476.760 -897.714.595 I

-1.196›.219.ó04 -901`.Z89.946›I -606.560.289 -311.730.ó31 -16.900.973


1993 -1.1-191.049.262
¬
I

-38.093.999
I
I

-622.551'.9'70' -33u..›¿1..9ó4
1

1994
I

I
- 1 . 499 230 926
. .
-1 207.009.940-
. I
-914.730-.955 I I
I

Obs.: Valores expressos em Reais.


93

3.000i000.000 ›
%
2. 500. 000 000 -

2 ou o.o oo ooo
_ .
1
--`íii:íz£~'â?›1

5,
.j._1_1;.

Q
-;-.:-:

;-;;.-:š:`~.\
..=.:_.:.í

1.500.000.000 í j-jzj5jš§ ~. “-2

:ÊíÊ:ÊíÊÍš
f-=»=-~'-
|::2o% cal.
5'Í"Ê¡Ê"i'
\×,
5

:íiíëfëiš
4°* CBL
1.000.000.000 nsoss CBL
DMCBL
~, :§:iÍ%_;i: %:;;§:§:§

\ i

mooss cel.
soo.ooo.ooo _
,W
..z-zzê
9%?

sH19s4 J.
sm sm V- smsss sn-41956
zwâ
.'. _ '.'I'?¢'.'
fz1.~'+'z. .. ._

:zm z
-soo.ooo.ooo -

-1.000.000.000 ‹

Figura 5.4 - Variação do VPL versus CBL's

5.7 - Análise de Estratégias

Dadas as incertezas com respeito à ocorrência de uma dada série de afluência do

histórico, é fundamental que o gestor avalie e selecione estratégias e políticas que

assegurem um desempenho empresarial satisfatório, conforme discutido no capítulo O3.

Tendo em vista a impossibilidade pratica de analisar e selecionar estratégias para

cada série hidrológica, optou-se por pré-selecionar três cenários hidrológicos

representativos de distintas regiões no espectro de hidrologias. A seguir, analisa-se o


desempenho empresarial sob cada cenário e formulam-se estratégias de controle de risco.

5.7.1 - Seleção dos Cenários de Referência

Os cenários de referência foram selecionados no objetivo de permitir ao gestor

avaliar o desempenho da empresa de geração sob situações extremas de hidrologia. Nesse


sentido, com base nos resultados do Newave, os cenários foram montados considerando-se

a repetição das séries históricas dos anos de 1947, 1954 e 1955 (representando afluências

baixa, média e alta, respectivamente), ao longo do periodo de simulação.


94

A Figura 5.5, Figura 5.6 e a Figura 5.7 apresentam a evolução do CMO do sistema
e do despacho da empresa de geração (EGTGN) em análise ao longo do período decenal de
simulação, respectivamente, para cada cenário. Observe-se que o valor declarado pela

empresa ao ONS foi mantido constante e igual a 30,00 R$ I MWh nos três cenários.

Cenário Alto - S.H. 1955

§
KID

`
RSMW
ëšä

°
-<»= asa; eaâsszz ssõg -
13

Mês

Oellállø Mio - S.H 155


l

ãššgëëãšš

elš

0 1o2oao4osoeo1oaoso1no11o12o1
Més

Figura 5.5 - Evolução do CMO e Despacho da EGTGN - Cenário Alto.


ceréno de Referência ~ s.H. 1954
`

51)
41)
šan
na zoo -
1W ~

O
- ° = 2 n s e s 3 2 5 s s
g -13
Mês

Oenáriø de Rehrèncii - $.H. 1964

MW z8§š§§§§§§§

Inniqgnn

“FÉI
ÍÍIIIIII

20304050607080901m110120
. . . . . z . v I 1

0 10
i

M6:

Figura 5.6 - Evolução do CMO e Despacho da EGTGN - Cenário Referência.

cenâno sem - s.H. 1941


`

40

30

šz,
Ê10

°*°.'=ä2ã3$9B8Rz'5888."¿§“
Mês

cenario Baixa - sm-L 1941


`

zsššãwšãäâšë

0102030405060708090100110120
M6:

Figura 5.7 - Evolução do CMO e Despacho da EGTGN - Cenário Baixo.


96

A formulação destes cenários levou em consideração o mesmo plano de expansão

apresentado inicialmente. O valor adotado para os contratos bilaterais de compra e venda

de energia foi equivalente a 35 US$ / MWh, valor este verificado em contratos recentes de

compra de energia.

5.7.2 - Análise das Estratégias Empresariais

A partir dos cenários especificados, foram avaliadas diversas estratégias gerenciais,

com vistas a identificar o potencial de melhoria do desempenho e redução do risco

empresarial.

Dado que o preço spot e o despacho estão fora do controle da empresaz analisar-se-

á a possibilidade de alterar os contratos de fornecimento de gás natural e a escolha da

tecnologia de geração (ciclo simples/ ciclo combinado).

5.7.2.1 - Alteração de Contratos de Gás Natural

A alteração dos contratos de gás natural afeta, a principio, somente o montante e o

preço de gás contratado. Uma opção adicional estaria disponível se for criada a figura do
consumidor-pulmão conforme apresentado pelo Anexo B. Desta forma, a alteração dos
contratos de gás natural será abordada a seguir segundo três enfoques, descritos a seguir:

> Alteração no montante contratado

A alteração do volume de gás natural contratado implica numa alteração do fator de


capacidade mínimo declarado pela empresa ao ONS. Neste caso, se existir alguma
restrição de geração mínima imposta pelo agente gerador, o montante de energia
correspondente não entra na formação do preço MAE e seria liquidado ao preço declarado
pelo gerador.

Como a restrição de potência minima pode ser originada por contratos take-or-pay

é avaliada a influência da variação no fator de capacidade minimo da central sobre o

3
Admitindo-se ausência de poder de mercado por parte da geradora.
97

desempenho empresarial da EGTGN. Através da Figura 5.8 e Figura 5.9, veiifica-se as

alterações decorrentes do fator de capacidade mínimo declarado tanto no despacho da


empresa como no próprio CMO do subsistema no qual a empresa está inserida, ambos
calculados no módulo NEWAVE (Figura 5.1).

SH 1955

525:! GT|'ri'10
__Êíñi¡¡;

GTr|'i'11(D
zsšššëšäššš

IIIIIIII
-1Gl'rIi't2(D
ígggginggz

_§ DOGQã
íÉ:::ššš=: nnnngggn

z;.:!:!::ãE
“ah-..;;;::

~
H- __

1-Y|`
F

1 N .zz 92

SH 1954
is
ø
ê
,4

.F

l
as l

GTn'i'I0
`

as 1 fz..

u GTIfi'I1(D
a
íííílíllfii
pII-ÊQQQQ

'Z-GTrI'h2l`D
â
w"-;;;äf%:
__L
¬w!:i;;,.;; .F=í____;¿____

ã 45‹¡IÉI__z_-
a1.IIII---

z _

'iii

. .b
"'.`-'K3 #298 111
`

SH 1947
450
400
350

gzm -srrrn o
ermn 1oo
150 iernúz zoo
100
50
0
reasâeõe B5 ag

Figura 5.8 - Evolução do Despacho da EGTGN em Função da Restrição de Potência


Mínima
CMO SH 1955
1200
'IOM
:mo GIDÍHOMN
šem *_..__ Gmin10OMN

W
400 íGÍmin20OMN
¬=! 1!- I 'IÇ__ EE,
20° -sv!

ÚNOQDQ
ii

o É '_

1~(\VlDÍflI` 92 105 116

CMO SH 1954
&0
510
4% --enmnowv
â $0 eum1oowv
š ZX) -eminzoou/v
1(D

O
fzszassagg
Més

CMO SH 1947

358888 _azmom/v
Rs/Mvvn _eum1oowv
_azm2oou/v
5
0
fcsaessagM
Més

Figura 5.9 - Evolução do CMO em Função da Restrição de Potência Mnnma da EGTGN


99

Tomando como base estes novos parâmetros, as Figuras 5.10, 5.11 e 5.12

apresentam a sensibilidade do valor presente líquido à restrição de potência minima


informada ao ONS. Como se pode verificar nos cenários alto e de referência, Figura 5.10 e

Figura 5.11, respectivamente, o desempenho empresarial tende a ser inversamente


proporcional ao aumento do fator de capacidade mínimo. Isso se deve ao fato de o preço

spot, em alguns períodos, estar abaixo do preço necessário para que a empresa cubra suas
despesas, e mesmo assim tenha que gerar o montante associado à restrição de potência

mínima. Já no cenário baixo, Figura 5.12, verifica-se a situação inversa, devido ao preço
do mercado .spot (MAE) aumentar, em alguns periodos, com o aumento do fator de
capacidade mínimo.

_
5,0E+09

4.0909
3.05%
ÍÍI 1-_'/*Zi
É 2,0909
- i
/_/__/J;-,:
1.0B09
°,~ l Í 1 Í I I 1 1 I I

21 41 61 81 101
-1.0E+09
NBs

_
I- PT_M¡n_o wv- Pr_|v¡z_1oo um -- PT_|wz_2oo Mw]
Figura 5.10 - Sensibilidade do VPL à Restrição de Potência Minima - Cenário Alto.

É
1.0E+O9

5,0E-008

0,0E+(X)

-5,0E+08

-1 ,nem
. ¬ _
z

41
Í
.f
~*
1

61
. z

81
.

101
i z .

nas

ç
|-- Pr_|w›_o |wv-- Pr_um_1oo Mw- Pr_|m_2oo wvl

Figura 5.11 - Sensibilidade do VPL à Restrição de Potência Mínima - Cenário Referência.


100

0,0E*0O
-2,0808 21 41 61 81 1.01

4,oE›oa

Y?¶
ai
4s,oe›oô
Q -a.oE›os
-1,oE›os
-1,2e›oe
'
_
-1.4e›os aí? ¬¶_`%v'
-1 ,caos

_
IES

|- Pr_|m_o wv Pr_|wz_1oo M/vi Pr_|v¡n__2oo uw|


Figura 5.12 - Sensibilidade do VPL à Restrição de Potência Mínima - Cenário Baixo.

> Alteração no preço do gás contratado.

Como os contratos de gás natural estabelecem preços dólar, a análise de


sensibilidade do preço do gás às variações cambiais é um elemento importante na análise
do desempenho empresarial da EGTGN. Isso se deve ao risco de a empresa ter de pagar o
gás contratado em dólar e receber o resultado da venda de energia em reais.
Neste contexto, a Tabela 5.5 apresenta a sensibilidade do VPL da empresa às
variações no preço do gás natural devidas às oscilações cambiais.

Tabela 5.5 - Sensibilidade do r o do ás natural à varia ão cambial.


Variação Cenário Cenário Cenário
Percentual no Valor Alto Referência Baixo
Cambial do GN
+ 10 % 3.775.390.664 732.710.359 -1 .565.597.098
+5 % 3.8l2.852.610 770.172.306 -1.528.135. 152
Valor Base 3.850.314.557 807.634.252 -1.490.673.206
- 5 % 3.887.776.503 845.096.198 -1.453.211.259
_ __.. 382~558~145 _.

Analisando esses resultados, verifica-se que o cenario alto apresenta menor


sensibilidade à variação cambial (variação de 1,95% com relação ao valor base), devido
101

aos elevados preços spot. Nos demais cenários, oaumento da despesa oriunda da variação
cambial tem um maior reflexo no fluxo de caixa e, portanto, no VPL. -

> Flexibilidade Contratual

Como apresentado no anexo B, uma alternativa que pode reduzir o impacto da


inflexibilidade dos contratos de gás sobre o desempenho da EGTGN seria um mercado
intemiptível de gás, também denominado “consumidor pulmão”. -

A Tabela 5.6 mostra para cada cenário proposto a influência_do grau de liberdade
permitido/fornecido pelo setor de gás natural no desempenho da EGTGN, considerando
diferentes níveis de comercialização de energia elétrica (spot / bilateral).

Tabela 5.6 - Sensibilidade do desempenho empresarial aos contratos de GN


Rígido Flexível
_
(sem liquidação) Mensal Anual
> -662.136.565 -576.638.222 -579.439.864
W
'Vo

CBL -350.759.736 -213.414.743 ~

-218.551.886
100
W -32.990.569 336.767.301 318.305.026
> l.594.088.995 1.679.587.339 l.676.785.697
FCOM
50%› CBL W 228.437.258 365.782.251 360.645.108
W -761.831.887 -392.074.016 -410.536.292
> 3.850.314.556' 3.935.812.900 3.933.011.259
0%› CBL W 807.634.252 944.979.245 939.842.102
U1
.
-1.490.673.205_. -l.l20.915.334 -1.139.377.61()
. _

A ~ cenário alto;
R - cenário de referência; "

B ~ cenário baixo.

Verifica-se nos três níveis de contratos bilaterais apresentados, que o desempenho


empresarial melhora quando se flexibiliza o consumo de gás. No entanto, a liquidação

mensal do gás excedente ao contratado apresenta-se sensivelmente melhor que a liquidação


anual.

Ressalta-se que os resultados da Tabela 5.6 consideram que o gás excedente foi

negociado a um valor equivalente a 50% do preço de compra. Isso, apesar de representar

um fluxo de caixa negativo, diminui o prejuizo decorrente do excesso de gás contratado.


`

102

Esta informação é de grande importância para o PIE, pois permitirá que os


montantes contratados com a indústria de gás sejam avaliados frente a cenários futuros de

evolução, tanto do mercado de energia elétrica (projeção de demanda, despacho e CMO),


quanto do próprio mercado de gás (preço e disponibilidade).

5.7.3 - Seleção de Tecnologia de Geração

A influência da escolha da tecnologia de geração sobre o desempenho empresarial


foi avaliada considerando-se uma política de expansão na capacidade da EGTGN de
SOOMW para 75 OMW .

Conforme mostrado na Figura 5.1, a estratégia baseada na tecnologia de geração


requer uma nova execução do Newave para avaliar a influência do aumento da capacidade

térmica sobre a evolução do CMO e sobre o despacho da central.


Além disso, como o aumento da capacidade implica em acréscimo do consumo de

gás, pode~se deparar com duas opções para atendimento dessa demanda adicional de gas:
compra do montante adicional no mercado spot de gás ou aumentar o volume de gás
contratado.

A Tabela 5.7 mostra o desempenho da empresa através do VPL (expresso em reais)


para os três cenários propostos.

Tabela 5.7 - Avaliação da expansão tecnológica no desempenho empresarial.


Expansão Tecnológica
Caso Base' i

Compra de GN no Aumento do Volume


_ .
.
Mercado Spot
_
Contratado

Alto 3.850.3l4.556 3.906.697.73O 3_907.061.574


io
I

807.634.252 499.932.888 479.988.503


A

Cenár
Referencia

Baixo -l.490.673.205' -l.761.07l.989 -l.875.805.435


l

ff

Da Tabela 5.7, verifica-se que somente no cenário alto o aumento no volume

contratado de gás supera a alternativa de compra. no spot. Isso se deve ao valor do CMO
estar acima do preço declarado pela central, o que leva a central a ser despachada na sua
103

potência máxima. Nos cenários de referência e baixo, a compra de gás no mercado spot
mostra um melhor desempenho por não exigir um consumo fixo de gás e não acarretar
despesa caso a planta não seja despachada, criando uma folga de caixa que compensa a
diferença de preço entre os contratos e o mercado. Neste trabalho, adotou-se que o preço

do gás no- mercado spot é equivalente a um acréscimo de 30% no valor estabelecido em


contratos.

5.8 - Estratégias Adaptativas

O estudo de caso se baseou, até agora, numa análise comparativa de estratégias


“estáticas”, ou seja, de estratégias pré-definidas e políticas invariantes ao longo do período
de analise.

Esse procedimento, conquanto usual e mesmo necessario para assegurar a

comparabilidade de estratégias alternativas e permitir a identificação de estratégias


“robustas”, tende a subestimar o valor de uma EGTGN, na medida em que desconsidera os
aspectos de flexibilidade na gestão empresarial. Esta flexibilidade se traduz, com

freqüência, em ganhos de valor devido a possibilidade de criar estratégias flexíveis (ou


adaptativas, no sentido da Teoria de Controle).

Para avaliar o potencial do ganho de valor e/ou redução dos riscos empresariais,
foram realizadas simulações adicionais, com base no cenário de referência anteriormente

avaliado.

A observação da Figura 5.13, revela que, não obstante ter VPL positivo ao final

do periodo de análise, o fluxo de caixa associado ao cenário de referência apresenta


diversos periodos com receitas líquidas negativas, que poderiam inclusive se traduzir em
necessidades adicionais de capital de giro, com custos financeiros elevados.
_lO4

1,5E+08 ~

1,4E+O8 ¬ gn

1,2E+08 › z ~~

1,1E+os -l _

9,0E+07 J

7,sE+o7 - *if z
-

ô,oE+o7
o

- i

_!

'

4,5E+o7 - z -_
íilülflñihitliil

_
ífliiàílííáúflim

iii;
...........................

............_.._.....

a,oE+o7-N
A

'ÊÍÍÍUUÀÚOÚCÚÍ

. -‹-_:-um-u_u

ç """"'....._:.:=-

encima

1,5E+o7
`

az
Í A tg
M`
L"
...._...

A F
..._

Í
' '
..._

o,oe+oo I
.__ lií
_ _
.

-1,5E+O7-
'_ to
Seämämëgfigëâífiãgãgëgíg ao <:›
I
Q
Y-'Y-_?'?_

Figura 5.13 - Fluxo de Caixa para o Cenário de Referência.

Uma vez identificados os periodos de n`sco,- cabe atuar sobre as políticas e

estrategias no intento de reverter ou, pelo menos, mitigar o efeito desses “periodos críticos

empresariais”.

A Figura 5.14 apresenta a evolução do fluxo de caixa para três condições de

operação após intervenção nos períodos críticos a partir do quadragésimo mês. A primeira
condição mostra o fluxo de caixa sem nenhuma intervenção, conforme apresentado na
Figura 5.13. A segunda- condição considera uma variação nos CBL°s para 50% nos
periodos 42 a 53 e 63 a 90. A terceira condição considera a mesma variação dos contratos
bilaterais acrescida de uma redução de cerca de 30% no volume contratado de gás, nos

períodos de 40 a 70.
105

6.50E§07

3

5505401

4508407

3.50541? ‹
~

EIBase
25flE+07 EICBL
UCBL+@

1.50Efi07
1

1
z

z

5,00E'PO6 z

ÊÊÍ

~ . i 1 |iÍirâãI|¡Ê|‹Ê|

~'¡.WE+06 - Í
ll'i“i“ll“i“ A“šl'll"El"E"i?"""'ll"l“!“1“l“l“|“i“| __;

1'šíl

-1.50801

r›z° uílfxzë*si*ú°‹§>‹š"‹z?*‹§°‹§°«›°é'f~á*d°v§°'\°~\'*'«°*»\*'‹\'°‹z?¿"e›”'‹§'¶§°‹š°
'

Figura 5.14 - Evolução do Fluxo de Caixa em Função das Variáveis Estratégicas.

A Tabela 5.8 revela que as intervenções realizadas possibilitaram melhorias


significativas, no desempenho empresarial, que justificariam os esforços e os custos

adicionais de renegociar contratos de suprimento e de gás com os demais agentes do


mercado.

Tabela 5.8 - Descrigão da atuação da gerência.

VPL

'Política Estratégia
0

Base amar *Rs so1.ó34.2s2,oo


'

§Nâ‹›
l

Contratos Bilaterais Contratar bilateralmente 50% da capacidade R$ 877 102.860,00 _

Contratos Bilaterais e 1

Contratar bilaterahnente 50% da capacidade `R$ 906.226_664,00

Volume de GN .e Reduzir volume de GN contratado para


70% do volume inicial.
i
_ _ 106

5.9- Conclusao
O modelo técnico-comercial apresentado busca não determinar soluções “Ótimas”
de operação para um produtor independente de energia, mas sim avaliar políticas

operativas que auxiliem a gestão estratégica da EGT. Nesse contexto, a Tabela 5.8 enfatiza

a necessidade de ferramentas que possibilitem a avaliação da influência de variáveis no


desempenho da empresa ao longo do período de análise. Conclui-se, portanto, que os
gerentes precisam focar tanto nos processos do negócio como na estrutura do negócio.
6. Capítulo - Contribuições e Recomendações para Futuros
Trabalhos

6.1 - Introduçao

O presente capítulo tem como objetivo sintetizar as principais contribuições deste

trabalho e emitir recomendações para futuras pesquisas.

6.2 - Contribuições

Inicialmente foi apresentada a evolução da metodologia de planejamento da

expansão de sistemas elétricos, em geral, e de planejamento da expansão de geração

térmica, em particular, considerando os efeitos da estrutura institucional, nos períodos

anterior e posterior às reformas setoriais. À luz da nova regulamentação setorial foi

identificado o problema de planejamento (longo prazo) e de operação (curto prazo) visto

sob a Ótica de um agente que se dispõe a investir em geração termelétrica. Essa ótica
enfatiza a gestão das empresas através de uma abordagem metodológica que integra

aspectos técnicos, econômicos e estratégicos.

Foram descritos, também, os subsídios para elaboração de um modelo conceitual


híbrido com respeito aos aspectos técnico - gerenciais de uma empresa termelétrica de

energia, que possa servir de apoio à tomada de decisão num ambiente competitivo, tanto a

curto prazo (operação) como a longo prazo (planejamento).

As contribuições desse trabalho podem ser avaliadas em função dos diversos


artigos publicados, dentre as quais destacam-se:

estruturação do problema de gestão empresarial

Foi realizada uma síntese do problema de gestão empresarial sob a Ótica de uma
central termelétrica a gás natural, operando segundo as regras do sistema interligado. A
108

principal contribuição, neste ponto, refere-se à demonstração de que o conhecimento do

organismo da empresa e das influências por ela recebidas das mudanças nos ambientes
interno e externo à mesma, são elementos indispensáveis à gestão, tendo em vista a

introdição de competição no segmento de geração de energia elétrica brasileiro.

> Formulação do problema de planejamento da gestão empresarial

Com base no problema de produção e comercialização de energia de um agente de


geração termelétiico foram apresentados subsídios para elaboração de um modelo

conceitual que' integra os aspectos técnicos e comercial de uma central termelétrica,

levando em consideração seu nível de integração ao sistema interligado. Nessa

metodologia, a análise da influência de parâmetros tais como capacidade instalada, volume

de gás contratado, percentual de energia contratada bilateralmente, afluências, etc., no

processo decisório foi avaliada num horizonte de longo prazo, que pemiite representar a

dinâmica associada a tais parâmetros.

> Modelo de gestão empresarial

O processo de reestruturação da indústria de energia elétrica a nivel internacional e

nacional, baseado na elevação dos níveis de eficiência do setor, competição e atração de

capital privado, implica no desenvolvimento de novos modelos computacionais para a


analise técnico-econômico-financeira de projetos de geração no setor. Neste ambiente, é

necessário desenvolver estratégias adequadas a essas novas circunstâncias, com tempo


suficiente para garantir o sucesso e permitir a correta avaliação das decisões a serem

tomadas.

Nesse contexto, o presente trabalho propõe e desenvolve um modelo de simulação

que permite ao investidor privado avaliar os aspectos gerenciais e operacionais da empresa

com base no mercado de energia brasileiro. A consideração desses aspectos num único

ambiente computacional foi propiciada pelo uso de dinâmica de sistemas. Esta técnica de

modelagem torna-se relevante, pois engloba tanto a análise qualitativa, quanto a

quantificação dinâmica das variáveis envolvidas.


109

> Utilização do Modelo

Outro aspecto importante do modelo desenvolvido é a sua utilização como uma


ferramenta de aprendizagem, ou seja, o modelo pode ser utilizado na busca de melhores
formas de operar a empresa. O modelo pode ser aplicado também no dimensionamento de
uma central geradora, no treinamento de pessoal de operação, na avaliação de contratos
com consumidores livres e/ou geradores hidrelétricos, e na avaliação de montantes para

contratos com o setor de gás natural, entre outras.

6.3 - Recomendações para Futuros Trabalhos

Esse trabalho se propõe a criar um ambiente computacional para análise da gestão


de centrais termelétricas, em particular das que adotam o gás natural como combustível.

Como extensão do presente trabalho, poderão ser desenvolvidos outros trabalhos de

pesquisa, abordando outras áreas de interesse para o setor elétrico, como por exemplo:

> Planejamento sob Restrições Financeiras [31].

“> Modelagem de Sistemas de Geração I-Iidrelétricos [O2];

> Modelos de Mercado em Ambiente Competitivo [lO];

No futuro, esses trabalhos poderão ser integrados em um modelo mais amplo, que
permitirá representar as relações/iterações entre essas diversas áreas de maneira,
propiciando uma melhor compreensão do setor elétrico em ambiente competitivo. Tal

modelo complementaria os modelos técnicos especializados em operações específicas tais

como análise financeira e planejamento da geração, e trataria ainda de estabelecer relações

de influência entre esses sub-modelos, permitindo assim a análise conjunta do setor


elétrico de uma maneira mais realista.

Ademais, o crescimento no uso de gás natural pelo setor elétrico criará novos
procedimentos levando em consideração a interface entre o gerador termelétrico e o
110

fomecedor de gás natural, que se tratam de áreas dinâmicas. Nesse novo contexto setorial,

outros aspectos e variáveis deverão ser considerados nos modelos de gestão, bem como os
laços de realimentação entre eles, até então não considerados.
Anexo A - Turbinas a Gás

A.1 lntroduçao

Neste anexo são apresentadas as características técnicas e operacionais de uma


central termelétrica a gás, identificando-se os aspectos importantes quando da sua

modelagem.

A.2 Usina Termelétrica Convencional

As termelétricas existentes no Mundo utilizam combustíveis fósseis (petróleo,

carvão mineral, gás natural, etc.), combustiveis não fósseis (madeira, bagaço de cana, etc.)

ou combustíveis nuclear (urânio enriquecido).


'Analisando uma usina termelétrica convencional [32] em termos dos fluxos de

entrada e saida, observamos através da Figura 28 que o combustível e o ar entram na

mesma e os produtos de combustão deixam a unidade. Existem ainda uma transferência de


calor para a agua de refiigeração e a produção de trabalho na forma de energia elétrica. O
objetivo global da unidade é converter a disponibilidade do combustível em trabalho da

maneira mais eficiente possível mas levando em consideração os custos envolvidos, o

espaço necessário para a operação da usina, sua segurança operacional e também o impacto
no ambiente provocado pela combustão e operação da usina.

Produtos da
Combustão
-~¬--›

Combustivel
I
.›

U5¡"_a ~ V
Energia Elétrica
Termoeletnca
_
(T,-aba¡h¢)
i
z

P '¬

___,....__.

Transferencia
Calor pl Agua
4 Q.
W
Refrigeraçao

Figura A.1 - Fluxos em uma Usina Termelétrica Convencional


~
~
A.3

A
Turbinas a Gás [33][34][35]

geração termelétrica

indústria aeroespacial,

restritas

Tabela A.1

Investimento

Capacidade (MW)
Rendimento Termodinâmico*

Área Instalada

Requisitos de Manutenção

Desenvolvimento Tecnológico
*

A.3.1.

A
comprimido, e
i

Princípios de Funcionamento

turbina a gás é

em
turbina por meio da queima de

sólido. Os produtos
produz energia útil
empregando turbinas a gás (ou combustão) vem
aumentando de importância no mercado mundial devido ao aumento da
termodinâmica e confiabilidade que se tem verificado graças ao massivo investimento
pesquisas e melhorias tecnológicas.

Sob o ponto de vista tecnológico, as turbinas a

as turbinas aeroderivativas

- Comparação de Caracteristicas

(US$ / kW)

i
Baixo

Maior

Baixo

Baixo

uma máquina de fluxo em que

um
U)
gás se classificam

grupos, a saber: aeroderivativas e industriais. Devido a concepção inicial de emprego na


seguem exigências de
que acarretam nas diferenças básicas descritas na Tabela A. 1.

20 - 230

25% a °3Q\

Variação caracteristica da eficiência de turbinas a gás de ciclo simples.


U_
em

Alto

) `ÊQ\

Alto

Alto
projeto mais

entre Tecnologias de Turbinas [34] [36]

- 42

93

Menor
-P-

o ar (fluído) é aspirado e

seguida aquecido à pressão praticamente constante no combustor da


combustivel que pode ser gasoso, líquido ou

desta combustão são expandidos na turbina que aciona o compressor e

para acionamento mecânico de geradores.


*féâ\
112

eficiência

dois grandes
em

mesmo
113

As turbinas a gás funcionam com ciclos fechados ou abertos. Nos ciclos fechados, o
fluído executa o ciclo repetidamente, mantendo a sua composição e a quantidade.

Enquanto que, nos ciclos abertos o ar é aspirado da atmosfera no início do ciclo, participa

da combustão (mudança de composição) e, no final do ciclo, os produtos da combustão são

lançados na atmosfera.

O termo “ciclo” é usado para designar a maneira como uma turbina a gás é

conectada a outros componentes e, em particular, a dispositivos de recuperação de calor.


Um ciclo básico de turbina a gás é composto de quatro processos de transformação de
energia: compressão isentrópica, adição de calor à pressão constante, expansão isentrópica
e rejeição de calor à pressão constante.

O fimcionamento de uma turbina básica a gás pode ser representado através do


ciclo termodinâmico denominado de Brayton [36], conforme apresentado pelos diagramas
de pressão ~ volume (P x V) e de temperatura - entropia ( Tx s) na Figura A2.
O diagrama P x Vrepresenta o trabalho trocado durante o ciclo e o diagrama T xss o
calor trocado. Através do diagrama P x Vpodemos saber a relação de compressão em que a

turbina opera: P2/P1, e do diagrama Tx s podemos saber a temperatura T3 ( temperatura de


queima ) que é a temperatura limite de operação da turbina. Tanto a relação de compressão

como a temperatura T3 são fundamentais para o cálculo do trabalho e eficiência da turbina.

O processo 1-2 representa a compressão do gás no compressor (suposto adiabático,


sem troca de calor). Calor (Q1) é adicionado ao gás a pressão constante no processo 2-3;
depois, no processo 3-4, o gás expande adiabaticamente no bocais e no rotor da turbina
produzindo trabalho. Por fim, no processo 4-1, à pressão constante, o gás cede calor (Q2) à
fonte fria. Este ciclo é freqüentemente denominado, na literatura, de ciclo Brayton ou ciclo

J oule.
114

P^ of -“l
w
2 3
V

\ P=cte

s = cte
___`_'_'"'““'"“'-”"*°'_-'-__~›

s=cte ro 4=~

P=cte

-
Y Y

-›


-__

< w
0N

Figura A_2 - Diagramas p x v e T x s para o ciclo básico das turbinas a gás

Contudo, apesar de ser um instrumento excelente para se usar no estudo das

operações da turbina básica a gás, observe-se que o ciclo de Brayton considera um ciclo

ideal que utiliza um gás perfeito como fluido de trabalho e não leva em consideração

quaisquer perdas do sistema. Na prática, o fluído de trabalho não é um gás perfeito, e sim o

ar atmosférico. Logo, para se compreender plenamente o desempenho de uma turbina a

gás, deve-se levar em conta as perdas intemas e externas do sistema associada a cada
componente da turbina. Neste trabalho, a eficiência da turbina a gás foi considerada como
sendo uma função da taxa de combustivel necessário e a energia elétrica gerada, conforme
apresentado posteriormente.

A.3.2. Rendimento de Turbinas a Gás [33] [37]

O rendimento de uma turbina a gás pode ser definido como a relação entre a sua
produção de energia mecânica e sua demanda de combustível, independentemente de que
se possa fazer ou não aproveitamento da energia contida nos gases de escape da
mesma[37]. As máquinas de fiuxo tem seu desempenho fortemente influenciado pelas
características do ar aspirado (fluído de trabalho). Essas influências são parametrizadas

pelos fabricantes de equipamentos, tomando-se usualmente como referência o desempenho


nas condições de atmosfera padrão ISO (International Standards Organization), que

significa temperatura de 15°C, pressão de 1,013 bar (ao nivel do mar) e umidade relativa

de 60%.
115

Em geral, o rendimento de turbinas situa-se entre 18 e 35%, sendo que os valores


mais elevados correspondem às turbinas de maior potência. A Tabela A.2 apresenta o

rendimento de alguns modelos de turbinas a gás nas condições ISO. Entretanto, nas
condições reais de utilização, o rendimento de uma turbina a gás pode ser influenciado

pelos seguintes fatores:

> perdas de carga na sucção e descarga;

> variação da temperatura ambiente;

> variação da umidade relativa do ar;

> altitude;

> temperatura T3;

> regime de funcionamento da turbina; e

*f tipo de combustível.

Tabela A.2 - Caracteristicas de Turbinas a gás nas condições ISO [37]

Fabricante Modelo Potência (kW) Eficiência


l

ABB3 GT24 183.000 U.)


“OO
Lú)

ABB GT26 265.000 35,5


¡

ABB MARS 8.840 31,0

ABB JUPITER 16.900 32,0

ALLI SON 501-KBS 3.924 30,0


l

ALLISON 5 70-KA 4.877 29,5

ALLI SON 571-KA 5.910 33,9

DRESSER KG2-3C 1.475 15,8

DRESSER KG2-3E 1.850 16,5

DRE S SER KG2-3R 1.330 25.9

3
Modelos GT2-L e GT26 obtidos do catalogo da ABB Fev/99.
~
'
VDRESSER
DRES SER
DRE S SER
DRESSER
GE
GE
GE
l\/IITSUBISHI

MITSUBISHI
MITSUBISHI

É
KG5
DR-990

DR-60G
DR-160

LM1600
LM2500
LM5000
Ml-7-61

1\/IF-1 1

MF-111B
lA
3.000

4.220

13.400

15.000

13.540

27.600

35.050

5.925

.l2.6l0

14.570

possível estimar as tendências de comportamento dos principais parâmetros

(potência gerada, consumo, rendimento, etc.) empregando-se curvas de correção fomecidas

pelo fabricante. Logo, quando da

uso de tais

instalação sobre

MS700l

quanto maior a
o rendimento do
fabricada pela

influentes são:

Altitude Local ç

Devido a densidade do

exemplo a cidade de
nivel do mar,
altitude,

de seu valor nas condições ISO, ou

Temperatura

O
temperatura é apresentado no gráfico
Campo Grande de 23oC, obtemos os
modelagem de uma usina térmica

ciclo térmico.

GE, com capacidade de 159

menor é a potência gerada.

seja, a 149.5
21,2

29,0

35,6

28,8

36.4

37.3

37.8

28,6

30,0

31,0

a gás, deve-se fazer

curvas para determinar a influência da temperatura média e altitude local de


Tomando-se como exemplo a turbina

MW (ISO) os fatores considerados

ar ser inversamente proporcional a altitude, observa-se

Logo, tomando-se como


Campo Grande que se situa a uma altitude de 480 m acima do
a turbina MS700l estaria limitada, somente devido a altitude, a 94%

MW.

comportamento de diversos parâmetros da turbina MS700l com relação a


1. Sendo a temperatura média anual
seguintes fatores de correção:
que

em
H7

> Potência de saida estaria limitada em 95%;


> consumo de combustível em 96%, e;

> rendimento termodinâmico em 102%.

1 ,3

."
N
(%)
_ :' -¡
-O- Oonsuno Combustivel
1

Percentua
PO -.- Potência Saida
PQ
0,7
Rendinento Termodinãnico
°=5 Rm)
-18 -7 4 15 26 37 48
Temperatura (oC)

Gráfico 1- Comportamento de Diversos Parâmetros da Turbina MS700l com Relação a


Temperatura

A composição do efeito da altitude e temperatura sobre a potência gerada e


consumo da turbina adotada é feita conforme apresentado na Tabela A.3 a seguir:

Tabela A.3 - Efeitos da altitude e temperatura no rendimento da turbina MS700l

Parâmetro Potência Consumo

Altitude 0.94 0.94

Temperatura 0.95 Rendimento Ténnico 1.02

Consumo Combustível 0.96

Efeito Combinado 0.89 0.91

A.3.3. Relação entre a Energia Mecânica e Térmica

A relação entre a energia fornecida através do combustivel à turbina a gás e sua


conversão em energia mecânica e energia témnca disponível nos gases de escapamento da
turbina, é uma relação praticamente constante em cada máquina considerada.
118

A grosso modo, com turbinas de eficiência em tomo de 30%, a relação trabalho do


compressor/ energia útil é de aproximadamente 2: 1.

Observe-se que uma alternativa para aumentar o rendimento, seria o uso do sistema

Steam Izzjected Gas Turbine - STIG [3 8], o qual é um sistema de cogeração com turbinas a
gás em que a energia térmica 'recuperada dos gases do escapamento é-utilizada para a

geração de vapor. Este vapor por sua vez, é injetado na turbina a gás possibilitando o
aumento de potência e eficiência.

No sistema STIG, a vazão de vapor que injetamos na turbina não necessita de

nenhum trabalho de compressão, e, como praticamente nenhuma energia mecânica é

necessária para a geração deste vapor, toda massa injetada é expandida na turbina

produzindo trabalho adicional líquido, sem necessidade de queima adicional de


combustível.

A.3.4. Controle da Poluição [33][38][39][35]

OGás Natural é uma mistura gasosa de hidrocarbonetos saturados que ocorrem


naturalmente na natureza, constituido, em sua maior parte, por metano - 918% e, em
menor quantidade, por nitrogênio (Nz) - 1.42%, dióxido de carbono (COz) ~ 0.08%, etano
- 5.58%, propano ~ 0.97%, butano - 0.05% e pentano - 0.1%. '

No escapamento das turbinas a gás que queimam combustíveis destilados ou gás


natural são encontrados principalmente os hidrocarbonetos, Óxido de carbono (COX), Óxido

de nitrogênio (NOX), Óxido de enxofre (SOX) e as partículas sólidas da combustão


incompleta do combustivel, partículas provenientes do ar etc.

Uma maior preocupação está associada com o poluente NOX (Óxídos de Nitrogênio)
devido ao fato deste componente inibir a formação de ozônio, havendo por estes motivos
especificos limites nos USA e Japão. Os demais produtos começam a ser considerados e

provavelmente num futuro proximo os mesmos também sofreram limitações.

A Tabela A4 apresenta os limites de emissão para uma usina de ciclo combinado


utilizando duas turbinas a gás do tipo GT13E2 com capacidade de 165 MW quando

queimando gas natural e oleo destilado [3 9]. .


ll9

Tabela A.4 - Limites de emissão para nova usina Berlin Mitte CHP.

Gás Natural Óleo Destilado


Í

NoX(g/m3) I
on
.
ons

co Q/M) i
og
I
am

,Como conseqüência, o projeto de turbinas a gás deve levar em consideração a

emissão de poluentes dentro de limites aceitáveis. Restrições govemamentais sobre esses


limites tem se tomado cada vez mais severas, acarretando, em última análise, em avanços
tecnológicos substanciais nos projetos de combustores. Um exemplo, seria a utilização de
ar em excesso no combustor objetivando a homogeneização da temperatura da câmara e o

empobrecimento da mistura, ocasionando, portanto, menores taxas de NOx.


A Tabela A.5 apresenta as emissões resultantes da geração de potência quando
utilizando o gás natural como combustível.

Tabela A.5 - Emissões da geração de potência utilizando GN como combustível


SO; lPraticamente inexistente com qualquer tipo de geração ( CC ou CS )
CO; Aproximadamente metade da emissão utilizando carvão ou Óleo como
combustível

NOX Emissão 80% menor para turbinas de CC que quando utilizando carvão
como combustivel. ,

A.4 Usinas de Ciclo Combinado [38][34]

Nas últimas décadas as unidades de ciclo combinado tem recebido muita atenção.

Estas unidades usam turbinas de combustão e utilizam os gases de escape da turbina para
gerar vapor, o qual pode ser usado para gerar mais eletricidade.

Os ciclos combinados gás/vapor aproveitam as vantagens de cada ciclo, isto é, alta

temperatura de entrada na turbina a gas e baixa temperatura de rejeição de calor nas


120

turbinas a vapor. Atualmente, por razões técnicas e econômicas, a temperatura de entrada

na turbina dos ciclos a vapor está entre 540-565°C e de 25-50°C na exaustão. No caso de
turbinas a gás, a temperatura de entrada está atualmente na faixa de 1100-l250°C e de 480-

595°C na exaustao. V

A vantagem dos ciclos gás/vapor provém do fato da turbina a gás, que atua como
primeiro estágio, ser uma máquina de combustão interna, podendo ter uma temperatura

maior na entrada. Já o ciclo a vapor, fiincionando como um segundo estágio, permite a

rejeição de calor a uma temperatura pouco acima da ambiente, por ser um ciclo fechado.

Adicionalmente, estas unidades apresentam uma melhor eficiência do que qualquer outra
tecnologia de combustivel fóssil

A.4.1. Classificação dos Ciclos Combinados

O balanço energético da usina geralmente indica a proporção de capacidade


instalada de geração elétrica entre turbinas a gás / turbinas a vapor. Os ciclos combinados
diferem substancialmente dependendo se representam um caso de utilização somente do

calor dos gases de escape da turbina a gás, no qual a potência do ciclo a vapor estaria

limitada em 50% da potência da turbina a gás; ou se há queima adicional de combustível

na caldeira de recuperação, na qual a potência da turbina pode variar dentro de amplo


limite. Os ciclos combinados podem ser agrupados para efeito de estudo conforme Figura
A.3 abaixo.
121

Ciclos Combinados
C

_____i_Lí_i.
l S
r

Í l
-

li
Sem Queima Suplementar
Í

i Com Queima Suplementar ,

Combustível É

V
l I

V, ,

O mesmo da Turbina a Gás ¡

Diferente na Turbina a Gás

U
na Caldeira e na Caldeira
r

Ciclo a Vapor
l

il
7

,____L_í.
l l
l

3 Pressões
l

1 Pressão Í
2 Pressões

l l

| I

Aquecimento da Água de á

Alimentação
J

Figura A3 ~ Tipos de Ciclos Combinados Gás/ Vapor [38]

A.4.2. Comparação entre Ciclo Simples e Ciclo Combinado

No processo de decisão entre o Ciclo Simples (CS) e o Ciclo Combinado (CC)


como solução técnica, a capacidade instalada é um fator determinante. Em geral, quanto

maiores as capacidades instaladas maior é a vantagem do CC sobre o CS. Entretanto,


existem casos em que devido a pequena potência requerida,
,
o CC toma-se inviável devido
a aspectos técnicos e econômicos.

Uma boa estratégia na implementação do ciclo combinado, é obtida pela decisão de


adiar a implementação completa do ciclo, tornando-a uma fiinção da disponibilidade de

capital e do fator de capacidade esperado. Na Tabela A.6 observamos que devido ao menor
tempo de instalação do CS é possivel iniciar a produção de eletricidade mesmo que com o
rendimento termodinâmico inferior ao CC, gerando receita para o projeto. V
I22

Tabela A.6 - Alguns Parâmetros de Comparação entre Turbinas de Ciclo Simples e Ciclo
Combinado

Parâmetro CS / CC

Tempo para entrada em operação 1 / 2

Investimento 1 / 2

Consumo de combustível / Capacidade Instalada 3 / 2

Rendimento Termodinâmjco '

1 / 2

Como apresentado na Tabela A.7, esta estratégia de postergação da implementação

do ciclo combinado é bastante interessante principalmente levando-se em consideração que


unidades de ciclo combinado requerem duas vezes mais investimento de capital do que
geradores de combustão de ciclo simples. Em contrapartida a esta despesa, cerca de 40 a
50% mais capacidade _é obtida sem qualquer consumo adicional de combustível.

Como visto na Tabela A_7, centrais de ciclo combinado utilizando calor para gerar
eletricidade consomem cerca de 25 a 30% menos BTU / kWh do que turbinas de
combustão de ciclo simples e tem um percentual de geração de energia elétrica da ordem
de 30 a 50 % maior.
Tabela A_7 - Comparação de Turbinas de Ciclo Simples e de Ciclo Combinado

Turbinas de Turbinas de Ciclo Impacto Incremental


.
Ciclo Simples Combinado do Ciclo Combinado

Custo de Capital $ 40 milhões $ 90 milhões + $ 50 milhões

Capacidade 100 MW 150 MW + 50 MW


Custo da Capacidade
`*
$ 460/ kW $ 600/ kW -
$ 1.000/ kW
por MW
adicionado

Uso de Combustível 1.000 M1\/[BTU/h 1.000 MMBTU/h Sem Incremento


z

* o custo da capacidade é tomado como um valor médio do custo de capital por kWh para
cada tecnologia, ou seja: de $ 320 - 525 / kWh para Turbinas de Ciclo Simples e $ 450 ~
750 / kWh para Turbinas de Ciclo Combinado.
l23

O Gráfico 2 apresenta uma comparação entre usinas operando com CS e CC com


relação ao consumo específico de gás natural em função do fator de carga (condições ISO).

Observa-se que o consumo diminui com o aumento do fator de carga e com a potência

instalada. V

350,6
300,6 i

U CS100 MW
25”
(m3IMWh)
-

| sêâ-iââmw
cc 4ssÍ4 Mw
:§5z§'z'§5'§ísí£:§5§§f5

200,6 ,__ _\
-

GN I É
1111 _
V

1 50,6
13151; ííí .ííií
_
1{1z§=

mo :f I ƒ:i:iii5ÍÍ
U :Í
ÊÊÊÍÊÍÍ

50,6 íjíí
_
_1 ígíziíi ;I;1'

Consu Ii
Ú
0,6
.¡.¡._. . ;._._.
.
______;

50 70 100
Fator de Carga ( % )

Gráfico 2 - Consumo Específico de GN em Função do Fator de Carga

A.5 Considerações Operativas

Para o planejamento operativo de sistemas com a participação de centrais

termelétricas devem ser consideradas as características operacionais de cada tipo de

central, bem como suas interações com todo o sistema, isto e', tipo de ciclo de operação,

requisitos de combustiveis, taxas de saídas forçadas, manutenção, características de entrada

em serviço, taxas de tomada de carga, capacidade de reserva e geração minima, custos

operacionais, entre outras.[35]

Algumas das caracteristicas operacionais e considerações únicas da turbina a gás

que necessitam ser citadas são descritas a seguir:

`i Rápida Tomada de Carga 1 turbinas a gás são despachadas praticamente on-line,

por exemplo, em cerca de 10 a 20 minutos;


124

> Baixo fator de carga: O fator de capacidade médio para uma turbina a gás de ciclo

simples é de 2 a 3%. Conseqüentemente, o custo de construção de um gasoduto


exclusivamente para este tipo de carga é proibitivo;

li Localização ; devido ao baixo fator de capacidade e pequeno tempo de partida para


turbinas a gas de ciclo simples, a localização destas unidades para minimizar

futuros problemas potenciais de suprimento de gás é crítico, não podendo ser

localizadas muito longe da fonte;

`> Requerimentos de alta pressão: algumas das mais eficientes turbinas a gás de ciclo
simples requerem combustível a elevada pressão para operar. Sob algumas

condições, estes requerimentos podem ser dificeis para 0 gasoduto satisfazer.

Devido ao fato da demanda do sistema não ser perfeitamente previsível, as turbinas

a gás, devido a sua resposta rápida à variações bruscas de carga, são adequadas para

assumir as variações não previsíveis no ciclo da carga, se operadas com margens


adequadas para tanto.

O despacho minimo é geralmente imposto em unidades térmicas por razões fisicas

e econômicas, o que pode levar as centrais termelétricas a gas a serem despachadas na


faixa de 10 a 25% de sua capacidade nominal.

Mediante o que foi exposto aqui, conclui-se que na análise das várias alternativas
para uma aplicação, deve-se considerar o preço por kW de potência instalada, ganhos em
eficiência relacionados como aumento de custo, confiabilidade, flexibilidade de operação,
disponibilidade de combustivel, poluentes e caracteristicas locais.

A.6 Modelagem da Central Termelétrica a Gás

A representação das centrais térmicas a gás foi baseada na primeira lei da

termodinâmica a qual diz que para qualquer sistema definido por uma superficie fechada

imaginária, o calor transferido para dentro do sistema deve ser igual a energia transferida

para fora do sistema em outras formas (tais como trabalho, energia elétrica etc.) 'somando o

incremento de energia armazenada no sistema [40] Um diagrama esquemático de uma


125

central termelétrica pode 'ser visualizado através da Figura A4, a qual representa as várias

etapas envolvidas no processo de conversão de energia química (combustivel) em energia

í
elétrica, dentre outras.

c àuziiwô
°“"
Y -

lc “WW eua
.,,fi`°==' '
zzzm I

AW
-,¬
¬

Gerador
. )

de
_

Turbina
cm' Ezfãfa
COMDUSYÊO Condensador ‹/
I

dd ão

n bus ado

Cala
Pmdu
Com

1 R
Y

Figura A.4 - Diagrama Esquemático do Sistema Elétrico de Potência

Inicialmente, neste trabalho buscou-se analisar a central térmica em termos do


rendimento associado a cada etapa do processo representado pela Figura A_4, como pode-
se observar através da Figura A.5.

“tr”
("f,;2:`l{'
*
ø
_
Caldeira Turnrna “__a
. ,

a a ca a ca ca
=
ve

¡_____¬
I|||| | I1I| |I| ||II| ||J | é:
‹=
-
mea
I

'W
m
_ é `É_nVer_;`a

E D
Mecánca spor

E
_I

Energ Energ Energ Eñdrg


Qi _*
Té ...__,__i
`
_,,__

"

--›
__

1;,

___r_,___H_¬|

--›,
H

\
"W

*
__¬_,_

.,_,_.

_"

I
I .

___

a_

,__________

í~~~¢
__ "

"

--‹-_-

;
U I

FF?
,.,¬_,.

_.
H
-__

__

%`_`Í`

Y,

_____ __ Í|| I| l Consumo


___

`¡___
Y -
-_

v
z

â
K

L_.___

¬ Interno
Perdas
z
I

_ 1

J
i

¿ ‹_
. < F ~--~
.

Figura A.5 - Fluxo de Energia em uma Central Termelétrica a Gás

Entretanto, verificando-se que na prática os fabricantes de turbinas a gás não

fomecem os rendimentos associados à cada etapa do processo, optou-se por utilizar o

rendimento global do equipamento (Heat Rate), ou seja, o rendimento associado a energia

quimica do combustível versus a energia elétrica disponivel ( Btu / kWh).

Na modelagem via dinâmica de sistemas deve-se analisar os vários componentes


(fisicos) de acordo com uma lógica causal, gerando, como resultado de sua interação

(sistêmica), as características observáveis do objeto modelado. Desta forma, a estrutura de


126

uma central termelétrica pode ser visualizada através do Diagrama de Laço Causal (DLC)
apresentado na Figura A.6.

+/~ Fat_Cor_AIt
'il

EO \+
//'J Geração
EETTermo `\\__-

//×
.za
/1+ z'
t

\` 'â ,+' \
+ V l
Consumo
GN `\
\__" Disäagrègiade
-f-

n _G¡°ba¡
\

Fat_Cor_Temp i
/
Despacho
Térmico
V\._z-
Restrição
Tomada de ^/
Despacho
oNs
J 4-/
,4
Carga

Figura A.6 - Diagrama de Laço Causal de uma Central Termelétrica a Gás

A.7 Considerações F inaís


Este anexo apresentou as características técnicas e operacionais de uma central

termelétrica, identificando os aspectos importantes quando da sua modelagem via

Dinâmica de Sistemas.

O uso da técnica de Dinâmica de Sistemas na modelagem da central térmica


permite que os seus vários componentes fisicos sejam montados de acordo com uma logica
causal gerando, como resultado de sua interaçao sistêmica, as características observáveis

do objeto modelado.
Anexo B Mercado de GN no Brasil
B.1 Introdução

O uso do gas natural ainda é restrito, mas será crescente nos próximos anos, tendo
em vista as orientações do Governo Federal (e as ações da Petrobrás) em alterar a matriz

energética brasileira dos atuais 2% para 12% em 2010, permitindo ao País desfrutar de
beneficios deste energético, tais como: preços competitivos, baixo impacto ambiental,
€I1ÍI`€ Ol.1ÍI` OS.

Neste contexto, este capítulo tem como objetivo fomecer uma visão global da

indústria do gás, bem como da sua interface com o setor elétrico de maneira a identificar as

variáveis que o identificam/caracterizam e possibilitam sua modelagem.

B.2 Gás Natural

Segundo a natureza das jazidas denomina-se gas associado, o gas natural que é
extraído de um reservatório produtor de óleo, no qual o gas está ou não em solução, e gás
não associado, aquele que é extraído de um reservatório produtor de gás, onde pode haver

uma possivel ocorrência de óleo, mas em volume modesto.


__.-/

B.2.1. Aplicabilidade, Vantagens e Beneficios

Atualmente, o gás natural possui aplicabilidade como combustível capaz de atuar

como substituto de quase todos os demais energéticos e também como matéria-prima para
as indústrias. O mercado factível para o gas natural no Brasil inclui os seguintes

segmentos:

> Geração elétrica; (geração termelétrica e cogeração)

Industrial (como matéria-prima e energético);

r* Automotivo;

> Residencial;

`›
Comercial, e;

z Petroliferoi
128

As vantagens e beneficios de sua utilizaçao sao:

É um combustível nobre e não poluente quando de sua combustão;

P Agrega valor e qualidade aos produtos industrializados;


> Possui preço competitivo em relação aos seus concorrentes tradicionais;

> Funciona como indutor de desenvolvimento por sua capacidade de atrair

investimentos e pelas oportunidades de negócios advindos de sua

disponibilidade. .

B.2.2. A Demanda de Gás Natural para Geração de Eletricidade

A oferta de energia elétrica abundante e a preço competitivo é fator determinante na


alavancagem do desenvolvimento nacional. Isto não quer dizer que a oferta de energia por
si só detenninará este desenvolvimento, sujeito à existência de políticas e programas

específicos, mas é o insumo básico, imprescindível e viabilizador. [41]

Com respeito ao Projeto Gasoduto Brasil - Bolívia, a necessidade de amortização


dos elevados investimentos ocasionados pela construção do gasoduto e a baixa velocidade
de realização de um mercado de gás residencial / industrial, tomam os projetos de geração
tennelétricos um elemento viabilizador do empreendimento, pois garantem o fluxo de
receitas necessário.

Um outro fator importante, se deve as atuais condições de atendimento ao mercado


de energia elétrica, pois devido tanto aos atuais níveis dos reservatórios das usinas

hidrelétricas como a evolução do mesmo ter-se realizado acima do previsto no período de


94-95, tais condições de atendimento se degradaram sensivelmente a partir de 1997,

abrindo-se um espaço para a oferta de geração a gás natural.


Atualmente, o Programa Decenal de Geração - PDG, indica que cerca de 56,67%
da geração termelétrica prevista para o ciclo 1999-2008, serão de centrais termelétricas a
gás natural, o que eqüivale a aproximadamente 8.275 MW.
129

B.2.3. Transporte '

A necessidade de transporte de energia adequado para satisfazer os requerimentos

do mercado tem que sobrepor aos problemas associados a fontes de energia muito
concentradas em áreas restritas (por exemplo: combustíveis fósseis). V

Com respeito aos combustíveis fósseis, 0 transporte terrestre de óleo e gás sobre

grandes distâncias é uma realidade consolidada, com extensões limitadas principalmente

por situações econômicas, sociais e políticas das regiões cruzadas.

A produção e a demanda são os dois fatores mais importantes quando do


dimensionamento do transporte do gás natural. Gasodutos são claramente a solução básica

para a multi utilização do gás (Ex.: geração elétrica, uso industrial / doméstico,
petroquímico e etc.), principalmente quando fluxos de grandes volumes estão envolvidos.

Uma alternativa ao gasoduto seria o transporte de GN em navios, barcaças e

caminhões criogênicos em estado liquido, onde sua temperatura gira em torno de ~160 O C
e seu volume é reduzido cerca de 600 vezes. Evidentemente, a revaporização deve ser feita

em equipamentos apropriados (plantas de regaseificação), cujo custo é da ordem de


aproximadamente US$80 milhões, tomando esta alternativa somente viável para utilização
em larga escala.
A relaçao de preços entre o transporte de GN via navios criogênicos versus

gasoduto depende muito do custo, o qual varia de acordo com as dimensões, distâncias,

geografia e densidade populacional usuária ao longo do gasoduto. Para se ter um exemplo,


tomemos o gasoduto Brasil - Bolivia. Considerando que o projeto financeiro estabeleça
que o valor total (US$2,l bilhões) seja amortizado em 12 anos, o custo do gás transportado

é de US$1,20 / MM BTU; ou seja, mais caro que o preço do gás na origem ( US$ 0,85/

MM BTU ). Ainda assim, o transporte do GN em navios criogênicos eleva seu custo para
cerca de US$ 2,15 /MM BTU. [42]

Recentemente, a Petrobrás e a Shell firmaram parceria para desenvolver um projeto


com capacidade de importar cerca de dois milhões de metros cúbicos por dia de gás natural

Iiquefeito (LGN). Para tanto, serão necessários cerca de US$ 200 milhões para construção

do terminal de regaseificação, no porto de Suape, 'em Pernambuco. Este gas deve, a partir

de 2004, ser utilizado por diversas usinas termelétricas que o governo pretende construir,

de forma emergencial, na Região Nordeste, para garantir o abastecimento de energia.


130

A descoberta recente de vastas reservas de gás natural em áreas distantes dos

principais centros de consumo, combinados com o desenvolvimento e a contínua redução


de custos das estações de conversão AC/DC, geram questões tais como:

Quando o gás natural é necessario somente para geração elétrica, é o gasoduto o


sistema de transporte mais econômico?

`> O gasoduto é razoavelmente econômico quando comparado com um sistema

composto de uma central de geração próxima do campo de gás e um sistema de


transmissão DC para o usuário final?

Em [43], é apresentada uma comparação econômica entre o transporte de gás via

gasoduto associada com a geração elétrica próxima ao usuário versus a transmissão em CC


considerando que a geração seja efetuada próxima ao campo de gas natural.

Conclui-se neste estudo que: para valores de potência de 2000 a 8000 MW e para
distâncias de 3000 a 5000 Km, a transmissão de gas resultam em custo superior na faixa de

5% (8000 MW, 3000 Km e custo do gás de 2 c$/m3) a 70% (2000 MW, 5000 Km e custo
do gás de 2c$/m3).

B.2.4. Processo Produtivo

A finalidade das unidades de processamento é retirar as frações mais pesadas do

gas natural úmido (gas pre'-processado), ou seja, propano, butano, pentano e hexano, que se

condensam em forma de gás liquefeito de petróleo (GLP) e gasolina natural. O restante do


gás natural que não se liquefaz - rico em metano e etano, denomina-se de gás natural seco.

A capacidade de processamento de gas natural no Brasil é de 13,8 milhões m3 / dia, sendo

que 37,7% (5,2 milhões de m3 / dia) destas reservas localizam-se no Estado do Rio de
Janeiro. ›

O processo produtivo do gás natural é constituido basicamente de cinco etapas:


0 Recepção: o gas é comprimido e transportado através de um sistema de tubulações até

a unidade de tratamento;

0 Pré - tratamento: remoção de impurezas como enxofre, dióxido de carbono e água.


_l3l

0 Liquefação: o processo de liquefação está concentrado na geração de frígorías

necessárias à liquefação do metano abaixo de sua temperatura crítica.

0 Armazenamento: tem como caracteristica a grande redução volumétrica obtida na

mudança de estado.

0 Vaporização: sua finalidade é promover a mudança do estado líquido (GNL) ao gasoso


para a utilização e consumo nas condições ambientais.

B.3 Metodologia

A avaliação do setor de GN com respeito aos resultados técnico - econômico -


financeiros deve considerar a cadeia completa do g_ás natural, ou seja, desde a sua produção

(reservas, por exemplo: Bolívia, Argentina), até o fomecimento nos possíveis pólos de
consumo. Neste sentido, se apresenta uma breve revisão da participação termelétrica no

sistema elétrico brasileiro baseada no Plano Decenal de Expansão 1999 - 2008, juntamente

com as disponibilidades energéticas para geração termelétrica e finalmente da produção


nacional de gás natural.

B.3.1. A Geração Termelétrica no Sistema Elétrico

Além do crescente interesse dos investidores, os estudos de planejamento setorial

têm mostrado um crescente indice de risco, em termos de atendimento do mercado da

região sul/sudeste, para os primeiros anos deste século. Por questões de prazo de

construção, tal risco somente poderá ser reduzido mediante pesados investimentos em
geração térmica.

No Brasil a geração de energia elétrica tem sido predominantemente hidrelétrica,

com menos de 5% de produção de origem termelétrica. Isto se deve ao grande potencial


hidrelétrico existente, às reservas insuficientes em termos de petróleo e gás natural e à
qualidade e distribuição geográfica das reservas de carvão. Os investimentos na geração

térmica têm se limitado, nas últimas décadas, a algumas usinas isoladas de pequeno porte e
~
a alguns projetos de maior envergadura

garantir

Fumas,
A

capitais
o uso do carvão existente no

Tabela B.1 abaixo:

*
potência instalada

Usinas a Carvão Mineral

Usinas Nucleares

Total

As

Centro-Oeste (20%),

em
As
Tipos de Termelétricas

Derivados de Petróleo e Gás

Co-geração - bagaço de cana de açúcar


em
Sul.

termelétricas
V

Tabela B.1 - Tipos e Potências instaladas


com sentido de complementação do sistema e de

no

(25%), Sudeste (50%) e Sul (3%). Destas usinas, as maiores são as de Santa

Pernambuco
Sul (
com 608 MW e Piratininga, da Eletropaulo, com 470MW.
As
estão situadas

Das
45,7% da capacidade
usinas termelétricas que

no sul do Brasil:
geram energia a
Rio Grande do Sul
Brasil

com
partir

MW e Paraná com 20 MW. As maiores usinas são as de Jorge Lacerda (SC) com 832 MW
e Presidente Médici (RS) com 446 MW.
538
pode

usinas isoladas, queimando derivados de petróleo, correspondem a mais de

1,000 grupos diesel, atendendo pequenas localidades no interior das Regiões Norte (80%) e

com elevado

principais usinas
custo de geração.
ser caracterizada

em Termelétricas no Brasil
Potência

3.150
1.040

850
65 7

5.697

queimando derivados de petróleo e gas natural estão situadas


da Região Norte (22%) e complementando sistemas interligados
(MW)

da queima de carvão mineral


MW, Santa Catarina

usinas que utilizam bagaço de cana de açúcar para geração de energia elétrica,

e o restante
instalada está

em
4,2%) e do Centro-Oeste ( 3,0%).
no estado de São Paulo, 16,5%
outros estados do Nordeste

A Usina de Angra com capacidade instalada


em operação no Brasil.
I,
(

de 657
em Alagoas, 13,6%

9,0%), do Sudeste (
l32

conforme

Nordeste
Cmz, de

com 832

8,0%), do

MW e a única usina nuclear


em
133

O Plano Decenal de Expansão 1999-2008 [Ol],,prevê um acréscimo de 14.603 BPN


na capacidade de geração térmica instalada, conforme observa-se na Figura B.l a seguir:

ssoof
sooov I

_, l

.\
...,¡
š .
__

zoeeñif
mo/
!¿'I:'I¿.I. V:.11ríV;';`

~- --

;¿.íz;z¿.1ir~ z.-zz.5.-5; ×
;

š
¬
li'_I1_':`=.'.
f_I.I,.í1_; .I._í'_'zí¿z .. lí;Ií_-.íír
ñ
'ÍOÚÚ `

f5_i_-jÍ.;"i ¿.ií,izš,§'... .-›. lift


.ÍÍ.'?f'..`.Í.:.`

í;";: zjifii- ;1¡:;'.;I;';1 :¡';:;;;' Ê 1;._:í:»_ ;.¡:_;_';._ _:¡,.;;


'

4.
_ .
z _

'

O
,

. _
ç ...... 9": ._ V, i

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Figura B. 1~ Plano Decenal de Expansão 1999 - 2008.

B.3.2. Disponibilidades Energéticas

A seguir, são apresentados os aspectos relacionados com as principais

disponibilidades energéticas para geração termelétrica no Brasil, e as perspectivas setoriais.

Não será abordada a disponibilidade energética para geração nuclear, uma vez que a

mesma, por força de lei, não está sujeita a licitaçao de concessao.[44]

Óleo Diesel: é esperável que a geração termelétrica mediante utilização de óleo diesel deva
ser mantida nos menores níveis possíveis, uma vez que a disponibilidade do mesmo tem
sido direcionada basicamente para o transporte de carga e de passageiros. Evidentemente,

em sistemas isolados de pequeno porte, o Óleo diesel deverá continuar sendo a melhor (ou

em alguns casos, a única) solução, observando-se sempre a disponibilidade de outras

tecnologias, tais como: eólica, biomassa, etc.

Óleo Combustível: Não existem, no presente momento, maiores restrições ao uso do Óleo
combustível para geração termelétrica, situação esta que pode se alterar -se, com a retomada
do desenvolvimento econômico, resultar um aumento, muito provavel, no consumo
l34

industrial do mesmo. Não se deve esperar grandes contribuições em termos de geração


termelétrica, pois se toda a produção atual do mesmo fosse destinada exclusivamente à

geração de energia elétrica, com um fator de capacidade de 65%, seria possível atender a

necessidade de uma usina com capacidade instalada equivalente a menos de um quarto da

usina de Itaipú (12.000 MW).

Carvão Mineral: é o maior recurso energético brasileiro não renovável, o qual


possibilitaria a instalação de cerca de 60.000 MW, ou seja, pouco menos do que a
capacidade hoje instalada em usinas brasileiras (61,3 GW). Entretanto o carvão mineral

nacional apresenta alguns problemas: seu baixo poder calorifico com relação aqueles de

origem estrangeira (cerca da metade); seu elevado teor de cinza toma quase proibitivo o
custo de transporte e agrava substancialmente os custos de proteção ambiental. Em
decorrência dos aspectos apontados, uma maior e mais intensiva utilização do carvão

mineral brasileiro deverá ocorrer a partir do momento em que:

a) forem desenvolvidas melhores técnicas de mineração, de recuperação das áreas


mineradas e de destinação dos residuos sólidos;

b) forem obtidos significativos avanços tecnológicos do processo e de equipamentos,


de modo a controlar adequadamente as emissões de gases de enxofre, nitrogênio e
'

partículas sólidas;

c) forem reestudadas as normas ambientais brasileiras, com diferentes exigências

para áreas urbanas e areas pouco povoadas.

Resíduos da Cana de Açúcar: o potencial brasileiro de produção de energia elétrica a

partir de resíduos da cana de açúcar é bastante apreciável. Se considerarmos o


aproveitamento integral do bagaço de cana (pelotizado e com baixo teor de umidade) e das

folhas e pontas, em processo de cogeração tecnologicamente desenvolvido, a produção

poderia chegar a cerca de quase 40% da energia elétrica hoje consumida no país.

Evidentemente, tal percentual é teorico mas demonstra o grande potencial energético dos

resíduos de cana. O custo de produção de energia elétrica, com a aplicação das tecnologias

hoje existentes é, ainda, relativamente elevado, o que também ocorre com os investimentos
necessarios a produção da energia elétrica e as adaptações das usinas de álcool e açúcar.
135

Trata-se entretanto de potencial a ser seguramente melhor equacionado e aproveitado nos

próximos anos.

Gás Natural: A disponibilidade de gás natural no Brasil é ainda pequena, de modo que se

toda a produção brasileira atual de gás natural fosse destinada exclusivamente à geração

termelétrica, com fator de capacidade de 75%, seria suficiente para atender as necessidades

de uma usina com pouco mais de 1.000 MW. Apesar destas restrições de disponibilidades
e da evidente necessidade de consumo de gas natural em outras. aplicações, é de se esperar

um crescimento na participação do mesmo como fonte para geração de energia elétrica. O


desenvolvimento tecnológico, especialmente em unidades de ciclo combinado, têm trazido
substancial redução do custo da energia elétrica gerada a partir do gás natural.

B.3.3. Produção Nacional de Gás Natural

As reservas brasileiras exploráveis de gás somaram em 1998 227,6 bilhões de m3,

aproximadamente 0,15% das reservas mundiais. Cerca de 225,9 bilhões de m3 são

oriundos de reservas provadas, e o restante, 1,7 bilhões de m3, são reservas não

comprovadas.

_
Durante 1998 foram produzidos 29,5 milhões de m3 por dia e, no ano 10,8 bilhões
de m3, conforme Tabela 3 a seguir. A plataforma marítima, mais uma vez, foi a que mais
produziu: nada menos que 64,96% de todo o gás produzido em 1998 foram extraídos de

poços no mar. Os poços situados em terra firme responderam pelos restantes 35,04%.
é
~
através

usinas
Tabela B.2

A110

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

Conforme
V

mesmo. Entretanto, a
do
- Produção Nacional de Gás Natural - Período de 1990 a 1998 [44]

mn m3

2.268.277

2.469.894

2.718.396

2.838.513

2.813.654

2.901.915

3.288.979

3.570.884

3.795.403

MERCOSUL,
Terra

\
OB`\

36,12

37.43

38.98

38.59

36.48

35.87

36.20

36.20

35.04

Produçao Nacional de

¡
mn m3

4.011.107

4.129.003

4.255.024

4.516.878

4.898.194

5.187.438

5.878.449

6.294.109

7.037.387
G'Nt1
aura
as

Mar
%
ó3,ss

62.57

61.02

61.41

63.52

64.13

63.80

63.80

64.96

discutido anteriormente, a disponibilidade de gás natural no Brasil ainda

pequena para permitir uma participação

unidades' de ciclo combinado, e a facilidade,

apontam para
geração de energia
um
elétrica.
significativa

bem como
¡
Total

mn m3

6.279.384

6.598.897

6.973.420

7.355.391

7.711.848

8.089.353

9.167.428

9.864.993

10.832.790
.136

da geração termelétrica a partir do

possivel “Integração Energética” entre os paises da

associado ao desenvolvimento tecnológico, especialmente


América Latina

o curto prazo de instalação das

crescimento na participação do gás natural como fonte para


em

B.4 Mercosul Energético

Inicialmente, a integração energética no MERCOSUT. é importante porque a

energia pemieia todas as formas de integração. Além da simples comercialização dos


produtos energéticos, a integração energética podera se dar através da complementação dos
sistemas, da integração fisica dos mesmos, do desenvolvimento de programas e projetos
comuns, e da coordenação das politicas energéticas nacionais.
'
l37

A integração energética na região (América do Sul) vem se processando há algum


tempo, bem antes da assinatura do Tratado de Assunção em março de 1991, que criou o
MERCOSUL. São exemplos desse processo a construção das Usinas Hidrelétricas de Salto
Grande (Argentina - Uruguai, no rio Uruguai), Itaipú (Brasil - Paraguai, no rio Paraná) e

Yaciretá (Argentina - Paraguai, no rio Paraná), totalizando a capacidade geradora de

17.600 MW.
A integração regional procura reduzir os custos de energia diante dos sistemas

nacionais isolados. Além disso, a base para projetos bem sucedidos é pennitir o uso de

fontes mais baratas aumentando a integração do mercado, e deste modo aumentando a


escala e a viabilidade. O crescimento necessário das fontes de energia adicionais para

sustentar o crescimento econômico está forçando uma globalização dos mercados de gás e

elétrico através da região, a integração e o crescimento econômico levam a integração de


energia.

Devido às grandes fontes de água da região, a geração hidro ganhou liderança


imediata na indústria elétrica e em décadas recentes tem aumentado sua participação na

balança energética.

A implementação de maciços projetos hídricos incentivou a construção de maiores


redes de transmissão para conectar estas novas usinas aos mercados requeridos, tomando
tais projetos viáveis.

No entanto, com o crescimento do custo de capital (capital expendizure) e a queda

no preço do óleo, juntamente com o desenvolvimento da tecnologia de ciclo combinado e o

aumento das reservas firmes de gás natural tomam a geração térmica nos centros de carga

o principal caminho de expansão da capacidade de potência instalada.

O crescente interesse na construção de gasodutos conectando ricos campos de gás


natural para suprir centros de demanda pode ser esperado para servir tanto a demanda dos
setores industriais e comerciais como a usinas de ciclo combinado. Adicionalmente, o

aumento da disponibilidade da geração térmica local permitirá que a geração de

eletricidade seja exportada.


A

A integração da indústria do gás natural a nivel do MERCOSUL, apresenta uma


perspectiva de consumo esperada pelo Brasil da ordem de 14,5 lO9 m3 / ano para o ano
138

2004. Num futuro próximo, a preponderância das conexões de potência ou gasodutos de

gás dependerá de um número de fatores:

> Distância e característica de carga;

> Regulamentação do mercado de eletricidade nacional e regional;

> Regulamentação do mercado de gás nacional e regional;

> Dinâmica de negócios em cada setor.

Várias áreas devem ser tratadas para que a integração energética se dê de uma
forma plena e concreta, a saber:

“P preços dos combustíveis e tarifas elétricas e seu tratamento tributário;

> comparação dos sistemas energéticos nacionais;

> incidência energética nos principais setores produtivos;

`> comparação dos marcos institucionais, legais e jurídicos - incluindo os aspectos

ambientais - relativos à energia; _

> programa de racionalização, qualidade e produtividade,

> desenvolvimento tecnológico do setor; estudos de prospecção energética, dentre


outros.

B.5 A Indústria do Gás

A perspectiva de consumo de gás natural pela indústria de energia elétrica brasileira

está se tomando uma hipótese crescente para a indústria do gás. O novo crescimento é uma
oportunidade para as indústrias elétricas utilizarem tecnologias de geração de turbinas de
combustão e ciclo combinado ( alta perfomance a um baixo custo - vide Apêndice A ) e,

estas unidades são um mercado atrativo para os fornecedores de gás.

A demanda de gás pela indústria elétrica é relativamente grande quando comparada


aos demais consumidores, tornando-se necessario a coordenação de planejamento e
139

operação entre as indústrias elétricas e fornecedores de gás. Esta coordenação é importante,

principalmente no caso brasileiro, pelo país não possuir uma cultura de consumo de GN
consolidada, tornando a geração témmica a âncora para o desenvolvimento e viabilização

dos sistemas de transmissão e distribuição do gás natural no país.

B.6 Questão de Preço

Se o crescimento da demanda projetada realmente materializar-se, o preço do gás


natural dependerá em grande parte da habilidade da indústria de gás em aumentar o
suprimento enquanto assegura preços estáveis. A grande quantidade de gás disponível
reduziu os preços por muitos anos, mas nos últimos anos produtores têm reduzido o
inventário para torná-lo mais lucrativo.

Ainda quando a disponibilidade do gás se reduz, alguns estudiosos acreditam que


os preços do gás natural permanecerá estável, ou aumentará em taxas levemente acima da

inflação [46]. Eles apontam para as forças econômicas competitivas que afetaram todos os
aspectos do preço do gás natural em anos recentes. A resistência de maiores
desenvolvimentos no mercado competitivo incluem:

crescimento de um grande mercado local a curto prazo para vendas na


“atacado”;

> desenvolvimento de um modelo de preço sazonal;

P contratos de longo prazo que contenham a reação do mercado aos preços de

fomecimento;

> separação de serviços na indústria de gasoduto interestadual; e

P preços mais flexiveis de serviços de transmissão e distribuição.

No contexto brasileiro, com respeito ao preço a ser cobrado pelo volume de gás
natural que será utilizado para geração termelétrica no Pais, são oferecidas duas opções

para as empresas que participarem do programa prioritário de termeletricidade. Na


primeira opção, que é o modelo atual, 0 preço do gás natural (US$2,26 por milhão de

BTU) e reajustado trimestralmente em dolares, com base na variação do preço


140

internacional do petróleo. Já na segunda opção as usinas movidas a gás pagarão um Valøf


fixo, por um prazo de 20 anos, de US$ 2,475 por milhão de BTU de gás, com reajuste

anual. Desta forma, o preço do gás está atrelado ao da energia e não mais ao do petróleo. O
critério de ajuste será o da variação cambial, tomando como parâmetro a inflação

americana, cujo índice espera-se ficar entre 3% e 4%.


Como se pode observar, a principal diferença entre estas opções é que na primeira
opção os contratos de fornecimento de gás previam reajustes. trimestral. Enquanto isso, a

energia a ser comercializada pelas térmicas teriam as tarifas aumentadas a cada ano,

sempre na data de aniversário da assinatura do contrato. Isto transforma-se num obstáculo


para que os grupos empresariais possam conseguir financiamento junto aos bancos. Já com
esta segunda opção, os consórcios poderão incluir nos contratos a nova periodicidade do
aumento da tarifa do gás natural.

Essa foi a fórmula encontrada pelo governo brasileiro para descasar o reajuste do

gás com os derivados de petróleo e uni-lo à lógica de correção tarifária do setor elétrico,

que revê suas tarifas uma vez por ano. A idéia do governo, com a definição de um preço
fixo para o insumo, é ainda criar um ambiente favorável a investimentos no país e facilitar

a contratação de financiamentos por parte dos investidores.

A variação dos custos do gás vincula-se diretamente ao volume de investimentos e


custos operacionais de transporte, tenninais e armazenamento. Tão importante quanto o

preço do gás é a definição das condições de fornecimento, ou seja, as cláusulas do contrato,


como take-or-pay.

Conforme [47], a tarifação binômia seria a prática que melhor atenderia tanto o
setor elétrico como o setor de gás, admitindo-se que este modelo proporciona melhores
condições de entendimento e manipulação dos valores transacionados, constituindo uma
maneira mais elaborada e eficiente de se buscar vantagens e viabilizar a distribuição do gás
no mercado, ao lado de identificar e reduzir eventuais ônus ao setor elétrico através de uma
maior flexibilidade de consumo.

Segundo o modelo de tarifação binômia, existem componentes na equação da tarifa

refletindo o custo do gás na boca do poço, seu transporte e sua distribuição, podendo estes

componentes ser melhor traduzidos através de duas parcelas:


141

o Fixa (custo de capital) : correspondendo à capacidade de consumo dos clientes


(capacidade de “potência”), a qual é sempre paga, respondendo por 95% do
V

valor;

0 variável (custo de combustível) : correspondendo ao efetivo consumo de gás,


dependendo do número de compressores e volume deslocado, correspondendo
de 2 a 5% do valor. Esta parcela está referenciada ao preço da boca do poço de
produçao.

É colocado ainda como um aspecto primordial para o funcionamento da tarifa

binômia a indução de um mercado interruptível de gás natural, o qual permitiria que as


térmicas não precisassem operar além de um fator de capacidade mínimo definido por
condições técnicas, de confiabilidade ou por restrições de capacidade de transmissão. Este
mercado interruptível deve ser capaz de absorver expressivos montantes de gás
interruptível, isto é, gás que seria utilizado apenas em ocasiões de hidrologia favorável.
Segundo [48], a nivel do Mercosul é importante discutir algumas considerações
econômicas em ordem para fornecer um caminho que permita avaliar a viabilidade de
iniciativas nos níveis nacionais e regionais. Para este propósito, o preço de custo (“break-
even”) da eletricidade de centrais termelétricas de ciclo combinado consumindo gás natural

foi calculado para diferentes preços levando em consideração todos os custos envolvidos,

incluindo operação e impostos (referenciados a Argentina). Os resultados destes cálculos

são apresentados na Tabela B.3 a seguir.


~
Tabela B.3

B.7

natural

com
10

12

14
~ Preços de Custo para Centrais Termelétricas de Ciclo Combinado

Taxa (%)

Considerações Finais

Este capítulo fornece


como
Gás (USSÍMBTU)

uma
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
Potência (USS/1\'IW h)

16.6
20.0
23.3
26.5
30.0
17.7
21.0
24.2
27.5
31.0
18.7
22.0
25.2
28.5
32.0
19.7
23.0
26.3
29.5
33.0

visão global a respeito das considerações de uso

energético pelo setor elétrico brasileiro, baseando-se

oriundas das reservas brasileiras e estrangeiras. Abordaram-se ainda, duestões envolvidas

a integração energética promovida pelo

modelagem da indústria de gás


MERCOSUL, bem como
natural no contexto brasileiro.
em
142

do gas
perspectivas

a questão de

No Brasil, as questões regulatórias, institucionais, legais e politicas deverão ser

revisadas não somente para o desenvolvimento de suas reservas de gás natural, mas
também para seu transporte, distribuição e importação/exportação. A solução destas

questões é critica para que o setor do gás possa se desenvolver como os setores de potência

e Óleo
Anexo C - Banco de Dados para Programa Newave

Nesse anexo são apresentados os dados de entrada utrllzados nas slmulações com o
programa NEWAVE.

CASO.DAT
Arquivoscmo

ARQUIVO S CMO
.

DADOS GERAIS DGER.CMO


DADOS DOS SUBSISTEMAS SISTEMA1 .CMO
CONFIGURACAO HIDRAULICA CONFHD2.CMO
ALTERACAO DADOS USINAS HIDRO MODIF55.CMO
CONFIGURACAO TERMICA CONFT.CMO
DADOS DAS USINAS TERMICAS TERM.CMO
DADOS DAS CLASSES TERMICAS CLAST.CMO
DADOS DE EXPANSAO HIDRAULICA EXPH.CMO
ARQUIVO DE EXPANSAO TERMICA EXPT.CMO
ARQUIVO DE PATAMARES MERCADO PATAMARCMO
ARQUIVO DE CORTES DE BENDERS CORTES.CMO
ARQUIVO DE CABECALHO CORTES CORTESH.CMO
RELATORIO DE CONVERGENCIA AVCMOAB.CMO
RELATORIO DE E. SINTETICAS PARP.CMO
RELATORIO DETALHADO FORWARD FORWARDCMO
ARQUIVO DE CABECALHO FORWARD FORWARHCMO
ARQUIVO DE SHISTORICAS S.F. SHIST.CMO
ARQUIVO DE MANUT.PROG. UTE'S MANUTT.CMO
ARQUIVO P/DESPACHO HIDROTERM NEWDESRCMO
ARQUIVO C/TEND. HIDROLOGICA EAFPASTCC9

S/SE/N/NE - AVALIACAO CMO ABR/99(SINTETICO) - CRONOG ATUAL NÍVEIS -

VERIÇF.
144

Arquivo: CONFHD2 .CMO

NUMNOME POSTO JUS SSE VJBHC U.EXIS MODIF INIOHIST FMAIHST


X)OC)OCKX}0CKX)OCKX XXXX XOCXX )OCXX XXX)CK XXXX X}OCK XXXX XXXX
1CAMARGOS 1 2 1 200 EX 1 1931 1994
2UUUNGA 2 4 1 20.0 EX 1931 1994
4FUNH:GRANDE 211 20.0 NE 1931 1994
6FURNAS 6 (X>\IO) 20.0 EX 1931 1994
7MMORAES 7 20.0 EX 1931 1994
SESTREWO 8 9 20.0 EX 1931 1994
9JAGUARA EX 1994
_

9 10 20.0 1931
10IGARAPAVA 10 11 20.0 EE 1931 1994
11 VOLTA GRANDE 11 12 20.0 EX 1931 1994
12PCOLOMHA 12 17 20.0 EX 1931 1994
14CACONDE 14 15 20.0 EX 1931 1994
EX
_L...\._›_.\_¡_x._x_.›._.\_\._x_\__\_¡__¡__¡_¡

15EUC.CUNHA 15 16 20.0 1931 1994


16 A.S.OLlVEIRA 16 35 20.0 EX 1931 1994
35VRADOURO 234 41 20.0 NE 1931 1994
41BARRETOS 236 17 20.0 NE 1931 1994
17 MARIMBONDO 17 18 20.0 EX 1931 1994
18 AVERMELHA 18 44 20.0 EX 1931 1994
25 NOVA PONTE 25 26 20.0 EX 1931 1994
26 MIRANDA 206 27 20.0 EX 1931 1994
27CBRANCOI 207 ~
28 20.0 NE 1931 1994
28CBRANCOH 28 31 20.0 NE 1931 1994
30 CCNQUHABAI 209 31 20.0 EX 1931 1994
21SFACAO 251 24 20.0 NE 1931 1994
22BOCAWA 21 24 20.0 NE 1931 1994
24EMBORCACAO 24 31 20.0 EX 1931 1994
MITUMBMRA 31 32 20.0 EX 1931 1994
32 CDOURADA 32 33 20.0 EX 1931 1994
33 SAO SIMAO 33 44 20.0 EX C)C)C)©._›(DÓ_xC)(DC'JC)_xC)_›__\C)-AC)-\C)O....x.._\C)_.\_..\C)@C)Q®©-l-\--\OOOÓC)ÕC)-¡C)O-A-XQO
1931 1994
37BBONWA 37 38 20.0 EX 1931 1994
38 A.~S.LIMA 38 39 20.0 EX 1931 1994
39 IBITINGA 39 40 20.0 EX 1931 1994
40 PROMISSAO 40 42 20.0 EX 1931 1994
42NAVANHANDAVA 42 44 20.0 EX 1931 1994
44LSOE¶EQV. 44 45 20.0 EX 1931 1994
45 JUPIA 45 46 20.0 EX 1931 1994
46 PPRIMAVERA 46 66
_\-‹\_..\_\_.\._‹\....Â._.\_l.-l_\_\-\...À.¿_.l_X_À_\_\.-L..-\_.\«À...\_l__\_\___,\_¡__¡__¡

20.0 EE 1931 1994


47AAiANDNER 47 48 20.0 EX 1931 1994
48 49 20.0 NE 1931 1994
`

48 PIRAJU
49XAVANTES 49 249 20.0 EX 1931 1994
249OURINHOS 249 50 20.0 NE 1931 1994
50 L.N.GARCEZ 50 51 20.0 EX 1931 1994
51CANOASH 51 52 20.0 NE 1931 1994
52CANOASI 52 61 20.0 NE 1931 1994
61CAWVARA 61 62 20.0 EX 1931 1994
SZTAQUARUCU 62 63 20.0 EX 1931 1994
63ROSANA 63 66 20.0 EX 1931 1994
66 ITAIPU 66 O 20.0 EE 1931 1994
118 BILLINGS 319 119 20,0 EX 1931 1994
H9IIBORDEN 319 0 20.0 EX 1931 1994
120JAGUARI 120 123 20.0 EX 1931 1994
121PARABUNA 121 122 20.0 EX 1931 1994
145

122SANTABRANCA 122 123 200 NE 1931 1994


123 FUNIL 123 131 200 EX 1931 1994
124 LAJES 132 132 200 EX 1931 1994
126 PICADA 197 127 200 NE 1931 1994
127SOBRAGl 198 128 200 EX 1931 1994
128SAPUCAM 128 129 200 NE 1931 1994
129 S\MPLIC|O 129 0 200 NE 1931 1994
130LDOSPOMBOS 301 116 200 EX 1931 1994
fi6|TAOCARA 199 0 200 NE 1931 1994
131 NPECANHA 131 133 200 EX 1931 1994
132EÓNTES 132 133 200 EE 1931 1994
133PPASSOS 306 0 200 EX 1931 1994
139B. DO BRAUNA 135 0 200 NE 1931 1994
151CANDONGA 149 143 200 NE 1931 1994
143 AÍÍVÍOÊÊS 148 144 200 NE 1931 1994
134 SALTO GRANDE 134 135 200 EX 1931 1994
135 P.ESTRELA 263 143 200 NE 1931 1994
136 P|LAR 264 138 200 NE 1931 1994
138 BAU 264 143 200 NE 1931 1994
144MASCARENHAS 144 0 200 EE 1931 1994
148IRAPE 255 149 200 NE 1931 1994
149 MURTA 258 0 200 NE 1931 1994
162QUEMADO 158 0 200 NE 1931 1994
156 TRES MARIAS 156 157 200 EX 1931 1994
157FORMOSO 193 0 200 NE 1931 1994
192 GUILMAN 262 143 200 EX 1931 1994
195 JAURU 295 0 200 NE 1931 1994
196GUAPORE 296 0 200 NE 1931 1994
217ROSAL 200 NE
OC)-*O-JOOOOOOOOCDÓOOOOOOOOOOOOOOOO-\OCJO-XOOOOOOOO-*\OOOOOOC)OOO

196 0 1\)|\)[\)f\)|\)|\)|\)|\)|\)y\)|\)|\)|\)|\)_\..›_›._x._\_x_x._x_›__\.x_;._\...x._\._\_\_\_x_›_\._.\_›_.\_À._x._›._\_\_.\_›__\_›_›__\_.\...\_\_\_\__;

1931 1994
219 F.AMARAL 210 0 200 NE 1931 1994
251SERRAMESA 270 252 200 EX 1931 1994
252CANABRAVA 191 261 200 NE 1931 1994
261LAJEADO 273 0 200 NE 1931 1994
281PONTEPEDRA 281 O 200 NE 1931 1994
278MANSO 278 200 NE 1931 1994
283SANTACLARA 283 200 NE 1931 1994
289 ITUMIRIM 289 200 NE 1931 1994
194 TRAIRA 265 ¢\
-5
OOOJOOO

200 NE 1931 1994


53 FUNILRIB 105 200 NE 1931 1994
269 OMAGALH 187 200 NE 1931 1994
304 ITIQUIRA 259 0 200 NE 1931 1994
230 SBRANCAT1 230 56 200 NE 1931 1994
56TBORBA 231 57 200 NE 1931 1994
57MAUA 57 58 200 NE 1931 1994
58SJERONIMO 233 59 200 NE 1931 1994
59CEBOLAO 213 60 200 NE 1931 1994
60 JATAIZINHO 214 0 200 NE 1931 1994
74 FOZ DO AREIA 74 76 300 EX 1931 1994
73DJORDAO 73 76 1000 EX 1931 1994
76SEGREDO 75 77 300 EX 1931 1994
77SLTSANflAGO 77 78 300 EX 1931 1994
78 SALTO(DSORH3 78 82 300 EX 1931 1994
82 SALTO CAXSAS 222 0 300 EE 1931 1994
93PASSOFUNDO 93 106 300 EX 1931 1994
86BARRAGRANDE 215 91 300 NE 1931 1994
4

Arquivo: CONFTCMO

NUM NOME SSIS U.EXIS CLASSE


XXXX XXXXXXXXXXXX XXXX XXXX
ANGRA
1 1

2 IGARAPE
3 ST.CRUZ 12
4 ST.CRUZ 34
5 PIRATINING12
6 PIRATINING34
E

--`~€.OG)\IU'I->-$>(.›>00I\)`-A

7 CARIOBA
9 R.SILVEIRA G
10 CUIABA DIESEL
11 CUIABA G CS
12 CUIABA G CC -À

13 ANGRA 2 1

14 RIO GAS 10
15 BTB 42
45 RPBC 42
16 SAO PAULO 42
17 N.CAPIXABA 42
18 P. PAULISTACS 9
51 P.PAULISTACC 42
19 S.CRUZ 7A 12 11
20 S.CRUZ 7A 34 11
21 IGARAPE GAS 12
48 PIE GAS 42
22 P.I\/IEDICI A 13
23 P.MEDICI B 13
24 J.LACERDA C 14
25 ..I.LACERDA B 'OJ(.›JC›J(›}f\)|\)|\JI\)W\)I\J|\3|\)'l\$@I\JI\)I\JI\\|\)I'\)IkJl\Jl'\)Í\JII\)->-X4-Â-¡-X--\-\¿›--K-Â-\-K-X-M-L-\-X-A-À-X-L-X

15
26 JLACERDA A1 16
27 JLACERÕA A2 16
28 FIGUEIRA 17
29 CHARQUEADAS 18
30 NUTEPA 19
31 ALEGRETE 20
32 S.JERONIMO 21
33 C.GRANDE IIG 23
34 CGRANDE GAS 23
35 URUGUAIANA 24
36 JACUI 25
37 ARGENTINA F/G 26
38 ARGENTINA C 27
40 CANDIOTA 28
46 ARAUCARIA 23
47 JOINVILE 23
49 SEIVAL 28
41 CAIVIACARI 29
42 PECEM 30
43 RLAM 30
44 COSERN 30
1 47

M nfl
_w
VU T1 EL nu M nv

_; Au 3 _: Ag àm _: #9 ão Nm na QQ na Hx Wu WN H: Wo Nm Nm 3 N@ Nm Ná Nm NN WO NA No _w g _;
:_ 8 bm G3 _;
Ê ___
3QNmmÀQN __
××× 2C__<_

Em M>O Wfim ao
__~___>š
__>OC_ _S>Õ>m
EUWO
2,63) ÕC_>m> ÕC_>m> OC_>U>
___o_Z<_rm O>_S_uO O>_<_Uo
¶_QCm_š _____|>Om_NU>
WONCN QOWCN O>_»_om>
m|¬_Õ_'~CN
fl__OflCN _Q)_M>_um
¶_Z_mU_Õ_
UmO_m_S mm_<>_. '___|>OE~U> _~_M_r<m_D>
>ZQD>__
ZC:m_u> L__'>OmIU>
Ú_š_mU_O_>
_u=N>_¬_Z_ZQg

Oowmflz õ>N_P¶_m

NQO
':|>Om_üU>
Z_O>_U_×>m>

Ô>_S>O>D__ Q>m >_~>CO>_N_> O>ZU_o___)


šomZ4_o
>_NQmZ4_¶õ
mLm_NOZ__So
>rmQ__Mm.__m
_U__u>C_|_m4>OO _u4_u>C:Q¬>OM

Qpw ¶_D>_¬_Z_ZO¿~

CDCQCZPZP _u>Cro ××××××××××× Zošm

W “K
ÔI>_~oCm>U>H

__N
OU
8 Q
__”

EWO
V
Q_"~U_
QNQ:
Q>w
QPM Q) SP
nm

>N

××××_
ÚO4

P O_ ol

9 8
¶Oš×

Up MG WN ma www Q? G9 ma UN ×××_

QP “Q
__8_

_
mr
84 8_ 8_
®O_ 8_ 8. 8_ 8_ 8_ ¶_ 8_ 8_
8_ g_
8_
_
34 g_ g_
®O_ g_ g_
8_
$_ g_ g_
8_ 8_ 8_ 8_
8_ ä_ 8_ 8_ g_

pg pg pg pg pg pg ×××_×× 4m_¶
pg pg pg 98 98
98 Ohõ 98 O_OO 98 98 O_OD O_OD 98 PGO S3 POD 98 98 QDO 98 PGO 98 pñõ 98 E8 E8 98 98 900 E8 QCG 90° O_OO 900 POD
O_OO Oba
23 PCC Sã COC EVO

xxxxx

__b© ¿db© ¿NNm ¿N_Nm ¿_bN J¿b© NOÓO

OÕC OÕO ObO


Awhm
OÓG
_NNw _-m __b© _N~@
ÚNN ®N¶ QNQ OÕO ObO mhà OÕO OÕC OÓO ObG OÕC OÕO OÓO Ooo ObO OÕO 0~¶ GNN wkã ©~N
OÓO °_°O OÕÓ Úáã OÕQ 06° OÓO OÕO wkã OÕO ObO Qäã OCO

___>z

Gm š ÊN H:
_O pg
HWOOÕO

pg
^'¡'II

pg .E
__“w__3

Gm_OO w@_OO
Chã 98 àbc abc _××
98
NUÓO

ÊQOO 2:6 90° PGO OÕO ea PGO “bo :VOC
$_“_O_u
O_OO à_OO QCG “CO CÉU Obo 90° PCC CÉU
O_OO O_oO CÓD 90° 900 “OO
O_OO abc OÕG ONG O_OO 900 PGO Qu

_: 2 HWOOÕO ¶m<.××
JWQO
_¶ @pñõ
:WNQO UOAOO
öàhõ ®®_OO
OÕO OÕO àbc OAOO
~_m_OO
OÓO
IIÕO

3900 O_CO ÇOO


QWÕG OÕO çñõ QDO QDO
O_OO O_OO
QCG ONG CÓD QCG PGO Ohõ O_OO
ÇOO QDO OÕO OAOO
ÇGO E8 WCG à_OO
QDO WCG QQ E8 CÓD QDO QCG ÇCO poa

À _/ãš

N_w_OO
QQOG
š ÉN
JEÕO
GO
QQOQ
O OÕC O_OO COC QDO OÕO QCG CCO PCC OÕC as” ÀÕO
Hzgu
W503
Êgv WQOO
ÊÕO
HÉOCQ

_××
O_°O OÕO E3 ONG Chã QCG PGO CÓD O_OO
QCG PCC OVOS COC 90° PCC WCG À_OO “VOC ÚÓC __;
ÕC OO 28 PCC QDO QCG ÓC poa

O_8 w_8
À_g
“MCC GQÓO
Ê ÉNÕO 3›_OQ
AWQOC
CÓD Chã CÓD CÓD O_S OÕO POD QCG QCG OÕO O_OO
QDO QCG
&_g
NCQ
“:_OÓ mmzë :QCG ä_8 ÀQOO
HWOOÕO >mm_××

o_8 O_8 $_OC CCO


ÇOO 98 pao
O_NO OÕO OGG QCG °_OO CCO CÓD CCO O_OO QDO “OO QO gps
Q;\__Z

_u>D>

eg Nm_OO QHWNO
2 SNQÕ ëëñõ ÊQQO mQ_OO
eg DOO CÓD OÕÕ Chã QDO OÕO QDO QCG CCO CÓD ÔQO tha QCG ZÕO
mwbü :QCG NQÕO AQGO 8900
š)__××

_u
CCO PGO
900 OÕO OÕQ GANG
QCG DOO OÕÕ Obo OAOO CCO OÕO OÓO POD POD
w_OO à_OO
QDO “OQ na QDO

_š__<_m_Do

š :WNCO
__©_:õ

39°C mçñõ O_OO CÓD


_õ__`O

U_OG ?_bO
WWQOO
:QCG “QCG #900 89°C
,_Cz,××

“WACC
uma
QQOO OÕO O_OO CCO ÇOO POD QCG CÓD PCC OÓO OÀOO ÇOO PUG à_O_U
CÓD
Nm
OÕO ã`OO QOO
Oba ÇOO çñõ CNO CÓD OAOO CÓD ÇOO ooo Oba PGO QCG CÓD “OO

>Zo

Í :WNÕÕ
CCC png
avg
AÕQ QCG :ACD “QCG WQOO baba
HWOOÕQ
'_C___××
Um
O_OO CCO CCO PMO PGO não PGO O_OO ÇOO O_OO O_OO CCO OÁOO
QCG QCG WCG ÍUO
HWÕO RWÕO
QCG 2:6 Ha POO
ÊQOC
gwbñu CÓD POD OÓO PGO POD QCG QDO OVOD CCO PGO DOG E8 gbñv

mm1¬COo

š flàbo mšñõ @m__OO MVQOO


M8900
>OO4××

DOO 3:0 88
EPOC aøoo m@_OO SACO à_OC “achu
à_OO
NWÕO W906 away
QCG OÕO O_OO
QOO QDO O_UG QCG CÓD O_OO CCO 900 QCG
O_OO
QCG OÓQ DANO Ooo OÕO COC Ooo 90° CCO O_OO O_OQ CÓD OAOO O_UO w_OO
QCG “OO QG

_: mmfixx
pg pg
HWOQOG
__mx_OO
mwpñä
:WNÕG WQOO
amoo png QCG QCG ago à__ä “PGO

mäoñv _8_Oñ_
Qwoo WQOC QQOO
ÇOG O_OO
QDO CCO OÕD QCG QCG Çñë CÓD “gv
CCO oco CCO CNO CCO QCG CCO QCG CCO CÓD QCG Oba E8 Chã m_OO ÀÕG 90° ÀNMW

pg”

oC4__××
à_g
AÊÕO Aghõ :W_OO 89°C
Obo O_8 O_S sig “who
CÓD 048 98 àbo
$_8 “CCO ÊNCO Oba QCG CAOS :co g_8
OAS G_OO QDO
Oba O_8
“WCG
O_DO 048 ONG ÇOO O_8 CCO Oba 98 o_8 CÓD
QDO WCG àbo
Hwhõ
“QC g_OO CÉU Oba PGO gbo
QDO

pg
ZO<__××
QOOÊV

eg :mhõ
__£_OO

N©_QO m@_OÓ haha


mmñë wpâ ÊNQO SNOO QQOO 985 ã_OO :bo
CARE
28 DOO DOO
M@_OO
QCG DOO QCG QDO 90° QCG QCG QDO õflv
COC OÕO Chã ONG COC O_OO
PGO O_OO
98 OAOO
ÇOQ CCO OAOO
CÉU ÇOO “OO àbO QCG QCG

À
____

G O O O mà š Q k
_

O
_UmNÀ××

Mw :WN QOÓ_OO :V
Hsbc “QCG mgñë mö_OO

OÀOO
QQOC ëàbc 59°C 2:5 QCG
CC QCG QCG QDO QDO QCG DOC QDO OAOC DOC ÇDC QCG
O_OO
QCG
ÕO QCG R5
OQ
O_OO COC
NO QCG OÀOC
DO QDO CCO ,OO 900 QDO 'OC ÇOO _OO ,OQ QCG _OO QDO “mw ÕC

i
_U+>2Om_
×××›××
QOÓAOQ
dmègu :QDO ÀQOO
:WNÓO imøñä flàbo WQCO WQOO
“WACC
2:3 OÕO DOO OÕO OÀCO OHOO
QDO khõ QCG
Àhõ QCG
OQOC
'Nm çñä CÓD O_OO OÕC QDO QCG CCO QCG CQC
QCG CNO OÕO QCG QCG QCG O_OO
QDO CÓD QDO CCO CCO ÇQC “OD “OO
QDO QCG
Mq _w

V _O_

C LA S T C_
MO

3 8ÊQm mb M_
XXXX
wo MQ Nm Mfi Mm Mm Má bw Mw M`_ No AQ :W _;
:W _; Am AN _:
IN Mw
ZC_<_

Ô_

Wfl wfl
Q>w Q>m
L>OC_
>EO_
>DQ_

_U_<_mU_O_
OC_>W> >ZQfi>

O
ZC|¬mU>
_Q>_N>_Um O>¬N_OW>
¶_QC_m_m> '___|>Ô_m¬NU>

ÓC_>w>OÔ ÓC_>W>Ôm

mm
>_¡mOD_m:m õ>D>_um

Zm
Ô>_<_>Ô>D_ _u__U>C_|_w|¬>
_“~_m___|<m__“N>Q

O>ZU_O_¬> L_r>Ô_m_~U>> U_¶N>_¬_Z_zQ>

:|>Om_NU>O
ÔICN ODCN
Em
m_fl>ZUm W_LmNOZ__<_O
CWCQC>_>Z>
ZO_/\_mÔ_|>Wwm

ÕI>flDCm>U>m

O
__M

OU
_ W ¶>

Q>m O_|mO Q>m Q>® Q>m Q>m Q>m O_|mO


Q>m O_'mO
Q>m Q>m GPW O_|mO Q>m O_'mO O_|mO
OCMO OCNO OEMO Ormo
Õ>_“~<>O Ô>¬N<>O Õ>¬N<>O Ô>¬~<>O O>¬N<>O O>_N<>O
O>I<>O Ó>I<>O
ZCO_|_m>¬~
¡____uOOO_/\_m

š~šš_×X

Êmg Am Amg Amg


mää
mäg
g_g gng gwg 49% Gg NN3 mwmä ag Í mg
ÔCÊÓ

3
N58 N58

8
N98
:_

848 Ê_ä §_$


NQK:
:ha ää gwmw
Êlõ
àwdw
_$ šhõ

špg
:Lg
Am Hwçg mšg Wçg
“WQMQ
Qpg
fiwg
SRS mälë
àøg Ê_g ®_g
××××_×× OCQIO

3
QW8
:_

mwwflw Àmmñ Qàhä


N95: :'ä 8,8 GÕO GÕQ
ÀM_À®
ëbà ÊÕQ tia ñwów MAQHW
\_k_

Ôcmfio
Swg Àøg ××××_××

:fg
5_: :__ä Qmgv mäbw Qwmm @@_M© Gps àw_mä Afikã MNHÊ MÀÕM :A8 MNNO mwmäv hb_à©
mg
Mpx: 2:6 ÊÓO äóñu
@ç©|\ Hämmw
amb Gàñu
këdnw ñ_@@ Màbmw

××××_×× OCm|_`O

HWÇQO ©__m~@
Mpx: ÊWQU :P3 @@_®O :WÕO ÚWNQ mänõ Nähñ àN_`ö H$_©© @N®@ :WMA NPQM MNNO Nšñã
ñwmw ññä
Mà_W®
:_¶@ ÊÕO
@O_©|\ :_x_O
GÕO
~õ_®`_
ÊQG QWÚHN gW_NO
mau

N: ××××__××
OCm`¬o

mšgw
Nr: Êçmö
:A6 EX: :_ä @@_®©
2:5 ÊÕQ :VÔO mäbmw QVÓN QWNQ Qwow àwhä ata “ëbmw NNQN :WMA Qzä :X5 ÊÕO
NVIQO mëäv ñrö
Rad;
ñwñä MWÚO
Ú@ Níwnw

bag
N: ××X×_××
OCQÓ

HWOÕO HWQHW Nšxâ


Mmín __\__“wO

5_: @®_®O @@_N© Bã_©@ à~_hä @N@@ Mà_®M


@NiV
ämwbñv
:EW ÊÕC adñv
pmwmw
gwmw
“Ebm”
amb :QO :BG gwgñu
âšö Qäanw
mamy
ggfl qfw

mwwg mwmg Hvšg MNg Nêg


OCMÃU
mag ××××_××

MQNQ ÊQQO
HWOÓO
©mNw
mês @wM© àmw_©M
`__`~_àW
Nkxm QNS
avg
Btiâ N35: bmw_@@ mg
:Za
__m:__

KOO GAWO ÊÕO ÊNA :___O


GÓÓ âúmw

ÕCWHO
XXXXIXX

smmë
Am: Aiwa HWOÕG
©@~@ £w_% @®_@@ Nãâmñ
Êpnä WWNQ kškã N36: à®_@@ Mwmõ
Mpkn
ÊOO Ê_®O GÓG guøfl
Ànvšw
âwà Ehä :QO ÊÕO MNÃV ñ__,ä Qiô
gàñu gwmu gwmu

ÕCÊÓ
××××_×X

:Ag yfg
MQN3 Smmö Jp: HWOÓD
©m@@
©mw_@M mwçmm Qmwha èmxñ àwkë
“wmw_mõ
@NH§ Afla MNIS _Ê_à© bg? bag*
`“__¢@

:mó
®®_®©
GÕO ÊÕQ gv&© ëwà Qzä GÓO Mäiw mxä

ÕCWAWO
“wmg Mwg
××××_×X

:lg HWÇOO
mäww
_h_VO©_\

QHWNQ “Ska N52 ñ_ã


øg
Êwmä al: :lã GÓO
Qwúw àwmwñ šwáä
amb
Q_'@@
:QO GÓQ
ENNO Qwgñv NEÕHW
N©_N_|\
GÕC Qíwflw
gia gwmw

OCQÓ
mg
××××_×X

Mwmä N52
hwMWm© HWOOQ
QWS
Wlöwfl mês ANN5 mamã NNS NNQO “Exa
ñ__ä Qíä
MT: ämmõ 5,: :Àä :WÕO :WQO QMMW mäwmw àwlmä
ÊMÀ MÀÓHN :#0 GOD
:QO gia
Arquivo: EXPHCMO
COD NOME `ENCHIMENTO VOLUME MORTO DATA Por.
INICIO DUR.MESES % ENTRADA
XXXX XXXXXXXXXXXX XX/XXXX XX XX.X XX/XXXX xxxx.X
52 CANOAS I Jun/99 27.o
Jun/99 27.5
Jul/99 27.5
9999
51 CANOAS II Jun/99 24.0
Jul/99 24.0
Jul/99 24.0
9999
82 SALTO CAXIAS Jul/99 310.0
Jul/99 310.0
Out/99 310.0
9999
10 IGARAPAVA JuH99 42.0
SeU99 42.0
9999
46 PPRIMAVERA Nov/99 100.8
Abr/O0 100.8
Ago/00 100.8
Nov /OO 100.8
Mar/01 100.8
Jun/O1 100.8
Out/O1 100.8
Ja n/O2 100.8
Ma¡l02 100.8
Ago/O2 100.8
Dez/O2 100.8
Mar/O3 100.8
Jul/03 100.8
Out/03 100.8
F ev/O4 100.8
9999
122 SANTA BRANCA Jul/99 29.0
Jul/99 29.0
9999
217 ROSAL Dez/99 00.0
Jan/O0 27.5
Fev/OO 27.5
9999
304 ITIQUIRA Jan/O1 00.0
Mar/O1 30.6
MaI/01 30.6
Jul/O1 30.6
Set/01 30.6
9999
1 94 TRAI RA SeU04 00.0
Out/04 55.0
Ja n/O5 55.0
9999
92 ITA AbfiOO 00.0
Jul/00 290.0
Out/00 290.0
Fev/01 290.0
Jun/01 290.0
Out/01 290.0
9999
114 DFRANCISCA Out/OO 00.0
Jan/01 62.5
Abr/01 62.5
9999
230 SBRANCATIB Abr/07 33.5
Jul/07 33.5
9999
56 T. BORBA Jan/06 00.0
Abr/06 56.0
Jul/06 56.0
9999
57 MAUA Set/05 00.0
Dez/O5 194.0
Mar/06 194.0
9999
58 S.JERONIMO Ago/04 00.0
Nov/04 142.0
Fev/O5 142.0
9999
59 CEBOLAO Jun/O2 00.0
Set/O2 78.0
Dez/O2 78.0
9999
60 JATAIZINHO Abr/O5 00.0
J ui/O5 52.0
Out/05 52.0
Jan/06 52.0
9999
278 MANSO Out/00 00.0
Jan/01 52.5
Abr/O1 52.5
Jul/O1 52.5
Out/O1 52.5
9999
96 PASSO MEIO Mar/01 00.0
Abr/01 10.0
Jul/01 10.0
Out/01 10.0
9999
162 QUE|MADO Mar/O1 00.0
J un/O1 35.0
Ago/O1 35.0
Out/O1 35.0
9999
196 GUAPO RE Jul/O1 40.0
Out/01 40.0
Jan/02 40.0
9999
283 SANTA CLARA Jun/01 00.0
Jul/O1 20.0
Ago/O1 20.0
Set/01 20.0
9999
195 JAURU Mai/01 00.0
Ago/01 17.5
Nov/O1 17.5
Fev/02 17.5
Ma¡l02 17.5
9999
135 PESTRELA Jul/01 00.0
Out/O1 28.0
Out/O1 28.0
Dez/01 28.0
Dez/O1 28.0
9999
216 CUBATAO-SC Jul/02 00.0
Ago/O2 22.5
Set/02 22.5
9999
261 LAJEADO Jan/02 170.0
Fev/02 170.0
Mai/O2 170.0
Ago/O2 170.0
Nov/02 170.0
9999
143 AIMORES Mar/02 3 00.0
Jun/02 132.0
Set/O2 132.0
Dez/O2 132.0
9999
86 ITAIPU Jul/02 700.0
Nov/02 700.0
9999
132 FONTES Jul/O2 15.0
Out/02 15.0
Jan/03 15.0
Abr/03 15.0
9999
48 PI RAJU Abr/02 00.0
Jul/02 35.0
Out/02 35.0
9999
252 CANA BRAVA Jul/02 00.0
Ago/02 112.5
Nov/02 112.5
F ev/O3 112.5
Mai/O3 112.5
9999
4 FUNIL-GRANDE Mai/02 00.0
Ago/O2 60.0
Nov/O2 60.0
F ev/O3 60.0
9999
126 PICA DA NOV/02 00.0
Fev/O3 25.0
Mai/03 25.0
9999
101 BOM RETIRO Mar/O3 5.0
Mai/O3 5.0
Jui/03 5.0
Set/O3 5.0
Nov/03 5.0
Jan/O4 5.0
9999
1 49 M URTA Jan/03 00.0
Abr/03 36.7
Jul/03 36.7
Out/03 36.7
9999
148 IRAPE Out/03 00.0
Jan/04 120.0
Abr/04 120.0
Jul/04 120.0
9999
136 PILAR J un/O3 00.0
Set/03 56.7
Dez/03 56.7
Mar/O4 56.7
9999
22 BOCAI NA Dez/03 00.0
J un/04 75.0
Set/O4 75.0
9999
289 1TUM\R\M Jul/O4 00.0
Out/O4 25.0
Ja n/O5 25.0
9999
91 MACHADINHO Jun/O2 00.0
Set/02 380.0
Jan/03 380.0
Mai/03 380.0
9999
90 C.NOVOS Mai/04 00.0
Ago/O4 220.0
Nov/O4 220.0
Fev/05 220.0
Mai/O5 220.0
9999
151 CANDONGA Out/O3 00.0
Nov/03 54.0
Fev/O4 54.0
9999
139 B.BRAUNA Nov/03 00.0
Dez/03 16.0
Mar/04 16.0
Jun/O4 16.0
9999
281 PPEDRA Nov/O3 1 00.0
Dez/O3 58.7
Jan/O4 58.7
Fev/04 58.7
9999
165 GATOS l Abrƒ02 3 00.0
Jul/02 11.0
Out/O2 11.0
Jan/03 11.0
9999
275 TUCURUI Jan/O3 375.0
Mai/O3 375.0
Set/03 375.0
Jan/04 375.0
Mai/O4 375.0
Set/04 375.0
Jan/05 375.0
Mai/O5 375.0
Set/05 375.0
Jan/O6 375.0
Mai/06 375.0
9999
154 1TAPEB1 Nov /02 3 00.0
Fev/O3 150.0
Ma i/O3 150.0
Ago/os 150.0
9999
166 SACOS Dez/03 28.5
Mar/04 28.5
Jun/O4 28.5
Set/O4 28.5
9999
292 CANA BRAVA F Jul/02 1 0.0
9999
294 QUE\MADO F Mar/O1 3 00.0
9999
302 LAJEADO FIC Jul/01 3 00.0
9999
115 GP. SOUZA Jul/99 5.0
Ago/99 5.0
O ut/99 5.0
Nov/99 5.0
9999
144 MASCARENHAS Jan/O0 8.0
9999
27 CBRANCO I O UK/04 3 00.0
Jan/05 102.0
Abr/05 102.0
Jul/O5 102.0
9999
28 C.BRANCO|l Fev/O5 3 00.0
Mai/O5 70.0
Ago/O5 70.0
Nov/O5 70.0
9999
249 OURINHOS Nov/O4 3 00.0
Fev/05 11.0
Mai/05 11.0
Ago/O5 11.0
Nov/O5 11.0
9999
215 SPILAO Mar/O5 110.0
Jun/O5 110.0
9999
¬
3

53 FUNILRIB Mar/05 00.0


Mai/O5 50.0
Ago/O5 50.0
Nov/05 50.0
9999
293 FORMOFK1 Mai/05 00.0
9999
157 FORMOSO Ago/05 100.0
Nov/05 100.0
Fev/06 100.0
9999
BAU
_

138 Nov/05 00.0


Fev/06 34.0
Mai/06 34.0
Ago/O6 34.0
9999
106 GARABI 50 Jul/06 00.0
Out/O6 125.0
Jan/O7 125,0
Abr/O7 125.0
Jul/O7 125.0
Out/O7 125.0
Jan/O8 125.0
9999
86 BARRA GRA F ev/O7 3 00.0
Mai/O7 230.0
Ago/O7 230.0
Nov/07 230.0
9999
21 SFACAO Set/05 3 00.0
Dez/O5 70.0
Mar/O6 70.0
Jun/O6 70.0
9999
254 P.CAVALO Jun/O4 150.0
Set/O4 150.0
9999
269 C. MAGALH Fev/O6 55.0
Mai/O6 55.0
Ago/O6 55.0
Nov/06 55.0
9999
35 \/IRADOURO Mar/OB 00.0
Abr/O6 15.0
Jul/06 15.0
O ut/O6 15.0
9999
41 BARRETOS Mar/06 00.0
Abr/O6 17.0
Jul/O6 17.0
OuTJO6 17.0
9999
219 F .AMARAL Mar/06 00.0
Abr/06 16.5
Jul/O6 16.5
9999
1 16 ITAOCARA Jul/O6 00.0
SeU'06 70.0
Dez/O6 70.0
Mar/O7 70.0
9999
128 SAPUCAIA Set/O6 1 00.0
O ut/O6 100.0
Jan/O7 100.0
Abr/O7 100.0
9999
129 SIMPLICIO Jul/06 3 00.0
Out/06 60.0
Jan/07 60.0
Abr/07 60.0
9999
268 S.QUEBRADA Abr/06 3 00.0
Jul/O6 166.0
O ut/06 166.0
Jan/O7 166.0
Abr/07 166.0
Jul/O7 166.0
Out/O7 166.0
Jan/O8 166.0
Abr/O8 166.0
9999
191 ARACA Jan/07 3 00.0
Abr/07 30.0
J ul/07 30.0
Out/O7 30.0
Ja n/O8 30.0
9999
Arquivo: EXPT CMO

NUM TIPO
3POTEF
3<3TMH¶
MODIF
XXXX XXXXXX(XXXXXXX
16800
2800
Ê
sf š š
ANOI

1999
1999 Nwmmwâä
ANOF
2002
1999
3 GTNMN 5600 1999 2002
j3POTEF 8400 2002 2003
3(3TMIN 2800 2002 2003
3POTEF 000 2003
3<3TMHQ 000 2003
4POTEF 44000 1999 2003
4<3TMHQ 11800 1999 1999
4 CYFMIN 5900 1999 1999
l\.)(.0O§I\)

4 GTNNN 11800 _x
1999 2003
4POTEF 000 2003
4-GTNHN 000 2003
19POTEF 8400 2002 2 2003
19POTEF 16800 2003
19 GTMIN 2800 2002 2 2003
19GTMm 5600 2003
20POTEF 44000 2003
20(3TNHN 118.00 2003
33POTEF 4000 1999 1999
33 GTMIN 3200 1999 1999
33FCMAX 9000 1999 1999
33POTEF 8000 1999 I\)I\)|\)\I\I\l

2000
33 GTMIN 6400 1999 2000
33FCMAX 9000 1999 2000
33POTEF 12000 2000
GTMIN 9600 2000
(DCD-\-*O)O)l\)Í\)O)U)\I(D\|CDU`lJ>~(.›JU`›U`|J><.0(›JO`›O§O)CDO.)(›JQ)CDm03030)(›)00(¡.)0)(›)(àJ(»)(A)O\I-lã-h(›)(›J(¡J(:J\I.b-lã

33
33FCMAX 9000 2000
34POTEF 30000 2001
34 GTMIN 24000 2001
34FCMAX 9000 2001
13POTEF 130900 2000
13GTMW 261.80 2000 3 2000
13GTMM 431.97 2000 4 2000
13 GTMIN 615.23 2000 5 2000
13GTMW 65450 2000
13FCMAX 2000 2000 w 2000
13FCMAX 3300 2000 2000
13FCMAX
m.à

4700 2000 2000


13FCMAX 6700 2000 Ó 2000
13FCMAX 7100 2000 2002
13FCMAX
m-w

7400 2002 2003


13FCMAX 7500 2003
1OPOTEF 15000 1999 2000
10 GTMIN 1370 1999 2000
11POTEF 300,00 2000 2000
U`|U'I-\-\

11 GTMIN 24000 2000 2000


12POTEF 480.00 2000
12 GTMIN 384.00 2000
14POTEF 700.00 2002
14 GTMIN 56000 2002
17POTEF 150.00 2001
17 GTMIN 120.00 2001
18 POTEF 15500 2001 2001
18GTMW 12400 2001 2001
18 POTEF 31000 2001 2001
18C§TMIN 24800
U)mf\)T\)-\-\

2001 2001
18 POTEF 46500 2001 2001
18GTMW 37200 2001 2001
51POTEF 63000 2001
51 GTMIN 504.00 2001
21POTEF 255.00 2001
21 GTMIN 204.00 2001
35POTEF 500.00 1999
35FCMAX 9000 1999
35 GTMIN 000.00 1999
40POTEF 350.00 2003
40<3TNHN 14000 2003
46 POTEF 444.00 2002
46CFTMIN 355.00 2002
47POTEF 600.00 2002
47GTMW 480.00 2002
48POTEF 450.00 2005 6 2005
48 GTMIN 360.00 2005 6 2005
48POTEF 900.00 2005
48 GTMIN 720.00 2005
49POTEF 250.00 2005 12 2005
49GTMM 100.00 2005 12 2005
49 POTEF 500.00 2006
49 GTMIN 200.00 2006
16 POTEF 450.00 O)01U'IU'|-¡>-l>J>@0).àz_›OC)_\_;(O(0\|\|_›._z.._›|\)¡\)|\)|\)Q)¿1)_›_z`¡\¡`¡\¡Q)0¡¡»a¡¡›\)¡\¡_¿_à_¿_›_¡Ê¡:;‹_o¿o‹»o›r\›r\)_¡__`

2003 1 2004
16 GTMIN 360.00 2003 1 2004
16POTEF 900.00 2004
16GTMW 720.00 2004
15POTEF 501.00 2002
15 GTMIN 2002
_.x._.\

400.80
36POTEF 350.00 2002
36 GTMIN 165.00 2002
36FCMAX 8000 2004
37POTEF 100000 2000
37GTMW 000 2000
38POTEF 100000 2001
38GTMW 000 2001
45 POTEF 8000 2002
45GTMW 6400 2002
42 POTEF 240.00 2000
42GTMW 192.00 2000
-*-Â

44 POTEF 100.00 2003


44GTMW 4000 2003
43POTEF 360.00 2001
43GTMW 144.00 2001
29POTEF 4854 1999 1999 [MANUTENCAO MAQ4 26 D|As
29FCMAX 10000 1999 1999 [

29IPTER 000 1999 1999


[MANUTENCAO MAQ4
[

POTEF 5247 19 D|As


010101-lã-ä-Jä

29 1999 1999
29FCMAX 100.00 1999 1999 [

29IPTER 000 1999 1999 [

29POTEF 7200 1999


ZQGTMW 2500 1999
29IPTER 000
G)Ú)

1999
Bibliografia

[O1] “Plano Decenal de Expansão 1999 / 2008”, elaborado pelo Grupo Coordenador do

Planejamento dos Sistemas Elétricos - GCPS / Eletrobrás/ MME.

[O2] Florentin, C.M.C.; “Operação de Sistemas I-Iidrelétricos em Ambiente Competitivo:


Uma Abordagem da Gestão Empresarial via Simulação Estocástica e Dinâmica de
Sistemas”, Tese de Doutorado, UFSC, Florianópolis, SC, Novembro, 1999;

[O3] Gorenstin, B. G. Paciomik, N. “Planejamento sob Incertezas”. In: XIII SNPTEE -


Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, Grupo VII,
Planejamento de Sistemas Elétricos (GPL), Florianópolis, 1995.

[O4] Aires, J. C. O., Pinto, L. M. V. G., Filho, R. N. F. “Critérios e Modelos de


Planejamento considerando Incertezas”. VI Encontro Regional Latino-Americano
In:

da CIGRÉ, 28 de Maio a 1° de Junho de 1995, Foz do Iguaçu - PR.

[O5] Gross, G., Finlay, VD. J. “Optimal Bidding Strategies in Competitive Electricity

Markets”. In; 12” Power Systems Computation Conference, Dresden, August 19 - 23,
F

199ó,pps15_s23.

[O6] Morozowski F°, M. “Planejamento Integrado de Sistemas Multiárea com.Restrições


;

de Energia e de Confiabilidade: Uma Abordagem via Programação Estocástica”, Tese


de Doutorado, COPPE / UFRJ, Rio de Janeiro, 1955.

[O7] Born, P. H., Almeida, A. A., “Mudanças Estruturais no Setor Elétrico: Formação e

Regulação de Preços”, http://wvvw_provedor,nuca.ie.ufi'j.br/eletobras/estudos/bom.doc

[O8] Morozowski F°, M.; “Planejamento de Sistemas Elétricos em Ambiente Competitivo:

Conceitos e Metodologia”, Concurso para Professor Titular, UFSC - LabPlan,

Fevereiro de 1998, Florianópolis ~ SC.

[O9] Castro, R., Ramos, D.S.; Filho, C.L.; “Comercialização de Energia no Ambiente

Competitivo do Setor Elétrico”, XV SNPTEE - Seminario Nacional de Produção e

Transmissão de Energia Elétrica, Grupo IX, GOP / O4, 17 a 22 de Outubro de 1999,


Foz do Iguaçu - PR. _
[10] Schuch, G. B- “Um Modelo para Estudos da Demanda de Energia Elétrica em
Ambiente Competitivo”. Tese de Doutorado em' Engenharia Elétrica - Cemfg
. Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, 2000.

[11] Ortega, J. M.; Morozowski F°, M.; “Planejamento da Operação de Centrais


Termelétricas a GN sob uma Ótica Empresarial”, XIII Congresso Brasileiro de

Automática, 11 a 14 de Setembro de 2000, Florianópolis - SC.

[12] Ortega, J. M.; Morozowski F°, M.; ”Gestão de Centrais Termelétricas a GN em


Ambiente Competitivo: Uma Abordagem via Dinâmica de Sistemas”, XXXI SBPO, 20
a 22 de Outubro de 1999, Juiz de Fora - MG.

[13] Ortega, J. M.; Morozowski F°, M., “Planejamento da Operação de Sistemas


I-Iidroténnicos em um Ambiente Competitivo”, XII Congresso Brasileiro de
Automática, 14 a 18 de Setembro de 1998, Uberlândia - MG.
[14] Negri, J .C., Vieira, S., Junior, S.O., “Análise Termoeconômica de Plantas de Geração
Térmica”, XIV SNPTEE, Belém, PA, 1997.

[15] Melo, A.C.G.; Reis, M.S.; Gorenstin, BG., “Avaliação Econômico-Financeira de


Projetos de Expansão do Setor Elétrico - Um Enfoque Empresarial”, XIV SNPTEE,
Belém, PA, Outubro, 1997.

[16] Silveira, F.S.V._; “Um Modelo para Planejamento Econômico-Financeiro de Empresas

de Energia Elétrica Adequado ao Ambiente Competitivo”, Dissertação de Mestrado,


UFSC, Florianópolis, Agosto, 1997.

[17] Coopers & Lybrand, “Working Paper A5 - Trading Model and Industry Structure

Recommendations”, SNE/Eletrobrás, Brasil, 1997.

[18] Gazeta Mercantil do dia 2 de Julho de 1997, pg. C-1 e C-5.

[19] Saraiva, J .T., Mompilher, L., “Algumas Reflexões sobre o Planeamento e a


Exploração de Sistemas Eléctricos de Energia em Ambiente Desregulamentado”,
ELAB”96 ~ 3Í Encontro Luso-Afro-Brasileiro de Planeamento e Exploração de Redes
de Energia, Actas do Encontro, Vol. O1, Porto - Portugual, 16-18 de Outubro de 1996.

[20] Porter, M. E., “Estratégia Competitiva: Técnicas para Analise de Indústrias e da

Concorrência”, 7¿ Edição, Rio de Janeiro, Editora Campus, 1991.


[21] Pidd Michael; “Modelagem Empresarial - Ferramentas para Tomada de Decisão”,
Bookman, Porto Alegre, 1998.

[22] Forrester, J “Industrial Dynamics”, 1. Ed. Portland: Productivity Press, 1961.

-
[23] ___ “Modelo Super/Olade BID”, Manual Del Usuario, Diciembre, 1993.

[24] Powersim 2.5, “User”s Guide”, Powersim Press, 1996.

[25] Backus, G. A., Amlin, J. S. Kleemann, S., “Introduction to Energy 2020” Systematic

Solutions, INC., Fairborn - Ohio, December 1993. _

[26] Quinn, J. B., “Strategic Change: “Logical Incrementalism”, Sloan Management


»

Review, v. 20, n. 1, p. 7-21.

[27] Forrester, J.W., “Industrial Dynamics”, Management Science, 14, No, 7, May 1968

[28] Finardi, E.C., “Planejamento da Operação I-Iidrotérmica Utilizando Processamento de

Alto Desempenho”. Dissertação de Mestrado, UFSC/PGEEL/LABPLAN,


Florianópolis, SC, Brasil, Abril de 1999.

[29] Ramos D. S., Castro R. e Barillari S. N., “Análise Comparativa dos Modelos
MODDHT e NEWAVE”, Outubro de 1999.
[30] Preço de referência válido p/ o periodo até 31.12.2008
- Região SE/ SUL/COESTE -
http://www.gaspetro.com.br

[31] Silveira, A.M.P.A.; Ribeiro, A., Pinto, L.M.V.G., “A Comercialização da Energia


Eletrica: O Ponto de Vista do Consumidor, da Empresa e do Produtor Independente”,
XIV SNPTEE, Belém, PA, Outubro, 1997

[32] Wylen, G.V., Sonntag, R., Borgnakke, C., “Fundamentos da Termodinâmica

Clássica”, Livro, Tradução da 49 edição americana, São Paulo


- SP, Ed. Edgard

Blucher LTDA, 1995.

[33] Azevedo, Gilson, “Turbinas a Gás: Aspectos Mecânicos e Operacionais”, Apostila de

Curso, IBP-Instituto Brasileiro de Petróleo, São Paulo-SP, Maio de 1995. _

[34] “Relatório Final - Estudos de Reanalise do Programa de Implantação de Tennelétricas

no Mato Grosso do Sul”, ENERSUL, Comitê Intemo do Gas Natural- CIG, Setembro,

1995. ,
[35] “Conceptos Básicos de Planeamiento Operativo” ~ Seminário I, Módulo de
Planeamento Operativo, PROMON, Febrero, 1992. '

[3 6] Texaco - Publicação Técnica; “Indústria de Geração de Energia II - Turbinas a Gás”,


Vol. 81, No. 3, 1997

[37] Apostila da COENE - “Curso Tecnológico de Otimização Energética” ; Esçgla


Federal de Engenharia de Itajubá; MG; 1997.

[38] Lemos, M., Zaparoli, E. L., “Introdução às Turbinas a Gás e a Vapor”, Apostila.

[39] Jess, H., Roser, G.; “Berlin°s “Mitte' district heating power plant - clean energy for

the city center”; ABB Power Generation, Review, 1/95. '

[40] Shearer, J. L.; Murphy, A.T.; Richardson, H.H.; “Introduction to System Dynamics”,
Addison-Wesley Publishing Company, INC, London, 1967.

[41] “As Possibilidades de Uso do Gás Natural no Estado do Pará”,

http ://www. ecen. com/content/eee3 /sinopsehtm

[42] Consulta Técnica a Planck - Redenergia ( plancl<engenharia@.uol.combr )_

[43] Clerici, A., Longhi, A., “Transport of Gas or Eletricity Transmission'?”; IEEE Power
Engineering, Review, Vol. 17, Number 8, August 1997.

[44] Fontes Energéticas http://www.brasil.emb.nw.dc.us/eear()5ge.htm

[45] http://www.anp.gov.br

[46] Swanekamp, R.; “Natural Gas - poised to penetrate deeper into electric generation”,

Power - Special Report; Revista, McGraw-I-Iill”s, January 1995.

[47] GCPS/CTEE/GTGAS; “Aspectos Práticos e Conceituais Relativos à Inserção de


Termelétricas a Gás Natural no Parque Gerador Interligado Sul/ Sudeste/Centro-Oeste”,

Eletrobrás, São Paulo, Setembro, 1996.

[48] Sbertoli, L.V.; “Energy Market Integration in the Mercosul”; IEEE Power
Engineering, Review, Vol. 17, Number 8, August 1997.

Potrebbero piacerti anche