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CTDR 2018_2– FÍSICA APLICADA


A MECÂNICA NEWTONIANA

INTRODUÇÃO
O filósofo e educador grego Aristóteles (384-322 a.C) afirmava que um
objeto em movimento deve estar sendo empurrado por uma força constante.
Muito tempo depois, Galileu Galilei (1564-1620) realizou um experimento que
demonstrou que a ideia de Aristóteles acerca do movimento dos corpos era
errada. No experimento dois planos inclinados eram dispostos um na frente do
outro (figuras abaixo). Uma bola liberada do topo de um dos planos, a partir do
repouso, rolava para baixo e deveria subir, caso não existisse uma oposição -
que atualmente chamamos de atrito -, o outro plano inclinado até alcançar a
altura inicial. Apenas o atrito impedia a bola de subir exatamente até a mesma
altura. O próximo passo do experimento foi reduzir o ângulo de inclinação do
segundo plano. Mais uma vez a bola deveria alcançar a mesma altura. Reduções
subsequentes da inclinação do segundo plano dariam resultados semelhantes:
para atingir a mesma altura, a bola andaria cada vez mais. Galileu então
raciocinou: “Se eu dispuser de um plano horizontal longo, em vez de um segundo
plano inclinado e não houver oposição, a bola deve andar para sempre para
alcançar a mesma altura do plano inicial”. Na ausência de agentes retardadores,
a tendência da bola é mover-se eternamente sem modificar sua velocidade, ou
seja, na ausência de uma oposição, um corpo deverá continuar se movendo
eternamente.

Posição inicial Posição final

Posição inicial Posição final

Posição inicial
Posição final ?

Ao fenômeno do corpo manter-se em movimento ao longo da horizontal


sem que nada o impelisse, Galileu denominou de inércia.
A inércia é uma propriedade da matéria segundo a qual se um corpo está
movendo-se em uma direção, a tendência é continuar naquela direção, com a
mesma velocidade e, se está parado, a menos que seja submetido a alguma ação,
continuará parado.
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O conceito de Galileu de inércia desacreditou a teoria de Aristóteles acerca


do movimento. Nenhuma força é necessária para manter o movimento dos
corpos.
Todos nós, alguma vez, já experimentamos os efeitos da inércia. Dentro de
um ônibus, por exemplo, estamos nos deslocando com a mesma velocidade que
ele. Sempre que o ônibus faz uma curva, arranca ou freia, ele sofre uma variação
de velocidade, seja no módulo ou na direção. Quando isso ocorre, precisamos
nos segurar para evitar a queda, pois a tendência do nosso corpo é manter a
velocidade. É como se nosso corpo, de alguma forma, estivesse se opondo à
mudança de velocidade. Entretanto, quando o ônibus viaja em linha reta, com
velocidade constante, não é preciso fazer esforço para ficar parado dentro dele.
Inércia é a propriedade que os objetos têm de apresentar resistência à
aceleração.

AS LEIS DE NEWTON
Antes de considerarmos as Leis de Newton falemos um pouco sobre o conceito
de força. Coloquialmente dizemos que uma força é um empurrão ou um puxão
cuja origem pode ser um esforço muscular, de uma manifestação elétrica ou
gravitacional. Quando levantamos uma mala do chão, estamos exercendo uma
força sobre ela. Quando empurramos um carro, também estamos fazendo uma
força. Quando uma bola de futebol rola sobre a grama e para, isso significa que
a grama exerceu uma força sobre a bola. Em situações práticas do cotidiano,
sempre temos vários objetos com várias forças agindo sobre cada um deles.
A correta identificação das forças que atuam em cada objeto é o primeiro
passo para descrever o que ocorre com ele. Força é o que causa uma mudança
de velocidade ou deformação em um objeto.
Características de uma força:
 Sempre ocorre entre dois objetos
 Causa mudança na velocidade ou causa uma deformação.
 É uma grandeza vetorial: para caracterizá-la é necessário conhecer
sua intensidade, direção e sentido.

Nosso próximo passo será estudar a relação que existe entre uma força e
a aceleração produzida por ela. Em virtude de essa relação ter sido descoberta
por Isaac Newton (1642-1727) tal estudo é chamado de mecânica newtoniana.
As modificações que acontecem no movimento de um corpo devem-se a
uma força ou combinação de forças. Quando mais de uma força atuam sobre um
objeto, a combinação de tais forças é chamada de força resultante.

A Primeira Lei de Newton


As leis de Newton constituem a base da formulação da Mecânica. Isaac
Newton (1473-1543) refinou a ideia de Galileu e estabeleceu sua primeira lei,
também chamada de Lei da Inércia de Galileu – lembre-se do experimento de
Galileu que vimos anteriormente
A Primeira Lei de Newton do movimento estabelece:
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“Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de


movimento retilíneo uniforme a menos que uma força resultante não
nula seja exercida sobre ele”.

Alternativamente podemos dizer:

“Se nenhuma força resultante atua sobre um corpo, sua velocidade


não pode mudar, ou seja, o corpo não pode sofrer uma aceleração”.

Portanto, se o corpo está em repouso ele permanece em repouso. Se ele


está em movimento, continua com a mesma velocidade (mesmo módulo, mesma
direção e mesmo sentido).
A segunda lei de Newton relaciona os conceitos de força e aceleração a um
conceito fundamental, o conceito de massa. A massa de um corpo mede a sua
quantidade de matéria. Ela é uma medida da inércia com que o corpo responde
a qualquer esforço para movê-lo, pará-lo ou alterar de algum modo o seu estado
de movimento. No Sistema Internacional de unidades a unidade de massa é o
quilograma, abreviatura kg.

Exemplo – Uma pessoa em um carro em repouso que é abalroado por trás


poderá sofrer uma séria lesão no pescoço conhecida com “lesão de chicote”. O
que esse tipo de lesão tem a ver com a primeira lei de Newton.
Solução
Conforme a primeira lei de Newton, o corpo da pessoa tende a manter-se em
repouso enquanto que o encosto do assento do carro o empurra para frente. Se
não houver encosto para a cabeça esta não é empurrada para frente junto com
o corpo o que provavelmente machucará o pescoço.

Exercícios
1 - Se retirarmos rapidamente a placa que apoia a pedra, a pedra cai dentro do
recipiente. Por que a pedra não é levada pela placa?
R: Em virtude da inércia a pedra tende a permanecer parada. Como a placa foi
removida ela cai.

2 - Observe a figura abaixo.


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Explique por que o cavaleiro foi projetado para frente, quando o cavalo parou
bruscamente.

Referenciais Inerciais
A primeira lei de Newton não se aplica a todos os sistemas de referências,
entretanto podemos encontrar referenciais nos quais essa lei, assim como toda
mecânica newtoniana, é verdadeira. Tais referenciais são denominados de
referenciais inerciais. Portanto, referencial inercial é aquele onde as leis de
Newton são válidas. Uma maneira alternativa de definir um referencial inercial é
dizer:

“Um referencial inercial é aquele onde um corpo livre não


apresenta aceleração”.

Um sistema de referência giratório é um sistema acelerado e nele as leis


de Newton não são válidas. A Terra gira em torno de seu eixo, portanto, a Terra
não é um referencial inercial. Contudo, se pudermos desprezar os efeitos da
rotação da Terra, ela é um referencial inercial. Consideraremos no nosso curso
que a Terra é um referencial inercial e que as forças e acelerações são medidas
nesse referencial.

A Segunda Lei de Newton


A segunda lei de Newton do movimento estabelece:

“A força resultante que age sobre um corpo é igual ao produto da


massa do corpo pela sua aceleração”.

A expressão matemática da segunda lei de Newton é

𝐅⃗𝐫𝐞𝐬 = 𝐦 ∙ 𝐚
⃗⃗

onde 𝐅⃗𝐫𝐞𝐬 é a resultante de todas as forças que atuam sobre o corpo 𝐦 é sua
massa e 𝐚⃗⃗ sua aceleração. De acordo com a equação acima temos:
a) F = m.a
b) A direção da força é igual à direção da aceleração.
c) O sentido da força é igual ao sentido da aceleração.
A massa de um objeto é uma medida da sua inércia. Ela mede a quantidade
de matéria do objeto. A massa é uma grandeza escalar e sua unidade no Sistema
Internacional é o quilograma (kg).
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De seu estudo de vetores você conclui que a direção e o sentido da


aceleração são os mesmos que o da resultante, pois a massa é sempre positiva.
No Sistema Internacional de Unidades, a força é medida em newtons, que
se abrevia por N.
1N = 1kg.m/s2

Exemplo – Um bloco de massa m é empurrado sobre um piso liso e acelera. Se


for aplicada uma força duas vezes maior, quantas vezes será a aceleração do
bloco?
Solução
Seja 𝑭
⃗⃗ a força aplicada sobre o bloco. Conforme a expressão matemática da
segunda lei de Newton, o módulo da aceleração resultante é

𝐅
𝐚=
𝐦

Quando uma força 𝟐𝐅⃗ é aplicada teremos

𝟐𝐅 𝐅
𝐚, = =𝟐∙ ⇒ 𝐚, = 𝟐 ∙ 𝐚
𝐦 𝐦

Assim, o bloco terá uma aceleração duas vezes maior.

Exercícios
1 - Um corpo com massa de 0,6 kg foi empurrado por uma força que lhe
comunicou uma aceleração de 3 m/s2. Qual o valor da força?
R: 1,8 N

2 - Um corpo de massa 4,0 kg encontra-se inicialmente em repouso e é


submetido a ação de uma força cuja intensidade é igual a 60 N. Calcule o valor
da aceleração adquirida pelo corpo.

3 - Uma pessoa que na Terra possui massa igual a 80kg, qual seu peso na
superfície da Terra? E na superfície da Lua? (Considere a aceleração gravitacional
da Terra 9,8 m/s² e na Lua 1,6 m/s²). (Sugestão: Peso = massa x aceleração da
gravidade, P = m.g)
R: Na Terra, PT = 784 N; na Lua PL = 128 N

4 - Um carro com massa 1000 kg partindo do repouso, atinge 30 m/s em 10 s.


Supõem-se que o movimento seja uniformemente variado. Calcule a intensidade
da força resultante exercida sobre o carro. (Sugestão: Calcule a aceleração do
corpo e use a Segunda Lei de Newton)

5 - Qual a massa de um corpo que, partindo do repouso, atinge uma velocidade


de 12m/s em 20s? Sabendo que a força aplicada nele tem módulo igual a 30N.
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R: 50 kg

6 - Sobre um corpo de massa igual a 20 kg atuam duas


forças de mesma direção e sentidos opostos que
correspondem a 60 N e 20 N. Determine a aceleração desse
corpo.
a) 1 m/s2
b) 2 m/s2
c) 4 m/s2
d) 6 m/s2
e) 8 m/s2
(Sugestão: Calcule a força resultante FR e use FR = m.a)

7 - Um bloco de massa 8 kg é puxado por uma força horizontal de 20 N. Sabendo


que a força de atrito entre o bloco e a superfície é de 2 N, calcule a aceleração a
que fica sujeito o bloco. Dado: g = 10 m/s2.
R: 2,25 m/s2

A Terceira Lei de Newton (ou Lei da Ação e Reação)


A terceira lei de Newton pode ser enunciada da seguinte maneira:

“Quando dois corpos interagem, as forças que cada um exerce


sobre o outro são sempre iguais em módulo e têm sentidos opostos.”

Se chamarmos uma dessas forças de ação, e a outra de reação, podemos


expressar a terceira leide Newton na forma:

“Para cada ação existe sempre uma reação de mesmo módulo e de


orientação oposta”.

Não importa qual das forças chamamos de ação , e qual de reação. O fato
crucial é que elas são partes conjugadas de uma única interação. Nenhuma das
duas existe sem a outra.
Na figura (a) abaixo o bloco A está apoiado no bloco B. Nesse caso os dois
corpo estão interagindo: o bloca A exerce uma força horizontal F ⃗⃗AB e o bloco B
exerce uma força horizontal 𝐅⃗𝐁𝐀 sobre o bloco A. O par de forças interagentes é
mostrado na figura
(b)

A B
A B
⃗⃗BA
F ⃗⃗AB
F

(a) (b)
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Podemos escrever o par de forças como a relação escalar: 𝑭𝑨𝑩 = 𝑭𝑩𝑨, pois
elas têm módulos iguais; ou como a relação vetorial: ⃗𝑭⃗𝑨𝑩 = −𝑭
⃗⃗𝑩𝑨, pois elas têm
módulos iguais e sentidos opostos. Sempre que dois corpos quais quer
interagem, um par ação-reação de forças está presente. É importante notar que
o par ação-reação atua em corpos diferentes.
As forças de ação e reação são as responsáveis pelo nosso movimento.
Quando uma pessoa caminha ela interage com o piso. O empurrão que o pé da
pessoa exerce contra o piso está ligado ao empurrão que o piso exerce contra a
pessoa. Semelhantemente, o pneu de um carro empurra a estrada, enquanto
que a estrada empurra o pneu. Nos dois casos o movimento só ocorre em virtude
do atrito; num piso escorregadio ou numa estrada coberta com uma camada de
gelo, uma pessoa ou um carro são incapazes de se moverem, pois não
conseguem exercer a força de ação para produzir a força de reação necessária
para o movimento.
sentido do
movimento

o piso empurra o pé para frente

o pé empurra o piso para trás

sentido do
movimento

a estrada empurra o pneu para frente

o pneu empurra a estrada para trás

Exemplo - Um automóvel se desloca sobre uma estrada, da esquerda para a


direita, conforme a figura. Indique através de setas os
sentidos das forças de atrito sobre os pneus nas
situações: (a) motor desligado, (b) carro com tração
apenas nas rodas dianteiras, (c) carro com tração
apenas nas rodas traseiras e (d) carro com tração nas quatro rodas.
Solução
Nas figuras abaixo as setas, sob as rodas, indicam os sentidos das forças de
atrito (sem relação com os módulos) exercidas sobre as rodas pela estrada em
cada situação.
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(a) (b)

(c) (d)

Exemplo - Martelo batendo no prego. o martelo exerce uma força sobre o prego,
fazendo com que este penetre na madeira. O prego, por sua vez, exerce uma
força sobre o martelo.

Exercícios
1 - Um carro pequeno colide com um grande caminhão carregado. Você acha que
a força exercida pelo carro no caminhão é maior, menor ou igual à força exercida
pelo caminhão no carro?
R: igual

2 - Após estudar a Terceira lei de Newton, um estudante concluiu que um cavalo,


ao tentar puxar uma carroça, não deveria sair do lugar, já que o cavalo faz uma
força sobre a carroça e vice-versa. A respeito dessa observação, marque a
alternativa correta.
a) O estudante está correto, sendo esse um tipo de problema que Newton não
conseguiu resolver.
b) O estudante está errado, pois a força de atrito entre as patas do cavalo e o
solo é a responsável pelo movimento.
c) O estudante está correto e não há uma lei da Física que possa explicar esse
fato.
d) O estudante está errado, pois as forças aplicadas são de mesma intensidade,
mas atuam em corpos diferentes. Sendo assim, não haverá equilíbrio, e a carroça
movimentar-se-á.

3 - A respeito da Terceira lei de Newton, marque a alternativa verdadeira.


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a) Os pares de ação e reação podem ser formados exclusivamente por forças de


contato.
b) As forças de ação e reação sempre se anulam.
c) A força normal é uma reação da força peso aplicada por um corpo sobre uma
superfície.
d) As forças de ação e reação sempre atuam no mesmo corpo.
e) Como estão aplicadas em corpos diferentes, as foças de ação e reação não se
equilibram.
R: e

4 - Por que, de acordo com a Terceira lei de Newton, não seria possível utilizar
uma aeronave dotada de hélices no espaço?
a) Porque as leis de Newton são válidas somente na Terra.
b) Por conta da gravidade zero do espaço.
c) No espaço, não existe ar para ser empurrado pela hélice, logo, a aeronave não
pode ser impulsionada para frente. Pela Terceira lei de Newton, a hélice empurra
o ar e, consequentemente, a aeronave é empurrada para frente.
d) No espaço, somente é válida a lei da Inércia.
e) No espaço, somente é válida a segunda lei de Newton.

5 - Dois blocos de massas mA = 3 kg e mB = 2 kg, apoiados sobre uma superfície


horizontal perfeitamente lisa, são empurrados por uma força F de 20 N, conforme
indica a figura abaixo. Determine a aceleração do conjunto.

(Sugestão: (a) Observe as forças que atuam em cada bloco (figura abaixo), (b)
use a Segunda Lei de Newton em cada bloco, (c) resolva o sistema de equações
do primeiro grau encontrado))

R: 4 m/s2

6 - Dois corpos 1 e 2, de massas m1= 6 kg e m2= 4 kg estão interligados por um


fio ideal. A superfície de apoio é horizontal e perfeitamente lisa. Aplica-se em 2
uma força horizontal de 20 N, conforme indica a figura abaixo. Determine: a) a
aceleração do conjunto; b) a força de tração no fio.
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7 - Dois corpos 1 e 2 de massas respectivamente iguais à 5 kg e 3 kg, interligados


por um fio de massa desprezível, são puxadas sobre um plano horizontal liso por
uma força horizontal F. A aceleração do conjunto é de 6 m/s2. Determine: a) a
força F; b) a força de tração no fio.

R: F = 48 N, T(tração) = 30 N

EQUILÍBRIO MECÂNICO DOS CORPOS


Dizemos que um corpo está em equilíbrio quando a força resultante sobre
ele é nula. Expressamos matematicamente a condição de equilíbrio por

⃗⃗ =0
∑F

O símbolo ∑ 𝑭
⃗⃗ significa “a soma vetorial das forças” que agem no corpo. O
repouso é apenas uma forma de equilíbrio. Outra forma de equilíbrio e quando o
corpo se move em linha reta com velocidade constante. A primeira forma é
chamada de equilíbrio estático e a segunda de equilíbrio dinâmico.

⃗⃗ =0 ⇒Equilíbrio {estático (repouso)


∑F
dinâmico (MRU) ⃗𝑭⃗𝑴𝑳

A figura seguinte exibe uma laranja em repouso


(equilíbrio estático) sobre a superfície de uma mesa. A
força da laranja sobre a mesa tem o mesmo módulo, a
mesma direção e sentido oposto da força da mesa sobre
⃗⃗ML =-F
a laranja (F ⃗⃗LM).
⃗𝑭⃗𝑳𝑴
Vale ressaltar que um corpo sob a influência de
apenas uma força jamais pode estar em equilíbrio, pois a
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força resultante não poderia ser nula. Apenas quando duas ou mais forças atuam
é que pode haver equilíbrio.

ALGUNS FORÇAS ESPECIAIS


Passemos agora à abordagem de algumas forças que lidaremos no nosso
curso.

Força Peso
O peso de um corpo é a força que atua sobre ele devido à gravidade. A
força peso ⃗P⃗ exercida pela gravidade terrestre é obtida da segunda lei de Newton:
a aceleração que o campo gravitacional terrestre exerce sobre todos os corpos é
a mesma e igual à aceleração da gravidade g ⃗⃗. A relação entre a força peso e a
aceleração da gravidade é dada por

⃗P⃗ = m∙g
⃗⃗

Se a massa de um corpo é dobrada, seu peso também dobra; se a massa


é reduzida à metade o mesmo ocorre com o peso.

Força Normal
Considere um bloco repousando sobre uma superfície horizontal plana. As
forças atuam sobre o bloco são: o peso do bloco ⃗𝑷
⃗⃗, que é devida à gravidade, e
a força normal da superfície sobre o bloco, 𝑵
⃗⃗⃗.

⃗⃗⃗
𝑵

⃗𝑷
⃗⃗

A força normal é uma força de contato que atua sempre perpendicular à


superfície. As figuras abaixo exibem duas outras situações. Na figura (a) o bloco
está apoiado numa superfície inclinada e na figura (b) encostado numa parede
vertical lisa. Em ambas figuras além das forças peso, ⃗𝑷 ⃗⃗, e normal, 𝑵⃗⃗⃗, estão
também exibidas na figura b a força ⃗𝑭⃗ que mantém o bloco encostado na parede
e uma força ⃗⃗𝒇 que está associada à oposição ao movimento do bloco. Tal força é
chamada de força de atrito e será estudada na seção seguinte.
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Força de Atrito
A força de atrito é a força
exercida sobre um corpo quando o
mesmo desliza ou tenta deslizar ⃗⃗⃗
𝑵 (a) (b)
sobre uma superfície. Quando ⃗⃗⃗
𝑵 ⃗⃗
𝒇
empurramos ou tentamos empurrar
um corpo sobre uma superfície, a ⃗⃗
𝒇 ⃗⃗
𝑭
interação dos átomos do corpo com ⃗𝑷
⃗⃗
⃗𝑷
⃗⃗
os átomos da superfície faz com que
haja uma resistência ao movimento.
A resistência é considerada como
uma única força chamada de força de
atrito. Esta força atua paralelamente à superfície e aponta no sentido oposto ao
do movimento ou tendência do movimento (figura abaixo).
Direção do
movimento

Força de atrito

A força de atrito que se manifesta quando o corpo está em movimento


denomina-se força de atrito dinâmico 𝐟⃗𝐚𝐝 e a força de atrito que surge entre o
corpo e a superfície enquanto o corpo está em repouso, mas tendendo a mover-
se é chamada de força de atrito estático 𝐟⃗𝐚𝐞. Em ambos os casos a força de atrito
é proporcional à força normal que a superfície exerce sobre o corpo e a constante
de proporcionalidade é chamada de coeficiente de atrito dinâmico (𝛍𝐝 ), no caso
em que há movimento e de coeficiente de atrito estático (𝛍𝒆 ), quando o corpo
está em repouso, mas tendendo a entrar em movimento.
Experimentalmente, nota-se que a intensidade da força de atrito estático
sobre um corpo pode variar, dependendo da sua maior ou menor tendência de
escorregar sobre a superfície que o apoia. Por exemplo, um corpo em repouso
sobre uma superfície horizontal e livre de qualquer força que tenda colocá-lo em
movimento, não está sujeito à ação da força de atrito estático, pois não há
tendência do corpo se mover.

fae =0

Quando o corpo está na iminência de deslizar, a intensidade da força de


atrito estático atinge o seu valor máximo. Deduz-se, a partir de experimentos,
que o módulo da intensidade máxima força de atrito estático depende da força
normal da superfície sobre o corpo e é dada por:

faemáx =μe ∙N
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⃗⃗⃗
𝑵
Atrito estático - Corpo em repouso na
⃗𝑭⃗ iminência de entrar em movimento.

⃗⃗
𝒇𝒂𝒆
⃗⃗⃗
𝑷

Quando lançamos um corpo sobre uma superfície, é frequente


observarmos que o movimento do corpo é retardado, podendo até parar após
percorrer uma dada distância. Isso significa que houve uma oposição ao seu
movimento. A força de resistência exercida sobre o corpo é denominada de força
de atrito dinâmico. Experimentalmente, deduz-se que o módulo da força de atrito
dinâmico depende da intensidade da força normal da superfície sobre o corpo e
é dada por:

fad = μd ∙N

⃗⃗⃗
𝑵

Atrito dinâmico – Corpo em


movimento
⃗⃗
𝒇𝒂𝒅
⃗⃗⃗
𝑷

A experiência mostra que para um mesmo par de superfícies a força de


atrito estático é maior do que a força de atrito dinâmico.

Exemplo – Um bloco de peso 100 N encontra-se inicialmente em repouso sobre


uma superfície horizontal. Os coeficientes de atrito estático e dinâmico entre o
bloco e a superfície são 030 e 0,25, respectivamente. Aplica-se ao bloco uma
força horizontal 𝑭
⃗⃗ de valor crescente, variando de 0 até 40 N. (a) Para que valores
da força aplicada o bloco estará ainda em repouso? (b) Qual o valor da força de
atrito dinâmico quando o bloco entrar em movimento?
Solução
(a) O bloco permanecerá em repouso enquanto a força aplicada não superar a
força máxima de atrito estático entre o bloco e a superfície. Observando que a
força normal é igual ao peso, temos:
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faemáx = μe ∙N=0,30.100 = 30 N

Portanto, o bloco ficará em equilíbrio estático (𝐅 = 𝐟𝐚𝐞) para os seguintes valores


de 𝐅.

𝟎 ≤ 𝐅 ≤ 𝟑𝟎 𝐍

(b) Para 𝟑𝟎 𝐍 < 𝐅 ≤ 𝟒𝟎 𝐍, o bloco entrará em movimento e o atrito passa ser


dinâmico, com o seguinte valor:

fad = μd ∙N=0,25∙100 = 25 N

Exercícios
1 - Um sólido de massa 5 kg é puxado sobre um plano horizontal por uma força
horizontal de 25 N. O coeficiente de atrito dinâmico entre o sólido e o plano é
0,2. a) Qual a força de atrito? b) Qual é a aceleração do corpo? Dado: g = 10
m/s2.
R: 10 N, 3 m/s2

2 - O bloco da figura, de massa 5 Kg, move-se para a direita sobre um plano


horizontal com velocidade constante de 1,0 m/s, sob a ação da força F.

Se o coeficiente de atrito cinético entre o bloco e o plano vale 0,20, e a aceleração


da gravidade, 10 m/s2, então o módulo da força F, em Newtons, vale:
a) 25
b) 20
c) 15
d) 10
e) 5

3 - Um bloco com massa de 3 kg está em movimento com aceleração constante


na superfície de uma mesa. Sabendo que o coeficiente de atrito dinâmico entre
o bloco e a mesa é 0,4, calcule a força de atrito entre os dois. Considere g = 10
m/s2.
R: 12 N
15

4 - Um bloco de madeira com massa de 10 kg é submetido a uma força F que


tenta colocá-lo em movimento. Sabendo que o coeficiente de atrito estático entre
o bloco e a superfície é 0,6, calcule o valor da força F necessária para colocar o
bloco na situação de iminência do movimento. Considere g = 10 m/s2.

Força de Tração
Quando uma corda (ou um fio, cabo ou outro objeto semelhante) é presa
a um corpo e esticada aplica ao corpo uma força ⃗𝑻⃗ orientada ao longo da corda
Essa força é chamada de força de tração porque a corda está tracionada. A figura
abaixo exibe uma situação onde a força aplicada é de tração.

A Aceleração Centrípeta e a Força Centrípeta


No Movimento Circular Uniforme o módulo do vetor velocidade não varia,
mas a sua direção não permanece constante, portanto, existe uma aceleração
denominada de centrípeta (significa “que aponta para o centro”), ac, que é a
aceleração resultante.

A aceleração centrípeta pode ser calculada pela expressão


2
ac = v ⁄R

De acordo com segunda Lei de Newton, a força resultante no MCU, força


centrípeta Fac, terá a mesma direção e sentido que a aceleração resultante. A
força centrípeta depende da massa 𝒎, da velocidade tangencial do objeto, 𝒗, e
do raio 𝒓 do movimento circular, conforme a equação abaixo:

2
velocidade m∙v2
força centrípeta=massa∙aceleração=massa∙ ⇒ Fcp =
raio r
16

⃗⃗𝒄𝒑
𝑭
𝒓 𝑚

A força centrípeta não é uma força básica da natureza; ela é,


simplesmente, o nome dado a qualquer força que esteja orientada para o centro
fixo da trajetória, seja ela uma tensão numa corda, como exibido na figura acima,
uma força gravitacional, uma força elétrica, ou qualquer outra.

Exercícios
1 - Um objeto realiza um movimento circular e uniforme em uma circunferência com
raio igual a 100 cm e com uma aceleração centrípeta de 4 m/s2. Determine a sua
velocidade.
R: 2 m/s

2 - Na estrada um caminhão descreve uma trajetória circular com aceleração


centrípeta de 2 m/s2. Sendo o raio da pista de 1800 m, calcule a velocidade do
veículo.

3 - Uma pedra amarrada em um barbante realiza um movimento circular e uniforme,


em
um plano horizontal, com velocidade de 3 m/s. Sendo o valor da aceleração centrípeta
igual a 18 m/s2 , determine o raio da circunferência.
R: 0,5 m

4 - Devido a um congestionamento aéreo, um dado avião permaneceu voando


em uma trajetória horizontal e circular, com velocidade de módulo constante.
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Considerando-se tais informações, é CORRETO afirmar que, em certo ponto da


trajetória, a resultante das forças que atuam no avião é
a) horizontal.
b) vertical, para baixo.
c) vertical, para cima.
d) nula.

5 - Um corpo de 500g de massa, ligado por um fio a um prego preso numa mesa
horizontal sem atrito, executa, a 20 cm do prego, um movimento circular
uniforme com velocidade escalar de 4 m/s. Determine: (a) a aceleração
centrípeta do corpo; (b) a tração no fio.
Sugestão: A tração no fio é a força centrípeta.
R: (a) 80 m/s2; (b) 40 N

6 - Um automóvel de 1,0 103 kg de massa descreve uma trajetória circular de 20


m de raio com velocidade escalar constante de 72 km/h. A força resultante que
atua sobre o automóvel tem módulo, em newtons, igual a:
a) 0.
b) 2,0 . 102.
c) 2,0 . 103.
d) 2,0 . 104.
e) 7,2 . 103.

7 - Um ciclista, de massa 60 kg, treina em uma pista circular, executando um


movimento circular e uniforme, com velocidade igual a 20 m/s. Considerando que
a massa da bicicleta vale10 kg e sendo o raio da pista igual a 70 m, determine o
valor da força centrípeta que atua no conjunto ciclista-bicicleta.
R: 400 N

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