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E-SE?
Tema
Problemática
Hipótese
Justificativa
Com base em aritstas como Cildo Meirelles, Hélio Oiticica e Anna Bella
Geiger, vanguardistas de suas épocas e autores de obras sólidas, que refletem
em busca do deslocamento da arte do campo estético para o campo político 2;
bem distantes das banalidades voláteis do panfletarismo, mas sempre trazendo
a problemática da vida do povo brasileiro, sem a abolição da estética ou um
esquema correspondente e com uma intensa pesquisa do material escolhido,
trouxeram a arte de volta ao seu papel social, entendendo que o exercício da
arte e o imperativo ético da cidadania não precisam ser como água e óleo.
Como cita Nestór García Canclini em seu livro A Socialização da Arte:
2
GOTO, Newton. Sentidos (e Circuitos) Políticos da Arte. Afeto, crítica, heterogeneidade e
autogestão entre tramas produtivas da cultura (parte 1). Curitiba: EPA!, 2005. p. 1.
3
CANCLINI, Néstor García. A socialização da arte: teoria e prática na América Latina. São
Paulo: Cultrix, 1984. p.12-13.
Muitos destes artistas, como Hélio Oiticia em Esquema Geral da Nova
Objetividade, comentam a questão do “não virar as costas para o mundo”,
Marilena Chauí foi mais longe, em seu manifesto do CPC, a autora dialoga sobre
uma arte que traga interesse popular, sem as rebuscadas e sofisticadas
formalidades da arte e que privilegie a comunicação em lugar da expressão, e o
conteúdo em lugar da forma. Dentro destes parâmetros que deveria estar o
artista, cumprindo seu papel de “arauto popular”, como ela mesmo cita. Alguns
artistas ideologicamente se aproximam deste papel, ao que se destacam em
relação ao material escolhido como base para este projeto pode-se citar Ivens
Machado, André Severo e Natália Coutinho.
O próprio artista Newton Goto, em conversa, reflete: “(...)Para mim, a
questão do envolvimento social da arte é uma das questões fundamentais do
nosso tempo e da própria atividade artística“. Goto, talvez seja a maior
referência a este projeto, com seu projeto Ocupação.
Ao traçar um paralelo com a obra dos artistas citados, podemos encontrar
na obra de André Severo (Sem Título, 1999), uma semelhança entre a obra do
artista e o projeto em questão, a inter-relação entre as noções de ready-made,
pintura e objeto. André Severo busca seu tema em reconstruções de fachadas
populares, o projeto busca a problemática do homem e da política no campo.
Não buscando reconstruir uma estrutura, e sim, uma possível identidade. Ao
confrontar o projeto com o trabalho de Natália Coutinho (Sem Título, 1999), é a
utilização de materiais cotidianos como madeiras velhas e outros objetos com a
tradicionalidade do traço e busca pela forma que utiliza tais materiais como
suporte. Natália Coutinho busca símbolos locais e demonstra seu repertório
visual singular constituindo parte da cultura da região amazônica, enquanto o
projeto busca os signos comuns dentro da cultura plástica do desenho, como
hachuras e linhas para formar a textura. Trabalhos como o fotográfico de Anna
Bella Geiger (Fome,1967), o cinético de Paula Perissinotto (Sua Dor/Suga Dor,
1997), e o conceitual de Carla Vendrami (Mapa, 1995), se interligam ao projeto
com sua questão cartográfica e contexto geopolítico como melhor forma de
nortear e focar sua problemática.
Não existe como executar esse projeto sem idealizá-lo para a arte
contemporânea. Dentro desses conceitos que se levantou, e uma visão
diferenciada da escultura, ao sentí-la sem estar nela, entende-se que a obra
possui carga suficiente para uma produção sem esquecer dos postos principais
da obra de arte: reflexão.
As uniões dessas madeiras retalhadas, e apropriadas de forma funcional
pelo artista, assim como os movimentos se apropriam da terra inútil, fazem uma
ligação entre o trabalho artístico com materiais refratários e a cultura do campo
na terra improdutiva. A relação de apropriação dos dois lados é muito forte aqui.
BIBLIOGRAFIA