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e-book by Julio Lins e Marcos Sketch

Instrutores do 4bet

Leitura: a anatomia de
uma mão
Um ponto importante da filosofia do 4bet pra analisar uma mão é
que, muitas vezes “menos é mais”, e a linha mais simples pode ser
também a mais sofisticada. Isso se deve ao fato de que muitos jo-
gadores não estão no mesmo nível de pensamento que o seu, ou
mesmo estão num “level” muito acima do que você está.

Dito isso, vamos listar alguns pontos que são importantes duran-
te o raciocínio analítico de uma mão:

1. Força da sua mão.


Essa parte é a mais óbvia, a mais fácil e a mais utilizada de manei-
ra geral. Seria o “level 1”. Vamos olhar nossa mão e saber o quão
forte ou fraca ela é, e o que podemos fazer a partir daí.

2. Posição que você está jogando e que tipos de mãos você estaria
jogando daquela posição.
Aqui trata-se da forma que nosso range é visto, e não exatamente
da nossa mão real. Seria o “level 2”, o famoso “o que ele acha que eu
tenho”. Se você está jogando, por ex, de UTG, provavelmente seu
range é visto pela mesa como um range mais forte (e de fato você
estaria jogando um range mais forte). Por isso, você pode tentar
representar mais força mesmo quando não acerta o pós-flop.

Pela mesma razão – muito importante aqui – esse é também um


motivo a mais pra desistir da mão nas vezes que seu adversário
reagir de forma agressiva (afinal, se você está mostrando força e
seu adversário “ignora” essa sua força, podemos ficar desconfia-
dos de que talvez ele esteja de fato bem mais forte que a gente).

3. Qual o perfil do seu adversário


Essa é a base pro item 4, que é onde vamos definir o Range do vi-
lão. Se ele é agressivo, passivo, calling station, tight, spew, e como
ele vem jogando na mesa, tudo isso irá influenciar na dedução que
VOCÊ fará do range com o qual ele estará jogando em cada posi-
ção, situação de stack etc.

Pra quem está começando, pode ser um pouco difícil entender


como cada vilão constrói seu range e naturalmente nós imagi-
naremos um range igual ao nosso (espalhando as ações do vilão
na nossa), o que é um bom ponto de partida. Mas com o tempo
e rapidamente, através de observação no próprio jogo você vai
sacar as tendências de cada perfil de adversário.

Importante também lembrar que não há problema se


eventualmente o vilão colocar uma mão qual-
quer aleatória numa situação. O range dele
continua sendo o mesmo, apenas contém
uma ou outra mão aleatória no meio, e
sua decisão deve considerar o range
dele como um todo – e não as mãos
isoladas.

4. Que mãos seu adversário costuma


pagar daquela posição.
Aqui é “O que é que ele tem” e “O que é
que ele está representando”. Observe, pelo
perfil do seu adversário, se de determinada
posição ele estaria jogando mãos mais fortes ou
mais fracas, e junte a isso a sua percepção de que tipo de
mão ele pode estar tentando representar naquela situação.
Uma mão de Poker é uma história sendo contada, e as histórias
precisam fazer sentido. Nos jogos de hoje, praticamente todo jo-
gador, mesmo os mais fracos, sabe contar uma história com razo-
ável coerência, e ao mesmo tempo que isso é uma evolução técni-
ca que os permite cometer menos erros, nos dá também um bom
ponto de partida pra leitura de seus ranges.

5. Quais são os stacks efetivos.


Sempre olhe os stacks da mesa, sempre saiba o que fazer quando
enfrentar um raise, um call, um all in. Pré-determinar a jogada em
sua cabeça antes de fazê-la é muito importante pra que você pos-
sa antecipar a melhor decisão de acordo com os desdobramentos
futuros, e saber os stacks de todos pra fazer isso é muito impor-
tante.

Aproveitando: JAMAIS faça uma jogada pensando somente numa


“street”. Ela pode ser a melhor jogada praquela situação, mas se
for te levar a situações negativas nas streets seguintes, é sinal de
que talvez haja uma decisão melhor, e os stacks de todos são os
elementos mais importantes pra avaliar isso.

Se você tem, por exemplo, um par pequeno numa mesa em que


todos tem menos de 20 blinds, não é uma mão que você vai que-
rer jogar, afinal, ou você vai roubar os blinds (o que você poderia
fazer com qualquer mão), ou seus adversários vão te voltar all-in
(e você não poderá pagar, tanto fazendo novamente se você tem
um par ou uma mão qualquer).

6. Qual o momento do torneio (early-game, middle-game, bolha,


FT, etc...)
Evite abrir ranges grandes em bolha de torneio se você tem opo-
nentes agressivos à esquerda. Seja mais agressivo se você tiver
bastante fichas contra oponentes mais short. Evite blefar calling-
-stations quando estiver muito deep.

É outra das dicas elementares, que parece óbvia, mas na prática


vemos ser esquecida muitas vezes, inclusive pelos jogadores aqui
do 4bet, e por isso repetimos o tempo todo.

Saiba identificar os momentos do torneio em que você pode ex-


plorar e os momentos em que você tem que evitar ser explorado.
7. Como você está jogando nessa mesa.
Outro dos elementos que influencia na forma que seu range é per-
cebido. Você está jogando muitas mãos, teve algum showdown de
mãos fracas, perdeu um pot grande, ganhou um pot grande? Tudo
isso vai alterar a maneira que os adversários vêem o SEU range, e
você precisa saber disso pra estar um nível acima do deles numa
tomada de decisão.

Não adianta, portanto, você saber que naquela situação X você


jamais blefaria. Se você você vem jogando agressivamente, se
você mostrou alguns blefes (ainda que de outras posições), ou se
você perdeu um pote e aparenta estar “tiltado”, a mesa inteira tá
vendo isso. E talvez, nessa situação X, eles achem que você pode
blefar, sim.

Seus ranges e decisões deverão, portanto, ser ajustados confor-


me essas informações.

8. Histórico com o jogador.


Ainda um desdobramento do item anterior, porém específico ao
seu adversário em específico. Seu oponente te vê como um joga-
dor bom, fraco, tight, loose, calling-station?

Não importa se você sabe que você é um bom jogador, se você


joga tight.. O que importa aqui é a percepção.

Nós do 4bet, que somos conhecidos como “os garotos do online”,


quando jogamos ao vivo, por exemplo, somos SEMPRE percebidos
como blefadores ultra-agressivos, por mais sólidos que sejamos
(e, às vezes, mesmo quando estamos jogando tight há horas na
mesa, os adversários continuam fazendo prevalecer o “pre-con-
ceito” na percepção que têm sobre nós).

Exploramos isso jogando de maneira mais sólida mas, principal-


mente, SABENDO qual adversário nos vê de cada forma, pois pode
ser que determinado vilão nos conheça, outros não. Algum deles
pode ter jogado conosco em outra mesa, outro pode não nos co-
nhecer e nos julgar pelo perfil (mais velho/mais novo, visual, roupas
etc; ou, no caso do online, pelo quanto temos de lucro, volume.)
9. Média de buy Ins do seu oponente.
Seu oponente está jogando um torneio acima, abaixo ou na média
do que costuma jogar? Isso vai alterar as decisões que ele toma
e é outro dos elementos que você deve considerar ao tomar suas
decisões.

10. Tenha um plano pra mão.


Tão importante que exige a repetição: Tenha um plano pra sua ação.
Antes de pagar ou fazer uma aposta, pense no porquê está fazen-
do isso e pense nas variáveis e possíveis desdobramentos.

Se você pagar uma aposta no flop: Que cartas você espera continuar
pagando no turn; Que cartas você espera largar; Que cartas você vai
apostar se seu adversário der check; Que cartas você vai dar check.

Se você fizer uma aposta: Que ação você vai tomar se seu adver-
sário der raise; Que ação vai tomar se seu adversário for all-in; Que
cartas vai continuar apostando no turn.

Ter um plano pra mão é muito importante não apenas pra que
você não se confunda na hora de tomar uma decisão e preveja as
situações possíveis pra não ser pego de surpresa, mas também pra
que você consiga pensar de maneira ampla e analítica em todas
as opções. Pois só pensando nos desdobramentos de cada uma, é
que você vai conseguir avaliar se é melhor dar check/call, bet/fold,
bet/call, check/fold, check/raise etc.

Muitos jogadores cometem o erro de encontrar uma opção lucra-


tiva que sabem serem boas e imediatamente abracá-la, quando
às vezes há uma outra decisão ainda melhor.

Sempre lembro de uma história que ouvi no passado: Um jogador,


craque do jogo à época, procurou outro craque mais experiente e
contou uma mão extremamente complexa onde estava em dúvi-
da no river se o vilão estava blefando ou não, e portanto, queria
saber se o craque daria call ou fold.

O mais experiente respondeu: “Eu daria raise!”.

Dezembro/2016

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