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SEGUE A OPINIÃO DE ALGUÉM DO RAMO – SERVE PARA MEDITAR

Psiquiatra forense critica a excessiva indulgência com os criminosos no Brasil

Marcelo Ferreira Caixeta


Vou aqui repassar minha experiência de 35 anos em unidades psiquiátricas-forenses
hospitalares. Minha tese é de que, para deter as rebeliões/chacinas nos presídios, de nada
adiantará “políticas de direitos humanos”, “recursos e mais recursos”, “comissões”, ou
seja, o “blábláblá” de sempre… Atualmente dirijo uma unidade hospitalar psiquiátrica-
forense destas, voltada para adolescentes. Tenho especialização em psiquiatria criminal
(forense) e em psiquiatria do adolescente, pela Universidade de Paris.

Existe uma ciência chamada “etologia” que estuda o comportamento e desenvolvimento


comportamental animal. Faz parte da biologia. A biologia mostra que, se você tampar os
olhos de um gatinho, logo depois que ele nasce, por um pequeno período de tempo,
depois, mesmo se você destampar os olhos dele, ele não vai voltar a enxergar, as células
do cérebro dele responsáveis pela visão já “morreram”, não se desenvolvem mais. São os
chamados “developmental tender points”, ou “pontos sensíveis do desenvolvimento”.
Uma vez ultrapassados, não há mais volta…

SEM DISCIPLINA –Na psicologia infantil-juvenil há a mesma coisa: se você não


aplicar a disciplina amorosa e o senso de responsabilidade/dever/ trabalho, numa
determinada fase, depois não se conserta mais. Isso está acontecendo com a juventude de
hoje: não recebem disciplina, ocupação, responsabilidade, dever, na época certa. Não
aprendem a trabalhar. Depois só irão “curtir os prazeres da vida”, não terão aprendido o
“prazer do trabalho”. Irão transformar-se em animais, viver para o prazer das drogas,
comida, sexo, o prazer da agressividade, lutas, guerras etc. Isto é um problema da
sociedade ocidental atual, que vive de “passar a mão na cabeça” da molecada, “a
psicóloga disse que não pode bater”. Criança precisa, sim, ser contrariada, se necessário,
precisa, sim, levar palmada. Não pode se julgar a dona do mundo, melhor do que todos,
dona do próprio nariz, a “rainha do pedaço”, o “reizinho que tem de ser satisfeito em
tudo”.

RESPONSABILIDADE – O amor disciplinado tem de contrariar, tem de castrar. Na


época certa tem de dar a tarefa, a responsabilidade, o estudo, o trabalho. Isso, na família
de antigamente, ficava muito a cargo do pai. Mas a “função paterna”, hoje em dia, foi
destruída, foi anulada. Colocaram a “psicologia”, os “direitos humanos”, os “meus
direitos”, o prazer, as “garantias do Governo”, no seu lugar… Resultado: depois que a
pessoa não aprendeu a trabalhar, ” babau”… Não aprende mais; vai querer curtir a vida
com outras coisas, que não o prazer da realização, do trabalho, da “coisa-bem-feita”. Vai
ter prazer só nas coisas “biológicas”, inclusive na luta. Esse povo das gangues
intrapenitenciárias tem “prazer em brigar”, tem “prazer em matar”, e isso nossa
“sociedade da psicologia”, dos “direitos humanos”, não quer aceitar.

O PRAZER DE MATAR – Eles estão super felizes, estão se esbaldando, de tanto


guerrear, matar, trucidar, esquartejar. É o prazer deles. Um prazer tanto maior porque
turbinado, além dos fatores psicossociais acima, pela lesão cerebral produzida pelas
drogas e pelas disfunções cerebrais produzidas pelas genéticas das quais muitos são
portadores: hiperatividade, transtorno bipolar, distúrbio de personalidade psicopática,
alterações cerebrolesionais do comportamento (“impulsividade e agressividade
orgânica”) etc. Então, com doença, com droga, com toda uma deformação social,
psicológica, familiar, são praticamente incuráveis. Se há incurabilidade, têm, sim, de ficar
fechados, pois a sociedade precisa de paz para viver e trabalhar. No entanto, mais uma
vez, as políticas governamentais vão é na contramão disso tudo: “vamos soltar eles,
gente”, “50% está preso injustamente”, “são criminosos de crimes pequenos” etc.

ANJINHO NA CADEIA? – Olhem, vou dizer a vocês, após 35 anos lidando com esta
população, nunca eu vi um “preso injustamente”, nunca vi um “anjinho na cadeia”. Pelo
contrário, quando são presos é porque já é tarde demais, já cometeram crimes demais…
Se nossa população carcerária cresce não é por causa de “falta de direitos humanos”, pelo
contrário. Ela cresce porque o Brasil é o país mais permissivo, mais frouxo do mundo,
mais libertino do mundo, mais “pode-fazer-o-que-quiser” do mundo, mais sem as regras
e sem a obediência do mundo. É claro que vai ter muito crime mesmo, muito homicídio,
muita prisão…Aqui pode tudo, esse povo faz de tudo, e quando é preso aí vem reclamar
da “falta de liberdade”. Solução para esse povo? É reclusão mesmo, senão a sociedade
não tem paz, como agora não vem tendo… É claro, que, ao meu ver, não é apenas “recluir
por recluir”. No meu entender, prisões deveriam ser hospitais psiquiátricos, com
tratamento, ocupação, psicoterapia, medicação que se fizer necessária. Avaliações
periódicas para ver se há melhora. Se não há melhora, que continuem presos. Antes eles
do que nós.

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