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n ORIENTAÇÃO

Por ADILSON RODRIGUES, FRC*

N
a história de nossa civilização, Com a evolução do pensamento humano
houve época em que os homens as causas físicas passaram a ser a explicação
acreditavam em forças externas e para as doenças, inclusive das tristezas, an-
invisíveis, causadoras de doenças gústias e de todo sofrimento emocional.
e malefícios e também em forças benéficas Assim, temos uma primeira fase cuja
à humanidade. Naquelas circunstâncias, o explicação para as nossas mazelas são forças
ser humano situava-se em posição passiva e externas e uma segunda onde as causas são
sentia-se manipulado como um fantoche. orgânicas.

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Entretanto, nossa evolução continua e mas muito importante para quem ouve e não
atingimos a terceira fase onde encontramos sabe defender-se dessas agressões mentais.
no interior do homem, no segredo do seu “O falar é de prata e o silêncio é de
pensamento, as causas dos desequilíbrios e ouro”. Se não pudermos falar para trans-
das doenças. Mas ali também estão a alegria, mitir, ensinar, elogiar, aliviar as angús-
a paz e a harmonia. O pensamento huma- tias de nossos irmãos, então calemos.
no é a grande fonte energética propulsora Os homens se comunicam de várias ma-
de estímulos que criam alegria e tristeza, neiras: pelo falar, por gestos, pelo olhar, pelas
paz e ansiedade, saúde e doença e é aí que expressões faciais e também telepaticamente.
se revela a importância do relacionamento A palavra é uma arma muito sofisticada
humano, do relacionamento entre pessoas. que precisa de técnica especial para o seu
O homem pensa. O pensamento é uma manejo e, em princípio, dentro do ponto de
energia de vital importância. O vista apresentado, não nos parece ver-
homem interage com outro dade a frase “falar é fácil, fazer
homem e esta interação é que é difícil”. Devemos
influencia o pensamento. lembrar do adágio dos


Se somos afetados sábios antigos de que
pela relação com A palavra não devemos temer o
outros seres huma-
nos porque a inte-
é fundamental que entra pela nossa
boca, mas sim o
ração influencia
o pensamento,
no relacionamento que sai dela. Se a
palavra expressas-
então o relaciona- humano, mas pode se sempre o nosso
mento humano,
por si só, pode- ser também uma verdadeiro senti-
mento e se a pa-
rá ser benéfico, arma quando mal lavra fosse sempre


ou não, ao nosso dirigida com bons
equilíbrio emocio- utilizada. propósitos, então não
nal e ao nosso desen- deveríamos temê-la.
volvimento espiritual A palavra é fundamen-
e por si só merece estudos tal no relacionamento huma-
e considerações especiais. no, mas pode ser também uma
O Dr. H. Spencer Lewis, em seu livro arma quando mal utilizada. Por isto,
Envenenamento Mental, de excepcional valor devemos estar atentos ao princípio de que
prático, conta-nos a história de “comadres” toda comunicação verbal traz consigo dois
que, sem conter o germe da maldade, ino- conteúdos: o conteúdo manifesto e o conte-
culam veneno em sua vítima: “Como você údo latente. Como exemplo, podemos citar
engordou!” ou “como você está pálida, está a pergunta de um garoto à sua mãe que sai
doente?”. E a vítima, por ser uma pessoa que para o trabalho: “Mãe, por que você precisa
não se defende muito bem, inculca, remói trabalhar?”. A mãe provavelmente responde:
seus pensamentos, deteriorando seu organis- “Bem, filhinho, precisamos de dinheiro...”.
mo pela desarmonia. O veneno mental foi Neste caso, o conteúdo manifesto é: mãe,
inoculado num relacionamento humano ina- por que você precisa trabalhar? Entretanto,
dequado. Sem muito valor para quem fala, esta pergunta contém outro significado. Se

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a mãe tivesse questionado a razão da per- agressão verbal recebida é quase sempre fle-
gunta poderia ter ouvido: mãe, quero ficar cha envenenada dirigida a outra pessoa, com
com você, quero mais carinho e atenção. frequência pai, mãe ou do ambiente familiar.
Se observarmos bem, vamos verificar Como exemplo podemos citar o marido que
que o conteúdo latente muitas vezes é o chega em casa furioso com o chefe e briga
mais importante, sendo a ele que devemos com a esposa; esta frustra-se e descarrega nos
responder, já que o conteúdo manifesto é filhos e talvez até no cachorro da família.
apenas um disfarce. Até aqui vimos três pontos importantes
Outro exemplo: Zezinho quebrou o vidro que devemos considerar:
da porta de propósito. Seu pai pode agredi-lo
com palavras ou perguntar por que ele fez 1. A importância do pensamento;
aquilo e então descobrir o conteúdo latente
da comunicação, neste caso não verbal. Esta 2. A importância do relacionamento humano;
é uma questão para reflexão. Quem solicita
comida se está fartamente alimen- 3. A importância dos conteúdos manifestos e
tado? Quem, abastecido de latentes da comunicação com outras pessoas.
amor, solicita guerra?
Lembremos que a Se pensarmos em ambientes onde deva
comunicação não estar presente a fraternidade, e considerando
verbal, um olhar, as diferenças e dificuldades humanas, todos
um sorriso, temos que cuidar, todos somos terapeutas. E
um gesto, tem todos somos pacientes também, porque não
tanto ou mais somos perfeitos. Nosso ambiente nos trata e
significado nos dá oportunidade de tratarmos dos outros.
do que a pa- Se compreendemos o que foi dito aci-
lavra. Uma ma, poderemos ser mais tolerantes. E se
criança, a quisermos ser mais tolerantes ainda, então
partir dos nos comuniquemos mais, sem defesas e
primeiros armaduras, pois nos filmes de super-heróis
momentos de só torcemos para o mocinho porque desco-
vida, tem per- nhecemos a história dos bandidos. É fácil
cepção verda- amá-los ou pelo menos sermos mais tole-
deira se é amada rantes se conhecermos sua história: seus
ou rejeitada. pais, suas privações, seu ambiente, suas
Lembramos que a dificuldades, seu grau de evolução. Tole-
maioria das agressões é rância é uma virtude experimentada com a
o resultado de descarregar- maturidade e adquirida com a experiência.
mos ou deslocarmos (termo usa- É oportuno lembrar que para uma criança
do na Psicologia médica) nossas frustrações de 1 a 5 anos, que enxerga um adulto, princi-
e aborrecimentos no “primeiro que passa”, palmente seus pais, como criatura onipoten-
se não estivermos vigilantes. te, tudo o que lhe for transmitido será regis-
Podemos conseguir um bom controle trado em seu subconsciente como Verdade.
da agressividade conhecendo os conteúdos Se isto é fato, que responsabilidade a nossa!
latentes e manifestos da comunicação. A Em A República, de Platão, obra escrita há

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2.500 anos, já encontramos estas conjecturas. vida, o ser humano
Diz ele para termos cuidado com as histórias, busca o contato
com as fábulas que contamos às crianças. com outros da
Para fazer valer seus conselhos, certos pais mesma forma
costumam usar o regime de terror: “Não sai em que busca
de casa senão o homem te pega”. Que condi- satisfação e
cionamento terrível: “O homem te pega” con- segurança
diciona o medo dos homens e futuramente internas.
dificuldades no relacionamento humano. Ora, dentro
E o que é válido para uma criança de 1 deste enfo-
a 5 anos é válido para muitos adultos, que que é fácil
não crianças indefesas, apesar do tamanho e imaginar que
idade. Quantas frases colocadas descuidada- buscamos con-
mente levam nossos irmãos ao sofrimento; tatos interpes-
quantos títulos negativos e apelidos maldosos soais amistosos,
acarretam conflitos íntimos. afetivos, que nos
Assim, fazemos duas advertências: ajudem em nossos
impulsos para obter sa-
1. Crítica: excelente arma para destruir; tisfação e segurança. Porém,
o que acontece frequentemente?
2. Agressividade: excelente arma para formar Os contatos humanos são tão inadequados
círculo de guerra e sofrimento. que desequilibram os pratos da balança e a
luta para obter segurança e satisfação deixa
Entretanto, apesar do peso de tudo o que de ser só com o meio ambiente natural para
é dito, em Psiquiatria dizemos que aprende- ser também uma luta interpessoal. Raios,
mos pelo processo de identificação. Apren- terremotos, vulcões, seres micro e macros-
demos mais pelo que as pessoas fazem do cópicos por um lado, e ódio, agressões, in-
que pelo que elas falam. Vivemos à cata de diferença e irresponsabilidade por outro.
exemplos, buscamos com curiosidade pesso- Assim, só podemos concluir com o Amor
as que se dizem evoluídas, ansiamos para ver que Jesus, o Cristo pregava em sua infinita
o Grande Mestre e o Imperator, buscamos sabedoria e deu o exemplo. Hoje, a ciência
pontos de referência. Mas, lembramos que vem catalogar o amor como arma fundamen-
também somos pontos de referência para tal no relacionamento sem angústias, afetivo,
outras pessoas? Então, se formos exemplo amistoso, cooperativo, tolerante, compreen-
dignificante, teremos um mundo muito me- sivo. Dizer “eu amo” difere significativamente
lhor, feliz e saudável. de experimentar o amor.
O ser humano é gregário por natureza; Amar é muito fácil, basta não temer. Cui-
a lei universal é que os seres humanos se de, esteja atento, mas não tema amar. Elogie,
unam, que exista cooperação mútua. Dentro tolere, compreenda, pois só assim o mundo
de cada pessoa existem impulsos que visam a será melhor e mais saudável. 4
obtenção de satisfação e segurança e há tam-
bém, além de muitos outros impulsos, um * Frater Adilson Rodrigues atuou como médico psiquiatra
que a leva a ter contato com outras pessoas. e homeopata; durante muitos anos foi palestrante oficial
da AMORC e na década de 90 e anos 2000, foi diretor de
Assim, desde os primeiros momentos de Planejamento e Patrimônio da AMORC-GLP.

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