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N
a história de nossa civilização, Com a evolução do pensamento humano
houve época em que os homens as causas físicas passaram a ser a explicação
acreditavam em forças externas e para as doenças, inclusive das tristezas, an-
invisíveis, causadoras de doenças gústias e de todo sofrimento emocional.
e malefícios e também em forças benéficas Assim, temos uma primeira fase cuja
à humanidade. Naquelas circunstâncias, o explicação para as nossas mazelas são forças
ser humano situava-se em posição passiva e externas e uma segunda onde as causas são
sentia-se manipulado como um fantoche. orgânicas.
“
Se somos afetados sábios antigos de que
pela relação com A palavra não devemos temer o
outros seres huma-
nos porque a inte-
é fundamental que entra pela nossa
boca, mas sim o
ração influencia
o pensamento,
no relacionamento que sai dela. Se a
palavra expressas-
então o relaciona- humano, mas pode se sempre o nosso
mento humano,
por si só, pode- ser também uma verdadeiro senti-
mento e se a pa-
rá ser benéfico, arma quando mal lavra fosse sempre
”
ou não, ao nosso dirigida com bons
equilíbrio emocio- utilizada. propósitos, então não
nal e ao nosso desen- deveríamos temê-la.
volvimento espiritual A palavra é fundamen-
e por si só merece estudos tal no relacionamento huma-
e considerações especiais. no, mas pode ser também uma
O Dr. H. Spencer Lewis, em seu livro arma quando mal utilizada. Por isto,
Envenenamento Mental, de excepcional valor devemos estar atentos ao princípio de que
prático, conta-nos a história de “comadres” toda comunicação verbal traz consigo dois
que, sem conter o germe da maldade, ino- conteúdos: o conteúdo manifesto e o conte-
culam veneno em sua vítima: “Como você údo latente. Como exemplo, podemos citar
engordou!” ou “como você está pálida, está a pergunta de um garoto à sua mãe que sai
doente?”. E a vítima, por ser uma pessoa que para o trabalho: “Mãe, por que você precisa
não se defende muito bem, inculca, remói trabalhar?”. A mãe provavelmente responde:
seus pensamentos, deteriorando seu organis- “Bem, filhinho, precisamos de dinheiro...”.
mo pela desarmonia. O veneno mental foi Neste caso, o conteúdo manifesto é: mãe,
inoculado num relacionamento humano ina- por que você precisa trabalhar? Entretanto,
dequado. Sem muito valor para quem fala, esta pergunta contém outro significado. Se
a mãe tivesse questionado a razão da per- agressão verbal recebida é quase sempre fle-
gunta poderia ter ouvido: mãe, quero ficar cha envenenada dirigida a outra pessoa, com
com você, quero mais carinho e atenção. frequência pai, mãe ou do ambiente familiar.
Se observarmos bem, vamos verificar Como exemplo podemos citar o marido que
que o conteúdo latente muitas vezes é o chega em casa furioso com o chefe e briga
mais importante, sendo a ele que devemos com a esposa; esta frustra-se e descarrega nos
responder, já que o conteúdo manifesto é filhos e talvez até no cachorro da família.
apenas um disfarce. Até aqui vimos três pontos importantes
Outro exemplo: Zezinho quebrou o vidro que devemos considerar:
da porta de propósito. Seu pai pode agredi-lo
com palavras ou perguntar por que ele fez 1. A importância do pensamento;
aquilo e então descobrir o conteúdo latente
da comunicação, neste caso não verbal. Esta 2. A importância do relacionamento humano;
é uma questão para reflexão. Quem solicita
comida se está fartamente alimen- 3. A importância dos conteúdos manifestos e
tado? Quem, abastecido de latentes da comunicação com outras pessoas.
amor, solicita guerra?
Lembremos que a Se pensarmos em ambientes onde deva
comunicação não estar presente a fraternidade, e considerando
verbal, um olhar, as diferenças e dificuldades humanas, todos
um sorriso, temos que cuidar, todos somos terapeutas. E
um gesto, tem todos somos pacientes também, porque não
tanto ou mais somos perfeitos. Nosso ambiente nos trata e
significado nos dá oportunidade de tratarmos dos outros.
do que a pa- Se compreendemos o que foi dito aci-
lavra. Uma ma, poderemos ser mais tolerantes. E se
criança, a quisermos ser mais tolerantes ainda, então
partir dos nos comuniquemos mais, sem defesas e
primeiros armaduras, pois nos filmes de super-heróis
momentos de só torcemos para o mocinho porque desco-
vida, tem per- nhecemos a história dos bandidos. É fácil
cepção verda- amá-los ou pelo menos sermos mais tole-
deira se é amada rantes se conhecermos sua história: seus
ou rejeitada. pais, suas privações, seu ambiente, suas
Lembramos que a dificuldades, seu grau de evolução. Tole-
maioria das agressões é rância é uma virtude experimentada com a
o resultado de descarregar- maturidade e adquirida com a experiência.
mos ou deslocarmos (termo usa- É oportuno lembrar que para uma criança
do na Psicologia médica) nossas frustrações de 1 a 5 anos, que enxerga um adulto, princi-
e aborrecimentos no “primeiro que passa”, palmente seus pais, como criatura onipoten-
se não estivermos vigilantes. te, tudo o que lhe for transmitido será regis-
Podemos conseguir um bom controle trado em seu subconsciente como Verdade.
da agressividade conhecendo os conteúdos Se isto é fato, que responsabilidade a nossa!
latentes e manifestos da comunicação. A Em A República, de Platão, obra escrita há