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APRESENTAÇÃO
Essa apostila tem por objetivo ajudar o estudante da área elétrica dos
cursos de tecnologia e engenharia, a ter os conhecimentos básicos
necessários de uma Subestação Elétrica.
Nos capítulos que se seguem, será visto os conceitos sobre uma
subestação elétrica, suas funções, tipos e a localização de seus vários setores,
os equipamentos utilizados e sua representação gráfica no diagrama unifilar
elétrico, os tipos de arranjos de barramentos utilizados, a planta de
barramentos, cortes e vistas parciais, além das distâncias mínimas de
segurança da parte energizada para com os equipamentos e solo.
Conheceremos os sistemas de comunicação, proteção e medição usados em
subestação, além de noções de terraplenagem.
Quanto ao aterramento da subestação, veremos todos os procedimentos
para determinar a resistividade do solo, as tensões de passo, contato e
transferência e todo o cálculo da malha de terra de uma subestação.
Reafirmo que o aluno deve estar em contínua reciclagem em função das
alterações constantes causadas pela evolução tecnológica desta área.
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ÍNDICE
1. Sistema Elétrico
2. Subestações Elétricas – SE
As funções de uma Subestação
Tipos de Subestações
Termos usados para definir partes de uma SE
Localização dos vários setores de uma SE
3. Tipos de Diagramas Elétricos utilizados em SE
- Diagramas unifilares simplificados
- Diagramas unifilares completos
- Diagramas unifilares operacionais
- Diagramas funcionais ou elementares
- Diagramas trifilares
- Diagramas sinóticos
4. Equipamentos utilizados na SE
Barramentos
Chave Seccionadoras
- Tipos de Chaves Seccionadoras
Disjuntores
- Tipos de Disjuntores
- Disjuntor e Baipasse
- Disjuntor de Transferência
- Disjuntor Religador Automático
Pára-raios
Chave fusível
Chave de Aterramento
Transformadores de Força
Tipos de Transformadores
Reator Trifásico de Aterramento
Cabos Subterrâneos
Transformador de Corrente – TC
Transformador de Potencial – TP
Instrumentos de Medição
Os instrumentos utilizados
Sistemas de Comunicação
Conjunto Carrier para intercomunicação
Comunicação Digital por meio de fibra óptica
Sistemas de Proteção
Tipos de Relés utilizados em SE
Exemplos de aplicação de Relés
5. Arranjos de Barramentos
Tipos de Arranjos
6. Arranjo Físico de uma SE
Planta de Barramentos e Equipamentos
Cortes e Vistas Parciais
7. Canaletas para Cabos de Controle
8. Terraplenagem em SE
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8.1 Levantamento Topográfico
9. Distâncias de Segurança
10. Aterramento em Subestação
10.1 Tensão de Passo – Ep
10.2 Tensão de Contato – Ec
10.3 Tensão de Transferência – Et
10.4 Determinação da resistividade do solo
10.4.1 Metodologia e equipamento utilizado
10.4.2 Identificação e escolha dos pontos a serem usados
10.5 Dimensionamento da Malha de Terra de uma SE
10.5.1 Dados de entrada: - Resistência medida
- Dados complementares
10.5.2 Determinar a Resistividade média do solo
10.5.3 Dimensionamento da seção dos condutores da malha
10.5.4 Determinação do número de condutores paralelos da malha
10.5.5 Cálculo do comprimento dos condutores da malha
10.5.6 Determinação do Potencial de Passo admissível e calculado
10.5.7 Determinação do Potencial de Contato admissível e calculado
10.5.8 Verificação da Corrente de Choque que passa pelo corpo humano
devido ao potencial de passo na periferia da malha
10.5.9 Verificação da Corrente de Choque que passa pelo corpo humano
devido ao potencial da malha
10.5.10 Verificação da Corrente de Pick-up
10.5.11 Determinação da Resistência de Aterramento da malha
11. O efeito Corona
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1- SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA
Podemos considerar que o sistema elétrico de potência é basicamente composto dos seguintes
setores:
- Geração
- Transformação (elevação da tensão)
- Transmissão
- Transformação (abaixamento da tensão)
- Distribuição
Tensão Sistema
“kV”
13,8
34,5 Distribuição
69 Subtransmissão
138
230 Transmissão
345
500 EAT(EHV)
750 UAT(UHV)
A energia elétrica para ser encaminhada desde a geração até a distribuição, tem que ter meios
de dirigi-la adequadamente através de conexões, para que permitam manobrar as linhas de
transmissão e os alimentadores da forma mais confiável possível. Além das manobras, temos que ter
meios de modificar a tensão e regular seus níveis visando melhor atender as necessidades dos vários
consumidores. Essa variação e regulação dos níveis de tensão são obtidas através das subestações,
que possibilitam enviar adequadamente esses blocos de energia de um ponto a outro.
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equipamentos destinados a transformar e regular as tensões geradas ou transportadas, permitir a
operação segura das partes componentes do sistema, eliminar ou reduzir as faltas e permitir o
estabelecimento de alternativas para o suprimento (o mais continuo possível) da energia elétrica.
Algumas subestações, além das funções acima, possuem uma quarta que é a de modificar as
características originais da energia elétrica. Estas subestações são denominadas de conversoras e
destinam-se a modificar a freqüência ou a corrente alternada para continua e vice-versa. Como
exemplo temos a subestação de Bateias que pertence a Itaipu.
- Tipos de Subestações
Considerando que as subestações podem interligar sistemas elétricos (duas ou mais fontes),
distribuir energia na tensão de transmissão para outros centros consumidores, ou para distribuição
local em tensões de subtransmissão e distribuição, podemos considerar os seguintes tipos de
subestações:
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- Estação de chaves: como o próprio nome indica, sua função única é de chaveamento de
vários circuitos, estabelecendo alternativas de suprimento.
Para que uma subestação possa realizar as funções anteriormente descritas, ela é composta de
transformadores, dispositivos para controle da tensão, disjuntores e chaves seccionadoras, além dos
dispositivos de controle (comandos e medição) e proteção (reles, fusíveis, pára-raios, etc.).
Os termos mais utilizados para definir partes de uma SE, são:
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condutores elétricos (cabos, tubos ou barras).
- "Baipasse (By pass)": é uma chave seccionadora destinada a oferecer uma alternativa
provisória para o fluxo de energia, enquanto o equipamento principal (disjuntor) está fora de
operação.
Em geral, em uma subestação, os setores são bem definidos e podem ser identificados como:
- Setor de tensão mais alta;
- Setor de tensão media;
- Setor de tensão mais baixa;
- Casa de comando.
Os setores de tensão mais alta e média, deve localizar-se de forma a permitir a entrada e saída
de novas linhas de transmissão, acessos para os equipamentos pesados. O setor de tensão mais
baixa, deve localizar-se de modo a permitir a fácil saída de alimentadores de distribuição. Assim,
deve estar sempre voltado para uma rua ou estrada que permita instalar todos os alimentadores
possíveis(não mais de oito). Também não deve estar muito distante dos transformadores de força
(principalmente se houver cabos de energia).
A casa de comando deve estar localizada de tal forma que permita uma boa visibilidade das
instalações externas da subestação. Além disso, deve ser construída em um plano um pouco superior
ao pátio externo. Suas dimensões devem comportar adequadamente os painéis de comando,
proteção, sala de comunicações, sala de baterias, escritório, cozinha, sanitários a almoxarifado. Sob
os painéis podemos ter o porão, mini porões ou canaletas para permitir a instalação e manutenção
dos cabos de controle de proteção, medição e sinalização. Não devemos esquecer na definição das
dimensões da sala de comando as possíveis ampliações que poderão ser feitas.
3- DIAGRAMAS
O diagrama é a representação gráfica por meio de símbolos que caracterizam um equipamento.
Numa subestação, indica a quantidade de equipamentos, suas funções e interligação. Num diagrama
deve-se manter a posição real dos equipamentos o mais próximo possível da realidade.
O diagrama deve possibilitar absoluta clareza a seus usuários, facilitando a sua interpretação.
Procurar fazer traços bem definidos, usando sempre ângulos retos nas derivações de barramentos,
linhas de alimentação e atuação.
Os diagramas podem ser unifilares, onde todos os condutores são representados por um único
traço, e multifilares onde cada condutor será representado por um traço.
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elementos do simplificado, indica outros detalhes de medição, proteção e forma de atuação. Assim,
teremos também tipos de TC`s, TP`s, medidores, sistemas de proteção, pára-raios, comunicação, a
quantidade dos equipamentos instalados, seu modo de operação e intertravamentos. Em última
análise, num diagrama unifilar completo podemos saber tudo sobre a SE sob o ponto de vista fun-
cional e elétrico, menos os aspectos físicos.
- Diagramas unifilares operacionais: Basicamente são diagramas iguais aos simplificados,
diferenciando deles apenas quanto a identificação dos equipamentos de manobra (seccionadoras e
disjuntores). Estes diagramas, destinam-se ao planejamento e/ou orientação quanto às operações
necessárias de uma SE.
- Diagramas funcionais ou elementares: Este tipo de diagrama é destinado a mostrar o
funcionamento dos equipamentos existentes em uma SE. Geralmente estes diagramas mostram o
funcionamento dos circuitos de comando, sinalização e medição. Nos diagramas funcionais são
indicados os contatos (normalmente abertos ou fechados), elementos ativos (bobinas de
acionamento, motores, etc.), sinalizadores (lâmpadas, sirenes, etc.), fusíveis, fontes de alimentação
(C.A ou C.C.).
- Diagramas trifilares: São representações gráficas dos circuitos elétricos, levando em con-
sideração as três fases do sistema trifásico. Destinam-se a detalhar principalmente as conexões das
fases entre si e permitem uma visualização da seqüência de fases ( faseamento ). Embora pouco
utilizados, os trifilares servem para uma análise geral, mas tornam-se complexos e confusos quando
se tenta representar uma SE completa.
- Diagramas sinóticos: É uma espécie de diagrama unifilar simplificado, utilizado sobre os
painéis e mesas de comando, onde o operador pode visualizar se os equipamentos de manobra se
encontram abertos ou fechados.
É um dispositivo elétrico cuja finalidade é receber energia elétrica de uma ou mais fontes na
mesma tensão, e distribuir para uma ou mais cargas na mesma tensão. É através do barramento que
são feitas as conexões entre as linhas de transmissão ou distribuição. Podem ser de tubos, barras
metálicos ou cabos de alumínio.
Símbolo Denominação
BP = Barramento principal.
BT = Barramento de transferência
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- DISJUNTORES
- Tipos de disjuntores:
- Disjuntor com grande volume de óleo
- Disjuntor com volume reduzido de óleo
- Disjuntor a gás
Os dois primeiros diferem em vários aspectos, a começar pelas suas dimensões. O disjuntor a
volume reduzido de óleo possue uma tecnologia mais sofisticada, sendo seu tempo de abertura dos
contatos menor que o de grande volume. Possui ainda a vantagem da facilidade de manutenção e
manuseio podendo ser extraível. Com desvantagem em relação ao de grande volume, estão as
manutenções que devem ser feitas com maior freqüência. O disjuntor a gás, utiliza o gás SF6 como
elemento para eliminar o arco voltaico na chave. Trabalharemos somente com esses tipos de
disjuntores, por serem os mais utilizados, apesar de existir outros modelos no mercado.
Símbolo Denominação
Baipasse ou passagem ao lado, em subestação é uma ponte feita sobre um disjuntor. Utiliza-se
o baipasse somente em casos de emergência e por curto espaço de tempo. Sua principal finalidade é
isolar um disjuntor sem interromper o fornecimento de energia. O baipasse é feito antes das chaves
seccionadoras para que o disjuntor fique isolado em caso de manutenção.
Símbolo Denominação
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- Disjuntor de transferência
Em geral nas Subestações de grande porte, cujo fornecimento de energia elétrica não deve ser
interrompido, mesmo em caso de avaria no disjuntor, justifica-se a utilização de disjuntores de
transferência.
Símbolo Denominação
Disjuntor de transferência.
Supondo-se que o disjuntor 52-01 esteja ligado, para desligá-lo para uma eventual
manutenção, a seqüência de operações utilizando-se o disjuntor de transferência 52-04,
seria:
1ª Operação: Fechar as chaves 29-14 e 29-15 do disjuntor de transferência 52-04;
2ª Operação: Fechar a chave 29-06 do baipasse;
3ª Operação: Fechar o disjuntor de transferência 52-04;
4ª Operação: Abrir o disjuntor 52-01;
5ª Operação: Abrir as chaves 29-05 e 29-07 do disjuntor 52-01.
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Para fechar novamente o disjuntor 52-01, a operação deve ser inversa (da 5ª para a
1ª operação, trocando o abrir por fechar e vice-versa), lembrando que nessa operação de
manobra, a tensão deve sempre passar pelo disjuntor devido ao arco voltáico, sendo que
as chaves seccionadoras devem ser operadas sempre sem tensão e após abertura do
disjuntor.
Lembrete do professor: Enfatizar aos seus alunos que a manobra de
fechamento ou abertura de um barramento de subestação, deve ser sempre
realizada por meio do disjuntor, que elimina o arco voltaico através do óleo, do gás,
etc.
Abrir o 52 - 03:
1ª Operação: Fechar as chaves 29-14 e 29-15 do disjuntor de transferência 52-04.
2ª Operação: Fechar a chave 29-12 do baipasse.
3ª Operação: Fechar o disjuntor de transferência 52-04.
4ª Operação: Abrir o disjuntor 52-03.
5ª Operação: Abrir as chaves 29-11 e 29-13.
Fechar o 52 - 03:
1ª Operação: Fechar as chaves 29-11 e 29-13.
2ª Operação: Fechar o disjuntor 52-03.
3ª Operação: Abrir o disjuntor de transferência 52-04.
4ª Operação: Abrir a chave 29-12 do baipasse.
5ª Operação: Abrir as chaves 29-14 e 29-15 do disjuntor de transferência 52-04.
- Disjuntor Extraível: São utilizados em tensões até 69 kV, e são facilmente removíveis do
circuito. No símbolo as setas indicam que o equipamento pode ser retirado do circuito, pois não
possuem ligações permanentes. Para esse caso não há necessidade de chaves seccionadoras para
isolar o disjuntor. Em caso de manutenção basta removê-lo do circuito.
Símbolo Denominação
Disjuntor extraível.
- RELIGADOR AUTOMÁTICO
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Como o religador possui um relé de religamento (geralmente ajustado para três
religamentos de 3 segundos), num curto-circuito rápido, por exemplo, ocasionado por um
galho de árvore que venha a cair sobre os cabos de um alimentador num dia de chuva
com vento, e sair de cima dos cabos nesse período de ajuste dos três religamentos, evita
que o alimentador seja desligado e a equipe de manutenção seja chamada, privando com
isso que os consumidores fiquem sem energia elétrica por um período de tempo maior.
Símbolo Denominação
Religador automático.
- TRANSFORMADORES
- Tipos de Transformadores:
Transformador de força de dois enro1amentos.
Transformador de força de três enro1amentos.
Transformador regulador de tensão.
Alto transformador.
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Símbolo Denominação
Transformador trifásico de potência (força) de
dois enrolamentos, ligado em estrela/ triângulo,
com comutação sobre carga.
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Reator trifásico de aterramento com chaves
seccionadoras na entrada e no neutro.
Importante: Esse equipamento é indispensável a proteção das redes 13,8 kV que são ligadas
em triângulo, pois se o cabo da rede cair ao chão, o mesmo iria permanecer energizado e uma falta à
terra não seria detectada colocando em riscos à vida humana.
- CHAVES DE OPERAÇÃO
Símbolo Denominação
- Chave fusível: é uma chave seca acoplada a um elemento fusível. Serve tanto para proteção
quanto para manobra, sendo usada principalmente na tensão de distribuição 13 ,8 kV .
Símbolo Denominação
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- Chave de aterramento: é uma chave seca que serve para ligar uma linha de transmissão à
terra todas as vezes que ela for desligada para manutenção, fazendo com que haja proteção contra a
tensão que aparece nas linhas desenergizadas, devido a eletrização por fricção causada pelo vento e
devido ao efeito capacitivo da linha. Também dentro da área de segurança é de uso obrigatório todas
as vezes que a rede for desligada para manutenção e o pessoal estiver trabalhando nas torres,
evitando com isso que a mesma seja ligada causando um sério acidente. Normalmente está
intertravada com a chave seca situada no barramento.
Símbolo Denominação
Símbolo Denominação
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-PÁRA-RAIO
Símbolo Denominação
Exercício 1:
Confeccionar o diagrama unifilar de uma subestação que recebe uma tensão de 230 kV e que
deverá conter no seu barramento os seguintes equipamentos: 3 pára-raios, chave de aterramento
rápido, disjuntor com seccionadoras e baipasse, sendo que o disjuntor está ligado ao barramento
principal e o baipasse vai ligado ao barramento de transferência, ambos de 230 kV. Do barramento
principal saem um circuito com disjuntor, seccionadoras e baipasse, 3 pára-raios, tranformador de
força de três enrolamentos ligado em estrêla/estrêla/triângulo, tensão superior - 230 kV, tensão
média - 69 kV e tensão inferior - 13,8 kV. Após o transformador tem 3 pára-raios, disjuntor e
seccionadoras e os barramentos principal e de transferência de 69kV. Logo após os barramentos
tem o disjuntor e as seccionadoras e o baipasse e na saída 3 pára-raios. Nos barramentos de 230 kV
e 69 kV estão instalados os disjuntores de transferências, que vão interligar o barramento principal
com o de transferência. Ligado no terciário do transformador temos um reator trifásico de
aterramento.
5 - ARRANJOS DE BARRAMENTOS
Como vimos nas funções da subestação, para que aquelas sejam completas em uma SE, se faz
necessário estudar a disposição elétrica relativa das barras, entre si, e em relação aos dispositivos de
manobra dos circuitos. Esta forma de realizar a conexão elétrica entre os vários circuitos é represen-
tada pelo Arranjo de Barramento.
Para selecionar o arranjo mais adequado a cada SE é conveniente levar em conta alguns
critérios básicos conforme a seguir:
- flexibilidade de operação
- segurança do sistema elétrico
- simplicidade do sistema de proteção
- facilidade de manutenção
- possibilidade de limitação do nível de curto-circuito
- possibilidade de fácil expansão
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É obvio que associado aos critérios acima, devemos ter sempre em mente o aspecto custo da
instalação. Todavia, o custo (economia) não deve interferir no aspecto técnico a ponto de prejudicar
o desempenho da instalação.
Este custo não é apenas o custo de implantação da SE, mas deve-se considerar o custo de uma
interrupção no fornecimento de energia, as despesas com manutenção e os custos devido à
impossibilidade de operação do sistema em condições econômicas ótimas.
Embora os critérios mencionados sejam válidos na orientação da escolha do arranjo de uma
SE, é claro que aspectos particulares de cada empresa, o grau de importância dado a cada um dos
critérios e os aspectos subjetivos do projetista darão características particulares a cada SE.
Este sistema de arranjo apresenta uma boa confiabilidade, permite manobrar qualquer um dos
disjuntores ( LT ou transformador), sem que haja necessidade de interromper o fornecimento.
Embora mais caro, o arranjo com barra de transferência ou auxiliar ou "by-pass" é uma solução
intermediária que satisfaz as necessidades operacionais da maioria das SE`s. Vamos analisar a figura
abaixo para se ter uma boa compreensão do sistema.
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Observando a figura, concluímos que o disjuntor de transferência (o que energiza a barra de
transferência ) pode substituir qualquer um dos demais disjuntores, porem um de cada vez. Quando
o disjuntor de transferência estiver em operação, toda a proteção do circuito substituído deverá ser
transferida para atuar sobre ele. Economicamente esta solução não é muito onerosa se comparada
com outros arranjos de vantagens técnicas semelhantes.
Os recursos operacionais deste arranjo podem ser melhorados se introduzirmos o
seccionamento da barra principal conforme a fígura abaixo.
- BARRAS DUPLAS
De um modo geral, este tipo de arranjo é utilizado onde há necessidade de várias conexões de
fontes ou linhas. Esta flexibilidade é exigida nas SE`s importantes onde os valores de corrente são
elevados.
Embora a manutenção de uma barra não cause grandes transtornos, a manutenção das
seccionadoras é bastante difícil, exigindo em alguns casos o desligamento do circuito. Uma variação
deste sistema, e também mais cara, é a utilização de uma barra auxiliar, mostrada a seguir.
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O sistema mostrado na figura acima, operacionalmente mais completo, pois o disjuntor de
acoplamento à barra auxiliar garantirá a continuidade do fornecimento de energia durante a
manutenção de uma das conexões normais. Todavia, tem como inconveniente, além do elevado
custo, a manutenção difícil das seccionadoras da barra auxiliar.
Para tensões superiores a 230 kV e instalações de grande importância, podemos acrescentar
mais um disjuntor nas conexões diretas dos barramentos, mostrado na figura a seguir .
- BARRAMENTO EM ANEL
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É fácil observar que. este arranjo obriga que todos os equipamentos inseridos no anel, sejam
dimensionados para a máxima corrente prevista na instalação. Este aspecto, limita o número de
circuitos a serem conectados no anel. Um bom número é de seis a oito conexões. Sob o ponto de
vista de manutenção, o sistema permite faze-la sem interrupção, já que haverá sempre uma segunda
alternativa para o fluxo de energia, para cada uma das conexões. Porém uma falta em um trecho do
barramento, terá o efeito semelhante ao de uma barra simples, muito embora esta falta, na maioria
dos casos, possa ser isolada. Para ampliacões, o sistema em anel não é muito flexível, razão pela
qua1 e1e deve ser adotado para SE`s onde o numero de conexões é definido e as ampliações
previsíveis. O anel é solução bastante utilizada para SE`s tipo distribuição, onde uma LT é
seccionada para sua energização. O sistema de proteção é relativamente simples quando restrito às
LT`s e/ou conexões, tornando-.se mais complexo quando se deseja proteger o barramento.
Com este arranjo, é possível selecionar a barra adequada, além de dispor de um disjuntor
reserva para cada par de conexão. Como o arranjo necessita de um grande número de disjuntores,
seccionadoras e de outros equipamentos, todos dimensionados para suportar pelo menos a carga
total de dois circuitos, o seu custo é elevado e a instalação é complexa.
Também a manutenção exige maiores cuidados e o sistema de proteção também é mais
complexo. Em alguns casos poderemos ter problemas com a capacidade nominal dos equipamentos
necessários. A alta confiabilidade do arranjo com um disjuntor e meio e a grande flexibilidade de
operação, é particularmente adequada em SE`s conectadas a várias fontes de energia, possibilitando
a operação individual de circuitos. Normalmente este sistema é empregado para SE`s de 230 kV e
superiores.
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6 - SISTEMAS DE MEDIÇÃO
A finalidade dos circuitos de medição, em Subestações é manter um auto-controle, do fluxo de
energia recebida e distribuída de maneira a propiciar conhecimento de níveis de demanda, em
diversos períodos, com possibilidades de melhores procedimentos. A seguir daremos as funções dos
diversos equipamentos usados em medição bem corno os seus respectivos símbolos.
Os transformadores para instrumentos são usados para medição de grandezas básicas, como:
tensão, corrente, freqüência, fator de potência, potência ativa e reativa, etc. Estas medidas são feitas
através da redução dos valores primários das correntes e tensões, uma vez que medidas diretas em
circuitos de alta tensão ou alta corrente implicariam em:
a) Riscos para os operadores que estiverem nas proximidades dos instrumentos.
b) Imprecisão dos instrumentos devido às forças eletrostáticas.
c) Difícil isolação dos instrumentos de medida de proteção.
Quanto a ligação, os TC`s são sempre monofásicos e dispõem, em geral, de dois terminais
primários ligados ao circuito cuja corrente desejamos utilizar. O TC é instalado em série com a
linha, ligando-se cada um dos seus terminais primários a uma das extremidades da trecho
seccionado.
Ao contrário dos transformadores comuns, o TC, por ser ligado em série com a linha, não
sofre efeitos prejudiciais ao serem curto-circuitados seus terminais secundários. A corrente
secundária, dependendo apenas da corrente primária e da relação de transformação, não será
influenciada por essa ligação, que equivale a aplicação de uma carga de impedância nula no
secundário. Por outro lado, a abertura do circuito secundário (que equivale a uma carga de
impedância infinita) acarreta graves conseqüências. No havendo ampéres-espiras secundários para
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compensar os ampéres-espiras primários, toda a corrente primária age como corrente de
magnetização do núcleo. Nessas condições a densidade de fluxo no núcleo pode atingir valores que
excedem o nível de saturação. Surge então, entre os terminais secundários uma tensão de valor
elevado, que pode danificar o transformador e por em perigo o operador. Por essa razão os
transformadores de corrente nunca devem ser ligados com o secundário aberto.
O secundário é previsto para uma corrente normalizada de 5 ampéres, quando no primário
circular a corrente nominal do transformador. Essa relação, em geral, é um número inteiro que pode
ser especificado em valores concretos, por exemplo, 600/5A.
Símbolo Denominação
Símbolo Denominação
Símbolo Denominação
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- TRANSFORMADOR DE POTENCIAL - TP
Símbolo Denominação
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- CHAVE COMUTADORA OU DE TRANSFERÊNCIA
São chaves destinadas à medição de tensão e corrente nas 3 fases do circuito utilizando-se de
somente um medidor de tensão e um de corrente.
Símbolo Denominação
Chave de transferência amperimétrica (A) ou
voltimétrica (V).
- INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO
Tipos: a - Gráficos
b - Indicadores
c - Totalizadores
Símbolo Denominação
Amperímetro de 0-400A
Voltímetro de 0 - 15kV
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Freqüencímetros
Wattímetro
Varímetro
Cosefímetro
Voltímetro registrador.
Amperímetro registrador
Exemplo de Totalizadores:
Medidor de quilowatt-hora
Medidor de quilovolt-ampere-reativo-hora.
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7 - SISTEMAS DE PROTEÇÃO
Como o nome especifica, a sua finalidade é a proteção dos circuitos através de diversos
dispositivos chamados Relés. O relé é um dispositivo destinado a proteção, sinalização e comando
de circuitos, podendo ser eletromecânico ou eletrônico. Basicamente todo relé mecânico possui:
- Órgão Motor: é aquele que impulsiona os demais mecanismos do relé podendo este ser
mecânico, pressão de nível, indução magnética, temperatuva, etc.
- Órgão Antagônico: é o elemento que se opõe ao movimento do relé e faz com que, uma vez
terminado a atuação de órgão motor, volte à sua posição normal. Estes órgãos podem ser molas,
pesos, etc.
Os relés eletrônicos evidentemente não possuem órgão antagônico e voltam a sua posição
normal por um dispositivo de reset. Os relés são representados través de números e a numeração
usada é padronizada pela ASA e adotada no Brasil, e que estão representados a seguir:
Símbolo Denominação
Relé de distância: é um rele que atua quando a admitância, a
impedância ou a reatância do circuito aumenta ou diminui em relação a
um valor predeterminado.
Relé de distância de 1ª zona e de 2ª zona.
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Relé de tempo de parada ou de abertura de barramento.
Relé de sobre-pressão de líguido ou gás (relé buchhoolz); atua por um
valor predeterminado, ou por uma taxa de variação de pressão. Tem
aplicação restrita a transformadores.
Relé direcional de sobrecorrente de CA: atua por um valor
predeterminado de sobrecorrente de CA fluindo em um sentido
predeterminado.
Relé de bloqueio de abertura: inicia um sinal piloto para bloqueio de
abertura por falta externas em uma linha de transmissão, ou em outros
dispositivos sob condições predeterminadas (perda de sincronismo) .
Chave de nível: atua por valores ou por taxas de variação de nível
predeterminados. Indica o nível do óleo do transformador com
contatos.
Relé de controle seletivo ou de transferência automático: opera para
selecionar automaticamente uma dentre várias fontes ou condições em
um equipamento, ou realiza automaticamente uma operação de
transferência. Ex.: relé de transferência de proteção.
Relé de religamento de CA: controla o religamento e o bloqueio
automático de um interruptor de circuitos de CA.
Relé de recepção por onda portadora: cuja atuação liberada ou restrita
por sinal usado com proteção contra falta, associado a onda portadora
ou fio piloto de CC.
Rele de bloqueio de fechamento: é um relé auxiliar, rearmado
manualmente ou eletricamente, atuando no ocorrência de condiçoes
anormais para manter equipamentos inoperantes até que seja rearmado.
Relé de bloqueio de fechamento de transformador.
Para representar as ligações de relés dentro do esquema unifilar usaremos duas linhas, que
representaram a alimentação e a atuação do rele´. A linha de alimentação traz ao relé a informação
do circuito, e a linha de atuação indica onde o relé vai atuar depois de receber a informação.
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Linha de alimentação.
A seguir daremos algumas aplicações dentro do diagrama unifilar dos relés mais usados em
subestações:
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2 - Aplicação dos relés temporizado de corrente de CA (51 para fase e 51N para neutro),
detector de corrente (95).
3 - Aplicação dos relés de recepção por onda portadora (85) e de bloqueio de abertura (68).
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4 - Aplicação do relé de religamento de CA.
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6 – Aplicação de relés de proteção de transformador e relé diferencial e relé diferencial.
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8 - SISTEMA DE COMUNICAÇÃO
Hoje a comunicação entre as usinas e subestações se da por meio do cabo OPGW, que é um
cabo de alumínio que tem dentro de si os pares de fibra óptica. Esse cabo está situado em cima das
torres, substituindo o cabo guarda ou cabo pára-raio.
Algumas subestações mais antigas utilizam-se do sistema de ondas portadoras de rádio
freqüência (RF), o "carrier". Este sistema utiliza-se do próprio condutor da linha de transmissão,
sendo indispensável linha própria.
Está corrente de "RF" é injetada na LT não se misturando com a corrente da AT, por terem
tensões e freqüências diferentes. A tensão e a freqüência do carrier dependem de uma série de
fatores, mas em geral são inferiores a 10V e da ordem de 100 kHz. Para separar a corrente de "RF"
da corrente de baixa freqüência (60 Hz) da AT, lança-se das propriedades dos capacitores e das
bobinas (sistema ressonante), que é calculado para bloquear a corrente de alta freqüência. Uma
bobina de baixa indutância não oferecerá reatância considerável a uma corrente de 60 Hz, já em
corrente de alta freqüência (100kHz) a reatância torna-se tão elevada que impede a passagem da
corrente, veja a fórmula: XL = 2πfl. Para os capacitores, a propriedade é ao contrário pois :
1
XC =
2π f c
Símbolo Denominação
Divisor de tensão-capacitivo.
33
Sistema ressonante.
Exercício 4: Confeccionar uma parte de um diagrama unifilar completo de um SE, que deverá
conter os seguintes equipamentos: Três pára-raios, conjunto de comunicação carrier, chave de
aterramento intertravada com a seccionadoradora do disjuntor, seccionadoras, disjuntor (52-01) e
baipasse, ligados nos barramentos principal (BP) e de transferência (BT) de 230 kV. Interligando
ambos os barramentos (BP e BT) temos um disjuntor de transferência (52-02). O disjuntor da
entrada (52-01) e o disjuntor de transferência (52-02) dos barramentos BP e BT, possuem nas
buchas de entrada e saída, dois TCs de bucha cuja relação de transformação de todos é 1200-5A.
Antes da ligação do baipasse e no barramento principal temos TPs de três enrolamentos de 230000V
- 115V para sincronismo/medição e proteção.
Saindo dos barramentos BP e BT tem-se um circuito com seccionadoras, disjuntor(52-03) e
baipasse, sendo que as buchas de entrada e saída do disjuntor(52-03) possuem dois TCs de bucha,
sendo que a relação de transformação de todos é 1200-5A.
A seguir tem-se três pára-raios, um transformador de força de três enrolamentos de 230 kV /
138 kV / 13,8 kV, ligação estrela/estrela/triângulo. Esse transformador possui nos três enrolamentos
TCs de bucha cuja relação de transformação são: 1200-5A no primário e secundário, e 3000-5A no
terciário. A seguir tem-se três pára-raios, seccionadoras, disjuntor(52-04) e baipasse ligados nos
barramentos BP e BT de 138 kV. Esses barramentos de 138 kV são interligados através de um
disjuntor de transferência(52-05).
Saindo desses barramentos tem-se um circuito com seccionadoras, disjuntor(52-06), baipasse,
dois TCs de bucha do 52-06, sendo um na entrada e o outro na saída cuja relação de transformação é
300-600-5A, TP de três enrolamentos de 138000V/115V para sincronismo/medição e proteção,
conjunto de comunicação carrier e três pára-raios. No barramento principal de 138 kV, tem-se TPs
de três enrolamentos de 138000V/115V para sincronismo/medição e proteção.
Quanto a proteção e medição da subestação tem-se os primeiros TCs de bucha dos disjuntores
52-01, 52-02 e 52-03 são interligados e alimentam o relé diferencial do barramento de 230 kV, que
atua no relé de bloqueio desse barramento e que desliga todos os disjuntores ao barramento de 230
34
kV(52 - 01,02 e 03). O segundo TC do disjuntor 52-01, alimenta através de uma chave comutadora
amperimétrica(43A) um amperímetro(A), um wattímetro(W) e um varímetro(VAr).
Nas buchas de saída desse disjuntor, o primeiro TC alimenta relés de distância de 1ª
zona(21/1ª zona) e 2ª zona(21/2ª zona), relé direcional de sobre corrente de CA de neutro(67N) e
relé detector de corrente(95). O relé 21/1ª zona atua nos relés de abertura do disjuntor(94) e relé de
tempo do terciário(62Y). O relé 94 atua no disjuntor 52-01. O relé 62Y atua no relé de tempo(62B)
no barramento de 230 kV e este vai ao relé de bloqueio do barramento(86B) que desliga todos os
disjuntores de 230 kV. O relé 21/2ª zona atua no 21X e este usa a linha de atuação que vem do relé
21/1ª zona que vai aos relés 94 e 62Y. O relé 67N também usa essa mesma linha de atuação para os
relés 94 e 62Y.
O segundo TC desse disjuntor alimenta os relés de distância (21P), relé de distância (21S), relé
direcional de sobrecorrente de CA(67NT) e relé de bloqueio de abertura(68) por faltas externas em
uma linha de transmissão. Os relé 21P, 21S e 67NT vão atuar num relé de recepção por onda
portadora, e esse vai atuar num relé de tempo do secundário(62X) e no disjuntor 52-01, através da
linha de atuação que sai do relé 94. O relé 62X usa a mesma linha de atuação que sai do relé 62Y e
que atua no relé de tempo(62B) no barramento de 230 kV e depois no de bloqueio 86B.
O segundo TC da entrada do disjuntor 52-03 não possui ligação, portanto a sua saída do seu
secundário é curto-circuitada. O mesmo deve ser feito com o primeiro TC da saída desse disjuntor,
pois não possui ligação. O segundo TC de saída desse disjuntor alimenta os relés: de sobrecorrente
de fase temporizado(51), de sobrecorrente de fase instantâneo e temporizado de neutro(50/51N) e
detector de corrente(95). Desse TC também saem alimentação para os seguintes medidores:
amperímetro, wattímetro, varímetro e cosefímetro.
O transformador possui proteção de relés de imagem térmica no primário, secundário e
terciário(49H,X e Y) com chave de bloqueio de atuação do relé(49S), termômetro de topo de
óleo(26), relé de sobre pressão de líquido ou gás(63T) e indicador de nível de óleo(71T), que atuam
no relé de bloqueio do transformador(86T) e desse aos disjuntores 52-03, 52-04 e que através de
chaves de transferências(83T), atuará nos disjuntores de transferências(52-02 e 52-05).
Interligado através dos TCs de bucha do primário e secundário do transformador, tem-se um
relé de proteção diferencial do transformador que atua no relé de bloqueio do transformador(86T). O
TC do terciário da transformador alimenta o relé de sobrecorrente de fase temporizado(51), chave
comutadora amperimérica e um amperímetro. O relé 51 atua no relé de bloqueio do
transformador(86T).
O primeiro TC da bucha de entrada do disjuntor 52-06, alimenta relés de distância de 1ª
zona(21/1ª zona) e 2ª zona(21/2ª zona), relé direcional de sobre corrente de CA de neutro(67N) e
relé detector de corrente(95). O relé 21/1ª zona atua no relé de abertura do disjuntor(94). O relé 94
atua no disjuntor 52-06 e no relé 62B do barramento de 138 kV e desse ao relé de bloqueio do
barramento(86B). O relé 94 atua através de chave de transferência, no disjuntor de transferência do
barramento de 138 kV . O relé 21/2ª zona atua no 21X e este usa a linha de atuação que vem do relé
21/1ª zona que vai ao relé 94. O relé 67N atua no relé 94.
O relé de bloqueio desse barramento, desliga todos os disjuntores de 138 kV, inclusive o
disjuntor de transferência(52-05). O segundo TC da saída do disjuntor, alimenta os seguintes
instrumentos de medição: cosefímetro, chave comutadora amperimétrica, amperímetro, wattímetro e
varímetro.
9 - "LAY-OUT" DE SUBESTAÇÕES
Antes de entrarmos especificamente no assunto da elaboração de "lay-out" vamos analizar
alguns cuidados que devemos ter com a escolha dos terrenos para SE`s.
35
- ESCOLHA DE TERRENOS
Definido o tipo de SE, o diagrama unifilar (arranjo) e seus principais objetivos, o passo
seguinte é a escolha do local mais adequado para sua construção. Para esta escolha é importante
observar os seguintes pontos:
A comparação do custo de uma SE com o de outra é praticamente impossível, uma vez que,
além dos equipamentos, os custos de aquisição do terreno, mão de obra de montagem, transporte dos
transformadores e equipamentos e parte de construção civil são variáveis.
Assim, uma comparação válida é aquela na qual se compara apenas os equipamentos de alta
tensão em função dos tipos de arranjos adotados, as estruturas e obras civis necessárias e excluindo
os transformadores.
Para que se tenha idéia dos custos dos módulos de uma SE, damos abaixo, um quadro com o
valores em US$ 1000.
Modulo Tensão (kV)
13,8 34,5 69 138 230 500
Saída da LT ou 55 105 177 262 630 3200
Alimentador
Interligação do 52 99 179 258 610 2700
Transformador
Transferência 37 68 117 172 433 -
Casa de Comando - - 107 143 163 200
36
O transformador, por ser um equipamento importante em uma SE, merece um quadro
comparativo isolado. A comparação é feita entre os custos em US$ 1000 de transformadores
nacionais e os adquiridos por concorrência internacional, podendo ser importados.
Em geral, em uma SE, os setores são bem definidos e podem ser identificados conforme
abaixo:
Os setores da tensão mais alta e média devem localizar-se de forma a permitir a entrada e
saída de novas LT`s, acessos para os equipamentos pesados.
O setor de tensão mais baixa, deve localizar-se de modo a permitir a fácil saída de
alimentadores. Assim, deve estar sempre voltado para uma rua ou estrada que permita instalar todos
os alimentadores possíveis (não mais que oito). Também não deve estar muito distante dos
transformadores de força ( principalmente se houver cabos de energia).
A casa de comando deve estar localizada de tal forma que permita uma boa visibilidade das
instalações externas da SE. Além disto, deve ser construída em um plano um pouco superior ao do
pátio externo. Suas dimensões devem comportar adequadamente a sala de comando propriamente
dita (com os painéis de comando, proteção, serviços auxiliares, etc...), sala de comunicações, sala de
baterias (bem arejada, com as baterias e carregadores), escritório, pequena cantina, sanitários e
almoxarifado.
Sob os painéis, poderemos ter porões, miniporões ou canaletas, para permitir a instalação e
manutenção da cablagem de controle ( proteção, medição, sinalização, etc...).
- ARRANJO FÍSICO
Definido o tipo de arranjo do barramento temos que dar uma disposição física nos
equipamentos de forma ordenada, respeitada as suas funções e relações elétricas. Neste caso, os
aspectos de espaçamentos, tanto para a correta operação dos equipamentos, tanto para a segurança
37
do pessoal da operação e manutenção, é de fundamental importância. Respeitando os aspectos
mencionados, o melhor arranjo será aquele que necessite a menor área possível. Para que possamos
verificar a melhor área para o arranjo, precisamos desenhar a planta de barramentos, corte e vistas
parciais, tendo com isso uma melhor visualização da SE.
É uma vista de cima da SE, onde deve aparecer os principais equipamentos, estruturas, etc... É
nesta fase que a padronização torna-se interessante, principalmente quanto às dimensõcs e
espaçamentos.
A representação de uma planta de barramentos de uma subestação é elaborada depois de
traçarmos o seu esquema unifilar, conforme exemplo abaixo de uma SE de 230 kV.
Esquema unifilar:
38
A planta e o corte com as vistas parciais apresentam uma noção de espaçamento entre os
equipamentos, para que se possa determinar o tamanho da área a ser utilizada. Os equipamentos
indicados servem para dar uma idéia de grandeza. A distância entre fases é neste caso 4 m por ser
uma subestação de 230 kV, conforme tabela.
230 16 4
138 12 3
69 8 2
34,5 6 1,5
13,8 4 1
Supondo um arranjo em anel, veja como fica a representação da planta e da vista lateral de
uma subestação de 138 kV:
Esquema unifilar:
39
Planta de Barramentos e Equipamentos (Vista de Cima):
Corte A-A´:
40
Através do esquema unifilar de uma subestação de 69 kV, fazer o desenho da planta de
barramentos determinando o corte A-A´ e a seguir representar a vista parcial desse corte.
Esquema unifilar:
Planta de Barramentos:
Corte A-A´:
41
Exercício completo:
Confeccionar o diagrama unifilar completo de uma subestação que atende Serra Negra que
deverá conter os seguintes equipamentos operacionais e de controle e medição.
1- Diagrama Operacional :
42
Na parte B ainda encontramos um transformador de 2 enrolamentos de 112,5 kV A ,
triângulo/estrela, 13800/127-220 V, protegidos por chave fusível e que vai para os serviços
auxiliares da SE. Também nessa parte encontramos um reator trifásico de aterramento de 1500 kVA
e 2 TP's 13800/120 V usado para medição.
Nas 2 entradas de 230 kV , os TC's de 300-5 A são interligados e vão ao relé diferencial
(87B), assim como, os TC's de 300-5 A dos 2 circuitos que saem do BP de 230 kV. Esse relé
diferencial (87B) vai ligado a um relé de bloqueio (86B) que desliga todos os disjuntores de 230 kV.
As 2 entradas possuem as mesmas ligações nas proteções que são: Os TC's de 600-5 A ligam
os relés (21P e 21S), relé direcional de sobrecorrente de neutro (67NT), relé de recepção por onda
portadora ou por fio piloto (85) e a um relé de bloqueio de abertura (68). O relé 21P e 67NT estão
ligados ao relé 85 através da linha de atuação que vem do RCVR do carrier e o relé 21 S e relé 85
vão atuar no XMTR do carrier e do relé 67NT vai uma ligação para polarização. O relé 85 vai com
uma linha de atuação no disjuntor de 230 kV e no 62X e 62B e após ao relé 86B do BP 230 kV .
Nos TC's de 1200-5 A estão ligados os relés 121,221, 67N e relé detector de corrente (95). Do relé
221 sai uma linha de atuação até ao relé 21X e após aos relés 62Y que vai ao 62B e 86B e ao de
abertura (94) que irá atuar no disjuntor de 230 kV da entrada e no disjuntor de transferência do BP
de 230 kV . O relé 121 vai atuar no relé 94 e no relé 62Y. O relé 67N vai atuar no relé de abertura
(94) e no relé de tempo de parada ou de abertura (62Y).
Os dois circuitos que saem do BP 230 kV possuem as mesmas ligações de medição e proteção
a saber: Existe um relé diferencial (87T) ligado aos TC's de 1200-5 A antes do transformador e de
800-5 A depois. Esse relé vai atuar no relé 86TA que consequentemente irá atuar nos disjuntores da
entrada e saída desse circuito e também no disjuntor de transferência do BP de 230 kV e disjuntor de
transferência do BP de 69 kV. No 2°. circuito o relé 86 recebe a especificação 86TB.
Os transformadores dos dois circuitos possuem proteção através dos seguintes relés: chave de
nível (71C e 71T), chave de pressão (63S, 63C e 63T), relé de imagem térmica (49H, 49X e 49Y) e
relé dispositivo térmico de equipamento (26), o relé de imagem térmica possui uma chave de
bloqueio para atuação do relé (49S). Todos esses relés vão para o relé de bloqueio (86TA ou 86TB)
e ao alarme. O TC's de 300-5 A estão ligados a um Amperímetro, Wattímetro e Varímetro. Os TC's
de 600-5 A vão ligados aos relés de sobrecorrente de fase temporizado (51) e de sobrecorrente de
neutro temporizado (51N) e ao relé detector de corrente (95). O relé 51 e 51N vão atuar no relé de
abertura (94) e ao relé de tempo de parada ou de abertura (62X). O relé 94 atua no disjuntor de
entrada desse circuito e no disjuntor de transferência do BP de 230 kV e o relé 62X vai atuar no 62B
do barramento de 230 kV . Nos TP's com 3 enrolamentos do BP de 230 kV estão ligados na saída da
medição/sincronismo um voltímetro analógico e um registrador com chave comutadora (CV).
Os TC's de 400-5 A estão com o seu secundário fechado. Os TC's de 1600-5 A estão ligados
aos instrumentos de medição que são um Amperímetro, um voltímetro e um varímetro.
Nas saídas do H0 e X0 dos 2 transformadores estão ligados 3 TC's de bucha, sendo 600-5 A
no H0 e 2000-5 A no X0, e nesses TC's indicar que eles vão atuar no relé 67N. Na saída do terciário
dos transformadores, colocar 3 para-raios.
Todas as saídas do BP de 69 kV (parte A, parte B e parte C) que vão para as localidades
mencionadas, possuem medições e proteções iguais, a saber:
- Nos TC's de 300-5 A estão ligados os instrumentos de medição, ou seja um amperímetro, um
wattímetro e um varímetro.
Nos TC's de 600-5 A estão ligados os relés 121, 221, 67N e 95. O relé 121 vai atuar no relé
62X e no relé 94. O relé 221 vai atuar no relé 21X e dele nos relés 62X e 94. O relé 67N vai atuar
nos relés 62X e 94, alem de também ir para a polarização. O relé 94 vai atuar no disjuntor de 69 kV
43
da entrada do alimentador e no disjuntor de transferência. do barramento. Os disjuntores da entrada
dos alimentadores que saem do BP de 69 kV possuem a atuação de um relé de religamento e o
bloqueio automático.
Em todos os TP's do BP de 69 kV, possuem ligados na saída para medição/sincronismo, um
voltímetro e chave comutadora. Os TP's da parte C do barramento possuem também ligado na saída
para a medição/sincronismo um relé de freqüência (81) que irá atuar nos disjuntores de 13,8 kV dos
alimentadores que saem do BP de 13,8 kV ( parte A e parte B ).
As duas saídas da parte C do BP de 69 kV que vão ao BP de 13,8 kV , possuem as mesmas
medições e proteções, a saber:
Os transformadores de 50 MVA possuem proteção através de relés 71T, 71C, 63S, 63C, 63T,
26, 49H, 49X e 49Y que possuem chave de bloqueio 49S. Esses relés atuam no alarme e no relé de
bloqueio ( 86Tl do transformador T1 e 86T2 do transformador T2 ). O relé de bloqueio (86Tl) atua
também no relé 86T2 e vise e versa. Esse relés, cada qual atua no seu disjuntor de entrada de 69 kV .
Atuando no primário e no secundário dos transformadores, encontra-se um relé diferêncial
(87T), ligado aos TC's de bucha do transformador de 2000-5 A e nos TC's de 300-5 A da entrada.
Nos TC's de 1200-5 A, estão ligados um amperímetro, um wattímetro e um varímetro. Nos
TC's de 600-5 A, estão ligados os relés temporizados de corrente de fase e neutro (51 e 51N), e o
relé detector de corrente (95) . O relé 51 e 51N vão atuar no relé 94 e 62X. O relé 94 atua no
disjuntor de 69 kV da entrada e no disjuntor de transferência do BP de 69 kV . O relé 62X vai atuar
no relé 62B do BP de 69 kV . O relé 62B, atua no relé 86B que bloqueia todos os disjuntores de 69
kV .
Todos os alimentadores que saem do BP de 13,8 kV , possuem ligados nos seus TC's de 50-
100-200-400-5 A, um amperímetro, um wattímetro e um varímetro.
Na parte B do BP de 13,8 kV, os seus TP's estão ligados a um voltímetro com chave
comutadora. No secundário do reator trifásico de aterramento encontra-se ligado um TC de bucha de
1000-5 A ligado a um relé 51 que atua num relé de bloqueio (86T2).
Na parte A do BP de 13,8 kV , o seu TP possui ligado no seu secundário um voltímetro com
chave comutadora. O reator trifásico de aterramento dessa parte do BP, possui ligado no seu
secundário 3 TC's de bucha de 1000-5 A, ligados ao relé temporizado de corrente (51) que vai atuar
no relé de bloqueio 86 T1.
10 - DISTÂNCIAS DE SEGURANÇA
Além das distâncias ( espaçamento ) que serão vistas a seguir é necessário levar em
consideração as condições de operação e manutenção dos equipamentos. Assim sendo é
fundamental analisar cada um dos equipamentos e as atividades previstas para serem executadas nas
suas imediações e partes energizadas. Entende-se como distância de segurança a mínima distância a
ser mantida, no ar, entre a parte energizada do equipamento ou condutor e o solo ou qualquer outra
parte do equipamento ou condutor no qual possa ser necessário realizar algum trabalho. Assim
sendo, a distância de segurança é a soma dos seguintes valores:
44
deverá oferecer em hipótese alguma nenhum risco as pessoas que transitarem por ela.
- DIMENSÕES CONSERVATIVAS
45
- DISTÂNCIAS MÍNIMAS RECOMENDADAS
0,26 + 0,40 +
13,8 15 0,26 0,40 3,00 6,00
fináx. fináx.
0,39 + 0,90 +
34,5 34,5 0,39 0,80 3,00 6,00
frnáx. fmáx.
0,74 + 1,50 +
69 69 0,74 1,50 3,00 6,00
fmáx. fináx.
1,35 + 2,50 +
138 138 1,35 2,50 3,60 4,35 4,55 7,50
fináx. fináx.
2,30 + 3,95 +
230 230 2,30 3,95 4,50 5,40 5,60 8,50
fmáx. fmáx.
11 - ATERRAMENTO EM SUBESTAÇÕES
O aterramento em instalações elétricas, tem por finalidade a proteção das pessoas em contato
com as instalações elétricas e à proteção dos equipamentos elétricos. Esta proteção pode ser
identificada nos aspectos de :
- dar segurança às pessoas, evitando que as mesmas fiquem expostas a potenciais considerados
perigosos;
- dar condições para que as correntes resultantes de um rompimento da isolação(corrente de
falta), devido a curto-circuitos, descargas atmosféricas ou sobre-tenções de manobra, possam escoar
para a terra sem causar danos a pessoas ou equipamentos;
- permitir que o sistema de proteção instalado na SE tenha um funcionamento perfeito.
46
A principal preocupação é a proteção do ser humano, razão pela qual vamos analisar alguns
aspectos relacionados ao corpo humano, em presença de correntes elétricas. Dados estatísticos
determinaram que o corpo humano fica vulnerável a correntes para a faixa de freqüência menor do
que 60 Hz e maior do que 25 Hz. Por outro lado, freqüências altas de 500 Hz ou superiores, não
apresentam grandes perigos ao ser humano.
Assim, a freqüência da ordem de 50 a 60 Hz é a que em geral, traz como conseqüência a
fibrilação ventricular ( batimento cardíaco desordenado, de difícil recuperação ). O maior perigo
para o ser humano é a intensidade de corrente que circula pelo seu corpo, e esta, depende da
resistência elétrica da pele e interna do indivíduo, bem como do valor da tensão aplicada nos pontos
de contato. Inúmeros valores de resistência elétrica do corpo humano foram medidos, variando de
500 Ω até 10000 Ω. Os valores médios aceitos são 2300 Ω entre as mãos e 1100 Ω entre mãos e pés.
Todavia, para os cálculos, estabeleceu-se como valor razoável em 60 Hz, 1000 Ω (mãos, pés e entre
pés).
Também foi estabelecido que o limiar da percepção de uma corrente elétrica ( formigamento)
surge quando a intensidade desta é de 1 mA, sendo que acima deste valor, poderá representar algum
perigo. Foi constatado que uma corrente de 100 mA, com duração de 3 segundos, percorrendo um
corpo humano, pode provocar fibrilação. O Prof. Charles Francis Dalziel, após experiências feitas
em animais, determinou a seguinte expressão para os seres humanos:
ρ
Im =
t
Esta é a corrente mínima capaz de produzir a fibrilação cardíaca em 0,5 % dos casos
observados, válida para 0,03s<t<3s .
O Prof. Dalziel determinou também, que o tempo limite para a duração da corrente, deve ficar
entre 0,03 a 3 segundos. A definição deste tempo, este relacionado com o sistema de eliminação das
faltas na SE, dependendo das características dos relés e dispositivos de interrupção dos circuitos.
Para se ter um bom aterramento dos equipamentos de uma SE e manter as várias tensões que surgem
durante uma falta, dentro de limites toleráveis, toma-se necessário construir um sistema de
aterramento dentro da SE, denominado de " Malha de terra ".
Dois aspectos principais devem ser considerados em estudos de aterramento de SE, a saber:
- O Comportamento do Sistema: quando da ocorrência de uma corrente de falta para a terra na
SE, a corrente, inicialmente injetada na malha de aterramento, se divide por todo este sistema
interligado, cabendo então a cada um dos seus componentes, a função de dissipar uma fração da
corrente de falta para o solo.
- A interação malha/solo é função, basicamente, da geometria da malha, de estruturas
metálicas eventualmente enterradas no solo dentro da sua área de influência, e da estratificação do
solo na região onde a mesma se encontra. Esta interação se reflete na resistência de .aterramento da
malha e nos gradientes de potencial no solo, decorrentes do processo de dissipação de uma dada
injeção de corrente.
O resultado do estudo de aterramento de subestações normalmente engloba quatro grupos de
informações:
47
- O dimensionamento da malha para projeto, aí incluindo a bitola do condutor, a configuração
e a profundidade da malha, os critérios de segurança estabelecidos e os resultados das simulações,
onde se destacam a resistência de aterramento da malha, a fração da corrente de falta dissipada pela
malha para o solo, os perfis de potencial na superficie do solo, e os potenciais de passo e toque
obtidos em direções previamente selecionadas.
- de cabos pára-raios e de blindagens de cabos de energia, o aterramento de equipamentos,
cercas, etc...
- recomendações específicas para as instalações especiais ( centros de processamentos de
dados ou de controle, estações de comunicações, etc...
A área a ser abrangida pela malha da SE deve ser, em princípio, a mais ampla possível,
considerando-se as restrições existentes ( topografia e localização do terreno, instalações vizinhas,
etc... ) Nesta etapa, deve ser elaborada uma estratégia prévia de aterramennto da SE como um todo,
com a avaliação do interrelacionamento da malha com outras estruturas, tais como edificações,
torres, cercas, portões, etc...
- RESISTIVIDADE DO SOLO
Para medirmos a resistividade do solo no caso das malhas de terra, convém tomarmos algumas
precauções, já que o valor de ρ(resistividade) é de importância fundamental:
Efetuar as medições em duas direções segundo um eixo X e outro Y ( referências da SE).
48
Deverão ser medidos no mínimo seis pontos, com quatro pontos na periferia e dois na região
central.
As medições devem ser efetuadas quando o terreno estiver bem seco (pior caso).
Preferencialmente efetuar as medições no terreno após feita a terraplanagem.
Tomar cuidados em utilizar aparelhos de medida que possuam filtros que não permitam
interferências nas medições, devido a correntes externas.
Procurar efetuar o máximo de medições para ter-se um valor médio, o mais próximo possível
do real.
Nos pontos onde serão instalados equipamentos cujos os aterramentos são fundamentais para o
seu desempenho (transformador). Pára-raios, reatores, etc), deve-se tomar o máximo cuidado com as
medições.
O solo é um elemento totalmente heterogêneo, de modo que seu valor de resistividade varia de
uma direção a outra, conforme o material de que é composto, segundo a profundidade de suas
camadas e idade de sua formação geológica. O solo varia a sua resistividade com a umidade,
salinidade e temperatura.
Distâncias
Resistividade calculada
Entre Resistência média (Ω)
ρ=2.π.a.ρmédio [Ω.m]
hastes Resistividade
média
ρm (Ω.m)
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4
a(m) Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4
R (Ω) R (Ω) R (Ω) R (Ω)
2
4
8
16
32
64
- No caso de áreas para construção de SE`s com dimensão até 100 X 100, deverão ser
efetuadas pelo menos medidas em 6 pontos, com prospecção de resistividade até 64 metros.
- Caso os valores de resistividade encontrados para uma mesma separação entre eletrodos,
variem mais que 50 % com relação ao valor médio aritmético, devem ser feitas medições em maior
números de pontos (isto é indício de variações de tipo de solo, inclinação das camadas, altura
diferente do lençol freático, presença de pedra, etc.
49
Determinação dos desvios em relação ao valor médio:
ρ .I 1 2 2
R= + −
4 .π a a 2 + (2 p )
2
(2.a )2 + (2 p )2
Feitas todas medidas de resistência, calcula-se os respectivos valores para ρ relativo a cada
ponto, segundo eixos "x" e "y" com a fórmula:
ρ = 2 .π a . R (Ω . m )
O método considera que praticamente 50% da distribuição de corrente que passa entre hastes
externas ocorre a uma profundidade igual ao espaçamento entre hastes.
50
Os eletrodos deverão estar alinhados devendo ser enterrados, aproximadamente, 30 cm dentro
do solo. Possicionar o “G” ground no ponto a ser medido.
A corrente atinge uma profundidade maior, com uma correspondente área de dispersão grande,
tendo em conseqüência, um efeito que pode ser desconsiderado. Portanto, para efeito de Método de
Wenner, considera-se que o valor da resistência elétrica lida no aparelho é relativa a uma
profundidade "a" do solo. Devem ser feitas diversas leituras, para vários espaçamentos, como as
hastes sempre alinhadas.
Para uma determinada direção devem ser usadas os espaçamentos recomendados na tabela
abaixo:
Durante a ocorrência de uma falta, principalmente curto fase terra, o fluxo da corrente que
penetra no solo, provoca gradientes de potencial em volta do ponto de penetração, que podem
assumir valores elevados. Estes gradientes na superfície do solo, podem trazer perigo às pessoas que
trabalham na SE ou que transitam nas suas imediações. Embora seja impossível eliminar estas
tensões, é possível dimensionar uma malha para mantê-las dentro de valores aceitáveis.
A Tensão Máxima de Passo é a diferença de potencial que pode surgir entre os pés de uma
pessoa que toca o solo simultaneamente (considerando que o passo possui 1 metro), durante a
51
ocorrência de uma corrente de falta. Nessas condições, teremos uma circulação de corrente pelo
corpo do indivíduo, que deverá ficar a níveis toleráveis.
Para este cálculo, parte-se das seguintes premissas:
- o pé de uma pessoa é considerado como um eletrodo circular com raio aproximado de 8 cm;
- a resistividade do solo sob os pés é denominada de resistividade superficial ( ps ) dada em
Ω.m, e depende do tipo de revestimento utilizado para o pátio da SE.
Considera-se os seguintes valores para ps :
ps para brita molhada = 3000 Ω.m
ps para grama = 50 Ω.m
ps para terra ( média) = 1300 Ω.m
Adota-se para a resistência de contato de um pé com o solo, RF = 3 . ρ.s [ Ω ], e
desconsidera-se a resistência da sola dos sapatos.
A resistência do corpo humano, conforme já visto é de Rk = 1000 Ω, adotado para efeito de
cálculo.
Para 70 kg
0,165
Im =
t
Para 50 kg
0,116
Im =
t
116 + 0,7 ρs
Ep = [V ]
t
Se tomarmos os valores aceitos como razoáveis, já discutidos, teremos para um pátio revestido
com brita, o seguinte valor:
O tempo para eliminação da corrente de falta pelos dispositivos de proteção, foi considerado
como sendo de 0,5 segundos, que será adotado, doravante, para todos os nossos cálculos.
Esta tensão é a diferença de potencial que pode surgir entre um ponto não energizado
(intencionalmente) de material condutor e aterrado (estruturas, equipamentos, etc...), ao alcance das
mãos de uma pessoa em pé, em um ponto do solo distante de 1 (um) metro da estrutura de
referência, devido a corrente de falta que pode circular através do corpo. Também nestas condições,
a corrente que circula pelo corpo humano, deverá ficar dentro de valores toleráveis. Para calcular a
Tensão de Contato ou Toque (Ec) considera-se que os pés estejam juntos de forma que as Rf estejam
em paralelo, resultando um total de Rf / 2. Assim teremos:
116 + 0,174 ρs
Ec = [V ]
t
52
Vendo a fórmula, notamos que a “Ec” depende da resistividade do material de acabamento da
superfície do solo da malha, já vistos, e como exemplo se considerarmos um pátio revestido com
pedra brita e tempo de eliminação da corrente de falta igual a 0,5s, teremos a Ec = 3.133 V.
Esta tensão, que é um caso particular da tensão de toque, é a diferença de potencial que pode
surgir durante a ocorrência de uma falta, entre um ponto remoto, ligado à malha e o ponto onde há
injeção da Icc (pode ser um eletrodo ou a própria malha). Assim, podemos melhor definir a tensão
de transferência como sendo a elevação total de potencial da malha (p/ SE's), a que uma pessoa
poderá ficar sujeita, estando em um ponto remoto e toque um elemento metálico conectado à malha
de aterramento no momento que a corrente de falta está sendo dispersada por está malha. A pessoa
poderá tocar um condutor aterrado em um ponto remoto, estando ela no interior da malha conforme
a figura abaixo:
0,174 ρs + 116
Et = [V ]
t
Como já vimos, é a tensão a que fica submetido um indivíduo, quando toca dois pontos
simultaneamente, espaçados de um metro, dentro da malha de terra.
A expressão que veremos, permite determinar o valor de Ep em função da geometria da
malha e características do condutor.
Ks.Ki.ρa.Ia
Ep = [V ]
Lt
1 1 1 1 1 1 1
Ks = + + + + ... +
π 2.h C + h C 2 3 N − 1
53
- TENSÃO DE CONTATO CALCULADA " Ec "
Km .Ki .ρ a.Ia
Ec = [V ]
Lt
Ec = tensão de contato calculado [ v ]
Km = coeficiente que leva em conta a profundidade da malha, o diâmetro do condutor da
malha, espaçamento médio entre eles e o número de condutores paralelos.
Ec > Ec
A primeira medida a ser tomada, é a determinação do pior caso de curto circuito fase e terra,
ou seja, a maior corrente que poderá fluir para a terra. É fácil compreender que no caso de um curto,
a corrente que atinge a malha, subdivide-se em pelo menos dois sentidos. Admite-se que 65 % desta
corrente tenha um sentido e 35 % outro.
Nesta condição, podemos adotar para o cálculo da seção do condutor de aterramento (na
malha) o valor dado por: Ia = 0,65 . Icc [A] (Ia = corrente aparente e Icc = corrente de curto
circuito ou corrente de falta)
Na malha, a pior hipótese é a de que toda a corrente Ia circulará apenas em um ramo dos
condutores da malha, sabendo-se que na realidade ela será distribuída entre todos os condutores.
A seção do condutor pode ser obtida (inclusive para os cabos de descida dos equipamentos):
Ia
A=
σ
com:
A = seção do condutor em circular mil (CM)
Ia = parcela da corrente de curto circuito que flui para a malha (A)
σ = densidade de corrente no condutor.
Para obtermos a seção do condutor em circular mil (CM), temos que determinar o valor de σ.
Tm − Ta
log + 1
σ = 234 + Ta
33 . t
54
Tm = temperatura máxima permitida p/ o condutor (geralmente é adotado 300 °C) para o
cobre (Oº C)
Ta = temperatura de referência (em geral o ambiente do solo é considerado com um valor de
40°C)
t = tempo máximo de duração da falta em segundos dependendo do sistema de proteção,
podemos tomar 0,5 s (bitola mínima), ou 3 s (bitola máxima). Para efeito de projeto usaremos a
bitola máxima na continuidade do cálculo da malha.
Geralmente o cálculo da bitola dos condutores destina-se apenas como uma verificação, pois
por questões de padronização, não se adota bitolas muito diferentes p/ cada SE. A bitola mínima,
normalmente aceita é 2/0 A WG.
Como orientação, damos algumas bitolas de cabos utilizadas em malhas de terra de SE's:
Nx = Lx + 1 (Nx inteiro)
Cx
Ny = Ly + 1 (Ny inteiro)
Cy
55
Adotando-se a prática citada acima (10 %) para um comprimento de até 60 m, teríamos
sempre:
Nx = Ny = 11 condutores
Lt = Lrede = Lx . Ny + Ly . Nx
Deve ser verificado o comprimento mínimo para as duas direções de malha, e em ambos os
casos, o comprimento real deve ser superior ao calculado pela expressão:
Km.Ki.ρa.Ia. t
Lt =
116 + 0,174 ρs
Estas correntes devem ser inferiores às correntes perigosas para o ser humano, e suficientes
para sensibilizar os relés de terra. Para tal, é necessário que:
Ipick − up 〈
(Rc + 1,5 . ρ s ) . 9 . Lt (A )
Rc . Km . Ki . ρ a
Rc = resistência do corpo humano [Ω] Obs: para efeito de cálculo, adota-se Rc = 1000 Ω,
considerando a situação do corpo humano submetido a potencial.
Lt = comprimento total dos condutores da malha [ m ]
ρa = resistividade média ou aparente [ Ω . m ]
Kc=
[ ][ ]
1 h2 + x2 . h2 +(C+ x) 1 2C+ x 3C+ x (N +1) C+ x
2
+ ln
2π
ln
(
h. d . h2 +C2) π 2C 3C (N +1) C
... 56
x = distância da periferia da malha ao ponto considerado [ m ]
L = comprimento do lado da malha [ m ]
C = espaçamento médio entre os condutores da malha na direção considerada [ m ]
N = número de condutores paralelos na direção considerada
Para cercas sobre o perímetro da malha X = O
Para cercas fora do perímetro da malha X ≥ 1 Deve-se verificar a relação Ec < Et
Este coeficiente pode ser obtido praticamente através dos gráficos da fig. 83 a 85.
- CORRENTE DE CHOQUE ( Ik )
É a máxima corrente que pode circular pelo corpo humano sem causar fibrilação. É dada por:
0 ,116
Ik =
t
Quando a duração da corrente de falha é desconhecida, admitem-se valores de Ik = 100 mA
( limite de fibrilação).
Em geral, a área a ser coberta pela malha de terra, é conhecida previamente, mesmo que com
valor aproximado, pois normalmente já se tem disponível o lay-out da SE. É possível, portanto,
estimar o comprimento dos cabos a serem enterrados para a malha, sabendo-se o limite desejado
para o valor da resistência de terra e a resistividade do solo. O procedimento normalmente adotado é
o de determinar um raio de um círculo cuja área seja equivalente a área de cobertura da malha.
S
r=
π
Assim temos:
S= área total coberta pela malha na SE (m²)
r = raio de um círculo de área equivalente (m)
A Resistência da Malha pode ser determinada por:
ρa ρa
Rm = + [Ω]
4r Lt
Rm < 2 Ω
Sendo:
Rm = resistência da malha (Ω) Deve ser inferior a 2 Ω.
ρa = resistividade média ou aparente considerada para o solo da SE (Ω.m)
Lt = é o comprimento total dos cabos da malha (m)
É a diferença entre dois pontos no solo separados de 1 metro, na periferia da malha. É dado
Ks.Ki.ρa.Icc
Eper =
Lt
por:
É a diferença de potencial a que será submetida uma pessoa que estando dentro da rede, no
centro de uma sub-malha, tocar com as mãos em uma estrutura aterrada à malha.
É dada por:
Km.Ki.ρa.I
Em =
Lt
Em cada direção, considerar os respectivos Km e Ki. Devemos ter Ema ≤ Et e Emb ≤ Et
58
Para cerca fora do perímetro da rede (x = 1), não interligada à malha: Kc é obtido praticamente
pela diferença: Kc(x) - Kc(x - l) obtidos das fig. 83 a 85.
Deve-se ter Ec ≤ Et
Às vezes, não se verifica a condição acima, sendo necessário a locação da cerca fora do
perímetro da rede ou lançamento de esteiras de aterramento superficiais (até 20 cm de profundidade)
ao longo da cerca, com 1 m de largura no mínimo e interligada à cerca.
É o valor que se obtém, colocando-se em paralelo a resistência de aterramento dos cabos pára-
raios, equipamentos e
Rat =
Rm.Rn
[Ω]
Rm + Rn
Exercício resolvido:
Calcular a malha da terra de uma SE Rebaixadora 69/13,8 kV conforme os dados fornecidos:
59
Determinação dos desvios em relação ao valor médio:
δ% =
ρm − ρ
100
δm = desvio
a (m) ρm máximo (%)
Obs: Os desvios obtidos encontram-se dentro dos limites aceitáveis (50 %), portanto todos os
valores serão considerados. Caso sejam encontrados alguns valores discrepantes de resistividade,
deverão ser projetados sistemas de aterramentos especiais para esses pontos, ou conforme a
porcentagem desses valores no total do levantamento, poderão ser desprezados e adotado o valor
médio, visando a estabelecer um único padrão para o local.
A primeira medida a ser tomada, é a determinação do pior caso de curto-circuito fase e terra,
ou seja, a maior corrente que poderá fluir para a terra. É fácil compreender que no caso de um curto,
a corrente que atinge a malha, subdivide-se em pelo menos dois sentidos. Admite-se que 65 % desta
corrente tenha um sentido e 35 % outro.
Nesta condição:
Ia = 0,65. Icc ( A)
Tm − Ta
log + 1
σ = 234 + Ta
33 . t
300 − 40
log + 1
σ = 234 + 40 = 0 ,13252
33 . 0 , 5
Ia 5070
A= A= = 38258 CM
σ 0,13252
60
Para se obter mm² da CM:
38,258
A= = 19,39 mm 2 ≅ 20 mm 2
1,973
Tm − Ta
log + 1
σ = 234 + Ta
33 . t
300 − 40
log + 1
σ = 234 + 40 = 0 , 0541033
33 . 3
Ia 5070
A= A= = 93709 CM
σ 0,0541033
93,709
A= = 47,49 mm 2 ≅ 50 mm 2
1,973
61
O condutor máximo escolhido é 1/0 AWG, cujo diâmetro é d = 0,00936 m
Neste caso, adotaremos porém, um condutor de bitola maior que a mínima determinada,
porem no projeto, dependerá das bitolas padronizadas pela concessionária local desde que maior que
a bitola mínima. Num cálculo de malha de terra de subestação, adotar sempre a bitola máxima.
Determinação do número de condutores paralelos e seus espaçamentos:
O cálculo visa determinar um espaçamento máximo entre condutores, que nos forneça
potenciais de toque, passo, etc, dentro dos valores admissíveis. O processo é interativo, visando uma
solução econômica e necessita de um valor inicial de espaçamento. Para tal, faz-se uma hipótese de
configuração de rede, e como valor prático, costuma-se iniciar com espaçamentos da ordem de 10 %
dos comprimentos dos lados para subestações de dimensões de até 60 metros.
Lx = Ly = 60 m
Assim sendo, na área da SE acima, o número de condutores principais, será dado por:
Np = Lx + 1 (Np inteiro)
Cx
Np = 60 + 1 = 11 condutores paralelos
6
62
Nj = Ly + 1 (Ny inteiro)
Cy
Nj = 60 + 1 = 11 condutores paralelos
6
Lt = Lrede = Lx . Ny + Ly . Nx
S 3600
r= = = 33,85 m 60 x 60 = 3600 m² ( área da malha)
π π
ρa 103
Rest = = = 0,76 Ω
4. r 4 . 33,85
Rest = resistência estimada da malha
2
1 3 5 7 2N − 3
. Ln C + . Ln x x x ... x
1
km =
2.π 16 . h . d π 4 6 8 2 N −2
C = espaçamento entre condutores paralelos na direção considerada (X ou Y)
h = profundidade da malha
d = diâmetro do condutor em metro
N = número de condutores na direção considerada (X ou Y)
63
Como o número de condutores paralelos é o mesmo nas direções X e Y, e Cx = Cy,
calcularemos somente um “km”, pois kmx = kmy (possuem o mesmo C).
1 62 1 3 5 7 2 x 11 − 3
kmx , y = . Ln + . Ln x x x ... x
2.π 16 . 1 . 0,00946 π 4 6 8 2 x 11 − 2
Exercícios propostos:
1- Calcular as tensões de passo "Ep" e contato "Ec", bem como a resistência da malha de terra,
dar parecer se a malha está bem dimensionada ou não, sabendo-se:
a) condutor da malha: 250 kCM; d = 0,014 m;
b) espaçamento médio dos cabos: D = 3,83 m (usar o mesmo valor para os dois sentidos)
c) profundidade da malha: h = 0,60 m
d) condutores paralelos do eixo XX' : Nx = 12
e) condutores paralelos ao eixo TI' : Ny = 13
f) resistividade média do solo: pm = 122 Q.m
g) área coberta pela malha: S = 7952 mz
h) comprimento total previsto p/ a malha: L = 2600 fi
i) tensão nominal do sistema = 69 kV
j) corrente de curto monofásica : Icc = 10 kA ( considerar Ia = Icc)
k) cobertura da SE :brita ps = 3000 Q.m
64
CURVAS PADRÃO
65
CURVAS AUXILIARES
66
Papel bilogarítmico semi-transparente com módulos de escala iguais aos das curvas
padrão ou auxiliar.
67
Tabelas, Curvas e Gráficos usados para o Calculo da Malha de Terra:
Ponto
a (m) Ponto 1 R (Ω) Ponto 2 R (Ω) Ponto 3 R (Ω) Ponto 4 R (Ω) Ponto 5 R (Ω)
2
4
8
16
32
64
68
ROTEIRO DE CALCULO PARA DIMENSIONAMENTO DA MALHAS DE TERRA
11 - DIMENSIONAMENTO DE BATERIAS
- INTRODUÇÃO
69
As baterias são responsáveis pela garantia do fornecimento de energia ininterrupta para a
carga. Em uma falha no fornecimento de energia pelo sistema de retificadores, seja por defeito ou
falta de energia distribuída pela concessionária, as baterias garantem o fornecimento de corrente
contínua, além de melhoria do "ripple" dos retificadores no sistema. É considerado um banco de
bateria, um conjunto constituído de diversos elementos de bateria ligados em série. De acordo com o
número de elementos ligados em série, é determinada a tensão do banco: +24V, -48V.
- CAPACIDADE DO SISTEMA
- CAPACIDADE DA BATERIA
Considera-se uma bateria ideal a que possui 100% de sua capacidade nominal. Com o passar
dos anos, devido ao número cargas, descargas e cargas incompletas, ocorre perda da capacidade
total do banco, considerando que quando a bateria chega a 80% da sua capacidade, chega-se o fim
da vida útil da bateria.
Para se determinar à capacidade da bateria, deve-se aplicar um teste, para se analisar a curva
característica de descarga. Este teste se constitui em desconectar a bateria e efetuar uma descarga,
com o auxílio de uma carga externa, até a tensão de 1,75V/elemento. Para isso é essencial a curva
70
característica da bateria, que pode ser encontrada no manual do fabricante. A descarga deve ser
realizada com o auxilio de uma carga externa resistiva.
Pode-se utilizar diversos tipos de descargas, de acordo com cada bateria, por exemplo, uma
bateria que apresenta a tabela abaixo:
CAPACIDADE EM Ah -
BATERIA Descarga de 1,75V/elem.ref.25°C
QUALQUER
10h 8h 5h 3h 1h
150Ah/10h 150A 144A 129A 106A 72A
Interpretando a tabela:
Para uma descarga de 10h, necessita-se consumir 150A, ou 15A por hora;
Para uma descarga de 5h, necessita-se consumir 129A, ou 25,8A por hora;
Para uma descarga de 1h, necessita-se consumir 72A em uma hora.
Para se calcular a capacidade, deve-se medir a tensão em um determinado tempo, por exemplo,
no teste de 10h, pode-se medir a tensão em cada hora e então comparar com a curva característica do
manual, que apresenta o valor de tensão para cada tipo de descarga em cada hora. Assim é possível
calcular a sua capacidade, dividindo-se a tensão real, pela tensão da curva.
A autonomia é o tempo durante o qual pode-se usar a bateria de serviço antes de carregá-la, ou
o tempo decorrendo entre duas operações de carga. Depende, evidentemente do tipo(s) da(s)
fontes(s), da sua potência e da capacidade da bateria. A escolha da(s) fonte(s) depende da potência
requerida, sendo que cada tipo de fonte possui limites específicos.
71
- CÁLCULO DA CORRENTE DE DESCARGA DA BATERIA (Ib)
Será usado como método para o dimensionamento do banco de baterias, o cálculo da corrente
de descarga da bateria (Ib), conforme a fórmula abaixo:
Pap . fp
Ib = = [ Acc]
n inv . n . Tf
onde:
(Pap) Potência Aparente de Saída (VA)
(n inv) Rendimento do Inversor
(fp) Fator de Potência de Saída
(n) Número de elementos
(Tf) Tensão final de descarga (Vcc) (vide tópico para a determinação deste parâmetro)
Este método é interessante para os casos onde a corrente de descarga é constante; o que não é a
situação dos Sistemas Ininterruptos de Energia, onde à medida que a tensão da bateria diminui, a
corrente aumenta. Desta forma, é recomendado utilizar o valor de tensão final de descarga no
cálculo, onde a corrente será a maior possível e o banco de baterias terá uma pequena reserva
adicional de autonomia.
Pap . fp
Pat = = [ w / elem.]
n inv . n
onde:
(Pap) Potência Aparente de Saída (VA)
(n inv) Rendimento do Inversor
(fp) Fator de Potência de Saída
(n) Número de elementos
- DADOS DE CRITICIDADE
72
O nível de criticidade é determinado através de uma análise das necessidades do consumidor, e
também, da infra-estrutura e qualidade da energia da instalação.
Em resumo, podemos classificar o nível de criticidade em:
73
Cálculo da potência por elemento
Pap . fp
Pat = = [ w / elem.]
ninv . n
100.000 . 0,8
Pat = = 358,4 w / elem.
0,93 . 240
- DADOS DE CRITICIDADE
Aplicação em um Sistema de Potência Ininterrupto para uma sala cirúrgica (UTI), onde requer 100% de
disponibilidade de qualidade e continuidade de energia, portanto é uma aplicação de criticidade Alta. Desta
forma, é indicado a utilização de uma bateria de Alta Integridade, para uma autonomia de 5 horas, com 1
nível de redundância.
Como a infra-estrutura tem Grupo Motor Gerador para as ausências de energia da concessionária, a
redundância pode ser feita dividindo o banco de baterias em dois, onde cada um terá a autonomia de 2,5 horas
quando isolados, mas em condições normais serão descarregados em 5 horas com metade da potência.
74
RATINGS IN KILOWATTS AT 77F (25ºC) (PER CELL)
Vcc Ah
Para a coluna de 5 horas, observamos que a bateria de 2Vcc 600Ah tem condições de fornecer 226
W/elemento, até uma tensão final de descarga de 1,75Vcc. Como, pelos cálculos, necessitamos de apenas
179,2 W/elemento, este modelo atende com muita segurança.
Observamos, que o UPS deverá ser configurado para uma tensão final de descarga de 1,75Vcc por
elemento, mesmo tendo condições de funcionar em valores menores, pois pelas recomendações do fabricante
da bateria, este é o valor mínimo que o elemento pode atingir, para estas condições de uso, sem prejudicar sua
vida útil.
Vemos pela tabela de descarga, que para autonomias menores, a profundidade de descarga pode ser
maior, variando de um modelo de bateria para outra.
75
Nesse exemplo apresentado, o resultado do dimensionamento é a utilização de 2 bancos em paralelo, da
bateria estacionária regulada à válvula, de 2Vcc 600Ah, cuja autonomia inicial será maior que 5 horas.
Através das necessidades do consumidor, das características do UPS e dos tipos e características das
baterias é que podemos dimensionar o banco de baterias.
Considerando-se baterias de 150 Ah e um fator de carga de 60% (este fator indica que a bateria só será
descarregada em até 60% do valor nominal), pode-se determinar o número de baterias através da equação
(3.12).
Qbb
Nb = =
Fcb.Qb
Já que a amplitude da tensão de saída do inversor de excitação do gerador pode ser ajustada pelo circuito de
controle, estas baterias foram associadas em série de forma a obter-se uma tensão cc de 84 Volts.
12 - DIMENSIONAMENTO DO RETIFICADOR
Um retificador é um circuito que converte corrente alternada em corrente contínua. Para a
dimensionamento da retificador, adotaremos a fórmula abaixo:
76