Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Dica: Para ver a continuação de um texto ou outras postagens use as setas do teclado
Tudo o que estamos vendo agora - todo esse absurdo no meio evangélico -, não
começou agora. Esses desvios vêm ocorrendo há muito tempo, inclusive quando se
convencionou chamar o púlpito - que é um palanque - de altar.
Altar, na Bíblia, no antigo testamento e na antiga aliança, era o lugar onde se oferecia
sacrifícios de animais e incenso (veja Gn. 8:20; 12:7). A prática de oferecer sacrifícios e
ofertas num altar já existia antes, sendo posteriormente instituída de forma ordenada na
lei mosaica (vide Ex. 20:24-26; 29:12-46; 30:1-10; 40:26-29; Lv. 1-7). Haviam cinco
tipos de sacrifícios e ofertas feitos pelo povo, que estão descritos no livro de Levítico
capítulos 1 ao 7: a) Oferta queimada, sendo o animal totalmente queimado no altar, em
demonstração de consagração; b) Oferta de manjares, i.e, de cereais, por gratidão; c)
Oferta pacífica, voluntária, de ação de graças e votos; d) Oferta pelo pecado, para tirar
pecados; e) Oferta pela culpa, oferecida como prova de que o culpado havia restituído à
vítima o de direito. É interessante observar que não existia sacrifício em busca de
recompensa material, sendo o mais próximo disso as ofertas oferecidas com voto, sendo
que o votante é que se comprometia a cumprir alguma coisa - o voto - quando
recebesse a benção pedida. O principal sacrifício, obviamente, era a oferta pelo pecado
em busca do perdão, prefigurando o sacrifício de Jesus na cruz.
O altar para os sacrifícios, assim como o sacerdócio levítico que era parte do
cerimonialismo judaico pertencente à Antiga Aliança e à Lei (Antigo Testamento),
firmada por Deus com o povo israelita através de Moisés, se encerrou na cruz do
calvário onde Jesus estabeleceu a NOVA ALIANÇA no seu sangue (Mc. 14:24),
oferecendo-se a si mesmo num sacrifício único, perfeito e eficaz, tendo efetuado
ETERNA REDENÇÃO (Hb. 9). Por isso lemos na Carta aos Efésios: “Mas agora em
Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
Porque ele é a nossa paz... Na sua carne desfez a lei dos mandamentos, que consistia
em ordenanças...” (Ef. 2:13-16).
Ora, se o sacrifício de Jesus é único, claro está que não há necessidade de outros. Se é
perfeito, claro está que não há necessidade de correção. Se é eficaz, claro está que é
suficientemente eficiente. Se efetuou eterna redenção, claro está que sendo atemporal
não necessita de coisas temporais, sendo plenamente eficiente no passado, no presente e
no futuro. Portanto o sacrifício de Jesus continua sendo único, perfeito e eficaz, tendo
sido oferecido na cruz, com sangue que nos purifica de todo pecado.
Diante destas considerações podemos concluir que o púlpito não é um altar, porque
todo altar requer um sacerdote, e a existência de sacerdote leva à necessidade de
sacrifício, porque a função do sacerdote é mediar e oferecer sacrifícios. É o que
encontramos na primeira Carta aos Coríntios: “Vede a Israel segundo a carne; os que
comem os sacrifícios não são porventura participantes do altar? (1Co. 10:18).
Contudo, no tocante a Nova Aliança, encontramos na Carta aos Hebreus: “Temos um
altar, de que não têm direito de comer os que servem ao tabernáculo (Hb. 13:10). Ora,
a principal diferença da antiga aliança para a nova aliança é que no evangelho TODO
HOMEM É SEU PRÓPRIO SACERDOTE (Ap.1:6 e 5:9,10). O templo é a própria
pessoa onde Deus passou a habitar mediante seu Espírito. Como lemos em Atos
7:48 e 17:24, Deus não habita em prédios-templos construídos por homens. Quando
alguém apresenta um prédio como sendo a "casa de Deus" já comete um desvio, e daí
para o púlpito se tornar o altar e o líder se tornar o sumo sacerdote é um pulo. Ora, o que
a Bíblia Sagrada nos ensina é que na nova aliança todo homem é seu próprio sacerdote,
tendo Jesus como Sumo Sacerdote, tendo sido Ele mesmo o Cordeiro que tira o pecado
do mundo, tendo derramado seu sangue na cruz.
O altar do crente é a cruz onde o Cordeiro foi morto, tendo seu corpo partido e seu
sangue derramado em expiação, nos purificando de todo pecado: “E, tomando o
pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por
vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da
ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por
vós” (Lucas 22:19-20). E o que nos é dito, a partir de então, é que cada sacerdote, i.e,
cada um tome a sua própria cruz, negue-se a si mesmo e se apresente como
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que deve ser o nosso culto racional, nosso
modo de vida (Rm.12:1). Ora, o que se pede do discípulo é que seja igual o seu Mestre:
Sendo Jesus o Sumo Sacerdote e também o próprio sacrifício, o discípulo-sacerdote
deve igualmente apresentar o seu corpo como sacrifício vivo negando-se a si mesmo em
obediência às palavras do Mestre, que pela obediência negou-se a si mesmo até a morte
na cruz (Fp. 2:8). O apóstolo Paulo declarou aos coríntios: “Porque nada me propus
saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. Porque os judeus pedem sinal,
e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo
para os judeus, e loucura para os gregos”.(1Co. 1:22-23; 2:2). E assim, igualmente
hoje, o evangelho da cruz é escândalo para uns e loucura para outros. Mas para nós que
somos salvos, é o poder de Deus.
Portanto, meus amados, essa coisa de se chamar púlpito de altar é apenas um dos
desvios que, por conseguinte, pode levar quem pensa que está no "altar" a se sentir o
próprio elo de ligação entre o povo e Deus. E aí inicia-se uma nova religião onde a
palavra “função” (no corpo) perde a letra “f” e é transformada em “unção”, e onde o
"sacerdote-pastor-bispo-apóstolo-patriarca" passa a ser o líder a ser seguido, o “ungido
do Senhor”, a “cobertura espiritual” que tem a palavra final sobre qualquer coisa,
infalível, um evangélico adotando o dogma católico da infalibilidade papal. Não estou
dizendo que seja errado existirem igrejas-prédios, conquanto isso seja um facilitador
para a reunião da igreja-gente. O erro está em dizer que a igreja institucional (pessoa
jurídica por determinação da lei) e denominacional seja a igreja de Cristo. Não é. As
pessoas que congregam em tais igrejas podem ou não ser da Igreja do Cordeiro, a noiva,
da qual Jesus é o único pastor, o noivo, e que somente Ele sabe quem são os seus. A
parábola das dez virgens (Mt.25) e os operadores de sinais, curas e exorcismos de
Mateus 7:20-23 são a prova disto: Estavam nas igrejas, mas não eram da Igreja do
Senhor.
Outro desvio que temos visto constantemente é o ensino de que o crente deve ter um
sacrifício no altar, sacrifício esse em forma de dinheiro, mediante ofertas pré-fixadas em
campanhas, carnês de patrocinador, coluna da obra, Gideão da conquista, e por aí vai.
As igrejas e líderes que pregam esse tipo de coisa recorrem freqüentemente a
“testemunhos” de gente que diz ter alcançado algum tipo de benção (prosperidade, cura,
etc) porque tinham “um sacrifício no altar”. Conforme já citado acima, no 5º parágrafo
desse texto, não existia nas ordenanças da lei nenhum tipo de sacrifício para que se
buscasse o favor de Deus para alcançar prosperidade material, sendo o mais próximo
disso o sacrifício com voto, onde o votante – a pessoa que fazia o voto – é que se
comprometia a cumprir o que tivesse votado caso recebesse a benção pedida. Um
exemplo desse tipo de voto encontramos no livro de Juízes: “E Jefté fez um voto ao
SENHOR, e disse: Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão, aquilo que,
saindo da porta de minha casa, me sair ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom
em paz, isso será do SENHOR, e o oferecerei em holocausto” (Jz. 11:30-31). O final da
história é considerado trágico por alguns, já que quem saiu ao encontro de Jefté quando
ele voltou da peleja foi sua filha única, e portanto nela o voto teria que ser cumprido.
(Esclarecendo, não penso que a filha de Jefté tenha sido queimada num altar, conforme
o voto de seu pai, mas que permaneceu até a sua morte na casa do pai sem se casar, em
condição de virgem. O sacrifício de pessoas era terminantemente proibido por Deus).
Portanto o ensino dessa prática de que crente tem que ter um “$acrifício no altar” não
tem fundamento bíblico, sendo mero ardil com a finalidade de arrancar dinheiro de
gente desavisada, que desconhece a Bíblia.
Nada mudou, queridos irmãos, não há nada novo debaixo do sol: Uma geração má e
adúltera pede sinais, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas.