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À flor da terra:
o cemitério dos pretos novos no Rio de Janeiro. 2. ed. Rio de Janeiro:
Garamond, 2014.
O livro ‘À flor da terra’ tem como objeto de estudo a questão da morte e o seu
significado em diferentes culturas. Júlio César explora a questão através dos
documentos arqueológicos e escritos, que habilitam o estudo sobre o antigo
cemitério dos Pretos Novos. Estudo este que elenca questões importantes a serem
debatidas sobre as consequências negativas que o tráfico de almas trouxe para os
moradores da cidade do Rio de Janeiro e as feridas culturais dos cativos.
O livro contém 4 capítulos que totalizam 178 páginas de leitura direta, além de
figuras representativas, imagens e gráficos. O uso destes artifícios facilita o
entendimento da leitura durante toda a obra.
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fato que segundo as fontes do autor, além de gerar lucro para a igreja, também
aumentava o preço dos mesmos já que viriam a ser mão de obra em uma sociedade
onde a elite dona da mão de obra escrava seria majoritariamente católica. Entende-
se então que a precariedade dos sepultamentos realizados no cemitério dos Pretos
Novos seria uma espécie de descaso, uma vez que os indivíduos já teriam passado
pelo primeiro sacramento católico e seriam considerados cristãos, mas não
dispunham de um sepultamento nos conformes mesmo que em questões mínimas
como uma simples prece pelas almas antes do enterro dos corpos (fato que chega a
acontecer em pouquíssimas situações). Outro ponto de destaque é a participação
dos negros em cultos religiosos de forma ativa como padres em alguns casos.
A obra, que foi fruto do mestrado do autor, e possibilita de forma geral uma
compreensão melhor sobre a morte na ótica de participantes ativos de nossa cultura,
e como a mesma tem interferência direta na vida dos indivíduos de diferentes
segmentos e ordens sociais. A busca pela preservação da alma pós vida se faz
presente em diversas culturas, além dos rituais de sepultamentos que seguem
tradições centenárias e até milenares dependendo do objeto de estudo.