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e Brincadeiras
Jogos, Brinquedos e
Brincadeiras
Margarete Brolesi
Marlizete Cristina Bonafini Steinle
Suhellen Lee Porto Orsoli Silva
© 2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico,
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora
Educacional S.A.
ISBN 978-85-8482-107-5
CDD 790
Sumário
Prezado aluno!
Estamos felizes por estarmos juntos mais esse semestre, principalmente por
podermos compartilhar com vocês os ensinamentos dessa disciplina que se
chama Jogos, Brinquedos e Brincadeiras.
Neste livro, vamos poder conhecer um pouco da história dos jogos e da origem
das diversas brincadeiras que compõem a nossa e outras culturas. A intenção é
preparar o futuro professor com conhecimento teórico e prático suficiente para
poder entender as características das diversas manifestações da cultura do jogo
e das brincadeiras e aplicá-las como meio de ação motora, influenciando na
formação integral do indivíduo.
Como você irá perceber, neste livro serão também apresentadas ao leitor
algumas considerações sobre a melhor forma de planejarmos os jogos e as
brincadeiras, sempre considerando os aspectos fundamentais dessas atividades
enquanto conteúdo ou estratégia nas aulas de educação física.
Outro principal objetivo desse livro é proporcionar aos nossos alunos o acesso
ao conhecimento de atividades recreativas em ambiente escolar em diferentes
momentos, podendo ser usadas como um excelente recurso da disciplina de
educação física. Também discutiremos sobre as possibilidades de avaliação dessas
atividades.
Esperamos que você, leitor, possa desfrutar dessa leitura, passando a entender
melhor todo o contexto que envolve os jogos, os brinquedos e as brincadeiras
na escola, não somente como atividade sem fundamentação, mas sim como
importante recurso pedagógico.
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Introdução à unidade
Boa leitura!
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Seção 1
O ato de jogar é tão antigo quanto o próprio homem, pois este sempre manifestou
uma tendência lúdica, isto é, um impulso para o jogo. Quanto à relação existente
entre jogo e cultura, fez-se um estudo profundo sobre o assunto, abordando a função
social do jogo desde as sociedades primitivas até as civilizações mais complexas.
Segundo Falkenbach (1997, p. 16), “a cultura surge sob forma de jogo, sendo que
a tendência lúdica do ser humano está na base de muitas realizações na esfera da
filosofia, da ciência, da arte, no campo militar e político e mesmo na área judicial”.
Não se quer dizer com isso que o jogo se transforme em cultura, e sim
que em suas fases mais primitivas a cultura possui um caráter lúdico, que ela
se processa segundo as formas e no ambiente do jogo. Como elemento de
cultura nos jogos e brinquedos está ligado a outros aspectos, como religião,
trabalho, mitos e ritos (ALVES, 1995).
Em relação a isso não tem como falar de lúdico, lazer e jogo sem antes saber
a origem de tudo, a história humana, onde tudo começou. Desde o homem
primitivo, há cem mil anos, o homem estava em busca do belo, de ocupações
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• Homo Ludens:e por fim o homem atual, que quer levar vantagem em
tudo, que é capaz de se dedicar a atividades lúdicas, qualquer atividade
espontânea que ocupe o seu tempo livre, ao jogo, e com isso temos o
surgimento do brinquedo pela necessidade de completar e tornar a
atividade mais complexa.
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Platão (1999), em sua obra “As Leis”, mostra como é importante que a criança
aprenda divertindo-se. Ele inicia um novo esclarecimento sobre o valor educativo do
jogo, até então ignorado; porém, a liberdade do jogo só era concedida até os seis
anos, daí por diante os jogos eram fixos, controlados pelo Estado para formar soldados.
Nas Tradições Gregas Romanas, o jogo era visto como recreação, e aparecia
como relaxamento necessário às atividades que exigiam esforços físicos, intelectuais
e escolares. Por um longo tempo, o jogo infantil ficou limitado à recreação por
estar relacionadoà diversão, ao passar o tempo.
A Idade Média foi marcada pelo jogo ser considerado “não sério”, por sua
associação ao jogo de azar, cujas origens são ritos de previsão do futuro, bastante
divulgados na época, levando famílias inteiras a perderem suas fortunas e chefes
de família a cometerem suicídio por estarem endividados.
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Os jogos mais citados na obra de Santo Agostinho são o jogo de bola e o jogo
de nozes (adivinhações).
Entretanto, Áries (1981) ressalta que as crianças dos séculos XIV ao XVII
possuíram uma função especial em festas e reuniões familiares. Por volta dos sete
anos de idade, a criança abandonava os trajes infantis para iniciarem em atividades
de educação, o que era responsabilidade dos adultos. Para esse autor, os sete anos
marcavam uma etapa de certa importância, isto é, era a idade fixada geralmente
para a entrada na escola ou no início da atividade laboral.
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Na América, a maior influência foi dos Astecas que, até os 13 anos, o menino
aprendia com o pai a carregar água, lenha, apanhar grãos de milho e, aos 14 anos,
a pescar e conduzir canoas; as meninas, aos sete anos, começavam a fiar algodão,
varrer a casa e moer o milho. O único conteúdo de jogo era o canto e a dança.
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1. É incorreto afirmar:
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Seção 2
Quando falamos de jogo, percebemos que tem alguns conceitos que são
básicos para entendermos mais o contexto dele. Desta forma, trataremos, nesta
seção, de cada um deles com definições, características e objetivos para melhor
entendimento.
2.1 Lúdico
O lúdico vem do latim ludus, que significa brincar. Neste brincar estão incluídos
jogos, brinquedos e divertimento.
Para Marinho et al. (2007, p. 83), “o lúdico tem grande valor educativo e
pode ser utilizado na escola como um dos recursos didáticos no processo
de ensino-aprendizagem, contribuindo com o desenvolvimento de atividades
didático-pedagógicas”.
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2.2 Lazer
Por sua vez, Marcellino (2000, p. 37) entende que “o lazer é uma cultura
compreendida no seu sentido mais amplo, vivenciada, praticada ou fluída no
tempo disponível”.
O lazer pode ser abordado por dois aspectos: tempo e atitude. O lazer
considerado como atitude tem muito a ver com a postura do indivíduo com relação
à prática da atividade de lazer que buscou, ou seja, o sentimento encontrado
na realização de determinada atividade escolhida. Entretanto, o lazer ligado ao
aspecto tempo relaciona as atividades praticadas no tempo que o indivíduo se
encontra liberado de suas obrigações corriqueiras, desde profissionais, familiares,
sociais e até religiosas.
Portanto, lazer são atividades que se faz dentro do seu tempo livre, em busca
do lúdico; é o espaço de tempo livre entre trabalho e repouso.Buscamos no lazer
e no lúdico sensações que são:
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Essas sensações estão incluídas nas culturas do lazer, que, em Marcellino (1997),
encontramos uma classificação das culturas do lazer baseadas em cinco áreas de
interesse, feitas por Dumazedier (1980a):
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dispõe como seu, ocupando-o da forma como quiser. Isso se deve à conquista
de uma duração menor do tempo de trabalho diário, importante para o equilíbrio
psicológico dos trabalhadores.
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Até que ponto esse tempo livre é de lazer, cada pessoa é quem sabe. Para o
filósofo Dumazedier (1980b),de acordo com a classe social a qual pertencem, as
pessoas têm diferentes conceitos de tempo livre, por terem diferentes possibilidades
materiais e,consequentemente, várias formas de utilizá-lo.
Por sua vez, Jürgen (1982) vê três formas de comportamento no tempo livre,
estando relacionadas com o trabalho:
Para Haag (1982), o tempo livre tem sido determinado pelas formas fundamentais
do comportamento de lazer regenerativo, suspensivo ou compensatório. Deve ser
visto em relação às tentativas educacionais de preparar as pessoas para que saibam
dar um conteúdo adequado ao lazer.
De acordo com Tojeira (1992),o tempo livre tem caráter objetivo, mas uma
utilização subjetiva, entendendo-se como o tempo durante o qual o indivíduo está
de fato livre, materiale intelectualmente.
Segundo Granado,
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Desse modo, Vargas (1990, p. 30) ressalta que “a atividade lúdica é o berço
obrigatório das atividades intelectuais da criança.” Estas não são apenas uma forma
de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que
contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual.
Como todas as atividades que fazemos no nosso lazer são atividades lúdicas,
elas se classificam em:
Percebemos que todas as coisas que fazemos no nosso lazer para ocupação do
tempo livre são atividades lúdicas seguindo da classificação e os seus conteúdos.
2.5 Recreação
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2.6 Brinquedo
É muito simples definirmos brinquedo, pois nada mais é do que um objeto com
o qual se brinca. Objeto é sempre suporte de brincadeira, é o estimulante material
para fazer fluir o imaginário infantil, e tem como função a brincadeira.
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2.7 Brincadeiras
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Toda brincadeira possui regras que são definidas e respeitadas por aqueles que
brincam e possui três características: a imaginação, a imitação e a regra.
A partir disso é que a criança aprende mais depressa, pois quanto mais
estimulada, mais terá vontade de descobrir novas situações, a linguagem verbal e
escrita ao seu redor é muito mais rica, se explorada.
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A criança reproduz na brincadeira a sua própria vida, através dela ela constrói o
real, delimita os limites frente ao meio e o outro sente prazer de poder atuar ante
as situações e não ser dominado por elas. Existe na brincadeira um simbolismo
secundário oculto, bem próximo do sonho.
Para Schmidt (1964, p. 81), “o tempo que a criança tem à disposição para brincar
deve ser considerado, ou seja, é importante dar tempo suficiente para que as
brincadeiras surjam, se desenvolvam e se encerrem”.
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Por sua vez, segundo Silva (1989b, p. 36), “não se deve restringir a liberdade da
criança no que se refere às brincadeiras e nem tampouco interferir na sua atividade,
pois isso pode ter repercussões desagradáveis”.
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A infância tem urgência na vida da criança. É nessa fase que o lugar do brincar,
tem o seu maior projeto: “o ser adulto”.
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Aplicação Educacional:
Objetivos:
• Favorecer a sociabilização.
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Aplicação Didática:
2. Ensino da melodia: pode ser ouvida pelos alunos através de CD, K-7 ou
instrumento musical; na falta, o próprio professor produz o som através de
palmas ou outras formas.
• Escravos de Jó;
• Fui lá à horta;
• Se fosse um peixinho;
• Ciranda-cirandinha;
• Marcha-soldado;
• Caranguejo (palma-palma);
• Cai-cai Balão;
• Coelhinho da Páscoa;
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2.8 Jogo
O jogo vem do latim jocu, que significa gracejo, zombaria. O ato de jogar é tão
antigo quanto a própria história do homem. É uma atividade livre, fundamentalmente
lúdica, contendo regras não convencionais de caráter competitivo ou não, e que
possui uma característica principal, a espontaneidade, e possibilita a expressão de
vivências cultural de forma intensa e total.
Negrine (2001, p. 42) conceitua jogo como “tudo aquilo que diverte, sem causar
estresse, constitui-se em atividade lúdica. Entretanto, umas têm melhor qualidade
que outras, quando vistas a partir do nível de envolvimento nas relações”.
Huizinga (1998) diz quetoda ação humana é jogo. Ferreira (1999, p. 23) conceitua
que o jogo “é também conhecido como uma atividade física ou mental organizada
por sistemas de regras que definem a perda ou ganho”.
Autores como Araujo (1992), Mello (2003) e Jacquin (1963) caracterizam o jogo
como sendo uma atividade inerente ao ser humano. Existe discordância quanto
a esta afirmação. O jogo possui uma enorme carga afetiva, pois juntos sentem
sensações, marcando a identidade de certos grupos, marcando uma cultura.
Tentar definir jogo não é tarefa fácil. Quando se pronuncia a palavra jogo,
cada um pode entendê-la de modo diferente, assim, o jogo é um campo rico
para integrar as diferentes áreas de desenvolvimento infantil dentro de um
processo vivencial.
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O jogo consiste numa simples assimilação funcional, num exercício das ações
individuais já aprendidas; gera ainda sentimentos de prazer, tanto pela ação lúdica
em si quanto pelo domínio destas ações. Contudo, jogos são atividades que
possuem tempo, espaço e regras.
É uma atividade que tem valor educacional intrínseco, sendo utilizado como
recurso pedagógico no processo ensino-aprendizagem, alcançando sucesso entre
muitos educadores. Através do jogo, a criança obtém coordenação neuromuscular,
cria normas de conduta e aprende a viver em grupo (RODRIGUES, 1987).
• Propiciar o lúdico.
Com função educativa, o jogo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo
em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. Está no cotidiano das
pessoas, por isso os profissionais de educação física precisam compreender e respeitar
o jogo das pessoas em diferentes culturas e modos de jogar tanto dentro quanto fora
da escola, a fim de contribuir para o desenvolvimento pleno do ser humano.
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Aprender a jogar não significa realizar ações motoras, mas sim atitudes para
o movimento em diferentes situações, criando possibilidades para realizar o
movimento e tendo autonomia de finalizar.
• Jogos Motores são jogos que exigem a participação ativa do corpo, como exemplo
o pega-pega, que depende de velocidade, reflexos, agilidade, visão, entre outras
capacidades físicas. São jogos utilizados no primeiro momento da aula, como forma de
aquecimento.
• Jogos Sensoriais são jogos que ajudam a desenvolver os órgãos dos sentidos (audição,
olfato, paladar, tato e visão), como a cobra-cega, pois a criança depende do tato e da
audição para reconhecimento do colega.
• Jogos Recreativos são aqueles que têm o objetivo apenas de recrear ou distrair
as crianças por meio de uma atividade integradora, como batata quente, que
vai passando um objeto rapidamente dizendo batata quente até parar em uma
criança e dizer queimou.
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• Jogos Intelectivos são os que visam desenvolver principalmente o raciocínio, a memória,
a observação, a atenção coordenação, entre outras capacidades. Os jogos de mesa,
como dominó, xadrez, dama e trilha são alguns exemplos.
• Jogos Cooperativos são aqueles que não existe a individualidade e sim o conjunto, requer
desenvolvimento de estratégias, e a cooperação é necessária para que um determinado
objetivo seja alcançado, como a corrente que começa com um pegador e, conforme
vai pegando, dá as mãos e ajuda a pegar.
• Jogos Teatrais são jogos nos quais o indivíduo possui a liberdade de criar e expressar o
que pensa e sente, através da expressão corporal, facial, visual e fonética e podemos citar
como exemplo a mímica.
Entre essas classificações, temos os
jogos populares, ou brincadeiras de rua,
que são aqueles que passam de geração
A classificação do jogo é de
em geração e nunca mudam. Eles são
extrema importância para o
considerados como parte da cultura
entendimento do nosso aluno
na escola, para isso devemos popular e guardam a produção espiritual
compreender o objetivo de de um povo em certo período histórico.
cada um. Para esse fim o Tem a função de perpetuar a cultura
artigo “A Ludicidade, o jogo, infantil e está sempre em transformação,
abrincadeira no processo incorporando criações anônimas das
Ensino Aprendizagem”, do gerações que vão se sucedendo.
professor Evanil Antônio
Guarido, é indicado para Considerando como parte da cultura
esclarecer este processo. corporal jogos infantis,segundo Kishimoto
(1993), ainda são desconhecidos e seus
criadores são anônimos. A tradicionalidade
e universalidade dos jogos assentam-se no
fato de que povos distintos e antigos, como os da Grécia e Oriente, brincavam de amarelinha,
de empinar papagaios, jogar pedrinhas e até hoje as crianças o fazem da mesma forma,
mostrando que esses jogos foram transmitidos de geração em geração.
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O jogo de exercício sensório-motor traz, de uma forma simples, exercícios motores, que
dependem de suas realizações para maturação do aparelho motor, ou seja, sua finalidade é
somente prazer do funcionamento, por isso se assimila a ideia de jogo com prazer.
O jogo simbólico traz a forma a qual se imagina, imita uma ficção. Ele desenvolve a partir
dos esquemas sensório-motores à medida que édesenvolvido o caráter de representação.
Consiste em satisfazer o eu por meio de uma transformação do real para o imaginário; a
criança brinca de boneca e refaz sua própria vida e revive seus prazeres.
Os jogos de regrassão executados com maior aceitação a partir dos sete anos. Eles são
combinações sensório-motoras (corridas, jogos de bola etc.) ou intelectuais (cartas, xadrez
etc.), em que há competição dos indivíduos, regulamentados para serem seguidos. É uma
conduta lúdica que traz a vivência das relações sociais e individuais, pois a regra traz ordem
e, se ocorrer uma transgressão, a essa regra é uma falta.
Jean Piaget (1978) cita ainda um quarto jogo, o da construção, ou seja, ele se situa a meio
caminho entre o jogo e o trabalho inteligente, ou entre o jogo e a imitação. Complementando
esse jogo de construção, Freire (1997) diz que tais jogos representam, pois uma transição
entre os jogos simbólicos e os de regras.
Segundo Masson (1988), os jogos podem ser classificados em jogos funcionais, jogos
de ficção ou imitativos, jogos de aquisição e jogos de fabricação. Nos jogos funcionais, a
criança efetua e repete movimentos simples para dominar e apreciar seus efeitos. Consiste
em movimentos simples como o movimentar dos dedos, tocar os objetos, produzir ruídos
e sons, alongar ou retrair braços e pernas.
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Para Freire (1997), a cada início do ano letivo a escola deveria matricular também
o corpo e não só a mente do aluno. Esta matrícula corporal implica aceitar o
aluno como um todo, que usa o corpo em relações espaciais e temporais. Que
se locomove pela sala e pelo pátio, que se rebela contra um sistema monótono
e que tem na motricidade um momento de desenvolvimento dentro do sistema
educacional.
a) Jogo sensorial.
b) Jogo motor.
c) Brincadeira cantada.
d) Jogo pré-desportivo.
e) Jogo teatral.
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Seção 3
De acordo com Schmidt (1964), o ser que brinca e joga é também o ser
que age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. A situação do jogo mobiliza o
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esquema mental. Sendo uma atividade física e mental, o jogo aciona e ativa as
funções psiconeurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento.
Por este motivo, devemos exercitar o corpo, os sentidos e as aptidões. Os jogos
também preparam para a vida em comum e para as relações sociais.
Desta forma, o jogo não representa apenas experiências vividas, mas prepara
o indivíduo para o que está por vir, pois exercita habilidades e, principalmente,
estimula o convívio social. Por tudo isso o grande valor educativo do jogo é a
importância de se trabalhar esse conteúdo nas escolas de forma comprometida
com a formação física, moral e social do aluno.
Segundo Freire e Scaglia (2003), é preciso valorizar a tarefa coletiva; para isso,
em se tratando de educação física, possui diversos recursos, entre eles o privilégio
de poder contar com os jogos.
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Todos os métodos são aplicados nas aulas de educação física e têm resultados
positivos. Além desses autores e métodos, existem outros autores que também
criaram novos métodos e que, em suas conclusões, têm resultados excelentes.
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Zamberlan (1999) apresenta uma visão sobre metodologia que poderá ser
utilizada por professores ou técnicos. Podem ser divididos em jogadores iniciantes,
jogos educativos, exercícios educativos, exercícios de aperfeiçoamento, exercícios
de especialização. Ele ainda destaca que se deve ficar atento à faixa etária que o
professor está trabalhando, para que não aconteça a especialização precoce. Por
que uma criança especializada muito cedo, fora do que é normal, pode ter seu
rendimento afetado e não querer mais jogar.
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a) V – V – F – F – V.
b) V – F – V – F – V.
c) V – V – F – V – F.
d) F – V – F – V – F.
e) V – F – F – V – F.
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Referências
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Cortez, 1995.
CAMARGO, Luiz Otávio de L. O que é o lazer. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1992.
O Resgate dos Jogos, Brinquedos e Brincadeiras Infantis. Jogos, Atividades, Desenvolvimento e Aprendizagem. 51
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FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José. Educação como prática corporal.
São Paulo: Scipione, 2003.
FONTES, Carlos. Feira popular de Lisboa: diversão e poder. Lisboa: [s.n.], 1999.
Disponível em: <http://www.filorbis.pt/FeiraPopularCarlosFontes.pdf>. Acesso
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HAAG, H. Deport y tempo livre.In: KOCK, K. Hacia una ciência del deporte.
Buenos Aires: Kapelusz, 1982.
LOPES, Maria da Glória. Jogos na educação: criar, fazer, jogar. São Paulo: Ed.
52 O Resgate dos Jogos, Brinquedos e Brincadeiras Infantis. Jogos, Atividades, Desenvolvimento e Aprendizagem.
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Cortez, 2000.
MELLO, Victor Andrade de. Lazer e minorias sociais. São Paulo: Ibrasa, 2003.
MIRANDA, Nicanor. 210 Jogos infantis. Belo Horizonte: Itatiaia Limitada, 1992.
O Resgate dos Jogos, Brinquedos e Brincadeiras Infantis. Jogos, Atividades, Desenvolvimento e Aprendizagem. 53
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Ícone: 1987.
SILVA, Garcia Ferrari. Memórias e brincadeiras no século XX. Porto Alegre: Sene,
1989a.
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Unidade 2
Princípios Pedagógicos: A
Presença do Símbolo no Jogo
Infantil de 0 a 6 Anos
Introdução à unidade
Seção 1
As Contribuições de Piaget Sobre o Jogo Para
a Educação da Primeira Infância
Vale dizer que, num passado bem próximo, as crianças tinham os espaços da
rua para brincar; o convívio com irmãos e primos, que eram seus companheiros
de brincadeiras; tios e avós que tinham tempo e vontade de contar histórias
fantásticas, como também ensinavam brincadeiras do seu tempo de criança.
Vale destacar que, independente de classe social, credo, cor e raça, toda
criança tem necessidade de brincar. Deste modo, a escola, junto às famílias,
devem se unir na busca pelo resgate ao lúdico infantil.
Da mesma forma, pude presenciar em dias de sol uma rotina maçante pelo
excesso de “trabalhinhos”, como o próprio nome diz, “trabalho”, materializado
nas enormes apostilas ou nas inúmeras folhas impressas que as crianças ficam
horas e horas pintando, desenhando, recortando, colando etc. Infelizmente,
estes árduos trabalhinhos simplesmente se somarão a outros em uma pasta de
atividades, que será entregue aos pais no final do mês, para comprovarem o fruto do
trabalho de seu filho naquele mês, mas que, muitas vezes, não é necessariamente
o certificado ou a comprovação de suas aprendizagens.
Diante dos elementos apresentados por Antunes (2008 apud SANTOS, 2008),
podemos inferir que o jogo, mesmo na condição de recurso pedagógico, possui
grande valor, pois favorece o desenvolvimento físico, intelectual, afetivo e social
da criança.
O ato de brincar faz com que a criança comece a perceber as regras sociais
existentes; a aprender a conviver em grupo; aprender a dividir o que ela tem
com as outras crianças; consegue associar conhecimentos que ela já conhece
com conhecimentos que ela passa a adquirir no decorrer da brincadeira etc.
Corroborando com este pensamento, Nicolau e Dias (2003, p.69) destacam o
pensamento de Piaget quando afirmam que “a criança é concebida como um ser
dinâmico que a todo o momento interage com a realidade, operando ativamente
com objetos e pessoas”.
É a partir das atividades lúdicas que a criança vai formando seu vocabulário
“linguístico e psicomotor”. É mais correto afirmar que são nestas atividades que
as crianças se soltam mais, desenvolvem a imaginação, a capacidade motora, o
raciocínio, tem mais criatividade e são espontâneas.
No brincar dirigido, o professor pode trabalhar com desafios a partir da escolha de jogos,
brinquedos e brincadeiras. Os jogos orientados têm como finalidade promover o acesso
a aprendizagens de conhecimentos específicos e também ajudam no desenvolvimento
cognitivo, afetivo, social, motriz, linguístico e na construção da moralidade.
Piaget (1975) em sua teoria reconhece que o jogo é um dos meios que a criança
utiliza para compreender e explicar a sua realidade. A fim de esclarecer sua tese,
• Jogo do exercício.
• Jogo simbólico.
• Jogo de regra.
Vale dizer que, no jogo de exercício (0 a 2 anos), a criança passa a maior parte
do seu tempo manipulando objetos, motivada pelo prazer de explorar. Assim,
esses exercícios motores consistem na repetição de gestos e movimentos,
como: colocar objetos na boca e sacudi-los, movimentar-se pelo chão, colocar
e tirar bolinhas de uma caixa etc.
Vale dizer que toda forma de interação lúdica da criança com o objeto
Diante das contribuições dos jogos de exercício é possível inferir que a criança
de 0 a 2 anos, pertencente à fase sensório-motora, inicia seu processo cognitivo
intuitivamente por meio de ações reflexas e, posteriormente, por meio da utilização
dos seus sentidos (tato, olfato, gustação, visão e audição), vai interagindo com os
objetos, o que faz com que ela passe a descobrir o mundo à sua volta.
Analisando a fala de Piaget (1975), pode-se dizer que o objeto não determina a
brincadeira, mas é a criança que atribui significado ao objeto, quando, ao segurar um
objeto, diz que ele é outro. Um exemplo desse fenômeno lúdico vivenciado pela criança
é a transformação de um lápis em um avião de forma imaginária. Esta transformação
imaginária faz com que a criança realize movimentos com o lápis como se ele fosse
um avião, deste modo, a criança fez-de-conta que o lápis é um avião.
Assim, o lápis que, ao mesmo tempo, serve para escrever, pode também servir
Vale lembrar que esta representação infantil sempre está acompanhada de uma
lógica infantil, sendo esta pautada no animismo e também no artificialismo, pois
a criança ainda não possui esquemas mentais suficientes para explicar a realidade
como ela é, por esta razão, ela utiliza o simbolismo para as suas explicações.
É importante ressaltar que a ação moral não pode ser compreendida como
a mera exclusão de regras impostas por uma cultura, ao contrário, a essência da
moralidade diz respeito ao “como devo agir diante de determinada situação” e
não “como eu ajo sempre independente da situação”.
Desta forma, não basta obedecer às regras e às leis sociais impostas, mas
sim ter consciência do porquê obedecê-las na medida em que tenho clareza
do porque devo seguir estas normas ou estas regras e não outras impostas
pelas pessoas que estão ao meu redor.
Após a leitura do artigo, podemos dizer que uma das suas contribuições
foi compreender que o professor é um dos responsáveis por construir a
relação do brincar com o aprender nas crianças. Para tanto, é necessário
levar a criança a explorar o faz-de-conta, para que elapossa criar um
universo lúdico, integrando assuas vivências do mundo real com as suas
vivências do mundo imaginário.
Sabemos que o jogo coloca a criança frente a novos desafios, e com isso
ela adquire conhecimentos, mas, é preciso ser planejado, em alguns casos ser
ensinado como é que se brinca e a criança precisa ser acompanhada. Ao jogar, a
criança aprende a cooperar e negociar com parceiros, utiliza regras, supera seus
limites e explora suas possibilidades, como também passa a respeitar normas e a
fazer escolhas, participa de novas experiências e fortalece sua autoestima.
a) Jogos de Exercício.
b) Jogo de Construção.
c) Jogo de Regra.
d) Jogo Simbólico.
e) Jogo Operatório Concreto.
a) Jogo Simbólico.
b) Jogos de Exercício.
c) Jogo de Construção.
d) Jogos de Regras.
e) Jogo sensório-motor.
Seção 2
As Contribuições de Vygotsky Sobre o Jogo
Caro aluno, nesta seção iremos estudar as concepções teóricas sobre o jogo na
perspectiva de Levi Vygotsky. Para tanto, é necessário, inicialmente, conhecer quais
são os estágios do desenvolvimento psíquico que a criança passa para que ocorra
a efetivação do seu processo de humanização, segundo a teoria de Vygotsky.
Vale dizer que nesta fase a presença do adulto na vida do bebê é fundamental,
não apenas para garantir a sua sobrevivência, mas também para ensiná-lo o nome
dos objetos, as suas funções e sua forma de utilização. Assim, devido à mediação
dos adultos e pelo desenvolvimento da linguagem, o bebê passa a assimilar as
ações dos objetos os quais manipula e, consequentemente, aprende a lidar com
eles, descobrindo sua função e seu sentido social.
4) Atividade de estudo
Assim, a escola impõe novos propósitos, tais como: tarefas para realizar, novos
deveres para cumprir, tudo isso faz com que a criança se sinta mais responsável.
A partir deste momento, altera-se a relação da criança com o adulto, fazendo
com que a comunicação tome um novo sentido, pois, no caso da família, sempre
querem saber como estão os estudos da criança ou como está a escola. Diante
deste contexto, o ensino escolar passa a ter a função de inserir o aluno no ato
de estudar, promovendo nele capacidades como a de reflexão, de análise,
pensamento teórico e o início da consciência.
Quando a criança brinca, ela aprende a agir com diferentes objetos sociais
e a ser humana na interação com diferentes pessoas, pois é por meio das inter-
relações que as intrarrelações se estruturam e passam a orientar outras ações
práticas mais autônomas e complexas.
debruçaram sobre essa temática desde o século XVIII. Desse modo, não é mais
possível negar a importância dos jogos e das brincadeiras para o desenvolvimento da
criança, bem como os benefícios da sua utilização no cotidiano da Educação Infantil.
Sobre essa questão, Arce (2006) salienta que a psicologia histórico-cultural postula
a dialética do processo de desenvolvimento infantil e enfatiza o quanto a brincadeira
torna-se conteúdo central para a criança, considerando que ela vivencia situações
sociais mediadas pela atividade do brincar para poder avançar no seu processo de
desenvolvimento. Para a autora:
A fim de que a imaginação seja desenvolvida, não basta reconhecer que ela
é uma função psíquica pertencente a todos os indivíduos, é necessário que a
criança seja estimulada a participar de diferentes interações sociais e culturais,
pois essa é uma condição ímpar para que ocorra o processo combinatório entre
fantasia e realidade, consolidando-se, assim, a imaginação por meio da criação e
construída nas relações sociais.
Como se pode ver, uma forma de relação existente entre a fantasia e a realidade
é a brincadeira das crianças, pois, por mais que as suas representações tenham
Diante deste fato, reforça-se cada vez mais a necessidade de haver um trabalho
docente no contexto da Educação que promova múltiplas interações da criança
com o seu meio e com os seus pares, além de amplas possibilidades de apropriação
cultural, uma vez que é impossível reorganizar ou reelaborar a realidade por meio
da imaginação daquilo que ainda não se conhece ou não se viveu, nem mediante a
experiência alheia, ou seja, cada criança precisa ter oportunidades sociais de poder
se desenvolver e construir sua imaginação e criatividade.
A fim de explicar essa outra forma de relação entre a fantasia e a realidade, Vygotsky
(2009, p. 25) afirma que “[...] há uma dependência dupla e mútua entre imaginação e
experiência. Se no primeiro caso a imaginação apoia-se na experiência, no segundo
é a própria experiência que se apoia na imaginação”.
Para explicar a relação entre a fantasia e a realidade, Vygotsky (2009, p. 29) afirma
que “a imaginação, ao ser externamente encarnada, ao adquirir uma concretude
material, essa imaginação ‘cristalizada’, que se fez objeto, começa a existir realmente
no mundo e a influir sobre outras coisas”. Diante desse contexto, a imaginação
cristalizada pode ser observada nos diversos objetos criados pela humanidade para
suprir as suas necessidades, tais como: fogão, geladeira, carro, avião, televisão,
computador e outros. No entanto, é evidente que a imaginação cristalizada está
presente tanto nas grandes invenções como nas mais singelas, visto que a imaginação
é uma função psíquica que deve ser estimulada desde a mais tenra idade.
sociais do mundo real. Logo, a própria combinação do mundo real com o mundo
imaginário (atividade combinatória da imaginação) caracteriza a criação de algo
novo criado pela criança, e não a simples imitação ou mesmo reprodução de uma
situação real vivida por ela.
Entendemos, a partir do exposto aqui, que a brincadeira é uma das bases para o
desenvolvimento da imaginação infantil à medida que a criança utiliza-se dacombinação
do velho/novo, real/imaginário para entender o mundo ao seu entorno.
Diante disto, fica evidente que ninguém recria ou reinventa o que não conhece,
o que não viveu, mesmo que seja por meio das experiências alheias. Isso tudo
salienta a importância das relações humanas no processo de humanização infantil.
Para referendar esse pensamento, Elkonin (1997) ressalta que uma das formas
de fazer com que as interações humanas se concretizem e, assim, favoreçam o
desenvolvimento da imaginação criadora ainda na infância, é o envolvimento do
adulto nos jogos protagonizados ou jogos de papéis sociais, pois
Martins (2006, p. 42), sobre a questão da brincadeira, destaca que ela desempenha
funções fundamentais no processo de desenvolvimento da criança, operando
na formação global dos processos psicológicos superiores, tais como atenção,
memória, linguagem, pensamento, imaginação, sentimentos, entre outros, bases
imprescindíveis sobre as quais se edifica a personalidade humana.
Por fim, é importante ressaltar que, a respeito dessa perspectiva, refletir acerca
do papel do professor da Educação Infantil diante de questões tão importantes para
infância, como a brincadeira, a apropriação dos objetos culturais e a imaginação e
criatividade, gera a necessidade de desvendar também qual é o compromisso e o
envolvimento do professor com as crianças, suas famílias e a comunidade escolar.
Assim, crê-se que olhar para a criança como sujeito desse processo seja o início
da caminhada, de modo que as ações docentes não deixem de contemplar as
especificidades e as necessidades dos alunos, respeitando principalmente o seu
direito de brincar e de imaginar criando.
Acredita-se, então, que este texto oferece contribuições para que os leitores
interessados em avaliar a realidade atual da escola, principalmente no que diz respeito às
possibilidades de construção da imaginação criadora junto às crianças, possam refletir
sobre a importância das práticas pedagógicas, principalmente aquelas engendradas pelo
professor e que valorizam a atividade do brincar da criança, considerando que nessa
atividade a criança encontra as condições para poder se apropriar do mundo adulto e
dos objetos culturais construídos pela humanidade, principalmente as artes, a ciência, a
literatura, entre outros objetos culturais essenciais ao seu processo de desenvolvimento
e humanização. Esse é o desejo.
a) Exercícios.
b) Representação.
c) Junção.
d) Manipulação.
Referências
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São
Paulo: Loyola, 1987.
ANGOTTI, Maristela (Org.) Educação infantil: para quê, para quem e por quê?
3.ed.São Paulo: Editora Alínea, 2010.
NICOLAU, Marieta Lúcia Machado; DIAS, Marina Célia Moraes. Oficinas de sonho e
realidade na formação do educador da infância. Campinas, SP: Papirus, 2003.
Introdução à unidade
Todo professor, para exercer sua profissão com qualidade, deve cumprir com
várias funções, uma delas é planejar as aulas para que o processo de ensino e
aprendizagem aconteça de forma satisfatória.
Seção 1
Planejando as Atividades
Planejamento
.
O regime autoritário fez com que muitos
educadores criassem uma resistência com
relação à elaboração de planos, uma vez
que esses planos eram supervisionados ou
elaborados por técnicos que delimitavam o
que o professor deveria ensinar, priorizando
as necessidades do regime político (CASTRO;
TUCUNDUVA; ARNS, 2008, p. 52).
Para Castro, Tucunduva e Arns (2008, p. 53), “[...] o planejamento era utilizado
sem que as pessoas percebessem sua importância, porém com a evolução da vida
humana, principalmente no setor industrial e comercial, houve a necessidade de
adaptá-lo para os diversos setores”. Em instituições educacionais, ele também era
muito utilizado, inicialmente como uma maneira de controlar a ação dos professores
para que não interferissem no regime político da época. Atualmente, o planejamento
já não tem a função reguladora dentro das escolas, se tornou uma ferramenta
importantíssima para organizar e subsidiar o trabalho do professor.
Segundo Moretto (2007), planejar é organizar ações. Essa é uma definição simples,
mas que mostra uma dimensão da importância do ato de planejar, uma vez que o
planejamento deve existir para facilitar o trabalho tanto do professor como do aluno.
Para você realizar um planejamento justo e coerente com seus alunos, alguns
requisitos são essenciais, e, estes requisitos são provenientes dos saberes adquiridos
ao longo da formação de professor, por isso, aproveitem ao máximo cada disciplina,
cada conteúdo e cada atividade.
Porém,
Uma das principais funções dos professores no ambiente escolar é planejar o dia
a dia na escola, assumindo o compromisso com a democratização do ensino. Dessa
forma, saberá o caminho a percorrer durante o ano letivo, bem como informará aos
alunos como tudo irá acontecer, pois todo o processo estará direcionado, programado.
Assim, tanto professor quanto alunos estarão cientes desde o início do ano sobre o
que e como serão ensinados os conteúdos necessários para a vida em sociedade.
Planejar é realizar escolhas com relação aos conteúdos escolares e, para que isso
aconteça de forma eficaz, o professor precisa mobilizar conhecimentos por meio de
operações mentais, como observação, comparação compreensão, interpretação,
análise, síntese e aplicação, o que se dará por meio de bases científicas que nortearão
seu trabalho pedagógico.
a) Objetivos:
Fonte: Do autor
Apesar de termos domínios com características diferentes, eles não são estanques,
tratados de forma separada, devem ser interligados, relacionados uns com os outros
no dia a dia da escola, acontecem simultaneamente a partir da realização das
estratégias metodológicas.
Agora, vamos separar objetivos específicos para cada nível de ensino que você
poderá utilizar na elaboração de seus planos de aulas.
Fonte: Do autor
b) Conteúdo:
Assim, a seleção dos conteúdos que farão parte do ensino deve ser uma tomada
de decisão carregada de intencionalidades realizada pelo professor, que deve
escolher os conteúdos que desenvolverão aprendizagens nos alunos para que estes
expliquem a realidade conscientemente. É preciso ensinar o que é significativo sobre
o mundo, a vida, a experiência existencial, as possibilidades de mudança, o trabalho,
o passado, o presente e o futuro do homem, por isso, não é tarefa fácil escolher
os conteúdos, portanto, quanto mais planejado, ordenado e esquematizado estiver,
mais os alunos entenderão a sua importância social.
Para auxiliar nesse processo, apontamos alguns critérios para seleção de conteúdos:
• Significação.
• Flexibilidade.
• Utilidade.
• Adequação ao tempo.
Na dimensão atitudinal, afetiva ou social o foco está no saber ser com relação
ao conteúdo, como agir perante as normas estabelecidas no desenvolvimento
do conhecimento.
c) Metodologia ou estratégias
• Aula expositiva.
• Discussão.
• Seminário.
• Painel integrado.
• Estudo dirigido.
• Estudo de caso.
• Situação-problema.
• Dramatização.
d) Avaliação
Pela forma com que durante muito tempo e ainda hoje, em alguns casos, o
processo de avaliação acontece, se coloca como uma situação frequentemente
carregada de ameaça, pressão ou terror, dessa forma, nenhum aluno compreende,
aprova ou gosta de ser avaliado.
Assim, a partir das definições das principais etapas que devem conter um
planejamento, o professor já tem condições necessárias para fazê-lo e utilizá-
lo adequadamente. Essas partes específicas que compõem o planejamento não
devem ser um “amontoado” de informações, devem se relacionar completamente
umas às outras, proporcionando um entendimento complexo e inteiro. “Não existe
Seção 2
A visão com relação ao conteúdo jogo apresentada pelos PCN é que este
conhecimento pode ter uma flexibilidade maior que outros conteúdos nas
regulamentações, que são adaptadas em função das condições de espaço e
material disponíveis, do número de participantes, entre outros aspectos, assim, são
de simples e importante aplicação nas aulas de educação física.
Podem ser utilizados além das aulas regulares de educação física e exercidos
com um caráter competitivo, cooperativo ou recreativo em situações festivas,
comemorativas, de confraternização ou ainda no cotidiano, como simples
passatempo e diversão. Assim, incluem-se entre os jogos as brincadeiras regionais,
os jogos de salão, de mesa, de tabuleiro, de rua e as brincadeiras infantis de modo
geral (BRASIL, 1998).
De acordo com Freire (1997), utilizar o jogo é essencial porque não representa
somente o que se viveu, mas também prepara para o que ainda há de viver. É no
espaço livre de pressões, como num jogo ou brincadeira, que as habilidades são
exercidas, habilidades essas que são necessárias para viver em sociedade.
Para você conseguir visualizar como organizar o conteúdo jogo nas aulas
de educação física ao longo dos anos escolares, passamos a apresentar, nesse
momento, a organização elaborada por Palma, Oliveira e Palma (2010):
Após elencar os objetivos que irão nortear as ações do professor em cada nível
de ensino, os autores apresentam quadros referentes aos conteúdos a serem
explorados nas aulas de educação física em cada ano da Educação Básica, assim,
a partir deles, selecionamos para vocês um quadro para cada nível de ensino.
O MOVIMENTO E OS JOGOS
O MOVIMENTO E OS JOGOS
O MOVIMENTO E OS JOGOS
O MOVIMENTO E OS JOGOS
Sanches Neto (2007) ressalta que, ao planejar as aulas com o conteúdo jogos e
brincadeiras, devemos nos questionar: Quais são as nossas intenções e objetivos
quando ensinamos brincadeiras e jogos? Esses conteúdos têm significado para os
alunos? Eles os compreendem? As estratégias que utilizamos são adequadas para
que os alunos aprendam? E se eles aprendem os jogos e as brincadeiras, como
podemos avaliar o processo dessa aprendizagem?
Seção 3
Fique ligado às considerações que esta seção apresenta para que cada vez mais
sejam aprimoradas as estratégias para aplicação dos jogos e brincadeiras.
Além disso, é necessário que sejam utilizados recursos que ajudem a criança
não só a se organizar nas atividades em aula, mas sim em todos os espaços em que
está inserida, precisa aprender a organizar seu material, a si própria e os ambientes
que fazem parte da sua vida.
As regras estão presentes no nosso dia a dia em quase tudo o que fazemos. A
partir delas que as pessoas se entendem na sociedade, portanto, quando temos
regras claras, quando não temos dúvidas do que é ou não é permitido fazer, nos
entendemos melhor, seja no trabalho, na escola, nos esportes, ou em qualquer
outro ambiente.
Para Darido e Souza Júnior (2007, p. 167), “nos nossos jogos dentro da escola
ou fora dela, como no ‘jogo da vida’, é importante sabermos as regras para que não
‘joguemos fora’ as oportunidades de fazer sempre o melhor possível”.
Já discutimos nesse livro, na Unidade I, que existem algumas diferenças entre jogo
e brincadeira, e você deve se lembrar que, entre elas, a questão das regras é uma das
principais, pois, nas brincadeiras, elas podem ou não existir e, quando existem, são
flexíveis, de fácil modificação; nos jogos, as regras são obrigatórias e são cobradas
mais rigidamente, quando da necessidade de modificação é preciso interromper a
atividade, discutir as novas regras detalhadamente antes de voltar a realizá-lo.
Sobre esse assunto, Darido e Rangel (2008) trazem uma contribuição sobre
a importância de variar as atividades realizadas nas aulas de educação física.
Dessa forma, apresenta que um jogo, pelas suas características, pode ser jogado,
transformado ou criado.
O jogo jogado é aquele que mantém as suas regras originais, ou seja, aplicamos a
atividade da forma que ela foi culturalmente estabelecida. Já no jogo transformado,
existem algumas modificações em relação às regras originais, cabendo ao professor
e/ou alunos selecionar quais serão essas mudanças e o motivo de realizá-las. Por
fim, no jogo criado, o professor pode utilizar diferentes artifícios para colocar em
ação um objetivo que ele quer alcançar com seus alunos, tendo a oportunidade
de estruturar o jogo a partir das necessidades pedagógicas e motivacionais que ele
considera importante.
a) Aula expositiva.
b) Discussão.
c) Diagnóstico.
d) Seminário.
e) Situação-problema.
Referências
AWAD, H. Z. A. Brinque, jogue, cante e encante com a recreação: conteúdos de
aplicação pedagógica teórico/prático. Jundiaí: Fontoura, 2008.
______. Didática: velhos e novos temas. [S.l.]: [s.n.], 2002. Disponível em: <http://
www.iesp-rn.com.br/ftpiesp/DisciplinasPROISEP/M%F3dulo%203/2-DID%C1TICA_
DO_ENSINO/Texto%20Complementar%20-%20Did%E1tica%20-%20Velhos%20
e%20novos%20temas.pdf>. Acesso em: 13 nov. 2014.
MENEGOLLA, M.; SANT’ANNA, I. M. Por que planejar? Como planejar? 10. ed.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
PILETTI, C. Didática geral. 23. ed. São Paulo: Editora Ática, 2001.
Desenvolvimento e Avaliação
das Atividades Recreativas
Introdução à unidade
Seção 1
Após visualizar os assuntos relacionados a esse tema, que podem ser explorados
nas aulas de educação física no decorrer dos níveis de ensino da Educação Básica,
queremos nos aprofundar no desenvolvimento das atividades, dando sugestões
concretas de possibilidades que você poderá utilizar em suas aulas.
Seguindo essa ideia, a primeira parte da aula será reservada para a roda de
conversa sobre o que será realizado na aula. Neste momento, o professor, sentado
em roda com seus alunos, oportuniza um momento de tomada de consciência
dos alunos a respeito de suas próprias atividades, as práticas estarão no plano
da representação mental. A partir da fala dos alunos, podem surgir, inclusive,
sugestões para o decorrer da aula que o professor não havia pensado, alterando
o planejamento inicial, o que é natural, pois é ele flexível e deve partir da realidade
dos alunos.
Na segunda parte da aula, Freire e Scaglia (2003) apontam que devem acontecer
as práticas, primeiramente referente ao tema da aula anterior e depois as atividades
de acordo com o novo tema proposto. É neste momento que acontece a parte
mais visível da aula de educação física, quando as atividades corporais planejadas
são realizadas.
Seguindo a ideia dos autores, alguns pontos são destacados para nortear o
professor em seu trabalho:
• Toda aula deve ter o conhecimento prévio dos alunos como ponto de partida.
• Cada atividade deve ser repetida até que todos os alunos demonstrem
habilidades suficientes.
Assim, os elementos para a aplicação das atividades nas aulas devem ser levados
em conta pelo professor. Elencamos mais alguns aspectos para você pensar:
Os alunos nunca devem ser forçados a participar das atividades, devem ter
vontade por si só, pelo caráter lúdico que são envolvidos. Aí se encontra um ponto
positivo de se trabalhar com esse conteúdo, os brinquedos, brincadeiras e jogos já
são prazerosos por natureza.
Mas para isso é importante estabelecer desafios que a criança possa superar.
O importante não é o erro ou o acerto da criança, mas sim o desenvolvimento da
atenção para as atividades e para as sequências espaciais e temporais, nas quais há
claramente uma relação com o objeto e um conjunto causal determinado.
Porém, tão importante quanto inserir conflitos cognitivos nas aulas, é saber como
e quando provocá-los. Não pode ser dado um desafio muito complexo ao ponto
da criança não conseguir resolvê-lo e ficar desmotivada à prática, o conflito precisa
estar ao alcance cognitivo-motor dela e, ainda, o conflito deve ter relação com o
objetivo e estar ligado ao modo de execução da atividade realizada anteriormente.
Vale ressaltar que todas as atividades descritas nesta parte são provenientes
das vivências e intervenções da autora, no decorrer dos 12 anos de atuação como
professora de educação física em escolas públicas e privadas, e ainda no Ensino
Superior, bem como de obras de autores da área.
Outro aspecto importante para lembrá-lo é que cada atividade aqui descrita pode
servir como base para sua intervenção, não precisando ser, necessariamente, aplicada
da mesma forma como consta, pelo contrário, deve ser modificada, reelaborada e
inventada novas possibilidades a partir dela, de acordo com a realidade onde sua
escola se encontra.
Portanto, todas as atividades aqui descritas não servem como “receita”, cada
professor deve adaptá-las à sua realidade, realizando as modificações necessárias
com relação ao espaço, materiais, regras e desenvolvimento. Como apresentado no
capítulo III, os jogos podem ser: jogado (da maneira como está no livro ou a pessoa
já vivenciou), transformado (fazendo adaptações da forma como normalmente é
realizado), ou criado (elaborado a partir de todas as vivências do professor). Dessa
forma, espero que as atividades que selecionamos seja um ponto de partida para que
muitas outras possam surgir.
1. Construção de brinquedos
Os brinquedos são objetos utilizados para a ação de brincar, para fazer fluir o
imaginário da criança. Na mão da criança, qualquer objeto pode ser transformado
em brinquedo: uma vassoura vira um cavalo, um estojo pode ser um microfone e
um copinho de iogurte, um telefone.
Alves (2004) relata que antigamente a alegria de brincar estava na alegria de construir
brinquedos, que essa ação desenvolve as virtudes necessárias à pesquisa, mas que, nos
dias de hoje, isso foi perdido por motivos variados, principalmente pela falta de tempo
dos pais e pela facilidade que se tem para comprar brinquedos.
A) Jacaré
B) Papa mosca
Material: Papelão; fio de lã ou linha grossa; tinta guache verde; elásticos; pedaços
de feltro ou outro tecido; cola; tesoura; fita adesiva.
C) Vai e vem
Material: Uma garrafa pet de 1 litro limpa; palitos de churrasco; bolinhas de gude;
fita adesiva colorida; tesoura.
E) Jogo da velha
Desenvolvimento: Colar as duas caixas de fósforos pela lateral, para ser a base
do jogo e também para guardar as peças. Recortar o EVA no tamanho da base
(caixas de fósforo) e colar nas caixas. Após, riscar duas linhas paralelas na horizontal
e duas linhas paralelas na vertical, formando nove quadrados do mesmo tamanho
(tabuleiro). Colar os adesivos ou desenhos nas tampinhas (peças), ficando quatro
de cada tipo. O objetivo do jogo é tentar formar um trio na horizontal, vertical ou
diagonal, alternando as jogadas entre os dois jogadores.
A) Memorizando nomes
Material: nenhum.
terem escrito, o professor anuncia “o feitiço virou contra o feiticeiro”, assim, quem
irá realizar a tarefa é a própria pessoa que escreveu. Objetivo: não faça ou deseje aos
outros o que não gostaria para si.
E) Autógrafos
A) Dança do jornal
B) Feche a porta
Material: nenhum.
C) Memorizando
D) Corrida de balões
A) Volta ao mundo
B) Caça bexigas
C) Trilha às escuras
Material: vendas para os olhos e 100 metros de corda sisal ou barbante ou elástico.
5. Brincadeiras Cantadas
A) João Caçador
B) Tom e Jerry
Música: Tom é o gato Jerry é o rato/ Brinca, corre não deixa pegar/ O gato atrás
do rato faz a briga começar (2x).
C) Cabeçudo, Cabeção
D) Brincar da cor
Música: Vamos brincar da cor, da cor que eu falar/ Da cor que eu disser você
vai ter que encostar/ Contar até cinco e depois voltar/ Verde: um, dois, três, quatro,
cinco e voltou.
E) Chicabum
Música: Chica Chica Chicabum/Vou mexer meu caldeirão/ Pra todo mundo
virar/Plim plim plim plim/Um... gato.
6. Jogos Motores
A) Gruda Aranha
B) Ameba mutante
Material: nenhum.
C) Ordem
Material: bolas.
7. Jogos Sensoriais
Material: nenhum.
B) Cobra-cega
Material: chocalho.
C) O rei do silêncio
8. Jogos Criativos
C) Escultor
Material: nenhum.
9. Jogos intelectivos
A) Jogo do raciocínio
B) Jogo do contrário
Material: nenhum.
Material: fita durex, pedaços de papel e uma faixa para cada jogador.
perguntas aos demais sobre o personagem que lhe foi destinado. Somente se pode
responder com “sim” ou “não”. O primeiro aluno a descobrir o personagem que leva
escrito na testa é o vencedor.
Material: bola.
B) Voleibol no escuro
C) Futebol de índio
Material: bola.
A) Bexigas ao ar
Material: bexigas.
B) João bobo
Material: nenhum.
C) Passeio do bambolê
Material: bambolê.
Material: nenhum.
B) Descubra a frase
C) O nome do filme
Material: nenhum.
A) Os encanadores
B) Centopeia desengonçada
Material: nenhum.
C) As tampinhas
A) Pé na lata
B) Rouba bandeira
dois campos de tamanhos iguais (quanto mais comprido e estreito o campo, mais
difícil fica o jogo). Cada time deve colocar a bandeira, que pode ser um pedaço
de pano ou lençol, no local que considerar mais difícil e distante dentro do seu
campo. O objetivo do jogo é atravessar o campo adversário e capturar a bandeira
sem ser pego. Quem for pego deve ficar parado, congelado, no território oposto.
O participante poderá ser libertado por alguém de sua equipe que conseguir tocá-
lo sem ser pego pelo adversário. A equipe que conseguir levar para seu campo a
bandeira do adversário vence.
C) Peteca
Material: peteca.
A) Ponto a ponto
A) Dado de cobra
C) Trilha
Figura 4.6: Tabuleiro da trilha
peças sobre interseções vagas. Depois que todas as dezoito peças tenham sido
colocadas, os jogadores movem peças por turnos. Um movimento consiste em
deslizar uma peça ao longo de uma das linhas do tabuleiro para uma outra intersecção
adjacente. Se uma das fases do jogo forma um moinho (três peças colineares da
mesma cor), então pode-se remover qualquer peça da cor adversária (desde que
não faça parte de outro moinho e ainda haja outras peças da cor adversária no
tabuleiro). Se não houver peças adversárias a não ser em moinhos, pode-se remover
uma peça de moinho. Quando um jogador estiver reduzido a três peças, elas podem
voar de qualquer intersecção para qualquer outra. Embora pareça ser um recurso
poderoso para o jogador em desvantagem, na prática esse poder raramente muda o
desfecho de um jogo. Ao ser reduzido a apenas duas peças, um jogador não pode
mais capturar (remover) peças de seu oponente, e portanto, perde o jogo.
1.2 Finalizando
Para auxiliar na escolha dos momentos para utilizar as diversas atividades descritas,
além do dia a dia das aulas de educação física, segue abaixo um quadro com datas e
festas comemorativas para que você possa preparar momentos recreativos, visando
a um tempo diferenciado de distração, prazer e socialização para os alunos da escola.
Quadro 4.1: Datas e festas comemorativas
Com todas essas propostas, esperamos que você busque sempre diversificar e
inovar as suas aulas de educação física, objetivando oportunizar muitas vivências
para seus alunos, de forma que auxilie no desenvolvimento integral deles, pois os
brinquedos, os jogos e as brincadeiras são importantes recursos para promover
aprendizagens significativas, só basta o professor saber utilizá-los.
Seção 2
A avaliação não deve ser destinada a atribuir notas e classificar o aluno ou servir
de instrumento de medida de memorização e capacidades unilaterais, precisa ser
vinculada a uma concepção que vise avaliar a postura pedagógica do professor e
sua metodologia, ao mesmo tempo que orienta sobre a aprendizagem do aluno
e quais decisões deve tomar em relação ao conteúdo estudado (SANTOS, 2012).
Nesse sentido, a avaliação escolar deve estar voltada para as funções pedagógico-
didáticas, para identificar se os objetivos educacionais foram cumpridos, um
diagnóstico, pois o professor verifica os progressos e dificuldades dos alunos, e
de controle, que diz respeito aos meios de qualificação dos resultados escolares
(SANTOS, 2012).
Para que a avaliação cumpra com essas funções, Luckesi (1999) destaca que o
professor precisa realizar procedimentos, como despender tempo, a construção,
aplicação e contestação dos resultados, bem como a devolução e reorientação
das aprendizagens ainda não apropriadas pelos alunos.
No caso da educação física, avaliar é ainda mais difícil, porque não podemos limitar
Algumas tentativas têm sido realizadas em educação física para avaliar outros
aspectos que não só o motor, para isso o professor precisa entender que não é
necessário focar somente em dados objetivos, em números, pois, por meio de
sua experiência com a turma, ele pode adquirir todos esses dados, além de muitos
outros, o que facilita uma avaliação qualitativa minuciosa (FREIRE, 1997).
Portanto, “[...] a avaliação deve estar voltada para a aquisição de competências, habilidades,
conhecimentos e atitudes dos alunos” (DARIDO; SOUZA JÚNIOR, 2007, p. 23).
Para que isso aconteça, o professor precisa avaliar nas três dimensões do
conhecimento: conceitual, voltada para os conhecimentos; procedimental, que
diz respeito às habilidades motoras e capacidades físicas; e dimensão atitudinal,
relacionada aos valores. Porém, apesar das três dimensões serem exploradas de
Segundo Palma, Oliveira e Palma (2012, p. 207), o professor deve avaliar os alunos
durante toda a aula, verificando se estão reagindo aos conflitos cognitivos propostos
por ele. E continuam, destacando que:
observação do dia a dia escolar; e a avaliação específica, que pode ser realizada por
provas, pesquisas, relatórios, apresentações etc. No caso da avaliação específica, os
autores destacam que é muito importante diversificar o máximo possível a maneira
de avaliar uma turma, para que os alunos com dificuldades em alguma forma de
expressão não sejam prejudicados.
Freire e Scaglia (2003) sugerem que o professor avalie seus alunos registrando em
uma planilha o desempenho geral da turma em cada atividade. Como na maioria das
vezes temos muitos alunos em uma turma, os autores aconselham que se coloque
na planilha o nome dos alunos e, ao lado, registrar as ocorrências marcantes de
cada aluno, e ainda que, a cada aula, alternadamente, sejam escolhidos cinco ou
seis alunos para avaliar.
Até mesmo as atividades propostas em cada aula pelo professor devem ser
avaliadas, pois algumas vezes planejamos uma atividade, acreditando que seja
eficiente e na hora de aplicar não dá certo, não sai da maneira como pensamos.
Enfrenta desafios
Quadro 4.3: Exemplo de planilha para autoavaliação do aluno sobre conteúdo jogo
a) Competitivo.
b) Sensorial.
c) Pré-desportivo.
d) Teatral.
e) Cooperativo.
Referências
ALMEIDA, P. N. Educação Lúdica. São Paulo: Edições Loyola, 1998.
______. Recreação no tempo e espaço escolar. In: AWAD, H. (org.). Educação Física
Escolar: múltiplos caminhos. Jundiaí: Fontoura, 2010.
CORTELLA, M. S. Pensar bem nos faz bem! Filosofia, religião, ciência e educação. 2. ed.
Petrópolis: Vozes, 2014
FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo:
Scipione, 1997.
FREIRE, J. B.; SCAGLIA, A. J. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003.