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Musical Infantil

O Circo Do Seu Bolacha

Autor: Paulo de Oliveira Lima

Início do espetáculo, música instrumental, entram os dois palhaços Ping-Pong


e Dominó, fazem uma pantomima como se fossem limpar o circo, Ping-Pong
com um balde e um esfregão, e Dominó com outro balde, começam a limpar,
mas após alguma atrapalhadas, Dominó percebe que os dois guarda-chuvas,
que ele fazem a sua Reprise costumeira, estão em cima dos tamboretes, cada
qual em cima de um. Sem perder tempo eles pegam os instrumentos de cena e
dançam ao som da música que toca, quando a mesma acaba e os dois fazem
menção de abrir os adereços, Seu Bolacha entra em cena...

Seu Bolacha – (furioso) Ouçam aqui, seus dois palhaços bobocas, eu não
estou gostando desta brincadeira de jeito nenhum. Acho bom vocês pararem
de vez com esses malditos ensaios, e desaparecerem de vez, para que eu
possa vender o meu circo!!!

Ping-Pong – Mas seu bolacha, o senhor quer mesmo vender o Circo?

Seu Bolacha – Claro, já decide. Vou mesmo vender o circo.

Dominó – Mas seu Bolacha, eu tenho certeza que vai dar certo.

Seu Bolacha – Que certo o que!? Onde já se viu, um circo fazer espetáculos
com apenas três pessoas?

Os dois palhaços – (Remendando, mas acreditando) Um circo fazer


espetáculos com apenas três pessoas!!!

Seu Bolacha – Não! Nunca! Isto é coisa de louco. E vocês são loucos, essa
idéia só podia ter saído destas cabecinhas ocas, que você tem.

Dominó – Mas nós vamos conseguir.

Ping-Pong – Pode acreditar na gente.

Seu Bolacha – Ah,é?

Os dois Palhaços – Éeeeeee!!!!

Seu Bolacha – Vocês pensam que é fácil?

Os Dois Palhaços – Hã-hã!

Seu Bolacha – Não é fácil não! O meu circo faliu, a crise acabou com o meu
circo.
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Ping-Pong – Nós sabemos disso Seu Bolacha.

Seu Bolacha – Não temos dinheiro para mais nada.

Ping-Pong – Nós também sabemos disso, Seu Bolacha.

Seu Bolacha – Estamos perdidos!

Dominó – Não Seu Bolacha, nem tudo está perdido, pois eu, e o meu amigo
Ping-Pong, vamos trabalhar para recuperar o nosso circo.

Ping-Pong – É isso aí, com união e força tudo se constrói.

Dominó – Falou Ping-Pong

Seu Bolacha – Vocês, vocês, tudo vocês, acham que conseguem? Pois fiquem
sabendo que não vai dar certo.

Dominó – Agente aposta como vai!

Ping-Pong – (com ar de deboche) Quer apostar seu Bolacha?

Seu Bolacha – Não, eu não sou de apostas.

Ping-Pong – (duvidando) O senhor não é de apostas? Eu não acredito.

Seu Bolacha – Então quer apostar como eu não sou de apostas?

Dominó – Já que o senhor não é de apostas, passe a acreditar que eu e o meu


amigo Ping-Pong, vamos recuperar este circo!!

Seu Bolacha – Ah é? Então me diga... (tom de apresentador) Quem vai fazer o


papel dos domadores? (som do 1º. Tarol)

Os dois Palhaços – Quem vai fazer o papel dos domadores.

Seu Bolacha – Ah é? (para a platéia) eu pego estes dois! (para eles) Quem vai
fazer a equipe do Globo da Morte? (som do 2º. Tarol)

Os dois Palhaços – Quem vai fazer a equipe do Globo da Morte.

Seu Bolacha – E a equipe de segurança do circo? As dançarinas? Os


equilibristas? Os Malabaristas? Enfim... quem vai fazer tudo isso, hein?

Os dois palhaços – Nós seu bolacha!

Ping-Pong – (dominando a situação, sobe em um dos tamboretes) Nós


podemos fazer tudo Seu Bolacha, ser os equilibristas, os malabaristas, os
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trapezistas, os seguranças do circo, as dançarinas, e podemos até imitar os


animais. Veja como eu sei imitar um Leão. (onomatopéia) Uahhhhhhh!!!!!

Seu Bolacha – (morrendo de medo) Ai de mim.

Dominó – Vai lá Seu Bolacha. (empurra Seu Bolacha, para perto do tamborete
que está com Ping-Pong em cima)

Ping-Pong – Uahhhhhhhhhh!!!!! (mais forte).

Seu Bolacha – Ai de mim, Jesus!

Dominó – Vai lá homem! (idem)

Ping-Pong – (de repente dá um salto do tamborete) Miauuuu.... (imitando um


frágil gatinho)

Seu Bolacha – (bravo) Vai te lascar, menino.

Dominó – E olhe como eu sei imitar um macaco. (Sobe no tamborete e imita


um macaco).

Os dois palhaços – Viu Seu Bolacha, como nós podemos fazer tudo?!!!!

Seu Bolacha – (Furioso) Ridículo, ridículo! São os dois palhaços mais ridículos
que já apareceram por aqui, sempre fazendo tolices, para impedir que eu
venda o meu circo.(Afirmativo) O circo é meu e eu vou vende-lo, afinal de
contas, quem vocês pensam que são para impedirem que eu faça isto!?

1ª. MÚSICA – FREVO DOS PALHAÇOS

Ping-Pong – Eu sou o palhaço Ping-Pong!!!!!

Dominó – E eu sou o palhaço Dominó!!!!!

Ping-Pong – Gostamos de circo porque o circo é o lugar onde sabemos


trabalhar.

Seu Bolacha – Mas como nós vamos recuperar o Circo, se não temos dinheiro.
Todo dinheiro que eu ganhei com a venda dos animais, deu apenas para pagar
os empregados que fui obrigado a demitir. Eu sei, eu sei, o circo é o mundo de
vocês, é o meu também, mas estou cansado desta vida, porque vocês não
fazem como os outros, vão procurar outro circo para trabalhar.

Ping-Pong – O senhor deve estar brincando com a gente.

Seu Bolacha – Porque brincando? Estou falando sério, isso não é hora para
brincadeiras.
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Ping-Pong – Mas se o circo for vendido, o que é que o senhor vai fazer da vida
a essa altura do campeonato? O senhor nasceu no circo, viveu sua vida inteira
no picadeiro, sempre trabalhou em circo.

Seu Bolacha – Oras Ping-Pong, a gente sempre encontra alguma coisa para
fazer na vida.

Dominó – Mas essa coisa, Seu Bolacha, pode ser nada.

Seu Bolacha – Mas essa coisa, Dominó, pode ser tudo.

Ping-Pong – Seu Bolacha, pense bem, aqui o senhor é o patrão...

Dominó – É o Dono.

Ping-Pong – É o Proprietário

Dominó – É o Manda-Chuva

Ping-Pong – É o ban ban ban

Dominó – Lá for a o senhor será um empregado.

Ping-Pong – Um Peão...

(neste diálogo curto, os dois palhaços sacodem o Seu Bolacha de um lado para
o outro, até ele ficar tonto, na última fala do Dominó, ele dá um assopro no Seu
Bolacha, que cai)

Seu Bolacha – (levanta furioso) Nada disso, podem achar ruim o quanto
quiserem, mas o circo está a venda e pronto!

Ping-Pong – O senhor não tem jeito mesmo.

Seu Bolacha – Eu sinto muito

Pin-Pong – E o que será de mim, e do meu amigo Dominó? O senhor não tem
pena da gente não é? Pensa que vai ser fácil arranjar outro circo para
trabalhar, circo existem aos montes por aí, mas será que os donos desse circo
vão aceitar a gente? Eles podem achar que as nossas palhaçadas não são de
nada, não tem graça pensar nisso...

Dominó – Vamos acabar com essa conversa. Ninguém vai precisar mais
vender o circo! Porque eu acabo de ter uma idéia fenomenal.

Seu Bolacha- Eu já estou cheio de suas idéias fenomenais!

Dominó – E eu já estou cheio de ouvir o senhor falar que vai vender o circo.

Ping-Pong – Qual a idéia Dominó?


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Dominó – É a seguinte: A gente sai pelas ruas da cidade em busca de


colaboração!

Ping-Pong – (com estranheza) Colaboração?

Seu Bolacha – (desconfiado) Mas que tipo de colaboração?

Dominó – Qualquer tipo oras... Dinheiro!

Ping-Pong – Grande idéia, Dominó!

Dominó – Eu sei que é. A gente sai pelas ruas da cidade pedindo colaboração,
vão colaborar é claro, afinal, ninguém vai deixar de apoiar um circo quase
falido.

Ping-Pong – E se o pessoal não tiver dinheiro Dominó?

Dominó – Se não tiver dinheiro? Pode ajudar com outra coisa... (andando em
círculo, os dois palhaços) vale transporte, ticket refeição, bilhete único... (os
dois se encontram no centro, trombam, caem no chão) Tive uma idéia!

Ping-Pong – Qual é a idéia?

Dominó – Quem não puder dar dinheiro, pode ajudar com algum objeto de
valor, aí agente junta tudo e faz um leilão!

Ping-Pong – Grande idéia Dominó!

Seu Bolacha – E se o pessoal da cidade não quiser colaborar?

Dominó – Vão colaborar sim. Afinal de contas uma cidade que se preze, não
vai deixar que um circo venha a falir.

Ping-Pong – Então, mãos à obra, vamos pedir colaboração.

2ª. MÚSICA – BOLA ROLA

Seu Bolacha – (Furioso) Bolas, coisa nenhuma. Seus Pamonhas!!! (os dois
caem) Viu só o que o pessoal da cidade disse pra gente? Mandou a gente criar
vergonha na cara, e ainda por cima nos chamaram de vagabundos!!! (pausa)
Não deu certo a idéia de colaboração, é melhor vocês pararem de vez com isso
antes que nos mandem para a cadeia.

Ping-Pong – Calma seu Bolacha! Bilu-bilu-bilu, é a crise que esta grande


mesmo.

Dominó – Amanhã é um outro dia, a gente pode tentar outra vez.


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Seu Bolacha – Amanhã não se tenta mais coisa alguma, eu quero vender o
meu circo, e pronto!

Ping-Pong – O senhor só fala e só pensa em vender este circo. Pois fique


sabendo, o senhor não vai vender o circo coisa nenhuma!

Seu Bolacha – O que? Como ousa falar comigo deste jeito, quem você acha
que eu sou?

Ping-Pong – O senhor? (para a platéia) Quem é ele pessoal? (para o Seu


Bolacha) O senhor é o Seu Bolacha.

Seu Bolacha – Sou Seu Bolacha mesmo, e fique você sabendo que vou vender
o circo!

Ping-Pong – Não vai não

Seu Bolacha – Vou vender sim!

Pig-Pong – Não vai vender não!

Seu Bolacha – Vou vender sim!

Ping-Pong – Está bem! Se o senhor quiser mesmo vender o circo, que venda,
mas fique sabendo de uma coisa. Vai se arrepender para sempre.

Seu Bolacha – Oras essa, por que?

Ping-Pong – Porque? Oras porque! O que é que o senhor sabe fazer nessa
vida além de trabalhar no circo, o senhor nunca fez outra coisa na vida, não
tem experiência em outro serviço.

Dominó – E além do mais, em que o senhor vai trabalhar, heim?

Seu Bolacha – Ah! Como vocês insistem! Com o dinheiro do circo... (pausa)
vou comprar umas fazendas. (Ping-Pong e Dominó riem dele)

Ping-Pong – (amarelinha) E o senhor acha que esse circo vale muito dinheiro.

Seu Bolacha – Claro que vale!

Dominó – Acha mesmo que alguém vai quere comprar um circo assim! Sem
animais, sem artistas, sem nada! Seu Bolacha, que furo é esse aqui na lona, e
esse outro aqui também? Seu Bolacha, a lona está toda furada, este circo não
vale tanto quanto o senhor pensa!

Ping-Pong – É Seu Bolacha, o Dominó tem razão. É melhor o senhor desistir!

Seu Bolacha – Nada disso, podem achar ruim o quanto quiserem, mas o circo
está a venda.
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Ping-Pong – Dominó, Seu Bolacha está mesmo pirado.

Dominó – Precisamos ajudá-lo.

Ping-Pong - Interná-lo

Dominó – Urgentemente!!! (saem de cena)

3ª. MÚSICA – CAIPIRAS

(os dois saem nos últimos acordes da música – Dominó volta sem chapéu
caipira e sem viola).

Ping-Pong – Seu Bolacha, Seu Bolacha, e se a gente contratasse um mágico?

Seu Bolacha – Um mágico pra que menino?

Ping-Pong – Um mágico que pudesse fazer umas mágicas para recuperar


nosso circo!

Dominó – (entra) Poxa! Que coincidência, sabe que eu tinha pensado nisso
também!

Ping-Pong – No que? Num mágico?

Dominó – É num mágico! E de preferência do exterior.

Ping-Pong- E porque do exterior?

Dominó – Você não vê televisão não, é? Os melhores mágicos vem do exterior.

Ping-Pong – Ah, é!

Seu Bolacha – Rapazes, rapazes! Será que vocês esqueceram que eu também
sou mágico?

Dominó – Não, o senhor, não é mágico

Seu Bolacha – Sim, sou mágico sim.

Dominó – Precisamos de um mágico de verdade.

Seu Bolacha – (desesperado) Mas eu sou um mágico de verdade!

Dominó – É nada, o senhor só sabe fazer mágicas de mentirinha, truques


baratos.

Ping-Pong – Precisamos de um mágico capaz de fazer de tudo. Animais...


Artistas...Dançarinas...Pipoqueiros...Bilheteiros...
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Dominó – Ping, ping... (em segredo) Mas um mágico desses existe mesmo?

Ping-Pong – Pshhhhhhhhh! Claro que existe!

Seu Bolacha – Será que existe?

Ping-Pong – Existem sim Seu Bolacha, aqui mesmo, no Brasil, já apareceram


muitos. E eles fazem mágicas de todos os jeitos. Uzinas nucleares,
hidroelétricas gigantes, pontes e até estádios de futebol... Esses mágicos são
excelentes!

Dominó – E quase todos são Japoneses, austríacos, holandeses, alemães,


eslovenos, escandinavos, dinamarqueses, chineses, franceses, chechenos...

Ping-Pong – Oh! Menos.

Seu Bolacha – Mas um mágico desses deve custar uma fortuna, e não é
preciso que seja do estrangeiro, vamos valorizar o mágico nacional.

Ping-Pong – É isso mesmo, vamos ao grande número. (Dominó e Seu Bolacha


saem e se preparam para a show)

Pin-Pong – Senhoras e senhores, com vocês o grande mestre do ilusionismo, e


sua caixa mágica... Mrs. Cookies!

Seu Bolacha – Ping-Pong!

Ping-Pong – Desculpe, Seu Bolacha!!!! ( pede aplausos, entra Seu Bolacha


empurrando a caixa)

Seu Bolacha – (para a platéia) Atenção, atenção, muita concentração neste


momento, vamos tirar flores da cartola. Huuuuuummmmmm!!!!! Flores! (saem
as flores) E agora o truque mais esperado da noite, o coelho, atenção,
concentração, huuuuuuuummm!!!! O coelho! (sai a cenoura da cartola) minha
gente o que é isto? A comida do coelho! Imaginem o tamanho do coelho.
Atenção, concentração, huuuuuuummmm O coelho! (não sai nada, ele chama)
Coelho... coelho?

4ª. MÚSICA – MÁGICAS.

Seu Bolacha – Esperem aí... aonde vamos arrumar dinheiro para contratar
esse mágico?

Os dois palhaços – Dinheiro????

Ping-Pong – Eu não tinha pensado nisso!

Dominó – Nem eu!


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Seu Bolacha – Só podemos contratar um mágico se tivermos dinheiro. Sem


dinheiro nada feito.

Dominó – Já sei!!! Tive outra idéia!

Ping-Pong – Outra idéia?

Dominó – E se a gente pedisse emprestado?!

Ping-Pong – Pedir emprestado?

Seu Bolacha – A quem?

Dominó – Oras a quem? Quem você acha que a pessoa mais importante deste
lugar?

Ping-Pong – A minha mãe.

Dominó – Mais importante da cidade, Ping.

Ping-Pong – Ah é...

Seu Bolacha – Eu acho que é o prefeito.

Os dois palhaços – O prefeito! Ninguém ainda tinha pensado no prefeito.

Dominó – O prefeito é a solução!

5ª. MÚSICA – PREFEITO

Dominó – Puxa Seu Bolacha, como foi bom o senhor ter pensado no prefeito,
vamos falar com ele agora mesmo.

Seu Bolacha – Falar o que?

Ping-Pong – O dinheiro emprestado Seu Bolacha, (a parte) ô cabecinha, para


contratarmos o mágico.

Seu Bolacha – Esperem aí, eu não quero saber de empréstimos de ninguém de


ninguém o circo está a venda e chega!

Ping_pong – Mas Seu Bolacha, a gente só quer ajudar o senhor, e senhor


ainda faz isso com a gente, seus amigos.

Dominó – O prefeito é o homem mais importante da cidade, e além do mais é


um político.

Seu Bolacha – E o que tem isso a ver?


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Ping-Pong – O que tem isso a ver? Santa ignorância! Ele é o prefeito deste
lugar amanhã, ele pode querer ser algo bem mais importante, como: Um
deputado (pede palmas), um senador (pede mais palmas), ou até mesmo o
Presidente do Brasil (pede muitas palmas) sendo ele uma pessoa que apóie a
arte, a cultura, o povo passa a acreditar mais nele como um político, não é
Dominó?

Dominó – É???

(Ping-Pong dá um cutucão no Dominó)

Dominó – Claro que é...

Seu Bolacha – Então vamos, já que vocês pensam desse jeito... (marcha do
prefeito, instrumental)

6ª MÚSICA – CONTINUAÇÃO DA MARCHA DO PREFEITO.

(Os três ao som da marcha, descem até a platéia, escolhem uma criança para
fazer o papel do prefeito)

Seu Bolacha – Bem seu prefeito é o seguinte... eu sou o Seu Bolacha... O dono
do circo que está armado aqui ao lado... (é cortado pelos palhaços)

Dominó – Bem seu prefeito, o circo do Seu Bolacha está passando por
seriíssimas dificuldades... os animais foram vendidos para o zoológico da
cidade... Os artistas foram todos demitidos... E o Seu Bolacha... Ele (Seu
Bolacha vem até o prefeito e os palhaços o expulsam de novo) Só pensa e só
fala em vender o circo. Para impedir que isso aconteça, nós viemos lhe pedir
uma ajuda...

Ping-Pong – Um empréstimo...

Dominó – Uma ajuda em dinheiro para contratarmos um mágico.

Seu Bolacha – Não!

Os dois palhaços – Não????

Seu Bolacha – Sim!

Os dois Palhaços – Sim.

Seu Bolacha – Não é que...

Os dois Palhaços – (irritados) É sim ou é não Seu Bolacha?

Seu Bolacha – (todo confuso) Não. É que esse mágico pode resolver os
problemas do circo... (os dois o expulsam de novo)
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Ping-Pong – Esse mágico pode resolver tudo, (pausa) o que? Quando iremos
lhe pagar? Ah! Não se preocupe. O circo do Seu Bolacha é um circo do futuro,
se não se paga hoje!

Seu Bolacha – Paga-se amanhã.

Ping-Pong – Se não puder pagar amanhã.

Dominó – Paga-se no fim do mês.

Os três – Ou mesmo no fim do ano.

Dominó – O que? Juros? O senhor fala em juros? Sim, juros é com o nosso
circo, claro aceitamos pagar juros, nós adoramos a palavra juros... Como é que
é? Passar aqui amanhã? No final do mês? O senhor promete? Foi ótimo falar
com o senhor, foi uma prazer conhece-lo, obrigado. Seu Bolacha, Seu Bolacha.

Seu Bolacha – O que é?

Dominó – O prefeito prometeu que vai fazer o empréstimo, falou pra gente
passar no final do mês.

Seu Bolacha – No final do mês? Vamos ter que esperar este tempo todo?

Dominó – Mas ele prometeu Seu Bolacha!

Seu Bolacha – (furioso) Promessas, promessas, como sempre eles


prometem... Vocês querem saber de uma coisa? Eu já estou cheio de vocês
dois, vocês já me impediram de vender o circo por várias vezes, agora a
primeira pessoa que aparecer e se interessar pelo circo, eu vendo.

Ping-Pong – Será que vai aparecer alguém, Dominó?

Dominó – Será?

Os dois palhaços – (para a platéia) Será mesmo que alguém vai querer
comprar este circo?

Dominó – (tendo uma idéia) Ping, olha só... (Para seu Bolacha) Seu Bolacha, já
que o senhor é tão esperto, e está tão decidido, vou lhe dar uma sugestão,
porque você não sai pelas ruas da cidade em busca de um comprador?

Seu Bolacha – (introspectivo num crescente) Sair pelas ruas da cidade em


busca de um comprador... (pausa) sair pelas ruas da cidade em busca de um
comprador... (pausa) sair pelas ruas da cidade em busca de um comprador!
Grande idéia Dominó, finalmente você deu uma dentro, vou fazer isto agora
mesmo (sai de cena pela platéia).

Dominó – Seu Bolacha, eu tava brincando... acho que falei uma besteira.
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Ping-Pong – Falou mesmo.

7ª MÚSICA – QUEM VAI COMPRAR?

(luz baixa no palco, os dois palhaços saem de cena, entra Seu Bolacha
eufórico pela platéia, oferecendo o circo ao público presente)

Seu Bolacha – Quem vai comprar um circo? Bom e barato, de quebra ainda
leva dois palhaços bem sem graça... Quem vai querer, olha a pechincha...
(improviso com a platéia) Querem saber do mais? Eu vou vender do outro lado
da cidade, vocês não estão com nada, só querem me enrolar. (sai de cena pela
coxia esquerda, Dominó entra pela direita).

Dominó – (afinando a viola, pantomima)

Ping-Pong – (entra treinando malabarismo) Dominó, você acha que o Seu


Bolacha vai mesmo vender o circo?

Dominó – Não sei Ping-Pong, mas quer saber? Se ele quiser vender; que
venda!

Ping-Pong – Que é isso Dominó!

Dominó – Cansei Ping-Pong, Seu Bolacha não tem jeito mesmo.

Ping-Pong – Mas nós estamos conseguindo convencê-lo.

Dominó – Não, não estamos.

Ping-Pong – Claro que estamos, você vai me deixar sozinho neste jogo? Eu
sou seu maior amigo.

Dominó – Eu sei Ping, mas se o Seu Bolacha vender o circo, adeus tudo,
adeus emprego, o circo verá o seu fim.

Ping-Pong – Eu sei, mas não podemos perder as esperanças, vamos imaginar


que ele não vai vender o circo, que o circo voltará a ser como era antes...

Seu Bolacha – Ai de mim, ai de mim! Não consegui arranjar uma pessoa que
se interessasse pelo meu circo, só alguns espertinhos tentando me enrolar.
Amanhã, tentarei de novo.

Ping-Pong – Seu Bolacha! O meu amigo Dominó está em estado de


depressão.

Seu Bolacha – Tá o que menino?

Ping-Pong – O Dominó está triste. E é por sua causa.

Seu Bolacha – Por minha causa? Mas o que foi que eu fiz?
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Ping-Pong – O senhor sabe muito bem o que esta fazendo.

Seu Bolacha – Mas só estou querendo vender o Circo!!

Ping-Pong – E quer coisa pior? Isso já não é o bastante para deixar um


palhaço assim, triste? O senhor está cometendo um dos maiores crimes. O
senhor quer acabar com o circo.

Seu Bolacha – Quero vende-lo!!

Ping-Pong – E isto é o fim Seu Bolacha!

8ª. MÚSICA – INSTRUMENTAL

Ping-Pong - Quem garante que este novo proprietário a quem o senhor vai
vender este circo, vai querer que eu e o meu amigo Dominó continue aqui.
Quem garante que este novo proprietário estará disposto a lutar, para que este
circo, a porta da falência, torne-se novamente um grande circo como
antigamente? Ele pode muito bem comprar tudo isso para fazer uma outra
coisa qualquer. E o culpado de tudo isso, quem será? Será o senhor! O senhor
que quer vende-lo! Já não são suficientes os circos que já se acabaram, que já
morreram? Muitos e muitos circos já morreram Seu Bolacha. E o Senhor? O
Senhor está querendo que morra mais um. E se isso acontecer? O que é que
vai ficar no lugar de tudo isso? Apenas saudades, desencantos, tristezas... e o
senhor? O senhor já pensa como muitas pessoas, não é? Acha que no mundo,
não há mais espaço para o sonho, para fantasias. No mundo não há mais lugar
para o circo! O mundo agora deve se tornar um imenso campo de batalha!
Porque essas pessoas, ao invés de acabarem com os circos, nada fazem para
acabar com as guerras, com o desrespeito pelo homem e pelo meio ambiente?
Chega de tantas guerras, de crimes, de tantas torturas e de tanta violência. Se
essas pessoas que fazem as guerras, se elas estivessem aqui, se fossem
artistas do nosso circo, (pausa) não estariam mortas, nem nunca seriam
odiadas.
Não seu Bolacha, o circo não vai acabar nunca, porque o circo é uma
possibilidade viva de sonhos, de vida! Não Seu Bolacha, o circo não vai acabar
nunca, enquanto existirem as crianças, (pequena pausa) existirão os palhaços
e o Circo. (sai de cena, seguido pelo Dominó).

Seu Bolacha – (sem perceber que ficou sozinho em cena) Ping-Pong, você
disse... (dando por si) Ops... (para platéia) Ele sumiu, foi embora, desistiu...
(desesperado) E agora se já estava difícil com três, imaginem com um, eu. Meu
Deus, preciso de uma idéia (o ator tenta puxar da platéia a idéia de chamarem
o Ping-Pong de volta) O quê? Chama-lo de volta?, que idéia péssima? Já sei!
Tive uma idéia ótima! Vou chama-lo de volta! Vocês me ajudam? É um, dois e
três: Ping-Pong!!! (Repete duas ou três vezes, neste ínterim Ping-Pong entra,
Seu Bolacha fica todo sem jeito) Oh Ping-Pong, você voltou...

Dominó – Não Seu Bolacha, é um sósia.


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Seu Bolacha – Sabe o que é, você disse tanta coisa bonita, tanta coisa
inteligente, que eu pensei, pensei e decidi. Não vou mais vender o circo!

Ping-Pong – (muito alegre) O Senhor está falando sério?

Seu Bolacha – Claro! Porque vender um circo, que me deu tantas alegrias?
Vamos marcar um espetáculo para hoje mesmo!

Dominó – Não!!!!!!

Os dois – Não?

Dominó – É quer dizer sim! É que eu estou emocionado, e quando eu fico


emocionado eu não me contenho, e quando eu não me contenho, meu coração
dispara, e eu fico assim. (tem uns tremeliques) E morro! (cai duro, com as
pernas e os braços para cima)

Ping-Pong – Seu Bolacha olha como ele morreu! Parece um grilo!

Seu Bolacha – É mesmo rapaz, abaixa as pernas do menino.

Ping-Pong – É pra já. (quando ele abaixar as pernas do Dominó, este


empurrará o outro para frente, sempre como estátua). Aiiiii!!!!! Seu Bolacha, ele
me empurrou!

Seu Bolacha – Como seu cabeça de bagre, ele morreu, abaixa os braços do
coitado

Ping-Pong – Claro, claro... (a mesma palhaçada, só que desta vez ele leva um
chute no traseiro) Aiiiii! Seu Bolacha ele me chutou!

Seu Bolacha – Deixa de conversa, vamos levá-lo para dentro.

Ping-Pong – Certo, certo.

(os dois carregam o morto para traz do cenário, e voltam chorando, choro falso
de palhaço).

Seu Bolacha – Buááááá, buáááááá´...

Ping-Pong – Snif, snif

Seu Bolacha – Snif, buáááá...

Ping-Pong – O Seu Bolacha, eu sou o snif, e o senhor é o buáááá, entendeu?

Seu Bolacha – Ah é, desculpe, é a emoção.

Ping-Pong – Ele era o segundo melhor palhaço do mundo. (chora)


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Seu Bolacha – Segundo!?

Ping-Pong – É claro, pois eu sou o primeiro.

Seu Bolacha – Ah! Agora eu entendi, (chora), ele tava me devendo uma grana.

Ping-Pong – Engraçado, para mim também.

Seu Bolacha – Ele pediu para mim, para pegar você.

Ping-Pong – Opa, ele também pediu para mim para pagar o senhor.

Os Dois – Deu calote nos dois! (agora choro é de verdade)

(neste ínterim, Dominó entra disfarçado de monstro, e faz aquele velho truque
de circo, depois de um corre-corre danado, os dois assustados fogem, ficando
apenas o Dominó em cena, que logo começa a tirar o disfarce de monstro, o
mesmo brinca com a platéia)

Dominó – Vocês viram, os dois palermas medrosos? Agora eu vou fazer o


show sozinho (os dois entram em cena e escutam ele falar, sem que Dominó
perceba)

Seu Bolacha – Bonito, hein? Brincando com os nossos sentimentos.


Ping-Pong – Aproveitando de nossas singelas emoções...

Dominó – (sem jeito) Brincadeirinha....

Seu Bolacha – Brincadeirinha, é? Ping-Pong, vem cá, pega esse malandrinho,


que eu vou fazer jus ao meu nome, eu vou dar tanta bolacha nele...

Ping-Pong – De morango ou chocolate?

Seu Bolacha – Pega ele seu palerma!!!!

9ª. MÚSICA – PESEGUIÇÃO – INSTRUMENTAL

(começa a perseguição, eles correm pela platéia, pelo palco, até que Seu
Bolacha pega o Dominó).

Seu Bolacha – Pronto, agarrei o safado, agora vai se explicar...

Dominó – Calma Seu Bolacha, calma, olha a sua safena.

Seu Bolacha – Safena,é? Vai ter é safenada, safanão!!!

Dominó – Calma! Eu tive outra idéia!!!!

Os Dois – Outra idéia?


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Dominó – Desta vez eu acerto, vamos dar o maior espetáculo circense da terra.

Seu Bolacha – E deixa que eu faço as apresentações, vão se arrumar (os dois
saem, Seu Bolacha fala como apresentador) Senhoras e senhores..., com
vocês..., mais um grandioso espetáculo, do Gran Circo Internacional,
diretamente de Arco-Verde, Pernambuco, Brasil!! O Circo Do Seu Bolacha! E
para dar início a este grandioso espetáculo, com vocês os dois palhaços mais
engraçados do mundo!!! (Entra Ping-Pong com o guarda-chuva fechado em
uma das mãos, e sobe me um dos tamboretes)

Ping-Pong – Palhaço Ping-Pong (Seu Bolacha pede palmas para platéia, neste
momento entra o Dominó também com um guarda-chuva fechado em uma das
mãos e sobe no outro tamborete)

Dominó – Palhaço Dominó! (Seu Bolacha pede palmas para platéia)

Os três – Gostamos de circo, porque o circo é o lugar onde sabemos trabalhar


(ao final da fala os dois palhaços abrem os guarda-chuvas, entra o frevo dos
palhaços)

10ª. MUSICA – FREVO DOS PALHAÇOS.

Os três dançam, e fazem alguns truques de circo, clima de final de espetáculo,


ao acabar a música os três cantam, uma chula de circo, enquanto arrumam o
palco, que deverá ficar apenas com os tamboretes)

Os três – Tombei, tombei


Tornei tombar
A brincadeira já vai terminar (bis)

Ó raio, ó sol suspende a chuva


Olha o palhaço no meio da rua

Mamãe, papai
Venha ver vovó
Chupando cana
Com um dente só

Papai, mamãe
Venha ver titia
Tomando banho
De água fria

O sino da matriz
Já bateu seis horas
É hora do palhaço
Ir embora.

(Cai o pano)
FIM

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