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Sumário:
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A primeira parte está disponível em: https://grazia-tanta.blogspot.com/2019/01/o-delirio-capitalista-e-deriva.html
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Os grandes bancos dos EUA, os tais “too big to fail” distribuem 80% dos seus créditos para “investidores” em
especulação e atividades financeiras. As cascatas de títulos emitidos que na base têm produções agrícolas,
combustíveis minerais, créditos imobiliários que enformaram desde os anos 90 os chamados produtos derivados
que constituem o grande destino desses créditos. Segundo o BIS – Bank of International Settlements.
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Fonte: BP Statistical Review of World Energy 2018
De modo mais preciso e para o caso da UE (v. figura abaixo), depois da passagem
das emissões de gás de efeito de estufa de 5716.4 M t equivalentes de CO2 em 1990
para 4451.8 M t em 2017 (menos 468 M ton/ano) pretendem-se reduções de … 1935
M ton/ano até 2050 até se atingir o patamar das zero emissões!
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Porém, as coisas são mais complicadas do que o acima referido desempenho,
previsto pela UE, enunciado, para brilhar recentemente na cimeira de Katowice. Há um
paralelismo histórico entre a produção de energia e as emissões de CO2 (v. figura
abaixo); e a substituição de uma forma de apresentação da energia fóssil por outra,
deixa sempre na base uma produção de CO2. Pode começar-se a cozinhar numa
fogueira, passar daí a um fogareiro a petróleo, depois um outro a gás ou elétrico que
sempre haverá uma fatia de combustível libertadora de CO2; a não ser que a energia
tenha origem numa fonte renovável ou numa central… nuclear.
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centrais nucleares, sem emanarem CO2, obriga a soluções para os resíduos
radioativos, que são caras quando minimamente decentes; ou, mais baratas, se
aqueles são despejados em alguns países, contra um despejo de moeda forte num
offshore, às ordens dos oligarcas locais. Para além do encaminhamento dos resíduos,
há a considerar os casos devastadores, ainda que atípicos, de Chernobyl ou
Fukushima; e isso, a despeito de cientistas conceituados como Lovelock entenderem
que o nuclear seria uma solução excelente para a produção de energia, uma vez que
não produz efeitos de estufa.
Nos países pobres, as pessoas não gostam de viver com carências, alimentares, na
saúde, na educação, com menor longevidade ou, no meio de lixo e poluição; mas
gostariam de ter os bens e serviços que existem nos países mais desenvolvidos. E,
por isso, aceitam ser um misto de beneficiários e vítimas da enviesada distribuição da
produção capitalista que tem como principais determinantes e beneficiárias as grandes
multinacionais sedentas de lucros e que delegam em oligarcas e corruptos nacionais o
papel de manageiros dos seus próprios povos, tratados como gado.
A evolução do consumo energético global mostra que em dez anos o seu volume
aumentou 16.6%; o que situando-se aquém do crescimento da economia global, não
deixa de ser preocupantemente elevado.
Evidencia, porém, duas realidades bem distintas que segmentam o mundo em dois
blocos distintos. Um, composto por três conjuntos – Europa, América do Norte e ex-
CEI3 - onde o consumo se reduz; e, uma outra realidade onde o consumo aumenta,
constituída pelos países do Médio Oriente, da América Central e do Sul, de África e da
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CEI – Comunidade de Estados Independentes, uma estrutura efémera constituída por antigas repúblicas soviéticas
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Ásia-Pacífico, de acordo com a classificação dos países utilizada pela BP – British
Petroleum. Como é evidente, no seio de cada conjunto, há situações distintas quanto à
evolução e quanto à dimensão do consumo (ver Quadro I). Outra abordagem
interessante seria observar a correlação entre as variações do consumo energético e
as variações do rendimento; sobretudo tendo em conta os impactos da crise
financeira, a qual se manifestou de modos distintos, em várias latitudes.
Quadro I
Consumo mundial de energia primária (Milhões TEP – ton. equivalentes de petróleo)
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o país com maior crescimento do consumo; no entanto, o seu consumo global situa-se
próximo da quarta parte do consumo chinês, embora as suas respetivas populações
tenham quantitativos próximos.
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e domésticos com menores consumos. A massificação dos veículos elétricos
durará algumas décadas porque os rendimentos familiares estão condicionados
pela compressão salarial e pela punção fiscal e, continuando os veículos a
consumir energia, qualquer que ela seja, terá de ser produzida algures;
TEP/hab Quadro 2
2007 2017 2007 2017
Mundo 1,7 1,8 Turquia 1,4 2,0
Europa 3,4 3,3 Rússia 4,7 4,8
Alemanha 4,1 4,1 EUA 7,4 6,9
Espanha 3,4 3,0 Brasil 1,2 1,4
França 4,0 3,6 Irão 2,7 3,4
GB 3,5 2,9 Arábia Saud. 6,2 8,3
Itália 3,1 2,6 África 0,3 0,4
Noruega 9,4 9,0 Africa do Sul 2,2 2,2
Polonia 2,5 2,7 China 1,6 2,2
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Portugal 2,4 2,5 India 0,4 0,6
Rep. Checa 4,3 3,9 Japão 4,1 3,6
Suécia 5,7 5,6 Coreia do Sul 4,7 5,8
Fonte: BP Statistical Review of World Energy 2018
O indicador do consumo global por habitante pouco se alterou entre os dois anos
considerados mas, esconde notáveis diferenças:
Essas duas tendências, de sinal contrário, poderão, a médio prazo, cruzar-se num
intervalo mais estreito, à medida que as novas tecnologias permitam custos
suficientemente baixos, acessíveis às vastas camadas sociais de baixos
rendimentos dos países ricos e às crescentes camadas médias dos países ditos
em desenvolvimento. Qual será a resultante?
4 - Os futuros Katowices
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multinacionais, para não apresentarem mais que soluções-placebo ou rematados
embustes, como a proposta da UE atrás mencionada.
Por outro lado, nem tudo se pode resolver no âmbito de atitudes e práticas individuais
conducentes a um contributo mínimo para as alterações climáticas; sobretudo,
sabendo-se que as práticas individuais estão muito marcadas pela ideologia
consumista que se apresenta como o instrumento para atingir a felicidade. Até porque,
como se viu na primeira parte deste artigo, as principais responsabilidades do desvario
ambiental cabem à indústria energética que explora os combustíveis fósseis e à sua
preocupação na contenção de investimentos que prejudiquem a distribuição de lucros
aos acionistas; uma indústria que está bem inserida nas torres de controlo das
decisões estatais.
É necessária uma atuação global, concertada e solidária dos povos, sabendo-se que
os capitalistas e as classes políticas tudo farão para dividir os humanos e suprimir
todos os esforços que afetam a produção de lucros ou os seus privilégios. Pensar o
contrário, é semelhante a esperar encontrar o pai natal sentado na chaminé a
descarregar o saco dos presentes.
Neste contexto, é todo o edifício em que assenta o capitalismo que deve ser posto em
causa; é preciso passar da denúncia e não afunilar a ação em soluções empacotadas
em abaixo-assinados junto dos grandes poderes económicos e políticos, na presunção
de que, arrependidos, irão mudar de rumo; ações que, na verdade, não mobilizam
ninguém, para além de uma distraída assinatura. Uma vez mais surge a vã esperança
do arrependimento (inserida no ideário cristão) por parte dos arquitetos da constante
adaptação do sistema capitalista visando a sua perenidade. No mais sagrado da sua
lógica está a da acumulação de capital e não podem ter outra, porque qualquer
alternativa, seria a sua morte; e por isso, de motu próprio, jamais mudarão algo de
essencial.
Essas piedosas iniciativas podem servir de entretenimento para muitos dos que acham
poder civilizar a selvajaria capitalista, sensibilizando os mandarins das classes
políticas, procurando apoios entre aquelas. Isso não acontece, nomeadamente com
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poderes tão estruturados e repletos de meios ideológicos, materiais e financeiros para
enganar, conduzir e reprimir a plebe; sem a já referida rede rizomática que enquadra
milhões de pessoas, não se vai a lado algum.
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Quanto às energias hidroelétrica e outras renováveis sublinha-se a sua grande
progressão na Ásia-Pacifico, região que se apresenta como a principal
produtora de ambas; sobretudo porque o petróleo e o gás natural não são ali
muito abundantes.
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2007 2017 2007 2017 2007 2017 2007 2017
Mundo 11104,4 13511,2 35,5 34,2 23,9 23,4 28,8 27,6
Europa 2956,9 1969,5 32,0 37,1 34,6 23,2 17,9 15,0
Antiga CEI* nd 978,0 nd 20,8 nd 50,5 nd 16,1
Alemanha 309,3 335,1 36,4 35,8 24,1 23,1 27,7 21,3
França 254,8 237,9 35,8 33,5 15,0 16,2 4,8 3,8
Itália 212,2 156,1 39,6 38,8 33,0 39,7 8,1 6,3
Espanha 149,1 138,7 52,9 46,7 21,2 19,8 13,5 9,7
Grã-Bretanha 211,1 191,2 37,5 39,9 38,7 35,4 18,1 4,7
Rússia 680,1 698,3 18,6 21,9 56,3 52,3 13,7 13,2
Turquia 101,1 157,6 30,2 31,0 31,3 28,2 30,7 28,3
America Norte 2849,4 2772,8 39,8 40,0 25,9 29,2 21,6 13,1
America C /Sul 563,6 700,5 46,1 45,5 22,0 21,3 4,0 4,7
Medio Oriente 577,6 897,3 50,2 46,8 47,3 51,4 1,6 0,9
África 341,0 449,5 38,1 43,7 23,5 27,1 31,0 20,7
Asia-Pacífico 3816,1 5743,6 30,9 28,6 10,8 11,5 50,1 48,4
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Quanto ao gaz natural verifica-se uma forte quebra da sua utilização na
Europa, com aumentos significativos da sua quota na América do Norte,
no Médio Oriente e em África;
A energia nuclear só tem relevância em alguns países da Europa e da
América do Norte;
O carvão, sendo o mais poluente dos combustíveis fósseis, manteve a
sua quota no consumo global. Sublinham-se as quebras do seu uso na
América do Norte e em África e que o seu principal consumo se observa
na Ásia-Pacífico;
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