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ENSINO MÉDIO

5
PROFESSOR A GRAMÁTICA DOS TEXTOS

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A GRAMÁTICA
DOS TEXTOS
José De Nicola

O SINTAGMA NOMINAL E O SINTAGMA VERBAL


1 As relações sintáticas dentro do sintagma nominal . . . . 4
O sintagma nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
As funções dentro dos sintagmas maiores . . . . . . . . . . . . . 4
O adjunto adnominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
O aposto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
O complemento nominal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
O vocativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
A relevância dos termos adicionais do nome . . . . . . . . . . 10
A pontuação: gramática e expressividade . . . . . . . . . . . . . 11
2 As relações sintáticas dentro do sintagma verbal . . . . 17
Os termos do sintagma verbal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Os complementos verbais: objeto direto
e objeto indireto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
O adjunto adverbial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
O agente da passiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
O objeto direto preposicionado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
O objeto pleonástico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
O agente da passiva: uma questão de realce . . . . . . . . . . 32
A omissão do agente da passiva: um caso
de indeterminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
A pontuação e o adjunto adverbial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2121556 (PR)

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MÓDULO
O sintagma nominal e
o sintagma verbal

A frase “Quando nada acontece, há um milagre que não


estamos vendo.” foi retirada do conto “O espelho”, que faz par-
te do livro Primeiras estórias, do escritor João Guimarães Rosa.
No conto, o narrador, após ver sua imagem refletida no espelho,
considerando-a repulsiva, parte em busca da própria identidade
e do conhecimento de si mesmo.

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MARCOS GUILHERME/ARQUIVO DA EDITORA

REFLETINDO SOBRE A IMAGEM

1 Como as palavras estão dispostas na imagem?


2 Qual é a semelhança entre construir uma pa-
rede e uma frase?
3 Como as palavras se combinam para dar sen-
tido a um texto?

www.ser.com.br

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CAPÍTULO
As relações sintáticas dentro
1 do sintagma nominal
Veja, no Guia do Professor, o quadro de competências e habilidades desenvolvidas neste módulo.

REPRODUÇÃO/ARQUIVO MÁRIO DE ANDRADE/COLEÇÃO DO INSTITUTO


DE ESTUDOS BRASILEIROS DA USP, SÃO PAULO, SP
Objetivos: O SINTAGMA NOMINAL
c Reconhecer os termos Crepúsculo amazônico deu em Mário vontade de
da oração que se ligam morrer de amor
ao nome. O paulistano Mário de Andrade foi grande estudio-
so da tradição e da cultura popular. [...]
c Refletir sobre a
Em 2 de julho de 1927, em Manaus, Mário regis-
morfossintaxe desses
trou: “Principiou um dos crepúsculos mais imensos do mun-
termos.
do, impossível descrever. Não se sabia para que lado o Sol
c Refletir sobre a deitava, um céu todinho em rosa e ouro, depois lilás e azul.
relevância dos termos Dava vontade de gritar, de morrer de amor, de esquecer de
ligados ao nome. tudo”.
ALMANAQUE BRASIL. São Paulo, n. 52, jul. 2003. p. 6.
Disponível em: <www.almanaquebrasil.com.br/voce-sabia/
crepusculo-amazonico-deu-em-mario-vontade-de-morrer-de-amor/>.
Acesso em: 24 fev. 2010. Mário de Andrade em seu estúdio (c. 1935).

Algumas palavras não têm sua carga significativa completa e, por isso, necessitam de outras
palavras ou de outros termos que completem ou integrem seu sentido; outras, com carga significa-
tiva completa, podem vir acompanhadas de modificadores, determinantes ou circunstanciais, que
ampliam, descrevem, determinam ou caracterizam seu sentido. Isso ocorre com verbos, substantivos,
adjetivos e advérbios. Imaginemos, por exemplo, os enunciados anteriores sem alguns complementos:
Crepúsculo amazônico deu (em quem?) vontade (de quê?); Em 2 de julho de 1927, em Manaus, Má-
rio registrou (o quê?). Vamos imaginar, agora, os enunciados sem alguns modificadores, determinantes
e circunstanciais: Crepúsculo deu vontade de morrer (?); paulistano foi estudioso da tradição e da
cultura (?); [...] Mário registrou: Principiou (onde? quando?).
As relações entre os diferentes termos, complementares ou adicionais, vão construindo o sen-
tido sintático-semântico dos enunciados; a ausência desses termos acaba por comprometer o en-
tendimento do texto.

AS FUNÇÕES DENTRO DOS SINTAGMAS MAIORES


Considere os seguintes enunciados do texto de abertura:
Crepúsculo amazônico deu em Mário vontade de morrer de amor
Em 2 de julho de 1927, em Manaus, Mário registrou: “Principiou um dos crepúsculos
mais imensos do mundo, impossível descrever”.
Inicialmente, vamos isolar os dois termos principais de cada um (como já vimos anteriormente,
um sintagma nominal na função de sujeito e um sintagma verbal na função de predicado):
sujeito predicado

A Crepúsculo amazônico deu em Mário vontade de morrer de amor


predicado sujeito predicado
www.ser.com.br
B Em 2 de julho de 1927, em Manaus, Mário registrou: “Principiou um dos crepúsculos
Acesse o portal e explore o con-
mais imensos do mundo,
teúdo Complementos nominais.
impossível descrever”.

4 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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CHRISTIAN VINCES/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
Após a delimitação dos grandes sintagmas que constituem a oração, vamos nos deter no enun-
ciado A: trata-se de um sujeito simples e determinado, cujo núcleo (crepúsculo) estabelece concor-
dância com o núcleo do predicado (deu), evidenciada na desinência verbal.
Nesse sintagma nominal na função de sujeito, o núcleo vem acompanhado de um termo
que o caracteriza (amazônico); esse termo concorda em gênero e número com o substanti-
vo que funciona como núcleo do sintagma. Por essas características, esse termo é chamado
adjunto adnominal.
crepúsculo amazônico
alvorada amazônica
No sintagma verbal, a forma verbal deu, no contexto em que aparece, não apresenta sentido
completo, necessitando de palavras que complementem seu sentido. Como já vimos, quando o
sentido do verbo transita, isto é, segue adiante, passando para o complemento, o verbo é transitivo.
No caso do enunciado anterior, o verbo pede dois complementos: um introduzido por preposição
(trata-se de um sintagma nominal preposicionado) e outro, não (trata-se de um sintagma nominal):
deu → em Mário deu → vontade de morrer de amor
→ nele → isso
Esses termos completam o sentido do verbo e são chamados complementos verbais ou
objetos.
No enunciado B, o sujeito é simples e determinado (Mário) e estabelece concordância com o
núcleo do predicado (registrou), evidenciada na desinência verbal.
No sintagma verbal, na função de predicado, reconhecem-se três informações em torno do
núcleo. Por um lado, trata-se de mais um caso de núcleo verbal transitivo exigindo um complemento,
já que quem registra, registra algo (nesse caso, trata-se de um parágrafo inteiro):
registrou → “Principiou um dos crepúsculos mais imensos do mundo, impossível descrever”.
→ isso
Por outro lado, há dois circunstanciais introduzindo informações que ampliam o sentido do
verbo; esses termos, por estarem basicamente relacionados ao verbo, são chamados adjuntos
adverbiais: Em 2 de julho de 1927, com noção temporal; em Manaus, com noção espacial.
Assim, é possível perceber relações morfossintáticas entre os elementos dos sintagmas maiores.
Essas relações dão forma gramatical aos enunciados, sempre em função de seu sentido.
Neste capítulo e no próximo, vamos trabalhar esses termos: primeiro, os que se relacionam, www.ser.com.br
basicamente, com os substantivos que funcionam como núcleo de sintagmas nominais; depois, os Acesse o portal e explore a tabela
que se relacionam, basicamente, com os verbos. Cores e classes.

O ADJUNTO ADNOMINAL
Considere o seguinte enunciado:
O poeta modernista Mário de Andrade foi generoso com a alma brasileira.
Nele, observam-se algumas relações que têm como centro um substantivo:
O poeta modernista Mário de Andrade foi generoso com a alma brasileira.

A GRAMÁTICA DOS TEXTOS


O substantivo poeta aparece modificado pelo artigo o e pelo adjetivo modernista; o substan-
tivo alma aparece modificado pelo artigo a e pelo adjetivo brasileira.
O adjunto adnominal, seja ele representado por um adjetivo, um artigo, um pronome ou um
numeral, por gravitar em torno de um substantivo, exerce uma função adjetiva na oração.

Morfossintaxe do adjunto adnominal


No período simples, o adjunto adnominal pode ser representado pelo próprio adjetivo ou
por uma locução adjetiva, um numeral adjetivo, um pronome adjetivo, um artigo ou um pronome
pessoal oblíquo (quando equivalente a um pronome possessivo). Ou seja, sempre exerce uma
função adjetiva:

O sintagma nominal e o sintagma verbal 5

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Os poetas Mário de Andrade e Oswald de Andrade: dois grandes paladinos do Modernismo.
adjuntos adnominais representados por artigo (os), adjetivo (grandes), numeral (dois) e locução adjetiva (do Modernismo)
LEIA O LIVRO Seus livros mais conhecidos: Macunaíma e Pau-Brasil.
adjuntos adnominais representados por pronome possessivo (seus) e adjetivo (conhecidos)
Publicado em 1928, Macunaíma
é um dos grandes romances do Criticaram-lhes os livros (lhes 5 seus)
Modernismo brasileiro. Sua lin- adjunto adnominal representado por pronome pessoal oblíquo que desempenha papel de possessivo (lhes)
guagem aproxima-se da fala, uti-
lizando provérbios e expressões No período composto, uma oração inteira pode funcionar como adjunto adnominal; trata-se
típicas do folclore do país. O pro- de uma oração subordinada (é termo de uma oração principal) adjetiva (tem valor de adjetivo)
tagonista, Macunaíma, “o herói restritiva ou explicativa:
sem nenhum caráter”, sintetiza as ORAÇÃO ADJETIVA EXPLICATIVA
características do povo brasileiro. O poeta Mário de Andrade, que escreveu Macunaíma, morreu em 1945.
adjunto adnominal representado por oração subordinada
REPRODUÇÃO/EDITORA AGIR

ORAÇÃO ADJETIVA RESTRITIVA

O poeta modernista que escreveu Macunaíma morreu em 1945.


adjunto adnominal representado por oração subordinada

O APOSTO
Observe, agora, o termo em negrito:
Mário de Andrade, o poeta modernista, foi generoso com a alma brasileira.
Trata-se de um termo acessório que se relaciona ao núcleo de outro termo – geralmente, um
substantivo – para esclarecê-lo ou explicá-lo, ao mesmo tempo que o retoma. Nesse caso, o termo
em questão exerce a função de aposto.
É importante notar que o aposto sempre pertence ao termo a que se refere, podendo, sem
perda de sentido, substituí-lo:
sujeito
Macunaíma: o herói sem nenhum
caráter, de Mário de Andrade. Mário de Andrade, o poeta modernista, foi generoso com a alma brasileira.
Rio de Janeiro: Agir, 2008. núcleo aposto do sujeito

sujeito

O poeta modernista foi generoso com a alma brasileira.


objeto direto

Eu leio Mário de Andrade, poeta modernista.


núcleo aposto do objeto
objeto direto

Eu leio a obra de Mário de Andrade, poeta modernista.


núcleo adjunto adnominal aposto do adjunto
vocativo

“Meu São Paulo da garoa, Londres das neblinas finas [...]” (Mário de Andrade)
núcleo aposto do vocativo

Em um conhecido soneto de Camões, há um caso curioso: um aposto ligado a outro aposto:


“Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela” (Camões)
em que pai de Raquel é aposto de Labão e serrana bela é aposto de Raquel, núcleo do adjunto
adnominal. Esquematizando:

Labão, pai de Raquel, serrana bela


núcleo do núcleo do aposto do
objeto direto adj. adnominal adj. adnominal

aposto do objeto

6 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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Em geral, por apresentar uma ruptura na ordem direta da frase, o aposto aparece isolado por
sinais de pontuação, sendo mais comum aparecer entre vírgulas ou, então, introduzido por dois-
-pontos, como nas frases:
Mário de Andrade escreveu vários livros: Macunaíma, Amar, verbo intransitivo, Contos novos.
Entretanto, em:
O poeta modernista Mário de Andrade foi generoso com a alma brasileira.
ocorre um caso particular de aposto – o aposto especificativo ou de especificação –, que in-
dividualiza um substantivo de sentido genérico e aparece ligado a ele sem pontuação. O mesmo
ocorre em:
A rua Direita nos leva à Catedral.
A cidade de São Paulo comemorou seus 456 anos.
em que os termos destacados são apostos, especificando o substantivo a que se referem.

Morfossintaxe do aposto
O aposto apresenta uma particularidade importante: o núcleo do aposto e o substantivo a que
o aposto se refere denominam o mesmo ser. Podemos, então, falar que o aposto é mais uma função OPS!
substantiva da oração (ou seja, seu núcleo é representado por um substantivo ou palavra com valor Para não confundir o aposto de
de substantivo). Assim, retomando os exemplos anteriores, podemos montar o seguinte esquema: especificação com o adjunto ad-
livros 5 Macunaíma, Amar, verbo intransitivo, Contos novos nominal, observe a seguinte frase:
poeta 5 Mário de Andrade A obra de Mário de Andrade
rua 5 Direita é símbolo da cultura brasileira.
cidade 5 São Paulo Nela, o termo destacado tem
função de adjetivo: a obra “an-
Observe que isso se aplica inclusive a alguns casos em que o núcleo do termo a que o aposto dradiana”. Os termos obra e
se refere não é um substantivo: Mário de Andrade não desig-
nam o mesmo referente; assim,
Amanhã, domingo, iremos à praia. de Mário de Andrade é um ad-
amanhã 5 domingo junto adnominal.
MARCOS GUILHERME/ARQUIVO DA EDITORA

A GRAMÁTICA DOS TEXTOS

O aposto também pode estar representado por uma oração no período composto: trata-se de
uma oração subordinada (é termo de uma oração principal) substantiva (tem valor de substanti-
vo) apositiva (funciona como um aposto):
ORAÇÃO SUBSTANTIVA APOSITIVA

A obra de Mário de Andrade tinha um objetivo: que a cultura brasileira ganhasse destaque.
aposto representado por oração subordinada

O sintagma nominal e o sintagma verbal 7

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As habilidades e competências do Enem estão indicadas em questões diversas ao longo do módulo. Se necessário, explique aos alunos que a utilidade
deste “selo” é indicar o número da(s) habilidade(s) e da(s) competência(s) abordada(s) na questão, cuja área de conhecimento está diferenciada por cores
(Linguagens: laranja; Ciências da Natureza: verde; Ciências Humanas: rosa; Matemática: azul). A tabela para consulta da Matriz de Referência do Enem
está disponível no portal.
PARA CONSTRUIR

CESAR DINIZ/PULSAR IMAGENS


1 Que tipo de sequência textual predomina no texto sobre a
biblioteca?
Predominam sequências explicativas.

2 Identifique os apostos de especificação e comente sua rele-


m
Ene-6
vância para as informações contidas no texto.
C 8
H1
-
Apostos de especificação: Biblioteca Mário de Andrade; Rua
Consolação; cidade de São Paulo; Biblioteca Monteiro Lobato.
Notadamente na primeira frase do texto, com informações sobre
a localização da biblioteca, os apostos de especificação são
Fundada em 1926, a partir do acervo da Câmara Muni- imprescindíveis.
cipal, a biblioteca Mário de Andrade está localizada na Rua
Consolação, na cidade de São Paulo, e é a segunda maior
biblioteca do país, com 3,3 milhões de títulos. Mário de An- 3 Há em sua cidade ou bairro uma biblioteca? Por qual nome é
drade foi seu primeiro diretor. Sob sua gestão, inaugura-se a conhecida? Tomando como referência o texto, providencie uma
Biblioteca infantojuvenil, atual Biblioteca Monteiro Lobato, foto de uma biblioteca e escreva informações sobre ela.
voltada especificamente ao público jovem. Resposta pessoal.
Disponível em: <www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bma/
sobre_biblioteca/index.php?p51072>. Acesso em: 24 out. 2014.

O COMPLEMENTO NOMINAL
Como sabemos, alguns nomes (é o caso de alguns substantivos, advérbios e adjetivos) não
apresentam sentido completo, necessitando de complemento que, por oposição ao complemento
verbal, é chamado complemento nominal e apresenta-se sempre antecedido de preposição:

O poeta Mário de Andrade contribuiu para a formação da brasilidade.


nome (substantivo)

Mário de Andrade posicionou-se favoravelmente à obra de Anita Malfatti.


nome (advérbio)

O poeta modernista Mário de Andrade foi generoso com a alma brasileira.


nome (adjetivo)

IMPORTANTE!
É muito comum uma ligeira confusão entre o adjunto adnominal e o complemento nominal. Aqui vão algumas diferenças importantes:
O complemento nominal relaciona-se ao substantivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto adnominal relaciona-se apenas ao substantivo.
Portanto, se o termo estiver completando o sentido de um adjetivo ou advérbio, será, com certeza, um complemento nominal.
A confusão só ocorre quando o termo em dúvida está antecedido por preposição e relacionado a um substantivo; sem preposição, será
um adjunto adnominal.
O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a substantivos cujos significados transitam (em geral,
substantivos abstratos); portanto, seu valor será passivo, é sobre ele que recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo. Exemplos:
O incêndio da mata foi um desastre ambiental. O incêndio dos madeireiros foi um desastre ambiental.
complemento nominal adjunto adnominal
(sentido passivo) (sentido ativo)
No primeiro exemplo, a mata sofre a ação; no segundo, os madeireiros praticam a ação.

8 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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Morfossintaxe do complemento nominal
No período simples, o complemento nominal é representado geralmente por um substanti-
vo ou palavra com valor de substantivo; quando representado por um pronome pessoal oblíquo,
a preposição fica implícita. Trata-se, portanto, de uma função substantiva:
Para Mário de Andrade, o resgate do folclore era favorável à brasilidade.
complemento nominal representado por
um substantivo, núcleo de um SNp

Quanto à brasilidade, Mário de Andrade acreditava que o resgate do folclore lhe era favorável.
complemento nominal representado por
pronome pessoal oblíquo, equivalente a a ela SNp = sintagma nominal
No período composto, podemos ter uma oração inteira funcionando como complemento preposicionado
nominal; trata-se de uma oração subordinada (é termo de uma oração principal) substantiva
(tem valor de um substantivo) completiva nominal (exerce a função de complemento nominal):
ORAÇÃO SUBSTANTIVA
COMPLETIVA NOMINAL
Mário de Andrade acreditava na necessidade de resgatar o folclore.
complemento nominal representado
por oração subordinada

PARA CONSTRUIR

4 Destes trechos de reportagem foram retirados alguns termos, que estão no respectivo quadro. Reescreva-os colocando esses
termos no lugar adequado. Em seguida, dê sua função sintática.
a) Em quase quatro décadas de jornalismo, Caco Barcellos acostumou-se a circular pelos dois universos mais perigosos do país.
Tornou-se, no dia a dia das ruas, uma autoridade no sentimento que paralisa a sociedade brasileira.
NOGUEIRA, Bruno Torturra. Profissão: perigo. Trip. São Paulo: Trip Editora, n. 168, jul. 2008. p. 26.

o dos matadores da polícia e o dos bandidos do tráfico – o medo

Em quase quatro décadas de jornalismo, Caco Barcellos acostumou-se a circular pelos dois universos mais perigosos do país, o dos matadores
da polícia e o dos bandidos do tráfico. Tornou-se, no dia a dia das ruas, uma autoridade no sentimento que paralisa a sociedade brasileira:
o medo. Os termos exercem a função de aposto. Comentário: Mostre ao aluno que a ausência dos termos prejudica o entendimento do texto
porque não se explicitam quais são os dois universos citados e qual é o sentimento a que se refere o repórter.

b) O plantão informa: Caco Barcellos tem 58 anos. Como explicar a cara de 40 e poucos? A macrobiótica de que é adepto
desde 1971, seus tempos?
Idem, ibidem. p. 28.

inveterada – de hippie – enxuta – da revista Trip

O plantão da revista Trip informa: Caco Barcellos tem 58 anos. Como explicar a enxuta cara de 40 e poucos? A inveterada macrobiótica de
que é adepto desde 1971, seus tempos de hippie? Os termos exercem a função de adjunto adnominal. Comentário: Ressalte a presença
de um aposto de especificação (Trip) no adjunto adnominal “da revista Trip”.

O VOCATIVO A GRAMÁTICA DOS TEXTOS


Além dos termos que mantêm relações dentro da oração e dos sintagmas, há um outro termo
independente que não faz parte de nenhum dos dois grandes sintagmas que compõem a oração
(daí sempre ser marcado por pausa, na oralidade, e por sinal de pontuação, na escrita). Esse termo é
o vocativo, que, como o próprio nome indica, serve para chamar, invocar ou interpelar um ouvinte
real ou hipotético. Por seu caráter, o vocativo em geral se relaciona à segunda pessoa do discurso,
sendo representado por substantivo ou pronome.
O poeta Mário de Andrade, alunos, foi generoso com a alma brasileira.
Anita, você já leu algum livro de Mário de Andrade?

O sintagma nominal e o sintagma verbal 9

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PARA CONSTRUIR

Jovens recebem alerta sobre riscos do tabaco b) O tema escolhido pela OMS está bem representado por
“Juventude livre do tabaco.” Esse é o tema que a Or- m
Ene-7
esse sintagma? Por quê?
C 4
H-2 O emprego dos termos juventude e tabaco fortalece uma
ganização Mundial da Saúde, OMS, escolheu para come-
morar o Dia Mundial sem Tabaco. O objetivo é alertar a campanha que pretende evitar novos dependentes do fumo.
sociedade para as estratégias que a indústria do cigarro Já a palavra livre, além de indicar o desejo de libertar os jovens
utiliza para atrair novos consumidores, como embalagens do vício, tem uma relação intrínseca com juventude.
atrativas, sabores diferenciados e o patrocínio de eventos
Comentário: Relembre a importância dos nomes (substantivos
que atraem o público jovem: corridas de carro, esportes
e adjetivos) nas situações em que se deseja destacar conceitos.
radicais e shows de rock, por exemplo.
Disponível em: <www.saudelazer.com/index.php?Itemid549&id52672&opt
ion5com_content&task5view>. Acesso em: 24 fev. 2010.
c) Qual teria sido a razão de se iniciar o texto com esse sintagma?
5 Qual é o alerta que a OMS faz aos jovens? Esse alerta vale Provocar maior impacto no leitor, revelando rapidamente o tema
m
Ene-7
apenas para os possíveis consumidores de tabaco? da comemoração.
C 3
H2
-
A indústria do tabaco utiliza algumas estratégias para atrair novos
consumidores, especialmente o público jovem: patrocínio de corridas
7 Na oração “Esse é o tema [...]”, qual é o referente que preenche
de carro, esportes radicais e shows de rock. As indústrias que o conteúdo semântico do pronome demonstrativo?
produzem cerveja, por exemplo, utilizam os mesmos recursos. O alerta
A sequência “Juventude livre do tabaco”.
vale para todas as pessoas, mas tem como foco o jovem, que acaba
sendo mais vulnerável a essas estratégias.
8 a) “Jovens recebem alerta sobre riscos do tabaco”
b) “[...] o patrocínio de eventos que atraem o público jo-
vem [...]”
Classifique morfossintaticamente as palavras em destaque.
No item a, a palavra jovens é substantivo na função de sujeito da
6 Considere o seguinte sintagma nominal: “Juventude livre do forma verbal “recebem”. No item b, a palavra jovem é adjetivo na
tabaco”. função de adjunto adnominal do substantivo “público”.

a) Qual é seu núcleo? Que função desempenham os sintag-


mas menores? 9 Qual é a função sintática da sequência “corridas de carro, es-
Juventude 5 núcleo / livre 5 adjunto adnominal / do tabaco 5 portes radicais e shows de rock, por exemplo”. A que termo se
5 complemento nominal de “livre” refere a sequência?
Aposto; refere-se ao substantivo eventos.

A RELEVÂNCIA DOS TERMOS ADICIONAIS DO NOME


Releia com atenção os seguintes textos reformulados:
o patrocínio de eventos que atraem o público.
o patrocínio de eventos que atraem o público jovem: corridas, esportes e shows, por exemplo.
Os termos da oração que determinam, especificam ou explicam um nome, como o adjunto ad-
nominal e o aposto, são chamados acessórios. O complemento nominal, por sua vez, é considerado
integrante, pois sua presença é exigida pela própria palavra que ele complementa.
Entretanto, se esses termos, ditos acessórios, aparecem numa frase bem elaborada, é porque eles
passam informações, ou seja, desempenham uma função, também importante, para a compreensão
plena da mensagem. O texto da atividade anterior, sem alguns termos considerados acessórios, não
passa a informação do texto original e, além disso, torna-se confuso.

10 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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Por exemplo, não é a mesma coisa dizer público ou público jovem; show ou show de rock;
esporte ou esporte radical. As informações contidas nos adjuntos especificam e/ou qualificam os
nomes que modificam, criando um campo semântico específico: não se trata de um público qual-
quer, nem de um show qualquer, muito menos de qualquer esporte. Os adjuntos tornam-se relevan-
tes e importantes para completar o sentido do que se quer expressar num determinado enunciado.

A PONTUAÇÃO: GRAMÁTICA E EXPRESSIVIDADE


— Mamãe! Mamãe! Olhe Carlos!
O menino agarrara a irmã na boca do corredor. Brincalhão,

MARCOS GUILHERME/ARQUIVO DA EDITORA


bem-disposto como sempre. E machucador. Porém não fazia de
propósito, ia brincar e machucava. Cingia Maria Luísa com os
braços fortes, empurrava-a com o peito, cantarolando bamboleado
no picadinho. Ela se debatia, danando por se ver tão mais fraca.
Empurrada sacudida revirada. “Tatu subiu no pau”...
— Mamãe! Me largue, Carlos! Me largue!
ANDRADE, Mário de. Idílio. Amar, verbo intransitivo. 11. ed.
Belo Horizonte: Itatiaia, 1984. p. 51.
Como observamos ao longo do capítulo, alguns termos são
marcados, na fala, por pausa; na escrita, essa pausa é representada
por sinais de pontuação. O vocativo, por exemplo, sempre aparece
isolado por sinais de pontuação. Nas duas falas de Maria Luísa, há
um vocativo em comum: Mamãe! – frase nominal delimitada pelo
sinal de exclamação, que intensifica o caráter evocativo.
Agora, observe a ocorrência de Carlos nas duas frases seguintes:
— Mamãe! Mamãe! Olhe Carlos!
— Mamãe! Me largue, Carlos! Me largue!
No primeiro caso, o nome Carlos, não delimitado por sinais de
pontuação, completa o verbo transitivo: trata-se de um objeto direto
– Maria Luísa fala com sua mãe e pede para ela olhar (no sentido de
atentar, reparar em) Carlos. No segundo, o nome Carlos está separa-
do por uma vírgula e está invocando a segunda pessoa do discurso:
trata-se de um vocativo – Maria Luísa fala com Carlos e pede a ele que a largue.
Se no primeiro enunciado existisse uma vírgula isolando o nome, ocorreria um vocativo e o
sentido mudaria:
— Mamãe! Mamãe! Olhe, Carlos!
(Maria Luísa estaria falando com Carlos e pedindo a ele que olhasse.)
O aposto é outro termo marcado por pausa – salvo, como já vimos, o aposto de especificação.
Quando o aposto é explicativo, ou resumidor, ou comparativo, via de regra apresenta-se separado
do elemento a que se refere por vírgula (se a frase continua, o aposto aparecerá entre vírgulas) ou
dois-pontos. Além da vírgula, usam-se também travessão ou parênteses:
A atriz representou uma personagem má, uma mulher guiada pelo ódio.
A atriz representou uma personagem má: uma mulher guiada pelo ódio.
A atriz representou uma personagem má – uma mulher guiada pelo ódio.
A GRAMÁTICA DOS TEXTOS
A atriz representou uma personagem má (uma mulher guiada pelo ódio).
Ensaio, gravação, entrevista, nisso se resume a vida do artista. (aposto resumidor)
Os poetas, antenas da raça, recriam a vida. (aposto comparativo)
No caso do aposto enumerativo, o mais comum é o emprego de dois-pontos:
O artista trabalha em várias frentes: televisão, cinema, teatro.
A escolha de um ou de outro sinal de pontuação vai depender do estilo e da intenciona-
lidade (dar mais destaque ou não para o aposto) do produtor do texto. Mas há, claro, sempre
uma regra: a clareza.

O sintagma nominal e o sintagma verbal 11

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PARA CONSTRUIR

Texto para as questões 10 a 18. 12 Os termos em destaque no título da dissertação “Tabagismo:


Subjetividade pode explicar tabagismo em jovens uma busca da subjetividade no uso da droga permitida”
Romper barreiras entre diferentes áreas do conheci- exercem a mesma função sintática? Qual? Esses termos po-
mento para pesquisar crenças e valores associados ao iní- deriam ser retirados do título?
cio do uso do tabaco pelos adolescentes, colaborando, Ambos os termos exercem a função de complemento nominal. Eles
desse modo, com a prevenção ao fumo. Esse foi o objetivo não poderiam ser retirados, uma vez que os complementos nominais
da dissertação de mestrado Tabagismo: uma busca da subje-
integram o sentido das palavras que não podem prescindir deles:
tividade no uso da droga permitida, feita por Renata Carone
Sborgia, pesquisadora da Faculdade de Filosofia, Ciências busca e uso.
e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP/USP). 13 a) O interesse pelo tema
[...] O interesse pelo tema surgiu ao observar seus alunos
b) O interesse dos alunos
começando a fumar cada vez mais cedo, por motivos não
Que função desempenham os sintagmas destacados? Justi-
muito claros. “Ainda não havia um trabalho que definisse
fique sua resposta.
critérios, identificasse e compreendesse as motivações que
levam ao consumo do cigarro”, conta. Nas entrevistas, reali- Em a, o termo em destaque exerce a função de complemento nominal;
zadas com 65 adolescentes fumantes de um colégio particular em b, adjunto adnominal. Comentário: Como os dois termos relacionam-
de Ribeirão, chamou a atenção os efeitos da propaganda: “Vi- -se a um substantivo, espera-se que os alunos percebam o sentido passivo
mos que os jovens tendem a acreditar que a mídia não in- do complemento nominal e o sentido ativo do adjunto adnominal.
fluencia as pessoas a fumar e que fumar não mata, mas acre-
ditam que ver as pessoas fumando pode induzi-los a fumar”. 14 “[...] fumar não mata.” (2o parágrafo). Analise morfossintatica-
Disponível em: <www.diariodasaude.com.br/news.php?article5subjetividade- mente o termo grifado.
pode-explicar-tabagismo-em-jovens&id53117>. Acesso em: 21 out. 2014.
O infinitivo está substantivado, exercendo a função de sujeito
10 O texto, que divulga uma dissertação de mestrado, apresenta, da forma verbal “mata”.
m
Ene-6
no primeiro parágrafo, a mesma estratégia do texto “Jovens re-
C 8
H1
- cebem alerta sobre riscos do tabaco”. Que estratégia é essa? 15 Justifique o emprego das aspas no segundo parágrafo do texto.
A estratégia consiste em iniciar o parágrafo citando o objetivo da dis- Os trechos entre aspas são reproduções literais da fala da
sertação (neste caso) e o tema da campanha (no caso anterior) para, pesquisadora.
após o ponto-final, retomar os elementos citados com o pronome
16 Reescreva o trecho a seguir da matéria (que está em destaque),
demonstrativo esse (“esse foi o objetivo”; “esse é o tema”). adequando a concordância do sujeito com o predicado:
Nas entrevistas, realizadas com 65 adolescentes fu-
mantes de um colégio particular de Ribeirão, chamou a
atenção os efeitos da propaganda [...]
[...] chamaram a atenção os efeitos da propaganda [...]

17 Qual é o objetivo da dissertação de mestrado citada na matéria?


11 Transforme, nestas passagens, os complementos nominais
Definir critérios, identificar e compreender as motivações que levam
m
Ene-7
destacados em complementos verbais, fazendo as adapta-
C 1 os adolescentes ao consumo do cigarro.
H2
- ções necessárias: “colaborando com prevenção ao fumo”; “le-
vam ao consumo do cigarro”; “o interesse pelo tema surgiu”.
18 Sobre os efeitos da propaganda, releia o texto “Jovens rece-
Explique a opção do autor do texto.
m
Ene-7
bem alerta sobre riscos do tabaco” e compare-o a uma das
C 3
Colaborando com uma forma de prevenir-se contra o fumo; levam H-2 conclusões a que chegou a pesquisadora. Escreva um breve
a consumir o cigarro; interessou-se pelo tema. A opção pelos comentário.
substantivos (prevenção, consumo e interesse) pode ter sido Enquanto a campanha da OMS está focada nos efeitos da
feita em função da existência de várias formas verbais no texto. propaganda e das estratégias da indústria do tabaco para atrair novos
consumidores, a pesquisa citada no texto acima chegou à conclusão
de que, para os jovens, a mídia tem pouca influência sobre eles (ver
uma pessoa fumando é o fator que mais induz os jovens ao consumo).

12 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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Texto para as questões 19 a 23. inferior dos quadrinhos). Em algumas tiras, há apenas imagens,
Leia com atenção esta tirinha: e as falas são desnecessárias. É o caso dessa tira? Por quê?

ADÃO ITURRUSGARAI/
ACERVO DO CARTUNISTA
Não. A progressão narrativa não é ocasionada pela sequência de
imagens. Com pouquíssima alteração, a imagem dos quadros se
repete. A progressão se dá pela fala da personagem.

21 Como se dá a sequência? Explique sintaticamente a relação


que existe entre as falas.
A fala do primeiro quadrinho, “Escândalos, lavagem de dinheiro,
desvio de verbas, propinas!”, é retomada pelo pronome demonstrativo
do segundo quadrinho: isso. Já a fala do terceiro quadrinho, “Tem
que legalizar a política!”, liga-se à do segundo por ser um aposto do
termo solução.

22 Comente o efeito da sequência de sintagmas nominais da


fala no primeiro quadrinho e destaque as relações sintáticas
ITURRUSGARAI, Adão. Folha de S.Paulo, 25 fev. 2004. existentes.

19 A tira que você leu foi publicada no jornal Folha de S.Paulo, A sequência descreve uma situação por meio da enumeração de
m
Ene-7
em seção destinada a quadrinhos, cujo objetivo é divertir o fatos. Há, nela, dois casos de complemento nominal: lavagem de
C 4
H-2 leitor. Nessa tira, especificamente, há outra intenção do autor, dinheiro / desvio de verbas.
além de divertir. Qual?
A intenção do autor é criticar o comportamento vergonhoso dos
23 Comente a pontuação que finaliza as falas dos quadrinhos.
políticos que fazem a política parecer uma atividade ilegal e para a
m
Ene-77 O ponto de exclamação que encerra a fala do primeiro quadrinho
qual seria necessária uma “legalização”. C 21
H -
denota indignação. No segundo quadrinho, as reticências delimitam
as ideias que a personagem vai introduzindo, exprimindo, por um
lado, hesitação e, por outro, suspense; este último é imprescindível
para produzir o humor. No último quadrinho, o ponto de exclamação
20 Nas tirinhas, a progressão narrativa se dá normalmente pelas
denota alegria pela descoberta, enfatizando ainda mais a frase que
m
Ene-6
ações retratadas em sequência, nos quadros, reforçada pelas fa-
C 8
las da personagem (que estão dentro dos balões) ou pela legen- fecha o quadrinho e produz o humor.
H1
-

da (voz do narrador que aparece transcrita na parte superior ou

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 8 Para aprimorar: 1 a 9

GÊNERO TEXTUAL
Tira

A GRAMÁTICA DOS TEXTOS


História em quadrinhos breve, que geralmente se desenrola em três (ou quatro) quadros hori-
zontais, é muito apreciada por apresentar situações humorísticas. Circula nas esferas jornalística (im-
pressa e virtual) e literária, uma vez que as tiras diárias dos jornais têm sido recolhidas e publicadas
em livros. Por serem curtas, de leitura rápida, caíram no agrado do público, que acaba se tornando
fiel e habitual. Aliando a linguagem visual à verbal, conta com recursos específicos: balões de vários
formatos para representar: a fala, o pensamento, o grito, o sussurro; onomatopeias (palavras que
imitam sons); linhas que indicam expressões e movimentos; símbolos; formatos, cores e tamanhos
variados das letras. Atualmente, autores talentosos que lançam mão da ironia, do sarcasmo e da
crítica têm contribuído para o sucesso e o prestígio das tirinhas entre nós.

O sintagma nominal e o sintagma verbal 13

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Veja no Guia do Professor, as respostas da
“Tarefa para casa”. TAREFA PARA CASA
As respostas encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

Quando Fabrício, o pedreiro, voltou de um serviço...


PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
Quando o pedreiro Fabrício voltou de um serviço...
1 (UFRN) A questão a seguir refere-se ao fragmento de Capitães 3 (Enem)
da areia reproduzido abaixo. Torno a ver-vos, ó montes; o destino
O trapiche Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
SOB A LUA, NUM VELHO TRAPICHE ABANDONA- Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
DO, as crianças dormem. Pelo traje da Corte, rico e fino.
Antigamente aqui era o mar. Nas grandes e negras pe- Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
dras dos alicerces do trapiche as ondas ora se rebentavam Os meus fiéis, meus doces companheiros,
fragorosas, ora vinham se bater mansamente. A água passa- Vendo correr os míseros vaqueiros
va por baixo da ponte sob a qual muitas crianças repousam Atrás de seu cansado desatino.
agora, iluminadas por uma réstia amarela de lua. Desta pon-
Se o bem desta choupana pode tanto,
te saíram inúmeros veleiros carregados, alguns eram enor- Que chega a ter mais preço, e mais valia
mes e pintados de estranhas cores, para a aventura das tra- Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
vessias marítimas. Aqui vinham encher os porões e
atracavam nesta ponte de tábuas, hoje comidas. Antigamen- Aqui descanse a louca fantasia,
te diante do trapiche se estendia o mistério do mar oceano, E o que até agora se tornava em pranto
as noites diante dele eram de um verde escuro, quase ne- Se converta em afetos de alegria.
gras, daquela cor misteriosa que é a cor do mar à noite. COSTA, Cláudio Manoel da. In: PROENÇA FILHO, Domício.
A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002. p. 78-9.
Hoje a noite é alva em frente ao trapiche. É que na sua
frente se estende agora o areal do cais do porto. Por baixo Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio
da ponte não há mais rumor de ondas. A areia invadiu tudo, Manoel da Costa em que o poeta se dirige ao seu interlocutor.
fez o mar recuar de muitos metros. Aos poucos, lentamente, a) “Torno a ver-vos, ó montes; o destino”.
a areia foi conquistando a frente do trapiche. Não mais atra- b) “Aqui estou entre Almendro, entre Corino,”.
caram na sua ponte os veleiros que iam partir carregados. c) “Os meus fiéis, meus doces companheiros,”.
Não mais trabalharam ali os negros musculosos que vieram d) “Vendo correr os míseros vaqueiros”.
da escravatura. Não mais cantou na velha ponte uma canção e) “Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,”.
um marinheiro nostálgico. A areia se estendeu muito alva
em frente ao trapiche. E nunca mais encheram de fardos, de 4 (Uepa) No período “É hora de a maioria, empresários inclu-
sacos, de caixões, o imenso casarão. Ficou abandonado em sive, se livrar dos projetos da minoria”, o emprego das ex-
meio ao areal, mancha negra na brancura do cais. pressões destacadas, não preposicionada, no primeiro caso,
AMADO, Jorge. Capitães da areia. São Paulo: e preposicionada, no segundo caso, justifica-se por:
Companhia das Letras, 2009. p. 25.
a) ambas estarem empregadas impropriamente.
Para fazer uma leitura proficiente do fragmento, é necessário b) pertencerem a orações diferentes.
que o leitor, entre outros procedimentos, recupere as rela- c) tratar-se de um período simples.
ções sintático-semânticas ali estabelecidas. d) a primeira ter a função de sujeito e a segunda fazer parte
Assim, os sujeitos dos quatro últimos períodos do fragmento, do complemento da oração a que pertence.
considerando-se a ordem de ocorrência, são: e) a expressão a maioria estar seguida de vírgula.
a) “um marinheiro nostálgico”, “a areia”, “os negros musculo- 5 (UEPG-PR) A oração que apresenta complemento nominal é:
sos” e “o imenso casarão”.
b) “uma canção”, “a areia”, “os negros musculosos” e “um mari- a) Os pobres necessitam de ajuda.
nheiro nostálgico”. b) Sejamos úteis à sociedade.
c) “um marinheiro nostálgico”, “a areia”, “o imenso casarão” e c) Os homens aspiram à paz.
“o imenso casarão”. d) Os pedidos foram feitos por nós.
d) “uma canção”, “a areia”, “o imenso casarão” e “um marinhei- e) A leitura amplia nossos conhecimentos.
ro nostálgico”.
6 (UEPG-PR)
2 (FGV-SP) Observe as frases a seguir. Entre elas há diferença na Um papa brasileiro? Não!
função sintática das palavras Fabrício e pedreiro. Explique O ideal é que o novo papa não seja brasileiro. Seria
essa diferença. ruim para o Brasil. Nos últimos tempos, a duras penas, a

14 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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sociedade brasileira tem conseguido alguns avanços relevan- I. “nesse momento, nada mais somos do que isto, do que
tes. As pesquisas com células-tronco embrionárias, ainda um nome. Que está ou não está.” / “nesse momento, nada
que de forma bastante limitada, foram aprovadas. As pílulas mais somos do que isto: um nome, que está ou não está.”
do dia seguinte são distribuídas nos postos de saúde da rede II. “O resto cabe numa listinha. Ser feliz. Gostar dos outros.
pública. As mulheres vítimas de estupro estão – pelo menos
Ter amigos. Ser solidário. Ser justo.” / “O resto cabe numa
até agora – autorizadas a ir direto a um hospital em busca
listinha: ser feliz, gostar dos outros, ter amigos, ser solidá-
do aborto sem ter de passar antes na delegacia para pegar
rio, ser justo.”
um boletim de ocorrência. O aborto de fetos sem cérebro
está para ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal e tem III. “É claro que esta listinha não está afixada em lugar algum.
chance de ser aprovado. Tudo isso são avanços importantes, Cada um tem de descobri-la por si mesmo.” / “É claro, que
especialmente no Brasil, o maior país católico do mundo. esta listinha não está afixada em lugar algum; cada um
Afinal, ninguém desconhece que a Igreja Católica, pelo me- tem de descobri-la por si mesmo.”
nos essa que esteve longos anos sob o comando de João
Paulo II, tem cerrado fileiras contra tudo isso.
Um papa brasileiro teria uma ascendência imensa sobre PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
a sociedade brasileira e, portanto, mais condições de impedir
que esses avanços se consolidem – e, sobretudo, de impedir 1 (UEPB)
que novos avanços éticos e morais sejam atingidos, como a [...] há um espaço tratado com carinho especial, que
aprovação da união civil entre pessoas do mesmo sexo, outra ganhou isolamento no teto. É o laboratório de informática,
matéria contra a qual a Igreja Católica milita. onde 16 computadores são disputados por 1,1 mil alunos,
Dom Cláudio Hummes, o arcebispo de São Paulo, é o
muitos deles filhos de moradores de favelas próximas e até
brasileiro mais cotado para ser o novo papa. Ele tem biografia
acampados da reforma agrária. [...]
impecável. Não é autoritário nem centralizador como João
MARQUES, Hugo. Internet rápida nas escolas. Disponível em: <www.istoe.
Paulo II. Tampouco arrasta a batina para a Opus Dei, a mais com.br/reportagens/11511_INTERNET+RAPIDA+NAS+ESCOLAS>.
reacionária organização católica, a qual João Paulo II cumulou Analise as proposições abaixo e coloque V para verdadeira e
de mimos e poderes. Dom Cláudio Hummes, se tivesse assu-
F para falsa.
mido no lugar de João Paulo II, lá no fim dos anos 70, com
( ) A expressão “um espaço tratado com carinho especial”
certeza teria feito um papado diferente, arejado, participativo.
Mas assumir agora é outra coisa. A Igreja Católica é uma funciona como sujeito da oração.
instituição sólida, milenar, vetusta. Não dá guinadas ideoló- ( ) A palavra “muitos” é parte de um sintagma de base pro-
gicas, como se fosse um diretório estudantil. Dom Cláudio nominal, por isso é variável.
Hummes não poderia – não no tempo de um papado apenas ( ) O termo “que” é um relativo que tem como antecedente
– imprimir as mudanças radicais tão necessárias para que a a construção sintática “carinho especial”.
Igreja Católica se modernize. Forçosamente, teria de manter
Marque a alternativa correta.
grande parte da visão conservadora do antecessor. E nós, bra-
sileiros, seríamos as vítimas preferenciais desse atraso esma- a) F – V – V d) F – V – F
gador. Não merecemos isso. b) V – F – F e) V – F – V
Revista Veja, 13 abr. 2005, p. 93. c) V – V – F
Escolha as frases em que os termos sublinhados estejam fun-
2 (UFMS)
cionando como aposto e some seus valores.
(01) Tudo isso são avanços importantes, especialmente no Faça uma análise sintática da oração abaixo e, a seguir, assina-
Brasil, o maior país católico do mundo. le a(s) proposição(ões) correta(s).
(02) Dom Cláudio Hummes, o arcebispo de São Paulo, é o A ordem, meus amigos, é a base do governo.
brasileiro mais cotado para ser o novo papa. (01) A ordem é sujeito simples; é a base do governo é
(04) Tampouco arrasta a batina para a Opus Dei, a mais rea- predicado nominal.
cionária organização católica, a qual João Paulo II cumu-
(02) A expressão meus amigos é aposto.
A GRAMÁTICA DOS TEXTOS
lou de mimos e poderes.
(04) A, meus, a, do governo são adjuntos adnominais.
(08) E nós, brasileiros, seríamos as vítimas preferenciais desse
atraso esmagador. (08) é é verbo transitivo direto.
(16) A Igreja Católica é uma instituição sólida, milenar, vetusta. (16) a base do governo é predicativo do objeto.

7 (Fuvest-SP) Explique por que há ambiguidade na frase: “Fica- 3 (Uece) Ocorre vocativo em:
mos escandalizados com a matança dos animais”. a) Então, senhora linha, ainda teima...
b) Entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima.
8 (PUC-RS – Adaptada) As sugestões corretas de reescrita para c) A senhora não é alfinete, é agulha.
os enunciados a seguir são: d) Mas você é orgulhosa.

O sintagma nominal e o sintagma verbal 15

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4 (PUC-SP) Nos versos: 8 (FMIt-MG) Em todas as orações, o termo em destaque está
Em que Camões chorou no exílio amargo, corretamente analisado, exceto em:
O gênio sem ventura e o amor sem brilho, a) Existe, nesta cidade, um carpinteiro. (objeto direto)
as expressões destacadas têm, respectivamente, funções sin- b) É importante o apoio dos operários. (sujeito)
táticas de: c) Já tínhamos certeza da derrota. (complemento nominal)
d) O estudante permaneceu inalterável. (predicativo)
a) adjunto adverbial de modo, adjunto adverbial de modo.
e) Renato, o engenheiro, logo protestou. (aposto)
b) predicativo do sujeito, predicativo do sujeito.
c) complemento nominal, complemento nominal. 9 (FGV-SP) Observe a seguinte passagem:
d) adjunto adnominal, predicativo do sujeito. O Brasil para ser feliz não tem necessidade de tratados
e) adjunto adnominal, adjunto adnominal. com nação alguma, pois basta somente proteger a agricul-
5 (PUC-SP) “Só pessoas sem visão não admitem que, neste se- tura, animar a indústria manufatureira, libertar o comércio,
e franquear seus portos ao mundo inteiro. O Brasil não pre-
tor, existe oferta considerada condizente com a procura.”
cisa dos favores da Inglaterra.
Assinale a alternativa em que se apresenta corretamente a BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. 3. ed.
função sintática dos termos em destaque, respeitando-se a São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 209-10.
ordem em que elas ocorrem no período. Em qual das alternativas esse trecho está pontuado de acor-
a) Adjunto adnominal, objeto direto, complemento nominal. do com a norma culta?
b) Adjunto adverbial, objeto direto, adjunto adnominal. a) O Brasil, para ser feliz, não tem necessidade de tratados
c) Adjunto adnominal, sujeito, complemento nominal. com nação alguma, pois basta somente proteger a agri-
d) Adjunto adverbial, sujeito, complemento nominal. cultura, animar a indústria manufatureira, libertar o co-
e) Adjunto adnominal, objeto direto, adjunto adnominal. mércio e franquear seus portos ao mundo inteiro. O Brasil
não precisa dos favores da Inglaterra.
6 (PUC-SP) Indique a alternativa que apresenta, respectiva- b) O Brasil, para ser feliz não tem necessidade de tratados
mente, as funções sintáticas das expressões destacadas nos com nação alguma; pois basta, somente, proteger a agri-
versos: cultura, animar a indústria manufatureira, libertar o co-
Amo-te, ó rude e doloroso idioma mércio, e franquear seus portos ao mundo inteiro. O Brasil
És, a um tempo, esplendor e sepultura não precisa dos favores da Inglaterra.
c) O Brasil para ser feliz, não tem necessidade de tratados
a) Objeto direto, objeto direto.
com nação alguma, pois basta somente proteger a agri-
b) Sujeito, vocativo.
cultura, animar a indústria manufatureira, libertar o co-
c) Aposto, sujeito.
mércio, e franquear seus portos ao mundo inteiro. O Brasil
d) Vocativo, predicativo do sujeito. não precisa dos favores da Inglaterra.
e) Predicativo do objeto, predicativo do sujeito. d) O Brasil, para ser feliz não tem necessidade, de tratados
7 (Unimep-SP) Em “[...] as empregadas das casas saem apressa- com nação alguma. Pois basta somente proteger a agri-
cultura, animar a indústria manufatureira, libertar o co-
das, de latas e garrafas na mão, para a pequena fila do leite”,
mércio e franquear seus portos ao mundo inteiro. O Brasil,
os termos destacados são, respectivamente:
não precisa dos favores da Inglaterra.
a) adjunto adverbial de modo e adjunto adverbial de matéria. e) O Brasil, para ser feliz não tem necessidade de tratados
b) predicativo do sujeito e adjunto adnominal. com nação alguma, pois basta somente proteger a agri-
c) adjunto adnominal e complemento nominal. cultura, animar a indústria manufatureira, libertar o co-
d) adjunto adverbial de modo e adjunto adnominal. mércio, e franquear seus portos ao mundo inteiro, o Brasil
e) predicativo do objeto e complemento nominal. não precisa dos favores da Inglaterra.

ANOTAÇÕES

16 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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CAPÍTULO
As relações sintáticas dentro
2 do sintagma verbal

Objetivos:

2002 DIK BROWNE/


KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS
c Reconhecer os termos
que se ligam ao verbo.

c Refletir sobre a
morfosintaxe desses
termos.

c Compreender os efeitos
de sentido que esses BROWNE, Chris. Hagar. Zero Hora, 20 nov. 2002, p. 11. 2o caderno.
termos exercem no Como já vimos, alguns verbos não têm sua carga significativa completa e, por isso, necessitam
texto. de outras palavras ou termos que completem e integrem seu sentido. Imaginemos, por exemplo, a
primeira fala de Hagar sem alguns complementos. Ficaria assim: “[eu] Preciso!”; “É capaz de dizer?”. Seu
interlocutor, Eddie Sortudo, que leva tudo ao pé da letra, ficaria mais perdido ainda: Hagar precisa de
quê? Eu sou capaz de dizer o quê? A comunicação entre eles, que já não é das mais eficientes, ficaria
definitivamente comprometida!

PARA CONSTRUIR

2 Ao opinar sobre a carta, Garfield ignora duas falhas graves de


m
Ene-6
sua comunicação. Como está o texto, é praticamente impos-
C 8
H-1 sível que ele ganhe o que deseja. Explique.
Garfield está correto em considerar que a carta é objetiva, pois
ela é curta e direta, os verbos escolhidos e os pronomes também
são adequados e de fácil compreensão. A construção, quanto à
GARFIELD; JIM DAVIS © 2013
PAWS; INC. ALL RIGHTS RESERVED
/ DIST. UNIVERSAL UCLICK

organização das palavras, também é direta e clara (uma construção


volitiva, que expressa o desejo do falante, e uma construção
imperativa). Entretanto, em seu texto, ele não expressa o que
deseja, falta complemento para os verbos, que não têm carga
significativa completa. Como está a carta, quem a ler certamente
vai perguntar: o que ele quer? O que Papai Noel deve dar a ele?

A GRAMÁTICA DOS TEXTOS


DAVIS, Jim. Garfield. Folha de S.Paulo. São Paulo, 11 dez. 2013.
Leia a tira acima. Converse com seus colegas e com o professor
sobre ela, levando em conta as questões propostas a seguir.

1 O humor da tira está nas diferentes interpretações que as


m
Ene-7
personagens fazem da carta que Garfield vai enviar ao Papai
C 4
H2
- Noel. O que destaca Jon, dono do gato? E o próprio Garfield?
Jon: a repetição das frases. Garfield: a objetividade.

O sintagma nominal e o sintagma verbal 17

SER1_CAD5_LP_GRAM_C02.indd 17 3/24/15 9:48 AM


3 Em sua opinião, o modo de Garfield elaborar sua carta reflete um comportamento que valoriza o consumismo desenfreado con-
m
Ene-7
temporâneo? Justifique.
C 4
H-2
Comentário: É importante os alunos perceberem que a construção de Garfield destaca o desejo de consumo desenfreado: ele quer, ele exige,
sem nem se preocupar em dizer o que deseja.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 9 Para aprimorar: 1 a 5

OS TERMOS DO SINTAGMA VERBAL


Tomemos uma frase de Noel Rosa da canção “Século do progresso”:
Ensinava aos pacatos / o rumo do cemitério.
Temos um sujeito simples e determinado (ele), que nos é indicado pela desinência verbal, e um
predicado que tem seu núcleo significativo no verbo (ensinava), sendo, portanto, um predicado verbal.
Entretanto, o verbo ensinar, no contexto em que aparece, não apresenta sentido completo, necessitan-
GARFIELD, JIM DAVIS © 1994 PAWS, INC.
ALL RIGHTS RESERVED /
DIST. UNIVERSAL UCLICK

do de palavras que o complementem, ou seja, o sentido do verbo transita. Dependendo da situação,


o verbo ensinar pode necessitar de um ou de dois complementos: você pode ensinar algo ou pode
ensinar algo a alguém, como na frase de Noel Rosa. Esses complementos verbais são chamados objetos,
que podem ser diretos ou indiretos.
Quando temos um verbo na voz passiva analítica, estabelece-se uma relação sintática entre
a forma verbal e o agente dessa ação; temos, então, o agente da passiva: “O rumo do cemitério era
ensinado por ele aos pacatos”.
Há ainda termos que determinam, especificam ou esclarecem uma circunstância ou, então, delimi-
Criado por Jim Davis, o tam ou explicam a ação expressa pelo verbo: são os adjuntos adverbiais: “Ensinava prudentemente”.
gato Garfield é a personagem
principal de uma das tirinhas
mais conhecidas no mundo,
OS COMPLEMENTOS VERBAIS: OBJETO DIRETO
pois é publicada em mais de E OBJETO INDIRETO
dois mil jornais. A inspiração Retomemos a primeira frase de Hagar, na tirinha que abre este capítulo:
para o nome desse felino irre-
Preciso de um subchefe!
verente surgiu do nome do avô
de Davis: James Garfield Davis, Inicialmente, vamos isolar os dois termos essenciais:
que, por sua vez, foi inspira- [eu] Preciso de um subchefe!
do pelo nome do presidente sujeito predicado
norte-americano James Garfield Há um sujeito simples e determinado (eu), indicado pela desinência verbal, e um predicado
(1831-1881). As primeiras tiras que tem seu núcleo significativo no verbo (preciso), sendo, portanto, um predicado verbal. O verbo
com esse gato irônico foram pu- precisar, no contexto em que aparece, não apresenta sentido completo, necessitando de palavras
blicadas no fim dos anos 1970. que o complementem. Como já vimos, quando o sentido do verbo transita, isto é, segue adiante,
Em suas histórias, Garfield cos-
passando para o complemento, o verbo é transitivo. Na fala de Hagar, o verbo precisar pede um
tuma interagir com seu dono, o
complemento introduzido por preposição (trata-se de um sintagma nominal preposicionado):
personagem Jon Arbuckle, um
cartunista, e com o cão, Odie. [eu] “Preciso de um subchefe!”
disso!
Já nesta oração:
GARFIELD, JIM DAVIS © PAWS,
INC. ALL RIGHTS RESERVED/DIST.
UNIVERSAL UCLICK

[é capaz] de dizer sim ou não com autoridade?


notamos que o verbo dizer também não tem sentido completo. Nesse enunciado, quem diz, diz
algo, ou seja, um verbo transitivo pede um complemento que integre seu sentido. Nesse caso, o
complemento não é introduzido por preposição (trata-se de um sintagma nominal):
dizer sim ou não.
isso.

18 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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Esses complementos verbais são chamados objetos, que podem ser:
diretos (não introduzidos por preposição): integram o sentido de um verbo transitivo direto;
indiretos (introduzidos por preposição): integram o sentido de um verbo transitivo indireto. www.ser.com.br
O verbo pode, também, vir modificado por um termo que indica uma circunstância do fato
Acesse o portal e explore o con-
expresso por ele ou que intensifica seu sentido: teúdo Complementos verbais.

Dizer sim ou não com autoridade.


verbo objeto direto termo que indica
circunstância

Não preciso de um subchefe.


termo que indica verbo objeto indireto
circunstância

Preciso muito de um subchefe.


verbo termo que intensifica objeto indireto
o sentido do verbo

Esses termos, de valor adverbial, são chamados adjuntos adverbiais.


Analisemos, agora, o seguinte enunciado:
Eddie foi nomeado subchefe por Hagar.
O enunciado é formado por um sintagma nominal na função de sujeito (Eddie) e um sintag-
ma verbal que tem por núcleo uma locução verbal na voz passiva (foi nomeado). Nesse tipo de
construção, o sujeito é paciente e o termo que representa o ser que pratica a ação é o agente da
passiva (por Hagar).

Morfossintaxe dos complementos verbais


OD = objeto direto
Como já sabemos, os complementos verbais completam o sentido dos verbos transitivos. De-
OI = objeto indireto
pendendo da transitividade verbal, podem ligar-se ao verbo sem preposição (verbos transitivos dire-
SN = sintagma nominal
tos) ou por intermédio de uma preposição (verbos transitivos indiretos). Portanto, há dois tipos de
SNp = sintagma nominal prepo-
complementos verbais: objeto direto (OD) e objeto indireto (OI). sicionado
Como os objetos são seres e coisas sobre os quais incide o processo verbal (“Entreguei a carta”,
por exemplo) ou servem de referência a ele (“Entreguei a carta ao diretor”, por exemplo), eles são
representados por substantivos ou palavras com valor de substantivo. Daí se afirmar que o comple-
mento verbal é uma função substantiva da oração.
O técnico precisou o relógio antigo. (OD representado por substantivo, núcleo do SN)
O técnico precisava de um empregado. (OI representado por substantivo, núcleo do SNp)
O técnico precisou de mim. (OI representado por pronome substantivo, núcleo do SNp)
Não disse isso nem aquilo. (OD representado por pronomes substantivos, núcleos do SN)
Não disse sim nem não. (OD representado por palavras substantivadas, núcleos do SN)
Precisou de um “nunca” para se acalmar. (OI representado por palavra substantivada, núcleo do SNp)
No pódio olímpico, entregou medalhas aos três. (OI representado por numeral substantivo, núcleo do SNp)

A GRAMÁTICA DOS TEXTOS


MARCOS GUILHERME/ARQUIVO DA EDITORA

O sintagma nominal e o sintagma verbal 19

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Objetos representados por pronomes oblíquos
Os pronomes oblíquos que exercem exclusivamente a função de objeto direto são: o, os, a, as.
Eu conheci Maria no baile./Eu a conheci no baile.
Vendeste os livros?/Vendeste-os?
Os pronomes oblíquos que exercem exclusivamente a função de objeto indireto são: lhe, lhes.
Pediram explicações ao professor./Pediram-lhe explicações.
Pediram explicação aos professores./Pediram-lhes explicação.
Os pronomes me, te, se, nos e vos tanto podem exercer a função de objeto direto como de
objeto indireto. Nesses casos, é fundamental observar a transitividade verbal:
VTDI OI OD
Pediram-me explicações.
VTD OD
Receberam-me muito bem.
Os pronomes oblíquos átonos em função de objeto indireto não são precedidos de preposição;
já os pronomes tônicos sempre aparecem precedidos de preposição:
VTDI OI OD
Entreguei-lhe a chave.
VTDI OD OI
Entreguei a chave a ela.

TOME NOTA
Pronome tônico na função de objeto sem preposição?
Os pronomes ele, eles, ela e elas podem ser empregados como sujeito ou como complemento verbal. A gramática normativa prescre-
ve que esses pronomes, quando empregados como complemento verbal, por serem tônicos, devem ser precedidos de preposição. No
entanto, é cada vez mais comum (tanto em textos falados como em textos escritos) o emprego do pronome tônico da terceira pessoa
na função de objeto direto, sem preposição. É o que faz Calvin na tira a seguir.
Referindo-se a Papai Noel, Calvin afirma:

2002 BILL WATTERSON/ DIST. BY


ATLANTIC SYNDICATION/UNIVERSAL
UCLICK
“Isso é pra colocar ele na defensiva [...]”.
O verbo colocar, nesse caso, é um ver-
bo transitivo, isto é, seu sentido transita e
exige um objeto direto e um circunstan-
cial (colocar algo ou alguém em algum
lugar ou em alguma situação); o objeto
direto aparece representado pelo prono-
me ele. Esse enunciado é equivalente a:
Isso é pra colocá-lo na defensiva [...]. WATTERSON, Bill. O melhor de Calvin. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 21 dez. 2002. p. D2.

Objetos representados por orações


No período composto, uma oração inteira pode funcionar como objeto: trata-se de uma ora-
ção subordinada (é termo de uma oração principal) substantiva (tem valor de substantivo) obje-
tiva direta ou indireta (exerce a função de objeto direto ou objeto indireto).
ORAÇÃO PRINCIPAL ORAÇÃO OBJETIVA DIRETA

Hagar achou que não ia dar certo.


sujeito verbo objeto direto representado
por oração subordinada

ORAÇÃO PRINCIPAL ORAÇÃO OBJETIVA INDIRETA

Hagar lembrou-se de que precisava de um subchefe.


sujeito verbo objeto indireto representado
por oração subordinada

Nesses casos, as orações subordinadas substantivas objetivas direta e indireta completam o


sentido do verbo da oração principal, tal como o fazem os objetos direto e indireto.

20 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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Veja, no Guia do Professor, as respostas da
“Tarefa para casa”. TAREFA PARA CASA
As respostas encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR 4 (UFMS) Leia o fragmento do poema “Canção do vento e da mi-
nha vida”, de Manuel Bandeira, e responda à questão a seguir.

1 (UFPI) O vento varria as folhas,


O vento varria os frutos,
[...] O vento varria as flores...
De tudo quanto foi meu passo caprichoso E a minha vida ficava
na vida, restará, pois o resto se esfuma, Cada vez mais cheia
uma pedra que havia em meio do caminho. De frutos, de flores, de folhas.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Legado.
Tanto o verbo varrer quanto o adjetivo cheia regem com-
Marque a opção que analisa corretamente a função sintática
plementos. Observe a presença ou a ausência de preposição
de uma pedra.
nesses dois casos e some os valores das alternativas corretas.
a) Aposto.
(01) Varrer é um verbo transitivo indireto, o que pressupõe
b) Sujeito.
uma ação indireta do eu lírico sobre as coisas que o
c) Objeto direto.
circundam.
d) Objeto indireto.
(02) O termo vento é sujeito do verbo varrer, que se liga
e) Predicativo do sujeito.
diretamente aos seus complementos.
2 (UFRJ) Leia os versos abaixo da música “Asa branca” e atente (04) O valor semântico da preposição de em “cheia de [...]” é
para os termos destacados. o de qualidade, caráter.
I (08) Os complementos do adjetivo cheia – frutos, flores,
Entonce, eu disse: “Adeus, Rosinha, folhas –, ligados a ele com o auxílio da preposição de,
Guarda contigo meu coração”. exercem a função sintática de complemento nominal.
II (16) A função sintática dos complementos do verbo varrer é
Eu te asseguro, num chore, não, viu! a de objeto indireto.
Que eu voltarei, viu, meu coração.
Leia o texto a seguir para responder à questão 5.
Considerando a função sintática e o valor semântico dos ter-
mos destacados em I e em II, é correto afirmar que: Amor e outros males
a) os termos, em I e em II, são objeto direto, e ambos devem Uma delicada leitora me escreve: não gostou de uma
ser entendidos no sentido denotativo. crônica minha de outro dia, sobre dois amantes que se
b) o termo em I é sujeito e em II é aposto, e ambos devem mataram. Pouca gente ou ninguém gostou dessa crônica;
ser entendidos no sentido denotativo. paciência. Mas o que a leitora estranha é que o cronista
c) o termo em I é sujeito e em II é aposto, e ambos devem “qualifique o amor, o principal sentimento da humanida-
ser entendidos como uma metáfora. de, de coisa tão incômoda”. E diz mais: “Não é possível
d) o termo em I é objeto direto e em II é sujeito, e ambos que o senhor não ame, e que, amando, julgue um senti-
devem ser entendidos como uma metáfora. mento de tal grandeza incômodo”.
e) o termo em I é objeto direto e em II é vocativo, e ambos Não, minha senhora, não amo ninguém; o coração está
devem ser entendidos como uma metáfora. velho e cansado. Mas a lembrança que tenho de meu último
amor, anos atrás, foi exatamente isso que me inspirou esse
3 (FMU-SP) Observe os termos destacados: vulgar adjetivo – “incômodo”. Na época eu usaria talvez ad-
Passei o dia à toa, à toa.
A GRAMÁTICA DOS TEXTOS
jetivo mais bonito, pois o amor, ainda que infeliz, era grande;
Passei a vida à toa, à toa. mas é uma das tristes coisas desta vida sentir que um grande
Tais termos exercem: amor pode deixar apenas uma lembrança mesquinha; daque-
a) a mesma função sintática: sujeito do verbo passar. le ficou apenas esse adjetivo, que a aborreceu.
b) a mesma função sintática: objeto direto do verbo passar. Não sei se vale a pena lhe contar que a minha ama-
c) a mesma função sintática: adjunto adverbial de modo. da era linda; não, não a descreverei, porque só de revê-
d) funções sintáticas diferentes: o primeiro é adjunto adver- -la em pensamento alguma coisa dói dentro de mim.
bial; o segundo, sujeito. Era linda, inteligente, pura e sensível – e não me tinha,
e) funções sintáticas diferentes: o primeiro é objeto direto; o nem de longe, amor algum; apenas uma leve amizade,
segundo, sujeito do verbo passar. igual a muitas outras e inferior a várias.

O sintagma nominal e o sintagma verbal 21

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A história acaba aqui; é, como vê, uma história ter- 7 (FGV-SP) Em cada uma das alternativas abaixo está destacado
rivelmente sem graça, e que eu poderia ter contado em um termo iniciado por preposição. Assinale a alternativa em
uma só frase. Mas o pior é que não foi curta. Durou, que esse termo não é objeto indireto.
doeu e – perdoe, minha delicada leitora – incomodou.
a) O rapaz aludiu às histórias passadas, quando nossa bela
Eu andava pela rua e sua lembrança era alguma coisa
Eugênia ainda era praticamente uma criança.
encostada em minha cara, travesseiro no ar; era um terceiro
braço que me faltava, e doía um pouco; era uma gravata que b) Quando voltei da Romênia, o Brasil todo assistia à novela
me enforcava devagar, suspensa de uma nuvem. A senhora da Globo, todos os dias.
acharia exagerado se eu lhe dissesse que aquele amor era uma c) Quem disse a Joaquina que as batatas deveriam cozer-se
cruz que eu carregava o dia inteiro e à qual eu dormia prega- devagar?
do; então serei mais modesto e mais prosaico dizendo que era d) Com a aterrissagem, o aviador logo transmitiu ao público
como um mau jeito no pescoço que de vez em quando doía a melhor das impressões.
como bursite. Eu já tive um mês de bursite, minha senhora; e) Foi fiel à lei durante todos os anos que passou nos Açores.
dói de se dar guinchos, de se ter vontade de saltar pela janela.
Pois que venha outra bursite, mas não volte nunca um amor 8 (PUC-PR) Observe a frase que segue: “Não posso lhe garantir
como aquele. Bursite é uma dor burra, que dói, dói, mesmo, que todos estarão presentes à sua festa de formatura”.
e vai doendo; a dor do amor tem de repente uma doçura, um Do enunciado acima, pode-se afirmar que a parte destacada
instante de sonho que mesmo sabendo que não se tem espe- desempenha a função de:
rança alguma a gente fica sonhando, como um menino bobo a) sujeito de posso.
que vai andando distraído e de repente dá uma topada numa b) objeto direto de posso.
pedra. E a angústia lenta de quem parece que está morrendo c) objeto indireto de posso.
afogado no ar, e o humilde sentimento de ridículo e de impo- d) objeto direto de garantir.
tência, e o desânimo que às vezes invade o corpo e a alma, e e) objeto indireto de garantir.
a “vontade de chorar e de morrer”, de que fala o samba?
Por favor, minha delicada leitora; se, pelo que escrevo, 9 (PUC-PR) Assinale a alternativa em que o pronome colocado
me tem alguma estima, por favor: me deseje uma boa bursite. entre parênteses não preenche corretamente a lacuna.
Rubem Braga
a) O mal-entendido aborreceu demais. (os)
5 (UEPG-PR – Adaptada) Estão corretas as afirmações: b) Não fiquem preocupados: nós ajudaremos. (lhes)
(01) Na frase “Eu já tive um mês de bursite, minha senhora”, a c) Na verdade, em muito pouco ajudaríamos. (as)
vírgula separa um aposto. d) Admiro a dedicação para com o irmão. (lhe)
(02) Em “a leitora estranha é que o cronista qualifique o amor, o e) Posso dizer que ainda não conheço bem. (a)
principal sentimento da humanidade, de coisa tão incômo-
da”, a expressão “o principal sentimento da humanidade”, PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
empregada em referência ao amor, constitui um aposto.
(04) Na oração “Pois que venha outra bursite”, o sintagma ou- 1 (FGV-SP) Na frase “A sensação direta da água nos pés lhe anun-
tra bursite é um objeto direto, complemento do verbo ciava que era hora de matar a sede [...]”, ocorre o pronome lhe.
“vir”, sendo que o sujeito está indeterminado.
É possível alterar a posição desse pronome, transformando
(08) Em “se eu lhe dissesse que aquele amor era uma cruz
o período em “A sensação direta da água nos pés anunciava
que eu carregava o dia inteiro”, o verbo destacado se
que era hora de matar-lhe a sede [...]”. Feita a transformação,
contextualiza como transitivo direto e indireto. pergunta-se: que implicação ela traz à frase?
(16) Em “uma história terrivelmente sem graça”, a locução
destacada tem valor de adjetivo. 2 (UnB-DF)
Ajustou, na medida, umas talas de cálamo exatas,
6 (Ufscar-SP) A oração “Vasculhou os bolsos o loiro sueco”, ex-
E, do dorso através e da pele, enfiou no quelônio
traída de Gabriela, cravo e canela, obra de Jorge Amado, com
E, conforme pensava, uma pele de boi esticou
a substituição do complemento verbal por um pronome
E dois braços extremos dispôs, por travessa ajuntados.
oblíquo, equivale a:
Sete cordas de tripa de ovelha estendeu harmoniosas.
a) Vasculhou-o os bolsos. Ao depois de fazê-lo, tomou do amorável brinquedo
b) Vasculhou-se o loiro sueco. E co’um plectro uma a uma provou cada corda, aos seus dedos
c) Vasculhou-lhe os bolsos. Ressoava tremenda.
d) Vasculhou-lhes o loiro sueco. HOMERO. Hinos homéricos. Hino a Hermes, v. 44-53. Introdução e
e) Vasculhou-os o loiro sueco. tradução de Jair Gramacho. Brasília: UnB, 2003.

22 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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Com referência ao texto anterior, julgue o item a seguir como — Fooooi.
correto ou incorreto: Continuariam até um se cansar e tapar o ouvido para
No verso “Ao depois de fazê-lo, tomou do amorável brinque- ficar com a última palavra, se Diana não tivesse tido a
do” (v. 6), o emprego do complemento iniciado por preposição habilidade de se retirar logo que percebeu a dízima. Com
exemplifica recurso estilístico que não altera a transitividade da o pedacinho final do marmelo entre os dedos ela chegou-
forma verbal “tomou”. -se mais perto do irmão e disse:
— Gi! Matando louva-deus! Olhe o castigo!
3 (Uerj)
— Eu estou matando, estou?
m
Ene-8 Diálogo da relativa grandeza — Está judiando. Ele morre.
C 5
H-2
Sentado no monte de lenha, as pernas abertas, os co- — Eu estou judiando?
tovelos nos joelhos, Doril examinava um louva-deus pou- — Amolar um bicho tão pequenininho é o mesmo
sado nas costas da mão. Ele queria que o bichinho voasse, que judiar.
ou pulasse, mas o bichinho estava muito à vontade, vai ver Doril não disse mais nada, qualquer coisa que ele dis-
que dormindo – ou pensando? Doril tocava-o com a unha sesse ela aproveitaria para outra acusação.
do dedo menor e ele nem nada, não dava confiança, pare- Era difícil tapar a boca de Diana, ô menina renitente.
ce que nem sentia; se Doril não visse o leve pulsar de fole Ele preferiu continuar olhando o louva-deus. Soprou-o de
do pescoço – e só olhando bem é que se via – era capaz de leve, ele encolheu-se e vergou o corpo para o lado do so-
dizer que o pobrezinho estava morto, ou então que era um pro, como faz uma pessoa na ventania. O louva-deus esta-
grilo de brinquedo, desses que as moças pregam no vesti- va no meio de uma tempestade de vento, dessas que der-
do para enfeitar. rubam árvores e arrancam telhados e podem até levantar
Entretido com o louva-deus, Doril não viu Diana che- uma pessoa do chão. Doril era a força que mandava a tem-
gar comendo um marmelo, fruta azeda enjoada que só pestade e que podia pará-la quando quisesse. Então ele era
serve para ranger os dentes. Ela parou perto do monte de Deus? Será que as nossas tempestades também são brinca-
lenha e ficou descascando o marmelo com os dentes mas deira? Será que quem manda elas olha para nós como Do-
sem jogar a casca fora, não queria perder nada. Quando
ril estava olhando para o louva-deus? Será que somos pe-
ela já tinha comido um bom pedaço da parte de cima e
quenos para ele como um gafanhoto é pequeno para nós,
nada de Doril ligar, ela cuspiu fora um pedaço de miolo
ou menores ainda? De que tamanho, comparando – do de
com semente e falou:
formiga? De piolho de galinha? Qual será o nosso tamanho
— Está direitinho um macaco em galho de pau.
mesmo, verdadeiro?
Doril olhou só com os olhos e revidou:
VEIGA, José J. A máquina extraviada. Rio de Janeiro: Prelo, 1968.
— Macaco é quem fala. Está até comendo banana.
— Marmelo é banana, besta?
GLOSSÁRIO

— Não é mas serve. fole:


Ficaram calados, cada um pensando por seu lado. papo.
Diana cuspiu mais um caroço. dízima:
— Sabe aquele livro de história que o Mirto ganhou? refere-se à dizíma periódica, algo sem fim.
— Que Mirto, seu. É Milllton. Mania! judiar:
— Mas sabe? Eu vou ganhar um igual. Tia Jura vai maltratar.
mindar. renitente:
— Não é mindar. É me-dar. Mas não é vantagem. teimosa.
— Não é vantagem? É muita vantagem.
— Você já não leu o de Milton? Observe que, nos fragmentos abaixo, os pronomes o e elas
— Li mas quero ter. Pra guardar e ler de novo. desempenham a mesma função sintática: objeto direto.
— Vantagem é ganhar outro. Diferente.
A GRAMÁTICA DOS TEXTOS
— Deferente eu não quero. Pode não ser bom. a) Soprou-o de leve, ele encolheu-se e vergou o corpo para
— Como foi que você disse? Diz de novo? o lado do sopro, como faz uma pessoa na ventania.
— Já disse uma vez, chega. b) Será que quem manda elas olha para nós como Doril es-
— Você disse deferente. tava olhando para o louva-deus?
— Foi não. Explique a diferença de formas entre os pronomes, com
— Foi. Eu ouvi. base na diversidade de usos da língua. Reescreva integral-
— Foi não. mente cada construção, de modo que o item a passe a ter
— Foi. a forma característica de b, e b passe a ter a forma carac-
— Foi não. terística de a.

O sintagma nominal e o sintagma verbal 23

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4 (Ufal) (2) Os complementos dos verbos transitivos indiretos
recebem o nome de objeto indireto (isto é, complemento
Quando lhe pedi que ela fosse comigo ao mercado, ela rea-
encabeçado por preposição necessária).
giu como se eu lhe tivesse feito uma proposta absurda.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 9. ed. São Paulo:
a) Transcreva do texto a oração que exerce a função de um Companhia Editora Nacional, 1964. p. 254.
objeto direto. Entendendo necessária como “requerida pela intenção co-
b) Transponha para a voz passiva a oração “como se lhe tives-
municativa do emissor” e dadas as frases
se feito uma proposta absurda”.
(1) “Comi do bolo de aniversário” e “Comi o bolo de aniversário”
5 (UFV-MG) Bechara afirma: (2) “Obedeço a meus superiores” e “Obedeço meus superiores”,
(1) Os complementos dos verbos transitivos diretos analise os complementos em (1) e (2) e mostre em que os
recebem o nome de objeto direto (isto é, complemento não exemplos contradizem Bechara nas suas explicações entre
encabeçado por preposição necessária). parênteses.

O ADJUNTO ADVERBIAL
Como surgiu o tae
kwon do? Adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância do verbo ou intensifica
e modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de outro advérbio. Veja:
A origem deste esporte sujeito predicado
milenar está ligada à histó-
ria da Coreia. No século Atleta baiano garante pódio no Grand Slam de Taekwondo
I a.C., a península coreana núcleo verbo objeto locução adverbial
do suj. transitivo direto (indica lugar)
era ocupada por três reinos direto circunstância ligada ao verbo
rivais: Goguryeo, no norte, A Tarde. Vitória, 17 fev. 2014. Disponível em: <http://atarde.uol.com.br/esportes/
Silla, no sudeste, e Baekje, vitoria/materias/1569558- atleta-baiano-garante-podio-no-
no oeste. Para ensinar os jo- grand-slam-de-taekwondo>. Acesso em: 5 dez. 2014.
vens de Goguryeo a lutar Nessa frase, o sintagma destacado modifica o verbo, indicando uma circunstância de lugar (no
sem armas, foram criadas Grand Slam de Taekwondo, ou seja, no torneio de tae kwon do).
técnicas como o taekkyeon. Nas frases a seguir, observe a que classes de palavras podem se ligar um mesmo adjunto adver-
Além de usar os pés com bial, indicando intensidade:
rapidez e precisão, os alu-
nos eram instruídos em his- O atleta se prepara muito antes de participar de um campeonato.
verbo
tória, filosofia e esportes a
cavalo. Ao longo do proces- É muito forte a saúde de um atleta?
adjetivo
so de fusão dos três reinos,
finalizado no século VII, os O sucesso pode estar muito próximo dos que levam os treinos a sério.
advérbio
moradores de Silla acres-
centaram à arte marcial o Nesses exemplos, o termo muito intensifica o sentido de um verbo (preparar), de um adjetivo
uso das mãos como defesa. (forte) e de um advérbio (próximo) e não sofre flexão de gênero nem de número.
Surgia assim o tae kwon do,
que significa “caminho dos Morfossintaxe do adjunto adverbial
pés e das mãos”. Com o iní-
cio da Guerra da Coreia, No período simples, os adjuntos adverbiais são representados por advérbios ou locuções
nos anos 1950, o governo adverbiais:
do sul reorganizou a luta e Horário de verão termina amanhã, à meia-noite
advérbio locução adverbial
deu a ela sua versão moder- de tempo de tempo
na, que seria transformada Bem Paraná. Curitiba, 14 fev. 2014. Disponível em: <www.bemparana.com.br
em esporte olímpico nos /noticia/304590/horario-de-verao-termina-amanha-a-meia-noite>.
Jogos de Sydney, em 2000. Acesso em: 15 fev. 2014.
Disponível em: <http://
mundoestranho.abril.com.br/ Parar de fumar deixa a pessoa mais feliz, diz estudo
materia/como-surgiu-o-tae-kwon- advérbio de
do>. Acesso em: 11 dez. 2014. intensidade
Adaptado.
Região Noroeste. Disponível em: <www.regiaonoroeste.com/portal/
materias.php?id=55003>. Acesso em: 15 fev. 2014.

24 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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No período composto, uma oração inteira pode funcionar como adjunto adverbial: trata-se de
uma oração subordinada (é termo de uma oração principal) adverbial (tem valor de advérbio).
ORAÇÃO PRINCIPAL ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL FINAL

Jaqueline tem reunião na próxima semana para acertar volta ao Osasco


locução adverbial (tempo) adjunto adverbial representado por oração subordinada
Globo Esporte. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2014/02/
jaqueline-tem-reuniao-na-proxima-semana-para-acertar-volta-ao-osasco.html>.
Acesso em: 5 dez. 2014.

ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL TEMPORAL ORAÇÃO PRINCIPAL

Antes de chegar à Toca da Raposa, Willian Farias se despede da torcida do Coritiba

MARCOS GUILHERME/ARQUIVO DA EDITORA


adjunto adverbial representado por oração subordinada

Superesportes. Disponível em: <www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/


futebol/cruzeiro/2014/02/20/noticia_cruzeiro,277139/antes-de-chegar-
a-toca-da-raposa-willian-farias-se-despede-da-torcida-do-coritiba.shtml>.
Acesso em: 5 dez. 2014.

O AGENTE DA PASSIVA
Agente da passiva é um termo que só aparece em orações cujo verbo está na voz passiva
analítica (verbo auxiliar + particípio do verbo principal, ou seja, o que exprime o fato). Designa
o ser que pratica a ação do verbo (daí ser chamado de “agente”) e vem sempre antecedido
por preposição. Na voz passiva, o sujeito da frase é o ser que sofre a ação (daí ser chamado de
“paciente”):

O poeta é estimado de todos.


sujeito voz passiva agente da passiva

A cidade será inundada pelo rio.


sujeito voz passiva agente da passiva

O homem foi corrompido pela sociedade.


sujeito voz passiva agente da passiva

É interessante notar a diferença que há entre o agente da passiva e o sujeito paciente. O agente
da passiva é o ser que pratica a ação e não pode ser confundido com o sujeito, que é o ser sobre o
qual se declara algo. Para compreender melhor a diferença, é só passar uma oração da voz ativa para www.ser.com.br
a passiva (ou vice-versa): o sujeito da voz ativa passa a ser o agente da passiva; o objeto direto da voz Acesse o portal e explore o con-
ativa passa a ser o sujeito da passiva. Mudam a função sintática e a forma de exprimir o fato, mas não teúdo Vozes verbais.
muda o fato em si: quem pratica a ação, pratica-a tanto na voz passiva como na ativa; quem sofre a
ação, sofre-a tanto na voz ativa como na passiva. Veja:
voz ativa → O homem capturou o animal.
sujeito objeto direto

voz passiva → O animal foi capturado pelo homem.


sujeito paciente agente da passiva

A GRAMÁTICA DOS TEXTOS


Morfossintaxe do agente da passiva
Nas duas orações anteriores, o capturado é sempre o animal!
Como o agente da passiva é o ser que pratica a ação, ele será sempre representado por um
substantivo ou por palavra com valor de substantivo. Trata-se, portanto, de outro caso de função
substantiva da oração. Veja alguns exemplos:
Eddie Sortudo foi chamado por Hagar e Helga. (agente da passiva representado por substantivos, núcleos do SNp)
Eddie Sortudo foi chamado por eles. (agente da passiva representado por pronome substantivo, núcleo do SNp)
Eddie Sortudo foi chamado pelos dois. (agente da passiva representado por numeral substantivo, núcleo do SNp)

O sintagma nominal e o sintagma verbal 25

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Agentes da passiva representados por orações

LATINSTOCK/WORLDSAT INTERNATIONAL/
SCIENCE PHOTO LIBRARY/SPL
No período composto, uma oração inteira pode funcionar como agente da passiva; trata-se de
uma oração subordinada (é termo de uma oração principal) substantiva (tem valor de substanti-
vo) agente da passiva (exerce a função de agente da passiva).
ORAÇÃO PRINCIPAL ORAÇÃO COM FUNÇÃO DE AGENTE DA PASSIVA

Eddie Sortudo foi chamado por quantos moravam na Escandinávia.


sujeito verbo na passiva agente da passiva representado por oração subordinada

ORAÇÃO PRINCIPAL ORAÇÃO COM FUNÇÃO DE AGENTE DA PASSIVA

Eddie Sortudo foi chamado por quem era amigo.


sujeito verbo agente da passiva representado
na passiva por oração subordinada
A Escandinávia é uma região da Europa
que abrange a Noruega, a Dinamarca e
a Suécia.

PARA CONSTRUIR

Leia esta notícia: 6 Em sua opinião, por que o jornalista preferiu usar a voz passi-
PlayStation 4 é lançado nos EUA; primeiro compra- m
Ene-7
va para a manchete?
C 4
H-2
dor recebe console autografado Para dar mais destaque ao termo PlayStation 4, assunto da notícia.
O PlayStation 4, novo console da Sony, começou a ser
vendido nesta sexta-feira nos Estados Unidos. Fãs aguar-
davam há dias na fila esperando as lojas abrirem.
Em Nova York, a Sony realizou um evento de lança- 7 Releia a primeira frase do texto observando as construções
mento especial e vendeu seu primeiro videogame a Joey destacadas.
Chiu, 24, morador do Brooklyn. Ele recebeu o PS4 auto- O PlayStation 4, novo console da Sony, começou a ser
grafado por Andrew House, presidente da Sony Computer vendido nesta sexta-feira nos Estados Unidos.
Entertainment Global, e por Jack Tretton, presidente da Qual é a função dos sintagmas destacados e que termo da
Sony Computer Entertainment America. oração eles modificam? Classifique esses sintagmas.
A Sony anunciou no evento, transmitido ao vivo para
Indicam circunstâncias de tempo e de lugar da locução verbal
a televisão nos EUA, um novo jogo da série “Uncharted”,
entre outros títulos. começou a ser vendido. Nesta sexta-feira – adjunto adverbial de
Nos Estados Unidos, o PlayStation 4 custa US$ 400. tempo; nos Estados Unidos – adjunto adverbial de lugar.
No Brasil, o preço será de R$ 3.999, com vendas a partir
de 29 de novembro.
Os jogos do PS4 custarão entre R$ 180 e R$ 200,
semelhantes aos do rival Xbox One. A diferença é que o
console da Microsoft – em pré-venda desde junho – sairá
por quase metade do valor: R$ 2.299.
Folha de S.Paulo. São Paulo, 15 nov. 2013. Disponível em: <www1.folha.
uol.com.br/tec/2013/11/1372076-playstation-4-e-lancado-nos-eua-primeiro-
comprador-recebe-console-autografado.shtml>. Acesso em: 14 dez. 2013. 8 Observe as relações estabelecidas pelo termo elíptico no se-
guinte fragmento:
4 A que público leitor a notícia se destina?
m
Os jogos do PS4 custarão entre R$ 180 e R$ 200, seme-
Ene-7 Aos leitores do jornal interessados em jogos eletrônicos.
C 3
H2
- lhantes aos do rival Xbox One.
Identifique esse termo elíptico e reescreva a frase explicitan-
5 Embora a primeira parte da manchete esteja na voz passi- do-o.
va, o agente foi omitido. Entretanto, ao ler o texto, é possível O termo é preços. Os jogos do PS4 custarão entre R$ 180 e R$ 200,
perceber quem seria esse agente. Identifique-o e reescreva a semelhantes aos preços do rival Xbox One.
manchete na voz ativa.
Sony lança PlayStation 4 nos EUA.

26 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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9 Releia este trecho: c) Compare o parágrafo na voz passiva com o original. Expli-
Em Nova York, a Sony realizou um evento de lança- m
Ene-7
que que efeito de sentido se obtém com a mudança.
C 2
H-2 Utilizando a voz passiva, o objeto direto (um novo jogo da
mento especial e vendeu seu primeiro videogame a Joey
Chiu, 24, morador do Brooklyn. série “Uncharted”), passa a ser sujeito paciente; o sujeito da

a) Classifique os verbos dessa frase quanto à sua transitividade. voz ativa (Sony) transforma-se em agente da passiva. Com essa

Realizou: transitivo direto; vendeu: transitivo direto e indireto. modificação, dá-se maior ênfase ao jogo, que se torna a principal
informação, aparecendo em primeiro lugar.
b) Identifique os complementos dos verbos e classifique-os
em objeto direto ou objeto indireto. 13 Releia os últimos parágrafos do texto observando o efeito de
Um evento de lançamento especial: objeto direto do verbo sentido das comparações.
realizar; seu primeiro videogame: objeto direto do verbo Nos Estados Unidos, o PlayStation 4 custa US$ 400.
vender; a Joey Chiu: objeto indireto do verbo vender. No Brasil, o preço será de R$ 3.999, com vendas a partir
de 29 de novembro.
10 Identifique no texto palavras usadas como sinônimos para Os jogos do PS4 custarão entre R$ 180 e R$ 200,
substituir o termo PlayStation 4. Qual é a vantagem de alter-
semelhantes aos do rival Xbox One. A diferença é que o
nar o uso dessas palavras na notícia?
console da Microsoft – em pré-venda desde junho – sairá
Console, videogame e PS4. A vantagem é evitar a repetição do por quase metade do valor: R$ 2.299.
termo PlayStation 4. a) Em sua opinião, por que o jornalista optou por colocar
11 Leia o período a seguir: m
Ene-7
lado a lado os preços do videogame no Brasil e nos Esta-
C 3
H-2 dos Unidos? O que essa diferença evidencia para o leitor?
A diferença é que o console da Microsoft – em pré-
A comparação evidencia a diferença entre os preços praticados
-venda desde junho – sairá por quase metade do valor:
R$ 2.299. nos Estados Unidos e no Brasil.

a) Trata-se de um período simples ou composto? Justifique.


Período composto, pois há mais de um verbo: ser e sair. b) Qual pode ser a intenção do jornalista ao comparar os
m
Ene-7
preços dos jogos e dos videogames concorrentes no últi-
C 4
H-2 mo parágrafo?
b) Analisando as relações de concordância, responda: qual é
Mostrar ao leitor diferenças de preço entre os concorrentes.
o objeto direto da forma verbal é?
c) Em termos financeiros, o texto deixa claro que comprar
O objeto direto é a oração que o console da Microsoft – em
m
Ene-7
um dos videogames é mais vantajoso. Qual é esse video-
pré-venda desde junho – sairá por quase metade do valor: C 2
game? Identifique o trecho em que essa vantagem fica
H-2
R$ 2.299. explícita.
O videogame Xbox One, da Microsoft. O trecho é o seguinte:
12 Leia o parágrafo a seguir.
“A diferença é que o console da Microsoft – em pré-venda
A Sony anunciou no evento, transmitido ao vivo para
a televisão nos EUA, um novo jogo da série “Uncharted”, desde junho – sairá por quase metade do valor: R$ 2.299.”
entre outros títulos.
a) Classifique o verbo anunciar quanto à transitividade, d) Você acha que notícias como essa, que comparam preços
identifique e classifique seu complemento. m
Ene-7
de produtos em lançamento, prestam um serviço ao leitor
C 4
O verbo anunciar, nesse caso, é transitivo direto. Seu H-2 ou incentivam o consumismo? Justifique.
complemento é um novo jogo da série “Uncharted” (objeto Resposta pessoal.

A GRAMÁTICA DOS TEXTOS


direto). Comentário: Ajude os alunos a perceber que, embora a notícia
preste um serviço ao leitor, mostrando qual é o produto mais
b) Reescreva o parágrafo, de modo que seja usada a voz
passiva. barato, ela não deixa de incentivar o consumismo, pois não

Um novo jogo da série “Uncharted”, entre outros títulos, foi colabora para a reflexão a respeito da necessidade de se adquirir

anunciado pela Sony no evento, transmitido ao vivo para a tais produtos.


televisão nos EUA.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 11 Para aprimorar: 1 a 6

O sintagma nominal e o sintagma verbal 27

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Veja, no Guia do Professor, as respostas da
“Tarefa para casa”.
TAREFA PARA CASA
As respostas encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

vazia, tudo isso produziu e produz nos alunos uma sadia aver-
PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR
são pela ‘análise lógica’”, a expressão pela análise lógica é:

1 (UFMG) Assinale o item em que a função não corresponde a) adjunto adnominal.


ao termo em destaque. b) agente da passiva.
c) complemento nominal.
a) Comer demais é prejudicial à saúde. – complemento
d) objeto indireto.
nominal
b) Jamais me esquecerei de ti. – objeto indireto 4 (UEPG-PR) No período “O episódio da metrópole apavorada
c) Ele foi cercado de amigos sinceros. – agente da passiva pela penumbra descreve bem a má reputação que as som-
d) Não tens interesse pelos estudos. – complemento nominal bras carregam”, as funções morfossintáticas estão correta-
e) Tinha grande amor à humanidade. – objeto indireto mente analisadas em:
2 (UEPB) (01) Os termos bem e má têm ambos valor adverbial, uma
vez que modificam palavras de idêntica função.
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje
(02) O substantivo metrópole é o nome central, o núcleo
em dia, abre muitas versões possíveis de projeto educa-
significativo, do sujeito de descrever.
tivo e de projeto político e social. É uma bandeira pela
qual temos que reivindicar, e pela qual temos reivindica- (04) Sendo um modificador de verbo, o termo bem tem valor
do há muitos anos, a necessidade de reconhecer que há adverbial.
distinções, grupos, valores distintos, e que a escola deve (08) O relativo que tem função de sujeito na última oração.
adequar-se às necessidades de cada grupo. Porém, o tema (16) O adjetivo má modifica um nome, sendo assim um ad-
da diversidade também pode dar lugar a uma série de junto do nome ou adjunto adnominal.
coisas indesejadas.
5 (UFC-CE) Leia o trecho abaixo do conto “Os moradores do
Diversidade na educação: limites e possibilidades.
Revista Pátio, ano V, n. 20, fev./abr. 2002. p. 29. casarão”, de Moreira Campos.
Adaptado.
Consultando o relógio da parede, que bate as horas
As expressões hoje em dia e há muitos anos exercem: num gemer de ferros, ela chama uma das pretas, para que
( ) a função de adjunto adverbial de tempo, tendo em vis- lhe traga a chaleira com água quente.
ta que semanticamente fazem referência a um tempo Numere a segunda coluna, identificando a função sintática
cronológico. do termo de acordo com a primeira coluna.
( ) funções sintáticas distintas, pois seus circunstantes dife-
( 1 ) adjunto adnominal ( ) num gemer de ferros
rem no contexto em relação ao aspecto do tempo.
( 2 ) adjunto adverbial ( ) da parede
( ) funções sintáticas idênticas, embora seus circunstantes
( ) com água quente
apresentem matizes temporais diferenciados.
( ) funções sintáticas diferentes, pois o sintagma preposi- A sequência correta, de cima para baixo, é:
cional na primeira expressão matiza o tempo propria- a) 2 – 2 – 1.
mente dito, enquanto na segunda apresenta a quantifi- b) 2 – 1 – 1.
cação temporal. c) 2 – 1 – 2.
Analise as proposições acima e assinale V para as verdadeiras d) 1 – 2 – 2.
e F para as falsas. e) 1 – 2 – 1.
Marque a alternativa correta.
6 (Fuvest-SP) Transpondo-se corretamente para a voz ativa
a) V–F–V–F
a oração “para serem instruídos por um astrônomo [...]”,
b) V–V–F–V
obtém-se:
c) F–V–F–V
a) para que sejam instruídos por um astrônomo [...].
d) V–F–F–F
b) para um astrônomo os instruírem [...].
e) F–F–V–F
c) para que um astrônomo lhes instruíssem [...].
3 (FOC-SP) No período: “Falsos conceitos, meia ciência por parte d) para um astrônomo instruí-los [...].
de professores, complicação e pedantismo de nomenclatura e) para que fossem instruídos por um astrônomo [...].

28 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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7 (FGV-SP) Observe as duas frases abaixo. Que diferenças exis- d) Em II, a omissão do agente da passiva acentua o mistério
tem entre elas? em torno da morte do cantor; já em I, o sujeito agente
a) Pega ladrão! esclarece a causa da morte.
b) Pega, ladrão! e) Em I, a opção pela voz ativa produz marcas de subjetivida-
de que revelam um enunciador simpatizante do chavismo.
8 (Ufla-MG) Não está corretamente analisado o seguinte termo
em destaque:
PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR
a) “Ser livre é ampliar a órbita da vida.” (adjunto adnominal)
b) “Por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.” (ad-
junto adverbial) 1 (Fuvest-SP) Leia esta notícia científica:
c) “Ser livre é renunciar à própria condição humana.” (obje- m
Ene-6 Há 1,5 milhão de anos, ancestrais do homem moder-
C 8
to indireto) H-1
no deixaram pegadas quando atravessaram um campo la-
d) “Deve existir nos homens um sentimento profundo.” macento nas proximidades do Ileret, no norte do Quênia.
(objeto direto) Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu
e) “Ser livre – como dizia o famoso conselheiro – é não ser essas marcas recentemente e mostrou que elas são muito
escravo.” (sujeito) parecidas com as do Homo sapiens: o arco do pé é alonga-
9 (Unimep-SP) do, os dedos são curtos, arqueados e alinhados. Também,
o tamanho, a profundidade das pegadas e o espaçamento
I. Ele é muito simpático.
II. Ele trabalha muito pouco. entre elas refletem a altura, o peso e o modo de caminhar
III. Há muito livro interessante. atual. Anteriormente, houve outras descobertas arqueoló-
Muito é: gicas, como as feitas na Tanzânia, em 1978, que revelaram
a) adjunto adverbial em I e II e adjunto adnominal em III. pegadas de 3,7 milhões de anos, mas com uma anatomia
b) adjunto adverbial em I e adjunto adnominal em II e III. semelhante à de macacos. Os pesquisadores acreditam que
c) adjunto adverbial em II e adjunto adnominal em I e III. as marcas recém-descobertas pertenceram ao Homo erectus.
d) adjunto adverbial em I, II e III. Revista Pesquisa FAPESP, n. 157, mar. 2009. Adaptado.
e) adjunto adnominal em I, II e III. No texto, a sequência temporal é estabelecida principalmen-
te pelas expressões:
10 (ESPM-SP) “Quando percebi que o doente expirava, recuei aterra-
do, e dei um grito, mas ninguém me ouviu.” (Machado de Assis) a) “Há 1,5 milhão de anos”; “recentemente” e “anteriormente”.
A função sintática das palavras doente, grito, ninguém e b) “ancestrais”; “moderno” e “proximidades”.
me é, respectivamente: c) “quando atravessaram”; “norte do Quênia” e “houve outras
a) sujeito, objeto direto, objeto direto e objeto indireto. descobertas”.
b) objeto direto, sujeito, objeto direto e sujeito. d) “marcas recém-descobertas”; “em 1978” e “descobertas ar-
c) sujeito, objeto indireto, sujeito e objeto direto. queológicas”.
d) objeto indireto, objeto direto, sujeito e objeto direto. e) “descobriu”; “mostrou” e “acreditam”.
e) sujeito, objeto direto, sujeito e objeto direto.
2 (Unifei-MG) Transforme segundo o modelo.
11 (PUC-SP) Leia estas manchetes: Foi socorrido por amigos. → Amigos o socorreram.
I. Câncer mata Hugo Chávez, líder populista da Venezuela a) Foste ajudado por muitos.
(Folha de S.Paulo, 6 mar. 2013) b) Fomos aconselhados pelos mestres.
II. Chorão é achado morto em apartamento de Pinheiros
(Folha de S.Paulo, 7 mar. 2013) 3 (FGV-SP) Leia o seguinte texto.
Considerando que as vozes verbais abrem um leque de pos- m
Ene-7 A existência de todo grupo social pressupõe a obten-

A GRAMÁTICA DOS TEXTOS


C 2
sibilidades expressivas, é correto afirmar que: H-2
ção de um equilíbrio relativo entre as suas necessidades e
a) Em I, a opção pela voz ativa assume caráter de deboche
ao enfatizar que o poderoso líder foi vencido por uma os recursos do meio físico, requerendo, da parte do grupo,
doença. soluções mais ou menos adequadas e completas, das quais
b) Em II, a construção na voz passiva analítica tem o intuito depende a eficácia e a própria natureza daquele equilíbrio.
de colocar em evidência quem é o agente da ação expres- As soluções, por sua vez, dependem da quantidade e qua-
sa pelo verbo. lidade das necessidades a serem satisfeitas. São estas, por-
c) Em I, a predicação do verbo “matar” não permite, se- tanto, o verdadeiro ponto de partida, todas as vezes que o
gundo a norma-padrão, a transposição para a voz pas- sociólogo aborda o problema das relações do grupo com o
siva analítica. meio físico.

O sintagma nominal e o sintagma verbal 29

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Com efeito, as necessidades têm um duplo caráter ganha de sindicatos do mundo inteiro teria se esfacela-
natural e social, pois, se a sua manifestação primária são do. Provavelmente por isso, diz a revista, salários e be-
impulsos orgânicos, a satisfação destes se dá por meio nefícios tenham crescido apenas 11% desde 2001 nas
de iniciativas humanas que vão se complicando cada empresas privadas dos Estados Unidos, ante 17% nos
vez mais e dependem do grupo para se configurar. Daí cinco anos anteriores.
as próprias necessidades se complicarem e perderem em Você S/A, set. 2005.
parte o caráter estritamente natural, para se tornarem Considere o seguinte trecho do texto:
produtos da sociedade. De tal modo a podermos dizer Em uma recente análise, a revista inglesa The Econo-
que as sociedades se caracterizam, antes de mais nada, mist mostra que a entrada da China, da Índia e da ex-
pela natureza das necessidades de seus grupos, e os re- -União Soviética na economia mundial dobrou a força de
cursos de que dispõem para satisfazê-las.
trabalho.
O equilíbrio social depende em grande parte da
correlação entre as necessidades e sua satisfação. E, sob Redija duas novas versões desse trecho, adotando a voz
este ponto de vista, as situações de crise aparecem como passiva,
dificuldade, ou impossibilidade de correlacioná-las. a) com agente da passiva expresso em todo o trecho;
CANDIDO, Antonio. Os parceiros do Rio Bonito. b) empregando pronome apassivador somente na passa-
a) Segundo o texto, as necessidades dos grupos sociais gem “Em uma recente análise, a revista inglesa The Econo-
têm um “duplo caráter”. O que distingue um caráter do mist mostra [...]”.
outro?
b) Atenda ao que se pede: 6 (Fuvest-SP)
b1) O referente dos pronomes destacados em “satisfazê- Sou um ignorante, um pobre homem de cidade. Mas
-las” e “correlacioná-las” é o mesmo? Explique. eu tinha razão. Ele cresceu, está com dois metros, lança
b2) Reescreva a frase “todas as vezes que o sociólogo as suas folhas além do muro – e é um esplêndido pé de
aborda o problema das relações do grupo com o milho. Já viu o leitor um pé de milho? Eu nunca tinha
meio físico”, pondo o verbo na voz passiva. visto. Tinha visto centenas de milharais – mas é diferen-
te. Um pé de milho sozinho, em um canteiro, espremido,
4 (Fuvest-SP) Décadas atrás, vozes bem afinadas cantavam no junto do portão, numa esquina de rua – não é um núme-
rádio esta singela quadrinha de propaganda: ro numa lavoura, é um ser vivo e independente. Suas
As rosas desabrocham raízes roxas se agarram no chão e suas folhas longas e
Com a luz do sol, verdes nunca estão imóveis. Detesto comparações surrea-
E a beleza das mulheres listas – mas na glória de seu crescimento, tal como o vi
Com o creme Rugol. em uma noite de luar, o pé de milho parecia um cavalo
Os versos nunca fizeram inveja a Camões, mas eram empinado, as crinas ao vento – e em outra madrugada
bonitinhos. E sabe-se lá quantas senhoras não foram atrás parecia um galo cantando.
do creme Rugol para se sentirem novinhas em folha, rosas Anteontem aconteceu o que era inevitável, mas que
resplandecentes. nos encantou como se fosse inesperado: meu pé de milho
Quintino Miranda
pendoou. Há muitas flores belas no mundo, e a flor de
a) Reescreva o primeiro parágrafo do texto, substituindo milho não será a mais linda. Mas aquele pendão firme,
“Décadas atrás” por “Ainda hoje” e transpondo a forma ver- vertical, beijado pelo vento do mar, veio enriquecer nos-
bal para a voz passiva. Faça as adaptações necessárias. so canteirinho vulgar com uma força e uma alegria que
b) Que expressões da quadrinha justificam o emprego de fazem bem. É alguma coisa de vivo que se afirma com
novinhas em folha e de resplandecentes no comentá- ímpeto e certeza. Meu pé de milho é um belo gesto da
rio feito pelo autor do texto? terra. E eu não sou mais um medíocre homem que vive
atrás de uma chata máquina de escrever: sou um rico
5 (FGV-SP) lavrador da Rua Júlio de Castilhos.
A China detonou uma bomba e pouca gente perce- Rubem Braga, dez. 1945.
beu o estrago que ela causou. Assim que abriu as portas [...] como o vi em uma noite de luar [...]
para as multinacionais oferecendo mão de obra e custos
muito baratos, o país enfraqueceu as relações de traba- a) Reescreva, na voz passiva, a oração transcrita, sem des-
lho no mundo. Em uma recente análise, a revista ingle- prezar nenhum dos componentes sintáticos que lhe
sa The Economist mostra que a entrada da China, da dão forma.
Índia e da ex-União Soviética na economia mundial b) Indique a função sintática do pronome de 3a pessoa na
dobrou a força de trabalho. Com isso, o poder de bar- frase original e na transformada.

30 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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O OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO
Ele tinha que dar uma entrevista a Clarice Lispector para a Manchete, e

URBANBUZZ/SHUTTERSTOCK/
convidou a mim e a Cecília para ir com ele. Fomos no fusquinha azul-claro
do Tom.

GLOW IMAGES
Disponível em: <marieclaire.globo.com/edic/ed116/rep_inspiracao2.htm>. Acesso em: 21 jan. 2013.

Como vimos anteriormente, o uso da preposição é obrigatório, segundo a gramá-


tica normativa, quando o objeto direto estiver representado por um pronome pessoal
oblíquo tônico – embora seja comum a omissão da preposição com os pronomes tô-
nicos da terceira pessoa.
Mas esse não é o único caso em que ocorre um objeto direto preposicionado. Quando o objeto
direto é constituído de substantivo próprio, a preposição pode anteceder o objeto em função do
realce (desde que não haja outro termo precedido de preposição):
quem convida, convida alguém
convidou a mim e a Cecília
OD OD

Em alguns casos, o objeto direto pode vir precedido de preposição para evitar ambiguidade. Observe:
O tigre o caçador matou.
Otelo Iago enganou.
A não ser que se conhecesse o acontecido, não se poderia dizer com certeza quem praticou a
ação e sobre quem ela recaiu. Assim, em função da clareza, mesmo quando se segue a ordem con-
vencional (sujeito + verbo + objeto), o objeto direto pode vir precedido de preposição. Veja agora:
Ao tigre matou o caçador.
A Otelo Iago enganou.
Cabe lembrar que o sujeito nunca vem precedido de preposição.

O OBJETO PLEONÁSTICO
DANUSSA/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES

Título de artigo de Segismundo Gontijo, publicado no ADV Advocacia Dinâmica.


Boletim Informativo Semanal, v. 23, n. 39. Disponível em:
<www.gontijo-familia.adv.br/mulheres-entende-
las-quem-ha-de>. Acesso em: 5 dez. 2014.

Numa construção mais simples e na ordem direta, o enunciado acima ficaria assim:

Quem há de entender as mulheres?

A GRAMÁTICA DOS TEXTOS


Nesse caso, como se pode perceber, a ênfase recairia no pronome interrogativo quem. No entanto,
o enunciador optou por uma construção que valoriza o elemento mulheres e o verbo entender; para
isso, iniciou o enunciado com o objeto direto, retomado, logo em seguida, pelo pronome oblíquo as
(las). Por ser uma redundância, esse objeto é chamado de pleonástico. O objeto pleonástico pode
ocorrer tanto com o objeto direto como com o indireto. É interessante perceber que, na segunda vez em
que aparece, o objeto é sempre representado por um pronome; quando representado por substantivo
e antecedendo o verbo, o objeto vem marcado por pausa (vírgula, na escrita):
O troféu, ganharam-no com louvor. Aos aposentados, recusa-lhes o benefício!
OD OD OI OI

O sintagma nominal e o sintagma verbal 31

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O AGENTE DA PASSIVA: UMA QUESTÃO DE REALCE

FÁBIO GUINALZ/FOTO ARENA


A atriz Denise Fraga.

Um amor correspondido
A carioca Denise Fraga conquistou São Paulo e foi conquistada pela cidade: nem pensar
em voltar ao Rio.
Revista Já. Diário de São Paulo. São Paulo, n. 376, ano 8, 18 jan. 2004. p. 3.
VEJA O FILME
A opção pelo emprego da voz passiva no lugar da ativa, muitas vezes, deve-se à ênfase ou ao realce
Matrix, de Lana e Andy que se quer dar ao sujeito paciente. O enunciado acima é constituído por duas orações coordenadas:
Wachowski. EUA/Austrália,
A carioca Denise Fraga conquistou São Paulo e foi conquistada pela cidade.
1999. (136 min.)
Primeiro filme da trilogia em que Na primeira oração, na voz ativa, “A carioca Denise Fraga” é o sujeito agente, que, na segunda,
Neo (Keanu Reeves), um progra- vira sujeito paciente. Ao optar por essa construção, o enunciador mantém o foco no sujeito anterior,
mador de computadores, desco- além de se expressar com concisão.
bre que o mundo e as pessoas Compare a redação original com a seguinte:
estão presos a um gigantesco sis- A carioca Denise Fraga conquistou São Paulo e São Paulo a conquistou.
tema computacional inteligente e
artificial que controla a realidade e Com as duas orações na voz ativa, o sentido é o mesmo, mas a ênfase fica dividida entre os
usa o cérebro e o corpo das pes- dois sujeitos agentes (A carioca Denise Fraga e São Paulo) e o período perde elegância do ponto
soas para produzir energia. Sua de vista estilístico.
missão passa a ser, então, destruir
a Matrix e devolver a liberdade A OMISSÃO DO AGENTE DA PASSIVA: UM CASO DE
e a realidade às pessoas. Os dois
outros filmes da trilogia são Matrix INDETERMINAÇÃO
reloaded e Matrix revolution, am- Vamos ver agora outro tipo de construção com agente da passiva. Leia o fragmento a seguir.
bos de 2003.
Nos bastidores do cinema, comenta-se que, ainda na surdina, os irmãos Andy e Lana
DIVULGAÇÃO/ARQUIVO DA EDITORA

Wachowski estão escrevendo uma nova trilogia para Matrix.


GCN. Franca, 3 mar. 2014.
Disponível em: <www.gcn.net.br/noticia/243187/artes/
2014/03/sucesso-matrix-pode-ganhar-nova-trilogia-no-cinema>. Acesso em: 5 dez. 2014.
Nesse enunciado, há um verbo na terceira pessoa do singular com a partícula se, porém seu
sujeito está explícito: “que, ainda na surdina, os irmãos Andy e Lana Wachowski estão escrevendo
uma nova trilogia para Matrix”. Logo, percebemos que se trata de uma construção na voz passiva
(“isso” é comentado) e que o sujeito é paciente. Na voz ativa, teríamos:
Comentam que, ainda na surdina, os irmãos Andy e Lana Wachowski [...].
Ou seja, comentam isso. O sujeito da voz passiva transforma-se em objeto direto da voz ativa.
Mas, nos dois casos, resta uma questão: quem pratica a ação de comentar? O agente continua
desconhecido. Isso ocorre porque não se sabe ou não se quer revelar o autor do comentário.
Da mesma forma que existe sujeito indeterminado, em algumas construções, é o agente da
passiva que fica indeterminado.

32 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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BRIAN A JACKSON/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
A PONTUAÇÃO E O ADJUNTO ADVERBIAL
A ordem convencional do adjunto adverbial é ao lado do verbo ao qual acres-
centa alguma informação, sem necessidade do uso de sinais de pontuação. No en-
tanto, quando deslocado, para preservar a compreensão da frase, pode vir separado
por vírgula.
Um exemplo disso é o enunciado abaixo:
Em Nova York, a Sony realizou um evento de lançamento especial e
vendeu seu primeiro videogame a Joey Chiu [...].
Folha de S.Paulo. São Paulo, 15 nov. 2013. Disponível em:
<www1.folha.uol.com.br/tec/2013/11/1372076-playstation-4-e-
lancado-nos-eua-primeiro-comprador-recebe-console-
autografado.shtml>. Acesso em: 14 dez. 2013.
Deslocamentos como esse podem estar relacionados com o estilo, com o realce que se quer dar
ao adjunto adverbial ou com as duas coisas. Entretanto, alguns adjuntos adverbiais, especialmente
os de modo, quando deslocados para o início do enunciado, acrescentam uma informação que se
aplica além do verbo, ou seja, eles modificam a frase como um todo. Observe:

Comercialmente, o lançamento do novo console pode ser um fracasso.

Francamente, o preço praticado no mercado interno não parece justo.


A função desses adjuntos adverbiais é ora contextualizar o enunciado, ora atuar como modali-
zador, apresentando um posicionamento do falante.
Quando o advérbio é de pequena extensão e não interfere nem trunca o fluxo do enunciado,
não vem marcado por pausa e, na escrita, dispensa a pontuação:
Sempre pesquiso os preços antes de comprar.

PARA CONSTRUIR

Leia o texto abaixo, do gaúcho Mario Quintana (1906-1994). Observe o título. Sobre que rituais o poeta escreverá?
Dos rituais
No primeiro contato com os selvagens, que medo nos dá de infringir os rituais, de violar um tabu! É todo um meticuloso
cerimonial, cuja infração eles não nos perdoam.
Eu estava falando nos selvagens? Mas com os civilizados é o mesmo. Ou pior até.
Quando você estiver metido entre grã-finos, é preciso ter muito, muito cuidado: eles são tão primitivos...
QUINTANA, Mario. In: Mario Quintana: prosa & verso.
Porto Alegre: Globo, 1980. p. 122.

MARCOS GUILHERME/ARQUIVO DA EDITORA

A GRAMÁTICA DOS TEXTOS

O sintagma nominal e o sintagma verbal 33

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14 Que tipo de sequência textual predomina no texto? 20 Marque a alternativa em que está corretamente apresentada
a função do adjunto adverbial em “Eles são tão primitivos...”. b
Predominam sequências narrativas.
a) Qualifica um estado expresso pelo adjetivo.
b) Intensifica o conteúdo do adjetivo.
15 Que função desempenha o sintagma que inicia o texto? Que c) Delimita a veracidade da afirmação.
tipo de sintagma é? d) Nega o que é afirmado.
e) Indica o modo como o sujeito pratica a ação.
Trata-se de um sintagma adverbial, na função de adjunto. Comentário:
Destaque a importância da circunstância expressa pelo sintagma 21 Por que, em sua opinião, o autor considera que os grã-finos
adverbial. m
Ene-7
são primitivos? E qual seria a intenção dele ao finalizar o texto
C 3
H2
- com essa afirmação?
Comentário: Espera-se que os alunos percebam que o autor
16 Um dos recursos coesivos é o paralelismo das estruturas gra-
considera os grã-finos primitivos, pois, assim como os selvagens
maticais. Destaque uma passagem em que esse recurso é
(“ou pior até”), não perdoam aqueles que infringem seu meticuloso
empregado.
cerimonial. É possível inferir que a intenção do escritor é apontar a
“[...] que medo nos dá de infringir os rituais, de violar um tabu!”
contradição entre o comportamento e o discurso dos grã-finos
(que, em tese, se consideram civilizados). Ao apontar o apreço dos
17 No segundo parágrafo do texto, há duas frases iniciadas com chamados “civilizados” pelo ritual, ele os aproxima dos considerados
m
Ene-6
conjunções. Que efeito de sentido isso produz? “primitivos” de forma irônica.
C 8
H-1
Comentário: Espera-se que os alunos percebam que o escritor optou
por três períodos simples, e não por uma possível estrutura de
período composto por coordenação; com isso, ganha expressividade
a posição, o contraste da ideia introduzida pela conjunção adversativa
mas e a noção de alternância na oração introduzida pela conjunção
ou. Chamar a atenção para a extensão das frases, que também visa
à expressividade.

18 Ainda pensando na progressividade do texto: 22 Leia a notícia reproduzida a seguir e escolha o título mais
m
Ene-7
adequado para ressaltar o que se indica. a
a) o termo grã-finos recupera que outro termo citado ante- C 4
H-2 Mato Grosso do Sul escolheu o norte do Paraná para
riormente?
apresentar as potencialidades turísticas, como Pantanal e
Civilizados.
Bonito (Serra da Bodoquena). O evento é uma realização
da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, com o
b) a oração adverbial “Quando você estiver metido entre apoio do Sebrae estadual e faz parte das ações de promo-
grã-finos” remete o leitor a que passagem do texto? ção e divulgação nacional e internacional realizadas pelo
Ao sintagma adverbial que abre o texto (ambos indicando uma
governo do Estado.
Correio do Estado. Londrina, 6 jun. 2014. Disponível em: <www.
circunstância temporal: o momento do primeiro contato com correiodoestado.com.br>. Acesso em: 4 jun. 2014.
o ritual de um grupo, seja de selvagens, seja de grã-finos). a) O título “Potencialidades turísticas de MS serão apre-
sentadas em Londrina”, na voz passiva, ressalta o foco da
notícia. Comentário: Esse é o título original da notícia.
b) O título “Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul
19 Qual é o efeito de sentido produzido pela repetição da pala- apresenta potencialidades turísticas de MS”, na voz passi-
vra muito? va, ressalta o foco da notícia.
A repetição produz efeito intensificador. c) O título “O turismo em MS é tema de evento em Londrina”,
na voz passiva, ressalta o foco da notícia.
d) O título “Ações do governo do Estado são promovidas em
Mato Grosso do Sul”, na voz passiva, ressalta o foco da notícia.

TAREFA PARA CASA: Para praticar: 1 a 9 Para aprimorar: 1 a 7

34 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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Veja no Guia do Professor, as
respostas da “Tarefa para casa”. TAREFA PARA CASA
As respostas encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.

PARA
PARA PRATICAR
PRATICAR 4 (Umesp)
[...] E surgia na Bahia o anacoreta sombrio, cabelos cres-
1 (Unifesp) cidos até aos ombros, barba inculta e longa; face escaveirada;
olhar fulgurante; monstruoso, dentro de um hábito azul de
INSTRUÇÃO: Os versos de Gregório de Matos são base para
brim americano; abordoado ao clássico bastão em que se
responder à questão seguinte.
apoia o passo tardo dos peregrinos. É desconhecida a sua
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa: existência durante tão longo período. Um velho caboclo, pre-
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa: so em Canudos nos últimos dias da campanha, disse-me algo
Com sua língua ao nobre o vil decepa: a respeito, mas vagamente, sem precisar datas, sem porme-
O Velhaco maior sempre tem capa. nores característicos. Conhecera-o nos sertões de Pernambu-
Assinale a alternativa correta. co, um ou dous anos depois da partida do Crato.
a) Na expressão Neste mundo, o pronome refere-se a um Considere as afirmações:
mundo utópico, irreal. I. O anacoreta sombrio e a sua existência desempenham
b) Em Quem mais limpo se faz, o pronome se indica reci- função sintática de sujeito.
procidade. II. Os pronomes oblíquos assinalados desempenham fun-
c) Língua e capa são termos empregados em sentido de- ções sintáticas diferentes.
notativo. III. Depois da conjunção mas há elipse de um verbo.
d) A expressão Com sua língua, que remete a nobre, é indi-
Assinale:
cativa de causa.
e) Em ao nobre, emprega-se a preposição para se evitar a a) se apenas I e II estiverem corretas.
ambiguidade. b) se apenas II e III estiverem corretas.
c) se apenas II estiver correta.
2 (FCMSCSP) Observe as duas frases seguintes. d) se todas estiverem corretas.
I. O proprietário da farmácia saiu. e) se apenas I e III estiverem corretas.
II. O proprietário saiu da farmácia.
5 (UFU-MG) No período “Quando enxotada por mim foi pousar
Sobre elas são feitas as seguintes considerações:
na vidraça”, qual a função sintática de por mim?
Na I, da farmácia é adjunto adnominal. a) Objeto direto. d) Complemento nominal.
Na II, da farmácia é adjunto adverbial. b) Sujeito. e) Agente da passiva.
Ambas as frases têm exatamente o mesmo significado. c) Objeto indireto.
Tanto em I como em II, da farmácia tem a mesma função
sintática. 6 (UEL-PR) Assinale a alternativa correspondente ao período
Dessas quatro considerações: onde há agente da passiva.
a) apenas uma é verdadeira. a) O rapaz foi preso por um investigador, compadre do
b) apenas duas são verdadeiras. Bertolão.
c) apenas três são verdadeiras. b) O coração não resistiu à prova.
d) as quatro são verdadeiras. c) Não o sabíamos doente.
e) nenhuma é verdadeira. d) Tão grande e forte, não era resistente à bebida.
e) Seu apartamento fora interditado poucas horas depois
3 (PUC-PR) Observe a frase: do crime.

A GRAMÁTICA DOS TEXTOS


Ele não conhecia os pais da menina que tinham sofrido um
acidente grave. 7 (ESPM-SP) “Surgiram fotógrafos e repórteres.” Indique a al-
Em relação à frase acima, só não se pode afirmar que: ternativa que classifica corretamente a função sintática e a
classe gramatical dos termos destacados.
a) quem sofreu o acidente foram os pais.
b) quem sofreu o acidente foi a menina. a) objeto indireto – substantivo.
c) o que tem como antecedente a expressão os pais da b) objeto direto – substantivo.
menina. c) objeto direto – adjetivo.
d) o sujeito de conhecia é Ele. d) sujeito – adjetivo.
e) um acidente grave é objeto direto de tinham sofrido. e) sujeito – substantivo.

O sintagma nominal e o sintagma verbal 35

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8 (UFPR) Na oração “O alvo foi atingido por uma bomba formidável”, a locução por uma bomba formidável tem a função de:
a) objeto direto. d) complemento nominal.
b) agente da passiva. e) adjunto adnominal.
c) adjunto adverbial.

9 (Famema-SP) Classifique corretamente os termos integrantes destacados.


Mulher que a dois ama, a ambos engana.
a) Objeto direto preposicionado e objeto direto preposicionado.
b) Objeto indireto e objeto direto.
c) Objeto indireto pleonástico e complemento nominal.
d) Objeto direto e objeto direto preposicionado.
e) Objeto direto preposicionado e objeto indireto.

PARA
PARA APRIMORAR
PRATICAR

1 (Unicamp-SP – Adaptada) Calvin é personagem de uma conhecida tirinha norte-americana traduzida para várias línguas.
m
Ene-6

© 2002 BILL WATTERSON/DIST. BY ATLANTIC SYNDICATION/UNIVERSAL UCLICK


C 0
H-2

m
Ene-8
C 5
H-2

A primeira tira é uma tradução portuguesa e a segunda, uma tradução brasileira. Dê um exemplo de uma diferença sintática entre
a tradução do português europeu e a do português brasileiro. Descreva essa diferença.

2 (Fuvest-SP) Na frase “Ele chegou de mansinho”, a preposição indica modo. Escreva frases em que a mesma preposição indique:
a) causa; b) lugar.

3 (PUC-RJ) O enunciado a seguir é ambíguo por apresentar mais de uma possibilidade de leitura:
A indicação do neurocientista trouxe benefícios para a pesquisa.
a) Explique quais são as leituras possíveis. b) Desfaça a ambiguidade, deixando clara uma dessas leituras.

4 (Vunesp – Adaptada)
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Faça o que é pedido.
a) Reescreva a estrofe acima, substituindo os termos destacados pelo pronome pessoal correspondente, e elimine as expressões
adverbiais.
b) Classifique os verbos do período reescrito quanto à predicação.

36 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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5 (Vunesp) de, compreendendo tribos e clãs, nações e nacionalidades,
colônias e impérios, trabalham e retrabalham a viagem,
Cantiga de esponsais seja como modo de descobrir o “outro”, seja como modo
(fragmento) de descobrir o “eu”. É como se a viagem, o viajante e a sua
O princípio do canto rematava em um certo lá; este lá, narrativa revelassem todo o tempo o que se sabe e o que
que lhe caía bem no lugar, era a nota derradeiramente escrita. não se sabe, o conhecido e o desconhecido, o próximo e o
Mestre Romão ordenou que lhe levassem o cravo para a sala remoto, o real e o virtual. A viagem pode ser breve ou
do fundo, que dava para o quintal; era-lhe preciso ar. Pela demorada, instantânea ou de longa duração, delimitada ou
janela viu na janela dos fundos de outra casa dois casadinhos interminável, passada, presente ou futura. Também pode
de oito dias, debruçados com os braços por cima dos ombros, ser peregrina, mercantil ou conquistadora, tanto quanto
e duas mãos presas. Mestre Romão sorriu com tristeza. turística, missionária ou aventurosa. Pode ser filosófica,
— Aqueles chegam, disse ele, eu saio. Comporei ao artística ou científica. Em geral, a viagem compreende vá-
menos este canto que eles poderão tocar... rias significações e conotações, simultâneas, complemen-
Sentou-se ao cravo; reproduziu as notas e chegou ao lá... tares ou mesmo contraditórias. São muitas as formas das
— Lá, lá, lá... viagens reais ou imaginárias, demarcando momentos ou
Nada, não passava adiante. E, contudo, ele sabia mú- épocas mais ou menos notáveis da vida de indivíduos, fa-
sica como gente. mílias, grupos, coletividades, povos, tribos, clãs, nações,
Lá, dó... lá, mi... lá, si, dó, ré... ré... ré... nacionalidades, culturas e civilizações. São muitos os que
Impossível! Nenhuma inspiração. Não exigia uma peça buscam o desconhecido, a experiência insuspeitada, a sur-
profundamente original, mas enfim alguma coisa, que não presa da novidade, a tensão escondida nas outras formas
fosse de outro e se ligasse ao pensamento começado. Voltava de ser, sentir, agir, realizar, lutar, pensar ou imaginar.
ao princípio, repetia as notas, buscava reaver um retalho da IANNI, Octavio. A metáfora da viagem. In: Enigmas da modernidade-mundo.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. p. 13-4.
sensação extinta, lembrava-se da mulher, dos primeiros tem-
pos. Para completar a ilusão, deitava os olhos pela janela para Texto 2
o lado dos casadinhos. Estes continuavam ali, com as mãos Apesar de consideradas pela crítica, durante muito
presas e os braços passados nos ombros um do outro; a dife- tempo, uma manifestação menor da literatura, as narrati-
rença é que se miravam agora, em vez de olhar para baixo. vas de viagem viveram momentos de glória no passado.
Mestre Romão, ofegante da moléstia e da impaciência, torna- Inúmeros escritores se dedicaram ao gênero, e eram mui-
va ao cravo; mas a vista do casal não lhe suprira a inspiração, tos os leitores aficionados pelos relatos de aventuras. Na
e as notas seguintes não soavam. forma de diários, memórias ou simplesmente impressões
— Lá... lá... lá... de viagens, os textos surgiam aos borbotões, nos
Desesperado, deixou o cravo, pegou o papel escrito e séculos XVIII e XIX, ora inspirados pelo Velho, ora pelo
rasgou-o. Nesse momento, a moça embebida no olhar do Novo Mundo, expressando sempre o olhar fascinado,
marido, começou a cantarolar à toa, inconscientemente, a curiosidade e o desejo do viajante de deixar registrada a
uma coisa nunca antes cantada nem sabida, na qual cousa sua experiência, que ele julgava ímpar.
um certo lá trazia após si uma linda frase musical, justa-
Na Europa, os destinos mais buscados eram a Alema-
mente a que mestre Romão procurara durante anos sem
nha, a Itália e a Espanha, fosse pela mitologia, pela glória
achar nunca. O mestre ouviu-a com tristeza, abanou a ca-
passada ou pela profusão de ruínas históricas. E não im-
beça, e à noite expirou.
ASSIS, Machado de. Histórias sem data. In: Seus 30 melhores contos.
portava se a viagem durasse semanas, meses ou anos;
Rio de Janeiro: Aguilar, 1961. p. 189-94. interessava relatá-la e assim se inscrever na tradição do
No último parágrafo, Machado escreveu: gênero. Dentre os mais ilustres viajantes, Goethe, Mme. de
[...] começou a cantarolar à toa, inconscientemente, Stäel, Victor Hugo, Michelet, Lamartine e Mérimée foram
uma coisa nunca antes cantada nem sabida, na qual cousa autores que incentivaram outros escritores a também ex-
um certo lá trazia [...] cursionar e a escrever sobre as novas terras.
A América foi igualmente pródiga em inspirar viajan-
A GRAMÁTICA DOS TEXTOS
Ao repetir a palavra coisa, após o pronome relativo, o narra-
dor nos deu um saboroso exemplo de construção pleonásti- tes – em sua maioria pintores, botânicos, naturalistas, ar-
ca. Releia o trecho mencionado e, a seguir: queólogos ou simples aventureiros –, ainda que a maioria
a) responda em que consiste o caráter pleonástico apontado; não tivesse pretensões literárias e quisesse apenas fazer
b) reescreva a mesma frase, eliminando o pleonasmo. anotações acerca da geografia, fauna e flora tropical das
novas terras.
6 (PUC-RJ) Octavio Ianni, em A metáfora da viagem, afirma que a
m
Ene-6
C 8
Texto 1 história dos povos “está atravessada pela viagem”, não im-
H1
-
porta se real (se ocorre o deslocamento geográfico, espacial
A história dos povos está atravessada pela viagem,
como realidade ou metáfora. Todas as formas de socieda- e temporal) ou metafórica (sem o deslocamento físico, mas

O sintagma nominal e o sintagma verbal 37

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apenas o sensível ou sensorial), pois toda sociedade traba- forró. O pernambucano de Exu, Luiz Gonzaga, e o cearense
lha a viagem, “seja como modo de descobrir o ‘outro’, seja de Iguatu, Humberto Teixeira, foram autores de músicas que
como modo de descobrir o ‘eu’”. A viagem destina-se, por- descreviam tanto a seca e a fome da região quanto as belezas
tanto, a ultrapassar fronteiras, a demarcar as diferenças e do sertão nordestino. O clássico “Asa branca”, de autoria dos
as semelhanças entre os povos. dois, representa bem isso. Agora, músicos cearenses atribuem
E, se consideramos as condições em que os desloca- esse pioneirismo a outro artista.
mentos eram realizados, as enormes distâncias, o descon- O primeiro registro fonográfico de um forró teria sido
forto de navios, carros de bois e ferrovias, além dos perigos feito por um violeiro. Em outubro de 1937, Xerêm gravou
de toda natureza a que estavam sujeitos, causa espanto en- “Forró na roça”. Apesar de ser cearense, essa foi a única
contrar tantas mulheres, dentre os viajantes, que ousaram canção do estilo gravada pelo cantor. Xerêm partiu adoles-
deixar a segurança de seus lares, suas famílias e enfrentar o cente para Minas Gerais, formou dupla caipira e virou can-
preconceito, as novas fronteiras, o desconhecido. tor de moda de viola.
DUARTE, Constância Lima; MUZZART, Zahidé Lupinacci. Pensar o outro O diretor do Memorial Luiz Gonzaga de Recife,
ou quando as mulheres viajam. Revista Estudos Feministas, Mauro Alencar, ouviu pela primeira vez a música “Forró
vol. 16, n. 3. Florianópolis, set./dez. 2008. Apresentação.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104- na roça” a pedido da reportagem do iG. Para ele, a can-
026X2008000300018&script=sci_arttext>. ção só tem “forró” no título. “Isso não é forró nem baião.
Acesso em: 12 ago. 2012. É música mineira, lembra o calango, ritmo mineiro dos
a) A voz do pensador Octavio Ianni, autor do texto 1, foi em- ‘bão’”, ironiza.
pregada no texto 2 com um propósito discursivo. Expli- O estilo musical que se convencionou chamar forró
que a relação que se estabelece entre a citação de Ianni e sequer é considerado um gênero por muitos músicos. Se-
o texto 2. gundo Mauro Alencar, a palavra seria uma corruptela de
b) A diferença de sentido entre as frases abaixo é decorrente uma expressão lusitana: ‘forrobodó’, que quer dizer ‘baile
da posição do adjunto adverbial “durante muito tempo”. popular’. O pesquisador explica que o ritmo a que atri-
Justifique essa afirmativa, explicitando a diferença. buem o nome de forró é o baião, criado por Luiz Gonzaga
e Humberto Teixeira.
I. “Apesar de consideradas pela crítica, durante muito tem-
ADERALDO, Daniel. Disponível em: <www.ig.com.br>. Adaptado.
po, uma manifestação menor da literatura, as narrativas
Com base no texto, responda:
de viagem viveram momentos de glória no passado.”
II. Apesar de consideradas pela crítica uma manifestação a) O pronome isso, em “O clássico ‘Asa branca’, de autoria
menor da literatura, as narrativas de viagem, durante mui- dos dois, representa bem isso”, confere ambiguidade à
to tempo, viveram momentos de glória no passado. frase no contexto do primeiro parágrafo. Em que consiste
essa ambiguidade?
7 (UFTM-MG) b) Reescreva a frase “Apesar de ser cearense, essa foi a única
Ceará tenta tirar de Pernambuco o título de “pai” do canção do estilo gravada pelo cantor”, fazendo as altera-
forró ções necessárias para substituir a expressão Apesar de
Pernambuco e Ceará sempre dividiram o título de pre- por Embora e empregar o verbo gravar, no trecho “gra-
cursor do ritmo que ficou conhecido popularmente como vada pelo cantor”, na voz ativa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACCEGA, M. A. Concordância verbal. 3. ed. São Paulo: Ática, 2001.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
CARONE, F. de B. Morfossintaxe. 8. ed. São Paulo: Ática, 1999.
CASTILHO, A. T. de. Nova gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010.
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
MARTINS, N. S. Introdução à estilística: a expressividade na língua portuguesa. 4. ed. rev. São Paulo: Edusp, 2008.
MATTOSO CÂMARA JR., J. Estrutura da língua portuguesa. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1973.
NEVES, M. H. M. Gramática de usos do português. São Paulo: Unesp, 2000.
SOUZA E SILVA, M. C. P. de; KOCH, I. V. Linguística aplicada ao português: morfologia. 9. ed. São Paulo:
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______. Linguística aplicada ao português: sintaxe. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
VILELA, M.; KOCH, I. V. Gramática da língua portuguesa. Coimbra: Almedina, 2001.

38 O sintagma nominal e o sintagma verbal

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MAIS ENEM
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias

Aí pelas três da tarde c) Na última oração do texto, escrita na voz passiva, a palavra
Nesta sala atulhada de mesas, máquinas e papéis, onde mundo cumpre a função sintática de sujeito.
invejáveis escreventes dividiram entre si o bom senso do mun- d) O sujeito da primeira frase do conto é o homem moderno.
do, aplicando-se em ideias claras apesar do ruído e do morma- e) Na segunda frase do conto, nota-se a ocorrência de dois
ço, seguros ao se pronunciarem sobre problemas que afligem o objetos indiretos: aos olhares interrogativos e a intensa
homem moderno (espécie da qual você, milenarmente cansa- expectativa que se instala.
do, talvez se sinta um pouco excluído), largue tudo de repente
sob os olhares à sua volta, componha uma cara de louco quie- 2 O conto da Raduan Nassar apresenta características formais
to e perigoso, faça os gestos mais calmos quanto os tais escribas bem nuançadas, o que garante expressividade ao texto. Sobre
mais severos, dê um largo “ciao” ao trabalho do dia, assim como esse assunto, não se pode dizer que: e
quem se despede da vida, e surpreenda pouco mais tarde, com a) No texto predominam as frases longas, o que marca o ritmo
sua presença em hora tão insólita, os que estiveram em casa da leitura do conto.
ocupados na limpeza dos armários, que você não sabia antes b) Ao longo do conto há o predomínio da função conativa, ten-
como era conduzida. Convém não responder aos olhares inter- do em vista que o conto se desenvolve através da interlocu-
rogativos, deixando crescer, por instantes, a intensa expectativa ção direta com o leitor.
que se instala. Mas não exagere na medida e suba sem demora c) No contexto em que está inserida, a oração “sendo toleran-
ao quarto, libertando aí os pés das meias e dos sapatos, tirando te com o espanto (coitados!) dos pobres familiares”, cumpre
a roupa do corpo como se retirasse a importância das coisas, função de oração subordinada adverbial de modo.
pondo-se enfim em vestes mínimas, quem sabe até em pelo, d) Uma característica do texto é a elipse do sujeito de diversas
mas sem ferir o pudor (o seu pudor, bem entendido), e aceitan- orações, o que não compromete o sentido do conto, pois as
do ao mesmo tempo, como boa verdade provisória, toda mu- desinências deixam evidente o sujeito da ação e a ideia ex-
dança de comportamento. Feito um banhista incerto, assome pressa pela narrativa
depois com sua nudez no trampolim do patamar e avance dois e) A frase “Nada de grandes lances” é uma interjeição de alerta, o
passos como se fosse beirar um salto, silenciando de vez, em- que se evidencia na oralidade e na falta de sujeito e de verbo.
baixo, o surto abafado dos comentários. Nada de grandes lan-
ces. Desça, sem pressa, degrau por degrau, sendo tolerante com
3 Mas não exagere na medida e suba sem demora ao quarto,
libertando aí os pés das meias e dos sapatos, tirando a roupa
o espanto (coitados!) dos pobres familiares, que cobrem a boca
do corpo como se retirasse a importância das coisas, pondo-se
com a mão enquanto se comprimem ao pé da escada. Passe por
enfim em vestes mínimas, quem sabe até em pelo, mas sem
eles calado, circule pela casa toda como se andasse numa praia
ferir o pudor (o seu pudor, bem entendido), e aceitando ao
deserta (mas sempre com a mesma cara de louco ainda não
mesmo tempo, como boa verdade provisória, toda mudança
precipitado), e se achegue depois, com cuidado e ternura, jun-
de comportamento. Feito um banhista incerto, assome depois
to à rede languidamente envergada entre plantas lá no terraço.
com sua nudez no trampolim do patamar e avance dois passos
Largue-se nela como quem se larga na vida, e vá fundo nesse
como se fosse beirar um salto, silenciando de vez, embaixo, o
mergulho: cerre as abas da rede sobre os olhos e, com um im-
surto abafado dos comentários.
pulso do pé (já não importa em que apoio), goze a fantasia de
se sentir embalado pelo mundo. Acerca desse trecho, é possível constatar que: c
NASSAR, Raduan. Menina a caminho e outros textos. a) O sintagma a roupa do corpo funciona como objeto indireto
São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 69-73. do verbo tirando.
b) A palavra aí tem a função de um advérbio de tempo.
1 Sobre o breve conto do escritor paulista Raduan Nassar (1935-),
c) Feito um banhista incerto funciona como um adjunto ad-
é possível afirmar que: b
verbial do verbo assome.
a) Todos os trechos entre parênteses cumprem a função de d) Dois passos funciona como adjunto adverbial de lugar do
aposto explicativo. verbo avance (no caso, a distância do ponto de referência
b) O conto se inicia com duas orações subordinadas adverbias onde a ação foi realizada).
que expressam circunstância de lugar. e) Assome, nesse contexto, é um verbo transitivo direto.

39

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QUADRO DE IDEIAS

Presidência: Mário Ghio Júnior


Direção: Carlos Roberto Piatto
Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo
Conselho editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves,
Carlos Roberto Piatto, Daniel Augusto Ferraz Leite, Eduar-
Sintagma nominal do dos Santos, Eliane Vilela, Helena Serebrinic, Lidiane
Vivaldini Olo, Luís Ricardo Arruda de Andrade, Marcelo
Mirabelli, Marcus Bruno Moura Fahel, Marisa Sodero,
Ricardo Leite, Ricardo de Gan Braga, Tania Fontolan
Gerência editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves
Nome
Coordenação editorial: Adriana Gabriel Cerello
Edição: Camila Amaral Souza (coord.),
Cristiane Schlecht
Assistência editorial: Eduardo Akio Shoji,
Tatiane Godoy
Colaboração: Lucas Santiago Rodrigues De Nicola
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.),
Danielle Modesto, Edilson Moura, Letícia Pieroni,
Adjunto Aposto Complemento Vocativo Marília Lima, Tayra Alfonso, Vanessa Lucena;
Colaboração: Aparecida Maffei, Rita Sam
adnominal nominal
Coordenação de produção: Fabiana Manna (coord.),
Adjane Oliveira, Dandara Bessa
Supervisão de arte e produção: Ricardo de Gan Braga
Edição de arte: Yara Campi
Diagramação: Antonio Cesar Decarli, Claudio Alves dos
Santos, Fernando Afonso do Carmo, Flávio Gomes Duarte,
Kleber de Messas
Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão), Marcella Doratioto;
Colaboração: Fábio Matsuura, Fernanda Siwiec,
Fernando Vivaldini
Licenças e autorizações: Edson Carnevale
Sintagma verbal Ilustrações: Marcos Guilherme
Capa: Daniel Hisashi Aoki
Foto de capa: Fabio Colombini
Projeto gráfico de miolo: Daniel Hisashi Aoki
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Ensino Abril Educação S.A.
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Pronome oblíquo De Nicola, José


Sistema de ensino ser : ensino médio, caderno
5 : a gramática dos textos : PR / José De
Objeto direto Nicola. -- 2. ed. -- São Paulo : Ática, 2015.

preposicionado Objeto pleonástico 1. Português - Gramática (Ensino médio) I. Título.

15-01529 CDD-469.507

Índices para catálogo sistemático:


1. Gramática : Português : Ensino médio 469.507
2015
ISBN 978 85 0817 152-1 (AL)
ISBN 978 85 0817 155-2 (PR)
Voz passiva analítica 2ª edição
1ª impressão

Impressão e acabamento
Verbo auxiliar
Sujeito paciente + Agente da passiva Uma publicação
particípio

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A GRAMÁTICA
DOS TEXTOS
GUIA DO PROFESSOR

JOSÉ DE NICOLA
Graduado em Letras, com especialização em ensino de Língua Por-
tuguesa e Literatura. É professor de Literatura desde 1968, tendo
lecionado em diversas escolas particulares de Ensino Médio e tam-
bém em cursinhos preparatórios para exames vestibulares.
Autor de várias obras dedicadas ao ensino de Língua, Literatura e
produção de textos para o Ensino Médio, entre as quais se desta-
cam: Gramática: palavra, frase, texto (volume único); Língua, Litera-
tura e Produção de textos (três volumes); Literatura brasileira: das
origens aos nossos dias (volume único); Painel da literatura em lín-
gua portuguesa: Brasil, Portugal, África (volume único); Práticas de
linguagem: leitura e produção de textos (volume único, em parceria

GRAMÁTICA DOS TEXTOS


com Ernani Terra), todas editadas pela Scipione.

MÓDULO
O sintagma nominal e o sintagma verbal (14 aulas)
A

O sintagma nominal e o sintagma verbal

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1. As relAções sintáticAs dentrO
MÓDULO dO sintAgmA nOminAl

O sintagma nominal e o Objeto do conhecimento


Estudo dos aspectos linguísticos em diferentes textos: recursos
sintagma verbal expressivos da língua, procedimentos de construção e recepção
de textos.
Objeto específico
Plano de aulas sugerido Termos ligados ao nome – adjunto adnominal, aposto,
Carga semanal de aulas: 2 complemento nominal, vocativo.
Número total de aulas do módulo: 14
AulAs 1 e 2 Páginas: 4 a 8

O sintagma nominal; as funções dentro dos


Competências Habilidades sintagmas maiores; o adjunto adnominal;
c Compreender e usar os c Identificar os elementos que
sistemas simbólicos das concorrem para a progressão o aposto
diferentes linguagens como temática e para a organização
Objetivos
meios de organização e estruturação de textos de
cognitiva da realidade pela diferentes gêneros e tipos. Analisar as funções dos termos dentro dos sintagmas maiores (su-
constituição de significados, c Analisar a função da jeito e predicado).
expressão, comunicação e linguagem predominante Apresentar o conceito de adjunto adnominal e sua morfossintaxe.
informação. nos textos em situações Introduzir o conceito de aposto e sua morfossintaxe.
c Compreender e usar a específicas de interlocução.
língua portuguesa como c Reconhecer os usos da norma-
estratégias
língua materna, geradora de -padrão da língua portuguesa
significação e integradora da nas diferentes situações de Comente os exemplos retirados do texto do Almanaque Abril, que
organização do mundo e da comunicação. aparece na abertura do capítulo, destacando a necessidade de com-
própria identidade. plementos para que palavras ou termos tenham sua carga significa-
tiva completa em um enunciado.
Explique como funcionam esses complementos e suas relações nas
funções de sujeito e predicado. Apresente, então, o adjunto adnomi-
As habilidades e competências do Enem estão indicadas em nal, distinguindo sua ocorrência no período simples e no composto.
questões diversas ao longo do módulo. Se necessário, explique Em seguida, explique o que é aposto e apresente seus tipos.
aos alunos que a utilidade deste “selo” é indicar o número da(s) É importante comentar o quadro que estabelece distinções entre
habilidade(s) e da(s) competência(s) abordada(s) na questão, aposto de especificação e adjunto adnominal.
cuja área de conhecimento está diferenciada por cores (Lingua- Desenvolva as atividades propostas no “Para construir” (p. 8) com
gens: laranja; Ciências da Natureza: verde; Ciências Humanas: base no texto contendo informações sobre a Biblioteca Mário de
rosa; Matemática: azul). A tabela para consulta da Matriz de Andrade, da cidade de São Paulo.
Referência do Enem está disponível no portal.
AulAs 3 a 5 Páginas: 8 a 13

Apresentação do módulo
O complemento nominal; o vocativo;
Neste módulo, continuamos o trabalho de abordagem da análi- a relevância dos termos adicionais do nome;
se sintática com base no conceito de sintagma. O foco recai sobre a pontuação: gramática e expressividade
as relações sintáticas dentro dos sintagmas nominal e verbal, com
o estudo dos termos ligados ao nome e ao verbo. Objetivos
Além disso, como já fizemos nos módulos anteriores, preten- Apresentar o conceito de complemento nominal e sua morfossintaxe.
demos ir um pouco além, levando os alunos a refletir sobre esses Introduzir o conceito de vocativo.
conteúdos no uso pragmático da língua; daí a relação entre os Analisar o conceito de termos acessórios e integrantes.
conteúdos apresentados e a leitura de textos dos mais variados Evidenciar a importância dos termos acessórios e integrantes na
gêneros e tipos, para que os alunos entendam como os conceitos construção de significados.
gramaticais funcionam no texto e como eles exercem influência Orientar os alunos quanto à pontuação dos termos da oração tra-
no significado desses textos. balhados no capítulo.

2 GUIA DO PROFESSOR

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estratégias Trabalhar com esses conceitos em atividades de interpretação de
Trabalhe o conceito de complemento nominal e sua morfossinta- textos.
xe, dando destaque ao quadro “Importante!”, que estabelece distin- estratégias
ções entre adjunto adnominal e complemento nominal.
No “Para construir” (p. 9), analise com os alunos os termos desta- Apresente os termos ligados ao sintagma verbal (objetos direto e
cados e sua função no texto. indireto, agente da passiva e adjunto adverbial), de maneira geral, com
Apresente o vocativo com base nos exemplos disponíveis e tra- base no exemplo da frase da canção de Noel Rosa.
balhe o texto do “Para construir” (p. 10), para fixar a diferença entre Analise detalhadamente os complementos verbais, explicando os
complemento nominal e adjunto adnominal. exemplos apresentados.
Explique a diferença entre termos acessórios e integrantes e discuta Explique a morfossintaxe dos complementos verbais, destacando
a importância da pontuação no entendimento dos textos. sua função substantiva.
Desenvolva as atividades propostas no “Para construir” (p. 12 tarefa para casa
e 13), com base nos textos apresentados, a fim de aprofundar os
conteúdos estudados. Oriente os alunos acerca das questões 1 a 9 do “Para praticar” (p. 21
e 22) e 1 a 5 do “Para aprimorar” (p. 22 a 24), a fim de que aperfei-
tarefa para casa çoem em casa os conhecimentos adquiridos.
Oriente os alunos acerca das questões 1 a 8 do “Para praticar” (p. 14
e 15) e 1 a 9 do “Para aprimorar” (p. 15 e 16), a fim de que aperfei- AulAs 9 a 11 Páginas: 24 a 27
çoem em casa os conhecimentos adquiridos.
O adjunto adverbial; o agente da passiva
2. As relAções sintáticAs dentrO Objetivos
dO sintAgmA VerBAl Apresentar o adjunto adverbial e sua morfossintaxe.
Objeto do conhecimento Apresentar o agente da passiva e sua morfossintaxe.
Estudo dos aspectos linguísticos em diferentes textos: recursos Trabalhar com esses conceitos em atividades de interpretação de
expressivos da língua, procedimentos de construção e recepção de textos.
textos.
estratégias
Objeto específico
Comente a manchete de jornal, destacando a presença do adjunto
Termos ligados ao verbo – objeto direto e indireto, adjunto adverbial,
adverbial e sua função no significado da frase.
agente da passiva, objeto direto preposicionado e objeto pleonástico.
Explique as formas do adjunto adverbial nos períodos simples e
composto.
AulA 6 Páginas: 17 e 18
A partir dos exemplos, apresente as características do agente da
As relações sintáticas dentro do sintagma verbal passiva. Comente também como o sujeito da voz ativa se torna agen-
te da passiva, além do conceito de sujeito paciente.
Objetivos Fale sobre a função substantiva exercida pelo agente da passiva.
Discutir a necessidade de complementos para a significação de Utilize os exercícios propostos no “Para construir” (p. 26 e 27)
alguns verbos. para explicar como a escolha pelo uso da voz passiva influencia a
Trabalhar com esse conceito em atividades de interpretação de textos. significação do texto.
estratégias tarefa para casa
Comente com os alunos a tirinha de Hagar, a fim de que eles percebam Oriente os alunos acerca das questões 1 a 11 do “Para praticar”
que os complementos verbais são essenciais para a comunicação eficiente. (p. 28 e 29) e 1 a 6 do “Para aprimorar” (p. 29 e 30), a fim de que
No “Para construir” (p. 17 e 18), trabalhe a tirinha de Garfield, des- aperfeiçoem em casa os conhecimentos adquiridos.
tacando a necessidade de complementos verbais para que sua men-
sagem seja corretamente entendida. AulAs 12 e 13 Páginas: 31 a 34

GRAMÁTICA DOS TEXTOS


AulAs 7 e 8 Páginas: 18 a 20 O objeto direto preposicionado; o objeto
Os termos do sintagma verbal; os pleonástico; o agente da passiva: uma
complementos verbais: objeto direto e questão de realce; a omissão do agente
objeto indireto da passiva: um caso de indeterminação;
a pontuação e o adjunto adverbial
Objetivos
Apresentar os termos do sintagma verbal: objetos, agente da passiva Objetivos
A

e adjunto adverbial. Explicar o funcionamento do objeto direto preposicionado.


Analisar os complementos verbais: objetos direto e indireto. Apresentar o objeto pleonástico.

O sintagma nominal e o sintagma verbal 3

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Comentar as implicações semânticas no texto decorrentes do uso tarefa para casa
da voz passiva. Oriente os alunos acerca das questões 1 a 9 do “Para praticar”
Apresentar o caso da indeterminação do agente da passiva. (p. 35 e 36) e 1 a 7 do “Para aprimorar” (p. 36 a 38), a fim de que
Explicar a pontuação relativa ao adjunto adverbial. aperfeiçoem em casa os conhecimentos adquiridos.
Trabalhar com esses conceitos em atividades de interpretação de
AulA 14 Páginas: 39 e 40
textos.

estratégias mAis enem e QuAdrO de ideiAs


Trabalhe os exemplos apresentados para explicar os conceitos de
objeto direto preposicionado e objeto pleonástico e os efeitos semân- Objetivos
ticos da escolha por sua utilização nas frases. Apresentar textos e atividades baseados no Enem.
Comente o uso da voz passiva como estratégia para realçar o agen- Apresentar o esquema do “Quadro de ideias”.
te da passiva e seu significado. estratégias
Explique como a omissão do agente da passiva permite que se Leia os textos do “Mais Enem” e oriente os alunos a desenvolver as
indetermine quem realizou a ação enunciada. atividades relacionadas a eles.
Com base no exemplo da Folha de S.Paulo, comente a pontuação Finalizando o módulo, reveja os conceitos apresentados no “Qua-
dos adjuntos adverbiais. dro de ideias” e estimule os alunos a revisar o conteúdo estudado
No “Para construir” (p. 33 e 34), utilize os textos de Mario Quintana no módulo. Se houver tempo, proponha uma autoavaliação sobre o
e do Correio do Estado para aprofundar os usos do agente da passiva. desempenho de cada um deles.

resPOstAs

(os montes são a personificação desse local ameno e puro, de


cAPÍtulO 1 – As relAções sintáticAs
alegria) e a Corte, a cidade (local do pranto) – para uma pergunta
dentrO dO sintAgmA nOminAl extremamente simples. Ao aluno bem preparado, com conhe-
cimento básico da função do vocativo, bastaria ler o primeiro
PArA PrAticAr – páginas 14 e 15 verso do poema para identificar o interlocutor do eu lírico.
1. a. 4. d.
Quatro últimos períodos do texto:
1. “Não mais cantou na velha ponte uma canção um marinheiro 5. b.
nostálgico.” (Sujeito determinado simples: “um marinheiro nos- 6. 01 1 02 1 04 1 08 5 15
tálgico”.)
7. Porque, fora de contexto, não fica claro se os animais foram agentes
2. “A areia se estendeu muito alva em frente ao trapiche.” (Sujeito
ou pacientes da matança, ou seja, o termo “dos animais” pode estar
determinado simples: “a areia”.)
3. “E nunca mais encheram de fardos, de sacos, de caixões, o funcionando como adjunto adnominal ou complemento nominal.
imenso casarão.” (O sujeito é identificado pelo contexto e pela 8. I e II.
desinência verbal; trata-se do sujeito do período: “Não mais tra-
balharam ali os negros musculosos que vieram da escravatura”.) PArA APrimOrAr – páginas 15 e 16
4. “Ficou abandonado em meio ao areal, mancha negra na brancura 1. d.
do cais.” (O sujeito se encontra no período anterior: “E nunca mais
encheram de fardos, de sacos, de caixões, o imenso casarão”.) 2. 01 e 04.
2. Na primeira construção, Fabrício é o sujeito da forma verbal vol- 3. a.
tou e o termo entre vírgulas – o pedreiro – funciona como apos- 4. e.
to do sujeito. Na segunda construção, as funções se invertem: o
5. c.
pedreiro é o sujeito e Fabrício é o aposto especificativo ou de
especificação (não vem separado por sinais de pontuação). 6. d.
3. a. 7. b.
Esta é uma questão que foge um pouco da filosofia do Enem: um
8. a.
texto relativamente longo, de leitura truncada – afinal, trata-se de
Um carpinteiro exerce a função sintática de sujeito.
um soneto típico do estilo de época Arcadismo, do século XVIII,
em que o eu lírico destaca a oposição entre a natureza, o campo 9. a.

4 GUIA DO PROFESSOR

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6. d.
cAPÍtulO 2 – As relAções sintáticAs
7. No item a, ladrão é objeto direto de pegar; no item b, ladrão é
dentrO dO sintAgmA vocativo, termo isolado da oração, o que justifica a pontuação. O
VerBAl sentido de uma e de outra é, evidentemente, diferente.
8. d.
PArA PrAticAr – páginas 21 e 22 Um sentimento profundo é sujeito da locução verbal deve
1. b. existir.
Uma pedra é sujeito da forma verbal restará. 9. a.
2. e. 4. 02 1 08 5 10 10. e.
3. b. 5. 02, 08 e 16. 11. d.
6. e.
Na oração em análise, os bolsos é objeto direto de vasculhar, PArA APrimOrAr – páginas 29 e 30
sendo, pois, substituível pelo pronome oblíquo átono os; o loiro 1. a.
sueco é sujeito. 2. a) Muitos te ajudaram.
7. e. b) Os mestres nos aconselharam.
8. d. 3. a) Em síntese, o duplo caráter que caracteriza as necessidades dos
9. b. grupos sociais tem origem na dualidade entre o que é natural
(satisfação dos “impulsos orgânicos”) e os recursos disponíveis
PArA APrimOrAr – páginas 22 a 24 pelo grupo para a sua concretização (“dependem do grupo
1. No período original, lhe funciona como objeto indireto do verbo para se configurar”).
anunciar e pode ser substituído por a ele, a ela. No período rees- b)
crito, lhe tem valor possessivo (pode ser substituído por sua) e b1) Na primeira ocorrência, o referente do pronome las é neces-
funciona como adjunto adnominal de sede. sidades e, na segunda, as necessidades e sua satisfação.
2. Correto. b2) Todas as vezes que o problema das relações do grupo com
o meio físico é abordado pelo sociólogo.
3. Em “Soprou-o de leve”, o uso do pronome oblíquo como objeto di-
reto é uma característica do padrão culto da língua, diferentemen- 4. a) Ainda hoje, esta singela quadrinha de propaganda é cantada
te da segunda oração: “Será que quem manda elas […]”. Nesse no rádio por vozes bem afinadas.
caso, manda elas é uma construção própria da linguagem falada, b) Novinhas em folha justifica-se pela remissão a desabro-
coloquial e popular, que utiliza o pronome do caso reto no lugar cham; resplandecentes, pela remissão a a luz do sol.
do pronome oblíquo. 5. a) Em uma recente análise, é mostrado pela revista The Economist
Para que a oração a fique igual à b: Soprou ele de leve, ele enco- que a força de trabalho foi dobrada pela entrada da China, da
lheu-se e vergou o corpo para o lado do sopro, como faz uma Índia e da ex-União Soviética na economia mundial.
pessoa na ventania. b) Em uma recente análise, mostra-se que a entrada da China,
Para que b fique igual a a: Será que quem as manda olha para da Índia e da ex-União Soviética na economia mundial do-
nós como Doril estava olhando para o louva-deus? brou a força de trabalho.
4. a) Objeto direto: “que ela fosse comigo ao mercado”. 6. a) Como ele foi visto por mim em uma noite de luar.
b) Como se uma proposta absurda lhe tivesse sido feita. b) o: objeto direto
5. Em (1): Comi do bolo, o termo em destaque é objeto direto pre- ele: sujeito
posicionado. O verbo continua VTD (verbo transitivo direto). A
preposição de indica uma “parte de”. O mesmo processo ocorre PArA PrAticAr – páginas 35 e 36
em (2). 1. e.
2. a.
PArA PrAticAr – páginas 28 e 29 A única afirmação verdadeira é a segunda. Em “o proprietário da
1. e. farmácia”, o termo destacado é complemento nominal.
À humanidade exerce a função sintática de complemento 3. b. 5. e. 7. e. 9. a.

GRAMÁTICA DOS TEXTOS


nominal.
4. d. 6. a. 8. b.
2. a. 3. c. 4. 04 e 16.
5. b. PArA APrimOrAr – páginas 36 a 38
Comentário da UFC: Esta questão aborda as funções dos termos na 1. Em geral, considera-se que as diferenças entre o português fa-
oração. A resposta correta é a da alternativa b. Os sintagmas prepo- lado na Europa e o falado no Brasil são meramente lexicais ou,
sicionais da parede e com água quente são adjuntos adnominais, quando muito, fonológicas. A questão pretende que o candi-
respectivamente, de relógio e de chaleira. Já o sintagma num ge- dato seja capaz de detectar diferenças sintáticas entre as duas
A

mer de ferros constitui adjunto adverbial e liga-se ao verbo bate, línguas que, de forma nenhuma, devem ser caracterizadas, res-
especificando o modo como se dá a ação verbal. pectivamente, como norma culta (a tradução lusitana) e forma

O sintagma nominal e o sintagma verbal 5

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coloquial ou não normativa (a tradução brasileira). São vários os da sentença subordinada, mas igualmente objeto do verbo da
exemplos de diferenças sintáticas encontradas na comparação sentença principal [fazer 3 (comer)].
entre as duas tiras.
2. Resposta pessoal.
Não se espera que o candidato utilize de metalinguagem, mas
Sugestões: a) Ele morreu de fome; b) Ele veio de Florianópolis.
que, antes de tudo, seja capaz de apontar e descrever as dife-
renças. Agruparemos alguns exemplos das possíveis diferenças a 3. a) Sugestão de resposta da PUC-RJ: Uma das possibilidades de
serem apontadas e as descreveremos em seguida. leitura seria considerar o termo do neurocientista paciente
Grupo 1 da ação, ou seja, nesse caso, o neurocientista foi indicado
(indicaram o neurocientista; alguém indicou o neurocientis-
Não vou comer 3 eu não vou comer; é um prato de lixo tóxico 3
ta), e esse fato trouxe benefícios para a pesquisa. A outra
isso é uma pasta tóxica; se o comeres 3 se você comer; já sinto
possibilidade seria reconhecer o termo do neurocientista
os efeitos 3 eu sinto.
como agente da ação, isto é, o neurocientista fez a indicação
Nos casos acima, no português brasileiro, o sujeito é sempre ex-
(indicou algo/alguém) e essa indicação feita por ele trouxe
presso lexicalmente na sentença, diferentemente do que ocorre
benefícios para a pesquisa.
no português europeu.
Comentário: Dependendo da interpretação (lembrando
Grupo 2 que, para uma interpretação segura, precisaríamos ter o
se o comeres 3 se você comer. contexto em que o enunciado foi produzido), o termo do
Nesse caso, o português europeu retoma o antecedente miste- neurocientista desempenha a função de adjunto adnomi-
la verde pelo pronome o, ao passo que o português brasileiro nal (se for agente da ação) ou de complemento nominal (se
deixa o complemento do verbo comer sem nenhuma retomada for paciente).
lexical para coisa verde. Ainda no exemplo acima, há a diferença
b) Sugestão de resposta da PUC-RJ: A indicação que o neuro-
entre o uso da segunda pessoa do discurso marcada morfologi-
cientista fez trouxe benefícios para a pesquisa. / O fato de
camente no verbo em português europeu (se [tu] comeres), ao
terem indicado o neurocientista trouxe benefícios para a pes-
passo que no português brasileiro o mais usual é o você, com o
verbo na terceira pessoa (se você comer). quisa. / A indicação feita pelo neurocientista trouxe benefí-
cios para a pesquisa.
Grupo 3
4. a) Vi-o catando-a.
que te transformará 3 que irá te transformar
Nesse exemplo, é importante perceber que o português brasilei- b) Ver e catar funcionam como verbos transitivos diretos.
ro, diferentemente do europeu, marca o futuro com o uso de dois 5. a) Machado usa o pleonasmo para deixar claro que o pronome
verbos (forma analítica). Ainda no exemplo acima, há a diferença relativo na qual refere-se a coisa.
de posição do te em português europeu, como proclítico ao ver- b) “[…] na qual um certo lá trazia […]”
bo em função do que, e como proclítico ao infinitivo no portu-
guês brasileiro. 6. a) A citação de Ianni apoia a ideia da presença marcante das via-
gens na história das sociedades como forma de descobrir o
Grupo 4 outro e a si mesmo.
de o pôr a comer 3 de fazer ele comer
b) Em i, o adjunto adverbial incide sobre o verbo considerar e,
Aqui, a oposição se dá no uso do pronome que retoma Calvin.
em ii, modifica o verbo viver.
Na fala, geralmente não se encontram, no português brasileiro,
as formas oblíquas (o), mas as retas (ele). Nesse caso específico, 7. a) O pronome demonstrativo isso pode remeter anaforicamen-
é importante salientar que há uma diferença de estrutura resul- te aos estados brasileiros Pernambuco e Ceará, considerados
tante da opção de tradução pelos verbos pôr e fazer. No caso pioneiros do forró, ou à música “Asa Branca”, que descreve a
do português europeu, o pronome é o complemento direto do realidade do sertão nordestino.
verbo [pôr 3 (a comer)]. No caso do português brasileiro, temos b) Embora fosse cearense, essa foi a única canção do estilo que
os chamados “sujeitos acusativos”, ou seja, o pronome é sujeito o cantor gravou.

reFerÊnciAs BiBliOgráFicAs
BECHARA, E. Lições de português pela análise sintática. 18. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006.
. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
BORBA, F. da S. Pequeno vocabulário de linguística moderna. São Paulo: Companhia Editora Nacional/Edusp, 1971.
CARONE, F. de B. Morfossintaxe. 9. ed. São Paulo: Ática, 2003.
CHIERCHIA, G. Semântica. Campinas: Ed. da Unicamp/Londrina: Eduel, 2003.
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
FÁVERO, L. L.; KOCH, I. G. V. Linguística textual: introdução. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
ILARI, R.; GERALDI, J. W. Semântica. 10. ed. São Paulo: Ática, 2003.
VILELA, M.; KOCH, I. G. V. Gramática da língua portuguesa. Coimbra: Almedina, 2001.

6 GUIA DO PROFESSOR

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ANOTAÇÕES

AGRAMÁTICA DOS TEXTOS

O sintagma nominal e o sintagma verbal 7

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ANOTAÇÕES

8 GUIA DO PROFESSOR

SER1_CAD5_LP_GRAM_MP.indd 8 3/24/15 9:52 AM


O sistema de ensino SER quer conscientizar seus alunos sobre os problemas da
atualidade. Pensando nisso, apresentamos, no Ensino Médio, capas com animais da fauna
brasileira em extinção. Esperamos que as imagens e as informações fornecidas motivem
os estudantes a agir em favor da preservação do meio ambiente.
O tatu-bola-da-caatinga (Tolypeutes tricinctus) é um animal típico de regiões de
Caatinga e Cerrado. Trata-se de um animal de porte pequeno – mede entre 21 e 27 cm
de comprimento. Seu corpo é coberto com uma carapaça dura composta de três partes
distintas, o que permite que o tatu se enrole formando uma bola, em uma estratégia de
defesa contra predadores.
O tatu-bola já foi considerado extinto. No entanto, em 1988 foram encontradas pequenas
populações isoladas em algumas localidades brasileiras. Esse isolamento, decorrente do
impacto causado no seu hábitat, tem consequências diretas na reprodução e na manutenção
da espécie. Atualmente, a espécie está classificada como “em perigo de extinção”.

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