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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

1.1. Conceito de Procedimento: entende-se com “procedimento” a sucessão de atos


coordenados a partir da iniciativa da parte. É o modo como os atos processuais se
manifestam e desenvolvem para revelar o processo, ou seja, é o modus operandi do processo.

1.2. Espécies de Procedimento: dispõe o caput do art. 394 que “o procedimento será comum
ou especial”. Comum é aquele que não há procedimento especial previsto em lei, aplicado a
todos os processos, salvo disposições em contrário do Código de Processo Penal ou de lei
especial (art. 394, §2º do CPP). O procedimento comum será ordinário, sumário ou
sumaríssimo (art. 394, §1º, caput):
I- Ordinário: quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade (art. 394, §1º, I do CPP);
II- Sumário: quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4
(quatro) anos de pena privativa de liberdade (art. 394, §1º, II do CPP); e
III- Sumaríssimo: para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei (art.
394, §1º, III do CPP).
O rito, como se vê, se dá pela pena máxima cominada para cada crime ou contravenção,
sendo que: I- As causas de aumento ou diminuição de pena entram na contagem para a
determinação do rito; e II- As causas agravantes ou atenuantes não entram na contagem para
a determinação do rito.

PROCESSO COMUM ORDINÁRIO


1. NOÇÕES GERAIS
Admissibilidade: o procedimento comum será ordinário quando tiver por objeto crime cuja
sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de
liberdade (art. 394, §1º, I do CPP)

Subsidiariedade do Procedimento Comum: Aplicam-se subsidiariamente aos


procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento
ordinário.
2. PROCEDIMENTO
2.1. Denúncia ou queixa
Oferecida a denúncia ou a queixa, no procedimento comum ordinário, poderá o juiz:
I- Rejeitá-la liminarmente quando: a) for manifestamente por inepta; b) faltar pressuposto
processual ou condição para o exercício da ação penal; ou c) faltar justa causa para o exercício
da ação penal (Art. 395)
II- Recebê-la: caso em que ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por
escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o
acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la,
concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. (art. 396, caput e §2º). Recebida a
denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a
intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do
querelante e do assistente (art. 399, caput);
III- Absolver sumariamente o acusado, após a apresentação da resposta à acusação, quando
verificar: a) a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; b) a
existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade; c) que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou d)
extinta a punibilidade do agente (art. 397).
CITAÇÃO DO ACUSADO
Recebida a denúncia, o juiz ordenará a citação do acusado, para responder à acusação.
Embora haja certa discussão acerca da constitucionalidade do instituto, hoje é admitida a
citação por hora certa, que deverá ser observada quando o oficial de justiça perceber que o
réu está se ocultando dolosamente para não ser citado.
DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO
Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência,
ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for
o caso, do querelante e do assistente (art. 399, caput).

Princípio da Identidade do Juiz: decorre deste princípio que o juiz que presidir a instrução
deverá proferir a sentença.
2.2. Resposta à acusação
Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa,
oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas,
qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário (art. 396-A). Arguida
preliminar de exceção, será processada em apartado (art. 396-A, §1º). Este também é o
momento de especificar as provas que serão produzidas na audiência, apresentando,
inclusive, o rol de testemunhas, que será de no máximo 8 (oito), tanto para a acusação como
para a defesa (art. 401).

Obrigatoriedade: é obrigatória a apresentação de resposta à acusação, o que se verifica com o


disposto no §2º do art. 396-A, que dispõe que: “Não apresentada a resposta no prazo legal, ou
se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la”.
Observação: há um lapso na literalidade do §2.º do art. 396-A: "ou se o acusado, citado, não
constituir defensor". Essa regra deve ser válida, apenas, para os casos em que a citação se deu
pessoalmente. Pois se o réu, citado por edital, não comparecer e nem constituir defensor,
aplica-se a regra do art. 366 do CPP, isto é, suspende-se o processo e a prescrição até que o
réu seja encontrado.

Defesa Preliminar: como exemplos de pedidos de defesa preliminar, podemos apontar:


I- Excludente de ilicitude: a conduta do acusado, apesar de ser típica, não é ilícita, pois está
amparada por alguma excludente de ilicitude, previstas no art. 23 do Código Penal, a saber:
a) legítima defesa; b) estado de necessidade; c) estrito cumprimento do dever legal; e d)
exercício regular de direito.
II- Excludente de culpabilidade: são hipóteses de excludentes de culpabilidade: a) erro de
proibição; b) coação moral irresistível; c) obediência hierárquica; e d) os menores de 18
(dezoito) anos são inimputáveis, excluindo-se a culpabilidade. Neste último caso, o processo
deve ser encaminhado ao Ministério Público para a tomada das medidas cabíveis com base
no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990).
III- Excludente de tipicidade: o fato será típico se o agente praticar uma conduta previamente
prevista em lei, atingindo o bem jurídico-penal de forma significativa, pois o resultado
jurídico decorrente da conduta do agente (nexo de causalidade) somente será importante
para o direito penal se, e somente se, o bem jurídico-penal for atingido de forma relevante
(princípio da ofensividade). Faltando qualquer desses elementos o fato será atípico e, assim, o
réu deverá ser absolvido sumariamente (art. 397, III)
IV- Excludente de punibilidade: previstas no art. 107 do Código Penal, tais como: a) morte do
agente; b) anistia, graça ou indulto; c) prescrição, decadência ou perempção, dentre outros.
V- Causas supralegais de exclusão: além das hipóteses já mencionadas de exclusão de
ilicitude, tipicidade e punibilidade, existem as chamadas causas supralegais de exclusão, tais
como o consentimento do ofendido (ilicitude), a adequação social (tipicidade) e a
inexigibilidade de conduta diversa (culpabilidade).

Produção de Provas: na peça de defesa, o réu deve arrolar testemunhas, que será de no
máximo 8 (oito), bem como requerer a produção de outras provas, inclusive proceder a
indicação de assistente técnico para esclarecimento da prova pericial (art. 159, §5º). As provas
submetem-se a preclusão temporal, devendo o acusado requerê-las na defesa escrita, salvo a
prova documental, que poderá ser produzida a qualquer tempo (art. 231).

Princípio Garantidor das Liberdades Públicas: ainda que haja preclusão temporal do
requerimento de produção de provas, nada impede que o juiz, de ofício, determine a
produção de provas de interesse da defesa, desde que a sua atuação se dê a partir das provas
já produzidas. O juiz não pode substituir o Ministério Público nas funções acusatórias, o que
ocorrerá se ele subsidiar integralmente o ônus da prova atribuída à acusação. Tal
entendimento se dá à luz do princípio garantidor das liberdades públicas. Preside na coleta
da prova o contraditório que deve ser desdobrado nos seguintes aspectos:
I- A proibição da utilização de fatos que não tenham sido previamente introduzidos pelo juiz
no processo e submetido a debate pelas partes;
II- A proibição de utilizar provas formadas fora do processo ou de outro modo colhidas na
ausência da parte; e
III- A obrigação de o juiz, quando determine a produção de prova, de ofício, de submetê-las a
contraditório das partes, que devem participar de sua produção e ainda oferecer contraprova.

Provas ilícitas: não se admite a prova ilícita no processo penal, obtidas em violação de
normas constitucionais. Se aceitas no processo, impõe-se a sua nulidade absoluta, devendo
ser desentranhadas dos autos (art. 157). Há de se diferenciar, no entanto, provas ilícitas de
provas ilegítimas. Ilícitas são aquelas obtidas por infração as regras de direito material; as
ilegítimas, aquelas obtidas por infração a regras processuais.
A Constituição Federal não admite provas obtidas por meios ilícitos, sendo inviolável a
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas (art. 5º, LVI e X da CF). Assim,
as interceptações telefônicas promovidas sem autorização judicial, na forma da lei, afiguram-
se ilegais. Por outro lado, não se considera ilícita a divulgação de gravação clandestina de
conversa própria, quando se trate, por exemplo, de comprovar prática de extorsão,
equivalendo a situação de quem age em legítima defesa, excluindo a antijuridicidade e ainda
segundo um limite de atipicidade conglobante, onde se visualize estado de necessidade da
parte de um dos que participa da gravação clandestina e a divulga. É o caso de gravação de
conversa do réu, pela vítima, por esta utilizada contra aquela.

Observação: e se for juntada prova ilícita? Nesse caso, se houver desentranhamento, cabe
ajuizamento de recurso em sentido estrito (art. 581). Por certo, tal decisão que determina o
desentranhamento está sujeita a preclusão. Em estando preclusa a decisão de
desentranhamento da prova declarada inadmissível, está será inutilizada por decisão judicial,
facultando-se as partes acompanhar o incidente (art. 157, §3º). Caso a prova ilícita ocorra
durante a audiência, caberá apelação da sentença que a confirma.

Princípio dos Frutos da Árvore Envenenada: no processo penal brasileiro, a teor do disposto
em seu §1º do art. 157, aplica-se chamado Princípio dos Frutos da Árvore Envenenada, que
são aquelas provas derivadas das ilícitas. É certo que se reconhece, ainda, a Teoria do
Encontro Fortuito, quando a prova de determinada infração penal é obtida através de busca
regularmente autorizada para a investigação de outro crime. Da mesma forma, respeita-se a
Teoria da Descoberta Inevitável, que é aquela que, por si só, seguindo os trâmites típicos da
investigação, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. A Teoria da Fonte
Independente baseia-se na ausência fática de relação de causalidade ou de dependência
lógica ou temporal.

Prova testemunhal: como visto, é na resposta à acusação que o réu deverá requerer a
produção de prova testemunhal, bem como arrolar testemunhas que, no procedimento
comum ordinário, será de no máximo 8 (oito). Não requerida a prova testemunhal na defesa
escrita, ocorre a preclusão temporal, não mais podendo requerê-la, sendo permitido, no
entanto, substituir testemunhas arroladas que não tenham sido encontradas.
Substituição de testemunha: é possível, após arrolar testemunhas, requerer a sua
substituição. A decisão que indefere a substituição de testemunha está sujeita a preclusão na
medida em que efetuada antes da audiência. É caso de ajuizamento de habeas corpus, com
pedido de liminar e confirmação no mérito, comprovando-se a ilegalidade da recusa.

Testemunhas referidas: após o depoimento das testemunhas, arroladas por ambas as partes,
outros nomes poderão ser mencionados por aquelas. Trata-se das testemunhas referidas.
Cabe às partes requererem seus respectivos depoimentos, sendo que, assim como as que não
prestem compromisso, elas não se compreendem no número máximo legal, (art. 401, §1º).

Oitiva: as testemunhas arroladas pela defesa devem ser ouvidas depois daquelas arroladas
pela acusação. Caso haja testemunha fora do juízo de instrução, estas deverão ser ouvidas
por carta precatória somente após a audiência, se, e desde que, houver prova a ser produzida
pela acusação. Somente as testemunhas arroladas pela acusação poderão ser ouvidas antes
do referido ato processual instrutório. O juiz poderá determinar a inquirição das testemunhas
referidas pelo acusado, quando de seu interrogatório (art. 189).

Obrigação de depor como testemunha: toda pessoa pode ser testemunha, não podendo
eximir-se da obrigação de depor, pois trata-se de um dever. Podem, no entanto, deixar de
testemunhar o ascendente, o afim em linha reta, o cônjuge, o irmão, os pais, o filho adotivo
do acusado ou da vítima.

Impedimento para depor como testemunha: há determinadas pessoas que são proibidas de
testemunhar em face da função, ministério, ofício ou profissão, que devam guardar segredo.
Contudo, essas pessoas impedidas de depor, poderão fazê-lo caso haja o consentimento do
titular do segredo.

Classificação das testemunhas: pode-se classificar as testemunhas em:


I- Diretas e indiretas: diretas são as que depõem sobre fatos a que assistiram; indiretas as que
depõem sobre fatos que sabem por ouvir dizer;
II- Próprias e Impróprias: próprias são as que depõem sobre fatos objeto do processo, cuja
existência conhecem por ciência própria ou por ouvir dizer; impróprias são as que depõem
sobre atos do inquérito ou do processo a que estiverem presentes, também chamadas
instrumentais;
III- Informantes: são aquelas que não prestam compromisso;
IV- Referidas: são terceiras pessoas mencionadas no depoimento de outras testemunhas;
V- Numerárias: são as indicadas pelas partes conforme o número máximo permitido.

Características da prova testemunhal: são características da prova testemunhal:


I- Judicialidade: pois o destinatário da prova é o juiz;
II- Oralidade: pois exige-se a prestação de testemunho oralmente, não se permitindo que
proceda à leitura do seu depoimento, podendo fazer breves consultas a apontamentos (art.
204);
III- Objetividade: pois a testemunha deve se reportar aos fatos;
IV- Retrospectividade: pois a testemunha depõe sobre fatos passados;
V- Imediatidade: que consiste em dever a testemunha manifestar percepções sensoriais,
imediatamente recebidas por ela a respeito de um fato passado.

PROCEDIMENTO SUMÁRIO
NOÇÕES GERAIS
Admissibilidade: o procedimento sumário será adotado quando tiver por objeto crime cuja
sanção máxima cominada for inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade (art.
394, §1º, II).
Subsidiariedade: aplicam-se subsidiariamente a este procedimento as disposições do
procedimento ordinário (art. 394, §5º). Assim, aplicam-se ao procedimento sumário as
disposições do procedimento ordinário no que se refere, por exemplo: I- recebimento e
rejeição liminar da denúncia (arts. 395 e 396); II- resposta à acusação, com a peculiaridade de
que, no procedimento sumário, o número máximo de testemunhas a serem arroladas é 5
(cinco), e não 8 (oito), como ocorre no ordinário; III- absolvição sumária; IV- citação e
interrogatório;

Início do Processo: com este procedimento, o processo inicia-se com a citação do acusado e
não mais com o recebimento da denúncia ou da queixa, como era observado anteriormente.
Isto posto, só pode falar em perempção do momento da citação em diante, e não mais antes
dessa.

4. Audiência de Instrução e Julgamento


Deve ocorrer uma audiência una que abrangerá todas as etapas para a realização completa da
instrução e essa audiência deve ser realizada a tomada de declarações do ofendido, se
possível, à inquirição de testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nessa ordem,
com exceção das testemunhas que morarem fora da jurisdição do juiz que deverão ser
inquiridas pelo magistrado do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta
precatória com prazo razoável. Essa carta precatória não suspenderá a instrução criminal.
Findo o prazo estabelecido para o cumprimento da carta precatória pode ser procedido o
julgamento.
Nessa audiência também deverá proceder-se os esclarecimentos dos peritos, se as partes
assim requererem previamente, às acareações e o reconhecimento de pessoas e coisas,
interrogando-se, em seguida, o acusado e, por fim, procedendo-se os debates.

Todas as provas deverão ser produzidas nessa audiência, desde que o juiz as considere
relevantes, pertinentes e de possível apresentação imediata, ou seja, não protelatórias.
Nenhum ato deverá ser adiado, salvo quando imprescindível a prova faltante, determinando
o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer. Havendo ou não a suspensão da
audiência, a testemunha que comparecer será inquirida.

DOS DEBATES
No debate serão oferecidas as alegações finais orais por 20 minutos, respectivamente, pela
acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 minutos. Se houver mais de um acusado, o
tempo previsto para a defesa de cada um será individual. E o assistente do MP, por sua vez,
terá direito à manifestação por 10 minutos, após a manifestação do primeiro, prorrogando-se
por igual período o tempo da manifestação da defesa. Logo após os debates o juiz proferirá
sentença.
O juiz terá 30 dias para concluir o processo, independente de o réu estar solto ou preso.

5. RELATÓRIO DA AUDIÊNCIA
Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas
partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela apresentados. Sempre que possível,
o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito
pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar,
inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações. No caso de
registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do registro original, sem
necessidade de transcrição.

6. AÇÃO CIVIL
A Lei nº 11.719/08 institui um parágrafo único no artigo 63 do CPP o qual prevê que
"transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor
fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação
para a apuração do dano efetivamente sofrido". Assim sendo permite ao juiz criminal, ao
sentenciar, que profira, além da decisão do mérito, uma condenação certa e determinada e
em parte líquida, que pode ser executada de plano pela vítima que sofreu o dano e pretende
reparação.

DIFERENÇAS DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO E ORDINÁRIO


Ordinário Sumário
Pena máxima igual ou superior a 4 anos; Pena máxima inferior a 4 anos;
Prazo de 60 dias para conclusão o processo; Prazo de 30 dias para conclusão do processo;
Arrolamento de no máximo 8 testemunhas Arrolamento de no máximo 5 testemunhas
por parte; por parte;
Há previsão de requerimento de diligências e Não há previsão de requerimento de
de memoriais. diligências e nem de memoriais.

DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL (JECRIM)


Juizados especiais criminais. Princípios, Composição dos Danos e transação penal.
Composição civil dos danos PREVISÃO CONSTITUCIONAL O Art. 98, inciso I da
Constituição Federal determina expressamente: "A União, no Distrito Federal e nos
Territórios, e os Estados criarão: I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou
togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis
de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os
procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau".
O Artigo 98 é norma constitucional de eficácia limitada, isto, pois, depende de
regulamentação de lei ordinária.
Posteriormente, foi editada a Lei 9.099 de 26 de setembro de 1995, que regulamentou a
matéria referente ao conceito das infrações de menor potencial ofensivo, bem como o
procedimento sumaríssimo aplicável a elas. Assim, foram criados os JUIZADOS ESPECIAIS
CRIMINAIS.
A Emenda Constitucional nº 22/99, acrescentou um parágrafo no dispositivo constitucional
já mencionado que foi regulamentado pela Lei 10.259/2001, criando os Juizados Especiais
Federais.

No procedimento dos Juizados Especiais Criminais, do que se lê da Lei 9.099/95, visa-se, de


forma prioritária, a conciliação entre as partes, pautando-se pela informalidade dos atos
procedimentais, artigo 95 da Lei 9.099/95.

ASPECTOS TEMPORAIS
O aspecto temporal foi o grande mote dos Juizados Especiais, tanto no aspecto cível, como no
aspecto criminal, nesse sentido é o disposto nos Arts. 2º e 62 da Lei 9.099/95, que especificam
os critérios orientadores, sendo eles: oralidade, simplicidade, informalidade, economia
processual e celeridade.
A sistemática dos Juizados Especiais tem em perspectiva viabilizar ao jurisdicionado um
processo mais eficiente, portanto regido por critérios compatíveis com a facilitação do acesso
à Justiça.
CONCEITO DE INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
O Art. 98, inciso I da Constituição da República faz expressa referência às INFRAÇÕES DE
MENOR POTENCIAL OFENSIVO. No entanto, é a lei ordinária que conceitua tal
modalidade de infração penal.
O Art. 61 da Lei 9.099/95, traz o conceito legal de infração de menor potencial ofensivo:
“Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois)
anos, cumulada ou não com multa".
Conforme a redação do dispositivo mencionado pode-se concluir que as INFRAÇÕES DE
MENOR POTENCIAL OFENSIVO são de duas espécies:
- TODAS AS CONTRAVENÇÕES PENAIS;
- CRIMES CUJA PENA NÃO ULTRAPASSE 2 (DOIS) ANOS.
É importante salientar que as causas de aumento de pena que tornem a reprimenda superior
a 2 (dois) anos excluem a competência do Juizado Especial Criminal.
As disposições da Lei 9.099/95, não se aplicam à Justiça Militar, conforme expressa previsão
do Art. 90-A da Lei 9.099/95, bem como os crimes que envolvam violência doméstica e
familiar contra a mulher (vide Art. 41 da Lei 11.340/2006).
PRINCÍPIOS DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL (JECRIM)
Quando se fala em eficiência do Poder Judiciário logo se pensa no aspecto temporal, ou seja,
na razoável duração do processo (vide Art. 5º, inciso LXXVIII da Constituição Federal). O
paradigma da eficiência que norteou a Reforma do Judiciário, referia-se, sobretudo ao
aspecto temporal.
Grande parte da doutrina, no âmbito penal, enaltece a proposta dos Juizados Especiais
Criminais, apontando dentre outros, as seguintes vantagens: desformalização do processo,
tornando-o mais célere e eficiente, logo, mais democrático e acessível à sociedade; diminuição
da movimentação forense, com imediata resposta estatal.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
O procedimento do Juizado Especial Criminal, conforme Arts. 2º e 62 da Lei 9.099/95, adota,
entre outros, os seguintes princípios fundamentais:
- Princípio da Oralidade;
- Princípio da Concentração dos atos processuais;
- Princípio da Imediatidade;
- Princípio da Identidade física do juiz;
- Princípio da Irrecorribilidade das decisões interlocutórias;
- Princípio da Simplicidade;
- Princípio da Informalidade;
- Princípio da Economia processual;
- Princípio da Celeridade processual;
- Princípio da Duração razoável do processo penal.
TERMO CIRCUNSTANCIADO O TERMO CIRCUNSTANCIADO
Está previsto no Art. 69 da Lei 9.099/95, que determina expressamente: "A autoridade
policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o
encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as
requisições dos exames periciais necessários. Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a
lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso
de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de
violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do
lar, domicílio ou local de convivência com a vítima".

Conforme o disposto no Art. 69 da Lei 9.099/95, a autoridade policial, ao tomar ciência da


ocorrência, deverá lavrar termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado,
sempre que possível com o autor do fato e a vítima, providenciando a requisição dos exames
periciais.
O termo circunstanciado é o instrumento no qual devem ser expostas, de maneira sucinta:
a qualificação das partes envolvidas na ocorrência e suas versões;
a data e local dos fatos;
a descrição dos objetos e de outros dados importantes para a apuração do fato.
De acordo com o Art. 69 da Lei 9.099/95, foi dispensado o inquérito policial, a fim de
proporcionar maior celeridade ao procedimento de investigação preliminar, nos casos de
infrações consideradas de menor potencial ofensivo.
O termo circunstanciado substitui o inquérito policial em casos de prisão em flagrante delito.
Ademais, o parágrafo único do dispositivo mencionado dispõe que não será lavrado auto de
prisão em flagrante, nem mesmo será exigida fiança para concessão de liberdade provisória.
Lei nº 11.340 de 07 de Agosto de 2006
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do
§ 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código
Penal e a Lei de Execução Penal ; e dá outras providências.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
LEI 9.099/95 X LEI 11.340/06
Art. 69, parágrafo único, da Lei 9.099/95O prevê que o juiz, ao receber o termo
circunstanciado, caso verifique a ocorrência de violência doméstica, poderá, de forma
cautelar, afastar o agressor do ambiente familiar, para afastar possibilidade de nova agressão.
Entretanto, a Lei 11.340/2006, conhecida popularmente como "Lei Maria da Penha", em seu
Art. 41, afasta a incidência de todos os dispositivos da 9.099/95, no caso de violência
doméstica e familiar contra a mulher. Habeas Corpus (HC) 106212 .
Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. STJ. 3ª Seção. Aprovada em
10/06/2015, Dje 15/06/2015.
TEMA PARA REFLEXÃO.
A Lei 11.340/06 só terá aplicação no caso de violência doméstica praticada contra mulher?
(TJMG, AC nº 1.0637.15.007050-5/001, Relator: Nelson Missias de Morais, 2ª CÂMARA
CRIMINAL, J. 04/05/2017).

Inaplicabilidade global da Lei dos Juizados Especiais Criminais (Lei nº 9.099/95) no âmbito
da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06).
STF declarou constitucionalidade do artigo 41 da Lei Maria da Penha Por unanimidade, o
Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou, nesta quinta-feira (24), a
constitucionalidade do artigo 41 da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), que afastou a
aplicação do artigo 89 da Lei nº 9.099/95 quanto aos crimes praticados com violência
doméstica e familiar contra a mulher, tornando impossível a aplicação dos institutos
despenalizadores nela previstos, como a suspensão condicional do processo.
A decisão foi tomada no julgamento do Habeas Corpus (HC) 106212, em que Cedenir Balbe
Bertolini, condenado pela Justiça de Mato Grosso do Sul à pena restritiva de liberdade de 15
dias, convertida em pena alternativa de prestação de serviços à comunidade, contestava essa
condenação. Cedenir foi punido com base no artigo 21 da Lei 3.688 (Lei das Contravenções
Penais), acusado de ter desferido tapas e empurrões em sua companheira. Antes do STF, a
defesa havia apelado, sucessivamente, sem sucesso, ao Tribunal de Justiça do Estado de Mato
Grosso do Sul (TJ-MS) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
COMPOSIÇÃO CIVIL DOS DANOS
Existem três formas de solução de conflitos:
Autotutela. A autotutela, foi rejeitada pelo Direito Penal, conforme Art. 345 do Código
Penal, salvo em hipóteses excepcionais (vide Art. 25 do Código Penal).
Autocomposição. é um método de resolução de conflitos entre pessoas e consiste em: um dos
indivíduos, ou ambos, criam uma solução para atender os interesses deles, chegando a um
acordo.
Jurisdição. Poder legal, no qual são investidos certos órgãos e pessoas, de aplicar o direito nos
casos concretos
Aos poucos, a autotutela foi dando espaço a outra forma de solução dos conflitos, mediante o
concurso de terceiro desinteressado e imparcial denominada autocomposição civil dos danos.
Atualmente, a Lei 9.099/95, no Art. 73 faz referência à busca pela conciliação: "A conciliação
será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação. Parágrafo único. Os
conciliadores são auxiliares da justiça, recrutados, na forma da lei local, preferencialmente
entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da Justiça
Criminal". Um dos objetivos fundamentais do Juizado Especial Criminal é a reparação dos
danos sofridos pela vítima. Daí a relevância da denominada COMPOSIÇÃO CIVIL DOS
DANOS, que pode ser realizada nas infrações penais de menor potencial ofensivo que
acarretam prejuízos materiais, morais e estéticos à vítima.
A composição civil dos danos está prevista no Art. 74 da Lei 9.099/95: "A composição dos
danos civis será reduzida a escrito, e homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível,
terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa
ou representação". No entanto, em caso de ação penal pública incondicionada o acordo não
acarretará a extinção da punibilidade, mas, antecipará a indenização proveniente da prática
do delito.
A composição civil dos danos é um acordo que vem ao encontro da vítima, bem como do
autor do fato objetivando a reparação do dano patrimonial ocorrido em virtude da infração
penal praticada. Assim sendo, em caso de obtenção da composição dos danos civis, o acordo
entre as partes será reduzido à termo e homologado pelo magistrado mediante sentença
irrecorrível que terá eficácia de título judicial.
TRANSAÇÃO PENAL
A TRANSAÇÃO PENAL está prevista expressamente no Art. 76, “caput”, da Lei 9.099/95,
que determina "in verbis": "Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal
pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá
propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, a ser especificada na
proposta".
Assim, o Promotor de Justiça, antes de propor a TRANSAÇÃO PENAL, deverá verificar se é
caso de arquivamento do termo circunstanciado. Não sendo este o caso, poderá propor a
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa sem instauração de processo penal
ou condenação.
A transação penal é um acordo celebrado entre o Ministério Público (ou querelante nas ações
penais privadas) e o autor do suposto fato delituoso, de modo que não haverá processo
penal, contudo, é feita a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou
multas. Assim, realizada a proposta pelo Ministério Público, esta será submetida à apreciação
do magistrado (Art. 76 § 3º da Lei 9.099/95).
O instituto da transação penal, proposto pelo MP, decorre do que está previsto no Art. 98,
inciso I, bem como do Art. 129, inciso I, ambos da Constituição Federal.

REQUISITOS PARA A TRANSAÇÃO PENAL


Realizada a proposta o juiz, para confirmá-la deverá constatar a presença dos seguintes
requisitos:
- hipótese de infração penal de menor potencial ofensivo;
- Não ser caso de arquivamento do termo circunstanciado;
- Não ter sido o autor da infração penal condenado, pela prática de crime, à pena privativa de
liberdade, por sentença definitiva;
- Antecedentes, conduta social, personalidade do agente, bem como os motivos e
circunstâncias
do delito forem favoráveis ao sujeito;
- Não ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 (cinco) anos, pela transação
penal;
- No caso de crimes ambientais, prévia composição do dano ambiental, salvo em caso de
comprovada impossibilitade (vide Art. 27 da Lei 9.605/98).
Homologado o acordo, o magistrado deverá aplicar pena(s) restritiva(s) de direito(s) ou
multa(s). A transação penal não retira a PRIMARIEDADE do indivíduo, bem como não será
considerado com maus antecedentes. A transação penal será registrada, exclusivamente, para
impedir novamente o mesmo benefício penal no prazo de 5 anos (vide Art. 76 § 4º da Lei
9.099/95).
Caso o magistrado não realize a homologação da transação penal, deverá remeter, por
analogia, os autos ao Procurador-Geral de justiça (vide Art. 28 do Código de Processo Penal).
Aliás, a aceitação da proposta de transação penal NÃO ACARRETA CONFISSÃO DE
CULPA (vide Art. 76 § 6º da Lei 9.099/95).
Todavia, se o autor da suposta infração penal de menor potencial ofensivo não comparecer à
audiência preliminar, se não estiverem presentes os requisitos ou se o autor da infração tiver
recusado a proposta, o MP deverá oferecer denúncia oral, dando início ao procedimento
sumaríssimo.
SÚMULA VINCULANTE 35 DO STF
A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/95, não faz coisa
julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior,
possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante
oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (“SURSIS”)
Se não houver proposta, mas entendendo o juiz que é aplicável o disposto no artigo 89 da
Lei 9.099/95, deverá valer-se do disposto no artigo 28 do Código de Processo Penal,
seguindo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, como reza a Súmula 696.
O Supremo Tribunal Federal não aceita a imposição de suspensão do processo por ato
exclusivo do juiz, reconhecendo-se a titularidade do Parquet para oferecê-la (HC 74.153 –
3/SP, 3 de dezembro de 1996).
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 75.197 – 1/PR, Relator Ministro
Moreira Alves, 19 de agosto de 1997 via na suspensão condicional do processo um direito
do réu.
O “sursis” processual não é direito subjetivo do réu, mas faculdade do órgão de acusação,
Recurso Especial 318.745/MG, DJ de 24 de março de 2003.
A transação penal, própria dos procedimentos sumaríssimos, própria dos Juizados
Especiais, é um direito subjetivo do réu.
Para outros, o “sursis” processual é exercício de discricionariedade vinculada pelo Parquet.
Seja como for, a suspensão condicional do processo está sujeita em suas condições aos
requisitos do artigo 89, § 1º, I, II, III e IV da Lei 9.099/95.
Parte da doutrina entende que não há discricionariedade por parte do Ministério Público
nessa atuação.

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