Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Guia de Profissões
Física
N
uma definição clássica, a Física é Como ciência, a Física faz uso do
denominada a ciência que trata método científico. Baseia-se, es-
dos componentes fundamentais sencialmente, na Matemática e na
do Universo, as forças que eles exercem Lógica, quando da formulação de
e os resultados dessas forças. O termo seus conceitos.
vem do Grego ϕυσιζ (physike), que signi- Ao decidir pelo campo da Física,
fica natureza, pois, nos seus primórdios, o aluno pode optar por Bacharela-
ela estudava, indistintamente, muitos as- do ou licenciatura.
pectos do mundo natural. A Física difere
Bacharelado – Nesta modalidade,
da Química ao lidar menos com substân-
o Físico tem de ser um profissio-
cias específicas e mais com a matéria em
nal que, apoiado em conhecimen-
geral, embora existam áreas que se cru-
tos sólidos e atualizados em
zem como a Físico-química (intimidade
Física, seja capaz de abordar e
da matéria). Dessa forma, os físicos
tratar problemas novos e tradicio-
estudam uma vasta gama de fenômenos
nais e esteja sempre preocupado
físicos em diversas escalas de compri-
em buscar novas formas do saber
mento: das partículas subatômicas das
e do fazer científico ou tecnológi-
quais toda a matéria é originada até o
co. Em todas as suas atividades, a
comportamento do universo material co-
atitude de investigação deve estar
mo um todo (Cosmologia).
sempre presente, embora asso-
ciada a diferentes formas e objetivos de objetos a partir de seu movimento ou au-
trabalho. O Bacharelado em Física visa sência de movimento e, também, as con-
tanto à formação básica do pesquisador, dições que provocam esse movimento; a
que se completa com o Mestrado e/ou Termodinâmica, quando se estudam o
Doutorado, quanto à formação de um calor, o trabalho, as propriedades das
2
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:11 Page 3
4. CARACTERÍSTICAS
Professor João BATISTA Gomes DO REALISMO/NATURALISMO
a) Apego à objetividade – Não há mais es-
Aula 91 paço para uma literatura com textos pro-
lixos, com descrições exaltadas de paisa-
Realismo-Naturalismo I gens e de personagens.
c) Crença na razão – A emoção cede lugar
1. ASPECTOS GERAIS
à razão, sugerindo frieza (às vezes crue-
a) Duração no Brasil – 1881 a 1893. za) nas relações amorosas. 01. Os itens seguintes contêm características
b) Obra inauguradora do Realismo – Memó- d) Materialismo – A literatura passa a exibir de períodos literários brasileiros. Qual
rias Póstumas de Brás Cubas (romance, uma visão materialista da vida, do homem deles foi caracterizado erradamente?
1881), de Machado de Assis. e da sociedade, negando a relação com
c) Obras inauguradoras do Naturalismo: Deus. a) Romantismo: nacionalismo extremado, va-
e) Cientificismo – A defesa de que a vida e lorização do índio e da natureza.
1. O Coronel Sangrado (romance, 1877),
de Inglês de Sousa. as ações dos homens são determinadas b) Arcadismo: linguagem culta, rebuscada,
2. O Mulato (romance,1881), de Aluísio pela ciência é postura radical do Naturalis- com antíteses e hipérbatos.
Azevedo. mo. c) Parnasianismo: apego à rima, à métrica, à
d) Mistura – Realismo e Naturalismo mistu- f) Determinismo – O Naturalismo constrói perfeição; poesia descritiva, com ausência
personagens cuja conduta obedece a três
ram-se na literatura brasileira. Não há de emoções.
variáveis: a hereditariedade (que explica
coincidência apenas de datas; os temas, d) Realismo: o importante não era a trama, o
as tendências, os caracteres e as patolo-
derivados da filosofia de Tobias Barreto,
gias), o meio (capaz de determinar o com- enredo em si, mas a profundidade com que
são comuns às obras dos dois períodos.
portamento) e o momento histórico (res- as personagens eram analisadas.
e) Guerra ao Romantismo – Realismo e Na- ponsável pelas ideologias). e) Realismo: análise da realidade sem o pris-
turalismo opõem-se radicalmente ao
g) Problemas patológicos – A literatura pas- ma da fantasia e do sonho.
Romantismo.
sa a retratar temas que chocam a socieda-
2. ASPECTOS HISTÓRICO-CULTURAIS de: homossexualismo, lesbianismo, inces- 02. Um dos itens seguintes não pode ser atrela-
to, taras sexuais, loucura, adultério, racis- do ao surgimento do Realismo-Naturalismo
a) A burguesia substitui a aristocracia no
mo, prostituição.
poder. no Brasil. Identifique-o.
b) A Revolução Industrial traz avanços no 4. AUTORES E OBRAS a) A ciência e a tecnologia passaram a influen-
campo da ciência e da tecnologia. ciar a visão do escritor.
MACHADO DE ASSIS
c) A ciência é exaltada; apregoa-se a idéia b) A valorização do materialismo, numa atitude
Origem humilde – O pai é mulato, pintor de
de que ela é capaz de resolver todos os clara de combate ao subjetivismo e ao misti-
paredes do Morro do Livramento, no Rio de
problemas da humanidade.
Janeiro. A mãe (portuguesa) lava roupa para cismo.
d) As idéias de Darwin (As Origens das Es- ajudar nas despesas de casa. c) O crescimento urbano motivou a formação
pécies, 1859) são impostas: o meio condi-
Infância paupérrima – Machado tem uma de uma casta intelectual e, conseqüente-
ciona todos os seres vivos, deixando viver
infância paupérrima, de menino do morro,
apenas os mais fortes. O meio ambiente é mente, o consumo de livros.
com as dificuldades comuns de uma família
capaz de interferir na formação da matéria d) Valorização do conhecimento empírico.
pobre.
e do espírito. e) Tentativa de atrelar o comportamento huma-
Órfão – O pai, a mãe e a irmã logo morrem.
e) A teoria do evolucionismo (ou darwinismo) no à hereditariedade e ao meio.
Maria Inês, a madrasta, dá-lhe carinhos de
repercute na Economia, na Filosofia, na mãe e é quem o alfabetiza, auxiliada por um
Política e na Literatura. padre da Igreja de Lampadosa.
03. (Desafio do Rádio) O homossexualismo vi-
f) O Positivismo nasce na França: prega o rou tema de obras literárias no Realismo-
Escola: sonho distante – Maria Inês trabalha
apego aos fatos, rejeitando qualquer teo- na cozinha de uma escola dirigida por senho- Naturalismo. Isso se pode comprovar no ro-
ria metafísica para a existência e a atua- ras. Graças a essa atividade, o menino mance:
ção do homem no mundo. Machado de Assis pode ali se matricular. A
a) Dom Casmurro;
g) O mundo torna-se materialista, suplantan- disciplina inclui palmatória e castigos corpo-
do o subjetivismo pregado no período ro- rais, mas Machado é aluno exemplar, ávido b) O Mulato;
mântico. por conhecimento. c) Memórias Póstumas de Brás Cubas;
h) As Cartas Filosóficas de Voltaire atacam Vendedor de balas e doces – No período d) A Normalista;
as instituições do clero e da monarquia. em que não está na escola, o garoto pobre, e) O Bom Crioulo.
Isso provoca a mudança da liderança his- magro, franzino vende balas e doces (fabri-
tórica da aristocracia para a burguesia. cados pela madrasta) nas ruas de São Cris- 04. (Desafio da TV) Ambientados em pe-
tóvão. quenas e desconhecidas cidades da Ama-
3. SITUAÇÃO BRASILEIRA Francês na padaria – A proprietária da pada- zônia, os romances de Inglês de Sousa
a) O Positivismo encontra ressonâncias na ria do bairro (São Cristóvão) logo simpatiza não despertaram a atenção dos leitores do
Faculdade de Direito do Recife. com Machado de Assis. Começa, então, a Sul, onde foram publicados. Os leitores ain-
b) A abolição dos escravos provoca um cres- dar-lhe aulas de francês. A evolução é espan-
cimento urbano inesperado, favorecendo
da se deleitavam com fantasias, fugindo à
tosa: Machado domina rapidamente a nova
as atividades artísticas, entre elas a Litera- língua. No futuro, vale-se desses conhecimen- realidade nua e crua de uma região ainda
tura. tos para ser revisor de provas na Imprensa inexplorada na literatura brasileira. Crono-
c) Os primeiros imigrantes europeus (princi- Nacional. logicamente, Inglês de Sousa inaugurou o
palmente italianos) chegam ao Brasil para Primeiro emprego – Machado de Assis, já Naturalismo no Brasil, em 1877, com o ro-
substituir a mão-de-obra escrava. rapaz, precisa trabalhar. A Livraria e Tipografia mance:
d) A decadência da lavoura açucareira vira Paula Brito é a mais famosa da época, no Rio
realidade. A lavoura cafeeira toma impul- de Janeiro. Ali Machado vai atrás do seu pri- a) O Bom Crioulo;
so, favorecendo o aparecimento de novas meiro emprego. Não sabe fazer nada, mas b) O Coronel Sangrado;
comunidades e o aumento dos bens de quer estar em contato com livros e escritores. c) Dona Guidinha do Poço;
consumo.
Aprendiz de tipógrafo – Depois de uma cer- d) O Missionário;
e) A comunicação brasileira experimenta a ta experiência, é admitido na Imprensa Nacio- e) O Mulato.
revolução do telégrafo.
nal como Aprendiz de Tipógrafo. Às vezes,
3
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:11 Page 4
deixa de fazer o seu trabalho para entregar- Escritor completo – Poucos autores na litera-
se a leituras. Os colegas logo o denunciam tura brasileira são tão ecléticos quanto Macha-
ao diretor da casa. Nasce, assim, a amizade do. Faz incursões pela prosa (romance, conto,
com Manuel Antônio de Almeida, o festejado crônica, teatro, crítica literária e social) e pela
autor de Memórias de um Sargento de Milí- poesia, com sucesso em ambos. Tudo o que
cias. Machado escreve faz sucesso. Mas é, sem
Revisor – Com a idade de 19 anos, Machado dúvida, no romance e no conto que o escri-
já tem fama de intelectual e estudioso: é con- tor torna-se mestre. Ainda vivo, é aclamado
tratado por Paula Brito para atuar como revi- por todos como o maior escritor da literatura
sor de provas na livraria e editora. Além de brasileira – título que perdura até hoje.
dominar o francês, Machado dá provas de
conhecer em profundidade a língua portu- OBRAS ROMÂNTICAS
Caiu no vestibular guesa. 1. Crisálidas (1864, poesias)
Contos e Crônicas em jornais – Conhecido 2. Falenas (1870, poesias)
01. (FGV) Leia:
no meio intelectual carioca, Machado come- 3. Americanas (1875, poesias)
Então, no fundo da floresta, troou um es- ça a colaborar em vários jornais e revistas do 4. Ressurreição (1872, romance)
tampido horrível, que veio reboando pelo espa- Rio de Janeiro, escrevendo contos, crônicas 5. A Mão e a Luva (1874, romance)
ço; dir-se-ia o trovão, correndo pelas quebra- e críticas literárias. 6. Helena (1876, romance)
das da serrania. Primeiro livro – Com vinte e cinco anos de 7. Iaiá Garcia (1878, romance)
Era tarde. idade, Machado publica o seu primeiro livro: 8. Contos Fluminenses (1870, contos)
um volume de poemas intitulado Crisálidas. A 9. Histórias da Meia-Noite (1873, contos)
Não havia tempo para fugir; a água tinha
fama, aos poucos, vai-se espalhando – graças
soltado o seu primeiro bramido, e, erguendo o à intensa atividade literária registrada nos jor- OBRAS REALISTAS
colo, precipitava-se, furiosa, invencível, devo- nais e nas revistas. 1. Ocidentais (1901, poesia)
rando o espaço como um monstro do deserto. Funcionário Público – Em 1867, ingressa no 2. Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881,
Peri tomou a resolução pronta que exigia funcionalismo público, ocupando um cargo romance)
a iminência do perigo: em vez de ganhar a ma- no Diário Oficial. Já goza, então, da admira- 3. Quincas Borba (1891, romance)
ta, suspendeu-se a um dos cipós, e, galgando ção e do respeito do público. Já tem fama de 4. Dom Casmurro (1899, romance)
escritor. É conhecido no Rio de Janeiro como 5. Esaú e Jacó (1904, romance)
o cimo da palmeira, aí abrigou-se com Cecília.
homem sério, inteligente e esforçado. 6. Memorial de Aires (1908, romance)
A menina, despertada violentamente e
Primeira e única namorada – Machado co- 7. Papéis Avulsos (1882, contos)
procurando conhecer o que se passava, inter-
nhece Carolina. Moça branca, já na casa dos 8. Histórias Sem Data (1884, contos)
rogou seu amigo. trinta, livre de compromissos amorosos, re- 9. Várias Histórias (1896, contos)
– A água!... respondeu ele, apontando pa- cém-chegada de Portugal, conquista imedia- 10. Relíquias da Casa Velha (1906, contos)
ra o horizonte. tamente o coração do escritor. A paixão tem
o aval do irmão de Carolina, o poeta Xavier CONTOS FAMOSOS
José de Alencar, O Guarani
de Novais, mas esbarra no preconceito da fa- 1. O Alienista
Sobre o fragmento acima, afirma-se que:
mília branca: Machado é mulato. 2. A Cartomante
1. Enaltece a força da natureza brasileira. Vitória do amor – Machado e Carolina casam- 3. Um Apólogo
2. Exalta a coragem do silvícola. se no fim do ano de 1869. Não têm filhos. Vi- 4. A Missa do Galo
3. Refere-se a um símbolo da fusão dos valo- vem 35 anos um para o outro. Quando ela 5. Cantiga de Esponsais
res nativos e europeus. morre, em 1904, Machado dedica-lhe um so- 6. Noite de Almirante
neto. Veja-o na íntegra: 7. A Igreja do Diabo
4. “Pronta” (4.o parágrafo), no texto, significa
À Carolina 8. O Segredo do Bonzo
“preparada”.
9. Teoria do Medalhão
5. “Monstro do deserto” (3.o parágrafo) e “A Querida, ao pé do leito derradeiro,
água!” (6. parágrafo) são duas metáforas.
o Em que descansas desta longa vida, POEMAS FAMOSOS
Aqui venho e virei, pobre querida,
Assinale a alternativa que contém duas 1. Suave Mari Magno
Trazer-te o coração do companheiro.
afirmações INCORRETAS. 2. À Carolina
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro 3. Círculo Vicioso
a) 1 e 2. d) 1 e 5. Que, a despeito de toda a humana lida, 4. A Mosca Azul
b) 2 e 3. e) 4 e 5. Fez a nossa existência apetecida, 5. Soneto de Natal
c) 3 e 4. E num recanto pôs o mundo inteiro.
Círculo vicioso
Trago-te flores, – restos arrancados
02. (FGV) Publicados quase simultaneamen-
Da terra que nos viu passar unidos Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
te, Memórias Póstumas de Brás Cubas e E ora mortos nos deixa separados. “Quem me dera que eu fosse aquela loira estrela
O Mulato, ambos os romances pratica- Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
mente inauguram dois movimentos literá- Pensamentos de vida formulados Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
rios no Brasil. Num deles, predomina a pro- São pensamentos idos e vividos.
fundidade da análise psicológica e, no Fama ainda em vida – Diferentemente de ou- “Pudesse eu copiar-te o transparente lume,
outro, a preocupação com as leis da here- tros mulatos da literatura brasileira, Machado Que, da grega coluna à gótica janela,
ditariedade e a influência do ambiente não precisa morrer para tornar-se célebre. A Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela”
sobre o homem. despeito da origem humílima, da cor, da Mas a lua, fitando o sol com azedume:
doença (era epiléptico), vence o talento. Tan-
Esses movimentos foram: to a carreira de escritor, como a de funcioná- “Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
a) O Modernismo e o Pós-modernismo. rio público, quanto a literária evoluem vertigi-
Claridade imortal, que toda a luz resume”!
nosamente. Numa época em que o escritor
b) O Futurismo e o Surrealismo. Mas o sol, inclinando a rútila capela:
não ganha dinheiro, Machado sabe dosar a
c) O Barroco e o Trovadorismo. atividade profissional com a vocação literária.
d) O Romantismo e o Ultra-romantismo. Além de escritor festejado, torna-se o primei- “Pesa-me esta
ro presidente da Academia Brasileira de Le- brilhante auréola de nume...
e) O Realismo e o Naturalismo.
tras, sem dúvida uma das maiores glórias do Enfara-me esta luz e desmedida umbela...
escritor ainda em vida. Por que não nasci eu um simples vagalume?”
4
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:11 Page 5
Química não-dissolvida.
Porém, em alguns casos especiais, é possível
manter uma solução com quantidade de soluto
Professor Pedro CAMPELO acima daquela que pode ser dissolvida em con-
dições normais. Nesse caso, fala-se em solução
Aula 92 supersaturada, que é instável: com alterações
físicas mínimas, a quantidade extra de soluto po-
Soluções de ser precipitada.
MISTURA Representação do coeficiente de solubilidade
Uma mistura é constituída por duas ou mais C.S.X = massa maior do soluto/ massa do 01. (Fuvest 2001) Entre as figuras a seguir, a
substâncias puras, sejam elas simples, sejam solvente/ temperatura que melhor representa a distribuição das
compostas. As proporções entre os constituintes
Exemplo de coeficiente de solubilidade partículas de soluto e de solvente, numa so-
de uma mistura podem ser alterados por
lução aquosa diluída de cloreto de sódio, é:
processos químicos, como a destilação. Todas as Solubilidade do cloreto de potássio em água:
substâncias que compartilham de um mesmo C.S.KCl = 34g/ 100g de H2O a 20°C
espaço, portanto, constituem uma mistura. Não
se pode, entretanto, confundir misturar com
dissolver. Água e óleo, por exemplo, misturam-
se, mas não se dissolvem. Isso torna o sistema
água + óleo uma mistura, não uma solução.
Existem dois tipos fundamentais de misturas: as Solução insaturada: massa do soluto menor que
homogêneas (homo: igual) e as heterogêneas o coeficiente de solubilidade.
(hetero: diferente). Solução saturada: massa do soluto igual ao coe-
ficiente de solubilidade.
DEFINIÇÃO DE SOLUÇÃO
Solução saturada com corpo de fundo: massa do 02. (Fuvest 2002) Quando o composto LiOH é
Em Química, solução é o nome dado a disper- maior que o coeficiente de solubilidade. dissolvido em água, forma-se uma solução
sões cujo tamanho das moléculas dispersas é Solução Insaturada (ou não saturada) – É
menor que 1 nanômetro (10 Angstrons). A solu-
aquosa que contém os íons Li+(aq) e
quando a quantidade de soluto usado se dissol- OH–(aq). Em um experimento, certo volume
ção ainda pode ser caracterizada por formar um ve totalmente, ou seja, a quantidade adicionada é
sistema homogêneo (a olho nu e ao microscó- de solução aquosa de LiOH, à temperatura
inferior ao coeficiente de solubilidade.
pio), por ser impossível separar o disperso do ambiente, foi adicionado a um béquer de
Solução Saturada – É quando o solvente (ou dis-
dispersante por processos físicos. massa 30,0g, resultando na massa total de
persante) já dissolveu toda a quantidade possível
As soluções compostas por moléculas ou por 50,0g. Evaporando a solução ATÉ A SECU-
de soluto (ou disperso), e toda a quantidade ago-
íons comuns podem envolver sólidos, líquidos ou RA, a massa final (béquer+resíduo)
ra adicionada não será dissolvida e ficará no fun-
gases como dispersantes (chamados de solven- resultou igual a 31,0g. Nessa temperatura, a
do do recipiente.
tes – existentes em maior quantidade na solução) solubilidade do LiOH em água é cerca de
Solução Sobressaturada (ou supersaturada) –
e como dispersos (solutos). A solução também Isso só acontece quando o solvente e soluto es-
11g por 100g de solução. Assim sendo,
pode apresentar-se nesses três estados da tão em uma temperatura em que seu coeficiente pode-se afirmar que, na solução da
matéria. de solubilidade (solvente) é maior, e, depois, a experiência descrita, a porcentagem, em
É importante destacar que soluções gasosas são solução é resfriada ou aquecida, de modo a redu- massa, de LiOH era de
formadas apenas por solvente e soluto, ambos zir o coeficiente de solubilidade. Quando isso é a) 5,0%, sendo a solução insaturada.
gasosos. feito de modo cuidadoso, o soluto permanece b) 5,0%, sendo a solução saturada.
Em farmácia, uma solução é uma forma farma- dissolvido, mas a solução se torna extremamente c) 11%, sendo a solução insaturada.
cêutica líquida, caracterizada pela formação de instável. Qualquer vibração faz precipitar a quan- d) 11%, sendo a solução saturada.
um sistema onde todas as substâncias sólidas tidade de soluto em excesso dissolvida. e) 20%, sendo a solução supersaturada.
presentes na formulação devem estar totalmente Observação: Denomina-se dissolução endotérmi-
dissolvidas em um veículo adequado. Portanto a ca aquela em que, quanto maior a temperatura, 03. (PUC-Rio 99) A tabela a seguir mostra a so-
solução deve ser líquida e transparente. maior o coeficiente de solubilidade do solvente lubilidade de vários sais, à temperatura am-
CLASSIFICAÇÃO (temperatura e solubilidade são diretamente pro- biente, em g/100ml:
porcionais). Também há a dissolução exotérmi- AgNO3 (nitrato de prata): 260
As soluções podem ser classificadas de diversas
ca, que é o inverso da endotérmica, na qual, Al2(SO4)3 (sulfato de alumínio): 160
maneiras:
quanto menor a temperatura, maior o coeficiente NaCl (cloreto de sódio): 36
• de acordo com o estado da matéria, conforme
de solubilidade do solvente (temperatura e KNO3 (nitrato de potássio): 52
visto anteriormente;
solubilidade são inversamente proporcionais). KBr (brometo de potássio): 64
• de acordo com a condução de corrente elétri-
ca: soluções eletrolíticas (compostas por íons) SOLUTO, SOLVENTE E SOLUÇÃO Se 25ml de uma solução saturada de um
e soluções não-eletrolíticas (compostas Representação desses sais foram completamente evapora-
apenas por moléculas); Soluto: usaremos o número 1 dos e o resíduo sólido pesou 13g, o sal é:
• de acordo com as quantidades proporcionais Solvente: usaremos o número 2 a) AgNO3 b) Al2(SO4)3 c) NaCl
de soluto e solvente: solução concentrada e Solução: não usaremos número d) KNO3 e) KBr
solução diluída; Massa
04. (UECE 97) A porcentagem molar do etanol
SOLUÇÃO INSATURADA, SATURADA E SU- Massa do soluto: m1
numa solução que contém 230g de etanol e
PERSATURADA Massa do solvente: m2
90g de água é:
Para entendermos esses conceitos, primeiramen- Massa da solução: m
Dados: C=12; H=1; O=16
te precisamos saber o que é Coeficiente Solubili- M = m 1 + m2
a) 50% b) 10% c) 5%
dade. Ele é definido como a máxima quantidade CONCENTRAÇÃO DAS SOLUÇÕES
d) 0,5%
de soluto que é possível dissolver de uma quan- O estudo das concentrações das soluções talvez
tidade fixa de solvente, a uma determinada tem- seja a parte mais importante do capítulo das so- 05. (Uel 94) A 10°C, a solubilidade do nitrato de
peratura. luções, quer do ponto de vista prático, quer do potássio é de 20,0g/100g H2O. Uma
A saturação é uma propriedade das soluções ponto de vista do vestibular. solução contendo 18,0g de nitrato de
que indica a capacidade delas em suportar Podemos compreender bem o porquê da impor- potássio em 50,0g de água a 25°C é
quantidades crescentes de solutos, mantendo-se tância, se tivermos em mente que, na prática, resfriada a 10°C.
homogêneas. Uma solução é dita insaturada se muitas das substâncias são usadas em solução Quantos gramas do sal permanecem dis-
ainda tem capacidade de diluir soluto, sem e, para o químico, é fundamental o conhecimen- solvidos na água?
precipitar excessos. A solução saturada é aquela to exato da solução com a qual está trabalhando; a) 1,00 b) 5,00 c) 9,00
em que o soluto chegou à quantidade máxima: em outras palavras, é preciso conhecer qual é a d) 10,0 e) 18,0
5
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:12 Page 6
6
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:12 Page 7
7
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:12 Page 8
As correntes marítimas
Os oceanos e a atmosfera, permanentemente,
trocam energia e matéria entre si. Nos oceanos,
existe a circulação de porções de águas entre os
pólos e o Equador. Esse deslocamento afeta as
regiões costeiras. Do Equador para os pólos,
deslocam-se verdadeiros rios de água quente.
A distribuição das chuvas pelo planeta é bastante Essas correntes quentes levam o excesso de
irregular. Elas podem variar de lugar para lugar e
calor de suas regiões de origem para as mais
até no mesmo lugar de acordo com as estações
do ano. Ocorrem em maior quantidade no mar do frias. Aumentam o volume de evaporação,
01. (PUC-PR) Analise as afirmativas a seguir, que que sobre os continentes. São abundantes no tornando as regiões litorâneas mais úmidas.
contêm aplicações práticas dos principais Equador e moderadas nas médias latitudes. As Quando uma corrente quente chega aos lugares
fatores climáticos. zonas polares e as subtropicais são relativamen-
de maior latitude, diminui-se o rigor climático no
te mais secas. Na altura dos trópicos, são mais
I. Regiões situadas em altas latitudes rece- freqüentes na costa oriental dos continentes e es- inverno.
bem maior quantidade e intensidade de cassas do lado ocidental. Nas vertentes voltadas As correntes frias, por sua vez, partindo dos pó-
radiações solares, devido à inclinação da para o mar (barlavento), ocorrem maiores índices los, contribuem para que as zonas de baixas lati-
Terra, e por isso são as mais quentes do do que naquelas voltadas para o interior (sota-
globo. vento). Chove mais nas áreas próximas ao mar tudes não sejam mais quentes do que realmente
II. A altitude compensa a latitude, principal- do que naquelas mais interiorizadas. são. Entretanto tornam os litorais mais secos em
mente em função da menor quantidade de função da baixa quantidade de evaporação. Es-
moléculas de oxigênio para reter o calor, sas águas comportam grandes cardumes de pei-
assim o ar rarefeito das altas montanhas é xes, tornando-as importantes áreas de pesca.
muito frio em qualquer latitude.
Os tipos climáticos
III. Correntes marítimas frias, ao passar nas
proximidades de litorais, contribuem para Glacial ou polar: é o clima das regiões polares.
o surgimento de desertos, já que a massa Caracteriza-se por apresentar temperaturas
de ar sobre elas é mais seca e dificulta a muito baixas, com médias térmicas em torno de -
chegada de massas úmidas ao 35°C, no inverno, e máximas de 10°C, no verão.
continente, como ocorre, por exemplo, na A circulação das massas de ar Temperado: ocorre na Europa, na América do
relação entre a Corrente de Humboldt e o “A atmosfera está constantemente em movimen-
deserto do Atacama. Norte, em partes da Ásia, no sul da América do
to. O movimento atmosférico é a soma de dois
IV. A continentalidade faz com que a amplitu- principais componentes – o movimento em rela- Sul, na Nova Zelândia e em parte da Austrália.
de térmica seja menor, devido ao fato de ção à superfície da Terra (isto é, o vento) e o mo- Apresenta as estações bem definidas e a queda
que o continente tende a aquecer-se e vimento em conjunto com a Terra, ao girar em de neve no inverno. A distância ou a proximidade
resfriar-se mais lentamente do que o mar. torno de seu eixo” (AYOADE, J. O. Introdução à do mar explicam os subtipos: Temperado Oceâ-
Por isso, o hemisfério norte, que tem mais climatologia para os trópicos. Bertrand, São
Paulo, p. 72). O movimento de rotação da Terra nico, Temperado Continental e Temperado Medi-
terras do que água, possui temperaturas
em conjunto com a atmosfera influencia a terrâneo.
menos extremas do que o hemisfério sul.
direção dos ventos sobre a superfície do planeta. Tropical: clima quente com alguns subtipos: Tro-
V. O relevo influencia no clima ao criar barrei-
No hemisfério norte, há deflexão desses ventos pical típico (duas estações bem definidas – verão
ras naturais ou corredores para o trânsito para a direita. No hemisfério sul, a deflexão
das massas de ar. A disposição das mon- ocorre para a esquerda. Por outro lado, o chuvoso e inverno seco. Ocorre no Brasil central
tanhas na Ásia, por exemplo, facilita a che- movimento em relação à superfície terrestre e em grande parte da África); Equatorial (clima
gada das massas frias do pólo norte até a dimensiona a movimentação horizontal e a das áreas próximas do Equador: Amazônia,
região equatorial, ao contrário da América, movimentação vertical do ar. África e Indonésia. É muito quente, baixas
onde as barreiras naturais do relevo difi- Massas de ar são grandes porções de ar que
costumam originar-se em áreas extensas e amplitudes térmicas e chuvas abundantes na
cultam tal trânsito.
homogêneas, como as planícies, os oceanos e maior parte do ano); Tropical de Monções (clima
Está correta ou estão corretas somente: os desertos. Em seu processo de formação, ad- do Sul e do Sudeste da Ásia. Caracteriza-se pelas
a) apenas II e III. b) I, III, IV e V. c) apenas II. quirem as características da área de origem
chuvas torrenciais de verão e estiagem no
d) I, II, III e V. e) apenas I e IV. (umidade e temperatura). Assim, elas podem ser
frias e úmidas, frias e secas, quentes e úmidas e inverno); Tropical de Altitude (apresenta
02. (UFMS) Caracteriza-se pelo pequeno índice quentes e secas etc. Ao se deslocar, as massas temperaturas médias menos elevadas, devido ao
de pluviosidade, abaixo de 250 mm anuais, e de ar levam consigo as características de origem, fator altitude).
pela sua irregularidade. Apresenta as maio- que vão influenciar as áreas sobre as quais elas
Desértico: apresenta pequena quantidade de
se estão deslocando. Além disso, podem perder
res amplitudes térmicas diárias, em geral su- chuvas e grande amplitude térmica. Ocorre tanto
as características das áreas de origem e adquirir
periores a 40 °C, não possui médias mensais as características das áreas sobre as quais se em áreas tropicais como em áreas temperadas:
abaixo de 0 °C. Seus rios são temporários. deslocam. norte da África (Saara), no Oriente Médio (Ne-
Essa descrição se refere ao domínio
climático guev), oeste dos EUA e norte do México
(Sonora), litoral do Chile e do Peru (Atacama),
a) dos desertos frios glaciais.
b) do Mediterrâneo. Austrália (Gibson), sudoeste da África (Kalahari) e
c) dos desertos quentes. noroeste da Índia (Tar).
d) das altas montanhas. Montanha: não está restrito a uma zona climáti-
e) das altas montanhas equatoriais. ca. É ligado às grandes altitudes das cadeias
03. (UFPE) Os dados climáticos mostram que, montanhosas, como os Andes, o Himalaia, as
aproximadamente, um terço das terras emer- Rochosas e os Alpes. Caracteriza-se pelo frio e
sas do planeta apresenta ambientes desérti- pela presença de neves eternas.
cos. Esses ambientes possuem as seguintes Climas de transição: Subtropical (encontrado
características, EXCETO: nas áreas de transição dos tropicais para os tem-
a) drenagem sazonal intermitente. perados. Chuvas bem distribuídas, aumento da
b) solos rasos e pedregosos sujeitos à
amplitude térmica e estações do ano bem defini-
salinização.
das. Ocorre no sul do Brasil); Semi-Árido (encon-
c) a evapotranspiração potencial anual é igual ou
inferior à precipitação ocorrida durante o ano. trado tanto em regiões tropicais - Sertão nordes-
d) vegetação composta de espécies xerófilas. Fonte: AYOADE, J. O. Introdução à climatologia para os tino – como em áreas temperadas – Patagônia,
e) ocorrência de uma porção nuclear muito árida trópicos. Bertrand, São Paulo, p. 101. na Argentina. Apresenta chuvas escassas e mal
e uma área periférica menos seca. distribuídas durante o ano).
8
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:12 Page 9
9
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:12 Page 10
10
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:12 Page 11
Aula 95
Acústica
11
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:12 Page 12
12
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:12 Page 13
Português a Helena.
Crase facultativa porque Helena é nome
Professor João BATISTA Gomes não-especificado.
5. Aproveitei o feriado e fui ver a Gabriela, ir-
mã do Tenório.
Aula 96 Sem crase porque o verbo ver é transitivo
direto; função de “a Gabriela”: objeto
Crase II – Casos especiais
direto.
1. NOME PRÓPRIO GEOGRÁFICO 3. À MODA, À MANEIRA
Com nomes de lugar (cidade, estado, país, As expressões à moda, à maneira, desde
continente, planeta), o fenômeno da crase
que sejam locuções adverbiais, provocam o LOCUÇÕES ADVERBIAIS FEMININAS
acontece quando a palavra admite artigo a.
fenômeno da crase, mesmo estando suben- As locuções adverbiais femininas admitem crase
Teste prático – Para tirar dúvidas, faz-se o tendidas e antes de palavra masculina. naturalmente.
seguinte teste prático, usando os verbos vir
Exemplos comentados:
ou ser: à altura à prova d'água
a) Venho de ou venha da? 1. O jovem escritor tem estilo à Machado de à pura força às apalpadelas
b) Sou de ou sou da? Assis. à baila à beça
Crase correta porque o a com acento gra- à queima-roupa à beira (de)
Se o resultado for de, conclui-se que o nome
ve representa a expressão “à maneira”. àquela época à beira-rio
não admite artigo (portanto sem crase); se o
resultado for da, conclui-se que o nome 2. Ela escreve à Márcio Souza. à boca cheia à rédea curta
admite artigo (o fenômeno da crase pode Crase correta porque o a com acento gra- à boca pequena à brasileira (moda)
ocorrer). ve representa a expressão “à maneira”. à busca (de) à revelia (de)
à cabeceira (de) à risca
Observação – Se o nome da localidade vier 3. Ela escreve a Márcio Souza.
à caça (de) à cata (de)
especificado, a lógica é que admita artigo. Sem crase porque se pode entender que
às cegas à saúde de
Exemplos comentados: ele manda correspondência para Márcio às avessas à custa (de)
1. Nas férias, retornei a Itacoatiara. Souza. às carradas às carreiras
Sem crase porque Itacoatiara não admite 4. Quando sai à noite, ela veste-se à 1920, à direita (de) à disparada
artigo (sou de Itacoatiara). imitando alguma personagem da literatu- às centenas à disposição (de)
2. Nas férias, conheci a Bahia de Jorge ra. às cinco horas às claras
Amado. Crase correta porque o a com acento gra- à doida às costas
Sem crase porque, apesar de Bahia admi- ve representa a expressão “à maneira”. à moda (de) à escovinha
tir artigo (sou da Bahia), o verbo 5. Sempre admirei a maneira como ela se (cabelo)
conhecer não admite preposição. à escuta à espera (de)
veste.
3. Nas férias, fui à Bahia. à espreita (de) à esquerda (de)
Sem crase porque o verbo admirar é
Com crase porque Bahia admite natu-ral- à semelhança de à exceção de
transitivo direto; função da expressão “a
mente o artigo a (sou da Bahia). à falta de às escondidas
maneira”: objeto direto.
às escuras às favas
4. Ao anoitecer, chegamos a Manaus.
4. BIFE A CAVALO, À MILANESA às expensas de às gargalhadas
Sem crase porque Manaus não admite ar-
à feição (de) à fina força
tigo (sou de Manaus). Bife a cavalo – Sem crase porque não se po- à flor d'água às mancheias
5. Ao anoitecer, chegamos à Manaus da de entender que o bife seja “à moda cavalo”. à força (de) à frente (de)
Zona Franca. Bife à milanesa – Com crase porque se às margens de às mil maravilhas
Com crase porque a expressão “Manaus
pode entender “bife à moda de Milão”. às moscas à noite
da Zona Franca” admite artigo.
Bife à portuguesa – Com crase porque se à guisa (de) às ocultas
6. Meu maior desejo é visitar a Argentina. à imitação de à paisana
pode entender “bife à moda de Portugal”.
Sem crase porque, apesar de Argentina à instância de às segundas-feiras
admitir artigo (sou da Argentina), o verbo Bife à Camões – Com crase porque se pode
à solta à sombra (de)
visitar não admite preposição. entender “bife à maneira de Camões”. às ordens (de) às pencas
às porções às pressas
2. NOME DE MULHER 5. LOCUÇÕES FEMININAS (adverbiais,
à Luís XV à luz de
Para usar (ou não) crase com nome de mu- conjuntivas, prepositivas)
às rajadas à Machado de
lher, temos de considerar três condições: As locuções adverbiais, prepositivas e con- Assis
a) Pessoa determinada (íntima, familiar) – juntivas, desde que femininas, provocam o à maneira de à mão
Admite artigo e, por isso, o fenômeno da fenômeno da crase. às suas ordens à mão armada
crase pode acontecer. Sabemos se a Exemplos comentados: às tantas às tontas
pessoa é ou não de nosso convívio pelas às turras à marcha ré
informações contidas na frase. 1. Entrem e fiquem à vontade.
à margem (de) à superfície (de)
Função da expressão “à vontade”:
b) Pessoa não-especificada – Admite artigo à surdina à medida que
facultativamente; por isso, o uso da crase adjunto adverbial de modo.
à tarde à meia-noite
também é facultativo. 2. Sempre estivemos à espera de milagres. à mercê (de) à toa (sem rumo)
c) Nome histórico – Por não admitir artigo, Função da expressão “à espera de mila- à-toa (adjetivo) à míngua
não admite crase. gres”: adjunto adverbial de modo. à tona à traição
Exemplos comentados: 3. Com a crise, saímos à procura de empre- à moda (de) à última hora
go. à mostra à uma (=
1. Na reunião, fiz referência à Amélia, minha
Função da expressão “à procura de em- juntamente)
prima.
Com crase porque Amélia (nome deter- prego”: adjunto adverbial de modo. à uma hora à unha
minado) admite artigo. à vela à venda (estar, pôr)
4. Acirrou-se a procura por emprego.
2. Enderecei vários e-mails à Catiane, minha à paisana às vésperas (de)
Função da expressão “a procura por em-
noiva. às vezes à Virgem
prego”: sujeito.
Com crase porque Catiane (nome deter- Santíssima
minado) admite artigo. à porta (de) à vista (de)
6. PALAVRA OCULTA
3. Na aula de História, o professor fez alu- à prestação à primeira vista
são a Helena de Tróia. Entenda-se por palavra oculta aquela que à procura (de) à proporção que
Sem crase porque nome histórico não ad- está subentendida para evitar repetição des- à prova d'água à vossa espera
mite artigo. necessária.
13
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:12 Page 14
14
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:13 Page 15
Gabarito do Calendário
número anterior 2008
Aprovar n.º 15
Aulas 91 a 126
DESAFIO QUÍMICO (p. 3)
01. D;
02. C;
03. E;
04. C;
DESAFIO QUÍMICO (p. 4)
01. E; A Poesia de Machado de Assis
02. D; Carlos Nejar
03. E;
04. A;
05. C; 1. Machado de Assis, também como poeta, é um
perfeccionista da linguagem. É um mestre no sentido
EXERCÍCIOS (p. 4)
01. C; em que Ezra Pound refere e que se aplica aos que,
02. A; “além de suas invenções pessoais, são capazes de
03. C; assimilar e de coordenar grande número de inven-
04. C; ções anteriores” (Arte da Poesia, pág. 35, ed. Cultrix,
05. C; S. Paulo).
DESAFIO GRAMATICAL (p. 6) Mas a poesia não era a sua maior vocação, nem
01. A; forma de vida: era um suporte ou ponte para o apri-
02. D;
moramento do artista nele. Daí o seu aspecto primor-
03. E;
04. C; dialmente racional, o domínio do logos sobre o mági-
co ou onírico. Foi um clássico, até o limiar parnasiano
DESAFIO HISTÓRICO (p. 7) e aí parou. O que fez Manuel Bandeira observar que,
01. A;
no momento em que Machado alcança uma expres-
02. D;
são mais livre de personalidade em As Ocidentais,
DESAFIO HISTÓRICO (p. 8) abandona a poesia. Porque não era, para ele, um
01. C; processo visceral – um broto do excesso ou da defi-
02. D;
ciência de sua personalidade mas, sim, um
03. B;
desdobramento de pensar. Sem atingir as bordas do
DESAFIO FÍSICO (p. 9) “pensar sentindo” de Fernando Pessoa, já que sentir,
01. C; no poeta de Mensagem, já era a sua natureza de
02. C; pensar. E o seu “fingir completamente” se
03. D;
04. A; transformava na melhor maneira de ser a dor e de
05. D; integrá-la ao miolo da palavra.
06. B; Machado, o Mestre, não deixava jamais que a
07. B; poesia fosse maior do que ele. Mesmo que preten-
DESAFIO FÍSICO (p. 10) desse, como Dante Alighieri, “sair às estrelas”. Quan-
01. A; do o artista apaga os traços da lava interior, quando
02. B; se fez tão soberano e autoritário, que nenhum fogo
03. B; mais sobra: não é das suas cinzas que subsiste. Sem
04. A;
um mínimo de explosão, as pedras da criação
DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 11) poética não se sustentam mais. E a pedra num
01. B; poema não há de ser só pedra, mas sempre uma
02. A; outra coisa.
03. C;
04. A; 2. O poeta clássico se nutre de toda uma tradição
05. A; que o antecede. E não apenas o clássico: todos os
06. C, F, C, F e C; poetas. De Homero até nós. Todorov assegura que
DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 12) “cada obra de arte entra em relações complexas com
01. C, A, D, E, B; as obras do passado que formam, segundo as épo-
02. D;
cas, diferentes hierarquias”. Machado, intertextual-
03. C;
04. C; mente, dialoga com Dante Alighieri, Camões,
Shakespeare, Musset, Heine e o maranhense
DESAFIO BIOLÓGICO (p. 13)
Gonçalves Dias, sua mais forte confluência. E esse
01. D;
02. D; confluir não passa – consciente ou inconscientemen-
03. A; te – de uma afinidade eletiva. Talvez o pessimismo
04. E; machadiano, o sarcasmo, a ironia, o humor doído
05. B;
(que, para Mário de Andrade, era a incapacidade de
DESAFIO BIOLÓGICO (p. 14) vencer a própria infelicidade, embora vencendo todo
01. D; o resto: a desdita individual e social) talvez tenha sido
02. B;
03. A; essa raiz amarga, juntada à timidez e ao pudor, que
04. A; lhe ocasionou a volúpia de dissecar as coisas e o
jeito moderno de as tratar diretamente. O verve ma-
EXERCÍCIOS (p. 14)
01. D; chadiano, sob a severa casca dos delírios e deva-
02. A; neios, esconde um juízo duro sobre o existir humano.
03. B; E um logos que jamais se embebeda na própria luz.
04. E; Como adverte em seu Círculo vicioso: Enfara-me esta
azul e desmedida umbela ... / Por que não nasci eu
um simples vaga-lume?
15
Aprovar_16V.qxp 23/6/2008 17:13 Page 16