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EQUADOR E O PERU
1941-1995
Na época republicana, houve vários conflitos entre esses dois países andinos, mas, a
aviação foi empregada pela primeira vez em 1941, quando o Peru invadiu o território
equatoriano de surpresa.
Caproni CA-310 Libeccio, à esquerda e Caproni CA-135, à direita do Cuerpo de Aeronáutica Del
Peru. (Crédito das fotos: FAP)
No dia sete de Julho, um NA-50 pilotado pelo Capitão Renan Elias foi alcançado
pelo fogo equatoriano e caiu em território do Peru. Este avião de matrícula XXI - 41 - 2 era
da Esquadrilha 41 e tinha o nº de Fábrica 952.
North Amercan NA-50 do Peru em vôo e preservado hoje na Força Aérea. (Crédito das fotos: FAP)
Ao ocupar Puerto Bolívar, que estava deserta, as tropas peruanas encontraram vários
vagões de trem com armas e munições que haviam sido enviadas desde Quito.
Curtiss Wright CW-19 do Equador prontos para emprego. (Crédito das fotos FAE)
Como era de se esperar, tal tratado de paz nunca foi bem aceito pelos equatorianos,
que o consideraram injusto e seria motivo de outros enfrentamentos no futuro.
Mil Mi-8, acima e Mil Mi 25 Hind, abaixo, da Aviación Del Ejercito del Peru. (Crédito das fotos: FAP)
O posto de Paquisha estava defendido por quatro oficiais e setenta soldados e foi
atacado por ar onze vezes entre os dias 31 de janeiro e 2 de fevereiro. Nestes ataques, um
helicóptero Mi-8 Matrícula EP-576 do Exército Peruano foi derrubado por fogo de fuzis
Fal, no dia 20 de fevereiro, após ingressar em um estreito vale. Um helicóptero da Aviação
do Exército Equatoriano, que efetuava uma missão de abastecimento a Paquisha, foi
atingido e seu piloto ficou gravemente ferido.
A Força Aérea Peruana realizou 107 missões de combate com helicópteros e aviões
que incluíram o uso dos Sukhoi SU-22 e dos Bac Camberra. Com um total de 744 horas
de vôo.
À esquerda, Boeing 707 da Ecuatoriana usado no transporte de tropas e a direita, bombardeiro Bac
Camberra da Força Aérea Peruana. (Créditos das fotos: Roberto Bertazzo e FAP)
O A-37 FAE 381 estava tripulado pelo Tenentes Victor Peña e Galo Chico o A-37
FAE 384 era tripulado pelo Capitão Rommel Romo e o Tenente Jorge Gabela.
O Tenente Chico alertou por rádio: “Boogey às 12”, houve um pequeno instante de
confusão entre as tripulações e o Tenente Chico falou outra vez: “Boogey às 8” então foram
localizados os dois A-37 peruanos que voavam um pouco mais altos. Viraram forte em
direção aos aviões peruanos e um deles se dirigiu ao FAE 384 que realizava um rol lento
para se colocar em posição de disparar. O Capitão Romo disparou todos os foguetes ar-terra
e esgotou as munições 7,62 da minigun mas o avião peruano escapou. Enquanto isso, o
avião do Tenente Jorge Peña recebeu um impacto de bala que entrou na parte superior da
sua asa esquerda, comprometendo a viga da asa. O avião regressou à base e foi reparado.
O cessar Fogo foi alcançado no dia 5 de fevereiro de 1981 em uma reunião da OEA.
Mil Mi-17 da companhia equatoriana Helipet, requisitado pelo exército e utilizado durante o conflito
do Cenepa. (Crédito da foto: Roberto Bertazzo)
Cessna A-37 equatoriano com os tripulantes que regressaram à base após serem atingidos por um
míssel. Detalhe dos tripulantes. (Crédito das fotos: Roberto Bertazzo)
Mirage F-1 do Equador à esquerda e restos do Sukhoi SU-22 peruano na selva amazônica. (Crédito das
fotos: FAE)
Após uma longa negociação, a paz definitiva entre o Equador e o Peru foi acertada
em um encontro em Brasília, dos Presidentes do Equador, Jamil Mahuad e do Peru, Alberto
Fujimori, tendo como anfitrião o presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso.
Com este objetivo, os IAI kfir C-2 do Esquadron 2113 e os Mirage F-1 do
Equadron 2112 estiveram em alerta todo o tempo, com seus pilotos afivelados aos assentos
ejetáveis dos seus aviões. Às 12:42, um alerta de radar informa que cinco aeronaves hostis
se dirigem para a zona de conflito, sendo que duas à velocidade de 400 Km/h e três a 300
Km/h. Às 12:49 a Esquadrilla Conejos do Esquadrón 2112 entrou em Scranble (Saída de
emergência) com a seguinte tripulação: Major Raúl Banderas (Líder) pilotando o Mirage
F1 Matrícula FAE-807 e Capitão Carlos Uscátegui (Ala) pilotando o Mirage F1 Matrícula
FAE-806. Às 12:50 decolou a esquadrilha Broncos do Esquadrón 2113 com a seguinte
tripulação: Capitão Maurício Mata (Líder), pilotando o Kfir C-2 Matrúla FAE-905 e o
Capitão Guido Moya (Ala), pilotando o Kfir C-2 Matrícula FAE-909.
Esta é a narração dos pilotos equatorianos que participaram dos combates que
seguiram:
Capitão Uscátegui: “Quando íamos aproximando à zona do conflito eu tinha uma idéia
fixa: ter os botões do armamento quentes e, o outro, manter a posição com respeito ao líder
para darmos proteção mútua. Porém, a cada instante, quase obsessivamente, checava
mísseis, canhões e máster de armamentos. Chegou o aviso: rumo 060. No momento que
tivemos contato visual entramos em formação de ataque com PC...”
Major Banderas: “Descendemos um pouco com 0,95 Mach, enquanto fizemos contato
com a esquadrilha Kfir. A umas 4 milhas de distância escutei o apito de meu míssil,
indicativo de que estava travado e pronto pra ser disparado. Quando nos encontrávamos a
umas 2 milhas de distancia dos alvos, observei em meu detector de radar que estava sendo
travado desde às 6 por um radar que não era nem o do avião de meu ala nem dos Kfir.
Informei isso ao meu ala e procedi a emitir contramedidas eletrônicas, com isso se
destravou a ameaça. Nesse momento identifiquei a dois Boogeys. Tinham grandes tanques
de combustível sob as asas. Subindo um pouco, pude ver claramente o naris cortado dos
SU-22 e procedi a lançar o meu primeiro míssil desde uma distancia de 1 a 1,5 milhas. O
míssil alcançou o avião da direita, que voava ligeiramente atrás com relação ao outro, em
uma espécie de fileira de combate um pouco aberta com uma separação de uns 800 metros.
Saí para a direita e meu ala ingressou contra o avião da esquerda ao que disparou um míssil,
acertando em cheio. Os dois Sukhoi continuaram voando porem soltando fumaça das
turbinas , pelo que eu suponho iam muito avariados. Entretanto, uma vez que o meu ala
saiu do seu primeiro disparo, eu voltei a ingressar contra o avião da direita, que se
encontrava tombando para esse lado em um leve ascenso. Disparei um segundo míssil que
pela curva de perseguição que descreveu parecia que não ia alcançar o alvo, porém
finalmente fez um impacto direto, produzindo uma grande explosão. Imediatamente saí
para a direita com o propósito de abandonar a zona, ao mesmo tempo o meu ala ingressava
novamente contra o avião da esquerda ao que lê disparou um segundo míssil que atingiu o
alvo, porem não fez uma explosão igual ao primeiro.
Enquanto o meu ala saia para a direita, pude observar como o avião que foi atingido
por mim caía estolado, envolvido pelas chamas da metade para trás. Também observou que
logo da segunda ou terceira volta o piloto de dito avião se ejetou; enquanto isso, o outro
avião se distanciava da zona soltando fumaça. Pela noite se confirmou através do
Engenheiro Fugimori, Presidente do Peru, que esse avião também não regressou à sua
base...”
Kfir C-2 do Capitão Mata . (Crédito da foto: Roberto Bertazzo)
O Capitão Mata na escada de seu Kfir C-2 e a condecoração dos pilotos Equatorianos pelo Ministro da
Defesa, no Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito, perante mais de cinqüenta mil pessoas. (Crédito das
fotos: Roberto Bertazzo).