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 ALFABETÁRIO

DA DISLEXIA  

JÚLIA EUGÊNIA GONÇALVES

WWW.EDUPP.COM.BR
INTRODUÇÃO:

A dislexia é uma síndrome que acomete 15 % da

população mundial.

A pessoa com dislexia apresenta dificuldades

relacionadas com a aprendizagem da leitura e escrita,

codificação e decodificação de símbolos impressos e

orientação espacial.

Em casa e na escola estas pessoas sofrem discriminações

de várias ordens, o que colabora para um sentimento de

incompetência e, muitas vezes, para o insucesso escolar.

Como as informações a respeito da dislexia ainda são

recentes no meio acadêmico e nos veículos de

comunicação em geral, muitos pais e professores não se

sentem seguros a respeito da maneira de orientar seus

filhos e alunos nas atividades escolares.

Por este motivo produzimos este e-book, que se traduz

numa forma de colaborar para a divulgação de

informações sobre a dislexia, auxiliando a família e a

escola na compreensão da síndrome disléxica.

Júlia Eugênia Gonçalves


Anatomia

Pesquisas realizadas na Universidade de Harvard,

dirigidas pelo dr.  Albert Galaburda indicam que a

dislexia pode ter como causa uma questão anatômica.

Em exames de alta resolução foi constatado que o

hemisfério direito das pessoas com dislexia é maior do

que o hemisfério esquerdo.

Como se sabe, o hemisfério esquerdo é aquele

responsável pela linguagem escrita e o hemisfério

direito pela criatividade. Isso explicaria as dificuldades

dos disléxicos para a codificação e decodificação de

signos linguísticos e a facilidade para as artes e as

ciências.
Biologia

Em termos orgânicos a pessoa com dislexia não

apresenta alterações biológicas, além daquelas

anatômicas no cérebro  indicadas pelas pesquisas

nerocientíficas. Por isso, não se pode considerar a

dislexia como uma doença, mas como uma

síndrome, ou seja, um quadro clínico composto por

um conjunto de sintomas específicos.


Caligrafia

A pessoa com dislexia geralmente tem uma caligrafia

de difícil compreensão. Isso acontece porque em

função das dificuldades espaciais elas também têm

disgrafia, isto é, dificuldades em relação ao desenho

das letras, em realizar o traçado das letras cursivas de

acordo com os movimentos adequados.

As crianças com dislexia, em fase de alfabetização,

devem aprender a escrever em papel sem pauta,

treinando os movimentos em caixa de areia, quadro

branco, giz colorido e outros materiais.

Em função de tal situação, as pessoas com dislexia

devem ser incentivadas a usar o computador e a

produzir seus trabalhos escolares impressos, o que

facilita a leitura de suas produções.


Direitos

Os direitos sociais das minorias são conquistas que

vão acontecendo pouco a pouco nas sociedades. No

caso brasileiro, a Constituição Federal garante

igualdade de direitos a todos os cidadãos, mas isso

foi sendo adquirido em legislações complementares.

No caso das pessoas com dislexia, o Projeto de Lei

no 7.081, de 2010, de autoria da Deputada Mara

Gabrili, que teve origem em projeto do Senador

Gerson Camata, já foi aprovado no Senado Federal

e dispõe que o poder público deve desenvolver e

manter programa de acompanhamento integral para

educandos com dislexia ou Transtorno do Déficit de

Atenção com Hiperatividade.

Veja o projeto na íntegra em

http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichad

etramitacao?idProposicao=472404

Mais notícias sobre a tramitação do projeto de lei

em http://www.dislexclub.com/noticias-sobre-a-pl-

7081/
Ectopias

Ectopias são células que migram para fendas e

circunvoluções, ocupando lugares erroneamente.

Podem se alojar na região da linguagem, no lobo

frontal, ligada à memória verbal, o que nos leva a crer

em sua interferência no aprendizado da leitura e

escrita. Isso acontece na época da migração neuronal,

até o 6º mês gestacional, quando um grupo de


neurônios migra da parte mais superficial do córtex

para uma superfície mais profunda. Nessa migração

pode acontecer que nem todas as células cheguem ao

seu destino final e acabem por juntar-se em grupos de

células que ficam algures, no percurso. A dislexia pode

então ser concebida como uma síndrome de

desconexão. Como uma dificuldade para estabelecer

novas conexões entre áreas corticais relevantes para o

processamento de leitura.  As ectopias neuronais

podem estar presentes apenas em um reduzido grupo

de disléxicos, principalmente aqueles que também

apresentam epilepsia. 
Funções Essenciais da Leitura

São três os verbos que definem as funções essenciais

da leitura: a) transformar, b) compreender e c) julgar.

  

Transformar, em leitura, se dá quando o leitor converte

a linguagem escrita em linguagem oral.

Compreender se efetiva quando o leitor consegue

captar ou dá sentido ao conteúdo da mensagem.

Julgar é capacidade que o leitor tem de analisar o

valor da mensagem no contexto social.

Estas três funções geralmente estão prejudicadas na

pessoa com dislexia, o que ocasiona a grande

dificuldade que apresentam na compreensão do texto

escrito
Galaburda

Dr. Albert M. Galaburda, nascido no Chile, recebeu seus

diplomas de graduação e medicina da Universidade de

Boston, e formou-se em Medicina sob Norman Levinsky e

em Neurologia sob Norman Geschwind, ambos no Boston

City Hospital (atualmente Centro Médico de Boston).  É o

Professor Emily Fisher-Landau de Neurologia

(Neurociência) na Harvard Medical School. Sua

especialidade clínica e de pesquisa é no campo da

neurologia cognitiva, com um foco especial em distúrbios

de aprendizagem e atenção.

Segundo suas pesquisas há uma desorganização dos

neurônios que veiculam as informações temporais

rápidas, tanto visuais quanto auditivas, nos cérebros das

pessoas com dislexia, assim como uma alteração

anatômica, com o hemisfério direito maior do que o

esquerdo, comparativamente aos padrões de

normalidade, o que caracteriza a síndrome com fatores

genéticos e hereditários.
Hereditariedade

há descoberta de um aumento de incidência de

dislexia na mesma família e também a maior

ocorrência entre gêmeos univitelinos em relação aos

não univitelinos. Isso indica que a anormalidade no

cérebro pode ser de origem genética. A hipótese de

que uma anomalia genética influencia adversamente o

desenvolvimento de áreas do cérebro tem sido

investigada por Galaburda e seu grupo, em estudos

feitos em autópsias de cérebros de pessoas que

sofriam de dislexia do desenvolvimento.

Estima-se que os fatores herdados podem chegar até

80%, os quais têm demonstrado a hereditariedade da

Dislexia. As evidências atuais apoiam a perspectiva de

que a Dislexia é familial (cerca de 35% a 40% dos

parentes de primeiro grau são afetados), herdada (com

uma hereditariedade de cerca de 50%).


Intervenção 

Os indivíduos com dislexia necessitam de intervenção

fonoaudiológica e psicopedagógica para o tratamento

dos sintomas que afetam a aprendizagem da leitura e

da escrita.

A intervenção fonoaudiológica geralmente é dirigida

para os problemas relacionados à consciência

fonológica, silábica e sintática.

A intervenção psicopedagógica geralmente é dirigida

para os problemas psicomotores (disgrafia), desordens

da ortografia e atencionais.
Jogo

O jogo é um recurso utilizado na intervenção

psicopedagógica nos casos de dificuldades de

aprendizagem em geral e nos problemas com a leitura

e escrita, em particular.

As pessoas com dislexia têm um desenvolvimento

cognitivo acentuado e geralmente se interessam por

jogos de raciocínio. Porém, com a dislexia é

acompanhada, muitas vezes, por dificuldades de

atenção e concentração, estes tipos de jogos também

devem ser usados no tratamento.

Hoje em dia, com o uso das tecnologias educacionais,

há jogos eletrônicos específicos para o indivíduo com

dislexia. Veja exemplos em

http://www.dislexclub.com/categoria/aplicativos-

para-dislexicos/
Literatura sobre dislexia

A literatura sobre dislexia no Brasil está em

crescimento constante.

Há muitos livros sobre o assunto, mas indicamos

aqueles da autoria de Mabel Condemarín, intitulado

Dislexia, Manual de Leitura Corretiva editora Artes

Médicas e o livro do autor Ronald D. Davis intitulado O

Dom da Dislexia.

Ambos são interessantes para os pais, professores e

terapeutas que desejam iniciar estudos sobre o tema.


Métodos de tratamento 

Existem métodos específicos de tratamento da dislexia.

Damos ênfase aquele desenvolvido por Regina Morizot,

fonoaudióloga carioca, denominado Método Sistêmico

de Tratamento da Dislexia, a partir dos estudos da

fonoaudióloga francesa Borel Maisony.

Este utiliza os módulos linguísticos, dá ênfase à

consciência fonológica; utiliza recursos motores e

cenestésicos; vai da parte para o todo; trabalha

concomitantemente a leitura e a escrita.

Considera que a dislexia é uma síndrome que afeta todo

o processamento da informação. Trabalha o visual, que se

refere a forma ortográfica da palavra; o auditivo, que é a

forma fonológica; a sinestesia, que é o movimento para

escrever a palavra; o tátil, que diz respeito ao toque em

letras concretas.
Não dislexia

Nem tudo que parece, é, diz o ditado popular e isso

se aplica aos casos de dificuldades de leitura e

escrita que podem ser confundidos com a dislexia,

mas que são resultantes de problemas sócio

emocionais ou educacionais, com repercussão

específica na aprendizagem da leitura.

Pobre leitura não é equivalente a dislexia O termo

"pobre leitura" é uma descrição que pertence ao

nível de comportamento e esse nível de descrição é

o mais relevante para a discussão de desempenho

educacional e na maneira como a alfabetização é

encarado em nossas escolas.


Papel da família

A família tem um papel importante na vida de todos

os indivíduos e relevante no caso das pessoas com

dislexia. Primeiramente deve compreender que a

dislexia não é uma doença, que o indivíduo tem um

quadro de dificuldades específicas de leitura e

escrita, mas possui um desenvolvimento cognitivo

muitas vezes superior à normalidade e têm

competências para aprender e se desenvolver desde

que tenha o apoio necessário.

A família deve estimular a criatividade e acreditar

no potencial de aprendizagem do indivíduo com

dislexia para que ele se sinta motivado e estimulado

em sua escolaridade.
Quais são as características da
dislexia 
Uma pessoa com dislexia tem uma série de

caraterísticas:

• Confunde letras, muda a ordem das sílabas e

substitui palavras por outras;

• Le sem compreender;

• Ao ler apresenta repetições, omissões /adições de

letras ou palavras;

• A letra pode ser ilegível;

• Sua ortografia é fonética e inconstante, cometendo

muitos erros ortográficos;

• Pode apresentar dificuldades nas habilidades

motoras finas/grossas (amarrar sapatos, patinar,

andar de bicicleta…);

• Pode ser ambidestro e com frequência confunde

esquerda/direita;  

• Para compreender usa principalmente imagens,

ícones e

sentimentos, mais que sons e palavras;

• Extremamente desordenado ou compulsivamente

ordenado;

• Emocionalmente sensível;

• Grande curiosidade e criatividade.


Recursos em sala de aula 

• Dividir a aula em espaços de exposição, seguido de

uma “discussão” e síntese ou jogo pedagógico;

• Dar “dicas” e orientar o aluno como organizar-se e

realizar as atividades na carteira, valorizando os

acertos;

• Estar atento na hora da execução de uma tarefa que

seja realizada por escrito, pois, o ritmo pode ser mais

lento, por apresentar dificuldade quanto à orientação

e mapeamento espacial, entre outras razões;

• Observar como  faz as anotações da lousa e auxiliá-

lo a se organizar;

• Desenvolver hábitos que estimulem o aluno a fazer

uso consciente de uma agenda, para recados e

lembretes;

• Na hora de dar uma explicação usar uma linguagem

direta, clara e objetiva e verificar se ele entendeu;

• Permitir nas séries iniciais o uso de tabuadas, material

dourado, ábaco, e para alunos que estão em séries

mais avançadas, o uso de fórmulas, calculadora,

gravador e outros recursos, sempre que necessário.


Sugestões para a proposta
pedagógica 

a) Provas escritas, de caráter operatório, contendo

questões objetivas e/ou dissertativas, realizadas

individualmente e/ou em grupo, sem ou com consulta a

qualquer fonte;

b) Provas orais, através de discurso ou arguições,

realizadas individualmente ou em grupo, sem ou com

consulta a qualquer fonte;

c) Testes;

d) Atividades práticas, tais como trabalhos variados,

produzidos e apresentados através de diferentes

expressões e linguagens, envolvendo estudo, pesquisa

criatividade e experiências

práticas, realizados individualmente ou em grupo, intra ou

extra classe;

e) Diários;

f) Fichas avaliativas;

g) Pareceres descritivos;

h) Observação de comportamento, tendo por base os

valores e as atitudes identificados nos objetivos da escola

(solidariedade, participação, responsabilidade, disciplina

e ética).
Testes

As pessoas podem ser testadas para dislexia em

qualquer idade. Os testes e procedimentos

utilizados variam de acordo com a idade da pessoa

e dos problemas que apresenta. Por exemplo, os

testes com crianças pequenas em geral avaliam

processamento fonológico, habilidades de

linguagem receptiva e expressiva e habilidades de

associação entre sons e símbolos.

Quando há problemas nessas áreas, as intervenções

direcionadas podem começar imediatamente. No

entanto, o diagnóstico de dislexia não precisa ser

feito para que se inicie intervenção precoce em

suporte à leitura.
Utilitários

A ABD, Associação Brasileira de Dislexia –

www.dislexia.org.br disponibiliza alguns utilitários

para uso com indivíduo com dislexia tais como os

relógios e as réguas de leitura.

Veja em

http://www.dislexia.org.br/category/material-de-

apoio/
Vias preferenciais de aprendizagem

Entender quais são as vias sensoriais na

aprendizagem permite desenvolver e utilizar

estratégias melhores que trabalham os pontos

fortes no aprendizado. Aprendemos por 3

diferentes sentidos: A visão, a audição e a

cinestesia.

A pessoa com dislexia geralmente tem uma

preferência visual, tende a aprender melhor vendo

o que está aprendendo.

Apresentações com PowerPoint, vídeo-aulas e

gráficos são excelentes. É recomendado também

que se faça desenhos, gráficos e mapas mentais

nos estudos. Não se deve preocupar tanto em

escrever, mas em desenhar. Como a leitura é uma

dificuldade os livros escolhidos devem ter bastante

gráficos e uma certa “estética” na formatação.


Zelo

As pessoas com dislexia precisam ser tratadas com

um zelo especial em função das circunstâncias

emocionais que acompanham a síndrome, ou seja,

têm baixa autoestima, necessitam de estimulação

constante por parte dos professores e familiares.

O ambiente em que vivem deve ser acolhedor e

promotor de bem-estar.
Referências:

CONDEMARÍN, M; BLONQUIST, M. Dislexia: Manual de


Leitura Corretiva. Porto Alegre: Artes Médicas,1988.

Compêndio de normas que regulamentam a


inclusão educacional
dos educandos com transtornos de
aprendizagem. Associação Brasileira de
Dislexia.Disponível em

http://www.dislexia.org.br/wp-

content/uploads/2017/06/Comp%C3%AAndio-de-

normas-e-diretrizes-da-Educa%C3%A7%C3%A3o-

aos-educandos-Dificuldades-e-Transtornos-de-

Aprendizagem-ABD-Dr.%C2%AA-Simoni-Lopes-de-

Souza.pdf Acesso em 12/04/2018.

DAVIS, R. D. O Dom da Dislexia: o novo método


revolucionário de correção da dislexia e de outros

transtornos de aprendizagem. São Paulo:

Rocco,2004.

LECOURS, A. R; PARENTE, M.A.de M.P.P. Dislexia:


implicações do sistema de escrita do Português. Porto

Alegre: Artes Médicas,1997.

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