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Bruno Flávio Carmo Lopes – Pós-graduação

17/03/2014
Cosmovisão Bíblica Judeu-Cristã e Greco-Romana
Análise Crítica
SKARSAUNE, Oskar. À sombra do Templo.

A leitura exigida, livro “à Sombra do templo, é um estudo a respeito da


influência do Judaísmo dentro do Cristianismo, contudo, durante esses dois
primeiros capítulos se avalia a influência do helenismo dentro do judaísmo.
Isso porque, tomando a pressuposição do autor, se o cristianismo primitivo
sofreu uma importante influência do judaísmo se faz necessário entender que
judaísmo é esse.
Afinal, se houve influência do helenismo dentro do judaísmo se é de esperar
que, indiretamente, essa influência passou também ao cristianismo, de maneira que
compreender essa relação de troca cultural é essencial para se estabelecer quais os
pressupostos utilizados pelos autores das Escrituras e principalmente do Novo
Testamento.
O autor inicia, de uma forma anacrônica, falando sobre a revolta macabéia.
Em um texto quase narrativo ele apresenta a infame tentativa de helenização de
Antíoco Epifanes e explosiva resposta do povo judeu.
Iniciando com a indignação de Matatias o autor apresenta a revolta macabéia
como sendo uma reação direta não aos estrangeiros opressores, senão aos judeus
que se permitiram misturar com estes.
Para o autor, a despeito da revolta, mesmo os hasmoneus, como seriam
chamados os governantes da linhagem de Matatias, seriam fortemente influenciados
pelo helenismo e que a incompatibilidade só teria surgido quando esse diálogo se
aproximou dos princípios religiosos.
Mais tarde, Skarsaune apresentaria que, na tentativa de guardar as tradições
e a Torá, os hasmoneus acabariam por misturar o judaísmo com o helenismo mais
que desejariam.
O motivo dessa “contaminação” seria o idealismo de Alexandre o Grande que
tinha uma visão de mundo ideal onde os ensinos gregos seriam universais e a regra
áurea de moral e ciência.
É importante frisar, e assim afirma o autor, que a despeito da morte prematura
de Alexandre esse ideal se cumpriu.
O grego havia se tornado a língua dominante e a cultura grega também,
contudo, essa iniciativa havia acabado por levar o mundo a um grande sincretismo
religioso.
Isso porque a religião grega era incapaz de satisfazer a todo o império e,
portanto, se misturava com outras fés e tradições. Os deuses gregos, e
posteriormente os romanos também, eram incorporados àos panteões locais e os
panteões eram reconhecidos no panteão grego.
Isso, no geral, não era problema para os povos que, tendo sido vencidos,
reconheciam a superioridade dos deuses gregos.
Esse “mix” cultural acabou, no entanto, diluindo as culturas locais em uma
cultura helênica dominante e destruindo as identidades regionais em favor de uma
identidade universal.
O mesmo não ocorreu com os judeus. Com uma identidade definida em torno
do conceito monoteísta de um Deus criador, o povo judeu não poderia conceber que
a mistura helênica chegasse até sua fé e nem ao seu templo. Ao menos, não de
uma forma direta.
Digo isso, abalizado pelas palavras do autor, porque o pensamento grego,
aos poucos, foi se infiltrando dentro do povo Judeu e, consequentemente, da fé
judaica.
Em algum tempo os rabinos estavam utilizando a forma grega de pensamento
para interpretar as escrituras e fundamentando seus argumentos à semelhança dos
gregos.
Apesar disso, essa mudança trouxe também pontos positivos. Até então os
judeus não haviam presenciado a mudança cultural de um povo e permaneciam
como uma sociedade energicamente fechada. Com o helenismo contudo, os judeus
perceberam que era possível que isso ocorresse e adotaram uma postura mais
proselitista.
Isso, porém, acabou por despertar mais explicitamente a atenção dos
governantes, principalmente com os romanos.
Os romanos valorizavam a cultura, o relacionamento entre os povos e a ética.
Os judeus, por sua vez, pregavam aos gentios, mas só aceitavam algum destes
quando ele abrisse mão de todos seus deuses, crenças e cultura.
Isso levava os prosélitos a se afastarem de suas famílias, abandonarem os
serviços religiosos e se isolarem com os demais judeus.
Isso era inaceitável para um romano, de maneira que os romanos foram
ficando mais e mais receosos com os Judeus.
Esse receio acabou por levar a um endurecimento da relação que antes fora
amigável entre os dois povos.
Parte desse endurecimento se deu também por conta dos governantes
romanos da Judéia. Herodes foi um destes, sendo uma figura controversa, ele
causava ojeriza aos judeus, mas era ao mesmo tempo um governante romano.
As relações entre estes povos foram endurecendo até que, em meados do
ano 70 d.C, roma destruiu o templo em Jerusalém e a transformou em uma “pólis”
grega, totalmente helenizada.
Esse forte golpe acabou por macular dois dos elementos sagrados e
identificadores do judaísmo, o que mudaria para sempre a visão deste povo sobre si
mesmo.
Tal antagonismo, deve-se frisar, foi maior ainda para os gentios convertidos
ao cristianismo, isso porque estes tinham as mesmas práticas consideradas
repugnantes, mas não eram reconhecidos como sendo judeus, o que os deixavam
órfãos de quem os ajudasse, sendo alvos fáceis para a perseguição e extermínio.
No geral os capítulos são bem interessantes e levam à uma compreensão
razoável do período, principalmente sob os olhos dos romanos e gregos, o que
geralmente é deixado de lado neste tipo de material.
Acredito que foi de grande valia a leitura, apesar que acredito que para
alguém que ão tem tanto conhecimento na área ela deva ter sido um pouco mais
complicada por conta dos anacronismos adotados pelo autor.
Entendo que por questão de estilo tenha sido essa a escolha da estrutura,
mas creio que se uma abordagem linear fosse adotada esse risco teria sido
dramaticamente diminuído.
Concluo então que é uma boa obra, apesar deste pequeno pormenor.

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