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GOIÂNIA
2016
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GOIÂNIA
2016
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REFERÊNCIA DA OBRA
BANCA EXAMINADORA
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GOIÂNIA
2016
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AGRADECIMENTOS
À minha mãe Eula e meu pai Rogério, meus avós Ilda e Florindo, tia
Patrícia, e toda minha família;
RESUMO
ABSTRACT
This paper was carried out under the project "Escavação do sítio arqueológico
Lago Rico, interflúvio dos rios Araguaia e Peixe, Nova Crixás/Goiás",
researched by professors and students of the course of archeology of the
IGPA/PUC-Goiás. The results of this paper are from three years of scientific
research with PIBIC/CNPq scholarship, with research in the precolonial ceramic
site Lago Rico, located in the municipality of Aruanã, the left bank of the Peixe
river, in Goiás. By the results of the technological and morphological analyzes
of the ceramics, it will be addressed on functionality, functioning and function,
through which it is possibele to highlight the scope and limits of this study. This
objective has been achieved based on the bibliography of ethnographic studies,
since the discussions that include the use of ceramic containers have a
relationship with the assumptions on growing food for precolonial groups.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 14
OBJETIVOS ..................................................................................................... 17
5.2. Hipótese para o Cauixi: Seria Mais Visível em Queima Redutora? .. 100
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Localização do Sítio Lago Rico. Fonte: Acervo Projeto Lago Rico. .. 14
Figura 7. Área do sítio Lago Rico. Fonte: Acervo Projeto Lago Rico. .............. 38
Figura 12. Lagoa Aguapé e cupinzeiro. Fonte: Acervo Projeto Lago Rico. ...... 43
Figura 26. Peça com identificação LR-SUP-641, com faixa de pintura preta. .. 70
Figura 27. Projeção da forma dos vasilhames do sítio Lago Rico. ................... 75
Figura 43. Esquema de Cadeia Operatória Para o Sítio Lago Rico. ................ 97
12
Figura 46. Cauixi utilizado pelo grupo Waurá, no Mato Grosso. Doação: Lúcia
Cabral. Fotos: Daniela D. Ortega. .................................................................... 98
Figura 50. Fragmento cerâmico com cariapé A. Sítio Benedito Machado. Foto:
Daniela D. Ortega (2015). (Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade
de São Paulo, coordenação Prof. Dr. Gregório Ceccantini). .......................... 104
Figura 51. Cariapé A em fragmento cerâmico do sítio Lago Rico, que apresenta
pintura preta. Fonte: Acervo Projeto Lago Rico.............................................. 104
Figura 53. Sítio Lago Rico e sítio Lago do Campo. Fonte: Acervo Projeto Lago
Rico. ............................................................................................................... 118
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO
Figura 1. Localização do Sítio Lago Rico. Fonte: Acervo Projeto Lago Rico.
1
Grifo nosso, uma vez que este termo se refere à fertilidade do solo anterior à intervenção
colonial com produtos químicos industriais.
16
OBJETIVOS
Gerais
Específicos
2
Conforme Sanjuán, um sítio arqueológico pode ser definido como “um conjunto de vestígios
ou expressões materiais de atividades humanas” (SANJUÁN, 2005:23). Autores como Dunnel
(2006) e Thomas (1975) preferem utilizar o termo “registro arqueológico”, compreendido como
um conjunto de materiais diretos e indiretos derivados da vida humana, em todas as épocas
(BICHO, 2011:87; SANJUÁN, 2005:23).
3
Uma importante contribuição do Pós-processualismo se refere à necessidade de relativização
do direito da interpretação científica sobre o conhecimento do passado, em detrimento de
outras interpretações existentes sobre a cultura material (Cf. SILVA, 2002; HOLLOWELL e
NICHOLAS, 2009; EREMITES DE OLIVEIRA, 2010; SILVA, BESPALEZ E STUCHI, 2011:37;
FERREIRA et. al., 2014:25).
20
7
Silva, Bespalez e Stuchi (2011) defendem que a Etnoarqueologia não deve ser entendida
como uma analogia propriamente dita, mas como um “[...] campo investigativo que visa trazer
referenciais etnográficos como subsídio às interpretações arqueológicas sobre o passado e, ao
mesmo tempo, como uma possibilidade de ‘arqueologia do presente’” (SILVA, BESPALEZ,
STUCHI, 2011:121).
22
8
Prato: a altura da peça é menor do que 1/5 do diâmetro máximo (RICE, 1987:215-216).
9
Tijela rasa: a altura da peça é sempre maior do que 1/5 do diâmetro máximo, mas menor do
que 1/3 do diâmetro máximo. Tijela média: a altura da peça é sempre maior ou igual a 1/3 do
diâmetro máximo, mas menor do que 1/2 do diâmetro máximo (RICE, 1987:215-216).
25
10
Ciência da ação orientada para um objetivo, com base no estudo dos processos de
comunicação e de controle nos seres vivos nas máquinas e nos sistemas sociológicos e
econômicos (Traduzido do Dicionário La Rousse).
29
11
A área do sítio Lago Rico foi delimitada segundo a dispersão de material arqueológico em superfície e
sub-superfície, mas como nem todas as atividades humanas deixam vestígios preservados, se considera
que a área de ocupação do sítio tenha sido mais abrangente.
32
O rio do Peixe e o sítio Lago Rico estão na região do médio curso do rio
Araguaia12, que possui 160km de extensão, de Registro do Araguaia à
Conceição do Araguaia (LATRUBESSE e STEVAUX, 2002:110). O rio
Araguaia é dividido em alto, médio e baixo curso (Figura 3).
Figura 3. Localização do Sítio Lago Rico no médio curso do Rio Araguaia. Fonte: Acervo
Projeto Lago Rico.
12
A bacia do rio Araguaia possui uma extensão de 377.000km², com escoamento no sentido de nordeste
a norte (LATRUBESSE e CARVALHO, 2006:61).
34
13
Investigada durante o mês de julho de 2014.
14
Escavada na etapa de campo do mês de setembro de 2014, quando também foi retomada a
escavação na U.E.1.
15
Escavadas no mês de outubro de 2015.
16
Até o presente momento, a cultura material do sítio Lago Rico analisada consiste na
apresentada neste trabalho. Os vestígios líticos ou botânicos ainda não foram analisados.
38
Figura 6. Área do sítio Lago Rico. Fonte: Acervo Projeto Lago Rico.
39
Figura 9. Perfil estratigráfico com profundidade de 40cm na U.E.2. Fonte: Acervo Projeto Lago
Rico.
Figura 11. Lagoa Aguapé e cupinzeiro. Fonte: Acervo Projeto Lago Rico.
44
Classe
Técnica de Manufatura
Antiplástico
17
Chmyz (1976:141-142) define o termo “roletado” para se referir ao tipo de decoração no qual se
evidencia os roletes utilizados na confecção do vasilhame. Portanto, para se tratar da técnica de
manufatura, será o utilizado o termo “técnica com roletes”.
18
Porém, o termo “antiplástico” pode causar a impressão de que estes serviriam apenas tirar a
plasticidade dos argilominerais, sendo que o seu objetivo maior seria evitar rachaduras com a perda de
água (SHEPARD, 1987:25; CHMYZ, 1976:144).
48
Queima
Tratamento de Superfície
Decoração
Marcas de Uso
𝑉𝑜𝑙𝑐𝑖𝑙í𝑛𝑑𝑟𝑜 = 𝜋. 𝑅². ℎ
𝑉𝑜𝑙𝑉 = (∑ 𝑟𝑖2 ) 𝜋. ℎ
𝑖=1
Sendo que:
Volv: Volume total da cerâmica em cm³; ri: Raio de cada cilindro em cm; h:
Altura do cilindro, em cm.
𝜋. ℎ𝑡
𝑉𝑜𝑙𝑡𝑟𝑜𝑛𝑐𝑜 = ( ) . (𝑅 2 + 𝑅. 𝑟 + 𝑟 2 )
3
Sendo que:
𝑛
𝜋. ℎ𝑖
𝑉𝑜𝑙𝑐𝑒𝑟â𝑚𝑖𝑐𝑎 = ∑ ( ) . (𝑅𝑖 2 + 𝑅𝑖 . 𝑟𝑖 + 𝑟𝑖 2 )
3
𝑖=1
Volcerâmica: Volume total da cerâmica em cm³; hi: Altura de cada tronco de cone
em cm; Ri: Raio da base maior de cada tronco de cone em cm; r i: Raio da base
menor de cada tronco de cone em cm.
57
𝑛
𝜋. ℎ𝑡
𝑉𝑜𝑙𝑐𝑒𝑟â𝑚𝑖𝑐𝑎 =( ) . ∑(𝑅𝑖 2 + 𝑅𝑖 . 𝑟𝑖 + 𝑟𝑖 2 )
3
𝑖=1
Sendo:
𝑉𝑜𝑙𝑐𝑒𝑟â𝑚𝑖𝑐𝑎
𝑉𝑜𝑙𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠 =
1000
Sendo que:
CAPÍTULO 4: RESULTADOS
Quantidade de peças
Borda Base Parede Rolete Bolota Apêndice
de Argila
U.E.1 39 33 779 3 3 -
U.E.2 12 1 467 - 1 1
Concentrações 3 1 51 - - -
da Cerca
Superfície Geral 19 5 221 - - -
Lagoa Aguapé 1 - 7 - - -
Total 74 40 1525 3 4 1
Tabela 2. Classes cerâmicas do sítio Lago Rico.
Figura 18. Desenho e foto da peça LR-N20-30-1397, único apêndice identificado e analisado
no sítio Lago Rico até o presente momento.
Figura 19. A: rolete isolado escavada na U.E.1, de identificação LR-D4-120. B: bolota de argila
escavada na U.E.2, de identificação LR-10-20-1568.
60
4.1.3. Antiplástico
U.E.1
U.E.2
Concentrações na Cerca
Figura 23. Gráfico de Antiplásticos da Cerâmica das Concentrações na Cerca no sítio Lago
Rico.
Figura 24. Gráfico de Antiplásticos da Cerâmica à Margem da Lagoa no sítio Lago Rico.
65
Superfície em Geral
4.1.4. Queima
Superfície Erodida
Alisamento (%)
Local (%)
4.1.7. Decoração
19
Na superfície desta peça – inclusive nas superfícies de fratura (já existentes no fragmento
como foi identificado) – há pequenas estruturas que não foi possível se identificar:
arredondadas, com menos de 2mm, aparência e textura de borracha preta. Há espículas de
cauixi, mas bastante espessas e compridas (diferentemente do restante do conjunto).
20
Geógrafa e técnica responsável pelo Laboratório de Arqueologia do IGPA e pela análise de
cerâmica pré-colonial no mesmo.
70
Figura 29. Borda com identificação LR-N10-20-604, com decoração ponteada ou ungulada.
resultado, o sítio Lago Rico se assemelha aos sítios da fase Aruanã, Tradição
Uru.
21
Este sítio é mencionado no “Projeto de Levantamento, Resgate e Monitoramento
Arqueológico e Educação para o Patrimônio da Obra de Implantação e Pavimentação da
Rodovia BR-080 /GO” como um sítio transportado, e sem localização identificada.
74
22
De acordo com Shepard (1985:130) e Rice (1987:243), essa borda infletida com diâmetro
maior ou igual ao do corpo é denominada collar (tradução: gola).
75
Formas Abertas
Formas Abertas
23
RICE (1987:240) não define as dimensões de paredes que podem ser consideradas grossas.
81
espessuras dos pratos do sítio Lago Rico são entre 11mm e 22mm, enquanto
que as espessuras das tijelas são 8mm e 14mm. Para as funcionalidades de
servir e comer, em um vasilhame que será manipulado e conterá líquido
quente, paredes grossas podem ser uma vantagem, porque conduzem menos
calor do conteúdo para o exterior (Idem).
Esse é o caso do watiwi, panela Karajá (Figura 35), cuja formas mais
baixa (40cm de diâmetro e 20cm de altura), possui a funcionalidade de
cozinhar, enquanto a mais alta (diâmetro é entre 50 e 60cm, e até 50cm de
altura), a função de cozinhar canjica, e acondicionar comida (WUST,
1975:128).
Figura 36. Quadro montado a partir dos dados de Wüst (1975:127-128). Desenhos
apresentados aqui sem a escala original.
83
Ainda que seja esperado que vasilhames de cozinhar usados para ferver
sejam relativamente profundos para conservar o calor, uma pesquisa utilizando
informações etnográficas sugere uma ênfase em formas curtas e baixas
(HENRICKSON e MCDONALD 1983:631 apud RICE, 1987:240).
Abertura (abertura)
Panela globular Cozinhar
entre 10 e 15cm
Figura 38. Quadro montado a partir dos dados de Wüst (1975:127-128). Desenhos
apresentados aqui sem a escala original.
Figura 39. Projeção 3D e dados sobre as formas fechadas de contornos simples com bordas
reforçadas.
Vasilhames Karajá
Forma Nome Dimensões Função
Acondicionar
Boeti Altura: cerca de 40cm
Água
Figura 41. Quadro montado a partir dos dados de Wüst (1975:127-128). Desenhos sem escala.
CAPÍTULO 5: DISCUSSÕES
5.1. O Cauixi
Figura 43. Cauixi utilizado pelo grupo Waurá, no Mato Grosso. Doação: Lúcia Cabral. Fotos:
Daniela D. Ortega.
99
24
A comparação feita por Maria do Socorro Sales Barbosa (Comunicação pessoal, 2014).
101
Figura 45. Cariapés tipo A coletados na superfície da cerâmica. Sítio Benedito Machado. Fotos:
Daniela D. Ortega (2015). (Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade de São Paulo,
coordenação Prof. Dr. Gregório Ceccantini.
Figura 46. Fitólitos de Cyperaceae. Fonte: Rasbold, Parolin e Caxambú (2010), adaptado.
Figura 47. Fragmento cerâmico com cariapé A. Sítio Benedito Machado. Foto: Daniela D.
Ortega (2015). (Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade de São Paulo, coordenação
Prof. Dr. Gregório Ceccantini).
Figura 48. Cariapé A em fragmento cerâmico do sítio Lago Rico, que apresenta pintura preta.
Fonte: Acervo Projeto Lago Rico.
Nesse caso, o fato de haver cauixi em uma das bolotas indicaria que o
cauixi estivesse naturalmente presente na argila? Essas questões podem ser
levantadas mas dificilmente comprovadas, porque o fato de haver cauixi em
uma bolota pode indicar que essa bolota seja remanescente da pasta já
preparada com o tempero.
25
Observação da Profª Ludmília de Melo Vaz, durante a apresentação de resultados
preliminares deste trabalho no XVIII Congresso da SAB, em Goiânia, 2015.
107
Essa técnica para o fósforo seria adequado para o sítio Lago Rico,
porque a análise pode ser realizada com as paredes de vasilhames, não sendo
necessário haver restos carbonizados de alimentos – o que não foi identificado
no sítio Lago Rico.
108
Figura 49. Coleta de sedimento para análise palinológica em perfil estratigráfico da U.E.1, no
sítio Lago Rico, realizada sob a supervisão da Profª Drª Maira Barberi. Fonte: Acervo Projeto
Lago Rico.
O sítio Lago Rico foi correlacionado por Correa (2014) a grupos que
produziriam principalmente a mandioca e em menores proporções outras
115
culturas, como o milho, com base na análise da fertilidade natural dos solos,
que indicaram boas características agronômicas para estes tipos de cultivos.
Entretanto, caso tais relações existam por parte dos grupos indígenas,
elas devem ser respeitadas em multivocalidade, por mais que a arqueologia
tenha outra explicação para a cultura material (LIMA, 2011:11). A
multivocalidade é uma postura que considera as diversas vozes das
comunidades locais e avalia as múltiplas narrativas presentes nos discursos
arqueológicos, o que enriquece os conhecimentos sobre o presente e o
passado (FERREIRA et. al., 2014:17).
com as bases para baixo, como se tivessem sido deixados naquele local, em
contexto sistêmico. A abertura de sondagens futuras neste local pode trazer
esclarecimentos.
Figura 50. Sítio Lago Rico e sítio Lago do Campo. Fonte: Acervo Projeto Lago Rico.
Outra questão é que, a alguns metros ao sul do sítio Lago Rico, foram
identificados fragmentos cerâmicos, que não foram coletados. Em um primeiro
momento, o lugar foi registrado como um outro sítio arqueológico, denominado
Lago do Campo.
26
Sítio com material arqueológico transportado, sem localização indicada (FUNDAÇÃO
AROEIRA; 2015).
120
Figura 51. “Localização esquemática dos sítios associados às Tradições Aratu e Uru”. Fonte:
Robrahn-González (1996:92), adaptado.
121
LEGENDA:
Ponto Sítio Ponto Sítio
1 GO-JU-24 8 GO-JU-19
2 GO-JU-17 9 Pato
3 GO-JU-18 10 Bonópolis I
4 GO-JU-21 11 Pintado
5 GO-JU-23 12 São Miguel do Araguaia IV
6 GO-JU-20 13 São Miguel do Araguaia II
7 GO-JU-22 14 São Miguel do Araguaia I
Figura 52. Localização de sítios arqueológicos da Tradição Uru na região do médio Araguaia,
em Goiás.
122
Ainda não existe uma data para a fase Aruanã, mas os sítios
parecem posteriores à Conquista27. Os mais antigos estão
predominantemente ao longo de córregos, havendo um
deslocamento depois para perto dos lagos; também parece
haver uma certa tendência em direção ao Araguaia. Os Carajá
atualmente moram em Aruanã, na confluência do rio Vermelho
no Araguaia poderiam ser os sobreviventes da fase Aruanã. Os
materiais recuperados numa aldeia desses índios, abandonada
há uns 50 anos, não destoam absolutamente dos da fase
Aruanã (WUST, 1976:49-50).
27
Invasão no período colonial.
124
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cozinhar, servir, beber, Cozinhar beijú e canjica, Podem ser levantadas Diâmetro da abertura:
FORMAS
ABERTAS comer, fervilhar, secar, transportar e servir peixes e sobre o fogo, há entre 26cm e 44cm.
assar, transportar mandioca, servir comida visibilidade e acesso fácil Altura: entre 3cm e 3,6cm.
materiais a longas durante festas, tampar aos conteúdos, são Volume: entre 0,746L e 2,40L.
distâncias, conter outros vasilhames, uso em facilmente empilhadas, as Espessura: entre 11mm e 22mm.
conteúdos que serão enterramentos, acondicionar mãos ou utensílios podem TIJELAS
usados frequentemente, comida e mel, preparar ser usados para mexer os Diâmetro da abertura: 26cm e
estocar temporariamente. alimentos sem conteúdos, usadas como 30cm.
aquecimento. tampa. Altura: 10cm e 11,4cm
Volume: 2,912 e 3,877L
Espessura: 8mm e 14mm
FORMAS
FECHADAS DE Processar, servir, Conter líquidos. Poder ser fechado com Diâmetro da abertura:
CONTORNO cozinhar, estocar. uma tampa. entre 8cm e 46cm
SIMPLES
Altura: entre 5,5 e 28,7cm
Volume: entre 0,083L e 21,520L
Espessura: entre 7cm e 15cm.
FORMAS
FECHADAS DE Processar, servir, Conter líquidos, estocar Poder ser fechado com Diâmetro da abertura:
CONTORNO cozinhar, estocar, produtos secos (ex: grãos e uma tampa.
entre 14cm e 60cm.
INFLETIDO transferir. sementes), estocar líquidos
(ex: água e óleos), Altura: entre 10,5cm e 26,8cm.
transportar água. Volume: entre 1,133L e 19,773L.
Espessura: entre 6mm e 20mm.
Figura 53. Quadro com as formas e funcionalidades, funções hipotéticas e funcionamentos dos vasilhames do sítio Lago Rico.
127
Como não se pode saber a função dos vasilhames do sítio Lago Rico
pelas análises realizadas, com base na bibliografia, é possível levantar
hipóteses: cozinhar beijú e canjica, transportar e servir peixes e mandioca,
servir comida durante festas, tampar outros vasilhames, uso em enterramentos,
acondicionar comida e mel, preparar alimentos sem aquecimento etc.
todos os casos (2000:325). Portanto, não se pode afirmar que as pessoas que
deixaram seus vestígios cerâmicos no sítio Lago Rico sejam ancestrais dos
atuais indígenas Karajá, ainda que exista essa possibilidade. É uma hipótese
para o sítio Lago Rico, que não pode ser comprovada com base apenas na
cultura material.
Tendo como parâmetro a forma com que Wichers (2007) une ambos os
temas de estilo e função com escolhas comportamentais, se pode pensar os
vasilhames do sítio Lago Rico da seguinte maneira:
A Tradição Uru, à qual o sítio Lago Rico está relacionado, pode ser
entendida como um conjunto dinâmico de estilos tecnológicos
semelhantes, ou seja, uma maneira de se fazer algo em um
determinado tempo e lugar. E não como uma etnia ou cultura.
Com quase ausência de decoração, na perspectiva de David e
Kramer (2001), a cerâmica do sítio Lago Rico seria um meio de
transmissão de mensagens (Teoria da Troca de Informação) ou ideias
culturais duradouras ao longo do tempo, com um estilo
intencionalmente reproduzido.
Mas se tomarmos em conta a perspectiva de Carr (1995), as redes de
ensino-aprendizagem (Teoria da Interação Social) da cerâmica do
sítio Lago Rico seriam o motivo de uma homogeneidade na produção,
que faria com que o estilo fosse passivo e decorrente das normas
sociais existentes.
Os resultados obtidos das análises tecnológicas e morfológicas
indicam determinadas escolhas na cadeia operatória, que não são
arbitrárias, ou seja, as técnicas de manufatura são executadas
segundo intenções funcionais porque elas implicam em performances
específicas do objeto. Em outras palavras, se faz um determinado
vasilhame para atender a uma ou mais funções ou funcionalidades
específicas. Por mais que o seu uso de fato (a sua real função) seja
outra, em outro momento.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIMBLEBY, G. Plants and Archaeology. London: John Baker, 1967, 188 pp.
________. Lowland South America and the Antilles, In: Jennings, J. (ed.),
Ancient South Americans, W. H. Freeman, San Francisco, 1983.
________. Starch analyses reveal the relationship between tool type and
function: an example from the Orinoco valley of Venezuela. Journal of
Archaeological Science, 31, 1069 e 1081, 2004.
comer amido e não ter cárie? Ph.D. dissertation, Escola Nacional de Saúde
Pública Sérgio Arouca/FIOCRUZ, Rio de Janeiro, 2007.
________. A Tradição Uru. In: SCHMITZ; P.I.; SALES BARBOSA, A.; WÜST, I.
1975. Arqueologia de Goiás em 1976. Universidade Católica de Goiás,
Instituto Anchietano de Pesquisas,Universidade do Vale do Rio dos Sinos,
Goiânia-São Leopoldo, 1976.
REFERÊNCIAS DA INTERNET