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Israelita, Israelense, Judeu,

Hebreu e Semita.

Israelita, Israelense, Judeu, Hebreu e Semita. Como entender esses termos?

Este é um tema que, de fato, traz bastante confusão. Para compreendê-lo melhor, é

importante conhecer a história e o desenvolvimento do povo de Israel.

I – Semitas

A Torá nos diz o seguinte: “E a Shem nasceram filhos, e ele é o pai de todos os filhos de

`Eber, o irmão mais velho de Yafet. Os filhos de Shem são: `Elam, Ashur, Arpakhshad, Lud e Aram.”
(Bereshit/Gênesis 10:21-21)

Os filhos de Shem geraram cinco povo: `Elam foi o pai dos persas, Ashur dos

assírios, Arpakhshad dos babilônios, Lud dos lídios e Aram dos arameus.

Todos esses povos, e seus descendentes posteriores, se tornariam conhecidos como

os povos semitas.
Atualmente, o termo é empregado em duas situações. Primeiramente, como

referência a povos que têm uma mesma origem genética. A saber: Os judeus, os árabes,

assírios, sírios, maronitas, drusos, mandeus e etíopes.

O termo também é parte da expressão “antissemitismo”. Nesse caso, é uma

referência ao ódio infundado a judeus.

II – Hebreus

Avançando um pouco em nossa linha do tempo, encontramos: “E Arpakhshad gerou

a Shela’h; e Shela’h gerou a `Eber.” (Bereshit/Gênesis 10:24)

A partir dos descendentes de `Eber, teríamos a designação hebreu. O termo


primeiro aparece no seguinte versículo:

“Então veio um, que escapara, e o contou a Abram, o hebreu; ele habitava junto dos

carvalhais de Mamre, o amorreu, irmão de Eshkol, e irmão de `Aner; eles eram confederados de

Abram.” (Bereshit/Gênesis 14:13)

Pela maneira como a Torá se refere casualmente ao termo, é possível que em dado

momento a designação tenha sido adotada não apenas por Abram, mas sim por toda a

família dos descendentes de `Eber.

Todavia, o Tanakh (Bíblia Hebraica) jamais utiliza o termo para se referir a

Yishma`el (Ismael) ou a `Essaw (Esaú) e/ou seus descendentes, nem aos descendentes de

Lot, ou mesmo aos filhos de Abraham com Qeturá.

Em dado momento, portanto, o termo “hebreu” passou a ser empregado


exclusivamente pela descendência de Abraham que herdaria a sua promessa.

Depois dessa instância em que Abraham é chamado de hebreu, a próxima menção a

isso ocorre na história de Yossêf (José), onde se lê:


“Chamou aos homens de sua casa, e falou-lhes, dizendo: Vede, meu marido trouxe-nos um

homem hebreu para escarnecer de nós; veio a mim para deitar-se comigo, e eu gritei com grande

voz.” (Bereshit/Gênesis 39:14-14)

Observa-se, portanto, que a essa altura, o termo ‘hebreu’ já era utilizado para a

família dos descendentes de Abraham.

Já nos tempos de Israel, após a saída do Egito e retomada da terra prometida, o

termo continuou a ser utilizado, na prática, como sinônimo de ‘israelita’. Observe:

“E os filisteus, ouvindo a voz de júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta no arraial

dos hebreus? Então souberam que a arca de ADONAY era vinda ao arraial.” (Shemu’el Alef/1
Samuel 4:6)

Embora seu uso fosse menos comum do que o termo ‘israelita’, aparecendo apenas

34 vezes no Tanakh (Bíblia Hebraica) ainda era utilizado mesmo à época do cativeiro
babilônio, e também é empregado como sinônimo do termo ‘judeu’, como se vê no profeta:

“Que cada um despedisse livre o seu servo, e cada um a sua serva, hebreu ou hebréia; de

maneira que ninguém se fizesse servir deles, sendo judeus, seus irmãos.” (Yirmiyahu/Jeremias 34:9)

Esse termo permaneceu sendo utilizado até os tempos da Diáspora. Ele aparece, por
exemplo, nos apócrifos que narram a Revolta dos Macabeus:

“Mas Lísias era inteligente. Refletiu, pois, na derrota e concluiu que os hebreus eram

invencíveis porque o Senhor Todo-Poderoso combatia com eles.” (2 Macabeus 11:13)

Tecnicamente falando, a principal diferença entre ‘hebreu’ e ‘israelita’ é que a

primeira palavra inclui as gerações dos Patriarcas, ao passo que geralmente a segunda
palavra se refere à descendência de Jacó.

III – Israelita
Costuma ser uma tradução da expressão hebraica “Benê Yisra’el”, que significa

literalmente “filhos de Israel”.

A primeira vez que a expressão aparece é na passagem que explica o costume

ancestral dos filhos de Israel de não comerem o nervo ciático. A Torá diz:

“Por isso os filhos de Israel não comem o nervo encolhido, que está sobre a juntura da coxa,

até o dia de hoje; porquanto tocara a juntura da coxa de Ya`aqob no nervo encolhido.”

(Bereshit/Gênesis 32:32)

Fora as referências à família mais imediata de Ya`aqob (Jacó), a expressão começa a

ser usada com mais frequência quando Israel se torna um povo, no Egito.

Como Ya`aqob teve, ao todo, 12 filhos, é comum que também haja referência às “12

tribos” de Israel, cada tribo sendo a descendência de um de seus filhos (vide Gn. 46:8-27)

“E os filhos de Israel frutificaram, aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram

fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles.” (Shemot/Êxodo 1:7)

E o povo passa a se constituir em nação a partir do momento em que recebe uma


constituição, a saber, a Torá.

Nesse momento da transição de uma família para um povo, “israelita” ou “filho de

Israel” deixa de ser uma designação de ascendência biológica, e passa a ser pertinência a
uma pátria.

“Porém se algum imigrante se hospedar contigo e quiser celebrar o Pessah a ADONAY,

seja-lhe circuncidado todo o homem, e então chegará a celebrá-la, e será como o natural da terra; mas

nenhum incircunciso comerá dela. Uma mesma lei haja para o natural e para o imigrante que
peregrinar entre vós.” (Shemot/Êxodo 12:48,49)

A circuncisão deixa de ser uma aliança com uma família, para se tornar um sinal de
pertinência a um povo.
O termo ‘israelita’ ou ‘filho(a) de Israel’ torna-se a mais frequente designação para

se referir ao povo nos tempos bíblicos. Até então, se referia aos descendentes das 12 tribos

de Israel, que habitavam na terra da promessa, durante os tempos dos juízes, e até o

reinado de Shelomô (Salomão).

IV – A Divisão do Reino

Shelomô começou a se deixar levar pela idolatria das mulheres estrangeiras que

tomou para seu harém:

“Assim fez Shelomô o que parecia mal aos olhos de ADONAY; e não perseverou em seguir a

ADONAY, como Dawid, seu pai.” (Melakhim Alef/1 Reis 11:6)

Em virtude disso, o Eterno dividiu as tribos de Israel:

“E disse a Yarob`am: Toma para ti os dez pedaços, porque assim diz ADONAY Elohim de

Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Shelomô, e a ti darei as dez tribos. Porém ele terá uma

tribo, por amor de Dawid, meu servo, e por amor de Yerushalayim, a cidade que escolhi de todas as

tribos de Israel.” (Melakhim Alef/1 Reis 11:31,32)

A divisão do Reino ocorreria nos tempos de Rehab`am (Roboão), filho de Shelomô.

O povo estava fatigado pelo excesso de impostos, e Rehab`am, contrariando as

recomendações de seus conselheiros, resolveu aumentá-los ainda mais, o que resultou na

revolta encabeçada por Yarob`am (Jeroboão), conforme pode ser visto em 1 Rs. 12 ou 2 Cr.
11.

Yarob`am pertencia à tribo de Yossêf (José), mais especificamente à meia-tribo de

Efrayim (Efraim), e por essa razão, diz-se que essa tribo encabeçou o reino das 10 tribos.

A tribo de Yehudá (Judá) permaneceu aliada à tribo de Binyamin (Benjamim). A

nação composta por essas duas tribos passou, ainda no próprio Tanakh (Bíblia Hebraica) a

ser denominada de “Reino de Yehudá”, ou “Casa de Yehudá” ao passo que o ajuntamento


das 10 tribos restantes passa a ser denominada de “Reino de Israel”, “Casa de Israel” ou

“Casa de Efrayim”.

No meio acadêmico, receberam também a designação de “Reino do Sul” (Judá) e

“Reino do Norte” (Israel), nomenclatura essa que passaremos a adotar para fins de clareza

no texto.

A capital do Reino de Sul permaneceu sendo Jerusalém, ou Yerushalayim no

hebraico. (1 Rs. 11:32)

A capital do Reino de Norte tornou-se Samaria, ou Shomeron, edificada por

Yarob`am como um centro de idolatria para impedir que os israelitas peregrinassem a


Yerushalayim. (1 Rs. 13:32)

A partir desse ponto, os termos “Israel”, “filhos de Israel” ou israelitas começa a

depender do contexto, especialmente nas Escrituras. Em dados momentos, podem se referir

a todos os israelitas das 12 tribos, ou à restauração da nação como um todo. Noutros,

podem se referir apenas ao Reino do Norte.

Por exemplo, quando Yeshayahu (Isaías) diz: “Agora, pois, ouve, ó Ya`aqob, servo meu,
e tu, ó Israel, a quem escolhi.” (44:1), claramente a referência é ao povo como um todo.

Todavia, quando Hoshea` (Oséias) diz: “Quando Israel era menino, eu o amei; e do

Egito chamei a meu filho.” (11:1), apesar da referência a um evento global (a escravidão no

Egito), o restante do contexto deixa claro que a referência é apenas ao Reino do Norte.
Observe:

“Efrayim me cercou com mentira, e a casa de Israel com engano; mas Yehudá ainda domina

com Elohim, e com os santos está fiel.” (Hoshea`/Oséias 11:12)

Geralmente, quando o contexto é o Reino do Norte, isso fica claro por referências à

sua capital, ou ao cativeiro assírio, ou ainda à tribo de Yossêf (José), ou à meia-tribo de


Efrayim (Efraim).
V – Judeu

Ao contrário do que muitos pensam, originalmente o termo “judeu” oh, no

hebraico, “yehudi”, não remete à tribo de Yehudá (Judá), mas sim ao Reino do Sul, o que

incluía a tribo de Binyamin, os levitas que serviam no Templo, bem como os israelitas de

outras tribos que, por um motivo ou outro, habitavam no Reino do Sul.

A primeira vez que o termo aparece nas Escrituras é: “Naquele mesmo tempo Rezim,

rei da Síria, restituiu Elate à Síria, e lançou fora de Elate os judeus; e os sírios vieram a Elate, e

habitaram ali até ao dia de hoje.” (Melakhim Bet/2 Reis 16:6)

O mais provável é que, desde a divisão dos reinos, os países vizinhos já se


referissem aos habitantes do Reino do Sul como “judeus”.

VI – Exílio e Remanescentes

Tanto o Reino do Norte quanto o Reino do Sul sofreram exílios nas mãos de nações

estrangeiras. Porém, a maneira como os exílios ocorreram marcou de forma definitiva

como a nomenclatura seria utilizada desde então.

O Reino do Norte sofreu deportação para a Assíria, e nunca mais retornou.

“E o rei da Assíria transportou a Israel para a Assíria; e os fez levar a Hala e a Habor, junto

ao rio de Gozã, e às cidades dos medos; porquanto não obedeceram à voz de ADONAY seu Elohim,

antes transgrediram a sua aliança; e tudo quanto Moshé, servo de ADONAY, tinha ordenado, nem o

ouviram nem o fizeram.” (Melakhim Bet/2 Reis 18:11-12)

Todavia, um remanescente do Reino do Norte permaneceu, e acabou se fundindo


com o Reino do Sul:

“Porém alguns dos filhos de Yehudá, e dos filhos de Binyamin, e dos filhos de Efrayim e

Menashé, habitaram em Yerushalayim.” (Dibrê haYamim Alef/1 Crônicas 9:3)


“E ordenaram que se fizesse passar pregão por todo o Israel, desde Be’er-Shebá` até Dan,

para que viessem a celebrar o Pessa’h a ADONAY Elohim de Israel, em Jerusalém; porque muitos

não a tinham celebrado como estava escrito… Todavia alguns de Asher, e de Menashé, e de Zebulun,

se humilharam, e vieram a Yerushalayim. E a mão de Elohim esteve com Yehudá, dando-lhes um só

coração, para fazerem o mandado do rei e dos príncipes, conforme a palavra de ADONAY… Porque

havia muitos na congregação que não se tinham santificado; pelo que os levitas tinham o encargo de

matarem os cordeiros da páscoa por todo aquele que não estava limpo, para o santificarem a

ADONAY. Porque uma multidão do povo, muitos de Efrayim e Menashé, Yissakhar e Zebulun, não

se tinham purificado, e contudo comeram o Pessa’h, não como está escrito; porém Hizqiyahu orou

por eles…” (Dibrê haYamim Bet/2 Crônicas 30:11-12,17-18)

Portanto, observamos que o Reino do Sul, conhecido como Judá ou Yehudá, agora

incluía membros de Dan, Yossêf (Efrayim e Menashé), Asher, Zebulun, e Yissakhar, além

de Binyamin, que já fazia parte do Reino do Sul, e de Lewi, pois muitos levitas
permaneceram no Reino do Sul devido ao serviço no Templo.

Mais adiante, lemos: “O mesmo fez nas cidades de Menashé, e de Efrayim, e de Shim`on, e

ainda até Naftali, em seus lugares assolados ao redor.” (Dibrê haYamim Bet/2 Crônicas 34:6)

Com a inclusão da menção a Shim`on e Naftali, pode-se dizer que, nessa época, o

termo “judeus” já representava pelo menos 10 das 12 tribos de Israel. O que nos leva a crer

que provavelmente todos os israelitas remanescentes já eram amplamente conhecidos por

essa nomenclatura.

Porém, tempos depois, o Reino do Sul também seria tomado cativo:

“E os que escaparam da espada levou para a Babilônia; e fizeram-se servos dele e de seus

filhos, até ao tempo do reino da Pérsia.” (Dibrê haYamim Bet/2 Crônicas 36:20)

O remanescente das outras tribos também foi exilado junto com o Reino do Sul:
“E todo o Israel foi contado por genealogias, que estão escritas no livro dos reis de Israel; e os

de Yehudá foram transportados a Babilônia, por causa da sua transgressão.” (Dibrê haYamim Alef/1

Crônicas 9:1)

VII – Cativeiro Babilônio e Libertação Persa

No cativeiro babilônio, o termo “judeus” continuou a ser utilizado para os israelitas

do Reino do Sul.

Pouco tempo depois, a Pérsia conquistou a Babilônia. No livro de Ester, que retrata

os exilados no reinado persa, também os chama sempre de “judeus”. Fica, inclusive, nítido

que a nomenclatura se refere a todo o Reino do Sul:

“Havia então um homem judeu na fortaleza de Shushan, cujo nome era Mordokhay, filho de

Ya’ir, filho de Shim`í, filho de Qish, homem benjamita, que fora transportado de Jerusalém, com os

cativos que foram levados com Yekhonyah, rei de Yehudá, o qual transportara Nabucodonosor, rei da
Babilônia.” (Ester 2:5-6)

Ciro da Pérsia, simpático aos inimigos da Babilônia, foi orientado pelo próprio

Eterno a deixar voltar o povo de Yehudá (Judá):

“Assim diz Ciro, rei da Pérsia: ADONAY Elohim dos céus me deu todos os reinos da terra,

e me encarregou de lhe edificar uma casa em Yerushalayim, que está em Yehudá. Quem há entre vós,
de todo o seu povo, YHWH seu Elohim seja com ele, e suba.” (Dibrê haYamim Bet/2 Crônicas 36:23)

VIII – Consolidação

A consolidação do termo “judeu” como praticamente sinônimo de “israelita”


ocorreu quando o povo do Reino do Sul voltou a habitar na terra de Israel

Já tendo havido uma total fusão das tribos, os retornados habitariam em todas as

cidades do território de Israel que havia sido reconquistado.


“Ora, os sacerdotes e os levitas, e alguns do povo, tanto os cantores como os porteiros e os

servidores, habitaram nas suas cidades, e todo o Israel nas suas cidades.” (`Ezra/Esdras 2:70)

A Pérsia denominava a região de Província de Yehudá (Judá). A partir daí, a

menção ao povo como “israelitas” passou a ser cada vez menor, e o termo “judeus” acabou

ganhando mais destaque.

IX – O Novo Exílio

O novo exílio, ou Diáspora como se diz hoje, teve uma característica muito distinta

do anterior: Foi extremamente mais longo.

Enquanto o primeiro exílio, para a Babilônia, durou apenas algumas décadas, a


Diáspora perdurou por séculos, que viriam ainda a se transformar em milênios.

Com isso, o povo judeu conheceu uma de suas principais transformações: o

nascimento do Judaísmo.

Em outras palavras, o termo “judeu” deixou de ser referência explícita a uma

nacionalidade, e passou cada vez mais a se tornar uma identidade religiosa.

Os judeus agora não eram mais um povo exilado de sua terra, ou um grupo de
refugiados. Eles começaram a adquirir nacionalidade nas terras em que habitavam.

Um judeu nascido na Itália era um cidadão italiano, com uma identidade judaica,
agora redefinida como religiosa.

O desejo de retornar à terra de origem, conhecido como Sionismo, sempre existiu

entre os judeus. Porém, a maneira como isso deveria ocorrer dividia o povo. Uns

desejavam uma abordagem totalmente secular, outros, uma monarquia teocrática nos

moldes bíblicos, outros ainda um meio-termo entre ambos.

Como o escopo deste artigo é esclarecer as origens dos diversos termos usados para

se referir a Israel, e não ser uma narrativa de toda a história do povo judeu, o próximo
passo é avançar alguns séculos, até o próximo evento que causaria mais uma mudança de

nomenclatura.

X – Israelense

Com a (re)fundação do Estado de Israel em 1948, ocorreu uma nova evolução da

nomenclatura. Pela primeira vez na história, o Estado de Israel e o povo de Israel não eram

mais a mesma coisa.

Muitos judeus, totalmente ambientados com seus países onde habitaram durante

séculos, optaram por não emigrar para o Estado nascente. Outro ainda entendiam que um

Estado mais secular seria até mesmo contrário aos moldes bíblicos. E havia uma enorme
quantidade de opiniões no espectro entre uma coisa e outra.

Além disso, nem todos os cidadãos em solo israelense eram judeus. Havia uma

grande quantidade de cristãos e muçulmanos que também estavam na terra, bem como
pequenas minorias, tais como os drusos e os bahais.

Israel acabou adotando ao mesmo tempo duas forma de se obter cidadania. Uma,

nos moldes dos países modernos, de conceder cidadania àqueles que nascessem em solo

israelense, além, claro, de leis de imigração secular. E outra maneira, sob a forma da Lei de
Retorno, que concede cidadania aos judeus das diferentes linhas existentes nos dias atuais.

Com isso, a designação “israeli” (no hebraico) passou a ter dois possíveis

significados: “israelita”, isto é, uma pessoa que pertence, seja por ascendência ou filiação

religiosa, aos filhos de Israel; e “israelense”, isto é, uma pessoa que tem cidadania no

Estado de Israel moderno.

Como exemplo, a condição do próprio autor deste material: Sou judeu, e portanto

um israelita. Não sou israelense, porque não sou cidadão do Estado de Israel moderno.

Pela Lei do Retorno, poderia emigrar para Israel, e tornar-me também israelense, além de

israelita.
Por um lado, um judeu retornado ou mesmo nascido no território do Estado de

Israel é um israelense, e também um israelita. Por outro lado, um cristão árabe que tenha

nascido em Israel será um israelense, mas não um israelita.

Essa diferença também indica porque o Estado de Israel é tão peculiar, e as

questões tão complexas. Porque, na verdade, temos uma nacionalidade tornada religião

pela Diáspora, e temos duas nacionalidades que coexistem sobre o mesmo território, e que
têm intercessões.

XI – Conclusão

Como se pode ver, os termos podem designar coisas diferentes, e muitas vezes
dependem do contexto para que se esclareça a quem se refere.

Espero, contudo, que este artigo sirva de guia para reduzir um pouco da

complexidade do tema. Afinal, estamos falando de palavras utilizadas por mais de


milênios.

Deve-se lembrar, contudo, que a língua é viva, e as definições mudam ao longo do

tempo. Não há problema nenhum nisso. Todavia, a questão pede atenção para que não
gere um desencontro de informações.

XII – Resumo

Abaixo, um pequeno resumo da terminologia, e da evolução das palavras:

Semita: Na antiguidade, a diversos povos no Oriente Médio. Mais modernamente,


chama-se antissemitismo a discriminação a judeus.

Hebreu: Descendente de `Eber. Geralmente, o uso bíblico se refere aos Patriarcas e

ao povo de Israel.
Israelita (ou Filho de Israel): No início das Escrituras, pessoa que descende de, ou

se ligou à nação biblica de Israel. A partir da divisão dos reinos, pode se referir a alguém

do Reino do Israel (Reino do Norte).

Judeu: Termo usado após aa divisão dos reinos para se referir a um cidadão do

Reino de Judá (Reino do Sul), independente da tribo de origem. Após o fim do Reino do

Norte, gradativamente passou a designar todos os israelitas, independentemente da tribo.

Israelense: Termo usado para um cidadão do Estado de Israel moderno,

independentemente de ser ou não um judeu.

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