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Você começou a acompanhar o progresso do seu filho muito antes de ele deixar o
aconchego da barriga: na décima semana, o coração ficou pronto; na 24ª, ele já
tinha a audição desenvolvida e escutava a sua voz; na 30ª, começou a se preparar
para o parto. Agora que já está em seus braços, você continua ansioso para
acompanhar de camarote todos os sinais do desenvolvimento do seu pequeno e
treme só de pensar que ele pode ficar para trás. Bobagem! Preocupação excessiva
não vai ajudar em nada, então, tire o pé do acelerador e curta cada fase. Seu filho
realizará todas as conquistas fundamentais ao amadurecimento: vai aprender a
andar, a falar, deixará as fraldas e, quando você menos esperar, estará andando de
bicicleta sozinho (e sem rodinhas!). Só que fará tudo isso no tempo dele.
Por maiores que sejam as suas expectativas, o desenvolvimento da criança
depende, sobretudo, de um fator biológico decisivo e alheio ao controle dos pais.
Trata-se da amielinização, o processo de maturação das estruturas nervosas, que
levam um tempo até tornarem-se aptas a transmitir impulsos nervosos. Sem que
essa estrutura neural esteja preparada, não adianta forçar a barra. É sempre
possível oferecer estímulo, mas sem querer apressar nada, pois isso pode, inclusive,
gerar frustração. “O ritmo infantil deve ser respeitado. Sem isso, seu filho pode
sofrer por ser pressionado a fazer alguma coisa que talvez ele não tenha aptidão
ou ainda não esteja pronto”, explica Maria Carolina Villas Bôas, professora do
Centro de Estudos Educacionais Vera Cruz, com foco na formação de professores
do ensino fundamental.
Por isso, deixe de levar tão a sério os marcos do desenvolvimento, que
estabelecem, por exemplo, que seu filho com 7 meses conseguirá se sentar
sozinho e com 3 anos será capaz de pedalar um triciclo. Considere o que é
esperado para cada idade apenas como referência. Pode ser que a criança demore
um pouco mais para dizer as primeiras palavras, mas tenha a coordenação melhor
em relação aos colegas da mesma idade. Isso não quer dizer que ela terá um
problema na fala. Significa apenas que, por algum motivo, ela precisará de um
pouco mais de tempo.
O melhor a fazer é deixar de lado a checklist das capacidades que seu filho precisa
desenvolver e brincar muito com ele, pois não há forma de estímulo mais poderosa
do que o contato. Um estudo da Universidade da Pensilvânia, EUA, confirmou
esse fato. Acompanhando 64 crianças desde o nascimento até os 20 anos de
idade, pesquisadores constataram que aqueles que recebiam atenção dos pais
possuíam um QI mais alto quando adultos. Em outras palavras, podemos dizer
que é a vontade de se relacionar com outros seres humanos que vai despertar o
desejo de se comunicar, se movimentar e expressar o que sente.
Para aproveitar ao máximo – e sem exageros – os momentos de interação entre
você e o filho, CRESCER listou 40 dicas que estimulam o desenvolvimento
intelectual, motor, social e emocional dele. Confira:
2) Arco-íris
O bebê começa a perceber as cores por volta dos 3 meses, quando a visão já não está mais
tão embaçada. Por isso, nessa idade o ideal é estimulá-lo com cores fortes, que podem
estar em brinquedos ou em um móbile no berço. Eles também adoram contraste: pode
reparar que não faltam listras em brinquedos infantis. Com cerca de 1 ano e meio, seu
filho já começa a perceber a diferença entre uma cor e outra, ainda que não saiba nomeá-
las. A partir dos 2, diga: “Vamos brincar com aquela bola azul” ou “Pegue o tomate
vermelho para a salada”. Assim, as cores começam a fazer parte do dia a dia.
3) Livro amigo
O papel dos pais é fundamental para que as crinaças amem ler – e aprendam a fazer dos
livros um prazer, não uma obrigação. Segundo a última edição da pesquisa Retratos da
Leitura no Brasil, para 43% dos leitores a mãe foi a principal influência no gosto por ler
e, para 17%, o pai foi quem exerceu esse papel. Já a partir do terceiro mês de vida, você
pode usar livros de plástico no banho. A partir do sexto, quando o bebê já consegue levar
objetos à boca com as mãos, deixe livros de pano no berço – além de poder mordê-los,
ele não conseguirá arrancar as páginas! Em todas as idades, fale da capa, das figuras,
deixe que a criança vire as páginas, ou seja, estimule ao máximo que ela interaja com esse
companheiro. Com 4 anos, peça para seu filho mostrar as letras do alfabeto que conhece
ou ler as palavras que conseguir. Depois de alfabetizado, aposte em histórias com muitas
rimas, já que nessa fase ele já tem uma consciência fonética considerável.
4) Para lembrar
A memória é uma forma de armazenamento do conhecimento e deve ser permeada por
um contexto. Senão, vira decoreba. Comece ajudando seu filho a memorizar palavras,
mostrando o objeto representado. Se vocês estão passeando na rua e cruzam com uma
bicicleta, aponte e diga: “Olha, filho, uma bicicleta”. É desse modo que ele vai
construindo associações. Desde o primeiro ano, ele já dirá algumas palavras e pode tentar
repetir os nomes do que você mostra. Mas é a partir dos 2 anos que a capacidade de
conservar informações aumenta.
5) De improviso
Criar personagens e sonhar com mundos fantásticos. Tudo isso é importante
para desenvolver a criatividade dos pequenos. Contribui, inclusive, para a resolução de
problemas. Para tornar a narrativa ainda mais empolgante, que tal testar a capacidade de
improviso de vocês dois? Separe figuras de objetos, paisagens, cores, alimentos e animais
– podem ser desenhadas ou recortadas de revistas. Enquanto um narra, o outro seleciona
algumas imagens, cujos elementos retratados devem ser incluídos na narrativa. O desafio
é ser capaz de encaixá-los de modo que a narrativa continue fazendo sentido. Aos 7 anos,
como a criança já está alfabetizada, você pode ajudá-la a registrar as aventuras de vocês
em pequenos livrinhos.
6) Pergunte sempre
Ao buscar seu filho na escola, você diz: “Como foi seu dia?” E ele responde: “Legal”.
Não era exatamente o que você queria ouvir, certo? Para fugir das respostas genéricas,
elabore as questões de maneira que a criança precise expressar o que pensa e justificar
sua resposta. Pergunte: “O que você fez de mais legal na escola hoje?”. E ela será
obrigada a desenvolver um raciocínio mais elaborado, exigindo que trabalhe habilidades
linguísticas e lógicas. Aos 3 anos, já consegue relatar experiências pelas quais passou e
dizer se foram boas ou ruins. Aos 4, você pode perguntar por detalhes, descrições e nomes
dos colegas que estavam com ela.
7) Bendita dúvida
“Por que cachorro não come pizza?”, “É verdade que a vovó já foi criança?” Ainda que
os questionamentos infantis possam desconcertar – e até constranger – os adultos, eles
são essenciais para a compreensão de mundo da criança. Principalmente no que diz
respeito ao processo de distinção entre real e imaginário (que ocorre por volta dos 4 anos)
e da construção de relações entre os elementos conhecidos. Por isso, os “porquês” são
muito bem-vindos no seu processo de desenvolvimento. Ainda que você não saiba
responder a tudo o que o seu filho pergunta, mostre que a dúvida dele é pertinente e
reconheça quando não souber a resposta.
8) Feio ou bonito?
O senso estético precisa ser desenvolvido aos poucos. Para incentivá-lo, comece
separando duas ou três combinações de roupa e peça para a criança escolher entre elas na
hora de se vestir. Com 2 anos, ela já pode dizer o que prefere. A partir dos 5, deixe que
pegue sozinha o que quer vestir e, mesmo que alguns ajustes sejam necessários, tente
manter o conceito que ela criou, preservando, por exemplo, a cor.
9) "Falta muito?"
A partir dos 5 anos, a criança começa a adquirir uma noção mais elaborada da passagem
do tempo. Para ajudá-la nesse processo de construção de linearidade, utilize um
calendário para marcar datas importantes. Acompanhe com o seu filho quanto falta para
cada evento, deixando-o riscar com um giz cada dia que passa. A partir dos 7 anos, a
noção temporal pode evoluir para o conceito de hora. Comece a associar o fato de o
relógio marcar meio-dia com a hora do almoço, por exemplo, mostrando a posição dos
ponteiros.
Medo, alegria, ciúme, raiva, ternura. Aos poucos, a criança aprende a reconhecer as próprias emoções,
expressá-las e lidar com o que sente de maneira construtiva (Foto: Thinkstock)
35) Em construção
Brinquedos de empilhar podem ajudar seu filho a desenvolver o autocontrole. Desde os 2
anos, ele já consegue amontoar três blocos, um sobre o outro. As crianças ficam
superorgulhosas em ver os blocos coloridos chegando cada vez mais alto, mas a gente
sabe que essa obra-prima da engenharia não vai durar muito tempo. É compreensível que
o seu filho se irrite por ver tanto esforço perdido quando a torre incrível que construiu se
estatelar no chão. Nessa hora, tente acalmá-lo, dê um abraço apertado e o encoraje a
começar outra vez.