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Curso de Filosofia
Disciplina de Ética
Prof. Flávio Melo
Acadêmica: Maely Mesquita.
1- Platão
Quais os argumentos de Sócrates contra a tese de que o melhor é o mais forte?
Segundo Platão, qual a importância do conhecimento do Bem para a conduta
ética?
1
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 2007 (p.18).
2
Idem.p.18
SÓCRATES: Quero dizer ser capaz de governar a si mesmo, ou isso não é
necessário quando se governa os outros?
CÁLICLES: Mas o que entendes por governar a si mesmo?
SÓCRATES: Uma coisa simples, como todos entendem: ser equilibrado e
capaz de autocontrole, dominar os desejos e as paixões.
É a partir desse entendimento de ética que Platão propõe uma ética que transcende
a conduta humana. Para Platão, como fidedigno discípulo de Sócrates, o conhecimento do bem
leva ao amadurecimento espiritual, pois o indivíduo adquire através da reflexão o autocontrole,
e assim a virtude torna-se a força interior do caráter, a consciência do bem e a vontade guiada
pela razão.3 O sábio é portanto, o indivíduo que alcançou o bem e sabe agir de forma justa. Por
isso a ética de Platão é conhecida como a metafisica do bem.
2- Aristóteles
Como se pode entender, segundo Aristóteles, a felicidade como um conceito ético?
Como Aristóteles caracteriza o discernimento (phronesis) como uma faculdade que
torna possível a ação ou conduta ética?
A felicidade é assim definida como atividade da alma que se guia pela perfeita
virtude. Neste ponto da exposição aristotélica, podemos notar outra oposição com relação à
3
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. Ática, 199.p. 334.
4
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 2007.p.40.
ética em que o conhecimento do que seria o Bem era a condição para o bem agir e para a virtude,
e isso seria somente um conhecimento teórico, mas que além do fato de que as virtudes
implicam uma atividade racional também implicam uma atividade habitual, prático, e assim
chegamos ao conceito de Phronesis:
Esse saber prático é por vezes também denominado prudencial, por ter como
faculdade definidora a prudência, como em alguns casos se traduz o termo
grego phronesis (que pode ser traduzido ainda como razão prática, ou
capacidade de discernimento).5
A realização ética está assim ligada a felicidade, e essa, portanto, só pode ser concebida
a partir da atitude prática das virtudes, que está ligada a ideia do Bem, mas este não apenas
teórico, mas praticado com discernimento. O sujeito ético é, portanto, o sujeito prudente, logo,
feliz.
3- St. Agostinho
Como santo Agostinho justifica que, sendo Deus sumamente bom, exista o Mal?
Qual a definição do Mal que encontramos nas Confissões?
Agostinho caracteriza que o pecado (mal moral) é fruto do agir voluntário. Daí a
presença de uma vontade livre imputar ao homem a necessária responsabilização pelos seus
atos sejam eles bons ou ruins e retirar o fardo da culpa de Deus. Na obra O livre-arbítrio,
Agostinho afirma que Deus não pode praticar o mal pois Ele é sumamente bom. O mal moral,
portanto, seria a ausência de instrução quanto ao que devemos nos remeter.
Santo Agostinho diz que a origem do mal, estaria na escolha da vontade humana,
no mau suo do livre-arbítrio. Assim, todas as coisas provêm de Deus - esse que é sumamente
bom - mas sendo ele assim incapaz de fazer o mal.
Em absoluto, o mal não existe nem para Vós, nem para as vossas criaturas,
pois nenhuma coisa há fora de Vós que se revolte ou que desmanche a ordem
que lhe estabelecestes. Mas porque, em algumas das suas partes, certos
elementos não se harmonizam com outros, são considerados maus.6
5
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 2007.p.40.
6
AGOSTINHO, Santo. Confissões. Editora Vozes Limitada, 2017, p.140.
Outro argumento de Santo Agostinho é destituir o mal de materialidade afirmando
que o mal, ontologicamente, enquadra-se no ponto de vista moral ao pecado. Em Confissões, o
filósofo afirma: “Indaguei sobre a maldade e não encontrei uma substância, mas sim a
perversão da vontade afastada de Vós, o Ser Supremo, tendendo em direção às coisas
inferiores, expelindo as suas entranhas e inchando-se toda”7.
4- Tomás de Aquino
A concepção de livre-arbítrio de são Tomás de Aquino é compatível com a de santo
Agostinho?
Como são Tomás de Aquino relaciona a virtude e o livre-arbítrio?
Quanto as virtudes o filósofo argumenta a partir dos ideais aristotélicos, indo mais
uma vez contra as ideias de Agostinho que eram embebidos na filosofia platônica. Assim os
bons hábitos resultariam em virtudes, seguindo a linha aristotélica.8 Mas não somente hábitos,
mas bons atos ponderados racionalmente :
77
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 2007.p.58.
8
idem.p.67.
Já as potências racionais, que são características humanas, não são
determinadas em função de uma ação em particular, mas inclinam-se
indiferentemente para muitas ações e são determinadas em relação a atos por
meio de hábitos, como fica evidente pelo que dissemos antes.
Consequentemente, as virtudes humanas são hábitos.9
Para Tomás de Aquino esse habito é a predisposição humana que não é infalível, mas
que é livre para escolher, em determinado sentido. Logo o habito é a tendência de
comportamento de um ser humano em particular, em pleno exercício da sua liberdade, que o
levará ao exercício da virtude.
9
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 2007.p.68
Referências bibliográficas.
AGOSTINHO, Santo. Confissões. Editora Vozes Limitada, 2017, p.140.
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. Ática, 199.p. 334-355.
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 2007.p.17-69