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CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO
SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO
RELATÓRIO DE AUDITORIA
I – ESCOPO DO TRABALHO
Fato
Até a edição da Lei nº 12.677, de 25/06/2012, que equiparou o CPII aos Institutos
Federais, o Colégio não era instituição apta a registrar projetos de pesquisa e captar
recursos junto aos organismos de fomento.
Verificou-se que, até o exercício de 2013, não houve regulamentação das atividades de
pesquisa e extensão no Colégio Pedro II e, como o CPII não se considera signatário do
Termo de Acordo de Metas - TAM do Ministério da Educação, e não existem metas
definidas a esse respeito que sirvam como parâmetros a serem seguidos.
Na Portaria nº 2014 estava estabelecido que a carga horária docente em sala de aula
deveria ser de 12 aulas para professores em regime de 20 horas e variar entre 18 e 24
aulas para os demais regimes (40 horas e Dedicação Exclusiva – DE). Na Portaria nº 603
houve a flexibilização da carga horária dos docentes de 20H para 08 a 12 aulas, os demais
regimes não foram alterados. Para as demais atividades, de pesquisa e extensão, a
PROPGPEC não formulou uma diretriz.
Essa forma de controle demonstrou ser frágil, pois não retém o histórico das informações
(a menos que se faça uma pesquisa nos arquivos) e não é tempestiva quando são
solicitadas informações gerenciais.
Nos Campi Tijuca I e Tijuca II, selecionados como amostra, foi verificado que as
atividades dos docentes continuam sendo registradas apenas nos tradicionais diários de
classe, que dificultam a extração tempestiva de informações gerenciais e o controle da
distribuição da carga horária desses profissionais.
Por meio do Ofício nº 20/2014, de 04/02/2014, o Reitor informou que ainda não dispõe
de documento formal, aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e pelo
Conselho Superior estabelecendo parâmetros para distribuição da carga horária dos
docentes entre as atividades de ensino, pesquisa e extensão. Informou que será avaliado
na próxima reunião do CONEPE a proposta referente ao Plano de Trabalho Docente
(PTD), que se aprovado será implementado a partir de 2014.
Em reunião realizada com o Pró-Reitor de Ensino foi apurado que a distribuição dos
professores entre as turmas ocorre após levantamento da necessidade de professores por
disciplina no Colégio. Para cada disciplina são contabilizados o número de tempos de
aula e o de turmas/série em cada Unidade do Colégio. Então é realizada uma média
ajustada que aponta para o número de professores necessários para o ano letivo. Antes do
início de cada ano é realizada uma reunião com os Chefes de Departamento e Diretores
das Unidades para planejamento e definição de quais professores serão alocados em cada
turma e a decisão é finalizada em uma reunião do Colegiado.
Cada professor pode ser alocado em no máximo dois Campi e nesses casos são
necessários ajustes para absorver o tempo de deslocamento. No caso dos professores
regentes das primeiras séries do ensino fundamental não existe essa possibilidade.
Os gestores do Colégio Pedro II entendem que o TAM não se aplica ao Colégio, pois foi
firmado antes da equiparação da Instituição às IFEs, tendo metas incompatíveis com as
atividades desempenhadas pelo Colégio.
Por meio do Ofício nº 20/2014, de 04/02/2014, foi informado que ainda não foram
construídos no Colégio Pedro II indicadores e metas específicas para avaliação de
produção de pesquisa uma vez que as atividades estão completando o primeiro ano de
trabalho em 2014.
O CPII não possui nenhuma pesquisa cadastrada até o momento e também não definiu
metas sobre a execução de pesquisas.
Dado que até a equiparação do CPII aos Institutos Federais o Colégio não era instituição
apta a registrar projetos de pesquisa, e não foram realizadas pesquisas formalmente
vinculadas ao Colégio até 2013, não houve apropriação.
Foi apurado que, tal qual ocorre com os projetos de pesquisa, não existe regulamentação
das atividades de extensão.
O Diretor de Extensão relatou que o foco da extensão é o benefício para o aluno e foi
criado um modelo para padronização dos projetos de extensão. A Diretora de Cultura
informou que são realizadas diversas atividades, muitas relacionadas a atividades
musicais, mas nenhuma delas foi, até o momento, formalizada como atividade de
extensão.
O Colégio Pedro II não realiza esse tipo de controle, pois até o início de 2014 não houve
projeto formalizado como atividade de extensão.
11) Qual a sistemática estabelecida pela IFE para contratação de professores substitutos?
Está sendo respeitado o limite de 20% do total de docentes efetivos na contratação de
professores substitutos? (Lei n.º 8.745/93, art 2º, § 2º)
O Pró-Reitor de Gestão de Pessoas informou que na transição pela qual o CPII passou
recentemente houve um período em que o CPII ultrapassou o limite de 20% do total de
docentes efetivos na contratação de professores substitutos.
Foi observado que nos Campi Tijuca I e Tijuca II, selecionados como amostra,
considerados isoladamente, não estava sendo respeitado o limite de 20% do total de
docentes efetivos na contratação de professores substitutos. Os gestores do Colégio
justificaram que trabalham com o limite de 20% do total de docentes efetivos atuando no
Colégio Pedro II como um todo, levando em consideração todos os níveis e Campi.
Nessas condições, foi verificado (com datas base de dezembro de 2013 e março de 2014)
que o limite está sendo respeitado. Entretanto, deve ser relatado que também atuam no
Colégio professores contratados como temporários, que se diferenciam dos substitutos
pelo fato gerador da contratação – processo de expansão e não necessidades eventuais,
não submetidos ao limite de 20%, que somados aos substitutos representam 30% da mão-
de-obra docente atuando na Instituição.
Com base nos exames realizados, concluímos que está sendo respeitado o prazo máximo
de permanência de dois anos. Entretanto, cabe relatar que houve quatro ocorrências em
que, apesar de os contratos terem sido encerrados no prazo limite, houve a ausência de
exclusão dos docentes do sistema SIAPE, ocasionando pagamentos indevidos.
Com base nos exames realizados, concluímos que o déficit na demanda por docentes foi
suprido por meio da contratação de professores temporários e substitutos. Esta conclusão
foi corroborada por manifestação do Reitor, por meio do Ofício nº 20/2014, de
04/02/2014, em que informou que “houve necessidade de contratação, em algumas
disciplinas, em função da ausência de autorização para realização de concurso público”
e que “a contratação de professores temporários dá-se na maior parte para suprir os
afastamentos temporários dos docentes efetivos e pela falta de autorização para
realização de concurso público para suprir as necessidades surgidas” (grifo nosso), e
ato
/F
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Fato
O Colégio Pedro II - CPII foi criado em 2 de dezembro de 1837 e foi integrado à Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica nos termos da Lei nº 11.892,
de 29 de dezembro de 2008, com a redação dada pela Lei nº 12.677, de 25 de junho de
2012.
O Estatuto do Colégio foi aprovado em 05/11/2012, por meio da Portaria MEC nº 1.316,
bem como já foram aprovados os regimentos internos do Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extensão – CONSUP, do Colégio de Dirigentes – CODIR e do Conselho de Ensino,
Pesquisa e Extensão – CONEPE. Dado o processo de reestruturação, a Instituição ainda
não aprovou o seu Regimento e os regimentos das Pró-Reitorias, assim como não
elaborou e aprovou seu Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI.
ato
/F
#
1.2.1.2 CONSTATAÇÃO
Fato
Questionado sobre como é feito o controle das atividades dos docentes, o Reitor do CPII,
por meio do Ofício n° 020/2014/GR, de 04/02/2014, apresentou a seguinte informação:
Por meio de visita aos Campi Tijuca I e Tijuca II, selecionados como amostra, foi
verificado que as atividades dos docentes continuam sendo registradas apenas nos
tradicionais diários de classe, que dificultam a extração tempestiva de informações
gerenciais e o controle da execução da carga horária desses profissionais.
Durante reunião realizada com o Pró-Reitor de Ensino foi informado que não existem
sistemas informatizados ou outra forma de controle na PROEN que registrem as
atividades dos professores de forma gerencial. Além dos registros de planejamento, as
informações estão em processos individuais, que tratam de licenças e concursos, entre
outros, tais como os registros diretamente relacionados aos assentamentos de RH. O
mecanismo de controle utilizado é uma planilha, que registra a situação atual de cada
docente, alimentada pelo Coordenador de Planejamento Acadêmico e atualizada sem
periodicidade pré-definida, sendo realizada conforme a necessidade. Quando as
informações são atualizadas, elas são sobrescritas sobre as anteriores, e o último relatório
impresso é arquivado.
Essa forma de controle demonstrou ser frágil, pois não retém o histórico das informações
(a menos que se faça uma pesquisa nos arquivos) e não é tempestiva quando são
solicitadas informações gerenciais, o que se refletiu diretamente na capacidade de atender
às solicitações da equipe de auditoria.
Porém, o Diretor relatou que a versão 4 do sistema está em implantação, na fase de migração
de dados da v3 para a v4, e vai permitir o lançamento da grade horária dos professores, bem
como sua alimentação pela internet. Segundo ele, a previsão para o funcionamento da versão 4
em todos os Campi é de dezembro de 2014, e o sistema EJA, que hoje é separado do SIAAC, será
integrado a esse sistema na versão 4.
Relatou, também, que o SISGP é o sistema que o CPII utiliza para registrar informações relativas
aos professores e demais servidores da instituição, entretanto as informações são apenas de
Recursos Humanos, o que foi confirmado durante a visita realizada nos Campus Tijuca II. Cabe
registrar que esse sistema, também desenvolvido pela DTI, pela demonstração realizada no dia
da visita, atende satisfatoriamente a atividade de controle das informações de Recursos
Humanos, pois registra todas as ocorrências de pessoal, como frequência, afastamentos,
licenças, etc. Segundo o servidor que opera o sistema naquele Campus, os registros são
realizados mediante apresentação de documentação comprobatória e o sistema está em
funcionamento em todas as unidades do CPII. Verificou-se que o SISGP é capaz de produzir
diversos relatórios gerenciais: por servidor, por tipo de ocorrência, etc.
Por fim, relatou que o PDTI não previa no desenvolvimento dos sistemas informatizados o
registro de informações acadêmicas feito pelos professores via internet. Outra dificuldade
apontada, foi a quantidade de analistas de TI, que hoje é de quatro servidores para todos os
Campi do CPII. Informou que o Colégio está para receber mais dez técnicos aprovados em
concurso.
Causa
Recomendações:
Recomendação 1: Implantar uma forma de controle institucional no âmbito do CPII para
consolidação e integração das informações; e acompanhamentos das ações e atividades
dos docentes relacionadas ao ensino, integradas ao acompanhamento das atividades de
pesquisa e extensão.
1.2.1.3 CONSTATAÇÃO
Fato
Até a equiparação do CPII aos Institutos Federais, o Colégio não era instituição apta a
registrar projetos de pesquisa e captar recursos junto aos organismos de fomento. A partir
dessa nova configuração coube aos gestores do CPII regulamentar essas novas
atribuições, de forma a viabilizar a realização de pesquisas e definir metas a serem
cumpridas sem, contudo, gerar impacto na oferta de carga horária para a atividade de
ensino, uma vez que consta no Estatuto do Colégio, em seu primeiro artigo:
Verificou-se que, até o exercício de 2013, não houve regulamentação das atividades de
pesquisa e extensão no Colégio Pedro II e, como o CPII não se considera signatário do
“Termo de Acordo de Metas e Compromissos/2010” firmado entre o Ministério da
Educação (MEC) e cada autarquia da Rede Federal de Educação Profissional, Científica
e Tecnológica, não existem metas definidas a esse respeito que sirvam como parâmetros
a serem seguidos.
Foi apresentada, ainda, uma minuta de portaria, proposta pelo Reitor, que pretende
instituir o “Regulamento das Atividades Docentes nos Campi II e III do Colégio Pedro
II” e aguarda aprovação do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONEPE, na qual
consta no capítulo IV a seguinte norma:
Vale destacar que o PTD, conforme a minuta apresentada, não estaria previsto para
docentes dos Campi tipo I, apelidados de “Pedrinho”, ou seja, aqueles dedicados
exclusivamente ao ensino infantil e fundamental, apontando para uma possível escolha
por parte da Administração do Colégio em não incluir nele os docentes com regência
integral.
a) no CPII existem 122 professores com título de doutor, 27 desses atuam no programa
b) 21 docentes doutores não apresentam Currículo Lattes registrado e 39 estão com ele
desatualizado (mais de doze meses sem acessar);
Para que fossem levantadas informações mais precisas, quanto à alocação de professores
na docência dos cursos de pós-graduação e a realização de atividades de pesquisa e
extensão por parte do corpo docente do CPII, além de verificação dos mecanismos de
controle utilizados para gerenciar as informações, foi realizada reunião com a Pró-Reitora
de Pós-Graduação, Extensão, Pesquisa e Cultura e sua equipe, em 13/02/2014, na qual
foram apresentadas as informações a seguir:
Diante do exposto, conclui-se que existe regulamentação definida apenas para o Programa
de Mestrado Profissional em Práticas de Educação Básica e para o Programa de
Residência Docente, além do ensino regular. Não existe definição clara de critérios para
alocação de carga horária dos docentes em atividades de pesquisa e extensão, nem estudos
sobre os impactos dessa nova realidade sobre a carga horária destinada ao ensino.
Causa
trI
o
aliseC
n
/A
#
1.2.1.4 CONSTATAÇÃO
Fato
Esse déficit é proveniente, entre outros fatores, de características próprias do Colégio, que
por se tratar de instituição que atende a alunos desde o ensino infantil até a pós-graduação,
incluindo alunos com necessidades especiais, necessita de coordenação e supervisão mais
intensa, inclui turmas com dupla regência, etc., o que faz com que a divisão direta do
número de alunos por docentes não se apresente como um bom indicador alunos/docente,
como seria para instituições de nível médio e superior.
Foi solicitado, então, que fosse apresentado relatório comprovando que o limite de 20%
estava sendo cumprido, considerando todas as unidades do CPII, com data base de
dezembro de 2013. O quadro a seguir foi encaminhado à equipe de auditoria:
Observe-se que a transação SIAPE utilizada para a formação do quadro acima não permite
que sejam consultados dados referentes ao período sob exame, 2013, apenas a data da
consulta.
Também foi realizada pela equipe de auditoria pesquisa no Diário Oficial da União com
o objetivo de localizar outras portarias semelhantes, mas somente as já apresentadas
foram encontradas. Dessa forma, somando os quantitativos das portarias, obtém-se 190
vagas e não as 310 registradas no SIAPE, evidenciando que houve extrapolação em 2013,
uma vez que foi apurada a existência de 276 professores temporários em dezembro
daquele ano, tendo ocorrido redução para 188 apenas em 2014.
Os testes realizados nos Campi Tijuca I e Tijuca II evidenciaram que temporários foram
contratados para assumir turmas que estavam sendo regidas por substitutos, da mesma
forma que substitutos foram contratados para assumirem turmas que estavam sob
regência de temporários, o que extrapola a permissão legal, embora haja vagas
autorizadas no SIAPE.
Causa
Recomendações:
Recomendação 1: Vincular as contratações de professores substitutos às ocorrências dos
afastamentos previstos no § 1º do art. 2º, da Lei nº 8.745, alterada pela Lei nº 12.425/2011,
ou seja: vacância do cargo; afastamento ou licença, na forma do regulamento; e nomeação
para ocupar cargo de direção de reitor, vice reitor, pró-reitor e diretor de campus.
1.2.1.5 CONSTATAÇÃO
Fato
Para análise do cumprimento da carga horária mínima em sala de aula foram selecionados
como amostra os Campi Tijuca I e Tijuca II.
O quadro a seguir apresenta uma relação de docentes do Campus Tijuca II que cumpriram
carga horária em sala de aula inferior à estabelecida por meio da Portaria nº 2014, de
23/12/2010, durante o exercício de 2013. A Portaria nº 2014 vigorou até a edição da
Portaria nº 603, em 07/02/2014, e estabelecia que docentes em regime de 20 horas
semanais deveriam dar 12 aulas; docentes em regime de 40 horas semanais deveriam
ministrar de 18 a 24 aulas; e docentes em regime de Dedicação Exclusiva, de 18 a 24
aulas.
Regime de Tempos
SIAPE do Docente Área Contratação de Aula
*****88 Ciências DE 17
*****58 Física DE 4
*****51 Física DE 15
*****37 Física DE 15
*****23 História DE 12
*****51 História DE 12
*****82 Português DE 10
*****33 Química DE 9
*****78 Sociologia DE 12
Foi solicitado aos gestores do Colégio que apresentassem justificativas para essas
ocorrências. Por meio do Ofício nº 055/2014/GR, de 12/03/2014, assinado pelo Reitor,
foi informado apenas que o restante da carga horária foi cumprida em atividades de
docência, sem esclarecer que atividades seriam essas.
Durante reunião realizada com o Pró-Reitor de Ensino, sobre quais critérios são utilizados
na seleção dos docentes para as grades das matérias, o Coordenador de Planejamento
Acadêmico informou que:
Causa
Recomendações:
Recomendação 1: O Coordenador de Planejamento Acadêmico deverá atentar para que
todos os docentes cumpram a carga horária mínima estabelecida na Portaria nº 603, em
07/02/2014.
III – CONCLUSÃO
Em face dos exames realizados, somos de opinião que a Unidade Gestora deve adotar
medidas corretivas com vistas a elidirem os pontos ressalvados nos itens: 1.2.1.2, 1.2.1.3,
1.2.1.4 e 1.2.1.5.