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As quatro estações

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GERÊNCIA EDITORIAL Copyright © 2015 por Editora Central Gospel
E DE PRODUÇÃO
Jefferson Magno Costa
Dados Internacionais de Catalogação
COORDENAÇÃO na Publicação (CIP)
EDITORIAL
Michelle Candida Caetano

As Quatro Estações da Nossa Vida / Silas Malafaia


COORDENAÇÃO
Rio de Janeiro: 2015
DE COMUNICAÇÃO
64 páginas
E DESIGN
Regina Coeli
ISBN: 978-85-7689-448-3
1. Bíblia - Vida cristã I. Título II.
PESQUISA,
ESTRUTURAÇÃO E
COPIDESQUE As citações bíblicas utilizadas neste livro foram extraídas
Marcus Braga da Versão Almeida Revista e Corrigida (ARC), salvo
indicação específica, e visam incentivar a leitura das
CAPA Sagradas Escrituras.
E DIAGRAMAÇÃO
Raquel Frazão É proibida a reprodução total ou parcial do texto deste
livro por quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos,
IMPRESSÃO E xerográficos, fotográficos etc), a não ser em citações
ACABAMENTO breves, com indicação da fonte bibliográfica.
Gráfica Smart Printer
Este livro está de acordo com as mudanças propostas
pelo novo Acordo Ortográfico, que entrou em vigor a
partir de janeiro de 2009.

1a edição: Agosto/2015

Editora Central Gospel Ltda


Estrada do Guerenguê, 1851 - Taquara
Cep: 22.713-001
Rio de Janeiro - RJ
TEL: (21)2187-7000
www.editoracentralgospel.com
SUMÁRIO

Apresentação........................................................................5

Capítulo 1 - Elias, o tis b ita ..................................................7

Capítulo 2 - A prim eira estação - a c a v e rn a ...............13

C apítulo 3 - A segunda estação - a casa..................... 23

C apítulo 4 - A terceira estação - o m o n te .................... 35

Capítulo 5 - A quarta estação - carro e


cavalos de fo g o .................................................................. 51

Conclusão 58
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APRESENTAÇÃO

T u d o te m o s e u te m p o d e t e r m in a ­
do, e há tem po p a ra todo o p ro p ó s ito
debaixo do céu.

Eclesiastes 3.1

O tempo nos questiona. Coloca-nos pergun­


tas que muitas vezes não conseguimos respon­
der. O tempo nos desafia a olhar a nossa vida
sob novas perspectivas. O tempo nos coloca em
movimento; é preciso caminhar, buscar, viven-
ciar "os tempos preciosos" que recebemos da
mão do Senhor.
Deus, em Sua infinita sabedoria, fez da vida
um contínuo processo de vai e vem. De forma
poética, isso nos é dito no capítulo 3 do livro de
Eclesiastes. Tudo tem o seu tempo determinado,
tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de
plantar e tempo de arrancar. Na sabedoria bí­
blica, vemos o reflexo do nosso próprio tempo,
da nossa própria vida.
AS QUATRO ESTAÇÕES DA NOSSA VI15A

Os "tempos" da vida vão se sucedendo numa


sequência natural. Não há mal sem fim, e não há
alegria que não acabe. A vida se faz nessa suces­
são de tempos. O tempo não para. O relógio, o
calendário, o sol, o ciclo da lua nos lembram de
que a vida se faz e refaz trazendo novos desafios
e novas possibilidades.
Como eu vivo e reajo aos diversos tempos que
me são presenteados por Deus? De que maneira eu
experimento o tempo de plantar? Como vivencio
o tempo de prantear?
Todos nós experimentamos estações diferen­
tes em nossa vida. São tempos proporcionados por
Deus para que aprendamos, nos aperfeiçoemos e
cresçamos como cristãos. Tempos de treinamento,
tempos de prática e, finalmente, tempos de glória.
Neste livro, acompanharemos quatro estações
no tempo de existência do profeta Elias, momentos
estes que têm muito a nos ensinar. E com ele apren­
deremos que é muito importante que estejamos
atentos para os tempos que o Senhor Deus tem
determinado para nós, pois também podemos - e
precisamos - passar por essas quatro estações em
nossa vida!

Boa leitura!
6
Capítulo 1

ELIAS, O TISBITA

E ntão, Elias, o tisbita, dos m oradores de


G ilea d e, d isse a A c a b e : V ive o S enhor,
D eus de Isra el, p e ra n te cuja fa c e estou,
que nestes anos nem orvalho nem chuva
haverá, senão segundo a m inha palavra.

1 Reis 17.1

Faremos uma breve apresentação do profeta


Elias, que inspira o estudo das quatro estações neste
livro, dentro do contexto de sua época, pois o aço
do caráter interior é malhado na bigorna do tempo
e forjado no contexto da história. Em poucas vidas
o martelo da história e o calor do fogo são mais
evidentes do que na de Elias.
A primeira coisa que exige nossa atenção é
o nome de Elias. A palavra hebraica para "Deus"
AS QUATRO liSTAÇÕHS DA NOSSA VIDA

no Antigo Testamento é Elohim, usada em alguns


momentos na forma abreviada de El. A palavra jah
é o termo usado para "Jeová". Assim, no nome de
Elias (Elijah) encontramos as palavras usadas para
"Deus" e "Jeová". Entre elas existe um pequeno "i"
que, em hebraico, é uma referência ao pronome
pessoal "meu". Colocando as palavras juntas, des­
cobrimos que o significado do nome Elias é "Meu
Deus é Jeová" ou "o Senhor é o meu Deus".
Elias foi chamado por Deus para o ministério
profético em um dos piores períodos da história
de Israel, período este marcado por crise, fome,
miséria, corrupção e apostasia. Mas, em meio à
crise moral, social e espiritual, Deus pôde contar
com a coragem e a determinação de Elias para ser
seu porta-voz.
Elias foi profeta do Reino do Norte, nos reina­
dos de Acabe e do seu filho Acazias. Ele desafiou
o povo a fazer uma escolha definitiva entre seguir
a Deus ou a Baal. Os israelitas achavam que po­
diam adorar o Deus verdadeiro e ao mesmo tempo
adorar a Baal. Eles tinham o coração dividido, e
por esta razão queriam servir a dois senhores. Jesus
nos advertiu contra essa atitude fatal:

8
SILAS MA LA FAIA

Ninguém pod e servir a dois senhores, p o r­


que ou há de odiar um e am ar o outro ou
se d ed ica rá a um e d esp reza rá o outro.

Mateus 6.24

O relato sobre a vida do profeta Elias inicia-se


com uma declaração sobre a sua terra e seu povo:
Então, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade (1
Reis 17.1). Estas palavras introduzem no cenário
bíblico uma das maiores figuras do movimento
profético. Elias era de Tisbe, um lugarejo situado
na região de Gileade e a leste do rio Jordão. Esse
lugar não aparece em outras passagens bíblicas,
mas é citado somente no contexto deste profeta.
Elias se tornou muito maior do que o meio no qual
vivia. Na verdade, não foi Tisbe que deu nome a
Elias, mas foi Elias que colocou Tisbe no mapa!

CONTEXTO POLÍTICO E RELIGIOSO NO


TEMPO DE ELIAS
1. Era um período de sucessão de reis ímpios
- Nos dias de Elias, Israel estava sendo governado
por reis maus e idólatras. A Bíblia diz: E fez Onri o
que era mal aos olhos do SENHOR; e fez pior do
que todos quantos foram antes dele (1 Reis 16.25).
Quando Onri morreu, em seu lugar reinou seu

9
AS QU/ATRO ESTAÇÕES DA NOSSA VIDA

filho Acabe (1 Reis 16.28), que teve a capaci­


dade de fazer pior do que todos os reis que lhe
antecederam. A Bíblia diz acerca de Acabe: E
fez Acabe, filho de O n r i o que era mal aos olhos
do SENHOR, mais do que todos os que foram
antes dele (1 Reis 16.30).
2. Era um período de idolatria - O rei Acabe
destaca-se nas Escrituras como um rei idólatra,
pois ele andou nos caminhos de Jeroboão (1 Reis
16.31); serviu a Baal e o adorou (1 Reis 16.31),
conduzindo toda a nação à idolatria. Como se
não bastasse, Acabe casou-se com Jezabel, fi­
lha de Etbaal, rei dos sidônios, casamento este
jamais aprovado por Deus. Tudo isso fez Israel
mergulhar no mais profundo paganismo, sem
nenhuma pretensão de preservar o culto a Deus,
tornando-se uma nação idólatra e pagã, como
as demais nações.
3. Era um período de crise - Quando Acabe,
influenciado por sua esposa Jezabel, substituiu o
culto a Jeová pela adoração a Baal (1 Reis 16.31 -
33), Elias apareceu repentinamente perante o rei
para anunciar a ausência de chuva e orvalho
sobre a terra (1 Reis 17.1). Como a chuva é um
dos principais elementos de sustentação da natu­
reza, a falta dela provocou seca, fome e miséria.
As Escrituras dizem que a fome era extrema em

SILAS MALA! AI/\

Samaria (1 Reis 18.2). Isso fez com que Acabe


se irasse ainda mais com Elias, pois achava que
ele era o culpado por aquela calamidade.
Este Elias, o rude profeta de Deus, passou
por diversas situações em sua vida, como vimos.
Desta forma, sua experiência nos mais diversos
tempos de Deus foi gigantesca. E é ele, o tisbita
de Gileade, que irá compartilhar conosco, nos
próximos capítulos, toda essa vivência nas qua­
tro estações da vida pelas quais passou.
Temos muito a aprender com ele, seja na
caverna, na casa da viúva de Sarepta, no monte
Carmelo ou no fantástico arrebatamento em
um carro com cavalos de fogo. Continuemos a
leitura e aprendamos com o profeta de Deus!
Capítulo 2

A PRIMEIRA ESTAÇÃO -
A CAVERNA

Depois, veio a ele a palavra do SENHOR, di­


zendo: Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e
esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está
diante do Jordão. E há de ser que beberás do
ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali
te sustentem. Foi, pois, e fe z conforme a pala­
vra do SENHOR, porque fo i e habitou junto ao
ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E
os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã,
como também pão e carne à noite; e bebia do ri­
beiro. E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se
secou, porque não tinha havido chuva na terra.

1 Reis 17.2-7
\S i RIATRO I".''TALOl S DA NOSSA VIDA

A caverna é uma gruta, e muitos a usavam


como um lugar de refúgio, de abrigo, onde as
pessoas se escondiam. Quando fugiam de alguém,
encontravam nessas grutas proteção, como no caso
de Davi, que ficou um bom tempo escondido do rei
Saul, na gruta de Adulão, e com ele cerca de 400
homens (1 Samuel 22.1,2). Nesse capítulo citado
fica claro que todo aquele que procurava a caverna
era uma pessoa de espírito triste, endividada, estava
em apertos, ou passando por algum problema.
Elias, um porta-voz simples e desconhecido,
vindo do nada, se coloca diante do homem mais
poderoso de sua terra, cuja esposa dominadora,
Jezabel — o poder por trás do trono — , está de­
terminada a afastar Israel de todos os profetas de
Jeová. Apesar disso, Elias se coloca diante de Acabe
e afirma sem hesitação: "Vai haver fome na terra
por anos".
Vamos analisar a escassez vivida naquele mo­
mento por Elias. O profeta estava vivendo dentro
do período por ele mesmo profetizado, de que não
haveria chuva nem orvalho. Até mesmo o ribeiro de
Querite já estava secando. Sem chuvas, não havia
mais água, nem produtos agrícolas, nem mesmo
rebanhos. Os mantimentos do povo já estavam
esgotados, e a escassez se espalhava rapidamente
pela terra de Israel.
M
SILAS MALA FAIA

Os corvos obedeceram à ordem de Deus e


providenciaram comida para Elias. A tarefa dos
corvos, porém, não era tão fácil, uma vez que a
terra de Israel já padecia de fome por causa da
seca. No entanto, os corvos são reconhecidos
como animais dotados de inteligência para conse­
guirem alimento. Por isso, Deus os escolheu para
realizarem a difícil tarefa de encontrar comida
em terra seca.
Os corvos começaram a sobrevoar o ribeiro de
Querite, onde Elias estava. Eles, porém, não traziam
maus presságios, como acreditam os supersticiosos,
mas sim comida para alimentar o profeta Elias.
Todos os dias, manhã e noite, fielmente, os corvos
pousavam próximo ao ribeiro de Querite trazendo
pão e carne para Elias.
Quando Elias já estava se acostumando com
a sombra e água fresca e com o serviço dos cor­
vos, o ribeiro de Querite secou, pois não resistiu
à seca que assolava Israel. Na falta de água, Elias
seria obrigado a abandonar aquele lugar para não
passar necessidades.
Não sabemos ao certo quanto tempo Elias
passou naquele ribeiro, mas foram muitos dias.
Esse foi um tempo preparado por Deus, pois ali
o profeta foi lapidado por Deus como uma pedra
preciosa e de muito valor.
ir>
as i y ia t r o estações da n o s s a m i n .

Elias foi orientado por Deus a esconder-se na


caverna. A palavra hebraica usada aqui dá a ideia
de ocultar, de estar ausente de propósito. "Fique
oculto, Elias", disse Deus. "Desapareça!". Uma
das ordens mais difíceis de ouvir e obedecer é o
comando "esconda-se". A admoestação era para ir
e ficar a sós, para fugir e sair de debaixo das luzes,
de ficar para trás e deliberadamente se esconder.
Isso é especialmente verdadeiro se você é uma
pessoa que se sente confortável sob as luzes dos
refletores, um tipo de pessoa que gosta de estar na
frente, aquele que tem o dom da liderança. Isso
também é verdadeiro se você é do tipo "fazedor".
Aquela pessoa "pau para toda obra".
Deus tinha duas razões para mandar Elias
se esconder. Primeiro, ele queria proteger Elias
de Acabe. Segundo, ele queria treinar Elias para
que fosse um homem de Deus. Quando o Senhor
nos diz, mais ou menos do nada, "esconda-se",
normalmente ele tem dois propósitos em mente:
proteção e treinamento.
Todos nós precisamos de um tempo a sós
com o Senhor, momento em que o Espírito Santo
vem trabalhar em nossas vidas, e assim com um
vaso nas mãos do Oleiro, precisamos ser trans­
formados para sermos vasos de honra na Casa do
16
SILAS MA LAFAIA

Senhor. Para que a obra seja completa em nossas


vidas é necessário entrega e renúncia, é necessário
consagração, oração e jejum, e estar no ribeiro
de Querite é viver pela fé, viver na dependência
do Senhor.
Esta estação da vida, o "momento da caver­
na", significa para todos nós um momento ímpar,
de particular importância para a nossa formação.
Caverna é lugar de recolhimento, de esconderijo
e isolamento. Por que você pode considerar-se
escondido e isolado? Porque ali ninguém vê você,
ninguém conhece você, ninguém sabe de você.
Mas fique tranquilo: Deus, o Sustentador de Israel,
está vendo você o tempo todo, e vela por você!
Uma importante observação que podemos
fazer acerca desta estação da vida, é de que este
é o tempo de nos dirigirmos a nós mesmos. Deus
concede a oportunidade de que nos confrontemos
com nossos próprios erros, que nos conscientize­
mos do que precisa ser feito para que corrijamos
nossas falhas, e façamos aquelas perguntas tão
necessárias diante de situações difíceis: "Que ca­
minho é este que tomei?"; "Por que isto não está
dando certo?"; "Estou fazendo bobagens com a
minha vida?".
A caverna também é a estação em que você
tem a oportunidade de derramar seu coração diante
17
AS OU AT RO ES I AÇOLS DA NOSSA VIDA

de Deus, em confissão, em clamor e em adoração.


Pois é neste momento que você tem a certeza de
que são apenas dois os envolvidos em tal prática
- você e Deus.
A caverna é uma estação de treinamento.
Quando o Senhor deseja nos tratar em um nível
mais profundo, co rrig in d o nossas trajetórias,
sentimentos e comportamentos, Ele nos tira de
nossa zona de conforto, treinando-nos de forma
a que aprendamos a depender mais dele.
Veja só a origem de Elias. A Bíblia nos diz
que ele era natural da terra de Gileade. E o que era
Gileade? Gileade designa uma região montanhosa
a leste do rio Jordão. Naturalmente recoberta por
uma rica vegetação, Gileade era uma região produ­
tiva, de onde provinha uma substância aromática,
considerada dotada de propriedades medicinais, o
Bálsamo de Gileade Oeremias 8.22; 46.11 e 51.8).
Elias foi de Gileade para a caverna!
Da mesma forma, para que Deus possa tratar
você em um nível mais profundo, Ele irá retirá-
-lo das "Gileades" da vida e levá-lo diretamente
à caverna. Assim, quando você se encontrar no
interior de uma delas, não reclame! A caverna é o
lí!
SILAS MA LAFAIA

lugar de preparo, de treinamento, é o lugar que se


faz necessário antes de sermos levados ao monte.
A caverna é o lugar de dependência total de
Deus. E o lugar onde reconhecemos que nada
somos sem o Senhor. Na caverna, se os corvos
não levassem pão e carne para Elias pela manhã e
à noite, ele certamente morreria. Existia uma de­
pendência total do profeta, que se encontrava sob
a ação misericordiosa de Deus. Assim também se
dá conosco.
E o Senhor sustentou Elias, ele iria beber água
do ribeiro e os corvos iriam trazer pão e carne pela
manhã e à noite. Quando andamos na dependência
do Senhor, somos sustentados, Ele provê todas as
coisas. Mas tudo isto só aconteceu na vida de Elias
porque ele obedeceu.
Elias estava pronto para obedecer ao Senhor
publicamente e reservadamente, sob os holofotes e
lambém no ribeiro. Todos nós que conhecemos a
Palavra temos que obedecer ao Senhor, e servo fiel
não questiona, não murmura, não duvida, apenas
obedece. E aprendemos por toda a Palavra de Deus
que fé mais obediência é igual a milagre!
E como é bom viver do melhor desta terra,
como é bom sorrir, ser feliz, conquistar grandes
vitórias, mas diz a Palavra que: E sucedeu que,
19
AS QU ATRO ESTAÇÒ! S PA NOSSA VI DA

passados dias, o ribeiro se secou, porque não tinha


havido chuva na terra (1 Reis 17.7).
Exatamente, "o ribeiro secou". Os dias foram
passando e Elias começou a notar que o ribeiro
estava secando, já não estava como antes, mas
como ele havia aprendido ao longo do seu minis­
tério, confiou em Deus, e os dias foram passando,
e aquele ribeiro farto de água foi secando, até
transformar-se em uma poça d>água, e o vento
quente secou a umidade do leito do rio, e logo
apareceram as rachaduras na areia, e o ribeiro
secou completamente.
O que aprendemos aqui? Deus está no con­
trole da situação e sabe de todas as coisas. Para
nós, muitas vezes, é difícil entender o trabalhar de
Deus, mas assim como Elias, temos que confiar.
Aprendemos também com Elias que, mesmo
com o ribeiro seco, ele não saiu daquele lugar
enquanto Deus não lhe deu a direção. Ele não foi
embora. O riacho pode estar seco, mas enquanto
Deus não nos mandar sair, nós devemos permane­
cer ali. Aliás, o ribeiro seco era resultado da própria
oração de Elias, ele orou para que não chovesse,
e não choveu.
Mas, verdade seja dita, quando estamos viven-
ciando esta estação em nossa vida, quando estamos

20
SI LAS MA LAFAIA

na caverna, quando o ribei ro seca em nossas vidas,


falamos como Israel:

Mas Sião diz: Já me desamparou o SENHOR; o


SENHOR se esqueceu de mim. Pode uma mulher
esquecer-se tanto do filho que cria, que se não
compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas,
ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, me
não esquecerei de ti. Eis que, na palm a das mi­
nhas mãos, te tenho gravado ; os teus muros es­
tão continuamente perante mim. Os teus filhos
apressadamente virão, mas os teus destruido­
res e os teus assoladores sairão para fora de ti.

Isaías 49.14-17

Quantos, neste exato momento, estão falando


que Deus esqueceu-se deles, mantém-se mudo,
não ouve mais, permanece oculto. Mas não é ver­
dade, Deus não se esqueceu de você!
Nesta estação, Deus sempre nos leva ao ex­
tremo das nossas forças, ao limite do que podemos
suportar, para então, após estarmos preparados,
levar-nos a uma nova estação. Se você ainda está
suportando a sequidão e o estio que a vida lançou
sobre você, é porque ainda não chegou ao seu
extremo. Não reclame, tenha bom ânimo e seja

21
AS QU AT AO ESTAÇÕES DA NOSSA VIE)A

obediente até o fim. Aproxima-se o momento de


ingressar em uma nova estação da sua vida!
Talvez você não esteja entendo a situação que
está enfrentando hoje. Mas creia, confie em Deus e
seja obediente, amanhã você entenderá, e irá glori­
ficar o nome do Senhor Jesus. Obedeça ao Senhor,
Deus quer sustentá-lo, Ele quer ensinar-lhe a viver
pela fé, Ele nunca lhe desampara e nem lhe deixa
só. Deus está no controle da sua vida, e quer ter
uma história com você, e não apenas compartilhar
alguns momentos. Deus quer falar com você todos
os dias da sua vida, e não só nos momentos de di­
ficuldades, quando a enfermidade chega, a porta
se fecha, ou a família ou o casamento passam por
dificuldades. Deus quer sustentar lhe, conduzir-lhe
a uma vida de vitórias!
Aprenda a confiar em Deus dia após dia. Não
tenha medo! Quando o seu ribeiro secar, não se
desespere, confie, chore aos pés do Senhor, e seu
ribeiro não ficará seco para sempre. Daqui a pou­
co choverá novamente, e você viverá o melhor de
Deus nesta terra!

22
Capítulo 3

A SEGUNDA ESTAÇÃO -
A CASA

E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se se­


cou, porque não tinha havido chuva na terra.
Então, veio a ele a palavra do SENHOR, dizen­
do: Levanta-te, e vai a Sarepta, que é de Sidom,
e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher
viúva que te sustente. Então, ele se levantou e
se fo i a Sarepta; e, chegando à porta da cidade,
eis que estava ali uma mulher viúva apanhando
lenha; e ele a chamou e lhe disse: Traze-me,
peço-te, numa vasilha um pouco de água que
beba. E, indo ela a buscá-la, ele a chamou e lhe
disse: Traze-me, agora, também um bocado de
pão na tua mão. Porém ela disse: Vive o SE­
NHOR, teu Deus, que nem um bolo tenho, senão
somente um punhado de farinha numa panela
e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui,
AS QUATRO I! STAÇÕES DA NOSSA VIDA

apanhei dois cavacos e vou prepará-lo para


mim e para o meu filho, para que o comamos e
morramos. E Elias lhe disse: Não temas; vai e
faze conforme a tua palavra; porém faze disso
primeiro para mim um bolo pequeno e traze-
-mo para fora; depois, farás para ti e para teu
filho. Porque assim diz o SENHOR, Deus de
Israel: A farinha da panela não se acabará,
e o azeite da botija não faltará, até ao dia em
que o SENHOR dê chuva sobre a terra. E fo i
ela e fe z conforme a palavra de Elias; e assim
comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias.

1 Reis 17.7-15

Quando o ribeiro seca, muitas vezes somos


abandonados, às vezes até pelos amigos. Mas nosso
Deus nunca nos abandona, sempre está conosco. A
caverna é lugar de passagem, lugar de treinamento,
lugar de sair fortalecido para algo maior que nos
está preparado adiante.
O riacho seco era apenas o começo. Deus
tinha planos para Elias que o levariam para longe
daqueles dias calmos de isolamento e meditação,
onde a vida ao lado do riacho e aves que cumpriam
fielmente a tarefa de garçons de suas refeições eram
apenas uma rotina simples, ininterrupta e regular.
Todo homem que fosse usado por Deus como Elias
AT
SILAS MAiAFAiA

o foi nos anos seguintes, deveria passar primeira­


mente por um treinamento avançado. Para Elias,
esse treinamento se real izou na casa de uma viúva
na cidade de Sarepta.
Pelo registro de 1 Reis 17.7-15, reproduzido
acima, podemos saber como foi aquele treina­
mento avançado. Aprenderemos alguns princípios
valiosos com base nas experiências de Elias.
Sarepta deriva de um verbo hebraico que
significa "fundir, refinar". E interessante perceber
que, na forma de substantivo, Sarepta quer dizer
"cadinho". Não sabemos ao certo, mas o nome
do lugar pode ter origem na denominação de
uma planta híbrida. Todavia, qualquer que seja a
origem de seu nome, Sarepta viria a ser realmente
um "cadinho" para Elias: um lugar planejado por
Deus para refinar ainda mais Seu profeta e fazer
uma grande diferença para o restante de sua vida.
E como se o Senhor estivesse dizendo a Seu
servo: "Levei você primeiramente a Querite para
que se desacostumasse dos holofotes e da presença
do público, para colocá-lo na linha e reduzi-lo ao
homem que confia em mim em qualquer situação.
Foi ali que comecei a renovar seu homem interior
por meio das disciplinas da solidão, do silêncio
e da obscuridade. Porém, agora é o momento de
fazer uma obra ainda mais profunda. Agora, Elias,
FF)
\s QUATRO ESTACÒFS DA NOSSA VIDA

vou aumentar o fogo da fornalha, para que eu possa


moldá-lo, de maneira muito mais exata, no tipo de
homem que preciso para cumprir os propósitos que
tenho em mente".
É isso o que uma fornalha faz! Todas as impu­
rezas são levadas à superfície para que possam ser
eliminadas, resultando em maior pureza.
Deus sabe o que o futuro reserva para o Seu
profeta. Deus sabe o tipo de força que Elias preci­
sará ter se quiser manter-se firme de pé na batalha.
O Senhor sabe o tipo de carga que Seu profeta será
capaz de suportar. Isso não é tarefa para novatos.
Candidatos com mãos delicadas não precisam se
apresentar! Assim, Deus manda Elias para o ca­
dinho de Sarepta, onde toda a escória que ainda
resta será eliminada.
Deus não se esquece de Seu servo mesmo
enquanto ele está passando pelo calor do fogo do
refino. Lembre-se: Elias estava inscrito nas palmas
das mãos de Deus (Isaías 49.16). Deus sabe onde
ele está. Então, veio a ele a palavra do SENHOR (1
Reis 17.8). Deus sabe onde nós estamos. As vezes,
nos esquecemos disso. Há momentos em que até
achamos que Deus se esqueceu de nós. Ele não
esqueceu. Deus sabe exatamente onde estamos.
Portanto, quando você for atingido por esses
pensamentos de abandono, quando você estiver
26
SILAS MALAFAIA

à beira de celebrar sua autocomiseração, graças


àqueles pensamentos desesperados, volte-se para
a Palavra de Deus. No calor da batalha, leia pas­
sagens como Isaías 41.10: Não temas, porque eu
sou contigo; não te assombres, porque eu sou o
teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te sustento
com a destra da minha justiça.
Nesta fabulosa promessa de Deus e em inúme­
ras outras, Ele está dizendo: "Sei onde você está".
Que consolação! Deus sabe onde Elias está. Deus
está ali e, felizmente, não está em silêncio.
Por fim, Deus sabe aonde Elias está indo. Isso
é algo que nós não sabemos: aonde estamos indo.
Quão gracioso Ele é por nos levar passo a passo,
um após o outro, que é exatamente o que Ele está
fazendo com Elias. Levanta-te; e vai a Sarepta, que
é de Sidom, e habita ali, é o que Deus diz a Elias.
Vamos analisar cada passo. "Levanta-te". Isso
não é difícil de fazer. Sem dúvida Elias estava feliz
por deixar aquele riacho seco. "Vai". Isso também
não é ruim. Uma mudança de cenário seria mara­
vilhosa. Mas, então, vem a última pedrada: "habita
ali". Aí é que mora o perigo!
Alguns de nós podemos pensar em passar
um período de mudanças. Algo como uma hora
ou duas, por exemplo. Talvez até um dia ou dois.
Uma semana já seria bastante. Mas com certeza
2
AS QUATRO ESTAÇÕES DA NOSSA VIDA

nenhum de nós gostaria de receber uma ordem


como "fique por lá", em se tratando de um campo
de treinamento.
Vemos que nesta segunda estação da vida,
após passar por um treinamento que o fez chegar
ao extremo, Deus mudou a estação de Elias: mudou
seu treinamento, mas manteve o mesmo nível de
preparo: a dependência de Deus.
Você se lembra das instruções anteriores que
Deus deu a Elias? Ele teria de viver no riacho. Ago­
ra, o Senhor está dizendo: "Vá para Sarepta e fique
lá". Deus disse isso quando Elias ainda estava em
Querite, que ficava em algum lugar a leste do Jor­
dão. Se você verificar algum mapa antigo de Israel,
vai descobrir que Sarepta, que é de Sidom, estava
localizada bem a Oeste, na costa do Mediterrâneo,
a pelo menos 150 quilômetros de Querite.
Isso significava uma longa caminhada a céu
aberto por uma terra árida na qual Elias era uma es­
pécie de "foragido da justiça". O rei Acabe o estava
procurando em todos os lugares. Pode-se imaginar
que o rei estava querendo capturar o profeta de
Deus "vivo ou morto". Portanto, o que concluímos
imediatamente é que Elias tinha de confiar no Senhor
por todo o caminho de Querite a Sarepta.
29
SUAS MAI A FAIA

Elias reagiu ao plano de Deus com pronta


obediência, seguindo para a cidade que lhe fora
determinada. Logo na chegada de Elias, encon­
tramos dois testes. Primeiro, o teste da primeira
impressão.
Nunca subestime a primeira impressão, pois
ela em geral é um teste. Elias estava morrendo de
sede. O riacho estava seco havia bastante tempo.
Depois de sair de lá, viajou mais de uma centena de
quilômetros por uma terra seca e estéril. Ao chegar
a seu destino, estava desesperado por água. Logo
à porta da cidade de Sarepta ele vê uma mulher
apanhando lenha. Esta deveria ser a viúva que lhe
daria comida. Mas descobre que aquela mulher
possuía muito menos do que pudera imaginar!
Elias foi a Sarepta esperando pelo menos
um pouco mais de provisões do que àquelas em
Querite. No entanto, a primeira impressão dava
outra ideia. Aparentemente ele teria menos. Talvez
ele não viesse a morrer de sede, mas parecia que
morreria de fome.
Você já foi derrotado pela primeira impressão?
Já fez planos de ir para uma nova casa ou escola?
Ou mudar de emprego? Ou ainda assumir novos
desafios? Então, de repente, tudo é diferente daqui­
lo que você havia planejado. Mas as coisas não são
29
AS t i l IATRO ESTAÇÕES DA NOSSA VIDA

apenas diferentes - são piores! Isso é a síndrome


da primeira impressão. Ela pode ser terrível!
Elias chegou a Sarepta e não viu nada além
de uma viúva procurando gravetos para fazer
uma fogueira, preparar sua última refeição e
morrer de fome. Que decepção depois de uma
longa e árdua jornada!
Isso nos leva ao segundo teste: o teste das
impossibilidades físicas. Elias havia passado por
uma situação que, aos olhos humanos, era im­
possível. Mas a boa notícia é que ele olhou além
das circunstâncias. Tratou do problema com fé,
e não com medo. Veja o que ele fez:

E Elias lhe disse: Não temas; uai e faze


conforme a tua palavra; porém faze disso
primeiro para mim um bolo pequeno e traze-
-mo para fora; depois, farás para ti e para teu
filho. Porque assim diz o SENHOR, Deus de
Israel: A farinha da panela não se acabará,
e o azeite da botija não faltará, até ao dia
em que o SENHOR dê chuva sobre a terra.

1 Reis 17.13,14

Elias estava determinado a não perm itir


que aquela melancolia da primeira impressão

30
SILAS MAI MAiA

o derrotasse. A viúva mantinha os olhos na im­


possibilidade: um punhado de farinha, um pouco
de azeite, um pouco de lenha. Elias arregaçou as
mangas e se concentrou somente nas possibili­
dades.
Como ele poderia fazer aquilo? Porque ele
estava se transformando num homem de Deus.
Ele esteve em Querite. Viu a prova da fidelidade
de Deus. Sobreviveu ao riacho seco. Obedeceu a
Deus e, sem hesitação, viajou até Sarepta.
Não é possível falar daquilo que não se co­
nhece. Você não pode encorajar ninguém a crer
no improvável se você mesmo não acreditou no
impossível. Você não pode acender a chama da
esperança em alguém se a tocha de sua própria fé
não está acesa.
Quando Elias viu a panela quase sem farinha
e a botija quase sem azeite disse à viúva que fi­
zesse um bolo para si e outros para ela mesma e
seu filho. Depois ele lhe disse por que. Ouça as
palavras confiantes da fé: A farinha da panela não
se acabará, e o azeite da botija não faltará, até ao
dia em que o SENHOR dê chuva sobre a terra (1
Reis 17.14).

;ii
AS QUATRO ESTAÇÕES DA NOSSA VIDA

Que promessa! Aquela mulher deve ter olhado


para Elias, aquele viajante sujo e cansado, com
espanto e confusão, depois de ter ouvido palavras
que ela nunca ouvira antes.
Aquela viúva às portas de Sarepta ouviu Elias
com a boca aberta e — tenho certeza — nunca
mais foi a mesma. Elias apresentou a ela a lição que
ele mesmo já havia aprendido: a lição da obediên­
cia fiel. Deus lhe disse "vá", e ele foi. Agora Elias
está dizendo à mulher para praticar o mesmo tipo
de obediência. Ele lhe diz "vá" e "faça".
Em resposta àquilo que Elias dissera, ela foi e
fez. Isso é obediência em sua forma mais simples.
Obediência do homem e fidelidade de Deus — esta
é uma combinação que faz milagres! No meio das
provas, Elias e a viúva obedeceram, e Deus fez um
milagre. A panela de farinha nunca ficou vazia e
a botija nunca secou. Quão maravilhoso deve ter
sido para aquela mulher e seu filho sentarem-se à
mesa e comerem aqueles bolos milagrosos!
Isso não queria dizer que a mulher e seu filho
obtiveram tudo o que desejavam. Mas significa que
eles obtiveram tudo de que precisavam. Quando
você esgota seus próprios recursos, e Deus diz não
a seus desejos e sim a suas necessidades, considere-
-se mais que satisfeito.
SILAS MALA FAIA

Deus supriu todas as necessidades do profeta,


da viúva e de seu filho nesta segunda estação. As­
sim se dará também conosco, quando passarmos
pela estação da casa. Aonde você chegar, a bênção
de Deus chegará também. Aonde Deus levar você,
Sua bênção o acompanhará, ainda que tudo à sua
volta seja desastre. Tudo à volta da casa da viúva
eram fome e escassez. Mas na sua casa existia bolo
pela manhã, à tarde e à noite, porque o homem de
Deus estava ali!
Além disso, nesta segunda estação de treina­
mento do profeta, ele não é reconhecido pelo seu
carisma, nem por seu talento, nem mesmo por suas
aptidões. Mas veja como ele passa a ser reconhecido
após aquele período de treinamento avançado: En­
tão, a mulher disse a Elias: Nisto conheço, agora, que
tu és homem de Deus e que a palavra do SENEIOR.
na tua boca é verdade (1 Reis 17.24).
Aquela m ulher reconheceu que não era
mais a palavra do profeta que estava revestida de
verdade, mas sim a própria Palavra do Senhor.
Que sejamos também assim. Que possamos ser
reconhecidos no local em que moramos, no local
onde estudamos ou no nosso trabalho - não apenas
pelo carisma, pelo talento ou por nossas aptidões.
AS QUATflO ESTAÇÕES DA NOSSA VIDA

Mas principalmente, que sejamos reconhecidos


pela Palavra de Deus que vier à nossa boca,
demonstrando que somos discípulos aprovados!
Depois de estudar o que aconteceu na vida
de Elias nesta estação na casa da viúva de Sarep­
ta, estejamos certos de que este foi um momento
importantíssimo na preparação do profeta como
homem de Deus, e que será de extremo valor em
nossa preparação também!
Capítulo 4

A TERCEIRA ESTAÇÃO -
O MONTE

Agora, pois, envia, ajunta a mim todo o Israel no


monte Carmelo, como também os quatrocentos e
cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos pro­
fetas de Aserá, que comem da mesa de Jezabel.

1 Reis 18.19

Vimos que a primeira estação, a caverna, foi


lugar de treinamento para Elias. A segunda estação,
a casa da viúva de Sarepta, foi lugar de treinamento
avançado para o profeta. E esta terceira estação é o
local, é o tempo de Deus cumprir o Seu propósito na
vida de Elias, e na nossa vida também!
Hoje uma enorme estátua de Elias repousa num
grande pedestal no cume do monte Carmelo. Lá
está o profeta Elias, barbado, com uma enorme faca
AS QUATRO ESTAÇÕES DA NOSSA VIDA

na mão, elevada acima de sua cabeça. Na parte de


baixo da estátua há uma inscrição referente a este
conflito inesquecível. Em algum lugar no alto daque­
le monte, o profeta de Deus se levantou cara a cara
com os profetas de Baal, clamando pela descida de
uma prova dramática e cabal daquele que seria a
verdadeira divindade, merecendo assim a adoração
e a obediência dos humanos.
Antes de falarmos sobre este fato, vamos ana­
lisar os acontecimentos que levaram a ele. Você
deve se lembrar de que, em 1 Reis 17.1, Deus en­
viara seu profeta Elias ao rei Acabe para anunciar:
Nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo
a minha palavra. Então Deus disse a Elias: Vai-te
daqui, e vira-te para o oriente, e esconde-te junto
ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão
(1 Reis 17.3).
Depois de os propósitos de Deus terem sido
atingidos em Querite, Ele envia o profeta para Sa-
repta. Nos dois lugares, Elias precisava confiar em
Deus completamente, para alimentar-se e mitigar
sua sede. Deus nunca falhou em providenciá-los
- de maneira que Elias jamais tinha imaginado.
Passaram-se diversos meses. Como a terra se­
cou, Acabe promoveu uma caçada a Elias em Israel
e nas nações vizinhas, mas o profeta não pôde ser
encontrado. Enquanto isso, Elias estava esperando,
36
S! LAS MAL A FA] A

confiando pela fé que Deus lhe mostraria o passo


seguinte.
E sucedeu que, depois de muitos dias, a pa/a-
vra do SENHOR veio a Elias no terceiro ano, dizen­
do: Vai e mostra-te a Acabe, porque darei chuva
sobre a terra (1 Reis 18.1). Finalmente, depois de
três longos anos, Deus fala com seu servo e diz: Vai
e mostra-te a Acabe. Três anos antes, Deus dissera:
"Esconda-se". Agora, está dizendo: "Mostre-se".
Três anos atrás, Deus havia dito: Nem orvalho nem
chuva haverá, senão segundo a minha palavra.
Agora ele está dizendo: Darei chuva sobre a terra.
Tente imaginar a cena: três anos sem uma
gota de chuva em toda a terra de Israel. Todos os
rios haviam secado. Quando Elias saiu de Sarepta
em direção ao palácio de Acabe, provavelmente
passou por carcaças de muitos animais. Imagine o
cheiro de morte que havia no ar. Para ajudá-lo a
imaginar a cena, pense nas reportagens do jornal
da noite na televisão sobre as devastadoras secas de
algumas regiões da África - a imagem de doença e
morte por todos os cantos de vastas regiões.
Agora, no meio dessa cena terrível, caminha
o homem responsabilizado por tudo isso: Elias.
O rei Acabe, com olhos flamejantes, encontra o
37
AS QUATRO IiSTAÇÕES DA NOSSA VIDA

profeta e descarrega toda sua ira sobre Elias: És tu


o perturbador de Israel? (1 Reis 18.17).
Pense na coragem que Elias precisou ter
para ir ver Acabe. Pense na fé que ele precisou
ter para entrar em cena novamente. Mas, por
ter sido treinado em Querite e Sarepta, o profe­
ta não estava intim idado. Nem um pouquinho.
Pelo contrário: ele teve a audácia de devolver
a acusação a quem realmente a merecia: Então,
disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas
tu e a casa de teu pai, porque deixastes os man­
damentos do SENHOR e seguistes os baalins (1
Reis 18.1 8).
A mensagem de El ias foi severa porque Acabe
fora descaradamente desobediente. O monarca
quebrara atrevidamente o primeiro mandamento:
Não terás outros deuses diante de mim (Êxodo
20.3). Acabe precisava saber que o Deus dos céus
era supremo, e Elias estava pronto para provar
isso. E assim começou o combate: Acabe versus
Elias. Bem, na verdade, aquilo foi uma contenda
dramática entre a idolatria e o Deus vivo.
Elias não apenas repreende veementemente
o rei da terra como ordena que ele reúna todos
os profetas de Baal e do poste ídolo (chamado
de Aserá), as deidades da moda daquela época
38
S I L A S M A L ALAI A

em Israel. Podemos ver a importância que eles


tinham pela quantidade de profetas, assim como
pela elevada posição dentro do reino. De acordo
com esta passagem, havia pelo menos 850 deles e
todos comiam à mesa da rainha. Eram bem-vindos
na própria corte do rei.
A plateia que se reuniu no monte Carmelo
para testemunhar o grande duelo era composta
de dois grupos: os profetas e sacerdotes dos falsos
deuses, Baal e Aserá, e os "filhos de Israel" — ou
seja, o público em geral, ou um grupo represen­
tativo do povo da terra. Os profetas e sacerdotes
de Baal e Aserá haviam instigado e promovido a
adoração de ídolos, sendo esta a razão de Elias se
referir diretamente a eles na maior parte deste notá­
vel evento. Mas muitos israelitas estavam seguindo
deliberadamente sua liderança idólatra e ímpia, o
que motivava Elias a ganhar outra vez o povo para
o único e verdadeiro Deus, assim como remover
da terra os falsos profetas e sacerdotes. Portanto,
ciente de que o povo normalmente quer ver para
crer, Elias procura certificar-se de que muitas pes­
soas vão testemunhar esta batalha final.
Elias os confronta com a verdade: Até quando
coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR
é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o. Porém o povo
lhe não respondeu nada (1 Reis 18.21). O povo
39
AS QUATRO ESTAÇÕES DA NOSSA VIDA

não diz uma palavra. Eles não responderam ao


desafio de Elias. Nem sequer argumentaram com
ele. A coisa mais fácil a fazer na hora da decisão
é não se comprometer. Fique na zona neutra. E foi
isso o que eles fizeram. Ficaram calados.
Mas Elias não se intimidou. Permaneceu firme,
sozinho, suplantado em número, mas absolutamen­
te invencível nas mãos de Deus. Diante de Elias
estava o povo, adoradores de ídolos e indecisos.
A seu lado, os 850 profetas e sacerdotes de Baal e
Aserá. Sem dúvida havia nichos de ídolos aqui e ali
por todo o monte Carmelo, bem como na maioria
dos montes de Israel daquela época. Mas Elias não
estava com medo. Ele era um homem treinado por
Deus e tinha um plano que eles jamais conseguiriam
ignorar ou esquecer.

Então, disse Elias ao povo: Só eu fiquei p o r


profeta do SENHOR, e os profetas de Baal são
quatrocentos e cinquenta homens. Deem-se-
-nos, pois, dois bezerros, e eles escolham para
si um dos bezerros, e o diindam em pedaços, e
o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam
fogo, e eu prepararei o outro bezerro, e o porei
sobre a lenha, e não lhe meterei fogo. Então,
40
SI I.AS M ALAI'A I A

invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei


o nome do SENHOR; e há de ser que o deus
que responder p o r fogo esse será Deus. E todo
o povo respondeu e disse: É boa esta palavra.

1 Reis 18.22-24

O plano de Elias era astuto, porém justo e


simples. Baal era adorado como o deus do sol
(o fogo do universo) e como o deus controlador
de todas as colheitas e da produtividade da terra.
Um deus assim com certeza teria raios e trovões
em seu arsenal de armas! Se ele era capaz de fa­
zer qualquer coisa, então poderia dar início a um
incêndio. O mesmo podia ser dito com relação
a Deus Jeová. O plano de Elias se transformaria
numa ótima oportunidade para testar o poder das
deidades rivais.
Eles seguiram o plano de Elias. Levaram a
cabo todas as suas instruções. Mas quando clama­
ram por Baal, nada aconteceu. Desde o começo
da manhã até o meio-dia eles clamaram: "Baal,
responde- nos". Nada. Os céus estavam cerrados.
Não houve trovão nem fogo - nem mesmo uma
faísca nos céus. Ninguém respondeu. O silêncio
lá em cima era ensurdecedor.
Desesperados, os profetas de Baal começaram
a pular em volta do altar. Saltavam loucamente,
41
AS QUATRO estações d a n o s s a v i d a

gritando, implorando, procurando chamar a aten­


ção de Baal, tentando dar um jeito de seu deus
mandar fogo do céu. Deve ter sido uma cena im­
pressionante.
Esta foi uma cena inesquecível, de caos e
loucura! Foi como se forças do inferno tivessem
sido libertas e estivessem expostas naqueles corpos
humanos fora de controle. Mas, mesmo assim, nada
aconteceu no céu. Eles clamaram por seu deus
desde a manhã até à tarde. Chegaram até a mutilar
seus corpos no meio daquele frenesi. Porém não
houve voz, nem resposta, nem atenção alguma (1
Reis 18.29).
Aqueles famosos sacerdotes e profetas de Baal
que, durante o sofrimento do povo com a seca,
foram alimentados do bom e do melhor à mesa da
rainha, clamaram por horas a fio, mas sem "res­
posta, nem atenção alguma". Imagine todos eles
exaustos, dobrando-se e caindo no chão, ofegantes,
sagrando e, finalmente, humilhados.
No momento oportuno, Elias entra em cena.
Aquele seria o momento de provar - o momento
mais importante. Chegara a hora de pôr em prática
todo o treinamento que recebera, tudo o que havia
passado na solidão e quietude. Mais importante
que qualquer outra coisa, aquele era o momento
de provar quem era Deus.
42
SUAS MALA FAIA

A primeira coisa que Elias fez foi reconstruir o


altar do Senhor, que fora destruído durante o perí­
odo de idolatria na terra de Israel. Se o fogo do céu
vindo da parte de Deus deveria provar que Jeová
era o único Deus, então o altar do Senhor precisava
ser reconstruído para receber aquele fogo. Assim,
usando doze pedras que representavam as doze
tribos de Israel, Elias construiu um altar que seria
usado unicamente para a glória de seu Deus.
Veja que Elias pediu ao povo que enchesse
quatro cântaros com água (1 Reis 18.30-35). Em
seguida, Elias faz uma oração simples, mas uma
oração de fé (v. 36,37). Não houve clamores nem
gritos. Ninguém berrou. Não houve dança ritua-
lística frenética. Não houve repetição de palavras
vãs por horas a fio. Apenas um pedido direto para
que Deus provasse por si só que ele era o Senhor.
O contraste é impressionante. E a resposta foi
imediata: houve um fogo consumidor... e isso foi
convincente (v. 38,39)!
Deus respondeu à oração de Elias. A resposta
não trouxe apenas fogo, mas, muito mais impor­
tante, ela levou os corações das pessoas de volta
para Deus. Este acontecimento também livrou o
país dos profetas de Baal.
43
AS QUATRO HSTAÇÕFiS DA NOSSA VIDA

Nesta terceira estação da vida de Elias, algu­


mas lições nos proporcionam princípios sempre
relevantes para nossa vida cristã.
A primeira lição é reconhecer que tanto na
primeira estação (a caverna) quanto na segunda
estação (a casa), houve um tempo determinado
para que acontecessem. Quando na caverna, le­
mos que: E sucedeu que, passados dias... (1 Reis
1 7.7). Após a estadia na casa da viúva de Sarepta,
lemos que: Esucedeu que, depois de muitos dias...
(1 Reis 18.1).
Porém, a partir desta terceira estação (o mon­
te), o tempo não é mais determinado! Não são mais
"passados dias" nem "depois de muitos dias". Sabe
o que isso significa? O tempo do propósito de Deus
em nossa vida será muito maior do que aquele
tempo de treinamento ao qual estamos sendo sub­
metidos. Não será mais um momento, um período
ou um tempo apenas, mas será permanente!
Em segundo lugar, outra lição é a de que quan­
do temos certeza de estarmos dentro da vontade
de Deus, somos invencíveis. Nada nos deixa mais
temerosos e inseguros do que não ter certeza de
estar dentro da vontade de Deus. Por outro lado,
não há nada mais encorajador do que saber que
estamos dentro dela.
44
SILAS MA LA LAI A

Assim, não importa quais sejam as circuns­


tâncias, pois poderemos resistir. Podemos estar
desempregados, mas saber que estamos dentro da
vontade de Deus. Podemos passar por situações
difíceis, mas ainda assim saber que estamos dentro
da vontade de Deus. Podemos ter todas as coisas
se levantando contra nós e ainda assim saber que
estamos dentro da vontade de Deus.
Nada intimida aqueles que sabem que aquilo
em que creem está baseado no que Deus disse.
A equação nunca é 850 contra 1, mas, sim, 850
contra 1 mais Deus. Quando sabemos que estamos
dentro da vontade de Deus, somos invencíveis.
Em seguida, logo após este evento contra os
profetas de Baal, ainda vemos Elias novamente
no cume do monte Carmelo, sua terceira estação
da vida (1 Reis 18.41-46). Embora parecesse que
Deus tivesse se esquecido de tudo aquilo que dis­
sera anteriormente em relação à terra, ele nunca
se esquece do que promete. Isso mesmo: nunca!
E, então, sem aviso, ele cumpre sua Palavra.
Deus decide que é hora de voltar no tempo do
modo como nós contamos para cum prir o que
prometera. É o momento certo. Chega de esperar.
E você não sabia que isso iria acontecer? Como
Ele disse, assim será. As mudanças aconteceram
exatamente como Ele havia prometido. Sempre foi
45
AS QUATUO ESTAÇÕES DA NOSSA VIDA

assim, desde que nosso Criador começou a lidar


com suas criaturas. Mas, mesmo assim, nós duvida­
mos. Ainda lamentamos. Ainda ficamos pensando
se Ele vai se lembrar. É estranho, mas ainda não
entendemos.
A demora de Deus operou maravilhas quando
a escolha entre quem era digno de adoração preci­
sava ser feita. Calamidades naturais normalmente
levam os corações para perto de Deus, nunca para
longe. Mas se dermos uma olhada de novo no
primeiro versículo de 1 Reis 18, vamos encontrar
outra promessa de Deus. Elias estava mais do que
pronto para ouvir esta: Darei chuva sobre a terra,
disse Deus. Por fim, que alívio aquela promessa
deve ter trazido!
Interessante notar que o profeta de Deus não
reclamou nenhuma vez da seca, mesmo quando
o próprio riacho de onde ele bebia secou ou nas
situações que tanto ele quanto o povo viveram.
Mas a diferença entre Elias e os outros era sim­
ples: ele sabia que, um dia, Deus iria cum prir Sua
promessa e traria a chuva. Até lá, Elias deveria
esperar sem nunca duvidar, pois ele estava ple­
namente convencido de uma coisa que a maioria
de nós, em um momento ou outro, duvidamos:
Deus sempre cumpre Suas promessas!
46
SILAS MALA FAIA

Por mais de três longos anos a terra de Israel


havia ficado sem água ou orvalho. Deus pedira a
Elias que falasse ao rei Acabe que, por causa de
sua iniquidade, uma terrível seca viria sobre a ter­
ra. E foi exatamente isso o que aconteceu. A terra
se tornou seca, estéril e arruinada. Os resultados,
como já vimos, foram morte e desolação.
Então, em seu próprio tempo, Deus veio em
resgate de Israel. Ele quebrou o silêncio e instruiu
seu servo a declarar Sua vontade. Ao falar com seu
profeta, Deus lhe oferece uma promessa. E Elias
não teve dificuldades para dar uma ordem como
esta ao rei: Sobe, come e bebe, porque ruído há
de uma abundante chuva (1 Reis 18.41).
Ao lermos isso, temos a impressão de que
Elias realmente estava ouvindo a chuva cair, ou
pelo menos o som dos trovões se aproximando.
Mas quando examinamos este versículo no con­
texto dos seguintes, ficamos convencidos de que
até este ponto não havia uma nuvem sequer no
céu, muito menos o brilho de um raio ou o som
de um trovão. Então, qual era o som? Bem, creio
que Elias estivesse ouvindo o som da voz de Deus
e da promessa que Ele fizera — que, se Elias fosse
ao rei Acabe, então o Senhor mandaria a chuva.
De fato a palavra hebraica traduzida como
"ruído" neste versículo também é usada com o
47
AS QUATRO ESTAÇÕES DA MOSSA VI DA

sentido de "voz" em outras passagens. Elias tinha


certeza de que a chuva estava chegando, não
porque ele ouvira um som de chuva propriamente
dito, nem mesmo de um trovão à distância, mas
porque ele estava clamando pela promessa feita
por Deus. E ele clamou por aquela promessa por
intermédio da oração.

E disse ao seu moço: Sobe agora e olha para


a banda do mar. E subiu, e olhou, e disse:
Não há nada. Então, disse ele: Toma lá sete
vezes. E sucedeu que, à sétima vez, disse:
Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão
de um homem, subindo do mar. Então, disse
ele: Sobe e dize a Acabe: Aparelha o teu car­
ro e desce, para que a chuva te não apanhe.

1 Reis 18.43,44

Tudo o que Elias tinha em mãos era uma pe­


quena nuvem, não maior que a palma da mão de
um homem no meio daquela imensidão de mar e
céu. Mas aquilo era suficiente! Ele tinha tamanha
fé na promessa de Deus que agiu de acordo com
aquilo que ele esperava que iria acontecer.
Tudo o que Elias viu foi uma pequena nu­
vem, mas ele disse a Acabe, com ênfase: Apa­
relha o teu carro e desce, para que a chuva te

48
SILAS MALÀLAIA

não apanhe (1 Reis 18.44). O olho humano via


apenas uma pequena nuvem, mas os olhos da fé
viram a promessa de Deus. Acabe deve ter dado
de ombros: "E aí, que história é essa?" Mas Elias
estava gritando dentro de si: "Finalmente Deus
está cum prindo sua Palavra!"
Você tem expectativas? As coisas pequenas o
entusiasmam? Você imagina o improvável e espera
pelo impossível? A vida está cheia de oportunida­
des de se ver a mão de Deus nas pequenas coisas.
Apenas seus servos mais sensíveis as veem, sorriem
e ficam ansiosos nesta expectativa.
Aqui, outra lição que aprendemos é que o
nível espiritual de Elias sofre uma grande transfor­
mação. Ele percebe o que ninguém mais percebe,
vê o que ninguém mais vê, e fala o que ninguém
se atreve a falar.
Elias percebeu o ruído de uma abundante
chuva. E o que as demais pessoas percebiam?
Sequidão e escassez. Elias também viu o que
ninguém mais via. Uma nuvem do tamanho da
mão de um homem todos poderiam ver, mas a
chuva que esta nuvem trazia, somente Elias viu.
E Elias falou o que ninguém mais ousou dizer.
Ele percebeu uma abundante chuva, viu que
essa chuva seria trazida pela pequena nuvem, e
anunciou a Acabe que corresse, para que a chuva
não o apanhasse!
AS QUATRO ESTAÇÕES DA NOSSA VIDA

Mas isso só aconteceu porque Elias estava


no lugar do propósito de Deus. Assim deve ser
conosco. Devemos chegar ao monte, o lugar do
propósito de Deus para a nossa vida. Ali, seremos
utilizados por Deus como agentes da restauração,
percebendo, vendo e dizendo aquilo que mais
ninguém mais percebe, vê ou diz.
Aproveitemos satisfatoriamente todo o pe­
ríodo desta terceira estação da nossa vida. Que
o monte faça de nós, cristãos, pessoas cada vez
mais abençoadas, e que abençoemos um incontá­
vel número de homens e mulheres à nossa volta!
Preparemo-nos, então. Eis que se ouve o ruído de
uma abundante chuva!

50
Capítulo 5

A QUARTA ESTAÇÃO -
CARRO E CAVALOS
DE FOGO

E sucedeu que, ind o eles an d an d o e f a ­


lando, eis que um carro de fo g o , com ca ­
va los de fo g o , os sep a ro u um do ou tro;
e E lia s s u b iu ao céu num re d e m o in h o .

2 Reis 2.11

Que jornada a de Elias! Treinado em Querite,


lapidado e refinado em Sarepta, usado de maneira
magnífica no monte Carmelo, ungido poderosa­
mente para colocar-se diante do rei Acabe em
várias ocasiões, e, finalmente, recebendo a compa­
nhia de seu amigo, Eliseu. O velho profeta surgira
como o homem de Deus do momento. Heroico de
maneira quase inacreditável, ainda que humilde de
coração, Elias parecia ter alcançado o pináculo das
AS QUATRO ESTAÇÕES [)A NOSSA VIDA

experiências de sua vida. Mas agora ele iria passar


pela maior de todas: iria escapar da morte. A foice
da morte não o encontraria!
A quarta estação da vida (carro e cavalos de
fogo) é aquele momento e lugar ao qual todos
nós chegaremos juntos. Esta é a estação da trans­
cendência, é a estação da completude, onde não
haverá choro, não haverá dor, nem sequidão, nem
escassez, nem Acabes, nem profetas de Baal! Pelo
contrário, esta é a estação máxima a que Deus nos
levará!
Elias ingressou na quarta estação da sua vida
sem experimentar a morte. Não passar pela morte
colocava Elias na rara categoria de "partidas sem
morte". Somente duas pessoas em todos os regis­
tros históricos daqueles que passaram por aqui
não foram apanhados pelas garras da morte. Isso
mesmo: apenas duas pessoas foram levadas desta
terra diretamente à presença de Deus segundo o
registro bfblico. O primeiro foi Enoque (Gênesis
5.21-24). Elias foi o segundo. A última experiên­
cia deste tipo acontecerá conosco, nós cristãos
que estivermos vivos na terra no momento da Se­
gunda Vinda de Cristo. Não sabemos o dia nem
a hora, mas sabemos isso: aqueles que estiverem
S I L A S MA I . AF A i A

vivos quando Cristo voltar para os seus não verão


a morte. Paulo escreve sobre isso com segurança
em sua Primeira Carta aos Coríntios:

Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem


todos dormiremos, mas todos seremos transfor­
mados, num momento, num abrir e fechar de
olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta
soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis,
e nós seremos transformados. Porque convém
que isto que é corruptível se revista da incorrup­
tibilidade e que isto que é mortal se revista da
imortalidade. E, quando isto que é corruptível se
revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal
se revestir da imortalidade, então, cumprir-se-á
a palavra que está escrita: Tragada fo i a morte
na vitória.

1 Coríntios 15.51-54

O mais notável da história de Elias é que ele


sabia que seria levado aos céus sem passar pela
morte. Por causa disso, ele nos dá um excelente
exem plo de com o devemos v iv e r enquanto
esperamos a volta de Cristo.
AS QUATRO ESTAÇÕES DA NOSSA ViDA

A partir do contexto, fica claro que Deus dera


informações antecipadas a Elias sobre sua partida,
apesar de não sabermos quando e como Deus o
fez. Veremos adiante que o Senhor também infor­
mou os "discípulos dos profetas" e Eliseu, o velho
amigo do profeta e divinamente escolhido como
seu sucessor.
Sucedeu, pois, que, havendo o SENHOR de
elevar a Elias num redemoinho ao céu, Elias par­
tiu com Eliseu de Cilgal (2 Reis 2.1). Chegamos
ao último dia de Elias na terra, quando ele será
elevado "num redemoinho". A palavra hebraica
também pode ser traduzida como "num estouro,
num momento, numa tempestade". Por algum
tipo de movimento arrebatador, Elias seria pego
e, num instante, sairia desta terra para a presença
do Senhor.
Deus não apenas lhe comunicou o fato, mas
disse-lhe também como e onde o faria. Isso expli­
ca por que vemos Elias se dirigindo rapidamente
para o Jordão. Leia a passagem e imagine a cena
se desenrolando:

E disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o


SENHOR me enviou a Betei. Porém Eliseu disse:
Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que te não
Ü 4~
Si: LAS MALA FAIA

deixarei. E assim foram a Betei Então, os filhos


dos profetas que estavam em Betei saíram a
Eliseu e lhe disseram: Sabes que o SENHOR,
hoje, tomará o teu senhor p o r de cima da tua
cabeça? E ele disse: Também eu bem o sei;
calai-vos. E Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui,
porque o SENHOR me enviou a Jerico. Porém ele
disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que
te não deixarei. E assim vieram a Jericó. Então,
os filhos dos profetas que estavam em Jericó se
chegaram a Eliseu e lhe disseram: Sabes que
o SENHOR, hoje, tomará o teu senhor p o r de
cima da tua cabeça? E ele disse: Também eu
bem o sei; calai-vos. E Elias disse: Fica-te aqui,
porque o SENHOR me enviou ao Jordão. Mas ele
disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que
te não deixarei. E assim ambos foram juntos.

2 Reis 2.2-6

Estou certo de que Deus disse a seu humilde e


fiel profeta: "O Jordão será o lugar de sua partida".
Mas, se foi realmente assim, por que Elias estava
passeando pelo país, indo a Gilgal, Betei e Jericó?
Por que não ir direto ao Jordão?
Os historiadores nos dizem que as escolas
de profetas estavam localizadas em Gilgal, Betei
AS QUATRO ESTAÇÕES DA NOSSA VIDA

e Jerico. Estes eram os antigos "seminários", se


você assim desejar, provavelmente fundados por
Samuel: escolas onde rapazes eram treinados para
responder ao chamado divino e aprender o estilo
de vida de um profeta.
Creio que a razão dessa estranha jornada de
Elias ao Jordão era o de ver pela última vez os
profetas em treinamento - os "discípulos dos pro­
fetas" - e dar uma palavra final de encorajamento
para aqueles que carregariam a tocha da verdade
depois de sua partida.
Além desta, havia uma razão ainda mais pro­
funda. Tanto em Betei como em Jerico os discípulos
dos profetas fizeram a mesma pergunta a Eliseu:
Sabes que o Senhor, hoje, tomará o teu senhor por
de cima da tua cabeça? Nas duas vezes, Eliseu deu
a mesma resposta: Também eu bem o sei; calai-vos
(2 Reis 2.3,5).
Sim, Eliseu estava confirmando aos discípulos
dos profetas que aquele era o dia em que Elias seria
tomado. Mas por que ele pediu aos jovens para
se calarem? Creio que Eliseu fez isso porque não
queria que eles perturbassem Elias com suas per­
guntas e toda a conversa que se seguiria por causa
da maravilhosa informação que o velho profeta
estava compartilhando com eles. Eliseu sabia que

56
SUAS MA LAFAI A

Elias estava concentrado num momento único de


reflexão e precisava de paz e tranquilidade.
Após segui rem juntos e atravessarem o Jordão,
Elias e Eliseu caminham juntos, até que o homem
de Deus é tomado por um redemoinho e sobe aos
céus em um carro com cavalos de fogo. Cumprira-
-se o tempo do profeta, e Deus o introduz na quarta
estação de sua vida!
CONCLUSÃO
Também nós, um dia, seremos levados por
Deus para a nossa quarta estação, quando então
veremos face a face Aquele que sempre esteve na
caverna conosco, e muitas vezes não percebemos.
Veremos face a face Aquele que sempre esteve
na casa junto a nós, e muitas vezes pensávamos
que estávamos sós com uma ou duas pessoas. E
veremos face a face Aquele que sempre esteve no
monte conosco, compartilhando Seu poder e Sua
autoridade!
Estaremos na presença daquele que possui
muitos diademas em Sua cabeça, Seus olhos são
como chamas de fogo, o Seu rosto brilha como
o sol do meio-dia, está vestido de linho puro e
finíssimo, e na Sua coxa está escrito: "Rei dos reis
e Senhor dos senhores"!
Alguns chegam à estação da caverna em
Q uerite, outros chegam à estação da casa de
Sarepta, outros ainda conseguem atingir a es­
tação do monte. Mas todos nós chegaremos à
estação do carro e cavalos de fogo. É essa a
estação máxima que o Senhor preparou para
nós. Passemos pois, vitoriosam ente, pelas três
estações da vida, para que sejamos achados
dignos de merecer as delícias de subirmos aos
céus em carros e cavalos de fogo! A leluia!
SILAS M A L A FAIA

Ore comigo:

Senhor Deus, permita-me receber a Tua


Palavra restauradora estudada neste livro.
Desejo conhecer melhor a Tua Palavra e a Ti
mesmo, para que possa dedicar-me a cada
uma das estações da vida aqui estudadas.
Permita-me alcançar cada uma delas, aprovei­
tando ao máximo o treinamento e aperfeiço­
amento que tens reservados para mim. Peço
que me proporcione um verdadeiro conheci­
mento da Tua Palavra, e que assim eu possa
experimentar cada vez mais de Ti, Senhor. Em
nome do Teu amado Filho, Jesus, meu Senhor
e Salvador. Amém e amém!

59
EDITORA CENTRAL GOSPEL
Estrada do Guerenguê, 1851 - Taquara
Rio de Janeiro - RJ - Cep: 22713-001
Tel: (21)2187-7000
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Mensagens para edificar
e fortalecer sua fé
DVDs do pastor Silas Malafaia

1
A U T O R DADE

ESPIRITUAL
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Autoridade Espiritual Quando vem a tribulação Felicidade ou sofrimento:


o que fazer? qual é a sua escolha?

Pa r a ser
BEM-SUCEDIDO

Por que o mal nos atinge? Para ser bem-sucedido A responsabilidade


do homem e da mulher
no casamento
As quatro estações
/•da nossa
Ç ^ ÍL d a /

O tempo passa. Passa rapidamente


na companhia de bons amigos, ou na
execução de uma tarefa interessante. O
tempo escapa. Quando criança, temos
a impressão de que o tempo é infinito,
mas logo crescemos e percebemos que
não conseguimos segurá-lo. É como
areia em meio aos dedos.
Como você vive os tempos que lhe
são presenteados por Deus? Como rea­
ge a cada um deles? Todos nós vivemos
diferentes estações na vida. Experimen­
tamos tempos de treinamento, tempos
de prática, tempos de luta e, finalmente,
tempos de glória. São momentos pro­
porcionados por Deus para que apren­
damos lições importantes e para que
sejamos aperfeiçoados como cristãos.
Neste livro, você acompanhará qua­
tro estações no tempo de existência do
Silas M alafaia profeta Elias e aprenderá, por meio de
é psicólogo clínico, conferencista
sua história, a importância de estar aten­
internacional e pastor evangélico.
to aos diferentes tempos que o Senhor
nos proporciona, para o nosso cresci­
mento.
Que todas as estações da sua vida
levem você à maturidade cristã e à vitó­
ria em Cristo. Boa leitura!

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PEDIDOS: (21) 2187-7000
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