Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
4º Período / 2014
Tucuruí/PA
2014
ii
iii
DEDICATÓRIA
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me concedido saúde, paz e sabedoria para lidar com cada situação
da vida.
Aos meus pais, Diva e Duarte, por acreditarem em mim e sempre apoiarem as
minhas decisões, sem eles eu não teria conseguido.
A minha família, que mesmo muitos estando longe, ainda assim ajudavam com o
“apoio moral”.
A minha namorada e amiga, Ruanna Itaparica, pelo apoio e pelos conselhos dados
em momentos tristes. Obrigado por ser tão compreensiva e paciente quando muitas vezes
passávamos um tempo significativo sem nos encontrarmos.
Ao meu amigo Vanderson, por realizar o modelamento do alimentador que foi o
objeto de estudo deste trabalho e por estar sempre disposto a me ajudar.
Aso meus amigos da igreja, do alojamento, da faculdade e a todos que sempre
estiveram do meu lado me apoiando e me incentivando.
Ao professor Andrey Ramos Vieira pela orientação mesmo a tantos afazeres.
v
RESUMO
vi
ABSTRACT
This research presentes studies on power flow, short circuit and real distribution feeder
protection with the aid of the softwares ANAREDE and ANAFAS. First, an overview of the
different existing distribution system is made, followed by a general study of short circuit in
what refers to the distribution system, it is highlighted the main classifications and
characteristics of the functioning and dimensioning of the protection devices. On the
resultads, is possible to observe the single line diagram of the real feeder in study, which is
disposed in 57 substation bus bars. Hence, the choice of the protection devices and its
dimensioning, the analysis and evaluation of the protection are made aiming to achieve an
optimal coordination and selectivity between the devices via time/current characteristic
curves.
vii
LISTA DE FIGURAS
viii
Figura 3.10. Opções de curtos-circuitos disponíveis no programa ANAFAS.......................... 38
Figura 3.11. Especificação das grandezas e unidades no relatório final de saída. ................... 38
Figura 3.12. Exemplo de um Relatório de Saída do programa ANAFAS. .............................. 38
Figura 4.1. Sistema de Proteção. .............................................................................................. 41
Figura 4.2. Zonas de Proteção. ................................................................................................. 42
Figura 4.3. Chave-Fusível indicadora Unipolar (tipo expulsão). ............................................. 44
Figura 4.4. Típicas Chaves Fusíveis de Distribuição. .............................................................. 45
Figura 4.5. Elo-fusível e suas principais partes. ....................................................................... 46
Figura 4.6. Curvas típicas de tempo-corrente de elos-fusíveis preferenciais. .......................... 48
Figura 4.7. Estrutura de Ligação entre Relé e Disjuntor. ......................................................... 51
Figura 4.8. Curva característica de relé instantâneo ou de tempo definido. ............................. 52
Figura 4.9. Curva característica de relé temporizado ou de tempo dependente (padrão ANSI).
.................................................................................................................................................. 53
Figura 4.10. Relé de Sobrecorrente: (a) Eletromecânico; (b) Estático e (c) Digital................. 54
Figura 4.11. Disjuntores de Média Tensão a: (a) óleo; (b) Vácuo. .......................................... 55
Figura 4.12. Sequência típica de operação de um religador ajustado para quatro disparos. .... 59
Figura 4.13. Religadores: (a) Monofásico e (b) Trifásico. ....................................................... 60
Figura 4.14. Seccionalizadores: (a) Monofásico e (b) Trifásico. ............................................. 64
Figura 4.15. Trecho de um sistema de distribuição em que o religador é instalado a montante
do fusível. ................................................................................................................................. 66
Figura 4.16. Coordenação religador – fusível (corrigida para aquecimento e resfriamento). .. 67
Figura 4.17. Coordenação Relé-Fusível (Fusível no lado da carga). ....................................... 68
Figura 4.18. Curvas características para a coordenação Relé-Fusível (Fusível no lado da
carga). ....................................................................................................................................... 68
Figura 4.19. Alcance dos relés associados ao disjuntor de saída da subestação e do religador.
.................................................................................................................................................. 69
Figura 4.20. Coordenação Relé-Religador. .............................................................................. 70
Figura 5.1. Diagrama unifilar do alimentador real em estudo. ................................................. 71
Figura 5.2. Diagrama unifilar do alimentador real em estudo com os dispositivos de proteção
alocados. ................................................................................................................................... 79
Figura 5.3. Coordenação Religador R2 com os Fusíveis (6K, 10K e 15K). ............................ 90
Figura 5.4. Coordenação Religador R2 com os Fusíveis (25K, 40K e 65K). .......................... 90
Figura 5.5. Coordenação Religador R2 com o Fusível (100K). ............................................... 91
ix
Figura 5.6. Coordenação Fase-Neutro do Religador R2 com o Religador R1. ........................ 92
Figura 5.7. Coordenação Religador R1 com os Fusíveis (6K e 10K). ..................................... 92
Figura 5.8. Coordenação Religador R1 com os Fusíveis (15K e 25K). ................................... 93
Figura 5.9. Coordenação Fase-Neutro do Relé com os Fusíveis (6K, 10K e 15K). ................. 94
Figura 5.10. Coordenação Fase-Neutro do Relé com o Religador R2. .................................... 95
Figura 5.11. Coordenação Fase-Fase do Religador R2 com o Religador R1. .......................... 95
Figura 5.12. Coordenação Fase-Fase do Relé com o Religador R1. ........................................ 96
x
LISTA DE TABELAS
xi
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................. vi
ABSTRACT........................................................................................................................ vii
LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................viii
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................ xi
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
1.1 Justificativa ................................................................................................................ 9
1.2 Objetivos .................................................................................................................... 9
1.3 Revisão Bibliográfica ................................................................................................. 9
2 SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO ............................................................................... 11
2.1 Configuração do Sistema de Distribuição ................................................................ 12
2.1.1 Sistema de Subtransmissão ................................................................. 16
2.1.2 Subestação de Distribuição ................................................................. 17
2.1.3 Sistema de Distribuição Primária ....................................................... 20
2.1.4 Sistema de Distribuição Secundária ................................................... 24
3 ESTUDO DE CURTO-CIRCUITO ............................................................................ 27
3.1 Componentes Simétricas .......................................................................................... 28
3.2 Tipos de Curto-Circuito ........................................................................................... 30
3.2.1 Curto-Circuito Trifásico (ou Simétrico) ............................................. 31
3.2.2 Curto-Circuito Bifásico ...................................................................... 32
3.2.3 Curto-Circuito Bifásico-Terra............................................................. 33
3.2.4 Curto-Circuito Monofásico ................................................................. 34
3.2.5 Curto-Circuito Monofásico Mínimo ................................................... 35
3.3 Software ANAFAS .................................................................................................. 36
3.3.1 Uso do ANAFAS ................................................................................ 37
4 PROTEÇÃO EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO ................................................ 39
4.1 Conceitos e Objetivo da Proteção ............................................................................ 40
4.2 Dispositivos de Proteção .......................................................................................... 43
4.2.1 Fusível................................................................................................. 43
4.2.2 Relé / Disjuntor ................................................................................... 50
4.2.3 Religador Automático ......................................................................... 58
4.2.4 Seccionalizador ................................................................................... 63
4.3 Coordenação e Seletividade dos dispositivos de Proteção ...................................... 65
4.3.1 Coordenação Religador – Fusível ....................................................... 65
4.3.2 Coordenação Relé – Fusível ............................................................... 67
4.3.3 Coordenação Relé – Religador ........................................................... 69
xii
5 RESULTADOS.............................................................................................................. 71
5.1 Rede de Distribuição em Estudo .............................................................................. 71
5.2 Estudo de Curto-Circuito ......................................................................................... 76
5.3 Escolha e Localização dos Dispositivos de Proteção............................................... 78
5.4 Ajuste e Dimensionamento dos Dispositivos de Proteção. ...................................... 81
5.4.1 Fusíveis ............................................................................................... 81
5.4.2 Religadores ......................................................................................... 85
5.4.3 Relé ..................................................................................................... 87
5.5 Avaliação da Coordenação e Seletividade dos Dispositivos de Proteção ................ 89
5.5.1 Coordenação Fase-Neutro .................................................................. 89
5.5.2 Coordenação Fase-Fase ...................................................................... 94
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 97
6.1 Sugestões para Trabalhos Futuros ........................................................................... 97
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 98
xiii
1 INTRODUÇÃO
1
Fonte: (BROWN, 2009)
Figura 1.1. Estrutura básica de um Sistema Elétrico de Potência.
2
tensão de distribuição são assim classificados de acordo com os Procedimentos de
Distribuição de Energia Elétrica (Prodist) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL):
Alta tensão de distribuição (AT): tensão entre fases cujo valor eficaz é igual ou
superior a 69 kV e inferior a 230 kV;
Média tensão de distribuição (MT): tensão entre fases cujo valor eficaz é
superior a 1 kV e inferior a 69 kV;
Baixa tensão de distribuição (BT): tensão entre fases cujo valor eficaz é igual
ou inferior a 1 kV.
Os primeiros registros quanto ao surgimento da energia elétrica no Brasil, datam
de meados do século XIX, onde a partir da valorização do café, principal fonte de renda do
país na época, ganhou-se condições favoráveis para a modernização e aumento da economia.
Esse avanço econômico do país levou ao crescimento das cidades e, com isso, a uma
expansão da indústria de construção civil e da oferta de infraestrutura urbana. A partir desse
movimento foi que, segundo Gomes et al (2002), se inserem as primeiras iniciativas de uso da
energia elétrica no país.
Segundo Gomes et al. (2002), “as experiências pioneiras no Brasil voltaram-se
para a iluminação e transportes públicos”. O autor coloca como marco inicial, o ano de 1879,
quando foi inaugurado, no Rio de Janeiro, o serviço permanente de iluminação elétrica interna
na estação central da ferrovia Dom Pedro II (Central do Brasil); a fonte de energia era um
dínamo.
Ainda segundo o autor supracitado, no ano de 1883 acontecem importantes
investidas em prol da energia elétrica no Brasil. Começa a operar a primeira central geradora
elétrica, com 52 kW de capacidade, em Campos (RJ), inaugurou-se assim, a prestação de
serviço público de iluminação na América do Sul. No mesmo ano é construída a primeira
hidrelétrica brasileira, no município de Diamantina (MG), cuja finalidade era acionar
equipamentos utilizados na extração de diamantes da mineração Santa Maria (GOMES et al.,
2002).
De acordo com Tiago Filho (2007) na passagem para o século XX, em 1900, já se
podia contabilizar uma dezena de usinas hidrelétricas, que representavam uma capacidade
instalada de 12MW, considerável para a época.
Em 1903, uma lei bastante genérica autorizava o governo federal a promover, por
via administrativa ou concessão, o aproveitamento da energia hidráulica dos rios brasileiros
para fins de serviços públicos. Isso deu suporte para que dois anos depois uma empresa
canadense (Light and Power Company) desse início ao aproveitamento das bacias dos rios
3
Piraí, Paraíba do Sul e do Ribeirão das Lajes, próximas aos centros de consumo. A primeira
obra foi a usina de Fontes Velha, que começou a operar em 1907 e atingiu 24 MW de
potência em 1909, o que representava 20% da capacidade instalada total do país (Gomes et
al., 2002).
O país foi avançando industrialmente e observou-se um desenvolvimento na
geração de energia elétrica a partir do aproveitamento do potencial hidráulico do eixo Rio-São
Paulo, fazendo com que, segundo Gomes et al. (2002), a capacidade instalada no país se
ampliasse mais de 600% entre 1907 e 1919. Com esse crescimento, o autor coloca que a
potência instalada de máquinas acionadas por eletricidade na indústria já representava quase a
metade (47,2%) das formas de energia empregadas no setor secundário.
Gomes et al. (2002) declara que o desenvolvimento das indústrias,
consequentemente do SEP, aconteceu de uma forma indireta:
Cabe destacar que, segundo Tiago Filho (2007), apesar de todo arcabouço
tecnológico, os modelos de desenvolvimento centralizados, implantados a partir da década de
1950, não permitiram a existência de um cenário favorável às Pequenas Centrais Hidrelétricas
– PCH – no Brasil, que passou a dar ênfase aos grandes empreendimentos, aos sistemas
interligados e ao gerenciamento centralizado.
Gomes et al (2002) destaca que, com as bases do segundo governo Vargas, o
então presidente da República, Juscelino Kubitshek, delineou o projeto de desenvolvimento
do setor elétrico sob o comando da empresa pública, com a criação da maior parte das
companhias estaduais de energia elétrica e de mais uma geradora – a Central elétrica de
Furnas, controlada pelo Governo Federal e pelo estado de Minas.
Já no ano de 1971, o governo promoveu aperfeiçoamentos na legislação tarifária,
a fim de dar sustentação financeira ao setor elétrico. A Lei 5.655, de 20 de maio daquele ano,
estabelece garantia de remuneração de 10% a 12% do capital investido, a ser computado na
4
tarifa. Com isso, segundo Gomes et al (2002), o setor passou a gerar recursos não apenas para
funcionar de maneira adequada, como também para autofinanciar sua expansão.
Sob esta nova perspectiva de avanço pode-se destacar, no final da década de 90, a
criação de vários órgãos, públicos e privados; exemplo: Câmara de comercialização de
Energia Elétrica (CCEE), Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Agência Nacional
de Energia Elétrica (ANEEL), Conselho Nacional de política Energética (CNPE), Empresa de
Pesquisa Energética (EPE), Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) no sentido
de administrar, fiscalizar, monitorar, supervisionar e comandar o setor.
A respeito da geração de energia, as características físicas e geográficas do Brasil
foram determinantes para a implantação de um parque gerador de energia elétrica de base
predominantemente hidráulica.
O World Energy Council (1996) mostra que houve um aumento de 502 bilhões de
kWh no intervalo correspondente entre 1987 e 1996, e traz Canadá, Estados Unidos, Brasil,
China e Rússia como os cinco países que mais produziam energia hidrelétrica no ano de 1996,
chegando a um total de 51% da geração mundial de hidroeletricidade, conforme a Figura 1.2.
Brasil - 10%
USA - 14%
China - 7%
Canadá - 11%
Rússia - 6%
5
Em dezembro de 2000, a Superintendência de Fiscalização dos serviços de
Geração – SFG (2000) da ANEEL registrou que mais de 82% da potência disponível no país
era de origem hidrelétrica, como mostra a Tabela 1.1.
6
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP), em dezembro de
2014, o volume de água da reserva técnica do Sistema Cantareira – São Paulo – atingiu 8,2%,
que é considerado um nível crítico (G1, 2014). Isso faz com que outros centros de geração do
país operem com uma geração maior, a fim de compensar a falta que essas usinas do sudeste
estão colocando para o SEP.
Assim, o sistema com o regime de chuvas de modo desigual nas diferentes regiões
do país pode, através dos grandes troncos (linhas de transmissão da mais alta tensão: 500kV
ou 750kV), possibilitar que os pontos com produção insuficiente de energia sejam abastecidos
por centros de geração em situação favorável (SARAIVA LEÃO, 2009). Recentemente, em
agosto de 2014, o Banco de Informações de Geração (BIG) da ANEEL, contabilizou uma
capacidade instalada no Brasil de 130.842.571 kW, e cerca de 67% da energia disponível no
SIN era de origem hídrica, como mostra a Tabela 1.2.
7
Tabela 1.2. Matriz Energética Brasileira - empreendimentos em operação.
A partir da Tabela 1.2, pode-se notar uma importante valorização nas gerações
oriundas de fontes renováveis. Isso não é de hoje. Pressões ambientais têm modificado dentro
dos anos de forma considerável a estrutura do sistema elétrico. Cada vez mais se fala em
redução da emissão de gases poluentes e os investimentos na viabilização de fontes
alternativas para a geração de energia continuam batendo recorde ano após ano de
crescimento.
Pela Figura 1.4, retirada do relatório do World Energy Outlook 2010, uma
publicação anual da International Energy Agency (IEA), amplamente reconhecida por suas
análises e projeções na área de energias renováveis, mostra que os investimentos nessa área
devem sofrer forte crescimento nos próximos anos, ainda sem expectativas de diminuição.
8
1.1 Justificativa
1.2 Objetivos
10
2 SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
Transmissão Subtransmissão
Geração 230 – 750 kV 69 – 138 kV
10 – 30 kV
Subestação de
Distribuição
Rede Primária
13,8 – 34,5 kV
Indústrias de
Pequeno e médio porte
Rede
Secundária
127 / 220 V
Consumidores
ou
Residenciais e Comerciais
220 / 380 V
A função principal dos sistemas elétricos de potência é levar energia elétrica aos
consumidores de forma segura, com qualidade e disponibilidade. A geração, já tratada no
primeiro capítulo deste trabalho, é a produtora e, como tal, tem contratos de garantia de
fornecimento regulados pela ANEEL. No Brasil, as tensões de geração operam na faixa entre
10 e 30 kV, sendo muito comum a tensão de 13,8 kV.
11
Mas, para essa energia gerada chegar aos consumidores, existe um longo percurso
da energia elétrica entre a geração e a distribuição final. Após a geração, há uma subestação
elevadora que eleva a tensão para uma tensão de transmissão. Isto é feito para viabilizar as
transmissões a média e longa distâncias, diminuindo-se desta forma a corrente elétrica e,
portanto, possibilitando o uso de cabos condutores de bitolas razoáveis, a fim de obter
adequados níveis de perdas (efeito joule) e de queda de tensão ao longo das linhas de
transmissão. O valor dessa tensão é estabelecido em função da distância a ser percorrida e do
montante de energia a ser transportado (KAGAN et. al., 2005).
Segundo Lamin (2009), no Brasil, as tensões usuais de transmissão em corrente
alternada podem variar de 138 kV até 765 kV, incluindo neste intervalo as tensões de 230
kV, 345 kV, 440 kV e 500 kV, sendo que, no sistema de Itaipu, existe uma operação em
corrente contínua, a usina opera com dois bipolos nas tensões de + 600 kV e – 600 kV em
relação à terra, que corresponde a tensão entre linhas de 1.200 kV, desenvolve-se desde Itaipu
até Ibiúna, SP, cobrindo uma distância de 810 km e transportando uma potência de 6.000
MW. E em outro trecho, em AC, Itaipu opera em 765 kV (KAGAN et al., 2005).
As redes de transmissão alimentam uma subestação de subtransmissão, que por
sua vez, reduz a tensão para uma tensão de subtransmissão, que geralmente que apresentam
valores de 34,5 kV, 69 kV, 88 kV e 138 kV.
De acordo com Kagan et al. (2005), é o sistema de subtransmissão que alimenta a
maioria dos consumidores industriais de grande e médio porte, onde eles são conhecidos
como consumidores de subtransmissão. Matos (2009) comenta que, “...não há, às vezes, uma
clara distinção entre sistemas de transmissão e subtransmissão, sendo que ambos, em muitas
ocasiões apresentam especificações comuns de projeto, manutenção e operação”.
O sistema de subtransmissão, segundo Kagan et al. (2005), supre as subestações
de distribuição, que são responsáveis por um abaixamento na tensão para a tensão de
distribuição primária. E a rede de distribuição primária, por sua vez, irá suprir os
transformadores de distribuição, dos quais se deriva a rede de distribuição secundária.
13
áreas urbanas com média ou alta densidade de carga, onde a utilização da rede aérea é
inviável tecnicamente ou quando a instalação de uma rede semi-enterrada não é indicada.
14
Fonte: (COPEL, 2010)
Figura 2.3. Estrutura de uma rede subterrânea [transformador sendo alocado em uma câmara
subterrânea de distribuição de energia].
15
Considerando dois tipos de defeito, momentâneos e permanentes, em que os primeiros
são eliminados pelo ciclo de religação automática das proteções e os segundos requerem
intervenção humana, segundo Puret (1992), verifica-se que 80% a 90% dos defeitos que
ocorrem nas redes aéreas são momentâneos, enquanto que 100% dos defeitos que ocorrem nas
redes subterrâneas são permanentes.
16
inferior ao da rebe (b). É utilizável onde há vários centros de carga, com baixa
densidade de carga.
SUBTRANSMISSÃO
SUBTRANSMISSÃO
SUBTRANSMISSÃO
(c) Rede 3
NF NF NA
NF NF
NA
18
Segundo Kagan et al. (2005), quando uma subestação de distribuição é suprida
por um único alimentador, disporá, na alta tensão, de apenas um dispositivo de proteção do
transformador. Sua confiabilidade é muito baixa, ocorrendo, para qualquer defeito na
subtransmissão, a perda do suprimento da subestação. Aumenta-se a confiabilidade adotando-
se a subestação de dupla alimentação radial, isto é, o alimentador de subtransmissão é
construído em circuito duplo operando a subestação com uma das chaves de entrada aberta.
Havendo a interrupção do alimentador em serviço, abre-se sua chave de entrada, NF, e fecha-
se a chave NA do circuito de reserva.
Em regiões de densidade de carga maior aumenta-se o número de transformadores
utilizando o arranjo da subestação com maior confiabilidade e flexibilidade operacional
(KAGAN et al., 2005). Na Figura 2.6, apresenta-se o diagrama unifilar da subestação com
dupla alimentação, dois transformadores, barramentos de alta tensão independentes e
barramento de média tensão seccionado. Quando ocorre um defeito, ou manutenção, em um
dos transformadores, abrem-se as chaves a montante e a jusante do transformador, isolando-o.
A seguir, fecha-se a chave NA de seccionamento do barramento e opera com todos os
circuitos supridos a partir do outro transformador. Evidentemente, cada um dos
transformadores deve ter capacidade, na condição de contingência, de suprir toda a demanda
da subestação.
NA
19
Uma evolução do último arranjo mostrado está representado na Figura 2.7, em
que se distribui os circuitos de saída em vários barramentos, permitindo-se maior flexibilidade
na transferência de blocos de carga entre os transformadores.
NA
NA
NA
20
supre a rede secundária. Dentre os consumidores primários destacam-se indústrias de médio
porte, conjuntos comerciais (shopping centers), instalações de iluminação pública etc
(KERSTING, 2001).
As redes primárias, de acordo com Kagan et al. (2005), “dispõem de chaves de
seccionamento que operam na condição normal fechada (NF), onde o objetivo é isolar blocos
de carga para permitir sua manutenção corretiva ou preventiva”. É, usualmente, instalado em
um mesmo circuito, ou entre circuitos diferentes, chaves que operam abertas (NA), que
podem ser fechadas em manobras de transferência de carga.
Existem diferentes configurações para os sistemas de distribuição. A maioria das
redes é de topologia radial, já que estas apresentam certas vantagens, tais como proteção
simples contra curto-circuito, faltas de correntes baixas em outros circuitos, simples controle
de tensão, simples predições dos fluxos de potência e custos baixos (SHORT, 2004). Sobre a
questão da forma de instalação, pelo custo menor, são comumente redes aéreas, mas para
áreas de maior densidade de carga, como a zona central de uma metrópole, podem ser
subterrâneas (KAGAN et al., 2005).
SUBESTAÇÃO DE
DISTRIBUIÇÃO
NF NF
21
A rede radial com recurso, Figura 2.9, é usualmente utilizada em áreas urbanas.
Esta rede é diferenciada pelas seguintes características:
Existência de interligação, com chaves NA e NF, entre alimentadores adjacentes da
mesma ou de subestações diferentes;
O alimentador é projetado de forma que exista uma reserva de capacidade de carga em
cada circuito, isso é para absorção de carga de outro circuito em caso de necessidade
de transferência de carga.
CIRCUITO 1
D NF NF NF
SUBESTAÇÃO
DE NA NA
DISTRIBUIÇÃO
D NF NF NF
CIRCUITO 2
Pode-se destacar que no arranjo radial com recurso, mostrado na Figura 2.9, o
circuito 2 poderia derivar de outra subestação, e este circuito, evidentemente, deve ter
capacidade para transporte da carga transferida.
22
alimentador principal sem restrições de tempo ou carga e/ou com limitações de tensão de
fornecimento.
SUBESTAÇÃO DE
DISTRIBUIÇÃO
D REDE
SUBESTAÇÃO
DE ChT ChT ChT CONSUMIDOR
DISTRIBUIÇÃO
D REDE
De acordo com Azevedo (2010), o arranjo anel aberto, Figura 2.12, é um sistema
de distribuição de energia composto de dois ou mais alimentadores radiais que podem ser
23
interligados através de uma chave. O sistema anel aberto, ou também chamado de Open-Loop
Systems, possui a chave de interligação “NA” que é acionada em caso de necessidade de se
executar manobras no circuito para a realização de reparos ou, simplesmente, para a execução
de serviços com a rede desenergizada. Para o autor, o sistema permite o seccionamento de
pequenos trechos da rede, diminuindo o impacto de desligamento sobre todos os
consumidores do respectivo sistema durante o tempo necessário.
Este tipo de arranjo, segundo Kagan et al. (2005), apresenta custo mais elevado
que os anteriores, sendo aplicável tão somente em regiões de alta densidade de carga, como
grandes consumidores. Quando acontece alguma ocorrência de falta em um trecho qualquer
da rede, os barramentos que restaram desernergizados passam a ser supridos pelo disjuntor
“NA”, que tem seu acionamento comandado automaticamente. Este arranjo opera, em
condição normal, com 50% de sua capacidade, porém, deve dispor de reserva para absorver,
quando de contingências, a carga total (KAGAN et al, 2005).
SUBESTAÇÃO DE
DISTRIBUIÇÃO D D D D
NA
SUBESTAÇÃO DE
DISTRIBUIÇÃO D D D D
24
consumidores residenciais, pequenos comércios e indústrias. Mas, segundo o autor, destaca-se
o predomínio, nesta rede, de consumidores residenciais.
De acordo com Azevedo (2010), desligamentos na rede secundária devem ficar
restritos à ocorrência de defeitos nos cabos e conexões de baixa tensão. Para tanto, cada ramo
da rede de baixa tensão é protegida por fusíveis, permitindo que no caso de defeito nos ramais
de baixa tensão, o desligamento fique limitado somente ao respectivo trecho secundário.
A A’ A A’
25
Fonte: adaptado de Kagan (2005)
Figura 2.14. Rede secundária reticulada.
26
3 ESTUDO DE CURTO-CIRCUITO
Almeida & Freitas (1995) destacam ainda algumas das finalidades do estudo de
curto-circuito:
Conhecer a dimensão do valor das correntes de curto-circuito;
Permitir o dimensionamento aos diversos componentes do sistema quando sujeitos às
solicitações dinâmicas e efeitos térmicos decorrentes do curto;
Possibilitar a seleção de disjuntores;
Permitir a execução da coordenação e de ajustes de relés de proteção;
Possibilitar a especificação de para-raios.
27
3.1 Componentes Simétricas
Vb1 Vc2
Componentes de sequência Componentes de sequência Componentes de sequência
positiva negativa zero
28
Va0
Va
Va2
Vc1
Va1
Vc
Vc0 Referência
Vb Vc2
Vb0
Vb1
Vb2
Pode-se traduzir analiticamente o que foi apresentado na Figura 3.2 através das
equações (3.1), (3.2) e (3.3):
Va Va 0 Va1 Va 2 (3.1)
Vc Vc 0 Vc1 Vc 2 (3.3)
Segundo Stevenson (1986) é adotado, por causa das diferenças de fase das
componentes simétricas de tensões e correntes num sistema trifásico, um método simplificado
para indicar a rotação de um fasor de 120º. Este método define a letra “ a ” (também chamada
de operador rotacional) como sendo o operador que causa uma rotação de 120º no sentido
anti-horário, sendo um operador de módulo unitário e fase 120º, definido pela equação (3.4):
a 1120º 1e j 2 / 3 0,5 j 0,866 (3.4)
29
Geralmente as equações são escritas na forma matricial. E com a finalidade de
simplificar a notação, considera-se V0 Va 0 , V1 Va1 e V2 Va 2 . Dessa forma a
representação matricial das equações (3.5), (3.6) e (3.7) fica:
Va 1 1 1 V0
V 1 a 2 a V1
b (3.8)
Vc 1 a a 2 V2
e
I 0 1 1 1 I a
I 1 1 a a 2 I b
1 3 (3.11)
I 2 1 a 2 a I c
30
que esta última possui o maior índice de ocorrência, aproximadamente 75% como mostra a
Tabela 3.1 (JUNIOR, 2006).
Tabela 3.1. Probabilidade relativa de ocorrência dos curtos.
Curto-Circuito Trifásico 5%
Curto-Circuito Bifásico 3%
CARGA
31
I base
I CC 3 (3.12)
Z th1
Onde:
I CC 3 é Corrente Simétrica de Curto-Circuito Trifásico;
ZTH1
VTH Va1
-
3
I CC 2 (3.13)
Z th1 Z th 2
Onde:
I CC 2 é Corrente Simétrica de Curto-Circuito Bifásico;
32
Ia1 f1 f2 Ia2
ZTH1 T Zf T ZTH2
Va 0
I a0 (3.15)
Z th 0
I a 2 é a corrente de sequência negativa dada por:
Va 2
I a2 (3.16)
Z th 2
1
I a1
Z Z 3Z n (3.17)
Z th1 th 2 th 0
th 2
Z Z th 0 3Z n
33
Ia1 Ia0 Zf + 3Zg
ZTH1 T Zf T
Zf
+ Va0 ZTH0
VTH Va1 Ia2
-
Va2 ZTH2
34
Ia1 ZTH1
+
VTH Va1
-
Ia2
ZTH2
Ia0
ZTH0
Va0
Onde:
I CC1 mín é Corrente Simétrica de Curto-Circuito Monofásico;
35
Ia1 ZTH1
+
VTH Va1
-
Ia2
ZTH2
Va2
Ia0
ZTH0
3Zd/Zbase
Va0
36
Execução de estudos macro especificados pelo usuário;
Solução orientada a ponto de falta ou a ponto de monitoração, onde o usuário define as
grandezas a serem observadas;
38
4 PROTEÇÃO EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
TC e/ou TP Relé
Sistema
de
Potência Disjuntor
De acordo com Mattos (2010), para garantir que a falta em determinado ponto do
sistema seja detectada e que todos os elementos do sistema estejam protegidos é necessário
que os elementos desse sistema estejam em pelo menos uma zona de proteção, região do
sistema em que o dispositivo é responsável pela proteção e atuação em caso de falta. Essas
zonas são definidas pelo posicionamento dos dispositivos de proteção e podem ser
classificadas como fechadas ou abertas (SATO, 2005). A Figura 4.2 mostra um diagrama
unifilar de um sistema de distribuição radial, onde as linhas tracejadas identificam as zonas de
proteção de cada dispositivo.
41
D B A C
G3
f1 f2
G1
f3
G2
f4
42
4.2 Dispositivos de Proteção
4.2.1 Fusível
Segundo Anderson (1999), fusíveis são dispositivos de proteção simples, pois eles
são instalados em série no ramal de serviço (ramal do alimentador), e se instalados de maneira
adequada, suportam a corrente de carga nominal sem causar interrupção. Para o autor, caso a
corrente do circuito exceda um valor especificado durante certo período ou se ocorrer alguma
condição de falta na rede elétrica, estes se fundem em uma de suas partes, especialmente
projetada e dimensionada para esse fim, abrindo o circuito no qual está inserido que terá por
consequência a interrupção da corrente.
Com relação aos tipos de fusíveis, existem basicamente dois: (1) Fusível
Limitador de Corrente e (2) Fusível de Expulsão. Este último é de longe o dispositivo de
proteção mais comumente aplicado em redes de distribuição, podendo ser classificado,
segundo Vieira (2006), de acordo com a sua aparência externa e com seus métodos de
operação. “Nesses fusíveis, a fusão do elo-fusível causa aquecimento do tubo de fibra que o
contém, e que, por sua vez, produz gases desionizantes capazes de extinguir o arco”
(GONEN, 1986). A Figura 4.3 mostra de uma forma mais detalhada, uma chave-fusível tipo
expulsão de uma rede de distribuição.
Para Anderson (1999) há uma distinção entre os tipos de fusíveis, pois em níveis
de tensão igual ou acima de 600 V são referidos como fusíveis de potência, caso contrário são
denominados chaves-fusíveis de distribuição. Vieira (2006) destaca que ambos os dispositivos
incluem um conjunto de equipamentos que agem como apoio e portador do fusível, podendo
também incluir ou não um elo-fusível.
4.2.1.1 Chave-Fusível
É um dispositivo destinado a proteção de ramais e equipamentos contra
sobrecorrentes em redes de distribuição geralmente para proteção de transformadores e
capacitores. É também um dos mais utilizados em saídas de ramais, devido ao seu baixo custo
(CPFL, 2003). De acordo com Vieira (2006), após uma operação, este dispositivo tem seu
cartucho (porta-fusível) levado automaticamente a uma posição tal que assegura a distância de
43
isolamento especificado sem que haja uma separação física entre o cartucho e a base, dando
assim uma indicação visível de que o dispositivo operou.
Silva (2002) ressalta que “o dispositivo tem como principal finalidade permitir
manobras de seccionamento em sistema monofásico em certas situações, porém, não possui a
capacidade de religamento automático, o que resulta em todas as faltas temporárias ser
tratadas como sendo permanentes”. A Figura 4.3 mostra uma chave-fusível de distribuição
indicando alguns de seus principais elementos.
47
Fonte: (DELMAR LTDA, 2003)
Figura 4.6. Curvas típicas de tempo-corrente de elos-fusíveis preferenciais.
48
2. O fusível deve suportar continuamente, sem fundir, a sobrecarga que o
transformador é capaz de admitir sem prejuízo de sua vida útil;
3. O fusível poderá fundir no intervalo de 17 segundos, quando submetido
a uma corrente de 250% e 300% da corrente nominal do transformador;
4. O fusível deve suportar a corrente transitória de magnetização durante
0,1 segundo, sendo esta estimada em 8 a 12 vezes a corrente nominal
dos transformadores de potência até 2000 kVA.
(b) Na Tabela 4.1 considerando-se características nominais e físicas, apresentam-se os
critérios adotados para alocação de chaves em sistemas de distribuição.
2) Elo-fusível
(a) A maior corrente nominal do elo fusível deve ser maior do que a corrente de carga
prevista para um horizonte de 3 a 5 anos.
I elo f C I c arg a (4.3)
49
Onde:
I elo é a corrente nominal do elo-fusível;
x%
n
f C 1 (4.4)
100
Onde:
x% é o fator de crescimento percentual anual;
n é o número de anos para horizonte de estudo.
I c arg a é a corrente de carga máxima atual passante no ponto de instalação, já levando-se
em consideração as manobras.
50
que este, após a eliminação da condição de defeito, mantenha sua estabilidade. A Figura 4.7
mostra a associação entre um relé de proteção e um disjuntor.
Disjuntor
TC
Relé
50 / 51
51
tempo definido são usados dois parâmetros, tempo de atuação ( T ) e corrente mínima
de atuação ( I p ). Esses parâmetros definem o tempo e a corrente em que o relé irá
atuar, ou seja, o dispositivo atuará para valores de corrente maior ou igual à corrente
mínima de atuação, em um tempo igual a T segundos. Um exemplo de curva de
atuação deste tipo de relé é mostrado na Figura 4.8.
52
Tempo em segundos 1
0,1
0,01
1 10 100
Múltiplo da corrente de partida (A)
Moderadamente inversa Inversa Muito inversa Extremamente inversa Inversa de tempo Curto
53
Eletromecânicos: São relés mais antigos, constituídos por uma estrutura de ferro, uma
bobina de operação, um disco de alumínio, um eixo, um contato fixo e um móvel.
Quando a bobina de operação é energizada, ocorre o movimento do disco de alumínio
até um ponto que o contato móvel, preso ao eixo, alcança o contato fixo provocando a
operação do relé. A maioria dos relés eletromecânicos são monofásicos (JUNIOR,
2006).
Estáticos: Segundo Junior (2006), são relés cuja unidade de controle é constituída por
circuitos eletrônicos analógicos, compostos por resistores, capacitores e diodos. São
relés mais precisos, mais rápidos e menores quando comparados aos eletromecânicos.
As características, como por exemplo, tempo e corrente, podem ser ajustadas no
frontal do equipamento através de potenciômetros ou micro chaves. Eles também são
mais sensíveis a temperatura e, portanto, operam para uma faixa mais estreita de
temperatura do que os dispositivos eletromecânicos (ANDERSON, 1999).
Digitais: São os relés mais modernos que dispõem de várias funções de proteção,
medição e controle em uma única unidade. Uma das melhorias destes relés é o uso de
lógica programável para reduzir e simplificar a fiação. Eles têm funções de medição
que reduzem ou eliminam a necessidade de medidores e transdutores no painel e
fornecem informações de eventos remotos e da localização da falta para ajudar os
operadores no restabelecimento do serviço de energia. Finalmente, os relés digitais
reduzem os custos de manutenção fornecendo a função de auto-teste e uma alta
confiabilidade (VIEIRA, 2006).
4.2.2.2 Disjuntores
De acordo com Vieira (2006), os disjuntores são dispositivos de interrupção
capazes de conduzir, interromper e religar um circuito sob todos os tipos de condições, isto é,
condições de operação normal ou sob falta. A primeira tarefa de um disjuntor é extinguir o
arco que se desenvolve devido à separação de seus contatos em um meio de extinção. Esse
meio de extinção pode ser o ar, óleo, vácuo (SF6) ou o arco é extinto por um sopro de ar
comprimido, como é o caso dos disjuntores a sopro magnético.
Esses equipamentos são projetados e construídos com base na corrente simétrica e
assimétrica em rms além do valor de crista (pico). Geralmente, os disjuntores usados em redes
de distribuição têm um tempo de operação de interrupção de no mínimo 5 ciclos. De maneira
geral, preferem-se disjuntores a religadores, devido a sua grande flexibilidade, exatidão e
estética. Entretanto, eles são muito mais caros que os religadores (VIEIRA, 2006).
55
(a) Tap da unidade temporizada do relé de fase.
O relé de fase deve ser ajustado para que o alimentador transporte a sua corrente
de carga mais as possíveis correntes de manobra pré-estabelecidas. Além disso, o relé deve
operar para a menor corrente de curto-circuito bifásico do trecho sob proteção. Para atender a
essas duas condições o tap do relé deve ser calculado da seguinte forma:
I CC 2 fmín I c arg a . f c
TapTF (4.7)
f S . f I .RTC RTC
Onde:
TapTF é tap da unidade temporizada de fase;
I c arg a é a corrente de carga do alimentador mais as correntes de manobra (na faixa
56
I inrush
TapIF (4.8)
RTC
e
I CC 2 fassim
TapIF (4.9)
RTC
Onde:
TapIF é tap da unidade instantânea de fase;
I inrush é o valor da corrente de inrush de todos os transformadores do alimentador;
57
(f) Tap da unidade instantânea do relé de neutro.
A zona de atuação da unidade instantânea do relé de neutro deve ser a mesma da
unidade instantânea do relé de fase. Assim, o tap da unidade instantânea do relé de neutro é
calculado de acordo com a inequação:
I CCftassim
Tap IN (4.11)
RTC
Onde:
Tap IN é tap da unidade instantânea de neutro;
58
(a) Se for ajustado para quatro operações:
1. uma rápida e três lentas;
2. duas rápidas e duas lentas;
3. três rápidas e uma lentas;
4. todas rápidas;
5. todas lentas.
(b) Para qualquer número de operações menor que quatro em combinação similares de
operações rápidas e temporizadas.
(Contatos Abertos)
Início da Falta
59
4.2.3.2 Classificação dos Religadores
(a) Quanto ao número de fases:
Monofásicos: São utilizados para proteção de linhas monofásicas ou ramais
alimentadores trifásicos (um para cada fase), onde as cargas são predominantemente
monofásicas (VIEIRA, 2006).
Trifásicos: São utilizados onde é necessário o bloqueio das três fases simultaneamente,
para qualquer tipo de falta permanente, a fim de evitar que cargas trifásicas sejam
alimentadas com apenas duas fases. Podem ter a operação e o bloqueio trifásico, ou a
operação monofásica e o bloqueio trifásico (JUNIOR, 2006).
60
religadores, a corrente de atuação, a curva característica de operação e o número de
ciclos de religamento (JUNIOR, 2006).
considerando-se manobras;
f C é o fator de crescimento da carga no horizonte de estudo;
Além disso, para os dois tipos de religadores, o pick-up deverá ser menor do que a
corrente de curto-circuito bifásico mínimo do final do trecho onde se deseja a coordenação
entre o religador e outros dispositivos de proteção, dividida pelo fator f S .
61
I CC 2 fmín
I PF (4.13)
fS
Onde:
I PF é a corrente de pick-up de fase do religador;
I CC 2 fmín é a corrente de curto-circuito bifásico mínimo do trecho protegido pelo
religador;
f S é o fator de segurança que leva em conta erros envolvidos nos cálculos das
correntes de curto-circuito, os erros do TC e do relé. Este fator deve estar na faixa
de 1,5 à 2,0.
pelo religador;
I desbalanço é a máxima corrente de desequilíbrio admitido pela empresa.
4.2.4 Seccionalizador
Conforme explanação de Vieira (2006), o seccionalizador “é um dispositivo
automático projetado para operar em série com um equipamento de retaguarda que pode ser
um religador ou com o conjunto relé/disjuntor”. Os seccionalizadores não são equipamentos
de interrupção de corrente de falta, eles abrem seus contatos apenas quando o circuito é
desenergizado por outro dispositivo situado à montante, ou seja, a sua operação de abertura
ocorre com o sistema desenergizado, a vazio (VICENTINI, 2004).
Em outras palavras, um seccionalizador é uma chave automática que efetua
contagens de aberturas de equipamentos de proteção (religador ou conjunto relé/disjuntor) e
abre o circuito após um número pré-determinado de atuações (VICENTINI, 2004). Segundo
Vieira (2006), além de operar como dispositivo de proteção, o seccionalizador tem
características construtivas que lhe permite ser utilizado como dispositivo de chaveamento,
podendo ser operado manualmente.
63
4.2.4.2 Classificação dos Seccionalizadores
(a) Quanto ao número de fases:
Monofásicos: são utilizados exclusivamente para seccionamento automático de
sistemas monofásicos primários de distribuição;
Trifásicos: são utilizados exclusivamente para seccionamento automático de sistemas
trifásicos primários de distribuição;
64
4.2.4.3 Ajustes / Dimensionamento dos Seccionalizadores
O seccionador possui unidades independentes para operações de fase e terra.
Ambas devem ser ajustadas para operarem com 80% dos respectivos ajustes do equipamento
de retaguarda. Outro ajuste necessário é o número de contagens para a abertura, o qual deve
ser ajustado para uma operação com uma contagem inferior do que a do equipamento de
retaguarda (SATO, 2005).
Religador
b
Ib – Corrente máxima no ponto b
66
Para todos os valores possíveis de correntes de falta no trecho protegido pelo fusível, o
tempo mínimo de fusão do fusível deve ser maior que o tempo de abertura do
religador na curva rápida de operação multiplicada pelo fator K, fator este
característico do religador.
Para todos os valores possíveis de correntes de falta no trecho protegido pelo fusível, o
tempo total de fusão do fusível deverá ser menor que o tempo de abertura do religador
na curva temporizada.
O intervalo de coordenação entre religador e fusível descrito pelas regras acima
fixa novas extremidades do intervalo de coordenação como mostra a Figura 4.16.
TC
Subestação Fusível
Relé
50 / 51
carga
Vieira (2006) comenta que, “com relação a coordenação, esta será obtida de forma
que, quando o relé operar instantaneamente, ele deverá eliminar as faltas antes que o fusível
queime. Por outro lado, o fusível tem que eliminar a falta antes que o relé opere na sua curva
temporizada. Portanto, é necessário que a curva característica do relé esteja sempre acima da
curva de tempo total de fusão do fusível para todos os valores de corrente na posição do
fusível.”
68
4.3.3 Coordenação Relé – Religador
A coordenação entre um relé/disjuntor e um religador, é mais comumente
utilizada quando o relé/disjuntor opera na proteção de retaguarda, geralmente em subestação,
com o religador instalado nas proximidades da carga (McGRAW-EDISON COMPANY).
Quando um religador estiver instalado dentro da zona de proteção de um
relé/disjuntor, como mostra a Figura 4.19, deve-se garantir que os relés de fase ou neutro, que
comandam o disjuntor, não operem durante a sequência de operação do religador, até que a
falta seja eliminada ou até que o religador bloqueie. E a fim de se evitar a operação do
disjuntor, a escolha das curvas de operação dos relés deve ser realizada após a definição das
curvas de operação de fase e terra do religador (CPFL, 2003).
Zona de proteção do Relé
Disjuntor
Religador
TC
carga
Subestação
Relé Zona de proteção do Religador
50 / 51
69
abaixo da curva do relé, em toda a faixa limitada pelas correntes de curto-circuito máxima e
mínima, na zona em que o religador for proteção primária e o relé for proteção de retaguarda
(VIEIRA, 2006).
70
5 RESULTADOS
19
57
18
17 56
11
16
3 10 15 23 48 51 55
4 5 7 8 12 14 20 22 25 27 47 49 50 52 54
SUBESTAÇÃO
1 2
6 9 13 21 24 26 28 29 53
30 31 32
33
35 34
37
44 46
38 40 42 45
36
39 41
43
71
proteção. As bases adotadas para a representação do sistema elétrico em pu foram: 100MVA e
13,8kV.
Tabela 5.1. Dados de linha do alimentador.
Linha de Valores de impedância de sequência
Comprimento
transmissão em [pu]
do trecho em Tipo de cabo
Barra Barra Impedância Impedância
[m]
“de” “para” [Seq +] = [Seq –] [Seq 0]
SE 1 0,1094 + j0,1202 0,1887 + j0,9376 854,65 150 CS
1 2 0,0185 + j0,0347 0,0324 + j0,1615 176,49 336.4 CA
2 3 0,0099 + j0,0048 0,0117 + j0,0195 18,59 2 CA
2 4 0,0172 + j0,0321 0,0324 + j0,1615 163,62 336.4 CA
4 5 0,0009 + j0,0013 0,0014 + j0,0055 5,29 4/0 CA
5 6 0,0761 + j0,0368 0,0898 + j0,1505 142,88 2 CA
5 7 0,0168 + j0,0313 0,0316 + j0,1575 159.63 336.4 CA
7 8 0,0007 + j0,0010 0,0011 + j0,0043 4,18 4/0 CA
8 9 0,0286 + j0,0412 0,0447 + j0,1771 171,55 4/0 CA
8 10 0,0012 + j0,0016 0,0018 + j0,0070 6,84 4/0 CA
10 11 0,0424 + j0,0205 0,0500 + j0,0838 79,48 2 CA
8 12 0,0151 + j0,0283 0,0285 + j0,1421 144,02 336.4 CA
12 13 0,0782 + j0,0378 0,0923 + j0,1546 146,74 2 CA
12 14 0,0009 + j0,0013 0,0014 + j0,0055 5,36 4/0 CA
14 15 0,0011 + j0,0015 0,0016 + j0,0065 6,32 4/0 CA
15 16 0,0158 + j0,0296 0,0299 + j0,1488 150,78 336.4 CA
16 17 0,0245 + j0,0118 0,0289 + j0,0485 45,98 2 CA
16 18 0,0129 + j0,0102 0,0165 + j0,0407 38,51 1/0 CA
18 19 0,0141 + j0,0069 0,0166 + j0,0279 26,51 2 CA
14 20 0,0061 + j0,0114 0,0116 + j0,0576 58,29 336.4 CA
20 21 0,0077 + j0,0038 0,0091 + j0,0153 14,52 2 CA
20 22 0,0198 + j0,0285 0,0309 + j0,1225 118,7 4/0 CA
22 23 0,0124 + j0,0060 0,0145 + j0,0244 23,24 2 CA
22 24 0,3251 + j0,1571 0,3835 + j0,6427 610,07 2 CA
22 25 0,0191 + j0,0275 0,0298 + j0,1179 114,22 4/0 CA
25 26 0,0629 + j0,0304 0,0742 + j0,1244 118,06 2 CA
72
25 27 0,0050 + j0,0094 0,0095 + j0,0472 47,85 336.4 CA
27 28 0,0207 + j0,0298 0,0323 + j0,1279 123,97 4/0 CA
28 29 0,0741 + j0,0358 0,0874 + j0,1466 139,1 2 CA
28 30 0,0031 + j0,0045 0,0048 + j0,0193 18,68 4/0 CA
30 31 0,0342 + j0,0165 0,0404 + j0,0676 64,19 2 CA
31 32 0,0058 + j0,0083 0,0090 + j0,0359 34,77 4/0 CA
31 33 0,0049 + j0,0024 0,0058 + j0,0097 9,23 2 CA
30 34 0,0366 + j0,0527 0,0571 + j0,2263 219,27 4/0 CA
34 35 0,0490 + j0,0237 0,0579 + j0,0970 92,06 2 CA
35 36 0,2325 + j0,1124 0,2743 + j0,4598 436,36 2 CA
35 37 0,0963 + j0,0465 0,1136 + j0,1905 180,76 2 CA
34 38 0,0042 + j0,0006 0,0006 + j0,0025 2,38 4/0 CA
38 39 0,1378 + 0,0666 0,1626 + j0,2726 258,65 2 CA
34 40 0,0275 + j0,0133 0,0325 + j0,0545 51,68 2 CA
40 41 0,1169 + j0,0565 0,1379 + j0,2312 219,38 2 CA
40 42 0,0867 + j0,0419 0,1023 + j0,1714 162,69 2 CA
42 43 0,0985 + j0,0476 0,1162 + j0,1948 184,8 2 CA
42 44 0,1265 + j0,0611 0,1492 + j0,2502 237,37 2 CA
42 45 0,0912 + j0,0441 0,1076 + j0,1804 171,16 2 CA
45 46 0,2046 + j0,0989 0,2414 + j0,4046 384 2 CA
27 47 0,0030 + j0,0055 0,0056 + j0,0279 28,23 336.4 CA
47 48 0,1731 + j0,0836 0,2043 + j0,3424 324,87 2 CA
47 49 0,0071 + j0,0133 0,0134 + j0,0668 67,75 336.4 CA
49 50 0,0039 + j0,0073 0,0074 + j0,0369 37,38 336.4 CA
50 51 0,0709 + j0,0343 0,0837 + j0,1403 133,14 2 CA
50 52 0,0092 + j0,0172 0,0173 + j0,0865 87,61 336.4 CA
52 53 0,0074 + j0,0036 0,0087 + j0,0145 13,83 2 CA
52 54 0,0107 + j0,0200 0,0202 + j0,1006 101,9 336.4 CA
54 55 0,0103 + j0,0192 0,0194 + j0,0966 97,92 336.4 CA
55 56 0,0066 + j0,0124 0,0125 + j0,0622 63,02 336.4 CA
56 57 0,0134 + j0,0065 0,0157 + j0,0264 25,11 2 CA
Fonte: (SOUZA, 2014)
73
Tabela 5.2. Dados de barra do alimentador.
74
29 PQ 235,21 136,95 4 487,5
30 PQ 0 0
31 PQ 0 0
32 PQ 34,82 26,83 1 112,5
33 PQ 8,25 2,14 1 45
34 PQ 73,49 56,63 1 112,5
35 PQ 59,52 45,87 1 112,5
36 PQ 131,45 101,3 4 345
37 PQ 353,62 137,43 4 833
38 PQ 0 0
39 PQ 96,76 74,52 2 187,5
40 PQ 0 0
41 PQ 54,03 41,63 1 150
42 PQ 67,40 22,97 2 262,5
43 PQ 67,25 51,82 2 142,5
44 PQ 242,19 133,99 4 412,5
45 PQ 51,31 39,54 1 75
46 PQ 142,87 110,1 4 382,5
47 PQ 0 0
48 PQ 162,31 125,08 6 2595
49 PQ 82,31 63,43 600 1 112,5
50 PQ 0 0
51 PQ 34,39 26,50 1 75
52 PQ 0 0
53 PQ 89,48 68,95 1 112,5
54 PQ 71,27 18,49 2 1175
55 PQ 17,16 13,23 1 45
56 PQ 0 0
57 PQ 71,57 18,57 1 150
Fonte: (SOUZA, 2014)
75
Tabela 5.3. Valores das correntes nominais de carga no alimentador.
Curto-Circuito
Barra *Monofásico Mínimo (A) Monofásico (A) Bifásico (A) Bifásico-terra (A) Trifásico (A)
1 231.67 6128 8103 8649 9357
2 230,30 5459 7441 7929 8592
3 229,83 5373 7322 7818 8454
4 229,82 4931 6916 7458 7986
5 229,65 4914 6896 7336 7962
6 229,52 4413 6142 6624 7093
7 229,61 4493 6452 6857 7451
8 229,34 4482 6438 6842 6828
9 229,28 4068 5914 6294 6828
10 229,33 4464 6416 6819 7409
11 228,84 4224 6037 6464 6971
12 229,33 4161 6085 6462 7027
13 229,09 3787 5470 5881 6316
14 229,06 4149 6069 6445 7008
15 229,0 4134 6051 6426 6987
16 228,90 3851 5724 6075 6609
17 228,40 3745 5544 5908 6402
18 228,73 3768 5595 5949 6461
19 228,35 3709 5493 5854 6343
20 229,04 4032 5938 6304 6857
21 228,82 3995 5876 6246 6785
22 228,82 3789 5619 5971 6489
23 228,59 3736 5530 5888 6385
24 227,67 2727 3813 4207 4402
25 228,53 3580 5342 5681 6168
26 228,22 3350 4944 5305 5708
27 228,29 3508 5257 5590 6071
28 227,86 3317 4993 5314 5766
29 227,24 3085 4582 4924 5290
30 227,01 3290 4956 5275 5722
31 227,23 3181 4763 5093 5500
32 227,13 3135 4699 5026 5426
33 227,16 3166 4736 5067 5468
34 225,56 3003 4553 4854 5257
35 226,25 2873 4318 4630 4986
36 225,56 2371 3415 3744 3944
37 225,59 2644 3904 4229 4508
38 227,08 2998 4540 4844 5242
39 225,20 2657 3922 4250 4529
40 227,03 2929 4419 4727 5103
41 225,12 2646 3907 4233 4512
77
42 226,12 2715 4031 4353 4655
43 225,29 2502 3649 3978 4213
44 225,65 2447 3551 3880 4100
45 223,42 2517 3675 4004 4244
46 223,77 2156 3042 3365 3512
47 228,2 3467 5209 5538 6015
48 227,53 2923 4251 4618 4909
49 228,01 3372 5096 5416 5884
50 228,01 3323 5036 5352 5815
51 226,96 3100 4636 4974 5353
52 227,94 3212 4900 5206 5658
53 227,66 3190 4858 5167 5610
54 227,7 3093 4751 5047 5486
55 227,36 2986 4616 4902 5330
56 227,24 2922 4533 4813 5234
57 227,05 2887 4468 4753 5159
SE 232,08 16232 11918 15745 13762
*Este curto-circuito foi obtido a partir da análise de tabelas e informações deste alimentador.
Fonte: Software ANAFAS – (Autor)
78
19
57
18
F7
17 56
11
16
3 10 15 23 48 51 55
F1 4 5 7 8 F4 12 14 F6 20 22 F10 25 27 47 F25 49 50 F26 52 54 F28
D R1 S
SUBESTAÇÃO
1 2 F2 F3 F5 F8 F9 F11 R2 F27
28
6 9 13 21 24 26 29 53
F12
F13
30 31 32
F14 F15
33
35 34
37
F17
F19 F16 F18
44 46
F20
Seccionalizador 38 40 42 45 F24
36 F21 F22
Religador
39 41 F23
Relé/Disjuntor
Fusível
43
79
Os pontos utilizados para representar as curvas dos fusíveis de ramais e sub-
ramais foram extraídos do catálogo técnico do fabricante de peças elétricas DELMAR
(DELMAR LTDA, 2003). Para o dimensionamento foram considerados apenas os elos
preferenciais do tipo K, ou seja: 6K, 10K, 15K, 25K, 40K, 65K e 100K, ver Figura 4.6.
O seccionalizador adotado foi do tipo trifásico GN3 hidráulico de 14,4kV.
O religador adotado foi do tipo KF (vácuo) extraído da norma técnica da empresa
ELETROPAULO (ELETROPAULO, 2004). Onde suas curvas características são modeladas
a partir da equação 5.1:
A
t P
B * D (5.1)
I
Ip C
Onde:
t é o tempo (em segundos);
Ip é a corrente de pick-up;
I é a corrente que irá variar a partir da corrente de pick-up;
D é o ajuste multiplicador “Time Dial”;
A , B , C e P são constantes cujos valores estão apresentados na Tabela 5.5;
Curva P C A B
A 2.30657 -1.13281 0.208242 -0.00237
B 1.7822 0.319885 4.22886 0.008933
C 1.80788 0.380004 8.76047 0.29977
D 2.17125 0.17205 5.23168 0.000462
E 2.18261 0.249969 10.7656 0.004284
K 2.01174 0.688477 11.9847 -0.00324
2 1.84911 0.239257 11.4161 0.488986
3 1.76391 0.379882 13.5457 0.992904
8 1.78873 0.436523 1.68546 0.158114
9 1.0353 0.614258 2.75978 5.10647
11 2.69489 -0.67185 21.6149 10.6768
Fonte: Adaptado de (ELETROPAULO, 2004)
80
Para a representação da curva do relé foram retirados alguns pontos da curva
característica inversa (IEC Curve A) do relé digital IEC/B142. Entretanto, devido este relé ser
digital, a seguinte equação característica (5.2) é fornecida pelo fabricante (GE CONSUMER
& INDUSTRIAL MULTILIN, 2007):
A* D
t P
B*D K
I (5.2)
Q
Ip
Onde:
t é o tempo (em segundos);
Ip é a corrente de pick-up;
I é a corrente que irá variar a partir da corrente de pick-up;
D é o ajuste multiplicador “Time Dial”;
Nome da Curva A P Q B K
Extremamente inversa IEC Curva C 80 2 1 0 0
Muito inversa IEC Curva B 13,5 1 1 0 0
Inversa IEC Curva A 0,14 0,02 1 0 0
Fonte: (GE CONSUMER & INDUSTRIAL MULTILIN, 2007)
5.4.1 Fusíveis
Vale ressaltar que, segundo Vieira (2006), os fusíveis tipo K admitem como
sobrecarga até 150% do valor de sua corrente nominal, sem, no entanto, causar excesso de
temperatura ao fusível. Na escolha de alguns fusíveis esse princípio será aplicado.
O dimensionamento do fusível será realizado a partir da equação 4.6, onde se
obtém o intervalo de corrente para o ajuste do fusível. Mas para isso, primeiramente, será
necessário calcular o fator de crescimento de carga dado pela equação 4.4.
De forma prática e considerando para cálculo um fator de crescimento percentual
anual de carga de x(%)=4,3% (média brasileira de crescimento) para o período horizonte de
estudo de n=5 anos, tem-se:
81
x%
n
f C 1
100
5
4,3
f C 1
100
f C 1,23
A seguir serão apresentados alguns dos ajustes e dimensionamentos realizados
para os fusíveis do alimentador em estudo, apresentando também os fusíveis que precisam de
uma coordenação fusível-fusível:
a) Dimensionamento do Fusível 1
Sabendo que a corrente de carga no local da instalação do fusível é de 0,6 A
(Tabela 5.3, barra 2 para 3) e a corrente de curto-circuito fase-terra mínima no fim do trecho
que será protegido pelo fusível é de 229,83 A (Tabela 5.4, barra 3), temos:
I ccFTmín
f C I c arg a I elo
4
229,83
0,6 4 I elo
4
2,94 I elo 57,45
Logo, pela Tabela 5.7 e pela faixa de ajuste calculada, tem-se que o fusível
adequado é o de 6K.
Tabela 5.7. Dimensionamento dos fusíveis de acordo com sua capacidade de condução em ampere.
82
b) Dimensionamento do Fusível 4
Sabendo que a corrente de carga no local da instalação do fusível é de 16,5 A
(Tabela 5.3, barra 8 para 10) e a corrente de curto-circuito fase-terra mínima no fim do trecho
que será protegido pelo fusível é de 228,84 A (Tabela 5.4, barra 11), temos:
I ccFTmín
f C I c arg a I elo
4
228,84
1,23 16,5 I elo
4
20,29 I elo 57,21
Logo, pela Tabela 5.7 e pela faixa de ajuste calculada, tem-se que o fusível
adequado é o de 15K.
c) Dimensionamento do Fusível 5
Sabendo que a corrente de carga no local da instalação do fusível é de 10,6 A
(Tabela 5.3, barra 12 para 13) e a corrente de curto-circuito fase-terra mínima no fim do
trecho que será protegido pelo fusível é de 229,09 A (Tabela 5.4, barra 13), temos:
I ccFTmín
f C I c arg a I elo
4
229,09
1,23 10,6 I elo
4
13,038 I elo 57,27
Logo, pela tabela 5.7 e pela faixa de ajuste calculada, tem-se que o fusível
adequado é o de 10K.
d) Dimensionamento do Fusível 7
Sabendo que a corrente de carga no local da instalação do fusível é de 1,9 A
(Tabela 5.3, barra 16 para 18) e a corrente de curto-circuito fase-terra mínima no fim do
trecho que será protegido pelo fusível é de 228,35 A (Tabela 5.4, barra 19), temos:
I ccFTmín
f C I c arg a I elo
4
228,35
1,23 1,9 I elo
4
2,33 I elo 57,08
83
Logo, pela Tabela 5.7 e pela faixa de ajuste calculada, tem-se que o fusível
adequado é o de 6K.
e) Dimensionamento do Fusível 6
Sabendo que a corrente de carga no local da instalação do fusível é de 19,4 A
(Tabela 5.3, barra 14 para 15) e a corrente de curto-circuito fase-terra mínima no fim do
trecho que será protegido pelo fusível é de 228,35 A (Tabela 5.4, barra 19), temos:
I ccFTmín
f C I c arg a I elo
4
228,35
1,23 19,4 I elo
4
23,86 I elo 57,08
Logo, pela Tabela 5.7 e pela faixa de ajuste calculada, o fusível adequado para
fazer a coordenação com o fusível a jusante é o de 25K.
f) Dimensionamento do Fusível 14
Sabendo que a corrente de carga no local da instalação do fusível é de 65 A
(Tabela 5.3, barra 30 para 34) e a corrente de curto-circuito fase-terra mínima no fim do
trecho que será protegido pelo fusível é de 227,03 A (Tabela 5.4, barra 42), temos:
I ccFTmín
f C I c arg a I elo
4
227,03
1,23 65 I elo
4
79,95 I elo 56,75
Observa-se que não existe um elo fusível que atenda a faixa de ajuste calculada.
Nestas condições, o dimensionamento do mesmo será feito considerando apenas a corrente de
carga ao final de 5 anos e a premissa descrita através da equação 4.3. Logo, pela Tabela 5.7, o
fusível adequado para fazer a coordenação com os fusíveis a jusante é o de 65K.
g) Dimensionamento do Fusível 12
Sabendo que a corrente de carga no local da instalação do fusível é de 65,2 A
(Tabela 5.3, barra 28 para 30) e a corrente de curto-circuito fase-terra mínima no fim do
trecho que será protegido pelo fusível é de 225,56 A (Tabela 5.4, barra 40), temos:
84
I ccFTmín
f C I c arg a I elo
4
225,56
1,23 65,2 I elo
4
80,19 I elo 56,39
Observa-se que não existe um elo fusível que atenda a faixa de ajuste calculada.
Nestas condições, o dimensionamento do mesmo será feito considerando apenas a corrente de
carga ao final de 5 anos e a premissa descrita através da equação 4.3. Logo, pela Tabela 5.7, o
fusível adequado para fazer a coordenação com os fusíveis a jusante é o de 100K.
5.4.2 Religadores
O dimensionamento dos religadores será realizado a partir das equações 4.14 e
4.15, onde se obtém, respectivamente, o intervalo de corrente para o ajuste de fase e de neutro
do religador. E, considerando um religador digital ( 1 ), com fator de segurança f S 1,5 e
85
um fator de crescimento de carga calculado anteriormente no subítem 5.4.1 ( f C 1,23 )
temos:
a) Dimensionamento do Religador R2
Ajuste de Fase:
Sabendo que a corrente de carga no local da instalação do religador é de 81,9 A
(Tabela 5.3, barra 27 para 28) e que a corrente bifásica no trecho que será protegido pelo
religador é de I CC 2 f = 4031 A (Tabela 5.4, barra 42), temos:
I CC 2 fmín
. f C .I c arg a I PF
fS
4031
1,23.81,9 I PF
1,5
100,73 I PF 2687,3
Logo, dentro da faixa de ajuste prevista no cálculo, a corrente de pick-up de fase
adequada e usada no religador é de 150 A.
Ajuste de Neutro:
Sabendo que a corrente de desbalanço é de 15A (valor do alimentador em estudo)
e que a corrente monofásica mínima no trecho que será protegido pelo religador é de I CC1 fmín =
15 I PN 226,12
Logo, dentro da faixa de ajuste prevista no cálculo, a corrente de pick-up de
neutro adequada e usada no religador é de 20 A.
b) Dimensionamento do Religador R1
Ajuste de Fase:
Sabendo que a corrente de carga no local da instalação do religador é de 146,1 A
(Tabela 5.3, barra 12 para 14) e que a corrente bifásica no trecho que será protegido pelo
religador é de I CC 2 f = 4468 A (Tabela 5.4, barra 57), temos:
I CC 2 fmín
. f C .I c arg a I PF
fS
86
4468
1,23.146,1 I PF
1,5
179,7 I PF 2978,66
Logo, dentro da faixa de ajuste prevista no cálculo, a corrente de pick-up de fase
adequada e usada no religador é de 200 A.
Ajuste de Neutro:
Sabendo que a corrente de desbalanço é de 15A (valor do alimentador em estudo)
e que a corrente monofásica mínima no trecho que será protegido pelo religador é de I CC1 fmín =
15 I PN 227,05
Logo, dentro da faixa de ajuste prevista no cálculo, a corrente de pick-up de
neutro adequada e usada no religador é de 20 A.
5.4.3 Relé
O dimensionamento do relé será realizado a partir das equações 4.9, 4.11, 4.7 e
4.10, onde será obtido, respectivamente, o tap das unidades temporizada (fase e neutro) e
instantânea (fase e neutro). Para os cálculos será considerado um fator de segurança de
f S 1,5 , fator de início de curva de f I 1,5 , fator de crescimento de carga calculado
87
Logo, dentro do limite previsto no cálculo, o tap da unidade instantânea de fase
adequado e usado no relé é de 101,41 A, que equivale a corrente bifásica de 6085 A no
primário.
Ajuste de Neutro:
Sabendo que a corrente monofásica no limite a zona de proteção é 4161 A (Tabela
5.4, barra 12), temos:
I CCftassim
Tap IN
RTC
4161
TapIN
300 / 5
TapIN 69,35
Logo, dentro do limite previsto no cálculo, o tap da unidade instantânea de neutro
adequado e usado no relé é de 69,35 A, que equivale a corrente monofásica de 4161 A no
primário.
Ajuste de Neutro:
Sabendo que a corrente monofásica no limite a zona de proteção é 4161 A (Tabela
5.4, barra 12), temos:
88
I CCftmín
TapTN
RTC. f I
4161
TapTN
(300 / 5).1,5
TapTN 46,23
Logo, dentro do limite previsto no cálculo, o tap da unidade instantânea de neutro
adequado e usado no relé é de 0,83 A, que equivale a corrente monofásica de 50 A no
primário.
Fusível 6K
Fusível 10K
Fusível 15K
Religador R2 de
Neutro (lenta)
250,16 A
485,25 A
80,92 A
Religador R2 de
Neutro (rápida)
20
Fusível 25K
Fusível 40K
Fusível 65K
Religador R2 de
Neutro (lenta)
791,53 A
2095,07 A
1294,37 A
Religador R2 de
Neutro (rápida)
20
90
Coordenação Religador R2 e Fusível (100K)
A Figura 5.5 mostra a coordenação em questão. E, através do intervalo de
coordenação apresentado entre o religador R2 e o fusível, conclui-se que a coordenação foi
satisfatória, visto que o fusível possui uma corrente monofásica no final do seu trecho
protegido de 2715 A (Tabela 5.4, barra 42) e uma corrente monofásica máxima de 3317 A
(Tabela 5.4, barra 28), o que nos dá um intervalo que de atuação dentro da região de
coordenação mostrada na Figura 5.5. Assim, para qualquer falta que ocorra no trecho
protegido pelo fusível, a curva rápida do religador atuará primeiro a fim de se eliminar uma
possível falta transitória.
Fusível 100K
Religador R2 de
Neutro (lenta)
Religador R2 de
Neutro (rápida)
2662,87 A
3672,74 A
20
b) Religador R2 e Religador R1
A Figura 5.6 mostra a coordenação em questão. Conseguiu-se uma diferença no
tempo de atuação dos religadores de aproximadamente 0,35 segundos, o que está satisfazendo
a diferença mínima exigida (0,2 s) para haver coordenação entre religadores.
91
Coordenação Religador R1 e Fusíveis (6K e 10K)
A Figura 5.7 mostra a coordenação em questão, onde é identificada a máxima
corrente de coordenação de cada fusível com o religador R1 (considerando a curva mínima de
fusão do fusível). Visto que os valores de curtos-circuitos monofásicos no final do trecho
protegido de cada fusível estão acima dos valores de máxima coordenação apresentados na
Figura 5.7, podemos estabelecer que entre os fusíveis destacados e o religador R1 haverá
apenas seletividade.
Religador R2 de
Neutro (lenta)
Religador R2 de
Neutro (rápida)
Religador R1 de
Neutro (lenta)
Religador R1 de
Neutro (rápida)
20
Fusível 6K
Fusível 10K
Religador R1 de
Neutro (lenta)
Religador R1 de
204,72 A
47,54 A
Neutro (rápida)
20
92
Coordenação Religador R1 e Fusíveis (15K e 25K)
A Figura 5.8 mostra a coordenação em questão, onde é identificada a máxima
corrente de coordenação de cada fusível com o religador R1 (considerando a curva mínima de
fusão do fusível). Visto que os valores de curtos-circuitos monofásicos no final do trecho
protegido de cada fusível estão acima dos valores de máxima coordenação apresentados na
Figura 5.8, podemos estabelecer que entre os fusíveis destacados e o religador R1 haverá
apenas seletividade.
Fusível 15K
Fusível 25K
Religador R1 de
Neutro (lenta)
395,01 A
673,02 A
Religador R1 de
Neutro (rápida)
20
93
Fusível 6K
Fusível 10K
Fusível 15K
Relé de Neutro
(temporizada)
Relé de Neutro
(instantânea)
50
4161
Fonte: Adaptado do software MATLAB – (Autor)
Figura 5.9. Coordenação Fase-Neutro do Relé com os Fusíveis (6K, 10K e 15K).
e) Relé e Religador R1
A Figura 5.10 mostra a coordenação em questão. A diferença no tempo de atuação
está acima de 0,2 s, que é a diferença mínima para que se haja coordenação entre relé e
religador. O fato das curvas estarem mais afastadas uma da outra se deve ao ajuste necessário
do relé para que houvesse coordenação entre os fusíveis a jusante do mesmo. No entanto, esta
figura é apenas um comparativo das curvas de neutro dos dispositivos em questão, visto que a
verdadeira coordenação (falando de atuação do dispositivo) entre relé e religador é feita pela
curva Fase-Fase. Curva esta que será vista no decorrer do trabalho.
94
Relé de Neutro
(temporizada)
Relé de Neutro
(instantânea)
Religador R1 de
Neutro (lenta)
Religador R1 de
Neutro (rápida)
20
50
4161
Fonte: Adaptado do software MATLAB – (Autor)
Figura 5.10. Coordenação Fase-Neutro do Relé com o Religador R2.
Religador R2 de
Fase (lenta)
Religador R2 de
Fase (rápida)
Religador R1 de
Fase (lenta)
Religador R1 de
Fase (rápida)
200
150
b) Relé e Religador R1
A Figura 5.12 mostra a coordenação em questão. Está acima de 0,2 s, que é a
diferença mínima exigida para haver coordenação entre relé e religador. Verifica-se que o relé
irá esperar o religador atuar a fim de sanar as faltas ocorridas no sistema. No entanto, a curva
95
instantânea de fase do relé começa em 6085 A, que é o curto-circuito bifásico na barra 12
(Tabela 5.4). Isto quer dizer que para valores maiores de 6085 A o relé atuará de forma
instantânea para proteger a subestação.
Relé de Fase
(temporizada)
Relé de Fase
(instatânea)
Religador R1 de
Neutro (lenta)
Religador R1 de
Neutro (rápida)
200
250
6085
Fonte: Adaptado do software MATLAB – (Autor)
Figura 5.12. Coordenação Fase-Fase do Relé com o Religador R1.
96
6 CONCLUSÃO
Este trabalho teve como propósito fazer estudos de fluxo de carga e curto-circuito
em um alimentador real de distribuição através dos softwares ANAREDE e ANAFAS,
respectivamente. A partir dos resultados obtidos dos referidos estudos, partiu-se para a
alocação e realização dos estudos de proteção dos dispositivos alocados, ou seja,
dimensionamento, coordenação e seletividade.
Verificou-se nas curvas de coordenação dos fusíveis com os religadores que a
coordenação foi difícil de se obter, ocorrendo na maioria das vezes apenas a seletividade. Isto
ocorreu devido aos altos valores de curto-circuito do alimentador em estudo. No entanto não é
um fato ligado unicamente a este alimentador. Esse sistema de distribuição é muito difícil de
se obter a coordenação entre todos os dispositivos de proteção. Assim, quando houve a perda
de coordenação prevaleceu a seletividade. Uma solução para esses casos seria fazer o
sobredimensionamento desses fusíveis em relação à corrente de carga, pois com isso, se
obteria uma maior faixa para coordenação com o religador.
Os resultados deste trabalho basearam-se em focar nas curvas de coordenação,
tanto de fase como de neutro, deixando clara a atuação de cada curva para uma dada corrente.
Sendo assim, analisando as curvas de coordenação dos dispositivos, pode-se dizer que o
estudo (projeto) de proteção realizado para o alimentador real de distribuição foi satisfatório,
visto que os dispositivos de proteção estão coordenados e respeitando o princípio da
seletividade.
97
REFERÊNCIAS
ABB LTDA. The ABB Group, 2005. Grupo ABB, Disponível em:< http://www.abb.com/br>.
Acesso em: 30 set, 2014.
ABREU, John Kennedy Gaspar de. Pequenas Centrais Hidrelétricas – Alternativas para
produzir Energia. Apostila. Curitiba, 2008.
ANDERSON, P.M. Power System Protection. McGraw Hill, IEEE Power Engineering
Society, sponsor. 1999.
BROWN, Richard E. Eletric Power Distribuion Realiability. 2ª edição. Boca Raton: CRC
Press LLC, 2009.
CELPA. Nota Técnica – Filosofia de Proteção para Rede de distribuição Aérea Adotada
pela Centrais Elétricas do Pará. 2010.
98
CPFL, ENERGIA. Proteção de Redes de Aéreas de Distribuição. Norma Técnica de
Distribuição, Nº: 2912. 2003.
DELMAR LTDA, Catálogo Técnico. Elo Fusível de Distribuição Modelo “H”, “K”, “T”,
“EF” e Olhal, Fábrica de peças Elétricas Delmar, 2003.
GIGUER, Sérgio. Proteção de Sistemas de Distribuição, Editora Sagra, Porto Alegre, RS.
1988.
G1. São Paulo. Diário. Nível do Sistema Cantareira cai para 8,2%. Disponível em:
<http://www.g1.globo.com.br/sao-paulo/noticia/2014/12/nivel-do-sistema-cantareira-cai-para-
82.html>. Acesso em: 05 dez, 2014.
99
HINCAPIÉ, Cristian Camilo Oliveros. Avaliação do desempenho de redes aéreas de
distribuição com microgeração solar fotovoltaica. Dissertação (Mestrado) – Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, 2013.
KAGAN, Nelson; OLIVEIRA, C. C. Barioni de; ROBBA, Ernesto João. Introdução aos
Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica. 2º edição revista. São Paulo: Blucher, 2005.
KASIKCI, I. Short circuits in power systems: a practical guide to IEC 60 909. Weinheim:
Wiley - VCH Verlag-Gmbh, 2002.
NORMA TÉCNICA ND.78. Proteção de redes aéreas de distribuição. Versão 01, Agosto
de 2008. ELEKTRO - Eletricidade e Serviços S.A.
100
Cogeração. Trabalho de Conclusão de Curso. Departamento de Engenharia Elétrica da Escola
de Engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo. São Carlos. 2010.
PURET, C., MV Public Distribution Networks Throughout the World. Schneider Electric,
Cahier Technique nº 155, 1992.
SHORT, T.A. Electric Power Distribution Handbook. Boca Raton, CRC Press LLC, 2004.
TIAGO FILHO, Geraldo Lúcio. Uma visão tecnológica e histórica sobre PCH no Brasil.
Itajubá: 2007. Disponível em: <http://www.revistaopinioes.com.br/aa/materia.php?id=171>.
Acesso em: 27 ago, 2014
101
VIANNA FILHO, Josemar de Sousa. Coordenação e Seletividade da Proteção Elétrica do
Terminal Portuário do Pecém com a Entrada da Carga da Correia Transportadora.
Trabalho de Conclusão de Curso. Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará.
Fortaleza, 2010
102