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O DIREITO À VIDA E O ABORTO

INTRODUÇÃO

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida [...]”
(BRASIL, 1988). Partindo desse pressuposto, é assegurado ao cidadão direito à vida em sua
totalidade. No entanto, inúmeras discussões acerca dessa temática vêm surgindo e, cada vez
mais, o furto de tal direito vem sendo posto em pauta, a partir da interrupção assistida da
gravidez.
O Brasil é, majoritariamente, um país cristão, e a moral cristã exerce influencia direta
sob nossos costumes e leis (GURGEL, 2016). Dessa forma, a prática do aborto é abominada,
já que, segundo esses dogmas, “O aborto provocado é a morte deliberada e direta, independente
da forma como venha a ser realizado, de um ser humano na fase inicial de sua existência, que
vai da concepção ao nascimento” (IGREJA CATÓLICA, 1995, n. 58). Consoante a isso, a
prática do aborto é considerada, pela Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940, um crime contra a
vida humana (BRASIL, 1940).
Contudo, essa prerrogativa não deve sempre ser levada em consideração, já que, em
algumas situações, tal prática é aconselhada e ainda permitida por lei (BRASIL, 1940). Sendo
esses procedimentos realizados em ambientes adequados e com uma equipe profissional
devidamente qualificada, prestando cuidado holístico a paciente, objetivando a não
maleficência.
Em contrapartida, mesmo havendo uma proibição legal para tal ato, salve exceções,
muitas mulheres ainda se submetem a procedimentos abortivos de forma clandestina sem
nenhuma segurança, utilizando métodos e materiais inadequados que, por diversas vezes, leva
ao óbito.
Isso posto, uma questão se mostra central: seria o aborto, realmente, uma questão a ser
decidida a partir de preceitos religiosos; ou seria, na verdade, um problema de saúde pública
onde todos os fatores envolvidos deveriam ser levados em consideração, fitando o bem-estar e
a saúde das pacientes?
Assim, visando obter uma resposta à tal questionamento, o presente artigo propõe-se a
analisar, a partir da revisão da literatura, os fatores relacionados à temática, apresentando e
discutindo os aspectos envolvidos.
Direito à vida vs o Aborto

A história do direito ao aborto sempre se fez presente na história do ser humano, de tal
forma que, inicialmente era encarado como uma prática normal devido não ser incriminado por
diversas legislações, devido acreditar que o poder de escolha seria unicamente familiar,
podendo resultar no direito privado, em penas capitais e punições severas.
Nos territórios gregos e romanos o aborto não era significado de punições, visto que, o
feto era representado sendo parte do corpo da mãe, desta forma, a mesma teria total liberdade
de escolha acerca da continuação da gravidez, fato esse que se deu por volta do ano de 200
d.C. Na Grécia Antiga, o aborto segundo Aristóteles era considerado um meio para
proporcionar à sociedade um melhor controle da natalidade, Platão por sua vez, defendia o
aborto como uma maneira de manter a raça dos guerreiros pura e por fim, a própria submissão
da mulher era perceptível, uma vez que, a interrupção da gravidez assumiu um caráter privado,
devido ao fato de que só poderia ser efetivada com o consentimento de seu marido, visto que a
mesma era considerada propriedade do homem.
Logo, eis que surge a ideia de ilegalidade do aborto em Roma, que teve origem a partir
das condenações realizadas quanto às porções de veneno que eram utilizadas como abortivas,
surgindo assim, a conhecida Lei de Cornélia que apresentava como principal propósito decretar
a penalização e até mesmo a morte dos responsáveis envolvidos tanto na preparação do veneno
quanto aqueles que faziam o uso dos mesmos.. Apesar de ser considerado um ato inadmissível,
todavia, apresentou uma alta propagação entre as mulheres, devido as mesmas optarem pela
aparência física que pela vida de seus próprios filhos.
No momento presente, o aborto é retratado de forma heterogênea, compreendendo um
tabu remanescente no meio social e inclusive no âmbito jurídico, uma vez que, o direito à vida
é um direito fundamental do ser humano, pois a partir dele surgem todos os outros direitos, mas
que devido a diversas controvérsias, culminou cada vez mais em uma cultura de mortes que
propagou-se progressivamente por todo o mundo, a fim de assegurar os direitos reprodutivos
da mulher.
O Código Civil de 2002, defende que a garantia de personalidade tem início apenas com
o nascimento do indivíduo, em contrapartida, o meio jurídico favorece o direito ao aborto,
provocando assim, a exclusão total dos direitos do nascituro. Segundo Moreira Alves, Jurista e
Ex Ministro do Supremo Tribunal Federal:
Não há, nunca houve, direito do nascituro, mas, simples, puramente,
expectativas de direito, que se lhe protegem, se lhe garantem, num efeito
preliminar, provisório, numa Vorwirkung, porque essa garantia, essa proteção
é inerente e é essencial à expectativa do direito.
Desta forma, conclui-se que ele afirma que o feto não apresenta quaisquer direitos. Já o Código
Criminal que recebeu alterações no ano de 1940, incrimina o aborto, com excessão de alguns
casos que necessitam preservar a vida da mulher.
Sendo assim, apesar das tamanhas controvérsias acerca do direito à vida e ao aborto, é
possível deter-se à união de três esferas principais do Direito Fundamental do ser humano,
sendo elas, a Saúde Pública, Social e Econômica.
A princípio, a constituição federal assegura em seu Art. 5º, a inviolabilidade do direito
à vida do ser humano, o considerando um direito fundamental, tendo em vista que sem a vida é
impossível desfrutar de qualquer outro direito, tendo-o como o direito que é fonte para todos os
outros direitos. Logo, afirma que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida...”. Tonando-se relevante salientar que no mesmo Art. 5º é retratado que a
liberdade de consciência e de crença é um direito fundamental do indivíduo. Logo, esta colisão
existente entre o direito a vida e a liberdade religiosa é uma realidade pautada principalmente
no recinto jurídico, a fim de que a divisão perceptível no país causada por estas duas
perspectivas seja cessada.
Dito isso, sabe-se que o princípio da moral e da ética no Brasil apresenta uma origem
Cristã, visto que foi a religião a responsável por proporcionar ao território brasileiro a
colonização e o regimento de leis por um determinado tempo. O processo de laicização do
Estado, que ocorreu sobretudo após a Revolução Francesa, propiciou a separação entre a
religião e o Estado, o que exigiu novas perspectivas sociais acerca de determinadas
temáticas. Desta forma, a religião católica que antes era a responsável por determinar a visão
de mundo do indivíduo, passara a ser cessada devido o Estado não mais dar-lhe o direito de
influência em esferas que não eram de sua alçada.
O Estado laico que apesar de passar a ser garantido por leis, não apresentava um caráter
de estado ateu, sendo assim, visto que a ideologia cristã-religiosa que a partir daquele momento
seria pautada no Congresso Nacional, revelou a sua defesa a favor da vida intrauterina. Isso
ocorreu devido ao fato de que os dogmas religiosos defendem a vida em todas as suas etapas.
Entretanto, a igreja apresentava tamanha capacidade de compreender que cada povo seguia suas
próprias leis. Todavia, apesar da laicização, o Catecismo da Igreja Católica assegura o
ensinamento de que
A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do
momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser
humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o
direito inviolável de todo ser inocente à vida.
Visto que a igreja condena o abordo em quaisquer circunstâncias, os dogmas acreditam
ainda que a chamada “pílula do dia seguinte” pode ser considerada um “aborto legal” em casos
que tenham ocorrido a fecundação. Mas, em outra perspectiva, a ciência desmistifica essa
defesa devido alegar que a gravidez só terá eficácia se ocorrer a fecundação do espermatozoide
após 72h após a relação sexual, podendo ocorrer apenas más formações, mas em hipótese
alguma um aborto. Isso ocorre devido a pílula ser constituída por compostos hormonais que
impedem a morte do feto após a concepção, logo, não seria capaz de causar nenhum efeito no
organismo e impedir uma gestação já iniciada.
Nessa perspectiva, é possível que seja realizada uma análise acerca do aborto no
território brasileiro, uma vez que, envolve questões de saúde pública e conflitos entre o direito
à vida e ao aborto.
A descriminalização do aborto vem sendo explanada no âmbito jurídico desde a década
de 60, onde se sucedeu tanto a laicização do Estado quanto o desenvolvimento de protestos
adotados pelas associações feministas que almejavam conquistar a liberdade e
consequentemente o poder de escolha de prosseguir com a gravidez ou interrompê-la. Logo,
diversos Projetos de Lei a fim de proporcionar a legalização do aborto foram propostos e
submetidos a votações, entretanto, até o presente momento foram reprovados, visto que a
democracia envolvida, sendo a maioria religiosa, rejeitou a aceitação do mesmo.
Em virtude desses fatores, a provocação do aborto no território brasileiro visto como
um crime contra a vida humana mencionado no Código Penal Brasileiro reconhecido desde o
ano de 1984. Em situações criminais compreendidas do artigo 124 ao 127 do Código Penal
Brasileiro que denunciam o ato do aborto e sejam consideradas contrárias com a Constituição
de 1988, a pena adquirida é aproximadamente de 1 a 3 anos para a gestante envolvida no caso,
e de 1 a 4 anos de prisão tanto para o médico quanto para todos os outros envolvidos na remoção
do feto.
Concomitantemente, torna-se relevante ressaltar que apesar das discordâncias existentes
contra o aborto, segundo o Código Penal, a legalidade pode ser classificada em duas esferas,
sendo elas, o aborto considerado necessário, em casos que a gravidez é comprovada de alto
risco, sendo o feto anencefálico, isto é, quando ocorre uma má formação rara no tubo neural do
feto e por sua vez há uma ausência parcial de seu encéfalo, da calota cranial, cerebelo e
meningens. Nessa perspectiva, tem-se também o aborto sentimental ou humanitário, que
apresenta a legalização a favor de mulheres de estupro a fim de preservar a saúde psíquica da
vítima.
Diante dessa realidade de má formação fetal, a realização do aborto quando o feto é
considerado anencefálico foi defendida e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal pela ADPF
54 (A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº. 54) no ano de 2012, que
recebeu reconhecimento como um "parto antecipado" para fim terapêutico, uma vez que, o mal
funcionamento do sistema nervoso da criança causaria a sua morte logo após o seu nascimento.
Desta forma, as gestantes que inserem-se nessas circunstâncias, apresentam o direito e apoio
do governo para que haja, de forma gratuita, o aborto legal por meio do SUS (Sistema Único
de Saúde).
Diante disso, apesar do caráter civil do indivíduo ter início apenas após o nascimento, a
Constituição garante o direito à vida desde a concepção, afirmando desta forma, que a vida
humana tem de ser preservada desde o zigoto. Logo, o Estatuto da Criança e do Adolescente,
em seu primeiro capítulo nomeado “Do Direito à Vida e à Saúde”, retrata também a tamanha
proteção a favor do embrião desde o momento da fertilização. Relatando ainda, de forma,
específica, as condições necessárias para que haja a realização do nascimento.
Ratificando ainda, em 25 de setembro de 1992, a Convenção Americana de Direitos
Humanos, que pauta a importância da conservação da vida humana, isto é, em defesa da
continuidade vital de um indivíduo digno, assim como qualquer outro. Deste modo, essa
convenção tem, em seu Artigo 4º, que o direito à vida deve ser protegido desde a concepção,
como defende desde o princípio a Constituição Brasileira. Porém, mesmo diante de tantas
contrariedades, de acordo com estatísticas publicadas pelo Senado, o número de aborto
clandestino no Brasil é de 100.000 (cem mil) por ano, sendo essa média com base na quantidade
de casos de internações hospitalares em consequência de abortos praticados ilegalmente.
Segundo pesquisas financiadas pela Fundação Nacional de Saúde, os resultados
comprovaram que uma em cada cinco mulheres brasileiras de 40 anos já realizou ao menos uma
vez o ato abortortivo e 60% das duas mil entrevistadas abortaram entre a faixa etária de 18 a 30
anos, fato este que desmistifica a idealização de que as adolescentes realizam mais abortos do
que as mulheres mais velhas. Apresentando também como resultado o alto número de mortes
devido os abortos clandestinos, sendo mais da metade das vítimas, mães de mais de um filho.
Fatores como este, ocorrem em decorrência da tamanha a burocracia e tempo de espera para
que haja a realização de uma laqueadura através do SUS.
Em razão disso, é perceptível que a criminalização posta sobre a prática do aborto não
está sendo efetiva, uma vez que, não garante os direitos fundamentais para ambas as partes,
nem para a gestante e tampouco para o feto. Sendo assim, torna-se necessário que haja o
estabelecimento de regras cristalinas a fim de reduzir os casos de mortes e lesões físicas,
mentais e morais resultantes do aborto desassistido e clandestino.
No Brasil, o aborto voluntario ou por vontade da mulher é considerado crime, estando
está, sobre a punição que se encontra no Código Penal de 1940, dos artigos 124 ao 127. Muitas
mulheres recorrem a clinicas clandestinas de abortamento, maioria das vezes, os abortos são
realizados por falsos profissionais ou por cidadãos que ainda não pertencem ao grupo dos
profissionais da saúde. Em virtude da imperícia, muitas gestantes podem possuir danos
irreparáveis como perder a própria vida ou passar por complicações pós aborto que as deixem
impossibilitadas de possuírem autonomia para atividade cotidianas.
O aborto legal, isto é, o permitido por lei deve ser, sobretudo, realizado por médicos e
está detalhadamente explicito no artigo 128 do Código Penal Brasileiro, dotado de
características exclusivas, ou seja, segundo situações particulares como: se não houver outro
meio para salvar a vida da gestante, se a gravidez for resultante de estupro e em 2012 o Supremo
Tribunal Federal decidiu abranger a pratica do aborto legal para fetos anencefálos.
Porém, não é tão simples realizar um aborto legal, em casos de estupro, por exemplo,
para a realização do aborto é necessário uma série de documentos obrigatórios como: um termo
de relato do evento, feito pela própria gestante, Parecer técnico com Anamnese, Exame físico
geral e ginecológico, laudo do USG, analisando compatibilidade entre a idade gestacional, a
data do estupro e o laudo de USG; paralelamente a mulher receberá avaliação da equipe
multidisciplinar, termo de aprovação do aborto assinado por três profissionais da equipe, termo
de responsabilidade assinado pela gestante, termo de consentimento livre e esclarecido, todos
documentos assinados pela gestante, entretanto, não se faz necessário uma autorização judicial.
Quando se trata do aborto legal, uma equipe multidisciplinar de profissionais está
envolvida, o médico que é o autor do ato, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, farmacêuticos, técnicos em enfermagem, entre outros. Já quando o aborto é
clandestino, muitas vezes ele não é realizado por profissionais já formados, e o tipo de formação
é variável, a clínica de aborto clandestina pode estar sobre a responsabilidade de algum futuro
médico, ou futuro enfermeiro ou algum indivíduo que sequer possua alguma formação.
Em 2017, a maior maternidade pública do estado do Amapá atendeu a cerca de 4 casos
de aborto por dia, sendo a proporção de 3 abortos ilegais para cada 1 aborto espontâneo, as
pacientes eram adolescentes em sua maioria.
O aborto provocado por ser realizado em situações de risco, isto é, sem o cuidado
adequado pode ser a principal causa de óbito materno ou ocupações de leitos obstétricos
(terceiras causa). Estima-se que no Brasil, anualmente, são realizados cerca de 1 milhão de
abortos clandestinos, os quais, embora evidencie a autonomia da mulher sobre o seu corpo e as
futuras consequência também deixa claro um procedimento ilegal que além de ferir contra a
vida de um embrião ou feto, que de acordo com a ciência possuem vida, genética e órgãos
próprios, pode trazer danos irreparáveis para a gestante.
Diante disso, infelizmente, a pratica do aborto ilegal se sobressai, consideravelmente,
quando comparado ao aborto legal, evidenciando um sério problema de saúde pública, uma vez
que o Estado além de ter se preocupado em punir as praticantes de aborto ilegal também terá
que ampará-las em seus leitos de hospitais quando os complicações pelo ato ilegal surgirem.
No Brasil, o aborto voluntario ou por vontade da mulher é considerado crime, estando
está, sobre a punição que se encontra no Código Penal de 1940, dos artigos 124 ao 127. Muitas
mulheres recorrem a clinicas clandestinas de abortamento, maioria das vezes, os abortos são
realizados por falsos profissionais ou por cidadãos que ainda não pertencem ao grupo dos
profissionais da saúde. Em virtude da imperícia, muitas gestantes podem possuir danos
irreparáveis como perder a própria vida ou passar por complicações pós aborto que as deixem
impossibilitadas de possuírem autonomia para atividade cotidianas.
O aborto legal, isto é, o permitido por lei deve ser, sobretudo, realizado por médicos e
está detalhadamente explicito no artigo 128 do Código Penal Brasileiro, dotado de
características exclusivas, ou seja, segundo situações particulares como: se não houver outro
meio para salvar a vida da gestante, se a gravidez for resultante de estupro e em 2012 o Supremo
Tribunal Federal decidiu abranger a pratica do aborto legal para fetos anencefálos.
Porém, não é tão simples realizar um aborto legal, em casos de estupro, por exemplo,
para a realização do aborto é necessário uma série de documentos obrigatórios como: um termo
de relato do evento, feito pela própria gestante, Parecer técnico com Anamnese, Exame físico
geral e ginecológico, laudo do USG, analisando compatibilidade entre a idade gestacional, a
data do estupro e o laudo de USG; paralelamente a mulher receberá avaliação da equipe
multidisciplinar, termo de aprovação do aborto assinado por três profissionais da equipe, termo
de responsabilidade assinado pela gestante, termo de consentimento livre e esclarecido, todos
documentos assinados pela gestante, entretanto, não se faz necessário uma autorização judicial.
Quando se trata do aborto legal, uma equipe multidisciplinar de profissionais está
envolvida, o médico que é o autor do ato, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, farmacêuticos, técnicos em enfermagem, entre outros. Já quando o aborto é
clandestino, muitas vezes ele não é realizado por profissionais já formados, e o tipo de formação
é variável, a clínica de aborto clandestina pode estar sobre a responsabilidade de algum futuro
médico, ou futuro enfermeiro ou algum indivíduo que sequer possua alguma formação.
Em 2017, a maior maternidade pública do estado do Amapá atendeu a cerca de 4 casos
de aborto por dia, sendo a proporção de 3 abortos ilegais para cada 1 aborto espontâneo, as
pacientes eram adolescentes em sua maioria.
O aborto provocado por ser realizado em situações de risco, isto é, sem o cuidado
adequado pode ser a principal causa de óbito materno ou ocupações de leitos obstétricos
(terceiras causa). Estima-se que no Brasil, anualmente, são realizados cerca de 1 milhão de
abortos clandestinos, os quais, embora evidencie a autonomia da mulher sobre o seu corpo e as
futuras consequência também deixa claro um procedimento ilegal que além de ferir contra a
vida de um embrião ou feto, que de acordo com a ciência possuem vida, genética e órgãos
próprios, pode trazer danos irreparáveis para a gestante.
Diante disso, infelizmente, a pratica do aborto ilegal se sobressai, consideravelmente,
quando comparado ao aborto legal, evidenciando um sério problema de saúde pública, uma vez
que o Estado além de ter se preocupado em punir as praticantes de aborto ilegal também terá
que ampará-las em seus leitos de hospitais quando os complicações pelo ato ilegal surgirem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

À vista do exposto, pode-se concluir que a realidade do aborto sempre irá existir, tendo
em vista que não é o Código Penal Brasileiro que vai proibir e punir uma mulher de fazer o
aborto. A questão a se debater é sobre permitir que a mulher faça o aborto com segurança, com
profissionais qualificados como médicos, enfermeiros, psicólogos, em clínicas e hospitais bem
preparados para recebê-la e com a certeza de que irá sair de lá satisfeita com a opção que desejou
fazer, para que ela não seja mais uma vítima desse problema, que não deveria mais ser visto
como questão ética ou moral e sim como um problema de saúde pública no Brasil.
Portanto, com base nas pesquisas realizadas é possível notar que a mesmo sendo
considerado um crime, o aborto não garante os direitos fundamentais de ambas as partes, nem
para a mulher, e nem para o feto, o que acaba prejudicando o Direito Fundamental de outra
criança que perdeu a mãe em consequência ao aborto ilegal. Podemos notar também, que a Art.
124 fomenta a desigualdade social e racial, pois não existe diferença entre qual classe aborta
mais, mas existe a diferença de qual classe é punida pelo aborto.
Sendo assim, para que haja uma melhoria na saúde pública do Brasil em relação ao
aborto, deve-se pensar na sociedade em geral, e nos espelharmos em países desenvolvidos para
que possamos melhorar a qualidade de vida das mulheres, e só assim, com o país se
desenvolvendo e avançando cada vez mais sua laicização seria congruente a reformulação da
Lei que pune o aborto passar por novas medidas ou a descriminar o ato.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Tales. ABORTO: POLÊMICA E EXCEÇÕES LEGAIS. Mega Jurídico. 2015.


https://www.megajuridico.com/aborto-polemica-e-excecoes-legais/ Acesso em: 22/11/2018

BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da


União, Rio de Janeiro, 31 dez. 1940.
Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p. BRASIL. Constituição
(1988). Constituição da República Federativa do Brasil.

CASTRO, Isis. O aborto e a problemática da saúde pública no Brasil. Jus. 2015.


https://jus.com.br/artigos/45006/direito-a-vida-x-aborto Acesso em: 22/11/2018

DA SILVA, Severino Brêda. Direito à Vida e Direito à Liberdade Religiosa. Disponível em:
https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3133. Acesso em: 24 nov. 2018

FRANCO, Sandra. Legalização do aborto no Brasil, o Judiciário e a saúde da mulher.


Disponível em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/legalizacao-do-aborto-no-
brasil-o-judiciario-e-a-saude-da-mulher/. Acesso em: 24 nov. 2018

GURGEL, Carlos Sérgio. As influências do Cristianismo na Ética e no Direito Brasileiro:


breves reflexões. 2016. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/50732/as-influencias-do-
cristianismo-na-etica-e-no-direito-brasileiro-breves-reflexoes>. Acesso em: 24 nov. 2018.

IGREJA CATÓLICA. Papa: (1978: João Paulo II). Evangelium Vitae. Evangelium Vitae: aos
Presbíteros e Diáconos aos religiosos e religiosas aos fiéis leigos e a todas as pessoas de boa
vontade sobre o valor e a inviolabilidade da vida Humana. Vaticano, 25 mar. 1995. Disponível
em: http://www.vatican.va/edocs/POR0062/_INDEX.HTM#fonte>. Acesso em: 24 nov. 2018.

MEIRELES, Raphaela. COLISAO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS: DIREITO A VIDA


E LIBERDADE RELIGIOSA. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/62500/colisao-de-
direitos-fundamentais-direito-a-vida-e-liberdade-religiosa. Acesso em: 24 nov. 2018

MORANDINI, Silvana. Aspectos Éticos e Legais do Aborto. Disponível em:


http://www.cremesp.org.br/pdfs/eventos/eve_08052014_112326_Aborto%20aspectos%20leg
ais%20e%20atendimento%20etico%20-%20Silvana%20Morandini.pdf. Acesso em: 24 nov.
2018

PACHECO, John. Maior maternidade pública do AP atendeu quase 4 casos de aborto por
dia em 2017 Disponível em: https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2018/08/14/maior-
maternidade-publica-do-ap-atendeu-quase-4-casos-de-aborto-por-dia-em-2017.ghtml. Acesso
em: 24 nov. 2018

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