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EPISTEMOLOGIA

Maria Lúcia de Arruda Aranha (2006)
• Ninguém pode negar que a escola é por
excelência um local em que – bem ou mal –
circula conhecimento.

• No entanto, deixaríamos mais de um professor


em dificuldades se lhes perguntássemos: o que é
conhecimento? Como conhecemos? Qual é a
origem do conhecimento?
• Alguém poderia dizer que tais questões são irrelevantes
por não dizerem respeito a atividade efetiva do professor
em sala de aula.

• No entanto, se a escola é mediadora entre o


conhecimento acumulado e o aluno, se o professor
seleciona o conteúdo da disciplina que vai ensinar
durante o ano letivo, se decide por determinados
métodos e pelos procedimentos de ensino, se enfrenta as
dificuldades de aprendizagem de seus alunos, na verdade
está preocupado com aquelas questões epistemológicas.

• Pois, ele age a partir de um certo saber não tematizado,


apenas baseado no senso comum
• Nesta discussão buscaremos discutir sobre a necessidade
de se superar a posição do senso comum, buscando a
consciência crítica do fazer pedagógico, sem a qual é
impossível realizar uma verdadeira práxis, uma ação
intencional fundada na relação dialética entre teoria e
prática.

• É esta, portanto, uma das finalidades da filosofia da


educação:

TORNAR EXPLÍCITAS AS TEORIAS DO


CONHECIMENTO QUE ESTÃO SUBENTENDIDAS NAS
TEORIAS PEDAGÓGICAS.
A TEORIA DO CONHECIMENTO
➢ Quando falamos em conhecimento é possível cita:

- O ato de conhecer: como relação entre a consciência que


conhece e o objeto a ser conhecido.
- O produto do conhecimento: resultado desse ato, ou seja, o
saber adquirido.

➢ Este segundo é atribuído a escola, cuja a tarefa consiste na


transmissão do conhecimento, deixando muitas vezes de
lado a questão: como se constrói o conhecimento.
A TEORIA DO CONHECIMENTO
➢ É a parte da filosofia que investiga as relações entre o
sujeito cognoscente (que conhece) e o objeto conhecido no
ato de conhecer.

➢ Exemplo: como aprendemos o real?


- Essa apreensão deriva de nossas sensações?
- Ou existem ideias anteriores a qualquer experiência?
- É possível ou não conhecer a realidade?
A TEORIA DO CONHECIMENTO
➢ É também chamada gnosiologia: do grego gnose: conhecimento
➢ Epistemologia: do grego episteme: ciência

➢ No entanto, o termo epistemologia adquiriu um sentido mais


específico: o de estudo do conhecimento científico do ponto de
vista crítico, isto é:
- do valor de suas hipóteses
- do seu método
- das conclusões alcançadas
- da natureza do conhecimento científico

➢ Por isso, é também conhecida como filosofia das ciências ou


teoria do conhecimento científico.
A TEORIA DO CONHECIMENTO
➢ Mesmo que os filósofos da antiguidade e da Idade Média
tenham-se ocupado com o problema do conhecimento, só na
Idade Moderna (séc. XVII) a teoria do conhecimento constitui
uma disciplina independente.

➢ Em momento anterior não havia sido colocada em questão a


realidade do mundo, nem tampouco a capacidade de conhece-
la.

➢ Foram os modernos, a começar por Descartes, que passaram a


ver a realidade do mundo como um problema, na medida em
que, antes de tudo, investigaram a respeito:
- da origem do conhecimentos (qual é a fonte do conhecimento?)
- Sobre o critério de verdade (o que permite reconhecer o conhecimento
verdadeiro?).
A TEORIA DO CONHECIMENTO
➢ Dessas indagações derivaram duas tendências:
- Racionalismo (Descartes) – defensor das ideias inatas
- Empirismo (Locke e Hume) – que valorizavam a
experiência no processo de conhecimento.

INATISMO E EMPIRISMO:

➢ A questão que se coloca é: de onde vem nossas ideias?


A TEORIA DO CONHECIMENTO
➢ A grande novidade introduzida por Descartes foi iniciar a
filosofia que buscou uma verdade inicial que não pode ser
posta em dúvida.

➢ Para tanto, começou a colocar tudo em dúvida:


- As afirmações do senso comum;
- Os argumentos das autoridades;
- O testemunho dos sentidos (realidade do mundo exterior);
- Até seu próprio corpo;

➢ Chega a uma verdade indubitável, existe um ser que duvida de


tudo, se duvida, pensa: “penso logo existo!”
A TEORIA DO CONHECIMENTO
➢ Numa série de intuições, ele descobre ideias claras e distintas,
ideias gerais que não derivam da experiência, mas já se
encontram no espírito humano, como ideias inatas.

➢ São ideias verdadeiras, não sujeitos ao erro, pois advém da


razão.
➢ A partir delas podemos conhecer todo o resto: por isso, sua
filosofia é dita racionalista.

➢ Também podemos dizer que se trata de um idealismo, de um


subjetivismo.
➢ Para ele a realidade se encontra em primeiro lugar no espirito,
na razão, no sujeito e se apresenta na forma de ideias.
A TEORIA DO CONHECIMENTO
➢ Subjetivismo, idealismo, racionalismo, inatismo,
apriorismo são conceitos que designam a teoria do
conhecimento cartesiana, que diante dos polos
sujeito-objeto, privilegia o primeiro.

➢ Para os aprioristas, se o conhecimento é uma


maneira de entrarmos em contato com a realidade,
não poderemos saber se o conhecemos é
verdadeiro ou falso se não tivermos um critério
seguro. E esse critério está no nosso espírito.
A TEORIA DO CONHECIMENTO
➢ A corrente empirista, porém, segue outro caminho.
➢ Locke foi influenciado pelo pensamento cartesiano, mas
criticou as ideias inatas de Descartes.

➢ Para Locke ao afirmar que a alma é como uma tábula rasa,


uma tábua sem inscrições, uma cera na qual não há
nenhuma impressão, porque o conhecimento só começa
após a experiência sensível.
➢ Por isso, sua teoria ficou conhecida como empirismo,
termo cuja origem é a palavra grega empeiría = experiência.
A TEORIA DO CONHECIMENTO
➢ Segundo Locke, há duas fontes possíveis para nossas ideias:
a sensação e a reflexão.

➢ A sensação é o resultado da modificação feita na mente por


meio dos sentidos.
➢ A reflexão é a percepção que a alma tem daquilo que nela
ocorre.

➢ Portanto, a reflexão se reduz apenas à experiência interna e


resulta da experiência externa produzida pela sensação.
A TEORIA DO CONHECIMENTO
➢ Ao compararmos essa concepção empirista com o
racionalismo, constatamos que:

- Enquanto Locke destaca o papel do objeto, Descartes


enfatiza o papel do sujeito.
- Isso não significa que o empirismo despreze a razão, mas
sim que a subordina ao trabalho anterior da experiência.
- Tampouco significa que o racionalismo exclua a
experiência sensível, mas apenas considera ocasião do
sujeito, sempre sujeita a enganos.
A TEORIA DO CONHECIMENTO
➢ No séc. XIX, o positivismo de augusto Comte segue e amplia a
tendência empirista.

➢ Comte recusa as explicações teológicas e metafísicas, tidas por ele


como modos inferiores de compreensão do mundo.

➢ O estado positivo é o ponto mais alto da maturidade do espirito


humano, oposto a tudo o que é quimérico, incerto, vago.

➢ Neste estágio, a explicação dos fatos se reduz aos seus termos reais,
acessíveis por meio da observação e da experimentação, que
permitem a descoberta das relações entre os fenômenos, ou seja, das
leis invariáveis da natureza.

➢ Segundo a concepção positivista, o conhecimento científico se


sobrepõe a outras formas de conhecimento, tais como a religião e a
CIÊNCIAS HUMANAS E
POSITIVISMO
➢ O empirismo e o positivismo fundamentaram a tendência
naturalista que marcou fortemente o início da
constituição das ciências humanas, no final do séc. XIX e
no começo do séc. XX.

➢ O naturalismo representa a tentativa de emprestar o rigor


do método experimental e da matematização, típicos das
ciências da natureza, a análise dos fenômenos humanos
em ciências como a sociologia, a psicologia e a economia.

➢ Durkheim, partiu do pressuposto metodológico de que os


fatos sociais devem ser observados como se fossem coisas.
CIÊNCIAS HUMANAS E
POSITIVISMO

➢ Também a psicologia nascente se voltou para o exame dos


aspectos comportamentais que podem ser verificados
experimentalmente.

➢ Outra corrente da psicologia que exerceu marcante


influencia na pedagogia contemporânea é o behaviorismo
ou psicologia comportamentalista. Oriunda da mais
autêntica tendência naturalista e inspirando-se
inicialmente nas experiências com reflexo condicionado
teve como seus principais representantes: Watson e
Skinner.
CIÊNCIAS HUMANAS E
POSITIVISMO
➢ ASSOCIACIONISMO: a aprendizagem se faz por dois estímulos
- Um reforçador (positivo ou aversivo)

Skinner aperfeiçoou os estudos do condicionamento clássico, a partir


de experiências com pombos e ratos, estabeleceu as leis do
condicionamento instrumental (ou operante).

Experiência – caixa de Skinner


É colocado um animal faminto, que esbarra casualmente numa
alavanca diversas vezes, acaba associando o esbarrão com o alimento
que cai dentro da caixa. Passando então a pressionar a alavanca
sempre que deseja o alimento.
CIÊNCIAS HUMANAS E
POSITIVISMO
➢ Com isso compreendeu-se:
- Que se um reforço for dado a cada passo do processo, o
aluno demonstrará respostas positivas ou negativas.
- Dependendo do modo como a instrução for desenvolvida,
é possível estabelecer um controle dos atos e da
construção da aprendizagem do aluno.

- MÁQUINA DE ENSINAR
PROPOSTA DE SUPERAÇÃO
➢ Segundo as tendências contemporâneas, tanto a
apriorismo quanto o empirismo são insuficientes para
explicar a complexidade do ato cognitivo, esbarrando
várias vezes em problemas insolúveis.

➢ QUESTIONAMENTOS:

- Se as ideias são inatas, elas são atemporais e permanentes.


Então como explicar o fato de que a ideia inata de Deus
nem existe para alguns povos?
- E, quanto aos empiristas, como considerar que as
PROPOSTA DE SUPERAÇÃO
- Nesse caso poderíamos concluir que tudo é relativo? A
razão humana é incapaz de conhecer a realidade?

➢ SUPERAÇÃO: séc. XVIII (Kant), séc. XIX (Hegel e Marx),


séc. XX (Hursserl).

- Essas concepções são bastante diferentes, mas têm em


comum o fato de considerar insuficientes as posições
unilaterais do empirismo e do inatismo.
PROPOSTA DE SUPERAÇÃO
➢ Para superá-las, lançam mão de uma concepção mais
dinâmica de verdade, bem como estabelecem uma relação
intrínseca entre sujeito e objeto.

➢ Um postulado básica da fenomenologia é a noção de


intencionalidade:
- Dizer que a consciência é intencional significa dizer que,
ao contrário do que afirmam os inatistas, não há pura
consciência, separada do mundo, mas toda consciência
tende para o mundo, toda consciência é consciência de alguma
coisa.

➢ Para os fenomenólogos não há objeto em si já que estes só


PROPOSTA DE SUPERAÇÃO
➢ Com isso a relação entre sujeito e objeto deixa de ser
dicotômica. Para os fenomenólogos não há um ser escondido
atrás das aparências, o objeto é o que aparece uma consciência.

➢ Esta, por sua vez, desvela o objeto progressivamente, com


perfis e perspectivas variadas e infindas.

➢ Como se vê, a fenomenologia contrapõe-se ao positivismo, por


reconhecer que não nos encontramos diante de fatos, de coisas,
nem percebemos o mundo como um dado bruto, desprovido
de significados.

➢ O mundo é sempre um mundo para uma consciência


PROPOSTA DE SUPERAÇÃO
➢ Daí a importância do sentido, da rede de significações que
envolve os objetos percebidos.

➢ As teorias pedagógicas cujos pressupostos epistemológicos


pretendem superar as tendências aprioristas e empiristas são
conhecidas como interacionistas e construtivistas.

➢ Entre elas podemos citar as inspiradas em Piaget, Vygotsky,


Wallon etc.

➢ Interacionistas: porque o conhecimento não está, no sujeito


como queriam os aprioristas, nem no objeto, como afirmavam
os empiristas, mas resulta da interação entre ambos.
PROPOSTA DE SUPERAÇÃO
➢ O ato de conhecer é assim: dinâmico.

➢ O ser humano passa por estágios progressivos de auto-


organização nos quais as estruturas se sucedem,
alternando mobilidade e estabilidade (Piaget).

➢ Os polos sujeito-objeto, pessoa-mundo, professor-aluno,


dicotomizados nas perspectivas anteriores encontram-se
integrados, inter-relacionados, sem que se enfatize um
dos lados, já que ambos têm importância no processo.
PROPOSTA DE SUPERAÇÃO

➢ Valorizar o sujeito, o aluno, com sua experiência de vida e sua


capacidade de construção do conhecimento, não significa,
porém, que o interacionismo despreze o objeto, o mundo, o
professor e, portanto, o conhecimento como produto
acumulado pela humanidade e a autoridade do saber do
mestre.

➢ Ao mesmo tempo, o interacionismo nega que o saber do


mestre possa exercer por si só, pela mera transmissão, sem o
contraponto do saber que o aluno já traz, já que ele não é uma
tábula rasa.

➢ Portanto, para o interacionismo não existem, de um lado, um


PROPOSTA DE SUPERAÇÃO

➢ Ainda entre as teorias que destacam a dinâmica do


conhecimento, lembramos as teorias progressistas de
influência marxista e o construtivismo soviético que
utilizam a dialética.

➢ Assim, para a concepção essencialista do mundo basta a


lógica formal tradicional, enquanto que para a concepção
dinâmica, na qual tudo está em constante processo, a
dialética permite compreender o real na sua
contraditoriedade, na oposição entre tese e antítese.

➢ Dessa contradição deve surgir um terceiro momento, a


PROPOSTA DE SUPERAÇÃO

➢ Outra característica importante da dialética é a totalidade.


➢ O todo predomina sobre as partes.
➢ Isso significa que as coisas estão em constante relação
recíproca e que nenhum fenômeno da natureza ou do
pensamento pode ser compreendido isoladamente,
separado dos fenômenos que o rodeiam.

➢ Essas categorias permitem compreender o ser humano


como um ser histórico-social, mobilizado pela dialética
entre o ser social e o pessoal, a teoria e a prática, o
determinismo e a liberdade.
A EPISTEMOLOGIA E A PRÁXIS
PEDAGÓGICA
➢ Se perguntássemos a um professor o que ele considera
importante fazer para que seu aluno aprenda de fato, ele
poderá apresentar as seguintes respostas:

É importante que o professor saiba transmitir bem o


conhecimento acumulado na cultura a qual pertence.

O aluno precisa estudar bastante, treinando o suficiente


para fixar o que aprendeu
A EPISTEMOLOGIA E A PRÁXIS
PEDAGÓGICA
➢ Se perguntássemos a um professor o que ele considera
importante fazer para que seu aluno aprenda de fato, ele
poderá apresentar as seguintes respostas:

O esforço do professor é irrelevante diante de alunos


carentes, mal alimentados, vindos de famílias sem
tradição cultural.

O professor deve premiar quem trabalha bem punir


com nota baixa que não se esforça.
A EPISTEMOLOGIA E A PRÁXIS
PEDAGÓGICA
➢ Se perguntássemos a um professor o que ele considera
importante fazer para que seu aluno aprenda de fato, ele
poderá apresentar as seguintes respostas:

O bom professor é capaz de despertar o aluno o gosto


pelo estudo.

O professor precisa saber qual é o estágio de


desenvolvimento intelectual do aluno com o qual vai
trabalhar, a fim de criar situações para que ele aprenda
por si próprio.
A EPISTEMOLOGIA E A PRÁXIS
PEDAGÓGICA
➢ Se perguntássemos a um professor o que ele considera
importante fazer para que seu aluno aprenda de fato, ele
poderá apresentar as seguintes respostas:

O professor deve desenvolver as potencialidades que


todo aluno tem.
A EPISTEMOLOGIA E A PRÁXIS
PEDAGÓGICA
➢ O exemplos 1, 2, 3 e 4 fundamentam-se na tendência empirista,
porque partem do pressuposto de que o conhecimento é algo que
vem de fora e o sujeito o recebe de maneira mais ou menos passiva,
conforme o caso.

➢ Expressões como transmitir e treinar, nos dois primeiros exemplos,


são bastante reveladoras do caráter externo do processo.

➢ O terceiro exemplo é empirista também porque reforça a


passividade do sujeito, determinado pelo meio em que se insere,
fruto de um mundo externo hostil no qual ele está mal alimentado e
mal informado.

➢ O empirismo do quarto exemplo apresenta ainda características


típicas do behaviorismo, em que o ensino se baseia em reforços
positivos e negativos que modelam os reflexos condicionados.
A EPISTEMOLOGIA E A PRÁXIS
PEDAGÓGICA

➢ O quinto e o sétimo exemplos se caracterizam pelo


apriorismo, ao considerar o gosto de conhecer um
elemento inato, que precisaria ser revelado, assim como
ao se referir a algo em potência que pode vir à tona.

➢ O sexto exemplo revela uma tentativa de superação das


duas posições, na medida em que parte do pressuposto de
que o conhecimento do aluno não é o mesmo para todos
nem é estático, mas, se faz por estágios; além disso, ele
enfatiza o aspecto pessoal e dinâmico do processo de
conhecer.

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