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Universidade Federal da Bahia

Dept° de Sociologia
Faculdade de Filosofia e C. Humanas
Prof° Antônio da Silva Câmara
ROTEIRO DE ESTUDOS: A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO E A
ENCICLOPÉDIA DAS CIÊNCIAS FILOSÓFICAS EM EPÍTOME: F.
HEGEL

1. Plano de Fenomenologia do Espírito 1 - Neste livro Hegel analisa a


fenomenologia como um momento prévio à verdadeira constituição da ciência enquanto
conceitos, compreendido pela lógica. O objetivo básico é desenvolver a Filosofia na
perspectiva de apreensão da totalidade do espírito que se apresentar em si mesmo e
como ser outro. Nesta perspectiva Hegel desenvolve o processo de apreensão do espírito
em si mesmo; este movimento envolve os seguintes elementos: A. a consciência -
compreendendo a existência do espírito e o seu movimento de superação sensível,
compõe este item I A certeza sensível ou o isto e a suposição, II. A percepção, ou a coisa
e a ilusão, II. Força e entendimento, fenômeno e mundo supra-sensível; B
Autoconsciência - em um primeiro momento o verdadeiro desaparece na experiência
(sensível), o conceito de objeto se superou no objeto real, a primeira representação foi
substituída pela experiência imediata (cf. pag. 107 Fenomenologia), no momento da
autoconsciência a consciência recobra a certeza, perdida na experiência esta certeza de
si mesma e do seu objeto "Se chamamos conceito ao movimento do saber e o objeto do
saber, mas como unidade quieta, vimos que, não somente para nós, como para o saber
mesmo, o objeto corresponde ao conceito" (pag. 107 - Fenomenologia); compõe o item
B, IV A verdade da certeza de si mesmo (subtítulo A. Independência e sujeição da
autoconsciência; senhorio e servidão. B Liberdade da autoconsciência; estoicismo,
ceticismo e a consciência desventurada. C. A razão - os momentos anteriores
mantiveram-se na perspectiva da singularidade ou seja do conhecimento do em si,
mesmo na autoconsciência a atitude para com o ser outro apresentou-se de forma
negativo, como forma de apreensão do em si, o momento da Razão "é a consciência da
totalidade". A razão trabalha o singular da autoconsciência, mas busca ao mesmo tempo
a negação deste singular ao compreender que "há outro para mim". A "razão é a certeza
de ser toda realidade. Mas este em-si ou esta realidade é contudo algo completamente
universal, a pura abstração da realidade. E a primeira positividade que a
autoconsciência é em si mesma, para si e eu , portanto, somente essencialidade pura do
que é a categoria simples" (p145 - Fenomenologia) compõe o item da razão: IV certeza
e verdade da razão (subtítulo - A. Razão observante B. A realização da autoconsciência
racional por si mesma C. A individualidade que é para si real em e para si mesma) B. O
Espírito - Hegel considera que "a razão é espírito quando eleva a verdade da certeza da
totalidade e é consciente de si mesma e do mundo com si mesma" (p 259); "este é o
ponto de partida para entender o espírito como razão absoluta, como substância da
essencial universal que é ao mesmo a obra universal, o espírito é, assim, a essência
real absoluta que sustentar a si mesmo. Todas as figuras anteriores da consciência são
abstrações deste espírito; são o analisar-se deste espírito, o diferenciar os seus
momentos singulares.” (pag 260) compõe este item: o espírito verdadeira a eticidade; O
espírito alienado de si mesmo; a cultura; O espírito certo de si mesmo; a moralidade.
CC; A religião - a religião é concebida como o aperfeiçoamento do espírito "onde os
momentos singulares do mesmo, consciência, autoconsciência, razão e espírito,
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Os trechos citados neste resumo foram extraídos da Fenomenologia do Espírito na sua versão em
espanhol: Fenomenologia del Espírtiu. México. Ed Fondo de Cultura Economica. 1973. Os
trechos da Enciclopédia, foram extraídos da versão em português: Enciclopédia das Ciências
Filosóficas em Epitôme (Vol I ) Lisboa. Edições 70. 1989.
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retornam e quando retornados, como a seu fundamento, constituem em conjunto a
realidade que em si de todo espírito, o qual somente é como movimento que diferencia
e que retorna deste seus lados. O dever da religião em geral é contido no movimento
dos momentos universais" (pp398). A limitação da religião se dá na realização do
próprio espírito, pois a autoconsciência se reconcilia com o universal apenas através do
coração, pois a sua essência abstrata não conhece a si mesma como imediato, reconcilia-
se com o amor. Desta forma o espírito absoluto não se realiza plenamente pois exclui
para autoconsciência a figura do espírito na representação imediata. Compõe este item -
A religião natural, A religião da arte, a religião revelada. DD. O saber absoluto.
Composto de três itens : 1. o conteúdo simples do si mesmo que se demonstra como
ser;
2. a ciência, como conceber de si mesmo; 3. o espírito concebido em seu retorno
a imediaticidade do ser em si.
Notas para discussão da fenomenologia - consta desta parte notas sobre o
prefácio, Introdução e o saber absoluto.
O prefácio contém os seguintes itens:
I - as tarefas científicas do presente, subdivido em, 1. A verdade como sistema
científico. 2. a formação do presente; 3. O verdadeiro como principio e o seu
desenvolvimento.
II - O desenvolvimento da consciência para a ciência se subdividido em, 1. O
conceito do absoluto como o conceito do sujeito; 2. O devir do saber; 3. A formação do
indivíduo.
III - O conhecimento filosófico, subdividido em 1. O verdadeiro e o falso, 2. o
conhecimento histórico e o matemático; 3. O conhecimento conceitual.
IV - o que se requer para o estudo filosófico. (Este item não foi objeto de
estudo).
1. As tarefas científicas do presente - Hegel critica os prefácios que costuma
apresentar a finalidade de uma obra e sua relação com outras semelhantes. (cf p 07 -
fenomenologia.) Não considera válido colocar lado a lado afirmações e observações
dispersas acerca da verdade e procedimentos baseados na aparência que postulam por
uma filosofia que apresentar nos resultados a essência perfeita "frente ao qual
desenvolvimento parece representar o não essencial" (p 07). Contrapõe a esta
perspectiva a noção do movimento ( o espírito se acha em movimento incessantemente
progressivo, envolvendo um desenvolvimento contraditório ex. flor-fruto-semente).
Demonstra que a coisa não se reduz ao seu fim, encontrando-se no seu
desenvolvimento. Fixa a perspectiva do devir, diversidade, singular e universal. Destaque
para a noção de diversidade entendida como os limites da coisa, aparece onde a coisa
termina ou é o que a coisa não é. Logo a diversidade são os múltiplos aspecto
(representações) na realidade. Hegel chama a atenção para o processo do conhecimento
que implica na aquisição de conhecimento e princípios universais, em elevar-se ao
pensamento e realizar a experiência conhecendo a coisa em profundidade.
A utilização da experiência como método de estudo levaria ao rompimento com
a filosofia do amor ao saber para uma filosofia científica.
2. A formação do presente - O autor acentua o conceito como o elemento onde
se encontra o verdadeiro e as representações imediatas realidade que aparentam negar
este conhecimento, desenvolve a noção do espírito autoconsciente que cobra da filosofia
o reencontrar por meio desta a sua substancialidade e a consistência do seu ser; expõe a
perspectiva original das abstrações que permanecia distantes das experiência e a reação
a esta, que abandonou as imagens genérica (pletóricas) e aprisionou ao conhecimento
imediato, uma falsa experiência. Defende a ciência como conhecimento do universal e
das determinações, afastando-se da filosofia especulativa metafísica quanto do
comportamento empirista. (Cf p10 e 11).
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Na enciclopédia, Hegel define a coisa como “ a totalidade enquanto envolver, que
conflui para o uno das determinações do fundamento e da existência , segundo um dos
momentos, a saber, o da reflexão no outro, tem em si as diferenças pelas quais é uma
coisa determinada e concreta.
"Estas determinações são diversas umas das outras, é na coisa e não em si
mesmas que tem a reflexão em si. São propriedades da coisa, e sua relação com a
mesma é ter". (Enciclopédia p. 163. Hegel).
2. O verdadeiro como principio e seu desenvolvimento.
Hegel acentua na compreensão do verdadeiro. O movimento do espírito, em seu
movimento progressivo (ex. da criança p.12). Destaca o desenvolvimento quantitativo e
o salto qualitativo.
Expõe a ciência como resultado de prolongada transformação da cultura, não
encontrando o seu acabamento no seu início. A ciência seria " o todo que retorna a si
mesmo saindo da sucessão e de sua extensão, convertendo-se no conceito simples deste
todo". (Cf. P 30)
Hegel introduz o conceito de simplicidade como fundamento universal e
demonstra que sem esta compreensão a ciência carece de inteligibilidade universal e se
apresenta como conhecimento esotérico de uns poucos, critica o método de conhecer
pela extensividade, tomando grande quantidade de materiais e classificando-os para
depois submetê-los à idéia absoluta que aparentemente parece reconhecer-se. Neste
método universal apresenta-se vazio, repete-se tediosamente, não se reconhece no
particular o próprio universal.
II - O Desenvolvimento da consciência para a ciência - o conceito do absoluto
como conceito do sujeito.
Hegel afirma que o universal não pode ser apreendido apenas como substância
mas também como objeto. A substancialidade implica tanto no universal como no
imediato, "como o que é para o saber - ser ou imediaticidade”; Deve-se entender
também que é a universalidade que mantêm o pensamento como pensamento e, por fim,
que o pensamento unifica "o ser da substância consigo mesmo e capta a imediaticidade
ou a intuição do pensamento".
Na Enciclopédia Hegel define a substância como,
"(...) a totalidade dos acidentes nos quais ela revela como a sua absoluta
negatividade, isto é como poder absoluto e, ao mesmo tempo, como a riqueza de todo
o conteúdo. Mas tal conteúdo nada mais é do que a própria do que a própria
manifestação, enquanto a própria determinidade refletida em si e feita conteúdo, é
apenas um momento da forma que, no poder da substancialidade passa" ( Hegel,
Enciclopédia p. 175).
Hegel insurge-se com a apreensão do universal de modo estático que se encontra
nas tradições anteriores, como Deus por exemplo,
"Universalidade abstrata, na qual prescinde de sua natureza de ser para si,
com ele, do automovimento da forma geral" Hegel, Fenomenologia.
Para Hegel a substância é o ser que é verdadeiro sujeito enquanto o movimento
que se põe que se põe a si próprio ou a mediação de si mesmo com seu devir, logo põe a
sua própria negatividade ( o movimento nega o que ele próprio externou de si como
condição para o seu desenvolvimento. Para compreender o movimento Hegel destaca: o
todo como verdadeiro, o absoluto como o resultado, o devir como a mediação do
absoluto consigo mesmo. A reflexão (trabalho do espírito) se encontra como momento
positivo do absoluto, ela faz do "verdadeiro um resultado, que por sua vez supera esta
contraposição entre o verdadeiro e o seu devir pois este devir é igualmente simples e
portanto não se distingue da forma do verdadeiro, consistindo em mostrar-se como
simples no resultado". (Hegel, Fenomenologia ).

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Para Hegel não há finalidade externa na Filosofia, a razão não tem um fim
estabelecido pois o movimento é o próprio fim. O autor discute também a necessidade
de apresentar-se o absoluto como sujeito, que inicialmente tomou a forma de Deus como
sujeito fixo, sem movimento ao qual se atribui um predicado para conceder-lhe a
universalidade (Deus é eterno, é amor etc.) O sujeito se apresenta como ponto fixo e o
movimento como algo externo.
Hegel conclui que:
1. somente o saber é real e pode expor-se como ciência ou um sistema;
2. um principio da Filosofia, mesmo sendo verdadeiro já é falso enquanto
fundamento ou princípio.
3. Por isto é fácil refutá-lo.
O autor destaca o método da refutação interna, partindo dos seus princípios ou
fundamentos, atendendo aos aspectos negativos e positivos. Disto resulta a compreensão
de que o verdadeiro "somente é real como sistema ou que a substância é essencialmente
sujeito e se expressa na representação que o enuncia, o absoluto como espírito, o
conceito mais elevado de todos pertence à época moderna e à sua religião". O espírito
que conhece o seu ser em si e o ser outro, que se sabe desenvolvido é a ciência.
2. O devir do saber.
"O puro conhecer de si mesmo em seu absoluto ser outro, este éter enquanto tal,
é o fundamento e a base da ciência ou do saber em geral".
Hegel utiliza o termo éter como figurativo da própria essência, "ser que em si
ingressou em si" (Hegel, enciclopédia). A essência é o fundamento da própria realidade,
encoberta na imediaticidade pela aparência. O éter dá portanto a aproximação de um
elemento não visível em movimento. A ciência deveria remeter-se à este éter para poder
viver nela e com ela, unificando dentro de si o elemento universal e o imediato, voltando-
se contra si mesma e o seu aprisionamento pelas determinações.
3. A formação do indivíduo.
Hegel analisa a formação do indivíduo do ponto de vista da universalidade,
mostrando que ao longo da história o indivíduo universalizou-se, motivo pelo qual ele
tem de recorrer às fases anteriores de formação do espírito universal, como figuras
dominadas pelo espírito, como caminho já trilhado. Do mesmo: modo a ciência expõe
este movimento como sendo capaz de abarcá-lo em extensão, como deter-se em cada
momento " pois cada um deles constitui para uma figura total, individual e somente é
considerado absoluto enquanto sua determinabilidade se considerar como um todo ou
algo concreto ou quando se considerar o todo nesta determinação que ele tem de
peculiar". Logo a ciência entende cada momento determinado como figuração do todo
ou a peculiaridade de todo nesta determinação.
Hegel ainda acentua alguns elementos tais como a recordação: o conceito
recorda os momentos anteriores das suas próprias determinações; a representação e o
conhecimento das formas.
A representação é a primeira negação da imediaticidade, transformando o ser em
si em algo conhecido, o saber se volta contra a representação, contra o ser conhecido,
através da ação do si mesmo universal. Por isto "o conhecido em termos gerais,
precisamente por ser conhecido não é reconhecido. É uma ilusão (...) se ter como
certeza ( ou como pressuposição) do conhecimento algo que é conhecido e conformar-
se com ele" ( Hegel, Fenomenologia). exemplos: Deus, natureza, entendimento etc.
Ao contrário deste procedimento, Hegel propõe a análise da representação e sua
superação, através do entendimento que implicaria em decompor a representação em
seus elementos originais, retornar a momentos anteriores dela mesma. esta atividade de
separar conduziria aos elementos já conhecidos, superados, logo irreais. Elevar-se dos
elementos singulares ao universal seria a tarefa da negatividade que conduziria este
específico ao todo. Para Hegel, no período contemporâneo não se trata de purificar o
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indivíduos do sensível imediato, mas sim de realizar e animar espiritualmente o universal
mediante a superação dos pensamentos fixos e determinados, levando-os ao pensamento
puro que se torna conceito: "Através deste movimento, os pensamentos puros se tornam
conceitos e só então são em verdade, automovimentos, círculos; são o que sua
substância é, essencialidade pura". (Fenomenologia).
III - O verdadeiro e o falso.
Hegel destaca que os elementos do ser em si imediato, a consciência encerra os
momentos do saber e da objetividade negativa. A experiência como o percurso da ciência
para o desenvolvimento do espírito; a substância como objeto da consciência. O espírito
torna-se objeto de si mesmo no seu devir outro; o método da experiência leva a captar a
manifestação do espírito. Hegel analisa a manifestação no seu aspecto de verdade e de
falso e demonstra que ambas aparecem como figuras fixas e imóveis. Contraria esta
noção ao afirmar "não o falso como não há o mal". "O falso seria o outro, o negativo
da substância, que enquanto conteúdo do saber é verdadeiro" (fenomenologia). Ver
falso/verdadeiro como figuras fixas do saber seria uma atitude dogmática.
2. O conhecimento histórico e o conhecimento matemático
A História teria um conhecimento singular do conteúdo contingente e arbitrário,
o conhecimento da intuição imediata unida a seus fundamentos poderia superar esta
limitação e teria verdadeiro valor. Quanto à matemática Hegel considera que a mesma
seria desprovida de essencialidade. Todo método da experiência na matemática é externo
à ela mesma, ex. o triângulo e sua decomposição. na Matemática há um repousar sobre o
si mesmo que não se desloca. em contraposição o conhecimento filosófico conteria: a: o
um e o outro, o em si e o devir; b. unificaria estes dois momentos; c) existiria no interior
do próprio espírito.
Por outro lado, o conhecimento matemático se basearia em premissas defeituosas
como o fim, a magnitude e o espaço vazio. Estabeleceria a igualdade, tornando-se irreal,
pois na realidade não existe dois momentos iguais. Não estabeleceria o tempo. Por isto a
matemática seria inerte e abstrata.
3. O conhecimento conceitual
Na Filosofia a determinação seria essencial, seu elemento e seu conteúdo são
reais e põem a si mesmo e vive no conceito, engendram o positivo/negativo - que estaria
em vias de desaparecer, o essencial seria um "verdadeiro delírio báquico".
O verdadeiro é o delírio báquico, no qual nenhum membro escapa à embriaguez,
e como cada membro ao dissociar-se, se dissolve imediatamente por ele mesmo, este
delírio é ao mesmo tempo a quietude translúcida e simples. (Fenomenologia).
Acerca do método do conhecimento destaca-se em Hegel: 1. O método é a
estrutura do todo, apresentado em sua essencialidade pura; 2. crítica à matemática que
teria um método exterior à si mesma, tendo uma relação a - conceitual da magnitude e
por matéria um espaço morto. 3. crítica à triplicidade Kantiana (sujeito/objeto/predicado)
como formalista. “Em lugar da vida interior, do automovimento do ser em si, semelhante
determinabilidade simples da intuição, se expressa seguindo uma analogia superficial, e a
esta aplicação externa e vazia da formula se dá o nome de construção. (Fenomenologia).
Contra este formalismo Hegel opõe o automovimento do conceito que se
autodetermina e que se supera pela negatividade. Insiste ainda nas noções de
universalidade determinada como espécie, inteligibilidade e racionalidade. Sempre na
perspectiva do conceito.
Na Enciclopédia Hegel expõe o conceito como contendo a universalidade, a
particularidade, determinidade , nele (conceito) o universal permanece como
individualidade, reflexo da universalidade e da particularidade. Por isto o conceito seria
determinado em si e para si.
Roteiro da Introdução à Fenomenologia do Espírito

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Na Introdução à Fenomenologia Hegel discute inicialmente o próprio caráter de
uma Introdução, o autor opõe-se à prática de pôr-se previamente de acordo sobre o
conhecimento a ser utilizado para apoderar-se do absoluto. Este método seria apenas
aparentemente correto, pois o conhecimento quando utilizado para apreender a
realidade age de modo ativo atando sobre a mesma e modificando-a, o hábito de
“descontar do resultado a parte que corresponde ao instrumento (postura neutralista)
apenas levaria o conhecimento a retornar ao ponto de partida, tornado o conhecimento
externo ao objeto. Estes motivos levam o autor a rejeitar os preâmbulos que antecedem a
apreensão da coisa em si.
Contrário às introduções correntes ele propõe a superação das formas fixas
encontradas na consciência natural que teme a dúvida e apega-se à verdade " verdade
aparente das representações". "Na realidade, este temor pressupõe como verdade (...)
não somente alguma coisa, como também muita coisa que deveria se começar a se
examinar se é verdade ou não. Supõe, representações acerca do conhecimento como um
instrumento e um meio, assim como uma diferença entre nós mesmos e este
conhecimento; mas sobretudo pressupõe que o absoluto se acha de um lado e o
conhecimento de outro, como algo separado do absoluto (...)". (Fenomenologia);
Para Hegel a meta do conhecimento se encontra tanto no saber como em toda a
serie que forma o processo do conhecimento, por isto a meta não pode ser estabelecida
para momentos fixos, a consciência vê-se obrigada a ir além de si mesma "(...) a
consciência é para si mesma seu conceito, e com ele, de modo imediato o ir adiante do
limitado, e consequentemente além de si mesma, visto que o limitado lhe pertence".
(Fenomenologia). Hegel retomando o raciocínio do acordo prévio acerca do
conhecimento, afirma que não é necessário se firmar uma pauta como base para o
conhecimento, pois esta pauta estaria no próprio objeto " o saber é o nosso próprio
objeto, é para nós; (...) a essência ou a pauta estaria em nós". A consciência daria a ela
própria sua atuação, por isto a investigação consistiria em comparar a consciência
consigo mesma, pois a consciência teria dentro de si o verdadeiro "se chamamos ao
saber, conceito e essência ou ao verdadeiro o que é objeto, o exame consistirá em ver se
o conceito corresponde ao objeto". (Fenomenologia). Por outro lado, se "chamamos
conceito à essência ou ao em si do objeto e entendemos por objeto, ao contrário, o que é
como objeto, quer dizer para o outro, o exame consistirá em ver se o objeto corresponde
que o conceito". Para Hegel estes dois momentos constituem um mesmo processo, são a
mesma coisa. O fundamental a reter deste processo é que a consciência apresenta-se de
modo duplo, como consciência do em si mesma e como consciência do objeto, ou
consciência da verdade e do que ela própria sabe da verdade.
Este movimento da consciência para si mesma e para seu objeto constitui para o
autor a experiência "o movimento dialético que a consciência executa em si mesma,
tanto no seu saber como no seu objeto, enquanto surge diante dela um novo objeto,
enquanto surge diante dela um novo objeto verdadeiro, é o que se chamará
propriamente de experiência". (fenomenologia)
A experiência seria um movimento da consciência tornando-se objeto em si e
objeto para si mesma.
Para finalizar Hegel chama a atenção para a diferença entre o seu método da
experiência para o que se apresenta de modo comum como experiência. A transição do
primeiro objeto (em si) para um outro objeto (para si) se apresenta como um saber do
primeiro objeto que transita para o segundo objeto; segundo Hegel comumente se
acredita o que transita para o outro objeto é a não verdade contida no primeiro objeto.
Logo nós apreenderíamos o em si e para si;

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Hegel apresenta o movimento de formas que "em seu movimento, um momento
do ser em si ou ser para nós, momento que não está presente na consciência que se
acha por si mesma imersa na experiência, mas que o conteúdo do que nasce diante de
nós é para ela, e nós somente captamos o lado formal deste conteúdo ou seu puro
nascimento; para ela, isto que nasce é somente enquanto objeto, enquanto para nós é
ao mesmo tempo movimento e devir" (Fenomenologia). Note-se que Hegel ao
desenvolver esta noção de experiência acentua o em si (consciência) que põe o seu ser
outro, esta consciência percebe apenas o nascimento (logo o seu ser em si capta apenas o
nascimento da sua negação) enquanto o seu ser para si (ou para nós) capta o movimento
e o seu devir (futuro).
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Observações acerca do ser em si, ser para si.


Para melhor instrumentalizar a compreensão da introdução podemos lançar mão
das definições de Hegel na Enciclopédia acerca do ser.
Pag 137 : Hegel define o Ser como "Conceito só em si; as suas determinações
são enquanto são, e na sua distinção são estranhas umas às outras, e à sua ulterior
determinação (a forma dialética) é um passar para outro; esta determinação é um pôr-
fora-de-si, e assim um desdobrar do conceito que estava em si, e simultaneamente o
entrar em -si- do-ser, um aprofundar-se deste em si mesmo".
Pag 138. "O puro ser constitui o começo, porque é tanto pensamento puro como
o imediato e determinado pelo ser".
Pag 139. "O puro ser é a pura abstração, por conseguinte o absolutamente
negativo, que tomado também imediatamente, é o nada".
O ser-par-si é a superação do ser outro, encontra-se esta definição tanto na
Enciclopédia como na lógica, neste último livro Hegel afirma: “O ser-para-si consiste em
superar a barreira do ser-outro o infinito retorno a si mesmo”.
Na Enciclopédia encontra-se a definição do ser outro como a negação do ser em
si e do ser para si como a negação da negação ( negação do ser outro ser outro),
entendendo este último como a superação da superação que restabelece a unidade do
ser;
Roteiro do Capítulo final da Fenomenologia - o saber Absoluto
O Saber Absoluto é composto de três itens básicos: 1. O conteúdo simples do si-
mesmo que se demonstra como ser; 2. A ciência, como o conceber-se de si-mesma; 3. O
espírito concebido, em seu retorno à imediaticidade do ser em si ( ou ser - aí,
manifestação de ser em si).
1. O conteúdo simples do si mesmo que se demonstra como ser -
Hegel entende que o saber absoluto é o momento mais elevado do espírito,
momento em que este consegue saber a si mesmo como ser-para-si, neste momento as
suas determinações anteriores constituem-se em recordações do seu passado e
relacionam-se com o conceito internamente, movimento da objetivação/alienação
realiza-se agora ano interior do próprio conceito. Neste primeiro item o autor chama a
atenção para as formas anteriores do saber espiritual particularmente na religião
revelada., momento de abstração mais elevada onde porém o espírito não superou o
estágio da autoconsciência (ver plano da fenomenologia). No momento do saber
absoluto a consciência deve comportar-se para o objeto como totalidade dos seus
momentos. A superação do objeto comportaria o duplo aspecto da alienação: positivo-
momento do ser-outro, negativo-superação do si-mesmo. A consciência se apresenta ao
mesmo tempo como objeto imediato e como dever.
O autor demonstra as fases do conhecimento do espírito destacando:
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a) a razão observante que via o objeto como indiferente a si mesma, pondo-o
externo a si mesma mas buscando se encontrar no imediato do objeto; esta razão
observante poderia ser entendida como o ser do eu é uma coisa . Para Hegel esta
representação tomada em seu ser imediato (aparência) é carente de sentido espiritual,
mas vista do ponto de vista do conceito seria rico, ainda que o seu interior ( a sua
riqueza de conteúdo) não se encontraria presente. Hegel entende que a compreensão
desta formula seria a coisa sou eu ou seja autoconsciência recorre ao mundo para se
encontrar, encontra-se sem independência prisioneira da coisa, a coisa se apresenta como
o si-mesmo. para Hegel neste estágio o saber ainda está incompleto, mantendo-se como
o conhecimento da imediaticidade do ser . Exemplifica este saber como a
autoconsciência moral ou a essencialidade absoluta como o ser sensível; a consciência
moral seria portanto o saber de si mesmo. b. Este movimento se supera em segundo
momento onde a consciência percebe o ser em si como ser-aí (o ser aí seria um momento
transitório do ser em si determinado, apresentando ao mesmo tempo a percepção a
percepção do singular e o movimento do universal para o singular; c. o terceiro
momento “ a universalidade ou a essência somente vale para cada um dos opostos como
saber; e estes superam, por último a oposição vazia que no entanto permanece e são o
saber do eu=eu; este mesmo singular que é ao mesmo tempo universal”
(Fenomenologia). este movimento só é pleno na ciência, ainda que a religião também o
tenha experimentado, pois o espírito não tem a forma livre do ser-outro, o ser-aí é
diferente da autoconsciência. O espírito na religião seria consciente de si no mundo. "Na
medida em que o espírito se representa na religião a ele mesmo, certamente é
consciência, e a realidade encerrada na religião é a figura e a roupagem da
representação". O autor conclui que, como a realidade não experimenta de novoa a
representação a religião seria uma figura determinada não representando o espírito
consciente de si-mesmo. A religião portanto limitaria o espírito, enquanto o conceito
(ciência) seria capaz de apreendê-lo por ser capaz de superar as suas próprias
determinações.
2. A ciência, como o conceber de si-mesmo
A ciência seria a última figura do espírito, através do saber conceitual que
conheceria não só o conteúdo como a forma do saber ( em contraposição à religião). O
conceito seria a forma pura da objetividade, o singular enquanto universal, onde o ser
para si se encontraria plenamente. Para Hegel este momento só poderia ser alcançado
quando o espírito iguala a consciência. O processo para alcançar este momento do
espírito realizado na história consiste no trabalho espiritual (trabalho concebido como
trabalho intelectual) este trabalho leva o espírito a "renunciar à esperança" de conhecer
o espírito externamente (pois esta superação conduz à própria autoconsciência - ex.
religião) e buscar conhecer o seu próprio mundo e o seu presente. Hegel destaca a
observação como a enunciadora do princípio de "modo abstrato" da unidade imediata
entre o pensar e o ser, ponto de partida para a superação da autoconsciência e conceber
o ser para si.
3. O espírito concebido, em seu retorno à imediaticidade do ser (ser-aí).

A o atingir a pura objetividade no conceito, o espírito encontra a sua própria


imediaticidade, ou como diz Hegel o movimento do conceito dentro de si mesmo, ou
seja a forma objetiva da verdade e o si mesmo formam uma unidade imediata.
"A ciência contêm nela mesma esta necessidade de alienar de si a forma do
puro conceito e o transito do conceito à consciência. Pois o espírito que se sabe a si
mesmo precisamente porque capta seu conceito, é a imediata igualdade consigo mesmo
(...) este despojar-se da forma de seu si-mesmo é a mais lata liberdade e segurança do
seu saber de si".

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O autor entende que o espírito deve sacrificar-se para apreender o seu ser para-si,
o que se dá através da sua alienação no mundo. Por fim é necessário registrar que o
espírito sempre põe o seu devir ( a sua transformação, o seu vir a ser) que na história é o
devir que sabe, que se mediatiza a si mesmo; enquanto na natureza (último devir do
espírito), o espírito permanece alienado, "não é o ser-aí outra coisa que esta eterna
alienação de sua substância e o movimento que instaura o sujeito". (Fenomenologia).
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Observações acerca da Idéia Absoluta - Notas da Enciclopédia
Hegel define a Idéia Absoluta na pag. 220.
"A Idéia como unidade da idéia subjetiva e objetiva, é o conceito da idéia, para
o qual a idéia como tal é o objeto, e perante o qual ela se comporta como objeto; - um
objeto em que todas as determinações se encontram reunidas. Esta unidade é, pois,
para a verdade absoluta e inteira, a idéia que se pensa a si mesma e é aqui, e claro
está, idéia pensante, idéia lógica".
Na pag. 220, parágrafo 237, Hegel afirma: "A idéia absoluta, porque nenhuma
passagem ou pressuposto e, em geral, nenhuma determinidade nela há que não seja
fluente e transparente, é para si a pura forma do conceito, que intui o seu conteúdo
como ela própria; é conteúdo para si, enquanto é ideal distingue-se a si-mesma de si;
e uma das coisas distintas é a identidade consigo mesma, mas na qual contêm a
totalidade da forma como sistema de determinações do conteúdo. Este conteúdo é o
sistema lógico. Como forma, nada resta aqui à idéia senão o método deste conteúdo - o
saber determinado acerca do valor dos seus momentos".
Quanto à identidade:

Parágrafo 115, p. 157


“A essência aparece em si ou é pura reflexão; por isso, é apenas referência a si,
não enquanto imediata, mas coma reflexa – identidade consigo.

Diferença:
Paragro 116, p. 158

“A essência é apenas pura identidade e aparência em si mesma enquanto é


negatividade que a si mesma se refere, e, portanto, sua repulsa é a negatividade de si
mesma, contém, pois, essencialmente a determinação da diferença”
“O ser-outro já não é aqui o qualitativo, a deteminidade, o limite; mas,
encontrando-se na essência qua a si se refere, é a negação ao memso tempo como
referência, diferença, posição, mediação.” (idem)

p. 117
A diferença é 1) diferença imediata, a diversidade que cada distinto é para si o
que é indiferente à sua referencia ao outro, a qual, por isso, lhe é exterior,. “Por causa da
indiferença dos distintos em relação à sua diferença, esta incide, fora deles, num terceiro,
num comparativo, a diferença extrínseca, é enquanto identidade dos referidos, a
igualdade; como não identidade dos mesmos é a desigualdade”. (idem)²

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