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Castanhal – PA
2016
MARIA SUZANE LAVAREDA DE OLIVEIRA
RAIMUNDO NONATO DA SILVA
Castanha-PA
2016
MARIA SUZANE LAVAREDA DE OLIVEIRA
Banca Examinadora
______________________________________________________________________
Prof.ª M.Sc. Regiara Croelhas Modesto (Orientadora - Presidente)
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA Campus Castanhal
______________________________________________________________________
Profª. Dra. Roberta de Fátima Rodrigues Coelho
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA Campus Castanhal
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural e Gestão de
Empreendimentos Agroalimentares
____________________________________________________________________
Profª. Msc. Maria Cristina das Neves Silva
Faculdade de Castanhal – ESTÁCIO/FCAT
CASTANHAL – PA
2016
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado coragem e saúde para superar as dificuldades.
Ao instituto Federal do Pará - Campus Castanhal, seu corpo docente, a todos os professores e
alunos que fizeram e fazem parte da minha caminhada, aos funcionários que sempre foram
atenciosos.
Agradeço a minha orientadora, Regiara Croelhas Modesto pelas correções e incentivos nos
dado, que colaboraram com o amadurecido muitas de nossas ideias a respeito da Politica
Publica do PNAE.
Agradeço aos meus familiares, irmãs que sempre foram minhas melhores amigas e nunca me
deixaram desistir, aos meus irmãos, sobrinhos, cunhados em especial aos meus pais, José de
Oliveira Neto e Adelina Lavareda de Oliveira, que me deram a oportunidade da vida.
Ao meu companheiro e amigo Paulo Henrique Martins Scaramussa, pelas horas de incentivos
e paciência não deixando faltar carinho e amor juntamente com nossa adorável filha
A minha sogra Sandra Martins que me deu suporte quando precisei me ausentar para estudar,
ao meu cunhado Joao Carlos Martins Scaramussa. Aos meus amigos que me apoiaram e me
deram forças, Raimundo Nonato da Silva, Camila Sampaio, Vagner Nascimento e Bruna
Ciarini.
Agradeço a todos que fizeram parte dessa jornada de forma indireta ou direta, deixo meu
muito obrigada!
A minha família, Rogerio, Rodrigo e Junior e em especial a minha Esposa Maria José Lopes
Monteiro, pela compreensão, dedicação, apoio e palavras de conforto.
A todos os meus colegas da turma de Agronomia 2011, que com eles convivi em um período
de cinco anos, e que me acolheram e me ajudaram na minha graduação.
ABSTRACT:
The National School Feeding Programme is managed by the National Fund for Education
Development and aims to transfer, additional character, financial resources for executing the program
entities to partially meet the nutritional needs of students enrolled in primary education in public
schools and philanthropic . In 2009, the program includes legislation family farming category as a
direct benefit, enabling access to at least 30% of the resources allowing, among others, rural
development. However, a study conducted by the FNDE/MDA (2010), the northern region is among
the regions that buy less food products Family Agriculture. In the State of Para, some municipalities
prove this scenario. Thus, this research was conducted in the city of Tome-Acu and aimed to carry out
a survey of potential socio-productive family farming organizations for access to PNAE, and to
investigate the main difficulties faced by them in the insertion of foodstuff of family farming in the
food school. The research was exploratory type and data collection were used the tools SWOT
(Strengths, Weakness, Opportunities, Threats) and the Seasonal Calendar. Four associations of the
municipality showed effective potential and interest in acessas public policy: Association of Rural
Workers of Tome Acu - ASTRUTA; Residents Association Miritipitanga - ASMUMI and Residents
Association, Farmers and Quilombolas New Bethel Community. Among the major bottlenecks for the
lack of access of these organizations to PNAE are problems in the organization of farmers and lack of
technical assistance and rural extension.
.
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
procedimentos diversos que expressam relações de poder e que se destinam a produzir uma
solução pacífica a conflitos relacionados a decisões públicas. Sendo estas decisões
intenções sobre a solução de um problema. “A política pública é uma ação intencional,
com objetivos a serem alcançados (SOUZA, 2006)”.
Não existe ainda consenso na literatura sobre o conceito ou definição de Políticas
Públicas. Em geral, entendem-se Políticas Públicas como instrumento ou conjunto de ação
dos Governos (SOUZA, 2006), uma ação elaborada no sentido de enfrentar um problema
público (SECCHI, 2012). Apesar das Políticas públicas não se apresentarem em sua real
dinâmica, o ciclo das políticas públicas tem grande utilidade e pode auxiliar na organização
das estratégias, esse processo de organização faz com que a complexidade seja
simplificada e ajuda nossos administradores e políticos a solucionarem um determinado
problema público (MAIA, 2015). Castro (1989) salienta que a formulação e a
implementação de programas e políticas sociais representam os principais aspectos nos
estudos de avaliação. Enquanto a formulação está associada à escolha de uma política
específica, parte da fundamentação de seu conteúdo, e indica os valores implícitos nos
objetivos almejados com a sua execução.
Segundo Lima (2012), Políticas públicas consistem em ações tomadas pelo Estado
que têm como objetivo atender os diversos setores da sociedade civil. Essas políticas são
muitas vezes feitas juntamente e com o apoio de ONGs (Organizações Não
Governamentais) ou empresas privadas. Quanto aos seus tipos, as políticas públicas podem
ser distributivas, redistributivas e regulatórias, sendo que podem atuar na área industrial,
institucional, agrícola, educacional e da assistência social. Política consiste no conjunto de
procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam à
resolução pacífica dos conflitos quanto aos bens públicos. (RUA, 1998; LIMA, 2012).
Junqueira e Lima (2008) ensaiam que as sociedades modernas têm como principal
característica a diferenciação social. Seus membros não apenas possuem atributos
diferenciados, como também possuem ideias, valores, interesses, e aspirações diferentes.
Tudo isso faz com que a vida em sociedade seja complexa e frequentemente envolva
conflitos: de opinião, de interesses, de valores, etc. Desse modo, para que a sociedade
possa sobreviver e progredir, o conflito deve ser mantido dentro de limites administráveis,
e para isso, existem apenas dois meios: a coerção e a política. O uso da coerção pura e
simples traz inúmeros problemas sociais, declaram os autores, além do que, quanto mais
11
utilizada, mais reduzido se torna seu impacto, e mais elevado se torna seu custo. Resta
então, como opção socialmente mais responsável, a política. Esta envolve coerção – como
possibilidade – mas não se limita e ela. Por isso é que o Estado implementa políticas
públicas, pois estas compreendem um conjunto de decisões e ações estrategicamente
selecionadas, relativas à alocação de valores normativos e pecuniários com a finalidade de
implementar determinadas ações objetivando promover o crescimento e o desenvolvimento
de um setor econômico ou de um lócus geográfico (RUA, 2005, citado por JUNQUEIRA e
LIMA, 2008).
Para Bellen e Trevisan (2008) eram centrais para essa agenda as questões de arranjo
institucional: descentralização, participação, transparência e redefinição do mix público-
privado nas políticas. A essa transformação da agenda seguiu-se uma redescoberta na
agenda de pesquisas das políticas municipais e descentralização. Em segundo lugar, não
obstante o fim do período autoritário constatou-se que os obstáculos à consecução de
políticas públicas efetivas continuaram existindo, o que serviu para fortalecer os estudos
sobre políticas.
12
A discussão sobre as políticas públicas vem ganhando maior espaço nas agendas
governamentais à medida que permite orientar e avaliar as ações dos governantes nas
diversas áreas de atuação (SOUZA, 2006). O caso em estudo analisa políticas públicas de
alimentação e nutrição, voltadas à área de segurança alimentar e nutricional (SAN),
focando dois programas: o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), porém neste trabalho serão abordados
aspectos relacionados especificamente ao Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE).
2. 2 Agricultura Familiar
Agricultura familiar não é propriamente um termo novo, mas seu uso recente, com
ampla penetração nos meios acadêmicos, nas políticas de governo e nos movimentos
sociais, adquire novas significações. Quando o poder público implanta uma política federal
voltada para este segmento, o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar –
PRONAF (BRASIL, 1996) ou quando cria a Lei 11.326/2006, a primeira a fixar diretrizes
para o setor (BRASIL, 2006), a opção adotada para delimitar o público foi o uso
“operacional” do conceito, centrado na caracterização geral de um grupo social bastante
heterogêneo. Já no meio acadêmico, encontramos diversas reflexões sobre o conceito de
agricultura familiar, propondo um tratamento mais analítico e menos operacional do termo.
(ALTAFIN, 2007).
13
Muito pertinente é o que Alves (2010) coloca quando diz que as definições
políticas da agricultura familiar tomam como base que a grande maioria das tarefas do
estabelecimento são realizadas pela família. A mão-de obra assalariada é um evento raro.
A definição impõe restrições quanto ao tamanho do estabelecimento ou do negócio para
eliminar os grandes estabelecimentos administrados pela família.
Nessa perspectiva, vale lembrar o que Lima e Junqueira (2008) escrevem a respeito
do tamanho da propriedade ao dizer que a legislação brasileira define a propriedade
familiar como imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua
família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e progresso
socioeconômico, com área máxima fixada para cada região assim como seu tipo de
exploração, podendo ser, eventualmente, trabalhado com a ajuda de terceiros – Estatuto da
Terra, Lei 4.504/64 (enfoque dos autores). Posteriormente, continuam Lima e Junqueira
(2008) a Lei n° 11.326/06 caracteriza a agricultura familiar como sendo aquela
desenvolvida em propriedades rurais de até 04 (quatro) módulos fiscais, onde predomina o
trabalho familiar sobre a mão-de-obra total do estabelecimento. O valor da unidade
15
“módulo fiscal” é fixado pelo INCRA, e varia de município para município, com base nos
critérios do art. n° 4 do Decreto 84.685/80.
Bianchini (2005) chama a atenção para um enfoque importante na questão da
agricultura familiar quando relatam que historicamente, as principais dificuldades para o
desenvolvimento da produção agrícola familiar no Brasil são: baixa capitalização, acesso a
linhas de crédito oficiais, acesso à tecnologia, disparidade produtiva inter-regional, acesso
à assistência técnica à produção rural, e acesso aos mercados modernos. Características
como: multisetoriedade rural; diversidade produtiva (através de sistemas integrados de
produção animal, vegetal, e manejo florestal); e tipo de mão-de-obra utilizada na produção;
são comuns a um grande universo de pequenos agricultores familiares.
Chayanov (1981) reforça que o interesse da família agricultora de obter lucro com
sua atividade produtiva, está necessariamente subordinado à satisfação da família. E isso
ocorre devido não haver a separação entre gestão e trabalho, estando ambos sob a
responsabilidade do produtor e sua família. Enquanto a necessidade de contratar mão-de-
obra, ela ocorre de forma a complementar a força de trabalho da família. Sob esta ótica,
para Denardi (2001, citado por LIMA e JUNQUEIRA, 2008) um estabelecimento familiar
16
Embora a Lei n. 8.666/93 não proibisse a compra direta, ela também não fazia referência a
isso. A falta de regramento gerava várias interpretações, fazendo com que todo o aparato
administrativo – setor de compras, tesouraria, financeiro e jurídico – alegasse a impossibilidade e
o impedimento do processo (TRICHES et al., 2012). Somente em 1993, a Lei nº 10.696, de 02
de julho de 2003 instituiu o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e desburocratizou o
processo de aquisição dos produtos da agricultura familiar para o atendimento aos programas
públicos, dispensando, neste caso específico, as regras de licitação requeridas pela Lei 8.666/93,
criando, portanto, um marco jurídico capaz de possibilitar uma presença mais efetiva do Estado
no apoio aos processos de comercialização desenvolvidos por esta categoria específica de
produtores (BRASIL, 2003).
Baseado neste marco jurídico a Lei nº 11.947/2009, em seu Art. 14, enunciou que a
aquisição poderia ser realizada dispensando-se o procedimento licitatório, desde que os preços
sejam compatíveis com os vigentes no mercado local, observando-se os princípios inscritos no
art. 37 da Constituição Federal, e os alimentos atendam às exigências do controle de qualidade
estabelecidas pelas normas que regulamentam a matéria. Porém, ainda que referenciado a
dispensa, a legislação não fez referência a qualquer outro procedimento legal (BRASIL, 2009).
valor total de repasse do FNDE para execução do PNAE seja superior a R$ 700.000,00
(setecentos mil reais) por ano, a EEx. poderá optar por aceitar propostas apenas de organizações
com DAP Jurídica, desde que previsto na chamada pública”. (BRASIL, 2013)
Figura 1: Mapa dos recursos repassados pelo FNDE por estado em 2011
3. METODOLOGIA
Sua rede hidrográfica é representada pela bacia do rio Acará-Mirin e seus afluentes
o rio Tomé-Açu (seu principal afluente), o rio Mariquita e o rio Cuxiú. O município fica
situado na margem esquerda do rio Acará-Mirin que atravessa o município no sentido
norte-sul (RODRIGUES et al., 2001). Apresenta vegetação natural, caracterizada como
floresta equatorial subperenifólia densa das terras baixas e densa aluvial, com vegetação
secundária na forma de capoeiras, resultante da ação de atividades agrícolas, extrativistas e
madeireiras e implantação de diferentes culturas agrícolas como a pimenta-do-reino. Os
ecossistemas naturais da região Nordeste Paraense, sofreram grandes alterações,
provocadas pela forte pressão da ocupação humana na área, causando mudanças
25
Sua ocupação agrícola por meio da imigração japonesa ocorreu em duas fases: uma
com a predominância de monocultivos de pimenta-do-reino e cacau no período de 1940 a
1970 e a fase atual com o crescimento de sistemas agroflorestais (YAMADA, 1999). Nesta
fase destacam-se espécies arbóreas remanescentes da mata original como a Castanha-do-
Brasil, o cedro (Cedrelafissilis Vell) e o ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia Vahl). A
dinâmica da vida social, econômica e cultural do povoado de Tomé-Açu gerou em torno da
atividade agrícola e da Cooperativa, cooperativa agrícola mista de Tomé Açu (CAMTA).
A agricultura em Tomé-Açu continua sendo uma atividade importante, tendo diversificado
as atividades produzidas. Atualmente, o Município é constituído apenas do Distrito-Sede:
Quatro Bocas (REIS; PEREIRA, 2014).
1. Associação dos Trabalhadores Rurais de Tomé Açu – ASTRUTA que possui 23 sócios,
dos quais 10 participaram desta pesquisa (Apêndice J);
2. Associação de Moradores Unidos de Miritipitanga – ASMUMI que possui 23 sócios,
dos quais 10 participaram desta pesquisa (Apêndice K);
3. Associação de Produtores e Produtoras de Agricultura Familiar do Município de Tomé-
Açu – APPRAFAMTA ASMUMI que possui 24 sócios, dos quais 12 participaram
desta pesquisa (Apêndice L);
4. Associação de Moradores, Agricultores e Quilombolas da Comunidade Nova Betel que
possui 50 sócios, dos quais 20 participaram desta pesquisa;
26
3. 3. Tipo de pesquisa
A pesquisa realizada foi um estudo de caso que Segundo Godoy (1995) tem o
objetivo de aprofundar a descrição de determinado fenômeno, o investigador pode optar
pelo estudo de situações típicas (similares a muitas outras do mesmo tipo) ou não usuais
(casos excepcionais). O estudo de caso tem se tornado a estratégia preferida quando os
pesquisadores procuram responder às questões "como" e "por quê" certos fenômenos
ocorrem, quando há pouca possibilidade de controle sobre os eventos estudados e quando o
foco de interesse é sobre fenômenos atuais, que só poderão ser analisados dentro de algum
contexto de vida real. Adotando um enfoque exploratório e descritivo, o pesquisador que
pretende desenvolver um estudo de caso deverá estar aberto às suas descobertas. Mesmo
que inicie o trabalho a partir de algum esquema teórico, deverá se manter alerta aos novos
elementos ou dimensões que poderão surgir no decorrer do trabalho. O pesquisador deve
também preocupar-se em mostrar a multiplicidade de dimensões presentes numa
determinada situação, uma vez que a realidade é sempre complexa.
O estudo se iniciou com coleta de dados documentais, tais como: (Extrato de DAP
(Declaração de Aptidão ao Pronaf); Editais chamadas Públicas (Apêndices); em sites
oficiais (Extrato de DAP Web; Receita Federal) e levantamento bibliográfico. O segundo
passo na pesquisa foi a realização de reuniões para aplicação das ferramentas: FOFA e
Calendário Sazonal.
Segundo Marinho e Freitas (2015), a FOFA é uma ferramenta do Diagnóstico Rápido
Participativo que possibilita o diagnóstico e avaliação de processos socioambientais e
produtivos referentes a um determinado grupo social, organização e instituição. A partir
dessa metodologia é possível identificar as Fraquezas, as Oportunidades, as Fortalezas e as
Ameaças (FOFA) que interferem na dinâmica do grupo envolvido no processo de
diagnóstico/intervenção. Faria e Neto (2006) reforçam que em um Calendário Sazonal, o
que move a discussão é o tempo, as diferenças sazonais que marcam determinados
aspectos da realidade, como chuvas, doenças, variações da população, disponibilidade de
recursos financeiros ou naturais, entre outros.
A aplicação da FOFA e do Calendário Sazonal foram realizados em cada uma das
Associação, onde a reunião iniciou com uma breve explicação sobre o PNAE e em seguida
sobre as metodologias que seriam realizadas. Os agricultores foram divididos em grupos,
27
sendo que cada grupo recebeu uma cartolina e um pincel para que eles pudessem anotar as
fortalezas, fraquezas, oportunidades e ameaças observadas em sua organização
socioprodutiva. Ao final de cada reunião, os grupos apresentavam o resultado da
metodologia construída.
Após a conclusão da FOFA foi construído o Calendário Sazonal. Os recursos para
registros das falas foram o gravador e máquina fotográfica, previamente autorizados pelos
entrevistados. É importante ressaltar que as fotografias, são um meio universal de se
comunicar. A partir dela é possível observar, conhecer, bem como, documentar, mostrar,
vermos o mundo e ele nos vê. Considerando seu poder de interação, podemos prever o
quanto esses recursos podem influenciar as pessoas e ajudar a documentar fatos
considerados importantes para a sociedade. (OLIVEIRA; FRISONI, 2009).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
no local até os dias de hoje. Para homenagear um monte citado na bíblia, a comunidade
passou a ser chamada Nova Betel.
Gráfico 1: Valor repassado para o município de Tome-Açu nos ano de 2011 a 2014
percentual de aquisição da Agricultura Familiar
R$1.999.287,60
R$1.761.636,00
R$1.613.860,80
R$ 1.381.620,00
R$508.947,45
R$401.182,00
R$116.070,80 R$153.564,17
Edital de
Fornecedores, por
Chamada Pública Produtos fornecidos
contrato
ou Licitação
Abacaxi, Banana,
Castanha do Brasil,
Frutas Laranja, Mamão,
Melancia, Milho Verde,
Pupunha
Polpa de Açaí, Polpa de
Maracujá, Polpa de
Polpas de
Acerola, Polpa de
frutas
Individuais (DAP Cupuaçu; Polpa de
Edital de Licitação individual) Taperebá
1 nº 9/2011 - Total de Macaxeira, Batata Doce,
1301003 fornecedores: Tubérculos
Inhame
30 (Trinta)
Cebolinha, Coentro,
Couve, Abobora, Cariru,
Hortaliças
Jambu, Pimentinha,
Pimentão, Pepino
Farinha de Tapioca,
Outros
Farinha de Mandioca
32
Edital de
Fornecedores, por
Chamada Pública Produtos fornecidos
contrato
ou Licitação
Abacate, Mamão,
Melancia, Quiabo,
Frutas Limão, Laranja, Alface,
Banana, Taperebá,
Goiaba.
Polpa de Maracujá, Polpa
de Muruci, Polpa de
Polpas de
Individuais (DAP Cupuaçu, Polpa de
frutas
individual) Abacaxi, Polpa de Açaí,
Edital nº 9/2012 - polpa de acerola.
2 Total de
0602003
fornecedores:
22 (Vinte e dois) Tubérculos Macaxeira
Edital de
Fornecedores, por
Chamada Pública Produtos fornecidos
contrato
ou Licitação
Macaxeira
Tubérculos
Informais (DAP
individual) = 53
(cinquenta e três)
4 Edital n° 001/2014 +
Grupo Formal
(Associação dos Abobora, abobrinha,
Trabalhadores Rurais cariru, cebolinha,
de Tomé – Açu) Hortaliças cheiro verde, couve,
jambu, pimentinha,
pimentão, pepino.
Estatuto Social atualizado, Ata de posse da atual diretoria, Projeto de Venda e Declaração
de origem dos produtos (Tabela 4).
A construção da FOFA não foi uma atividade fácil. Embora a metodologia esteja
pautada nos princípios da PNATER é necessário que haja envolvimento entre o
extensionista (neste caso os pesquisadores) e a comunidade.
35
A ASTRUTA já comercializa junto ao PNAE desde 2014 e, talvez, por este motivo
não tenha havido maiores considerações as dificuldades de acesso a política pública. Ao
contrário, a todo momento, os envolvidos buscavam ter certeza de que a pesquisa não
inviabilizaria a habilitação da associação na próxima Chamada Publica. Assim, os dados
elencados como pontos positivos e negativos são apresentados na Matriz FOFA (Tabela 5).
Tabela 5 – Matriz FOFA: elementos do cenário da Associação dos Trabalhadores Rurais
de Tomé Açu – ASTRUTA, Tomé Açu, PA.
FATORES INTERNOS FATORES EXTERNOS
FORTALEZAS OPORTUNIDADE
C P P
E O Entrega da produção Acesso AGRONAG – C O
N N agrícola é feita de forma (Loja de produtos E N
Á T direta a Prefeitura do agropecuários). N T
R O Município de Tome Açu. Á O
I S Participar dos cursos R S
O Organização comunitária ofertados pelo SEBRAE I
P por meio da Associação – aos agricultores. O
P O ASTRUTA. P
E S Acesso ao PNAE O O
S I Agricultura diversificada. T S
I T I I
M I M T
I V I I
S O S V
T S T O
A A S
FRAQUEZAS AMEAÇAS
A matriz apresenta alguns dados controversos e que chamam atenção como mostra
os fatores internos, tendo como uma fortaleza a organização comunitária por meio da
Associação – ASTRUTA, porém, nas fraquezas os participantes da oficina mostraram que
existe uma desunião entre os associados, onde dificulta o desenvolvimento da comunidade.
Nas falas dos participantes, o maior problema elencado foi a dificuldade de acesso a
parcerias, entre elas a Natura e a Beraca. Outro destaque é para a produção de alimentos.
Embora a associação participe do PNAE desde 2014 e entregue uma variedade de 30
diferentes produtos, a baixa produção de produtos agrícolas aparece como fraqueza da
organização. Assim, segundo os agricultores familiares participantes, devido a oferta de
produtos não ser suficiente para atender o PNAE, às vezes eles precisam comprar de outros
agricultores para suprir a demanda de produtos no contrato do PNAE (Tabela 6). Além
disso, que falta assistência técnica é o principal fator para o não alcance da produtividade
esperada. Por outro lado, segundo os participantes, a associação é potencial produtora de
hortaliças e a falta de adubos orgânicos indispensável a produção é uma ameaça.
Extensão Rural que compromete a qualidade da produção e, por esse motivo, eles se
sentem ameaçados com o aparecimento de pragas e doenças e compromete a produção, não
sabendo lidar com essa situação e acabam em muitos casos perdendo parte de suas
produções. Porém, mesmo com essas dificuldades possuem uma produção bastante
diversificada, conforme Calendário Sazonal (Tabela 8).
FORTALEZAS OPORTUNIDADE
C P P
E O Produção agrícola C O
N N diversificada. Chamada Publica para acesso ao E N
Á T N T
PNAE
R O Á O
I S
Organização Comunitária – R S
O Associação ASMUMI. Atuação efetiva da Secretaria I
P Municipal de Agricultura nas O
P O atividades junto à comunidade e a P
E S Associação; O O
S I T S
I T I I
M I Sindicatos dos Trabalhadores de M T
I V Agricultura Familiar – SINTRAF I I
S O S V
T S T O
A A S
FRAQUEZAS AMEAÇAS
P Falta de organização de alguns Ausência de atuação da Secretaria de PO
C O moradores. Obras, pois os ramais estão C NT
E N E OS
intrafegáveis e comprometem o
N T N
Á O
Falta de transporte para o escoamento da produção; Á NE
R S carregamento da produção R GA
I agrícola. Falta de atuação da Assistência I T
O Técnica e Extensão Rural que O I
N Baixa produção de produtos compromete a qualidade da produção; VO
P E agrícolas. P S
E G Aparecimento de pragas e doenças na E
S A Os moradores consideram os produção; S
I T atravessadores uma fraqueza I
M I M
para a comunidade. As Mudanças climáticas atrapalham
I V I
S O
na qualidade da produção. S
T S T
A Burocracia para acesso ao PNAE A
FORTALEZAS OPORTUNIDADE
C P C P
E O Água encanada de boa Parcerias com a Hidro energia, E O
N N qualidade. Cooperativa Agrícola Mista de N N
Á T Tomé Açu -CAMTA, Agência de Á T
O R O
R Produção diversificada e de Cooperação Internacional do
S I S
I qualidade. Japão - JICA, por meio de O
O P
iniciativas a construção de um P
O Organização comunitária sistema de avicultura na O O
O S por meio da Associação – comunidade, além de incentivar a T S
T I Nova Betel. construção da horta orgânica e I I
I T ações solidárias em meses M T
M I comemorativos, como Natal, dia I I
I V das crianças, dia das mães. S V
S O T O
T S A S
A
40
FRAQUEZAS AMEAÇAS
C C
E P Falta de transporte para o Constante queda de energia. E
O carregamento da produção Carência de uma unidade de Saúde
N N
N agrícola. na comunidade.
Á T A desunião de alguns Biopalma, provocando o êxodo Á P
R O moradores. rural. R O
I S Ausência de mão de obra, Prefeitura Municipal de Tomé- açu, I N
O pouca mão de obra para os moradores se sentem O T
N serviços no campo. abandonados. O
P E Difícil acesso as estradas no Falta de assistência técnica. P S
E G período chuvoso, Inverno. Falta de informações e E
S A Falta de organização de conhecimentos sobre o PNAE. S N
I T alguns moradores. Ausencia de atuação da Secretaria I E
M I Falta de transporte para o de Obras, pois os ramais estão M G
I V carregamento da produção intrafegáveis e comprometem o I A
S O agrícola. escoamento da produção; S T
T S Baixa produção de produtos Falta de atuação da Assistência T I
A agrícolas. Técnica e Extensão Rural que A V
Os moradores consideram os compromete a qualidade da O
atravessadores uma ameaça produção; S
para a comunidade. Aparecimento de pragas e doenças
na produção;
As Mudanças climáticas atrapalham
na qualidade da produção.
Burocracia para acesso ao PNAE
Falta de insumos agrícolas que só
conseguem comprar no Município
de Castanhal.
Fonte: Elaborada pelo autor (2016).
Tabela 10: Calendário sazonal do ano de 2016 dos produtores rurais da Associação de
Nova Betel, Tomé – Açu, Pará.
Culturas jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Pimenta do Reino (Piper nigrum L.) X X X X X
Santa Luzia tem como ponto positivo mais discutido na matriz FOFA a organização
Comunitária por meio da Associação – APRAFAMTA, gerando uma visão mais ampla
sobre a comunidade e o desenvolvimento da mesma, a mão de obra especializada,
produção diversificada (Tabela 11) para atuação na agroindústria se torna fundamental, os
moradores destacam parceria com IFPA – Castanhal que priorizam o setor de extensão e
pesquisa e incentivam os seus filhos a ingressarem na instituição em busca de qualificação
profissional para o desenvolvimento da comunidade, outro ponto forte que eles destacaram
é a implantação de uma Agroindústria na Comunidade, para eles com essa agroindústria os
seus produtos agora vai ter um valor diferenciados dos outros por serem produtos
elaborados, e promovendo assim a verticalização da produção e em consequência a
agregação de valor aos produtos industrializados.
42
FORTALEZAS OPORTUNIDADE
C
E P Organização Parceiras com o Instituto Federal do Pará C P
N O Comunitária por meio da – IFPA. Oferecendo qualificação para os E O
Á N Associação – filhos dos agricultores da comunidade. N N
R T APRAFAMTA. Á T
I O Seus produtos são vendidos diretamente R O
O S Reflorestamento para BERACA (Empresa genuinamente I S
(Modelos agroflorestais) brasileira com abordagem internacional, O
O que investe no desenvolvimento de
T P Mão de obra ingredientes e tecnologias sustentáveis). O P
I O especializada, para A comunidade de Santa Luzia possui T O
M S atuação na agroindústria. outras parcerias com a EMPRAPA, I S
I I EMATER, VEDA, Loreal Paris, Conabe, M I
M T Existência da Natura. Por meio de vendas de seus I T
I I Agroindústria na produtos ou pesquisas na comunidade. S I
S V Comunidade. T V
T O Acesso ao mercado local do Município. A O
A S Agricultura S
diversificada.
Abastecimento
comunitário por meio do
poço artesiano.
FRAQUEZAS AMEAÇAS
Umas das dificuldades enfrentadas pelos moradores e a estação muito chuvosa que
prejudica algumas culturas, como o aparecimento de pragas em culturas de ciclo curto. Ex.;
hortaliças. Isso acaba sendo umas das principais ameaças enfrentadas pelos agricultores,
segundo eles, metade dos sócios já receberam a certificação orgânica e a outra metade
ainda não receberam o certificado, sendo que os que receberam só podem vender a
semente por meio dessa certificação, observou que as polpas de frutas não são certificadas,
por esse motivo a questão dos associados que não possuem o certificado para venda de
seus produtos, acabam vendendo seus produtos por preços abaixo do que deveriam vender,
a resolução 26/2013 diz que os produtos orgânicos fornecidos pelos agricultores para o
PNAE, deverão ser acrescido 30% do valor dos produtos convencionais de mercado.
Tabela 12: Calendário sazonal do ano de 2016 dos produtores rurais da – ARAFRAMTA -
Santa Luzia, Tomé – Açu, Pará.
Culturas jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov Dez
Pimenta do reino (PipernigrumL.) X X X X X X X X X X X X
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
alimentos por estudantes do ensino básico educação básica (educação infantil, ensino
fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos).
Assim, este estudo aponta para a necessidade de estudos mais aprofundados pelos
envolvidos nesta política pública – aqui destacados – os gestores, agricultores e
extensionista – para a ampliação e institucionalização desses mercados. A contratação de
mais técnicos para os serviços de assistência técnica e extensão rural, em especial os
serviços prestados pela EMATER é fundamental para fazer o acompanhamento dos
agricultores na organização e gestão da sua propriedade, elaborando um escalonamento
para que os mesmos possam produzir e fornecer seus produtos de forma regular. Além do
aumento do quadro técnico, a capacitação continuada dos profissionais é de grande
importância para atuação no campo.
Além disso, a redução dos custos do transporte dos produtos através da aquisição de
um veículo utilitário, seria uma sugestão para as associações aqui pesquisadas, pois todas
declaram ter dificuldades em relação ao transporte de seus produtos agrícolas. Em relação
as entregas do PNAE, a entidade executora poderia ter um ponto fixo para entrega dos
produtos de modo a facilitar a logística de entrega.
O atuação mais efetiva do Conselho de Alimentação Escolar – CAE, embora este
não tenha sido objeto direto deste estudo, poderia garantir o cumprimento da legislação
pela prefeitura municipal da compra de no mínimo 30% do recurso do FNDE na aquisição
de gêneros da agricultura familiar.
45
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Lei. nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o Art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal. Institui normas para licitações e contratos da Administração Pública
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Acessado em 27 de janeiro de 2016.
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merenda escolar [Internet]. 1994 [acessado em: 28 de jan. de 2016]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8913. htm.
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Federativa do Brasil, Brasília, 5 de jun.1998 (republicação).
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de recursos financeiros do Programa Nacional de Alimentação Escolar, institui o Programa
Dinheiro Direto na Escola, e dá outras providências. Diário Oficial da Republica
Federativa do Brasil. 2000; 03 jun.
BRASIL. Medida Provisória nº 2.178-36, de 24 de Agosto de 2001. Dispõe sobre o repasse
de recursos financeiros do Programa Nacional de Alimentação Escolar, institui o Programa
Dinheiro Direto na Escola, altera a Lei nº 9.533, de 10 de dezembro de 1997, que dispõe
sobre programa de garantia de renda mínima, institui programas de apoio da União às
ações dos Estados e Municípios, voltadas para o atendimento educacional, e dá outras
46
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 2. ed. SP: Cortez. 1995, 164 p.
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http://biblioteca.ibge.gov.br> Acessado em: 03 de mar. 2016.
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SOUZA, C. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto Alegre, ano 8,
n. 16, jul/dez 2006, p. 20-45.
APÊNDICES
Apêndice L. lista dos sócios da associação Associação dos Trabalhadores Rurais de Tomé
Açu – ASTRUTA.
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