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Unidade Acadêmica de Biologia e Química

Subprojeto Química
Coordenador de área: Marciano Henrique de Lucena Neto
Professora Supervisora: Aline dos Santos Silva

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO JOSÉ


ROLDERICK DE OLIVEIRA

CURRÍCULO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA ANÁLISE DO


CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA DO CES/UFCG

Bolsistas: Francisca Rodrigues Berto


Gerlan Lino dos Santos
Gleici Carla Batista da Costa Venâncio
Isadora Shirley de Oliveira Silva
Jéssica Pereira de Lima
José Orlando de Lima
Lucas Wallyson Pereira de Queiroz
Patrícia Kelly Leite Pereira
Verônica de Melo Andrade

Nova Floresta – PB
2019
Sumário
1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 3

2 - OBJETIVOS ........................................................................................................................ 4

2.1 GERAL ............................................................................................................................. 4

2.2 ESPECÍFICOS .................................................................................................................. 4

3 - JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 5

4 - METODOLOGIA ............................................................................................................... 6

5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 7

5.1 Histórico do curso ............................................................................................................. 7

5.2 Organização do curso ........................................................................................................ 7

5.4 Características do curso e das disciplinas de formação pedagógica ................................. 8

5.5 Análise das produções de TCC ....................................................................................... 10

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 13

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 15
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1 - INTRODUÇÃO

É indiscutivelmente relevante que a educação esteja presente no dia a dia da sociedade.


Dessa forma, é necessário que haja uma educação de qualidade para o desenvolvimento de
cada pessoa e até mesmo do país. Porém, nós brasileiros, não vivemos necessariamente essa
realidade e enfrentamos várias dificuldades e críticas na nossa educação. Além de uma
qualidade de ensino que vem deixando a desejar, nota-se outro problema que faz-se necessária
discussão: o currículo e a formação de professores nos cursos de licenciatura, em especial de
Química.
Discussões envolvendo esses dois eixos mostram que as disciplinas de formação
pedagógica têm sido menosprezadas pelos próprios alunos dos cursos de Licenciatura
trazendo para estes um caráter bacharelizante ao currículo. Ao decorrer deste trabalho,
discutiremos sobre os efeitos desta problemática na formação docente fazendo uma ligação
com a realidade vivenciada pelos professores de Química da educação básica, uma vez que é
sabido que a disciplina de química ainda é muito mal vista pelos alunos do ensino médio, pois
estes, em grande parte, não buscam compreender o porquê de se estudar química e de que
forma ela pode contribuir para o seu cotidiano tornando ainda mais difícil o processo de
ensino e aprendizagem.
De acordo com Romanowski e Martins (2017), no Brasil, os cursos de licenciatura
surgem a partir de 1934, e passam a ser ofertados em todo o território nacional, tanto em
universidades como em faculdades. De acordo com os últimos índices estatísticos divulgados
pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira — INEP, há
oferta de 4.792 cursos de licenciaturas nas universidades brasileiras, com um total de 958.069
estudantes matriculados (BRASIL, 2015).
O curso de Licenciatura Plena em Química da UFCG Campus Cuité, surgiu com o
intuito de suprir a necessidade da falta de docentes em química. É perceptível que essa
carência de professores na região favoreceu a instalação do curso no Campus Cuité, pois vale
salientar que por ser uma profissão desvalorizada e vista como um desafio, gera nos
licenciados uma insegurança para seguir a carreira na docência. A graduação tem por
finalidade a formação de professores que estejam aptos para a prática docente, visando uma
qualificação em práticas pedagógicas onde o professor reúna conhecimentos que possam
facilitar seu método de ensino. A conexão entre o aluno-professor e os princípios da sala de
aula proporciona a sua concepção e o seu reconhecimento como docente, no que se refere a
preparação escolar e o entendimento sobre a prática (PIMENTA; LIMA, 2012).
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Uma situação que pode ser destacada é a observação das produções de monografias nos
cursos de licenciatura. Tem-se observado que, apesar de estarem em um curso de Licenciatura
em Química, muitos discentes fazem suas pesquisas de monografia voltadas a área de
Pesquisa Laboratorial e com, aumentam-se as discussões e reflexões com o intuito de que
estes alunos passem a fazer suas pesquisas na área de ensino para que não haja divergências e,
consequentemente, não desestruture a proposta do curso de Licenciatura. De acordo com
Silva (2004), nas concepções críticas e pós-críticas sobre educação, o que mais chama a
atenção em relação ao currículo é o questionamento sobre o porquê dar destaque a
determinado conhecimento, e tipos de identidades e não a outros, considerando-se que o mais
considerável são as ligações constituídas entre o saber e o poder.
Deste modo, esta pesquisa foi realizada com o intuito de verificar e discutir a proposta
de formação inicial de professores de Química por meio da análise do PPC e das monografias
produzidas no curso de Licenciatura em Química da Universidade Federal de Campina
Grande Campus Cuité, considerando-se sua estrutura curricular e seu compromisso com a
formação de professores de Química para a educação básica.

2 - OBJETIVOS

2.1 GERAL
Identificar a importância da estruturação curricular como fator imprescindível para uma
formação de excelência do discente do curso de licenciatura em química.

2.2 ESPECÍFICOS

a) Fazer um levantamento do histórico da organização do curso de licenciatura em Química


da UFCG, as suas características e estruturação;
b) Identificar as áreas das produções de trabalho de conclusão de curso;
c) Analisar a forma como a educação e formação docente são tratados;
d) Apresentar uma discussão sobre melhoramento e aprimoramento do curso de licenciatura
em Química.
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3 - JUSTIFICATIVA

A definição da Química lecionada na Educação Básica é frequentemente pautada pela


importância da sua contribuição na formação da cidadania, promovendo o entendimento do
que é direito e dever do indivíduo a partir de um pressuposto científico podendo assim
conferir suas contribuições ao mundo em que estamos inseridos. Entretanto, a disciplina de
química tem sido vista, muitas das vezes, como impopular, difícil e abstrata no ponto de vista
dos alunos para os quais grande parte dos conceitos químicos estudados na escola parece não
fazer sentido em seu cotidiano.
Diante desta problemática e, uma vez que o conhecimento químico é a base para a
inovação, a alfabetização científica e a melhor saída para a solução de problemas em conexão
com o desenvolvimento sustentável (Risch, 2010), pesquisas sobre formação de professores
têm crescido consideravelmente fazendo-se uma importante reflexão sobre a formação de
professores de Química, pois são eles, em última instância, os responsáveis por ensinar esse
conhecimento.
Compreendemos que os cursos de licenciatura deveriam, antes de tudo, formar o
educador, mas o que se vê é um maior enfoque para os conteúdos específicos, que sem
dúvidas são extremamente importantes para que o professor apresente bom desempenho ao
lecionar o conteúdo de sua área, no entanto, é notável a necessidade de que os cursos de
licenciatura ainda destinem mais tempo para a formação pedagógica.
Deste modo, este trabalho justifica-se na proposta de ampliar a contribuição para esta
discussão apresentando uma análise da estrutura curricular e das produções das monografias
do Curso de Licenciatura em Química tornando-se ainda justificável por ser realizada por
alunos do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) o qual tem foco na formação
de professores e cujo objetivo é antecipar o vínculo entre os futuros mestres e as salas de aula
da rede pública. Justifica-se, ainda, no fato de que há informações de que o Curso de
Licenciatura em Química da universidade pública federal a ser analisado, em breve, passará
por mudanças em sua grade curricular abrindo espaço para uma discussão mais detalhada
desse assunto por todo o corpo acadêmico, podendo este trabalho atribuir alguma
contribuição.
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4 - METODOLOGIA

Esta pesquisa, de natureza qualitativa, apresenta um estudo de caso que utiliza a


análise documental como principal meio de obtenção de informações que, segundo Bardin
(2011), tem por objetivo dar forma conveniente e representar de outro modo essa informação
por intermédio de procedimentos de transformação o que permite passar de um documento
primário (bruto) para um documento secundário (representação do primeiro). Para tanto,
utilizamos como fonte de coleta o Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Química
do Centro de Educação e Saúde, Campus de Cuité da Universidade Federal de Campina
Grande, além dos documentos que o regulamentam, como as Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCN) para o curso de Química e o projeto de alteração de sua matriz curricular.
Também realizamos um levantamento no qual buscamos a informação de quantitativos
de monografias produzidas pelos discentes do Curso de Licenciatura em Química do Campus
no período de 2010 a 2018 objetivando a informação de quantos deles seriam na área de
Pesquisa Laboratorial e quantos foram na área do Ensino de Química.
O olhar, as percepções e observações dos autores que são discentes do curso e Campus
pesquisados e que são integrantes do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID),
bem como da supervisora deste projeto que é aluna licenciada egressa do curso, também
foram importantes nas discussões, uma vez que comparamos os aspectos constantes na
ementa das disciplinas com o que é realmente feito, isto é, contrastar a teoria dos documentos
com a prática vivenciada durante a graduação.
Por meio da análise do PPC do curso, almejamos tomar conhecimento e levantar
considerações a respeito do histórico do curso, sua organização, características do curso e das
disciplinas, a forma como a educação e a profissão docente são tratadas, a estruturação do
curso, a organização do currículo (se por disciplinas ou competências e habilidades), a matriz
curricular, entre outras questões.
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5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Histórico do curso

A criação do curso de Licenciatura em Química da Unidade Acadêmica de Educação do


Centro de Educação e Saúde-CES do campus de Cuité da UFCG, foi oficializada através da
resolução 07/2005 da Câmara Superior de Ensino do Conselho Universitário tendo apoio do
Ministério da Educação. A proposta da implementação do curso de Licenciatura em Química
surgiu por meio de pesquisas realizada na UFCG na qual foi constatada a necessidade de
implantar um curso que oferecesse os turnos diurno e noturno para atender a demanda do
mercado no campus de Cuité.
As atividades do curso de Licenciatura em Química do CES do turno diurno, iniciaram-
se em 2006, tendo duração de, no mínimo 08 períodos, o equivalente a 4 anos e no máximo 12
períodos para sua conclusão. O turno noturno teve suas atividades iniciadas em 2007 com
duração de, no mínimo 09 períodos, equivalente a 4 anos e meio, e no máximo 14 períodos
para sua conclusão. O ingresso dos estudantes para a UFCG-CES se dá em uma única entrada
anual sendo as vagas distribuídas para os dois turnos ofertados pelo campus.
A aprovação da Estrutura Curricular do curso se consolidou em 2007 pela resolução n°
27/2007 da Câmara Superior de Ensino da Universidade Federal de Campina Grande. Diante
dessa resolução é conferido o grau de Licenciado aos alunos que cumprirem as normas
propostas em tal resolução bem como as normas impostas pela instituição de ensino. Além
disso foi implantado um sistema de créditos tendo limite máximo e mínimo para efetuar a
matrícula nos períodos diurno e noturno do CES.
O curso de Licenciatura em Química tem como principal objetivo a formação de
docentes para atuarem na educação básica; séries finais do Ensino Fundamental e Ensino
Médio, bem como incentivar a iniciação a pesquisas e participação de projetos voltados para a
área da Química. De acordo com o Projeto Pedagógico do Curso são ofertadas vinte e uma
disciplinas didáticas pedagógicas que são distribuídas ao longo do curso para a formação do
discente.

5.2 Organização do curso

O Curso de Licenciatura em Química é organizado seguindo os componentes por


natureza: básicos e profissionais (que são obrigatórios para a formação do Licenciado),
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complementares e optativas, e complementares obrigatórias. De acordo com o Art.3° da


Resolução N°27/2007 a formação do Curso licenciatura em química no campus Cuité se dá no
período de duração correspondente a 2.880 horas cumprindo com o estabelecido por lei
através da Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002 que institui a duração e a carga
horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da
Educação Básica em nível superior.
Os componentes curriculares básicos e profissionais são responsáveis por 2.535 horas
do curso, equivalendo a 169 créditos, distribuídos pelas disciplinas que priorizam os
conteúdos de química, biologia, física e matemática além de conhecimentos referentes a
formação pedagógica, ofertadas desde os primeiros períodos do curso até os anos finais.
Os componentes complementares optativos correspondem a uma carga horária de 135
horas (09 créditos), esses componentes são ofertados para os turnos diurno e noturno, os
discentes poderão escolher quais disciplinas querem atribuir ao curso para cumprir a carga
horaria necessária dentre as ofertadas pelo CES.
A distribuição dos componentes obrigatórios é feita com uma carga horária de 210
horas o equivalente a 14 créditos, esses componentes constituem de atividades acadêmico-
cientifico-culturais que são desenvolvidas no decorrer do curso, tais atividades possibilitam
diferentes formas de aprendizagem para o licenciado, ajudando-o a enriquecer ainda mais seus
conhecimentos durante o curso.
De acordo com a Resolução N°27/2007 no parágrafo único estabelecido para o
Campus de Cuité, o discente tem por finalidade construir um currículo amplo, com conteúdos
das diversas áreas que abrangem a química, preparação pedagógica e que esteja pronto para a
docência. Para o desenvolvimento dessas características é fundamental a construção de um
currículo que envolva esses critérios.

5.4 Características do curso e das disciplinas de formação pedagógica

De acordo com a matriz curricular do curso, desconsiderando as disciplinas específicas


da química, o curso possui um total de 08 disciplinas obrigatórias voltadas para a formação
docente e 03 estágios voltados para o Ensino de Química. Elas estão divididas como:
 1° período: Psicologia e Educação;
Introdução à Prática em Ensino de Química;
 2° período: Legislação da Educação Básica;
Pesquisa no Ensino de Química;
 3° período: Filosofia e Sociologia da Educação;
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 4° período: Metodologia do Ensino de Química I;


 5º período: Metodologia do Ensino de Química II;
Planejamento em Educação;
 6° período: Avaliação e aprendizagem;
Instrumentação no Ensino de Química;
Estágio Supervisionado em Ensino de Química I;
 7° período: Língua Brasileira de Sinais;
Estágio Supervisionado em Ensino de Química II;
 8° período: Estágio Supervisionado em Ensino de Química III.

Observa-se que, a cada período, na maior parte, apenas duas disciplinas com foco na
formação docente são ofertadas. Isto nos leva a refletir se, pelo fato de se tratar de um curso
de licenciatura, não deveria haver uma atenção maior para tais disciplinas pedagógicas.
Tratando-se de um curso de formações de professores, cujo saber pedagógico é
imprescindível, vale salientar que esse saber não depende apenas da prática em sala de aula e,
ainda que sejam construídos no cotidiano escolar, isso não nos permite afirmar que a profissão
seja aprendida na prática, pois demanda uma formação prévia, específica, para o seu exercício
(ZABALZA, 2004), além de um investimento constante em seu aperfeiçoamento (TARDIF;
LESSARD, 2011).
Soma-se à crença de “aprender a ser professor na prática”, o desenvolvimento da
profissão como um ofício divino ou vocação (NÓVOA, 1999; ZABALZA, 2004),
desconsiderando a necessidade da formação pedagógica específica para a prática da profissão.
Esses saberes trazem questões importantes que contribuem para a formação de professores,
conhecimentos que só são adquiridos com as disciplinas voltadas para a educação, visando
assim a valorização dessas disciplinas. No entanto, um fato visto na grade curricular do curso,
é que a maioria das disciplinas pedagógicas têm como base Política e Educação, Ética e
Diversidade, as quais são muito importantes para a formação de professores, porém pouco
escolhidas pelos alunos, em decorrência de serem disciplinas pouco citadas ou ministradas
pelo corpo docente.

Analise das disciplinas optativas

Além das disciplinas obrigatórias descritas na seção acima, a grade curricular do


curso de química analisado, prevê que, a partir do 6º, 7º e 8º período com 135hs/aula, os
alunos têm que optar por cursarem disciplinas optativas, que devem ser escolhidas por área de
conhecimento. Assim, o aluno deverá cursar essa carga horária dentre as 23 disciplinas
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listadas na ementa. Desse número, 06 disciplinas pertencem a área pedagógica, entre elas 05
possuem 45hrs e outras com 60hrs. As que possuem 45hrs são: Política e Educação, Ética e
Diversidade, Ensino Inclusivo, Profissão Docente e Currículo Educacional. Língua
Portuguesa é a disciplina com carga horária de 60hrs.
Com base nessas informações, e mediante as observações práticas de nosso cotidiano
acadêmico, notamos que a maioria dos alunos preferem cursar uma disciplina específica de
conhecimento científico do que uma voltada para a área pedagógica.
Outro ponto importante a ser citado, é o fato de que, apesar de constatarem no Projeto
Curricular do Curso, as disciplinas acima mencionadas são ofertadas muito esporadicamente
no decorrer dos períodos do curso. Por ser um curso de licenciatura, é muito importante que
essas disciplinas sejam ofertadas já que são disciplinas de caráter pedagógico e que fazem
parte da formação de professores. Uma disciplina muito importante, e que não faz parte da
grade do curso, por exemplo, é a disciplina de Didática, que é responsável por possibilitar a
compreensão sobre os processos de ensino e de viabilizar a aprendizagem.
De acordo com Libâneo (2012) a didática se apresenta como uma disciplina científica
relacionada à Pedagogia. Segundo o mesmo autor, a didática tem como objeto de estudo o
processo de ensino e aprendizagem em sua globalidade, em suas finalidades sociais e
pedagógicas. Dessa forma, considera os princípios, as condições, os meios da direção e a
organização do ensino e da aprendizagem. São nesses elementos que os objetivos, conteúdos,
métodos, formas de gestão do ensino se asseguram a mediação docente com vistas a
apropriação das experiências humanas e historicamente desenvolvidas.
Visto que é nela que os alunos dos cursos de licenciatura aprendem métodos,
direcionamento do ensino para quando forem para as salas de aula, melhorando assim o
processo de ensino e aprendizagem, levando melhorias no ensino e métodos de aprendizagem
diferente, mais pedagógicos para as salas de aula. Contudo, os alunos do curso de licenciatura
devem priorizar as disciplinas de formação docente, tendo em vista sua importância como as
da área específica.

5.5 Análise das produções de TCC

Esta análise nos permitiu um maior aprofundamento da nossa discussão, uma vez que,
por meio desta, através de uma averiguação realizada no site da biblioteca do Campus de
Cuité, buscamos a informação de quantitativos de monografias objetivando o levantamento de
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quantas delas seriam na área de Pesquisa Laboratorial e quantas foram na área do Ensino de
Química. No decorrer da pesquisa, foi constatado que, ao todo, são dispostas 64 monografias
na área de química do Campus. Destas 64 monografias, apenas 22 são na área de Ensino de
Química e 41 na área de Pesquisa Laboratorial (Figura 1).

32%; Monografias no Ensio


de Química
Monografias na
68%; Pesquisa Laboratorial

Figura 1 - Resultado da análise quantitativa de produções de monografias de Química do Campus de Cuité.


Fonte: Dados da pesquisa (2019).

O caráter bacharelizante do currículo ativo do curso de licenciatura em química


investigado, dá-se a entender que este caráter tem contribuído para uma menor adesão dos
egressos à profissão docente. A análise realizada remete a uma reflexão sobre a estrutura
curricular do curso e, principalmente, sobre as práticas levadas a efeito pelos formadores e à
necessidade de ações que rompam com a cultura predominante nos cursos de formação de
professores de química, a qual situa o exercício do magistério em segundo plano em relação
aos outros profissionais da química. Diversos trabalhos sobre formação de professores e
ensino de ciências/química (Galiazzi. 2007; Rosa, 2004; Santos; Maldaner, 2010) têm
preconizado a introdução da pesquisa como princípio educativo nos cursos de licenciatura
como forma de aprimorar seus currículos.
Concorda-se com esses autores que a educação dos professores é um processo contínuo,
permanente e que a racionalidade técnica poderá ser superada pela participação desses
profissionais em grupos de pesquisa/reflexão/comunidades de aprendizagem, com
formadores, licenciandos, mestrandos e doutorandos. Assim, todos poderão reconstruir suas
teorias e práticas e será possível transformar os currículos em seus respectivos ambientes
educativos.
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A apuração comprovou que a prática docente está sendo respectivamente rejeitada por
seus licenciados. Particularmente nesse curso, talvez se faça necessária uma ampla reflexão
entre formadores e licenciandos sobre os motivos pelos quais ainda imperam as condições
desfavoráveis da profissão docente na educação básica. É preciso que os licenciandos se
conscientizem de que, ao contrário do docente da educação superior, o professor da educação
básica ainda é representado socialmente como um simples repassador de conteúdos na aula,
não como um profissional autônomo, criativo, reflexivo, construtor do conhecimento e de sua
prática.
Faz-se necessário reforçar no curso que as identidades profissionais docentes serão
valorizadas à medida que os professores da educação básica batalharem pelo seu espaço/lugar
específico na escola e se esforçarem para divulgar a ideia de que suas atividades se constituem
em um trabalho intelectual similar a tantos outros, de fundamental importância social e que,
portanto, deve ser assim reconhecido.
O crescimento das investigações na área de ensino de química demonstra que tem
havido um grande empenho dos educadores químicos do país para aperfeiçoar as licenciaturas
e alterar a carência de professores na área, mas esses esforços precisam ser corroborados por
ações públicas capazes de reverter profundamente a representação social construída no país
sobre os professores da educação básica.
A alteração dessa representação demanda: que o salário desses docentes seja equiparado
com o salário de outras carreiras de nível superior; um plano de carreira específico e o
estímulo à formação continuada; a criação de condições de trabalho dignas, o que inclui a
dedicação exclusiva a uma única escola, com tempo determinado dentro da carga horária para
estudo e reflexão sobre sua prática, planejamento, elaboração de atividades, bem como para
correções de trabalhos e avaliações de aprendizagem; menor carga horária em sala de aula e
salas com menos estudantes; ambiente escolar seguro, organizado e confortável, enfim, um
local em que professores, funcionários e estudantes sintam prazer de estar e possam
desenvolver suas potencialidades.
A ausência de professores de química para a educação básica vem sendo apontada há
anos e tem-se buscado identificar quais seriam suas causas (Andrade et al., 2004; Zucco,
2005). Especialmente para a redução desse desprovimento, nos últimos anos foram
empregados cursos de Licenciatura em Química por vários institutos de formação tecnológica.
No plano geral, foram implantadas políticas públicas pelo governo federal para ampliar
a oferta de novos cursos e incentivar a formação de professores. A preocupação com a
formação inicial de docentes aumentou a partir das últimas décadas do século passado, e a
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discussão da profissionalização, da profissionalidade e das identidades desses profissionais


tem sido feita por diversos autores (D’Ávila; Sonneville, 2008; Lopes, s/d; Veiga; D’Ávila,
2008).
No que diz respeito especificamente aos cursos de Licenciatura em Química, há um
movimento de reformulação dos currículos (Echeverría; Zanon, 2010) induzido pelas
normatizações do Conselho Nacional de Educação (CNE) posteriores à Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Brasileira (LDB/1996). Entre algumas medidas necessárias para a reforma
dos currículos de cursos de licenciatura está a busca pela constituição de um perfil identitário
do licenciando adequado ao enfrentamento do desafio da carreira docente, induzido por cursos
criados para esse fim (GAUCHE, 2008).

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em se tratando de formas institucionais e dos currículos relativos à formação de


professores de qualquer curso que seja, há uma verdadeira necessidade de reflexão nas
estruturas formativas e nos currículos. De acordo com Gatti (2013, p. 64) é preciso integrar
essa formação em propostas curriculares articuladas e voltadas a seu objetivo precípuo, com
uma dinâmica nas instituições de ensino superior mais proativa e unificada.
Na presente pesquisa, apresentamos as considerações e reflexões de uma análise
curricular que nos fez compreender que os objetivos e ementas das disciplinas de formação
pedagógica apresentam uma considerável responsabilidade quando se trata de formação de
professores buscando articular teoria e prática. Por outro lado, diante das informações
contidas estrutura curricular do Curso de Graduação em Licenciatura em Química, do Centro
de Educação e Saúde – Campus de Cuité, proposta no Projeto Pedagógico notamos que esta
carece olhar para o principal foco que um curso de licenciatura deve ter: formar professores.
Compreendemos que os professores, em especial, de Química, devem ser dotados de
conhecimento específico da área. No entanto, também, e tão importante quanto, é preciso
oportunizar que estes sejam possuidores de conhecimento pedagógico, permitindo a reflexão
sobre sua prática, de modo que esta reflexão o auxilie e seja determinante em seu principal
foco profissional: o de ensinar.
Nossas observações nos levaram a concluir, também, que este é um curso de certa forma
rejeitado pelos alunos, primeiro por se tratar de licenciatura e, segundo, devido matérias de
cálculo. Em contrapartida, por meio da análise das monografias produzidas pôde-se notar que
os alunos que estão concluindo o curso de licenciatura preferem fazer seu trabalho de
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conclusão de curso na área da Pesquisa Laboratorial do que no Ensino de Química. Tendo


total conhecimento de que o curso de Licenciatura plena em Química da UFCG Campus
Cuité, surgiu com intuito de suprir a necessidade da falta de docente em química, torna-se,
portanto, necessário que os alunos concluintes busquem aprimorar a forma de ensino na
educação e com seus trabalhos de conclusão de curso possam colaborar para uma melhor
forma de ensino.
A matriz curricular do curso possui um total de 08 disciplinas obrigatórias voltadas para
a formação docente e 03 estágios voltados para o ensino de química, e a cada período apenas
uma disciplina com foco na formação docente é ofertada. Assim pelo fato de se tratar de um
curso de literatura e de formação de professores, cujo saber pedagógico é imprescindível, vale
salientar que esse saber não depende apenas da prática em sala de aula e, ainda que sejam
construídos no cotidiano escolar, esses saberes são importantes para a formação de
professores, que só são adquiridas com as disciplinas voltadas para a educação e, assim,
visarem à valorização dessas disciplinas.
Além das disciplinas obrigatórias a grade curricular do curso de química contém as
disciplinas optativas que devem ser escolhidas por área de conhecimento. Com base nas
informações notamos que a maioria dos alunos prefere cursar uma disciplina específica de
conhecimento cientifico do que uma voltada para a área pedagógica. No entanto, são nessas
disciplinas optativas que alunos dos cursos de licenciatura aprendem métodos, direcionamento
do ensino para quando forem para as salas de aula, melhorando assim o processo de ensino e
aprendizagem.
Entendemos, pois, que a educação não tem prevalecido confiança para os futuros
docentes, uma vez que o desinteresse dos alunos pelos estudos, aumento dos casos de
indisciplina, violência e atos infracionais nas escolas preocupam os educadores. A questão é
que manter a ordem da sala está cada vez mais difícil, os professores não obtêm êxito. Os
educadores trabalham em situações extremas de nervosismo, medo e angústia. Preparam aulas
maravilhosas e não conseguem colocar em prática.
Os TCCs construídos com base na educação são associados a um fracasso educacional
que se impõe a qualidade da educação, por isso, muitos licenciandos não querem se impor aos
diversos fatores problemáticos da educação e acabam dedicando-se a outra opção que seria a
Pesquisa Laboratorial, tornando-se claro que os cursos de licenciatura, de um modo geral,
precisam ter como sua base principal a formação de professores, de forma que os licenciandos
possam participar ativamente do seu processo formativo.
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REFERÊNCIAS

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químico. Química Nova, São Paulo: SBQ, v. 27, n. 2, p. 360-362, 2004.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. p. 280.

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possibilidades. Tese (Doutorado em Educação). Faculdade de Educação. Universidade
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http://www.capes.gov.br/>. Acesso em: 30 jan. 2019.

D’ÁVILA, C. M.; SONNEVILLE, J. Trilhas percorridas na formação de professores: da


epistemologia da prática à fenomenologia existencial. In: Veiga, I. P. A.; D’ávila, C. M.
(Orgs.). Profissão docente: novos sentidos, novas perspectivas. Campinas: Papirus, 2008.

ECHEVERRÍA, A. R.; ZANON, L. B. (Orgs.). Formação superior em química no Brasil:


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GALIAZZI, M. C.; AUTH, M.; MORAIS, R.; MANCUSO, R. (Orgs.). Construção


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