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Jorge Henriques

Conseqüências

da

Convivência Conjugal

Editora Bendizei
Todos os direitos reservados.
COPYRIGHT © 2004 Para a língua
Portuguesa de Jorge Henriques da Silva.

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Conseqüências

da

Convivência Conjugal

1ª Edição - 2004

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Especial Dedicatória
- A Trindade Divina;
- Aos Filhos Joenny, Josyel e Jorge Henriques Junior;
- Ao Pastor Gessinéo Gomes (Meu Pai)
- Meu Irmão: Josias Henriques;
- Aos Parentes e Amigos.

Em Memória
Thelma Henriques (Minha Mãe)

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Sumário
Especial Dedicatória............................................................... 05
Prólogo.................................................................................... 09
Introdutivo............................................................................... 11
01- Se conhecendo no Namoro............................................... 13
02- Virgindade........................................................................ 19
03- Noivado............................................................................ 23
04- Sagrado Matrimonio......................................................... 29
05- Sexo.................................................................................. 39
06- Desvio do Ato Normal..................................................... 53
07-Gravidez............................................................................. 55
08- Aborto............................................................................... 61
09- Filhos................................................................................ 63
10- A Família e Seus Problemas............................................. 75
11- Liderança do Lar............................................................... 81
12- Diálogo Permanente......................................................... 85
13- O Romance Não Pode Acabar.......................................... 87
14- Degeneração Conjugal e Seus Efeitos.............................. 91
15- DST: Doenças Sexuais Transmissíveis.......................... 109
16- A Idade e a Relação Conjugal........................................ 115
17- Amizades........................................................................ 129
18- Conselhos Finais............................................................. 133
Referências Bibliográficas................................................. ...134

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Prólogo
Jamais pensei em escrever um livro cujo tema fosse tão
abrangente como o é a CONVIVÊNCIA CONJUGAL, mas,
como não sou dono de mim mesmo, obedeci a determinação do
Espírito Santo, que me direcionou com a caneta tudo o que
aqui escrevi.
Porque as famílias estão se deteriorando nestes tempos
modernos? Porque muitos casais estão se separando,
principalmente por via do adultério? Porque muitos homens
estão perdendo a liderança na própria família? Quem é o
cabeça? Deus tem prazer na destruição das famílias?
Não é meu objetivo justificar fatos, nem tão pouco
poupar palavras em defesa da grande Instituição criada por
Deus, que é o casamento e conseqüentemente a família.
Procurei, com a máxima simplicidade, transmitir o que penso,
o que experimentei e aprendi, para poder também ensinar sobre
a importância da vida conjugal.
Meu ideal é poder ajudar as famílias que estão sofrendo
abalos estruturais seja de ordem moral, material ou espiritual.
Chamo a atenção dos casais para as razões eternas que devem
ser fielmente obedecidas para que a família sobreviva em paz e
feliz. Muitos jovens imaginam a vida conjugal de uma maneira
idealística, sem os problemas que normalmente surgem no dia-
a-dia da convivência à dois. Muitos contraem o matrimônio
sem compreensão do que seja a vida conjugal.
À luz da Bíblia, escrevi este livro com o firme propósito
de tão somente auxiliar os casais a permanecerem naquilo que
Deus os colocou e para tanto vos uniu numa só carne até que a
morte os separe.
Esta obra não é limitada a idades, podendo ser lida por
todos os interessados. Os assuntos são tratados com total
clareza e sem tabus. Por esta razão você lerá, inclusive, sobre
os problemas da vida íntima sexual, pois, do contrário, pouco

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estaria acrescentando ao que expõem outras obras existentes
sobre a vida conjugal.
Assim sendo, espero estar enriquecendo o sucesso
conjugal d’aqueles que já constituíram um lar ou o estão
planejando fazê-lo, com as bênçãos de Deus.

O Autor

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Introdutivo
A família é e sempre será a razão da existência da
sociedade: Nada se faz sem ela, tudo sustenta, sofre e se
impulsiona na intenção de novos horizontes determinados por
Deus.
A modernização dos tempos, os costumes liberados, os
movimentos feministas, os movimentos jovens, o livre
pensamento de cultuação religiosa e os diversos tipos de
anticoncepcionais sacudiram tremendamente a sagrada
Instituição chamada Família que, por vezes, cede ao avanço
dos tempos e impõe-se nos princípios e no chamamento à razão
do bom senso.
De sobre maneira, não há dúvidas de que as famílias
estão em crises nestes tempos modernos, Talvez por falta de
adaptação às transformações presentes ou até mesmo por sua
própria deterioração moral. Se a família que hoje sobrevive
continua bem estruturada, certamente é porque tem conseguido
vencer os desafios dos séculos, refugiando-se sob às mãos
potentes d`aquele que às criou.
É quase comum entre os jovens que se casam, pensarem
que a vida conjugal é um mar de rosas, sem dificuldades e sem
qualquer perturbação que possa sobrevir ao ninho de amor.
Na esperança de poder auxiliar, com a força de Cristo,
àqueles casais que, por ventura, desejam uma vida conjugal
harmoniosa e feliz, escrevi mais esta obra com total dedicação
e inspiração de Deus.

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Se conhecendo no Namoro
O namoro tem vital importância na vida à dois, porque
dá ao homem e a mulher condições de se conhecerem melhor.
Com certeza quando o namoro acontece em curto tempo, o
casal corre dois grandes perigos: O de não se conhecerem bem
e o de se casarem precipitadamente. Razão pelo qual não se
deve decidir, de afogadilho, um relacionamento que tem a
determinação de Deus de ser um casamento até que a morte os
separe. A precipitação em se casar, tem sido a causa de
problemas de grande vulto, não só para os que se casam, como
também para toda a família. Pelo menos uma condição deve ser
levada muito à sério: que é a de um conhecer relativamente
bem o outro. Isto requer tempo e boa convivência. O namoro
tem também a vantagem de proporcionar ao rapaz e a moça a
oportunidade de avaliar se têm condições de aceitar a outra
pessoa com os seus defeitos que não sejam possíveis de
corrigir. A preparação para a vida à dois não pode ser apenas
no plano material. Precisa ser feita também no plano espiritual.
O início do namoro deve se dar a partir dos 15 anos e quanto a
duração, não há regra absoluta, nem um tempo fixo, mas a
experiência recomenda que não deve ser inferior a dois anos,
porquanto um prazo menor que este não é suficiente para um
conhecer o mínimo desejável do outro para uma convivência
conjugal. Deve-se, com critério, planejar e fazer com segurança
todo o empreendimento possível e necessário no sentido de que
o casamento seja feliz e altamente compensador. Faz-se
necessário a participação em cursos, palestras e consultas de
aconselhamento pré-nupcial, do contrário seu casamento
poderá ir de águas abaixo, redundando em tremenda desilusão.
Você pode agora mesmo começar a edificar o seu casamento
para tornar a vida em comum uma total realização, conforme

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você espera e pelo qual esta orando. Saiba que muitos dos
fortes alicerces e pilares de um sólido casamento são lançados
durante o namoro. A preparação adequada para o casamento
certamente fará de um sonho uma grande realidade.
Infelizmente para muitos casais, o sonho se tornou um pesadelo
eterno. Esta tendência tem um impacto alarmante sobre a Igreja
de hoje e na sociedade em geral, haja visto o grande número de
divórcios, embora isso esteja fora dos planos divinos. Prevenir
é bem melhor do que remediar um casamento em processo de
desintegração e da árdua tarefa de reconstruir em meio ao
sofrimento. No aspecto físico, prevenir uma enfermidade é
sempre preferível a ter que curá-la, e no aspecto emocional a
analogia é a mesma.
Um dos pontos que os jovens de boa formação devem
observar é o cuidado no uso da liberdade durante a fase de
namoro. A nossa cultura reprime as mulheres, exigindo-lhes
recato e castidade, no entanto, estimula os homens a que se
mostrem afoitos e conquistadores, até como forma equivocada
de auto afirmar sua masculinidade. Com isso, muitos rapazes
têm a tendência, as vezes até maliciosa, de um comportamento
ousado e incontido com o sexo oposto. Muitos acham que é
bonito tratar as mulheres com certo abuso e desprezo. Nos
encontros, nas festas ou à vista dos amigos, parecem querer
afirmar-se com uma atitude displicente, anti-cristã, com gestos
largos, indelicados, usando palavras torpes, etc.
Pesa, portanto, mais para o lado feminino o conhecer e
assegurar os limites que a decência recomenda. A mulher em
geral deve conscientizar-se de seu papel de “educadora” do
homem, naquilo em que sua personalidade e criação for
incompleta ou deficiente. Contudo, o moço também deve
compreender, para sua própria felicidade, que a moça que se
lhe confia não é mero objeto de prazer; É um ser humano
dotado, igual a ele, de sentimento, sensibilidade e, às vezes, de
fragilidade e inexperiências. Quando ainda na fase do namoro,

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os futuros cônjuges devem, pois, ter em mente que um dos
grandes encantos do amor é o descobrir-se um ao outro com
longas conversações em torno de variados assuntos da vida,
explorando-se a capacidade de conhecimentos gerais um do
outro, somando-se, completando-se e compreendendo-se o que
ambos deverão conquistar juntos e não, simplesmente, fazer
idéias errôneas do que têm ou deixam de ter em suas cabeças.
De igual forma, é bom sempre lembrar que o relacionamento
sexual precisa sempre ser evitado antes que o casamento se
consuma. Aumenta-se a cada dia o número de casais que vivem
maritalmente por pouco tempo juntos do que àqueles que se
casam. Quando o casamento realmente ocorre, ainda é um mal
menor e poderão ainda se corrigirem acertando os passos no
caminho pleno da vida conjugal. Mas, na verdade muitos
acabam se separando antes do matrimônio só para não
assumirem responsabilidades. Neste caso, é inconteste o
prejuízo, por mais que se queira alegar desafeto ou
incompatibilidade de gênios. Prejuízo para a mulher, porque
fica com seu conceito desmoralizado perante os outros e
principalmente perante si mesma, e para o homem porque
engendra para si próprio um compromisso egoísta de uma
atitude totalmente irresponsável.

UM NOVO NOME PARA UMA VELHA ORGIA

Na Grã-Bretanha, ANN, de 15 anos, abre toda


empolgada um envelope que acaba de chegar pelo correio. É
um cartão. Na frente, coraçõezinhos; dentro, uma mensagem
romântica, assinada por: “Um admirador”. Com olhos
sonhadores, e o rosto enrubescido, ANN deixa escapar um
suspiro. É evidente que ela está encantada, mas, ainda assim,
perplexa. “Quem me enviou esse cartão?”, pergunta-se ANN.
No Japão, Yuko começou a trabalhar num escritório. O
dia de São Valentim está chegando, (no Brasil equivale ao dia

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dos namorados). Seus cálculos mostram que ela gastará 20.000
ienes (US$ 200) para comprar caixinhas de chocolate para
todos os seus colegas de trabalho do sexo masculino. Yuko
passa o intervalo do almoço com as amigas comprando o que
chamam de giri-choco (chocolates obrigatórios).
Em muitos lugares do mundo, 14 de fevereiro é o dia
em que, ansiosos, os românticos esperam que alguém lhes diga,
de um modo ou de outro, “eu te amo”. Nem ANN, nem Yuko
têm a menor idéia da origem dessa celebração chamada de “O
dia dos Namorados”. Talvez se surpreendam ao descobrir.
As raízes daquilo que agora é o dia de São Valentim
pode ser encontradas na Grécia antiga, onde florescia a
adoração de Pã. Esse deus da fertilidade, metade homem e
metade bode, tinha uma natureza selvagem e imprevisível que
infundia terror nas pessoas. Apropriadamente, a palavra
“pânico” origina-se do nome desse deus.
Pã devia vigiar os rebanhos enquanto tocava sua flauta.
Mas ele se distraía facilmente. Pã tinha muitos casos amorosos
com ninfas e deusas. Certa escultura mostra-o fazendo
investidas sexuais a afrodite, a deusa do amor. Eros, o deus do
amor, paira sobre eles batendo as asas – bem parecido com o
cupido, que aparece em alguns cartões do dia de São Valentim,
(Heródoto sugere que a adoração de Pã sofreu influência
dos egípcios, entre os quais a adoração do bode era comum.
A expressão “demônios caprinos”, encontrada na Bíblia,
talvez seja uma alusão a essa forma de adoração pagã.
Leviticos 17:7;2 Crônicas 11:15).
Em Roma, muitos adoravam um deus semelhante,
chamado de Fauno. Ele também era retratado como metade
homem e metade de bode. A adoração de Fauno tinha muito
destaque nas lupercais, orgias realizadas todo ano no dia 15 de
fevereiro. Nessas festas, homens praticamente nus corriam em
volta de uma colina, brandindo chicotes de couro de bode. As
mulheres que queriam ter filhos ficavam em pé próximas da

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trajetória dos corredores. A mulher atingida por um chicote,
acreditavam os romanos, tinha garantida sua fertilidade.
De acordo com THE CATHOLIC ENCYCLOPEDIA,
as lupercais foram abolidas pelo Papa Gelásio I em fins do
quinto século EC. (Há quem diga que Gelásio simplesmente
substituiu as lupercais pela “Festa da Purificação”). Mas, hoje
existe um evento equivalente sob o rótulo de “Dia de São
Valentim”. Há várias teorias sobre a origem desse nome
“cristianizado”. Segundo certo relato, Cláudio II, imperador
romano do terceiro século, proibiu os homens jovens de se
casarem. Valentim, um sacerdote, casava-os secretamente. Há
quem diga que ele foi executado no dia 14 de fevereiro, por
volta do ano 269 EC. Como quer que seja, um título
“santificado” não oculta a origem pouco recomendável dessa
celebração. O Dia de São Valentim, (No Brasil – Dia dos
Namorados), tem suas raízes em rituais pagãos, de modo que
não é celebrado pelos verdadeiros cristãos, (2 Corintios 6:14-
19). Expressões de amor genuíno feitas o ano todo são muito
mais recompensadoras do que os caprichos passageiros de uma
celebração romântica.

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02
Virgindade
A virgindade se deve à presença de uma membrana na
entrada da vagina que a medicina chama de hímen. Tal
membrana himenal se rompe quando da penetração do pênis
durante a relação sexual. Esta rotura provoca dor e hemorragia.
A intensidade da dor e do sangramento é variável. Depende da
quantidade de fibras nervosas e vasos sangüíneos existentes na
membrana. Ocorre quase sempre na primeira relação sexual.
Há, porém, um tipo de hímen encontrado, segundo a medicina,
em menos de dez por cento das mulheres, que pode não se
romper, mas isto praticamente só acontece quando o pênis é
pouco desenvolvido. É designado “hímen complacente” e é
bastante distensível.
Durante muitos anos, o hímen foi considerado símbolo
da pureza da mulher. No entanto, nesse tempo moderno, essa
visão vem sofrendo alterações. Se antes a virgindade anatômica
era olhada com tanto rigor, hoje a pureza tem sido trocada por,
na maioria dos casos, breve e ilusório momento de prazer
sexual. A Bíblia, Palavra Genuína de Deus, não nos autoriza a
desprezar o valor da virgindade, nem tão pouco apoiar o
comportamento liberal que vem sendo adotado por muitas
mulheres modernas, que defendem, até mesmo publicamente, o
sexo livre. Caso você não seja mais virgem e o seu namorado
não tem conhecimento deste fato em sua vida, como agir?
Deve esconder até o casamento se realizar ou contar antes? E
quando deve contar? A experiência tem demonstrado que não
contar a verdade, ou revelá-la muito cedo, são atitudes
inconvenientes. O melhor é contar logo no início do noivado,
ou quando o namoro se torna firme e o casamento começa a ser
planejado. O inconveniente da revelação muito cedo é o de se
correr o risco de revelar tal situação para um rapaz que você

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ainda não conhece bem e aí o mesmo poderá não agir com
devido respeito, a partir de então. Por outro lado quando esta
revelação não é feita antes do casamento, ou o é depois que
este já está preste a acontecer, problemas sérios poderão surgir,
sobre tudo na área da confiança. O homem certamente se
sentirá enganado, podendo não compreender e tão pouco lhe
perdoar por esta atitude.
Portanto se você é virgem, mantenha-se dentro da
vontade de Deus e não se deixe levar por satisfações
passageiras e egoístas.
Há quem ensine, em nossos dias, que qualquer
intimidade sexual entre jovens e adultos solteiros, tendo eles
mútuo compromisso, é aceitável, uma vez que não haja ato
sexual completo. Tal ensino peca contra a santidade de Deus e
o padrão bíblico da pureza. Deus proíbe, explicitamente,
descobrir a nudez ou ver a nudez de qualquer pessoa, a não ser
entre marido e mulher legalmente casados (Lv 18.6-30;
20.11,17,19-21).
O verdadeiro cristão deve Ter autocontrole e abster-se
de toda e qualquer prática sexual antes do casamento. Justificar
intimidades simplesmente com base num compromisso real ou
imaginário, é transigir abertamente com os padrões santos de
Deus. É igualar-se aos modos impuros do mundo e querer deste
modo justificar a imoralidade. A Bíblia cita a temperança como
um aspecto do fruto do Espírito, a conduta positiva e pura
contrastando com tudo que representa prazer sexual imoral
como libidinagem, fornicação, adultério e impureza. Nossa
dedicação à vontade de Deus, pela fé, abre o caminho para
recebermos a benção do domínio próprio: “Temperança” (G1
5.22-24).
Tudo que significa intimidade e carícia fora do
casamento é claramente transgressão dos padrões morais de
Deus para o seu povo (Lv 18.6-30; 20.11,12,17,19-21; 1 Co
6.18; 1 Ts 4.3). A fornicação, a lascívia denota a ausência de

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princípios morais, principalmente o relaxamento pelo domínio
próprio que leva à conduta virtuosa ( 1 Tm 2.9). Isso inclui a
inclinação à tolerância quanto a paixões pecaminosas ou ao seu
estímulo, e deste modo a pessoa torna-se partícipe de uma
conduta antibíblica (G1 5.19; Ef 4,19; 1 Pe 2.2;18). Enganar,
aproveitar-se de uma pessoa, ou explorá-la significa privá-la da
pureza moral que Deus pretendeu para essa pessoa, para a
satisfação de desejos egoístas. Despertar noutra pessoa
estímulos sexuais que não possam ser correta e legitimamente
satisfeitos, significa explorá-la ou aproveitar-se dela (1 Ts 4.6;
Ef 4.19).
Por tudo isto, para a honra e a glória de Deus,
conservem-se em pureza e em santidade diante do Senhor.
Certamente a vida no futuro será de muitas bênçãos.

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03
Noivado
Agora o casal entra na fase transitória da vida de
solteiro. A primeira etapa do conhecimento entre ambos se
consolidou e então resolvem dar mais um passo importante em
direção ao casamento. No entanto, embarcar num casamento
quando você não sente que deseja passar o resto de sua vida
com o seu cônjuge não é simplesmente uma estupidez – é, de
fato, uma irresponsabilidade. Certamente, colocar uma aliança
ao redor da situação é enganar-se a si mesmo e sobrecarregar
cruelmente a outra pessoa. E dar filhos à luz dum
relacionamento assim é crime. Se durante o seu noivado, você
sentir que não deseja se casar, não case: Revele este sentimento
ao seu Pastor ou a um conselheiro de sua confiança. Mas se,
para efetivar o casamento, você precisa ser convencido por
alguém, a coisa mais certa a fazer é: Não fazer!
Necessário é que ambos os noivos estejam dispostos a
entrar num acordo quando assuntos importantes estão em jogo
e quando se tem opiniões diferentes acerca de uma atitude a ser
tomada. A melhor época para aprender a arte do comum acordo
é o período do namoro e noivado. As pesquisas revelaram que
seis meses é o tempo ideal para a duração do noivado e que
muitos dos que se divorciaram, noivaram-se por um período
curto, inferior a três meses. A proporção de casais que se
envolveram ativamente em sexo antes do casamento tiveram,
como conseqüência, um longo período de noivado, o que não é
aconselhado.
Ao pensarem seriamente no casamento, os noivos
devem reconhecer que vivem numa sociedade móvel. A família
que vocês vão formar, (esposo X esposa X filhos) sofrerão
tremendas pressões. Espera-se que o esposo e a esposa sejam
tudo para todas as pessoas. O esposo: Sábio, bom provedor,
excelente manejador das finanças, um pai amoroso e
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compreensivo, um cidadão exemplar, um membro ativo na
igreja, um cristão de atitudes corretas e um verdadeiro exemplo
a ser seguido. A esposa: Linda e muito agradável, exemplar
dona do lar, entendida no orçamento familiar, paciente com os
filhos, excelente cozinheira, sempre pronta para o esposo em
tudo, que valoriza o sacrifício do esposo na manutenção do lar,
que não seja esbanjadora, uma cristã fiel e verdadeira, um
exemplo a ser seguido pelos filhos, submissa e companheira
dedicada. Parece ser pesada e muito difícil tal exigência? Com
certeza não é para àqueles que se dispõem a viverem um
casamento de acordo com a vontade de Deus.
Para desenvolver bem todos estes papéis, vocês
mergulharão em mudanças constantes como se fossem um
camaleão, dia a dia e até hora após hora. Deverão sempre ter
mais semelhanças do que diferenças. Certa teoria diz que
alguns opostos se casam porque parecem se completarem nas
fraquezas pessoais ao encontrar um cônjuge que seja forte
nessas áreas. Muitos desses casamentos são considerados
felizes. Mas, estudos revelaram de que as áreas em que as
características da sua personalidade são diferentes, geralmente
periféricas, o casal tem muito mais semelhança onde podem
ocorrer conflitos básicos.
Talvez vocês nem perceberam esses fatores antes do
noivado, mas agora torna-se importante que os identifique.
Precisarão ser capazes de distinguir as pequenas diferenças que
possam surgir entre vocês e procurar resolvê-las por um acordo
inteligente, caso contrário, isso poderá destruir o seu
casamento.
Nada ameaça tanto um casamento do que a descoberta
de que o amor era manifestado como recompensa pelo bom
comportamento e retração pelo mau comportamento. Desta
forma, o casamento acarreta uma constante gangorra de doação
e retratação emocional, resultando em sentimentos de
insegurança. Quando o cônjuge está sendo amado, já fica

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pensando quanto tempo vai levar para ser desprezado. Nesse
aspecto somos muito felizes pelo fato de Deus não nos tratar
dessa maneira! Sempre somos por Ele amados, embora o nosso
procedimento não seja sempre aprovado. Mas Deus dá prova
do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda
pecadores, Cristo morreu por nós (Rom 5:6-8).
Nesta ocasião do noivado, ambos já devem ter
participado do ambiente familiar um do outro. Os casais
precisam estar conscientes de que três famílias são envolvidas
nesse novo relacionamento matrimonial. Primeiro a família que
você saiu. Segundo, a família da pessoa com quem você vai se
casar. Terceiro, a nova família que você vai formar. É preciso
dedicar atenção às personalidades dos seus futuros sogros e o
tipo de lar que eles estabeleceram. Isto, porque muitas das
características dos pais foram transferidas ao seu cônjuge e ele
ou ela será inclinado a perpetuar o tipo de lar que se lhe tornou
familiar. Em um lar onde a futura esposa tinha um pai
dominante, o conceito que ela tem do casamento é de que o
marido é o cabeça da casa. Se o homem com quem ela está se
casando é uma pessoa fraca, que não tem opiniões firmes, que
carece de autoconfiança, ambos poderão ser infelizes. Talvez
você venha de um lar em que tudo é limpo e tem o seu lugar
certo. Ou talvez quando você visita o lar do seu futuro cônjuge
pode ficar surpreso por ver que tudo parece uma completa
bagunça. Essa família sente-se bem vivendo daquele jeito, e vai
ser difícil mudar os hábitos pessoais do seu cônjuge, com
certeza. Por outro lado, você pode se preparar para suportar
serviços feitos relaxadamente por causa das qualidades que
você ou seu cônjuge, abundantemente possui. Você pode
decidir em ser o cônjuge que coloca as coisas em ordem para
melhorar a aparência de sua casa ou você pode também decidir,
que dado a oportunidade e encorajamento, o seu cônjuge faça
um verdadeiro esforço para agradar-lhe, aprendendo a ser mais

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ordeiro e asseado. Contudo, não se case com a idéia de que
você vai transformar o seu cônjuge.
Muitos casais não reconhece que, como indivíduos, são
não apenas produtos dos relacionamento de suas famílias, mas
de todos os seus relacionamentos interpessoais e mais a sua
própria vontade pessoal. É importante o casal descobrir
quaisquer sentimentos oculto que não tenha vindo à superfície
durante o período de namoro. É comum os casais usarem
máscaras, falando figurativamente, durante o seu namoro.
Essas máscaras devem ser abandonadas durante o período de
noivado. Sentimentos de ressentimentos, hostilidades e
inferioridades podem privar o relacionamento conjugal de
muita felicidade especialmente se esses sentimentos se
acumularam devido a uma incapacidade de amar ou de
demonstrar afeição.
Algumas vezes os casais não percebem que um espírito
fortemente competitivo existe entre ambos os cônjuges, e por
isso adentram ao casamento já com uma séria desvantagem.
Ambos podem ser tentados a suportar o seu próprio ego na
contra-partida de um com outro. Certamente quando pessoas
assim se casam, o relacionamento será azedo ao perceberem
que estão condenados a continuar anos de discussões, só
porque cada um está tentando superar o outro de alguma forma,
em vez de ambos se tornarem uma só carne, esforçando-se para
alcançar juntos os mesmos alvos.
Tudo isso deve ser descoberto e discutido antes do
casamento.
Outro fator importantíssimo e de aspecto vital é o
satisfazer às necessidades um do outro em um bom e
equilibrado nível espiritual, aprendendo a crescer juntos em sua
fé cristã. Mantenha sempre um contato estreito com o grupo de
conselheiros de sua Igreja, em especial o seu Pastor, que
sabiamente em muito contribuirá para o eficaz fortalecimento
do seu casamento.

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Não abra mão do diálogo franco e aberto com o seu
noivo e vice-versa, tudo o que cada um de vocês fizer como
cônjuge poderá estar baseado em conceitos totalmente
diferentes como: Gastar o seu dinheiro, onde vai para divertir-
se, a espécie de amigos que escolhe, o tipo de religião que
freqüenta, o padrão de adoração da família – Todas essas áreas
são pontos que potencialmente geram problemas para o casal.
Portanto, no decorrer do tempo em que vocês estão se
conhecendo melhor, essas questões precisam ser discutidas e
acordadas entre o casal.
Lembre-se: O noivado é a sua última chance na decisão
que ambos os noivos tem para efetivarem um relacionamento
responsável, saudável e, com certeza, um feliz matrimônio.

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04
Sagrado Matrimônio
Para muitos pode representar a perda da liberdade, a
própria escravidão, um eterno sofrimento. Há quem evita o
casamento só por achar que assim fazendo, levará uma vida
tranqüila e sem qualquer compromisso com alguém. Pode até
ser, à princípio, muito bom, mas não adianta iludir-se fugindo
deste ato tão sublime criado por Deus. As dificuldades da
sobrevivência surgirá mais cedo ou tarde demais.
O casamento entre um homem e uma mulher é um real
compromisso de relacionamento peculiar, através do qual
ambos se dão no sentido de realizar seus desejos e sanar suas
dificuldades. É indispensável colocarmos em prática os
ensinamentos de Jesus, para se conseguir um bom
relacionamento. Fugir do casamento para evitar problemas
significa negar a realização dos desejos de Deus na vida
humana por Ele especialmente criado. O Senhor Jeová, o
Arquiteto de todas as coisas, quer que vivamos em família e
que nosso lar seja sempre feliz. Portanto é necessário que
estejamos inclinados a ouvir, entender e obedecer ao Senhor.
Afinal de contas, o Senhor é a autoridade máxima e foi Ele
mesmo quem projetou e instituiu a família. O casamento requer
um nível de maturidade que incluí disposição para assumir a
responsabilidade pelos seus próprios atos, pelo seu próprio
bem-estar e mais o bem-estar de seu cônjuge e filhos. Inclui
uma prontidão vocacional de capacidade para ganhar a vida, de
modo que a família esteja sempre protegida e suprida em suas
necessidades.
No casamento não deve e nem pode haver
gerenciamento externo, mesmo que seja dos sogros ou
qualquer outro parente estimado pelo casal. As ajudas podem
sempre ser bem recebidas, mais sem que isto venha trazer
obrigações ou autocontrole. Em Gênesis 2:24, Deus nos dá
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uma dica importante sobre nosso relacionamento com os
sogros: “Por isso deixa o homem pai e mãe...” Deus disse que o
homem e a mulher tem que deixar pai e mãe. Trata-se de um
“deixar” emocional, corta-se definitivamente o cordão
umbilical, e o homem e a mulher que se unem
matrimonialmente, assumem uma nova função na vida: Passam
a ser esposo e esposa. Ambos “deixaram” seus pais no sentido
de assumirem uma nova posição dentro da família. Isto não
significa que os filhos vão perder o contato, menosprezar ou
até mesmo abandonar os seus pais. Mas significa que os filhos
vão se desligar emocionalmente da dependência dos pais que
lhes deram segurança, proteção e apoio financeiro. Se este
“deixar” não acontecer, o “unir-se”, que significa cimentar,
será prejudicado. O melhor presente que o novo casal pode
receber de seus pais é, sem dúvidas, a liberação e total
libertação. Os filhos precisam saber disso. Portanto, é
importante que os pais expressem este compromisso
verbalmente e com certeza isto fortificará por completo o novo
relacionamento. O “deixar” é uma responsabilidade difícil para
os pais. E não somente para eles, mas também para os filhos.
Deixar pai e mãe pode ser uma decisão difícil e dolorosa de se
tomar. De fato, em muitos casos, muitos casais têm sido
prejudicados em seu relacionamento porque nunca se
desligaram emocionalmente da família. Portanto recomendo
com larga experiência: - O Casal nunca deve estabelecer
moradia juntos de seus pais. Morem de aluguel, emprestado,
próprio, mesmo que seja até em uma casa muito humilde.
Morar com os sogros ou com os pais, certamente é uma
maneira péssima de se construir uma nova família;
- Nunca contem com a ajuda financeira dos pais ou
sogros, isto não é mais obrigação deles;
- Não trate seus pais ou sogros com cuidados ou
excessiva atenção. Isto poderá acarretar ciúmes e profundo
sentimento de amargura no seu esposo ou esposa;

30
- Não aceite interferências na sua vida conjugal seja por
parte de seus pais ou seus sogros. Na maioria das vezes isto
acontece por parte da mãe da esposa ou parte da mãe do esposo
e as vezes até por parte de outros parentes. A intenção é sempre
boa, mas acarreta em resultados na maioria negativos.
- Não permita que nada, além de Cristo, seja tão
importante e de valor inestimável do que o seu esposo ou
esposa. Seja qual for o momento ou situação da vida, valorize
sempre a sua união conjugal;
- Nada faça escondido do seu cônjuge. Normalmente
isto só trás dissabores e forte desconfiança ao ser descoberto;
- Não use constantemente seus pais ou sogros como
babás. Naturalmente os avós vão querer cuidar dos netos, mas
há o perigo de abusar dessa boa vontade;
- Não esqueça do aniversário dos seus pais e sogros.
Pode parecer uma coisa pequena, mas você é capaz de ganhar a
sua sogra com bouquet de flores no seu próprio aniversário;
- De vez em quando, expresse seus sentimentos
positivos para com os seus pais. Eles precisam saber sempre
que são queridos e importantes em sua vida;
- Procure mostrar amor e consideração para com os seus
sogros quando eles lhes visitam ou passam alguns dias em sua
casa;
- Em tudo e por tudo seja sempre fiel e verdadeiro (a)
no seu casamento.
É triste a situação quando não se vê um bom
relacionamento entre sogros e filhos. Se há este “deixar”
determinado por Deus de ambos os lados, há também a
possibilidade de se construir um relacionamento profundo e
amável. E quando não se dispõe a “deixar”, sempre haverá
problemas. Os sogros existem para que possam ser uma benção
na vida dos filhos e netos. Por outro lado, os filhos e netos
devem fazer tudo para que seus pais e avós de seus filhos sejam
também felizes. É preciso o casal saber ceder um pouco de

31
cada lado. Nada de fazer prevalecer a sua própria vontade, nem
tão pouco exigir que todos os seus gostos sejam satisfeitos.
Cada um tem a sua personalidade e a sua consciência, que
precisam ser respeitadas. Torna-se difícil viver em harmonia
quando um dos cônjuges age egoisticamente, isto é, exigindo
que o outro se anule para que tudo seja feito de acordo com a
sua vontade. O egoísmo tem sido o culpado do fracasso da
grande maioria dos casamentos. Ninguém pode tornar a esposa
ou o esposo escravo dos seus caprichos pessoais.
No início do casamento, é possível suportar uma
situação como esta, mas com o tempo, o relacionamento do
casal começa a deteriorar-se até ficar, praticamente, impossível
a convivência. Isto é válido para todos os aspectos familiares.
Não há como exigir que um tenha os mesmos gostos do outro.
Por isso, o casal deve manter uma vida de constante oração,
estudo da palavra de Deus e muito diálogo, a fim de sempre
haver acordos satisfatórios na convivência à dois. No livro de
Provérbios, cap.14 ver.1 está escrito: A mulher sábia edifica a
sua casa, mas a tola, com suas próprias mãos a destrói. Isto
também se aplica ao homem que, por natureza determinada por
Deus, nunca deve inferiorizar a sua mulher só porque é o
cabeça da família, mais portando-se com inteligência,
procurará sempre conduzir com mansidão e muita prudência o
bom relacionamento conjugal. Faz bem ao casal, quando
ambos reconhecem que se precisam sem qualquer reserva.
É muito melhor decidir tudo em conjunto, dialogando
sempre, cedendo no que for possível. Esse entendimento se
torna fácil quando um pensa mais na felicidade do outro que na
sua própria. Em outras palavras, quando agem de forma
contrária ao egoísmo.
Todas as pessoas apresentam defeitos e qualidades e,
portanto, precisam aprender a se corrigirem. É uma grande
ilusão pretender conseguir uma esposa ou esposo sem qualquer
defeito, embora não se tenha dúvida de que existem pessoas

32
com menos defeitos do que as outras. Os defeitos das pessoas
que vivem mais próximas de nós são notados com maior
freqüência, porque inevitavelmente eles se evidenciam no dia-
a-dia. Não vemos tantos defeitos nos outros por não estarmos
convivendo com eles diariamente. Para conhecermos melhor
uma pessoa, basta convivermos com ela mais intimamente. É
por essa razão que o homem ou a mulher vêem mais defeitos
na esposa ou no esposo do que nas outras pessoas. Se
convivessem com elas diariamente, descobririam que também
estão tão cheias de imperfeições quanto você. Não há, portanto,
outra alternativa senão o de aceitarmos, um ao outro, como de
fato somos.
Sem dúvida, o cônjuge pode ajudar o outro a combater
seus defeitos. Mas, essa ajuda precisa ser com muito tato e
cuidado, de forma amiga, respeitosa, longe de terceiras
pessoas, para não ferir a sua sensibilidade.
Uma atitude profundamente infeliz, deselegante, é a de
corrigir as falhas da esposa ou do esposo em público, ou de
comentar sobre elas com amigos ou parentes. Isso humilha,
fere e em nada contribui. Ao contrário, compromete o
relacionamento do casal.
Outro hábito negativo, anticristão, é o de usar palavras
ou expressões depreciativas tais como: sua burra, seu imbecil,
ignorante ou palavras torpes, quando um se refere ao outro.
Torna-se muito elegante, puramente humano e
agradável à Deus, quando ambos se exaltam nas qualidades e é
o que todo casal deve sempre fazer sem qualquer reserva.
Como é lindo observar a sua metade dizer: Meu esposo é tão
bom e compreensivo! Ou: Minha esposa é tão meiga e
carinhosa comigo!
A união conjugal deve sempre estar apoiada na
confiança mútua. E confiança não se impõe, conquista-se nos
atos cotidianos. Se não houver lealdade constante não se
cativará a confiança um do outro. O relacionamento começa a

33
ser abalado por pequenas mentiras, muitas vezes, antes mesmo
do casamento. Para adquirirmos a confiança, quase sempre,
precisamos de muito tempo, mas, para perdê-la, um minuto é
suficiente. Uma pessoa passa a ter direito de desconfiar de
alguém que um dia a enganou.
É de total conveniência que os cônjuges procurem se
educar permanentemente para terem e concederem liberdade ao
cônjuge, sem que venham cometer abusos. Muitos que se
separaram exatamente por não suportarem certos defeitos do
cônjuge, chegaram àquela infeliz conclusão: Ruim com ele,
pior sem ele, ou vice-versa.
No tocante as crises conjugais, quase todos os casais
tem ou já tiveram seus momentos difíceis. As causas podem ser
as mais variadas. Uma das mais comuns está ligada aos
problemas financeiros do casal que luta por firmar-se
economicamente. Problemas dessa natureza costumam trazer
certa indiferença afetiva, com evidentes repercussões no
relacionamento conjugal. Essa é uma fase perigosíssima para o
casal porque, tanto o que está sofrendo diretamente o problema
quanto o outro, podem tomar decisões precipitadas, que
comprometem a vida familiar, ao invés de procurar soluções
para a crise que originou o esfriamento conjugal. É preciso
estar sempre preparado para enfrentar esses momentos de crise,
procurando resolver as questões sem que a situação conjugal
seja afetada de forma irreversível. Não podemos nos iludir
achando que temos condições de passar a vida inteira sem
lutas. Podemos sim, reduzir bastante as dificuldades,
procurando colocar em prática os ensinamentos de Jesus, mas
sempre restarão algumas lutas inevitáveis, e sem elas jamais
alcançaremos as bênçãos que nos são prometidas.
O matrimônio é tão sério que não pode ser desfeito sem
razões profundamente graves. Notando-se os momentos
difíceis por que passa um dos cônjuges, o outro logo deve
tomar medidas imediatas, visando ajudá-lo a superá-los.

34
Lembremo-nos que em Jesus encontraremos medidas
preventivas para evitar as crises ou superá-las.
Quando a situação financeira do casal é boa, tudo vai há
mil maravilhas, mas quando vem o desemprego e o aperto
parece não ter fim; a impressão que fica é de que o amor só
existia mesmo quando se tinha dinheiro. O casal deve se
resguardar quanto a este mal que já derrubou milhares de
casais. Ao invés de se desentenderem é bom que ambos se
unam mais ainda com o firme propósito de vencer e sair da
crise financeira. O excesso de dinheiro também pode afetar o
relacionamento conjugal. Neste caso, as razões mais comuns
são os desvios que a abastança costuma facilitar, sobrevindo
repentina desgraça, e isto, tudo por falta de responsabilidade e
valorização do sacrifício e do suor derramado pelo cônjuge
mantenedor. A Bíblia nos ensina que devemos ser fieis no
pouco, mas também nos ensina a sermos prudentes e mais fieis
ainda quando abastecidos dos favores desta vida. Ser rico não é
pecado e ser pobre não é vergonhoso. Porém, em tudo devemos
ser fiel ao Senhor nosso Deus, dizimando-lhe o que é de
direito.
O próprio Jesus nos oferece os meios de compreensão
bastante para evitar a queda do casal que tem situação
financeira privilegiada, porque conscientiza de que o dinheiro é
um empréstimo que Deus nos faz para ser empregado em nosso
bem-estar. Usá-lo para excitar as paixões e vaidades, é
desvirtuar-lhe da finalidade nobre. Para se ter êxito, entretanto,
é necessário muita vigilância, precaução e busca constante da
direção do Espírito Santo. O esposo não pode esquecer que a
família é uma pequena sociedade onde precisa haver divisão de
tarefas. Se a esposa assume os trabalhos do lar e o cuidado dos
filhos, embora sem dispensar a sua ajuda, e ele a
responsabilidade da manutenção geral da família, o dinheiro
que recebe não é exclusivamente seu, mas pertence ao casal,
devendo pois, sua aplicação ser feita de comum acordo.

35
O cuidado deve ser uma constante em toda a maneira de
viver, não só no aspecto financeiro ou na manutenção do lar,
pois muitas das vezes, projetamos em uma situação repentina,
as reações infantis fixadas, que não foram nem elaboradas ou
percebidas, contudo são frutos de alguma ação de recalque.
Quando há algum tipo de tensão, seja por insatisfação,
desentendimento, coisas fúteis dessa vida, logo o passado volta
à tona e intacto. Na verdade quando isso acontece, fica
evidente que entre o casal faltou o perdão e aí o passado não
foi esquecido, aniquilado. Portanto, o passado não passou e só
o é no tempo e no nome. Cronológico e não existencial, já que
influi no presente. Assim, não é só com a mulher que o homem
casa, ou vice-versa, mas com tudo que há dentro de ambos.
Portanto, o matrimônio é tanto um elevado privilégio
quanto também uma solene responsabilidade. Um chamado
especial para uma aventura na vida abundante sob o Senhorio
pleno de Jesus Cristo. Ele mesmo disse: “Eu vim para que
tenham vida, e a tenham em abundância”, (João 10:10).
O fator que unifica o povo de Deus é que temos o seu
Espírito Santo. Este nos habilita a entender a verdade revelada
na palavra do Senhor e assim servi-lo de forma unida. (João
16:12 e 13). O Espírito Santo ajuda-nos a evitar as obras
carnais que causam desunião, tais como discórdias, ciúmes,
acessos de íra, revoltas e contendas. O Espírito de Deus produz
em nós os frutos unificadores de amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura e
autodomínio, (Gálatas 5:19-23).
Os membros duma família unida amam uns aos outros e
se sentem felizes de estar juntos. De forma comparável, os da
família dos adoradores de Deus amam a Ele, o Filho Dele e o
seu Santo Espírito, (Marcos 12:30, João 21:15-17,1 João 4:21).
Assim como os membros duma amorosa família gostam de
tomar refeições juntas, os da família de Deus têm prazer em
estar juntos nas reuniões cristãs para tirar proveito do excelente

36
alimento espiritual, (Mateus 24:45-47, Hebreus 10:24,25). Uma
família unida sente-se feliz de fazer as coisas juntas e a família
que tem liderança firme, mas amorosa, e que é ordeira, tem
toda probabilidade de ser sempre unida e feliz, (Efésios 5:22,
33 e 6:1). Um modo de preservarmos nossa união matrimonial,
sem dúvidas, está no submetermo-nos à vontade de Deus.
Talvez isso requeira um ajuste no nosso modo de pensar e agir,
se preciso faça isso.
A cada dia procurem reafirmar o elo matrimonial,
pedindo de coração, ao Senhor, o reforço necessário para a
subsistência do amor de um pelo outro. Vocês podem até fazer
isto em oração, como esta: “Jeová, Pai celestial, em nome de
Jesus Cristo, nós reafirmamos a nossa aliança contigo e
pedimos que o teu Santo Espírito nos acompanhe durante estes
momentos de oração. Nós te agradecemos porque tens nos
amado desde antes do nosso nascimento. Porque deste o teu
filho Jesus para morrer em nosso lugar, para que pudéssemos
ser redimidos dos nossos pecados. Nós oramos a ti em favor do
nosso lar. Queremos que seja sempre um lar de paz e que em
nós esteja habitando o teu Santo Espírito. Aplicamos o Sangue
de Jesus Cristo contra qualquer espírito maligno que queira
invadir o nosso ninho de amor. Declaramos que nosso inimigo
não tem nenhum direito sobre nosso lar. Mantenha, Senhor, o
nosso lar sempre purificado de todas as influências maléficas,
em nome de Jesus. Que o nosso lar esteja sempre cheio da tua
presença Santa. Que os teus anjos estejam sempre nos
protegendo aqui em nosso lar e em todos os lugares por onde
andarmos. Satanás nós ordenamos, pelo poder do Sangue de
Jesus, que você não se aproxime do nosso lar. Que a tua
presença Senhor esteja em todos os cômodos. Quando aqui
entrarem nossos parentes e amigos, que eles reconheçam que o
nosso lar é cheio de paz e da tua presença Senhor. Portanto,
satanás, a tua influência aqui dentro do nosso lar e em nossas
vidas, jamais existirá. Nós consagramos e dedicamos o nosso

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ser e o nosso ninho de amor ao Rei dos Reis e Senhor dos
Senhores, ao nosso Pai celestial e ao nosso Salvador Jesus
Cristo.
Amém

Quanto Ao Divórcio:

Jesus nos ensina que quem se divorcia por razões não


bíblicas e se casa de novo, peca contra Deus, cometendo
adultério, (Ml 2:14; Mt 19:9, 1 Co 7:15). Noutras palavras,
Deus não tem obrigação de considerar um divórcio correto ou
legítimo, simplesmente porque o Estado, ou qualquer outra
instituição humana, o legaliza.

38
05
Sexo
Um dos alvos importantes no casamento deve ser que
esposo e esposa se tornem amantes peritos. O apetite de
realização sexual é nos dado por Deus. Jesus Cristo mesmo
comparou seu relacionamento com a sua Igreja amada como o
relacionamento natural entre esposo e esposa.
Você é um ser sexual e aceitar isto é condição
necessária para uma boa saúde mental. Você precisa
reconhecer que tem órgãos e sentimentos sexuais. Você precisa
aceitar a sua sexualidade como um dom de Deus. Satisfazer
essa inclinação é sadio, natural e correto. Deus estabeleceu o
relacionamento conjugal para que essa tendência possa ser
satisfeita não apenas no nível natural e físico, mas na entrega
amorosa e na comunhão com o cônjuge. Os pensamentos e as
emoções do homem ficam aprisionados, a não ser que sejam
expressos através do veículo do seu corpo, e por isso, no
casamento, ambos o esposo e a esposa, expressam o seu amor
um pelo outro na união dos seus corpos. Este é o desígnio da
unidade interpessoal do homem e o alicerce sobre o qual a
família deve ser edificada.
É necessário eliminar, de vez, a atitude das gerações
passadas, de que o sexo é sujo, desagradável, um assunto
escuso e algo que a mulher precisa suportar no casamento. Se
há qualquer traço dessa atitude persistente em seu pensamento,
você precisa urgentemente buscar ajuda. Algumas vezes a
pessoa que foi criada em um lar cristão assume a idéia de que
espiritualidade e sexo são incompatíveis. Pois saiba você, que
não foste criado como sendo um espírito desencarnado, e o fato
de um homem ou uma mulher se sentirem espirituais demais
para gozar uma relação sexual normal no casamento não é sinal
de maturidade cristã. Uma certa vez, em uma igreja, estava eu
participando da celebração da Ceia do Senhor e, em dado
39
momento daquela comunhão com o Senhor, uma irmã
levantou-se e pediu a palavra para pedir perdão. Prontamente
lhe foi dada a oportunidade: Àquela irmã em Cristo pedia
perdão a Igreja pois se sentia culpada e, portanto, pesarosa em
seu sentimento, só porque havia tido relações sexuais com o
seu cônjuge horas antes de ir à Igreja para participar da
comunhão. Chega a ser um absurdo, mais há muitas pessoas
ainda mal instruídas por seus líderes espirituais no tocante a
vida sexual. Há também àqueles que ainda pensam que o sexo
é apenas um instrumento para a procriação e nada mais. Esses
tabus tem provocado intensa repressão contra a prática natural
do sexo, ocasionando quadros de frigidez ou até mesmo de
total rejeição. O comportamento sexual depende de fatores de
ordem psicológicas, sendo afetado por preocupações,
inseguranças, medo, sentimento de culpa, etc. A simples
preocupação, por exemplo com algum problema pode
ocasionar certa indiferença para com o sexo no homem ou
dificultar o orgasmo na mulher.
O tipo de atividade também pode influir. Segundo as
pesquisas médicas, os homens que executam trabalhos mais
grosseiros geralmente praticam sexo com mais freqüência do
que os que realizam trabalhos leves ou intelectuais, em razão
da própria materialidade da vida que levam. O sentimento
também tem uma destacada importância no ato sexual. A
satisfação só é plena quando há amor entre os cônjuges. A
união sexual não pode ser limitada ao lado biológico,
instintivo, mas deve envolver o sentimento por completo. O
desejo de satisfação sexual varia de pessoa para pessoa. Há
homens e mulheres que sentem necessidades da pratica do sexo
quase que diariamente, enquanto outros podem passar vários
dias, ou mesmo semanas de abstinência, sem maiores
problemas. O sexo é, pois, sublime e não deve ser condenado,
mas praticado com equilíbrio e dentro das condições que
conservam a harmonia e a suprema vontade de Deus.

40
Muitos crentes são infelizes no casamento porque as
suas necessidades sexuais não estão sendo satisfeitas. Alguns
estão até requerendo o divórcio, enquanto outros estão
mantendo os seus casamentos, mas tendo, pecaminosamente,
casos extraconjugais. Se você é um dos tais, sai do marasmo,
do pecado, e encare o problema de frente. Busque auxílio com
o seu pastor ou conselheiro e percorra as milhas que forem
necessárias para salvar o seu casamento.
A Palavra de Deus nos dá a melhor perspectiva sobre o
sexo. Não é uma perspectiva distorcida e negativa como as
filosofias puritanas, nem como a nova moralidade dos tempos
modernos, que deixa de lado o padrão de Deus sobre o que é
moral e impulsiona uma liberdade completa na expressão dos
desejos sexuais. Deus nos criou seres sexuais para o bem-estar
do homem e da mulher, e é seu propósito que entendamos o
plano Dele para nossa vida. Lemos no livro de Gênesis 2 sobre
o primeiro casamento, entre Adão e Eva. As Escrituras
Sagradas descrevem este casamento, no versículo 24 do
capítulo acima, usando palavras de alto grau e valor: “Portanto
deixará o homem a seu pai e a sua mãe e unir-se-á à sua
mulher, e serão os dois uma só carne”.
Duas palavras chaves: DEIXARÁ e UNIR-SE-Á
O homem deixa emocionalmente de ser filho e se torna
esposo. Igualmente a mulher deixa emocionalmente de ser filha
e assume o papel de esposa. Quando este abandono emocional
não acontece, haverá graves e incalculáveis problemas no
casamento.
Unir no hebraico significa cimentar. É plano original de
Deus que duas pessoas casadas se expressem no amor mútuo e
se desfrutem através do ato sexual. No plano de Deus não esta
incluída a separação ou o divórcio. O relacionamento é para
sempre, até que a morte os separe.
Certa ocasião, em Mateus 19:3-9, alguns fariseus
vieram a Jesus com o propósito de experimentá-lo com esta

41
pergunta: É lícito ao homem repudiar a sua mulher por
qualquer motivo? Jesus respondendo disse-lhes: Não leste que
no princípio o Criador os fez macho e fêmea, e disse: Portanto
deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão os
dois uma só carne? Assim já não são mais dois, mas uma só
carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.
Perguntaram-lhe os fariseus: Então por que mandou Moisés
dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la? Jesus respondeu:
Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu
repudiar vossas mulheres. Mas no princípio não foi assim.
Continuando, disse Jesus: Eu vos digo, porém, que qualquer
que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e
casar com outra, comete adultério, e o que casar com a
repudiada também comete adultério.
No plano de Deus a separação só deveria ocorrer
através da morte. Deus permitiu o divórcio por causa da dureza
dos corações do povo de Israel, mas este não é o seu plano
original e perfeito. Somente o esposo e a esposa que deixaram
e se uniram, formam uma só carne e realmente podem
desfrutar, de acordo com o plano divino, do relacionamento
sexual.
Os meios de comunicação em geral, estão
bombardeando os lares diariamente com idéias diabólicas a
respeito do sexo. Pregam o sexo livre, em completa
contradição ao mandamento de Deus. Na verdade o amor
nunca foi livre, e se o for, com certeza não será amor. Este
falso amor televisivo não passa de insitamentos ao adultério e
conseqüentemente a mais perigosa arma usada por satanás para
dilacerar corações e destruir lares.
O Sexo exige respeito, selado compromisso e total
fidelidade, infelizmente essas qualidades estão desaparecendo
em nossa sociedade. Essa corrompida geração esta trocando os
verdadeiros significados quando se refere ao sexo chamando-o
de amor, quando no sentido original de Deus, o sexo é o

42
firmamento, a cimentação da união conjugal, o fortalecimento
do verdadeiro amor.
A Palavra de Deus é abundantemente clara em mostrar
que o sexo deve ser desfrutado somente por aqueles que
deixaram, e se uniram e se tornaram uma só carne. Digno de
honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem
mácula, pois aos devassos e adúlteros Deus os Julgará. Para o
esposo e a esposa Deus providenciou um ato conjugal
harmonioso e de profunda unidade através do sexo, efetivando
entre ambos uma completa comunicação interior. Por este meio
passa a existir uma comunhão de espírito e perfeita união dos
corpos, (Gênesis 4.1).
O casal deve e precisa liberar suas energias, afeições e
sentimentos na relação física. Esse é o meio de se conhecerem
um ao outro. É a verdadeira celebração de experiência de uma
só carne. É claro que há várias implicações práticas nessa
experiência, porque o ato sexual não é somente um ato físico,
mais também emocional e espiritual.
É certo que o ato sexual não foi criado por Deus
somente para a procriação da espécie humana, mais sim para
também ser um meio de prazer mútuo entre o casal.
Os carinhos amorosos que precedem o ato sexual, são
imprescindíveis, principalmente para a mulher, por ela demorar
mais tempo que o homem para se excitar e chegar ao orgasmo.
Mas ainda existem muitos preconceitos e repressões em relação
a isto. Por incrível que pareça, algumas esposas sentem
vergonha de olhar ou tocar os órgãos genitais de seus esposos e
ficam inibidas quando eles fazem o mesmo. Muitos casais não
dão aos carinhos a importância que eles merecem. No entanto,
faz bem lembrar que esta fase é tão valiosa quanto a
penetração, pois o grau de excitação vai determinar a
intensidade do prazer. A maioria dos homens não costuma
aceitar carícias das esposas, principalmente nas nádegas, e por
puro machismo e preconceito, perdem a oportunidade de

43
desfrutar sensações extremamente gratificantes. Qualquer parte
do corpo em que se tem sensibilidade, onde se sente dor, é
identificada como uma área erógena em potencial. Mas, de
maneira geral, pode-se dividir esta área em dois grupos:
Primitivas ou primárias e culturais ou secundárias. As
primeiras são praticamente comuns a todos os seres humanos e
claro que incluem as regiões genitais. No homem as áreas
erógenas primárias são a glande (extremidade do pênis), bolsa
escrotal, face interna das coxas, ânus, períneo (espaço entre o
ânus e os órgãos genitais) e as nádegas. A maioria, porém, não
costuma aceitar carícias nas nádegas e ânus, por associar o
prazer resultante do estímulo destas regiões ao
homossexualismo. Pura bobagem e falta de confiança em si
mesmo.
Entre as áreas erógenas genitais femininas estão os
grandes e pequenos lábios vulvares, a parte posterior da vagina,
a haste do clitóris (parte coberta) e a área próxima aos pêlos,
conhecida como monte-de-vênus. Convém lembrar que,
embora algumas pessoas acreditem que a glande do clitóris seja
uma área erógena, ela, na verdade, é extremamente sensível e,
se estimulada, pode causar desconforto e até dor, bloqueando o
prazer. Na mulher, são também regiões primárias a face interna
das coxas, as nádegas, o ânus e o períneo. Já os seios
constituem uma área erógena primária indireta, porque
primitivamente, a sensibilidade dos mamilos e da auréola tinha
como finalidade tornar agradável a amamentação. Mas também
não se pode classificá-los como secundários, porque as
sensações provenientes do seu estímulo são comuns a todas as
mulheres. Ao excitá-los, provoca-se uma reação que atinge
todo o aparelho genital: O útero se contrai, o clitóris se enche
de sangue e enrijece, os mamilos se tornam intumescidos. O
seu estímulo costuma provocar um prazer intenso. Há mulheres
que têm uma sensibilidade exagerada e sentem desconforto a
um simples toque, preferindo carícias no globo dos seios, em

44
vez de nos mamilos e auréolas. Outra área erógena primária,
tanto no homem quanto na mulher, é a nuca. Esta sensibilidade
tem origem primitiva, porque, entre os mamíferos, o macho
subjuga a fêmea mordendo a parte de trás do seu pescoço.
Como a sensação é agradável, ela se deixa possuir. Com os
seres humanos, as sensações são similares e a nuca, um ponto
de valioso prazer.
As áreas erógenas culturais ou secundárias variam de
povo para povo, de cultura para cultura e até mesmo de pessoa
para pessoa. Os esquimós consideram o nariz uma área erógena
e o atrito desta região, uma carícia profundamente estimulante.
O beijo é um costume tipicamente ocidental. Para os índios,
por exemplo, ele não tem a menor conotação sexual. O que
parece erótico para alguém pode não parecer para o outro. Há
quem fique excitado com uma mordida na orelha, uma
confidência no ouvido e até mesmo um cafuné. Nenhuma
sensação deve ser desprezada, pois tudo que possa aumentar o
prazer sexual deve ser cultivado.
A rotina, a maior inimiga dos relacionamentos estáveis,
só se estabelece quando o casal desiste de renovar sua relação.
Muitos transformam o sexo num hábito mecânico, não
aproveitando todas as potencialidades naturais do corpo. O ser
humano tem cinco sentidos e não utiliza todos eles na atividade
sexual. Muita gente mantém relações no escuro, perdendo
assim todo o estímulo que a visão poderia proporcionar. O tato
costuma ser usado, mas a audição a fala, nem sempre.
Algumas pessoas tem até vergonha de demonstrar prazer e se
sentem inibidas quando o companheiro (a) age deste modo.
Ficam em silêncio, não falando sequer para orientar o cônjuge
sobre suas preferências. No entanto, um elogio ou um gemido
pode ser muito estimulante para o outro. O olfato é outro
sentido pouco utilizado. O cheiro do corpo é sadio, erótico,
excitante e afrodisíaco. Quanto ao paladar, então, nem se fala.
Além disto, a observação das reações do cônjuge, a

45
sensibilidade para descobrir que tipo de carícia desperta maior
prazer, tudo isto é fundamental para manter viva a atração. Os
casais que se tocam pouco e não costumam pesquisar
mutuamente seus corpos, perdem a oportunidade de
experimentar novas sensações. Muitas das vezes, a mulher
aceita um carinho pouco satisfatório por vergonha de orientar o
companheiro. O homem por sua vez, se sente diminuído
quando a companheira diz como gosta de ser acariciada,
achando que ela está tentando ensinar a fazer sexo. Outro
equívoco masculino é acreditar que o estímulo das áreas
erógenas pressupõe uma ação forte, rápida e repetida. Este tipo
de comportamento não excita ninguém. A carícia fica muito
mais gostosa quando feita suavemente, lentamente e sem
pressão. Do contrário, provoca apenas desconforto e até dor.
Um roçar de dedos ou lábios costuma ser mais excitante do que
um aperto ou mordida. A intensidade da reação varia de pessoa
para pessoa, porém os toques devem ser firmes, mas nunca
violentos. Se houver esta exploração recíproca, a relação sexual
se tornará, sem dúvida, muito mais prazerosa. Se o casal
utilizar os cinco sentidos, tentar vencer os bloqueios e
preconceitos, conscientizando-se de que o sexo é também
dádiva de Deus para a vida à dois, certamente terão uma
maravilhosa união conjugal, porque:

- O meu amado é para mim um ramalhete de mirra; morará


entre os meus seios (CT. 1:13).
- A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a
Sua mão direita me abrace (CT. 2:6).
- Os Teus dois seios são como dois filhos gêmeos da gazela,
que se apascentam entre os lírios (CT. 4:5).
- Jardim fechado és tu, minha irmã, noiva minha, manancial
fechado, fonte selada (CT. 4:12).

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- O Teu umbigo é como uma taça redonda a que não falta
bebida. O teu ventre é como monte de trigo, cercado de
lírios (CT. 7:2).
- Quão formosa, e quão adorável és, ó amor em delícias!
(CT. 7:6).
- A Tua estatura é semelhante à palmeira, e os Teus seios aos
cachos de uvas (CT. 7:7).
- Dizia eu: Subirei à palmeira; pegarei em seus frutos. Sejam
os Teus seios como os cachos da vide, e o aroma da Tua
respiração como o das maçãs, e os Teus beijos como o bom
vinho para o meu amado, que se bebe suavemente, e faz
com que falem os lábios dos que dormem. Eu sou do meu
amado, e ele me tem afeição. (CT. 7: 8 à 10).
- Põe-me como selo sobre o Teu coração, como selo sobre o
Teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro
como a sepultura o ciúme. As suas brasas são brasas de
fogo, como as labaredas do Senhor. As muitas águas não
poderiam apagar este amor, nem os rios afogá-lo. Ainda
que alguém desse todo os bens da sua casa por este amor
seria de todo desprezado. (CT. 8:6 e 7).
- Eu Sou um muro, e os meus seios como as suas torres.
Assim tornei-me aos olhos dele como aquela que traz
prazer. (CT. 8:10).
O Cântico dos Cânticos de Salomão acima
expressam como são envolventes as carícias entre o casal e sem
isto, praticamente, o relacionamento torna-se monótono e
totalmente sem graça.
Os homens se excitam rapidamente, enquanto que
as mulheres demoram um pouco. No entanto, todas gostam de
carícias prolongadas.
O efeito imediato da excitação no homem é a reação
do pênis e, na mulher, a ereção do clitóris e de outros tecidos
eréteis em torno da entrada da vagina é o que provoca a
excitação. Esta ereção nada mais é do que a entrada de sangue

47
sob pressão no tecido bulbo-cavernoso do pênis e do clitóris e
também do tecido localizado ao redor da entrada e terço
externo da vagina.
Na mulher, as carícias são importantes não apenas
para aumentar a excitação do tecido erétil, mas também para
estimular as glândulas que secretam o muco responsável pela
lubrificação do aparelho genital feminino e do pênis, durante o
ato sexual. Esta lubrificação permite que o deslizamento do
pênis sobre as estruturas vulvares e a vagina seja suave e o
atrito quase nulo. Quando o homem é apressado e começa o ato
imediatamente, o pênis, ao penetrar, pode encontrar a vulva e a
vagina pouco lubrificadas, o que costuma provocar sensação
desagradável na mulher, podendo retardar ou mesmo inibir o
orgasmo.
A quantidade de muco secretada pelas glândulas
masculinas é pequena e insuficiente.
Após o ato sexual, desaparece a excitação do
homem por alguns minutos ou horas, porém a da mulher
decresce muito lentamente. Em virtude disto, muitos homens se
desinteressam pela mulher logo em seguida ao orgasmo e vão
dormir, enquanto ela continua sensível ao carinho e à atenção
do esposo. Algumas apreciam ficar bem junto a ele por longo
tempo.
Quando o interesse do homem pela mulher é
basicamente sexual, esta tendência para deixá-la sem carinho e
atenção é maior. Quando, porém, além do desejo físico, existe
o sentimento, ele pode exteriorizá-lo nestes momentos e isto é
muito gratificante para ela.
Alguns homens passam a sentir repulsa pela mulher,
após o orgasmo, em virtude do odor característico das várias
secreções do aparelho genital que ficam aumentadas nesses
instantes. Isto resulta da associação, na mente, destas secreções
ou do seu cheiro com coisas sujas, o que nada mais é do que o
resultado da ignorância acerca da natureza das secreções tanto

48
da mulher quanto do homem e depende da condição mental de
cada um. Para que isto não aconteça, precisam libertar-se dos
tabus, nojo, ou outros condicionamentos mentais que realmente
influem no relacionamento sexual.
A sexualidade na espécie humana, e, em especial na
mulher, é bastante complexa. O ajustamento na vida conjugal
não é tão simples, requerendo esforço e perseverança. Para
atingir este fim, o casal precisa conhecer bem as necessidades
de cada um. Os problemas sexuais variam muito de uma
mulher para outra. O homem precisa conversar demoradamente
com a esposa, afim de se inteirar de todas as suas
peculiaridades na área sexual, procurando ajudá-la a se realizar
neste campo. Assim, ao invés de ficar frustrada, poderá ser
uma mulher realizada na vida conjugal.
A atenção e o carinho são, pois, imprescindíveis no
relacionamento sexual, praticamente garantindo a plena
realização sexual da mulher e conseqüentemente a satisfação
total do homem.
O clímax do prazer sexual é o orgasmo. O atrito
entre o pênis e as estruturas genitais femininas, principalmente
o clitóris, estimula os receptores nervosos sensíveis localizados
notadamente na glande (cabeça do pênis) e na região
correspondente do clitóris e na parede vaginal. Quando a
excitação chega ao grau máximo, surge o orgasmo.
No homem, desencadeia ondas peristálticas
(contrações), principalmente no epidídimo e canal deferente,
expulsando o esperma, e, na mulher, provoca contrações
semelhantes, especialmente nas trompas, útero e músculos
perineais.
A melhor posição para o ato sexual é a que permite
a estimulação do clitóris. Este tem uma estrutura semelhante a
do pênis e é apenas a extremidade visível do sistema clitorial,
que inclui os bulbos cavernosos localizados em torno da
vagina.

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Tanto a ereção e a ejaculação no homem, como a
ereção do clitóris na mulher, são controlados pelo sistema
nervoso autônomo e, portanto independem da vontade.
Para que o homem e a mulher se sintam plenamente
realizados no ato sexual, é importante que entrem em orgasmo
ao mesmo tempo. Existe mulher que costuma demorar um
pouco mais do que o homem, mas este poderá esperá-la,
retardando o momento da ejaculação através do controle
mental. Logo no início do casamento, nem sempre consegue
retardá-lo, mas com o tempo acaba conseguindo.
Essa coincidência no clímax sexual é muito
importante na vida conjugal. Quando o orgasmo do homem
antecede ao da mulher, esta pode não atingir o clímax, ficando
insatisfeita, chateada, irritada, porquanto é obrigada a
interromper a relação sexual num momento de grande
excitação, já que o pênis perde a ereção logo após a ejaculação.
Se isto acontece com freqüência, pode provocar grande
frustração na mulher e abalar a união do casal.
Há homens que acham que as mulheres não
precisam de orgasmo como eles. Outros se preocupam apenas
em se satisfazer, não se importando com a esposa. Tal atitude
reflete acentuado egoísmo. O casamento tem o objetivo,
determinado por Deus, de proporcionar a felicidade tanto ao
homem quanto à mulher. Nada justifica que o homem use a
mulher como seu objeto de satisfação pessoal, sem procurar
ajudá-la a também se realizar.
A mulher pode ter muitos orgasmos num curto
período de tempo, entretanto, menos da metade consegue
atingi-lo durante o coito. Numa pesquisa feita entre três mil
mulheres norte-americanas, verificou-se que apenas 30% por
cento dessas mulheres atingiram o orgasmo durante o ato
sexual. Os dados dessa pesquisa sugerem que isso seja devido a
insuficiente estimulação do clitóris durante o coito. Por não
saberem deste fato, muitos homens acham que a mulher não

50
atinge o orgasmo porque não se esforçam ou não gostam deles
e se irritam, ficam ofendidos ou mesmo as maltratam. Para
evitar dissabores, muitas mulheres preferem até fingir que
estão tendo orgasmo.
Sem se perceber, é da saúde do casamento, e da
saúde sexual do casal, que dependerá a saúde sexual dos filhos.
É mais simples dizer que escolhendo cor e brincadeiras
assegura-se a saúde sexual das crianças, mas não é verdade.
Um casal bem envolvido sexualmente, que se
compreendem sexualmente, transmite a filhos e filhas, de
maneira natural a saúde sexual.
Muitas vezes, porém, o modelo é exatamente o
antimodelo: há muito tempo o casal não se beija, não se abraça.
Ao contrário, vivem se destratando mutuamente, ou, no
mínimo, agindo como dois desconhecidos, ou talvez sócios.
Por vezes, o menino que precisa se identificar com o
pai, não pode fazê-lo, pois “papai” trata mamãe tão mal, que
ele como filho, precisa protegê-la, cuidar dela! E, mais adiante
pode até se identificar com ela, desenvolvendo uma identidade
sexual feminina – homossexualidade.
Do mesmo modo, as meninas que precisam ter em
“mamãe” uma qualidade de mulher, não desejam fazê-lo pois
vêem diante de sim uma mulher que vive de camisola o dia
todo, cabelos desleixados que não faz outra coisa a não ser se
queixar de tudo e de todos, sobretudo do papai... Identificar-me
com isto, jamais. Que tal o modelo de papai, sempre
impecável, com o corpo bem cuidado, afinal de contas a
aparência é importante! O risco também da menina querer ser
igual ao pai é grande.
Muito se tem para falar sobre a imperiosa
necessidade do casal se ajustarem sexual e emocionalmente,
para ajudarem na saúde sexual dos filhos. Que o Senhor auxilie
os casais a uma análise mais profunda acerca de seus
casamentos, dos cuidados que devem ter com seus corpos, e na

51
superação dos mitos que são introjetados ao longo da vida.
Somente assim nascerá uma geração com novos conceitos de
sexualidade, tão deturpada atualmente, com modelos ditados
pelos meios de comunicação, principalmente a televisão, que
invade as casas, as vidas, e diz qual deve ser o comportamento
sexual das pessoas.

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06
Desvio do Ato Normal
Ao casar-se, a mulher e o homem planejam um
relacionamento sexual sem problemas, entretanto, nem sempre
é assim. Às vezes, o cônjuge inesperadamente se vê diante de
situação constrangedora, como a de descobrir determinado
desvio na prática sexual por parte do outro. Entre estas várias
situações anormais, cito o desejo de praticar sexo oral ou anal.
Há no mundo corrompido até mesmo àqueles casais
que apreciam a chamada troca de casais, onde o auge do clímax
é o prazer diabólico. Isto, com certeza, não tem lugar no meio
do povo cristão.
A descoberta de qualquer desvio da prática sexual
costuma provocar verdadeiro choque, sobretudo na mulher,
quando convidada ou forçada pelo marido a realizar o ato
sexual de forma anormal.
Diante de uma proposta como essa, o que deve a
mulher ou o homem fazer? Tem a esposa ou o esposo a
obrigação de aceitar a relação sexual dessa forma viciosa ou
pode recusar? Não seria um sacrifício que devesse ceder em
nome do amor? É evidente que não. Nada justifica um
sacrifício desse. Nem mesmo por amor pode uma pessoa
violentar-se, aceitando práticas estupidamente satânicas. O
esposo jamais pode querer se achar no direito de exigir um
sacrifício desta natureza com sua própria esposa, própria carne.
Da mesma forma a mulher também não tem este direito de
exigir que o esposo atenda a este desejo demoníaco. A
preferência pelo sexo anormal pode resultar de
condicionamentos psicológicos, por curiosidades, e satânico.
Prefiro classificá-lo como uma deturpação satânica, pois o
papel do inimigo é o de sempre provocar a inversão dos planos
originais de Deus. Se você esta envolvido (a) nesta prática,
clame ao Senhor pela sua libertação urgente e procure praticar
53
o sexo de forma natural, procurando sentir plena satisfação no
ato original.
O sexo deve ser praticado de forma digna e respeitosa
entre os casais. No lar, o amor deve ser o laço maior que uni o
casal. O amor favorece a renúncia e, não é o cônjuge que
deseja manter a vida íntima de forma natural que deve
renunciar.

54
07
Gravidez
A maternidade é a função mais sublime que Deus
reservou à mulher. Ela tem consciência disso e, por isso
mesmo, exterioriza grande contentamento e satisfação de ser
mãe.
É na fase da gravidez que as esposas necessitam de
muito mais atenção, redobrado cuidado e muito carinho do
esposo. Há casos, embora raros, em que a mulher grávida toma
verdadeira aversão pelo esposo, mais isso dificilmente acontece
com o esposo que é carinhoso e compreensivo, porque o amor
tem um poder extraordinário de neutralizar esse tipo de
sentimento que, felizmente, costuma não durar muito tempo.
Daí ser recomendável ao esposo um pouco de paciência e
muito tato no relacionamento com a esposa, a fim de ajudá-la a
superar o problema. O que o homem jamais deve fazer é
concluir que a esposa deixou de amá-lo. A reação está ligada à
gravidez. Brigar com a esposa por esse tipo de aversão é
desumano, porque esta atitude a faz sofrer muito mais.
Uma questão muito polêmica na gravidez é a dos
desejos. Muitos homens acham que não passam de um capricho
da esposa e se recusam a satisfazê-la quando manifesta o
desejo por certo tipo de alimento, às vezes, em momento mais
inusitado. A experiência tem mostrado, entretanto, que esse
comportamento é universal, estando presente nas mais
diferentes culturas. Não parece, em nada, ser mesmo um
capricho da mulher.
Sempre que possível, o esposo pode satisfazê-la, mas
dentro de certo equilíbrio e sem se expor ao ridículo. Não
sendo possível atender, deve explicar as razões pacientemente.
Nesse caso, se ela ficar aborrecida, apesar das justificativas, é
melhor silenciar, voltando ao assunto em outra oportunidade.

55
Durante a gravidez, a mulher costuma sentir
indisposição. Quando isso acontece, a ajuda do esposo em casa
é de uma suma importância, sobretudo se o casal já tem outro
filho pequeno, o que contribui para aumentar em muito o
serviço de casa.
O nervosismo é inevitável nos três primeiros meses,
tão repletos de incertezas para a futura mamãe. Dúvidas quanto
ao seu desempenho como mãe e mulher e ainda as
preocupações com o bem-estar do bebê são as principais fontes
de tensão, além da oscilação hormonal. O orgulho de si mesma,
do corpo que muda e da gravidez é um sentimento comum no
segundo trimestre de gestação, quando a barriguinha torna-se
mais saliente e o bebê dá os primeiros sinais de que tudo vai
bem.
Logo nos primeiros meses de gravidez, a futura
mamãe já percebe que tem um desafio pela frente: Conviver
com a complicada gangorra de emoções que caracteriza a
gestação. Num dia, acorda a todo vapor. Bem disposta, feliz,
acha o máximo aquela barriguinha saliente. No outro, em
compensação, não quer nem olhar para o espelho e tem a
sensação de que levantar da cama é um esforço fora das suas
possibilidades. Sem falar num insuportável mau humor. Mas, o
pior mesmo é que todas essas oscilações acontecem
independentemente da vontade da grávida e, pelo menos na
aparência, sem uma causa que as justifique. Depressão, mau
humor e uma boa dose de ansiedade são freqüentes no primeiro
e no último trimestre da gravidez e podem até reduzir a libido
da gestante.
Se você enfrentar esse tipo de problema, nada de
imaginar que alguma coisa está errada com a sua gestação.
Afinal, estranho seria se, diante das alterações físicas e
emocionais que acompanham a gravidez, a mulher
permanecesse impassível. “Para começar, a mudança hormonal
é total”. No primeiro trimestre, há um aumento intenso nos

56
níveis de progesterona e de estradiol – dois hormônios ligados
ao ciclo menstrual. A eles, junta-se ainda um terceiro hormônio
chamado gonadotrofina, cujos níveis, muito elevados no
primeiro trimestre da gestação, declinam rapidamente a partir
do quarto mês, acentuando as oscilações emocionais. “E há
ainda a insegurança e a ansiedade, sentimentos que sempre
acompanham as situações novas da vida”.
Euforia e muito pique marcam o início da segunda
metade da gestação: boa hora para ir preparando o enxoval,
entrar num curso para gestantes, decorar o quarto do bebê e,
principalmente, cuidar de si mesma.
Durma bem enquanto o nenê não vem. Dormir sobre o
lado esquerdo pode ser a melhor posição para você e para o
bebê. Aproveite essa e as outras dicas seguintes para ter sempre
uma boa noite e manter a energia do primeiro ao nono mês.
Dormir bem é tão importante para saúde quanto alimentar-se
bem e fazer exercícios regulares. Mas, quando se tem um
barrigão para acomodar na cama, e ele não se encaixa na sua
posição preferida para dormir, nem sempre é possível passar a
noite como um anjinho. Às vezes não é a posição, mas a
vontade de urinar que interrompe o sono, tanto no início quanto
no fim da gravidez, porque o útero comprime a bexiga. Talvez
você tenha dificuldade de pegar no sono de novo e, até se
ajustar às mudanças, sentirá o cansaço de algumas noites
maldormidas.
Eis algumas dicas que vão ajudá-la a ter uma boa noite
de sono e manter-se sempre bem disposta quando você, que já
é mãe ou será uma futura mamãe: COCHILOS SAUDÁVEIS
– Muitas grávidas desconfiam que estão realmente grávidas
porque, de repente são acometidas de um sono incontrolável.
Os hormônios podem ser responsáveis por isso. Para sustentar
a gravidez nas primeiras semanas, o organismo aumenta a
produção de progesterona e estrogeno. O primeiro tem um
efeito sedativo, com a função de impedir a expulsão do ovo

57
implantado no útero. O segundo, que vai atuar no
desenvolvimento inicial da placenta e de outros tecidos fetais,
interfere no estágio mais profundo do sono, em que ocorrem os
sonhos, dando a sensação de que não se teve uma noite tão
repousante. Esses efeitos costumam passar após o primeiro
trimestre da gravidez, quando a produção hormonal tende a se
estabilizar. Até lá, aproveite qualquer intervalo durante o seu
dia para tirar bons cochilos. Eles vão restaurar sua energia, mas
devem ser rápidos: Não mais que uns 30 minutos, para não
atrapalhar o sono da noite. Ainda durante o dia, evite os
cafezinhos e bebidas que contenham substâncias estimulantes,
que podem tirar seu sono. Uma hora antes de dormir, reduza
bem a ingestão de líquidos, o que fará diminuir a freqüente
vontade de urinar, tão comum na gravidez, e que pode estragar
sua noite. Isso ocorre pelo fato de você não eliminar, como
antes, toda a urina depositada na bexiga porque o útero, mais
volumoso, está comprimido.
AMBIENTE ESCURO – Qualquer um dorme
melhor num cantinho escuro e silencioso. Com porta fechada e
cortinas na janela. Você consegue prolongar a noite quando o
dia começa a clarear, diminuir os barulhos, como os latidos de
cães ou ruídos de carros, durante a madrugada. Se tiver
telefone no quarto, é bom desligar. Se seu esposo acorda antes
de você, sugira que ele prepare a roupa na véspera e ao acordar,
vista-se em outro cômodo da casa. Apesar dessas providências,
talvez ainda assim, você venha a acordar no meio da noite
porque tem vontade de fazer xixi, tem fome ou, ainda, apenas
está eufórica e cheia de expectativas com sua gravidez. Depois
de ir ao banheiro, você poderá aquietar o estômago com um
copo de leite morno. Mas o problema pode ser pregar o olho de
novo. Se a insônia bater, feche os olhos e respire apenas pelo
nariz. Vá relaxando cada músculo do corpo, a começar pelos
dedos dos pés, o tornozelo, a canela, e assim por diante até
chegar à cabeça. Então, inspire profundamente pelo nariz,

58
conta até cinco e expire lentamente pela boca, Repita os
exercícios cinco vezes.
VIRA, VIRA – Depois do quinto mês, você já deverá
estar pesquisando a melhor posição para dormir. Deitar com a
barriga para baixo é tão confortável quanto dormir sobre um
melão. Com a barriga para cima, a respiração pode ficar difícil.
O peso do bebê pressionará a veia cava inferior, que fica atrás
do útero e é responsável pelo retorno do sangue da parte
inferior do corpo para o coração. O melhor é ir se
acostumando, desde os primeiros dias, a pegar no sono na
posição que será praticamente obrigatória quando a barriguinha
tiver se transformando em barrigão. O ideal, para você e o
bebê, é dormir de lado, de preferência o esquerdo (por que a
veia cava fica do lado direito), com uma perna cruzada sobre a
outra e um travesseiro encaixado entre elas. Essa posição
favorece a circulação do sangue, a passagem de nutrientes para
a placenta e o funcionamento dos rins, que ajuda a eliminar o
inchaço dos tornozelos, pés e mãos.
DORES NAS COSTAS – No final da gravidez,
ocorre novo incremento da produção hormonal, com a
finalidade, entre outras, de relaxar os ligamentos pélvicos, de
modo que as articulações da bacia se tornem mais elásticas
para facilitar a passagem do feto na hora do parto. Essa nova
acomodação do corpo, junto com o ventre crescido,
sobrecarrega os músculos lombares, podendo lhe causar dores
nas costas e desconforto durante o repouso noturno,
entrecortando o sono. O melhor remédio é relaxar. Há uma dica
simples e eficiente: Durante o dia, deite-se de costas no chão
duro, a cabeça apoiada num livro de boa espessura (para deixar
seu pescoço livre), as pernas dobradas, os pés bem apoiados no
chão. Fique assim por cerca de 10 minutos. Toda a musculatura
do pescoço e das costas vai aos poucos se soltando, relaxando.
Você pode repetir o exercício várias vezes ao dia. Vai ficar
com a postura mais alinhada e elegante, o que lhe dará mais

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disposição e bem-estar para aguardar o grand-finale: a chegada
do seu bebê.

IMPORTANTE – É indispensável o
acompanhamento médico desde o início da gravidez.

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08
Aborto
O aborto é um assunto que não precisaria ser tratado
num trabalho voltado para a vida conjugal cristã, mas,
infelizmente, há casais que o praticam quando surge uma
gravidez imprevista ou indesejada. O fato de a gestação vir fora
do tempo previsto não isenta o homem e nem a mulher da
responsabilidade pelo aborto. Não encontramos na Bíblia
qualquer apoio ou menção de direito da pratica do aborto,
mesmo diante da possibilidade do filho vir a nascer com
deformidades físicas. Em qualquer situação, é muito mais
sensato enfrentar a gravidez do que praticar um crime dessa
natureza. Com certeza, além da consciência tranqüila, os pais
receberão a ajuda necessária de Deus para cumprir o tão
importante papel de ser pai e mãe.
No mundo são realizados anualmente uns 33 milhões
de abortos legais, e caso se acrescentem a estes todos os
abortos ilegais, o total se situaria entre 40 à 60 milhões. Setenta
e seis por cento da população mundial vive em países onde o
aborto provocado é legal. O número de vidas exterminadas por
aborto é maior do que a população da Argentina e é
comparável a aniquilar-se a população inteira de um país como
a África do Sul – O Egito, a França, a Grã-Bretanha, a Itália ou
a Turquia, a cada ano. Isso é comparável ao tributo de vítimas
dos seis anos da segunda Guerra Mundial, que se estima ser
cerca de 50 Milhões de Pessoas.
Querendo ou não, as abortantes terão que comparecer
ao tribunal de Cristo – No Juízo Final – cuja sentença já pré-
determinada será terrível.

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62
09
Filhos
Pesquisas modernas indicaram que os fetos têm
reações fisiológicas às vozes. Pesquisadores da Universidade
da Carolina do Norte – EUA, descobriram que, depois de as
mães terem lido para seus filhos ainda no útero, os recém-
nascidos reagiram quando essas passagens eram lidas de novo,
prova bastante evidente que os filhos podem ser iniciados na
educação antes mesmo de nascerem. Quando mulheres
grávidas lêem em voz alta, isto pode muito bem contribuir para
incutir bons valores de moral no filho. A Bíblia diz que
Timóteo desde a infância conhecia os escritos sagrados (2 TM
3:14 e 15). É claro que sua mãe Eunice e a sua avó Lóide
perceberam a importância de educar Timóteo desde a infância,
o que mui provavelmente incluía ler em voz alta. A leitura é a
mais poderosa habilidade na vida que temos hoje na nossa
sociedade humana, diz o escritor Jim Trelease. As habilidades
no uso da linguagem e do vocabulário aumentam com a leitura
em voz alta. Portanto é sábio quem começa a ler de voz alta
pelo menos assim que passa a falar ao seu bebê. Embora o seu
filho por nascer, ou recém-nascido, a princípio não entenda o
que você está dizendo, o potencial de benefícios, a longo prazo,
fazem isso valer a pena. Provérbios 22:6 diz: “Instrui o menino
no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se
desviará dele.
O que você, pai ou mãe, poderá ler que seja tanto
prático quanto proveitoso? Leia a cada dia a Bíblia em voz alta
para seu filho. Leia também outras publicações valiosas que
tragam edificação moral e espiritual para toda a família.
É verdade que gastar-se assim envolve tempo, mas
este é bem empregado. É um modo tangível de mostrar que se
importa com seu filho e que o ama.

63
No relacionamento entre pais e filhos, precisamos
estar conscientes de alguns pontos básicos: Do instante em que
nasce o bebê até ele alcançar a maior idade, o Senhor Deus nos
posiciona como pais para instruí-lo e treiná-lo em seus
preceitos. Este é o período que nos é reservado. Se não
conseguirmos cumprir esta tarefa no decorrer dos dezoito anos,
certamente então fracassamos. Este período deve ser o alvo
primordial dos pais para com seus filhos, após este tempo o
cordão umbilical estará cortado e os filhos já deverão ter
maturidade suficiente para serem cristãos verdadeiros e capazes
de responderem por seus próprios atos. Portanto devemos
treiná-los para que venham ser adultos e que não se desviem
das veredas da verdade e da palavra do Senhor.
Dezoito anos é o tempo que o Senhor nos dá para que
possamos educar os nossos filhos. Portanto precisamos ser
sábios e dividir este período adequadamente, de forma que os
filhos tenham um tratamento digno, proveitoso e alcancem a
plena capacidade de liberdade ao completarem a maior idade.
Infelizmente a nossa sociedade, no presente tempo,
vem pagando um alto preço por se deixarem levar em
orientações de psicólogos e psiquiatras modernos que
apregoam o livre desenvolvimento da personalidade e do
caráter. Noutras palavras: Se o seu filho quer brincar de atirar
pedras, não o impeça porque ele está se desenvolvendo.
Lamentavelmente essas instruções estão acabando com a
estrutura familiar e anarquizando a sociedade em geral. Por
isso tudo é que digo: Feliz é a família que ainda preserva os
princípios eternos da palavra do Senhor Jeová e mui bem-
aventurado é o casal que inicia sua vida conjugal baseados nos
preceitos Bíblicos.
Há quem ainda acha que educar os filhos é dever da
Igreja, da escola ou da sociedade, pretendendo assim eximir-se
de uma responsabilidade que é inteiramente sua.

64
O Senhor delegou aos pais a autoridade total na
criação dos filhos e muitos ainda não tomaram consciência
disto. Os pais são o instrumento autêntico de Deus para instruir
os filhos de acordo com a sua soberana vontade. Para isso é
preciso que os pais estejam em completa comunhão com o
Criador e vivam a verdadeira prática dos ensinos de Jesus. Mas
quando você mamãe, ou você papai determinar algo ao seu
filho sem, contudo, serem o exemplo, certamente vocês estarão
exercendo uma péssima autoridade com conseqüências
desastrosas para os filhos. É claro que nós pais também
falhamos, pois não somos perfeitos e nesse aspecto é sempre
edificante reconhecer perante os filhos, os próprios erros e até
pedir-lhes perdão sem abrir mão da autoridade que lhes foi
confiado por Deus.
Nunca os pais deverão exigir dos filhos algo que
eles próprios jamais conseguiram fazer. Tudo deve ser
conduzido com sabedoria, de forma à educar os filhos sempre
acompanhado de muito amor e compreensão. Exigir obediência
dos filhos sem amor é o mesmo que tratá-los como se fossem
escravos. O Apóstolo Paulo nos adverte: Pais, não provoqueis
os vossos filhos à íra, mas criai-os na disciplina e na a
admoestação do senhor. (Aos Éfesios 6:4).
Os filhos são uma bênção e não maldição. Eles
sempre preferem viver com seus pais em pobreza, com total
cobertura de amor, do que serem ricos e cheios de ódio. Fico
pasmado quando ouço uma mãe ou até mesmo o pai chamar o
seu próprio filho com palavras negativas e na maioria das vezes
usando palavras torpes, desqualificando àquele que deles
mesmo foi gerado.

Os filhos devem e precisam se sentirem seguros


junto de seus pais. No entanto, há pais que ainda se
envergonham e não conseguem expressar um sentimento de
amor para com seus filhos, preferindo se portar com atitudes

65
ásperas como se a severidade fosse uma arma engatilhada
contra a cabeça do próprio filho. Os pais devem, a todo custo,
evitar qualquer tipo de constrangimento aos filhos. Transmitir-
lhes o afeto real, cercado de muito carinho e especial atenção.
Também faz muito bem aos filhos a participação dos pais nas
brincadeiras, o que em muito contribuirá para elevar ainda mais
a estimação dos filhos para com os pais.
A educação dos filhos requer muita paciência e em
momento algum pode ser à base de ignorâncias, do ódio ou de
qualquer tipo de imposição violenta. Infelizmente muitos filhos
passam por certos dissabores quando os pais brigam em frente
a eles sem levar em conta o choque emocional que isto
provoca. Muitas vezes os filhos crescem revoltados e este peso
poderá lhes acompanhar a vida toda. Os pais precisam se
limitar diante dos filhos e procurarem se render ao sacrifício do
amor e da boa formação que seus filhos a merecem. Lógico que
os filhos precisam também aprender seus limites e
disciplinados sempre que for necessário, mas sempre à luz da
razão e da perfeita consciência. Ao corrigir o seu filho, os pais
devem explicar os motivos da disciplina aplicada. Esta atitude
valoriza ainda mais a correção e a autoridade dos pais.
Na família não pode, de maneira alguma, haver
divisão de liderança, melhor explicando: A autoridade do pai
não pode ser sobrepujada pela liderança da mãe. Quando o pai
dá uma ordem ao filho, a mãe tem a obrigação de mantê-la,
fazendo prevalecer a liderança do esposo. Caso haja algum
excesso, isto deve ser discutido à sóis, de preferência no quarto
do casal, sem afrontamentos que venha despertar a atenção das
crianças. Da mesma forma o pai deve sempre fazer valer as
determinações da esposa diante dos filhos. Na maioria dos
casos, os filhos perdem o respeito e a consideração para com
seus pais, quando o casal entra em discórdias na frente deles
por causa das ordens dadas. Os filhos devem sempre ser

66
conscientizados de que: Papai mandou? Tá mandado. Mamãe
falou? Tá falado.
As regras na educação dos filhos devem sempre
ser cuidadosamente traçadas de forma que, ao serem aplicadas,
surtam um excelente efeito moral e um aprendizado inconteste.
Os pais devem observar criteriosamente as determinações à
serem dadas e estarem convictos de que é certa ou não a
disciplina que pretendem aplicar aos filhos. Muitas das vezes
os filhos se revoltam e até mesmo se rebelam contra os pais
quando são castigados injustamente, ou são obrigados a
obedecerem a uma ordem absurda, sem qualquer explicação.
Os pais tem o dever de ensinar os filhos o limite de suas
liberdades. Isto, com certeza, só produzirá respeito e segurança
para eles. Jamais imponham aos filhos àquilo que não querem
para vocês mesmos, e nem repasse aos filhos o que, quando
criança, lhes fizeram.
Em tudo e por tudo, O Senhor nosso Deus, deve
ser glorificado na vida de nossos filhos. E isto precisa ser
evidenciado a partir de nós mesmos. REPITO: os filhos são
bênçãos do senhor. Cabe tão-somente aos pais, lhes ensinar os
preceitos de Deus para que não se desviem tal qual ocorreu
com os filhos de Eli, (I Samuel 2), que até mesmo a oferta do
Senhor desprezavam.
Outro aspecto importante que os pais devem estar
conscientes é o de jamais se comunicarem com os filhos
utilizando palavras negativas, torpes e diabólicas como por
exemplo: Vem cá praga, corra aqui pestinhas, sai daqui
maldição, não mexa aí capeta, já sujou a roupa demônio, e
outros impropérios que nem faz bem lembrar. Saibam que os
filhos não devem se tornar herdeiros do mal por causa das
iniquidades dos pais, (Êxodo 20:5).
É certo que os filhos sempre imitam os pais e se os
pais são pervertidos, lógicamente os filhos tenderão a serem
rebeldes. Foi exatamente assim que aconteceu com Abias, que

67
andou em todos os pecados que seu pai tinha cometido antes
dele, (I Reis 15). Portanto devem os pais procurar guardar-se a
si mesmo, guardar bem a alma e não se esquecer das coisas que
os olhos viram, para que não se apaguem do coração durante os
dias de suas vidas, de maneiras que possam contar a seus
filhos, e aos filhos de seus filhos, (Deut.4:9). Não obstante, o
Senhor adverte aos pais: Estas palavras que hoje te ordeno,
estarão no teu coração; Tu as ensinarás a teus filhos, e delas
falarás assentado em tua casa e andando pelo caminho, e ao
deitar-te e ao levantar-te, (Gênesis 6: 6,7).
Os pais, que são verdadeiros cristãos hão de
sempre profetizar bênçãos sobre seus filhos e o Senhor, com
certeza as garantirá: Pois derramarei água sobre o sedento, e
rios sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua
posteridade, e a minha bênção sobre os descendentes. Brotarão
entre a erva, como salgueiros juntos às correntes das águas.Um
te dirá:Eu sou do Senhor, outro se chamará pelo nome de Jacó,
ainda outro escreverá na sua mão: Eu sou do Senhor, e por
sobrenome tornará o nome de Israel, (Isaías 44:3 à 5).
Herança do senhor são os filhos, o fruto do ventre
seu galardão, (Salmos 127:3). Torna-se lamentável quando
vemos crianças entregues a si mesmas, vivendo como se
adultos fossem. Causa tristeza quando esta tão sublime e rica
herança do Senhor é negligênciada pelos pais que,
pecaminosamente, descuidam de seus filhos e os deixam à
mercê de suas próprias vontades. Em provérbios 29:15 lemos
que: A vara da correção dá sabedoria, mas a criança entregue a
si mesma envergonha a sua mãe. Já no versículo 17 lemos o
seguinte: Disciplina o teu filho, e ele te dará descanso; dará
delícias à tua alma. Portanto: não retires a disciplina da criança;
porque, se a castigares com a vara, nem por isso morrerá. Tu a
fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno,
(Provérbios 23:13 e 14).

68
O filho deve sempre estar inclinado a obedecer os
pais em tudo. Certamente quando estiver adulto, jamais
esquecerá dos ensinamentos que recebeu. Isto requer total
dedicação dos pais com a leitura da palavra de Deus, para que
possa alcançar êxito na educação dos filhos. Seguindo os
ensinamentos bíblicos jamais os pais fraquejarão na criação dos
filhos.
Os pais não podem esquecer de que é preciso
paciência, muito amor, diálogo constante, participação nas
atividades de entretenimento e completa sensibilidade quando
o filho quer ser ouvido em suas necessidades. Quanto a isto
Salomão até nos adverte:Responder antes é estultícia e
vergonha, (Provérbios 18:13). E é claro que vocês pais não vão
querer pagar o vexame da precipitação. Se o seu filho quer
conversar, relatar algo de sua própria curiosidade, ou
simplesmente tirar dúvidas de alguma coisa de seu interesse,
pare e ouça com atenção tudo o que seu filho tem a disser, para
depois responder-lhe calmamente, demonstrando sempre
disposição e alegria em poder atender ao seu filho quando ele
te solicitar. Se os pais não se dedicam a ouvir os filhos,
certamente encontraram imensas muralhas no relacionamento
pais e filhos. Bem diz o provérbio popular: De um bom bate-
papo ninguém escapa. Ouça o seu filho, entenda-o em suas
dificuldades e, com certeza, terás um amigo ou amiga por toda
tua vida.
Nunca queiram que os seus filhos sejam um
profissional de acordo com seus desejos. Se o seu filho quer ser
mecânico, porque então vai ser um médico? Só porque os pais
querem? Não! Jamais obriguem os filhos a se formarem
naquilo que não querem. Para tanto, é bom que os pais orem ao
senhor e peçam o direcionamento para a boa formação de seus
filhos. Com certeza o Senhor revelará a vocação de seus filhos.
Tenham sempre uma palavra de ânimo e encorajamento para
seu filho. Incentivá-los é um dever constante dos pais.

69
Se você pai ou mãe, não tiveram a felicidade
serem formados naquilo que desejaram, talvez por um fracasso
ou falta de condições de seus próprios pais, não queiram que
seus filhos tenham a mesma sorte.
Uma boa parcela da educação dos filhos recai
sobre os ombros da mãe, já que a mesma fica bem mais tempo
com os filhos do que o pai, que precisa trabalhar. É nessa
parcela de tempo que muita coisa acontece e, às vezes, a mãe
omite ao esposo, talvez para não aborrecê-lo ou por
simplesmente achar que dá conta de tudo que o filho faz.
Ocorre em muitas famílias, nesses tempos modernos, que a
mãe escancara a porta da liberdade para os filhos, perdendo
totalmente a autoridade e o respeito; acarretando isto em sérios
prejuízos de ordem moral e deixando até o próprio esposo em
situação difícil, pois quando o mesmo toma conhecimento dos
fatos, muitas das vezes, já é tarde demais para se tomar uma
atitude e aplicar a disciplina correta. A esposa tem a obrigação
de participar ao esposo tudo o que acontece em sua ausência
para que não venha depois lástimar o cáos por ela mesma
provocado.
Se o teu filho começa a impor vontades próprias e,
por vezes, não lhe obedece, bate firme com o pé para não ir à
escola ou não faz algo que lhe é pedido; Se comete afrontas e
provoca escândalos, dura disciplina sobre ele terás que aplicar.
Do contrário perderás o controle da educação do teu filho e
muitas decepções terás.
Manter uma disciplina pode até ser difícil para os
pais, mas, se houver um verdadeiro amor, certamente
suportarão pagar o alto preço. No livro aos Hebreus, capítulo
12 e versículo 6 lemos: Porque o Senhor corrige a quem ama, e
açoita a todo o que recebe por filho. E por Ele nos amar tanto,
sempre tem uma boa disciplina para em nós aplicar. Mesmo
que esta disciplina seja, aos nossos olhos, bastante difícil de
suportar, ao final se tornará em grande benefício. Na verdade,

70
nenhuma correção parece, no momento, ser motivo de gozo,
mas de tristeza. Contudo, depois produz um fruto pacífico de
justiça nos que por ela têm sido exercitados. Portanto, levantai
as mãos cansadas, e os joelhos vacilantes, e fazei veredas
direitas para os vossos pés, para que o que é manco não se
desvie inteiramente, antes seja curado. (Aos Hebreus 12:11 à
13).
Creio que, se é isto que os pais desejam para os
seus filhos, logo, só terão prazer e alegrias com eles. O Senhor,
nosso Deus, também muito se alegrará, se assim fizermos.
Porém se os pais não temem e nem amam ao Senhor de
coração e todo entendimento, se nunca tem tempo para dialogar
com seus filhos e nem tão pouco conversar com eles acerca de
Deus, certamente não sabem ainda o que é ser pais.
Quais são as atribuições de um pai dentro de uma
família? Quando comecei a exercer o ministério de missão
social, há 23 anos, tinha muitas dúvidas sobre o lidar com
crianças. Mas trabalhando com crianças e adolescentes, cultivei
ao menos uma certeza: Não era tarefa dos homens acompanhar
seus filhos quando os pequeninos necessitavam de algum
auxílio. Como eu podia ver, no vai-e-vem do meu escritório de
atendimento social, esse era um dever exercido exclusivamente
pelas mães. Eram elas que acompanhavam seus filhos às
entrevistas, participavam das reuniões e também eram porta-
vozes dos esposos quando estes eram também convidados:
"não dá pra ele vir, está em horário de trabalho", justificavam.
Era assim. Reuniões e tudo mais que envolvesse questões
emocionais não faziam parte do mundo masculino. Eles ali
trabalhando, tratando de prover a família, e elas lá educando os
filhos e, eventualmente, trabalhando. Os bilhetes da escola, por
exemplo, não deixavam dúvidas: convocando para as reuniões
ou convidando para comemorações, eram sempre endereçada
às mães. Claro, eles pagavam o colégio, elas que cuidassem do
"resto". Hoje, tanto tempo depois, muitos deles tentam

71
compartilhar com elas esse "resto" - administração da casa,
educação dos filhos, expressão dos afetos, etc. Coisa dos novos
tempos. Os pais, avós, bisavós e mais uma leva de ancestrais
passaram a vida lutando, trabalhando para ter sucesso, ganhar
dinheiro, sustentar a família e jamais conheceram o "resto". Se
empenharam em busca de prestígio ou bens materiais, muitos
morreram antes de gozar de qualquer um deles. Vida de
homem. Coisa de macho.
E quando chega mais um dia dos pais! Eles vão
comemorar. Talvez, não haja festa na escola dos filhos, mas
certamente alguns sentarão com seus rebentos e passarão bons
momentos. Vão dar risadas, brincar, pôr conversa em ordem,
lamber suas feridas, e, certamente, lembrar momentos simples,
mas especiais, como os da hora de trocar a fralda, dar a comida,
fazer dormir, dar banho e de mais uma infinidade de situações
em que puderam exercer a paternidade.
Esses homens eram poucos. Hoje nem tão poucos.
Atualmente, o número de pais que assiste ao parto de seus
filhos, participam das reuniões de escola e tem, realmente, um
contato íntimo com as crianças é bastante significativo. Ainda
que a duras penas. Sim, porque nem sempre essa participação é
vista com bons olhos. Nem pela mulher nem pela sociedade.
As esposas querem que seus esposos ajudem a cuidar da casa,
mas muitas ainda não abrem mão de sua supremacia sobre o
mundo doméstico. Estas reagem a qualquer tentativa
espontânea dos homens com censura: "Não, não é assim que se
prende a fralda", "você não está segurando o bebê direito", "o
que? Você vai dar banho nele? Deixe que eu dou junto, você é
desajeitado", e por aí vai. A sociedade, também, não deixa
barato e faz pressão. Uma pesquisa americana publicada pela
revista Howard Business revela que as empresas americanas
não vêem com bons olhos os pais que saem mais cedo para
levar os filhos ao médico ou resolver qualquer problema
familiar.

72
É, assim, ainda muito difícil exercer a tal
paternidade. Mas é preciso insistir, se transformar. Os homens
não têm nenhuma deficiência "genético-emocional" quanto a
essa habilidade. Têm tantas possibilidades de desenvolver a
afetividade e as emoções quanto as mulheres. Deixem que eles
errem e acertem. Deixem que assumam o banho, as fraldas e as
visitas ao médico. Acreditem vocês esposas, o instinto paterno
é muito poderoso.
Em tudo e por tudo, os pais devem e tem por
obrigação ser o exemplo máximo para os filhos, para que estes
venham ser o fiel reflexo do espelho que são tanto o pai quanto
a mãe.
A coisa mais importante para uma criança é ver
que os membros de sua família permanecem juntos. Isto é um
formidável e constante desafio. As dificuldades de criar uma
criança se somam a um inimaginável trauma emocional que
surge em sentimentos intensos e, às vezes, assustadores que
podem inibir a comunicação entre o casal. Apesar dessas
extraordinárias pressões, milhares de casais têm enfrentado
com êxito este desafio.

Três Sugestões Básicas

- Primeira: Encontrem uma maneira de avaliar até


mesmo os mais dolorosos sentimentos e de partilhá-los;
- Segunda: Reexamine os papéis de cada um na
família e o funcionamento destes, fazendo ajustes para que a
carga de trabalho seja razoavelmente distribuída;
- Terceira: Programem ocasiões regulares para
fazer coisas juntos, apenas o casal.

Ao fixar prioridades, dividir o seu tempo, atender


às necessidades de cada um e decidir exatamente o quanto você
pode assumir, jamais permita que as necessidades da criança ou

73
a sua dedicação a ela ponham em risco a sua vida familiar.
(Filipenses 1:10; 4:5).
Os empenhos podem então ser dirigidos a canais
produtivos. A família não se esgotará desnecessariamente se
houver boa comunicação e uso equilibrado de recursos.
(Provérbios 15:22). Os pais devem cumprir todas as promessas
feitas aos filhos, senão ficarão desmoralizados e serão imitado.
Daí o meio fácil de aprender a mentir.
Ajude a criança a cuidar de si e do que lhe
pertence, a fim de no futuro ser limpa e possuir tudo em ordem,
seja menina ou menino.
Não se deve exigir demasiado da criança: ela não é
um adulto em miniatura. Seu pensamento e sua inteligência
têm leis próprias, diferentes das dos adultos.
O lar deve ser alegre e otimista. Crianças educadas
em tal ambiente, mas tarde terão fé nos seus semelhantes, serão
empreendedoras, ajustadas ao grupo social e úteis à sociedade.

74
10
A Família e Seus Problemas
Sem dúvida alguma, os nossos tempos se
caracterizam pelas mudanças rápidas em todos os setores da
vida. O progresso espetacular nos espanta. Vivemos num
mundo de rápidas transformações. E essas mudanças são tão
radicais, tão profundas, que até os grandes e tradicionais
valores da vida humana estão sendo postos à prova, e muitos
deles estão desmoronando.
"O mundo está pervertido". Esta frase tornou-se
muito corriqueira nos últimos tempos. Há muitas formas de
perversão no mundo moderno. Pervertem-se os bons costumes,
com resultados catastróficos. O mundo está moralmente em
declínio, resultado de uma inversão de valores e práticas
imorais.
A palavra "crise" tem sido usada como algo
excepcional para expressar a perversão que a família enfrenta
no mundo moderno. Não é nenhuma novidade dizer que a
família vive num momento muito difícil. Tudo mudou. E as
mudanças têm sido um fator das crises, na célula mais antiga
que é a família. Os pais nunca sofreram tanto na direção da
família como nos dias atuais.
Arrebanhar a família não está sendo fácil. O
rebanho familiar do tempo atual não é dócil. Será que o velho
patriarca Noé colocaria a família dentro de uma arca hoje? E o
guerreiro Josué passaria o Jordão dirigindo uma família
moderna que se opõe a tudo?
Temos consciência de que não seremos poupados
das crises. Não estamos imunes a essas crises. Jesus deixou
isso bem claro quando disse: "No mundo tereis aflições", (João
16:33). Somos cristãos. E daí? Qual a diferença? A diferença é
que somos um povo especial, escolhido por Deus para viver

75
testemunhando Dele em todas as circunstâncias. Seja qual for a
crise, temos que ser o sal da terra e a luz de que o mundo tanto
precisa. Deus espera de nós um preparo especial. Que tipo de
preparação estão tendo as famílias para se protegerem do
mundo cruel em que estamos vivendo?
Conflitos entre a velha e a nova geração tem se
tornado cada dia mais violentos, esse problema é uma das
causas das crises nos relacionamentos na família. Os jovens
exclamam: "Ah! Se os velhos compreendessem..." Os velhos,
por sua vez, observam:"Ah! Se os jovens soubessem..."Quem
está com a razão? Os jovens dizem que são eles. Será? Como
podem os jovens ter essa certeza se não viveram o suficiente
para aprender, e, por falta de experiência, não alcançaram ainda
a maturidade? Temos o direito de recriminá-los por isso?
Será que a razão está com os velhos, que já foram
jovens e já viveram o suficiente para discernir entre o certo e o
errado? Não são eles pessoas amadurecidas que devem
entender e aceitar a maneira da juventude se comportar? Cada
um puxa para o seu lado, e todos têm as suas razões.
Para não transformar esse problema em campo de
batalha, precisamos fazer um acordo. A retórica pergunta
"andarão dois juntos se não estiverem de acordo? " - dirigida
pelo profeta Amós ao povo de Israel, (Amós 3.3), quando o
povo quebrou o acordo de fidelidade com Deus, aplica-se
muito bem a essa situação. Parafraseando o profeta dizemos:
"Andarão duas ou mais gerações juntas, se não estiverem de
acordo?"
Quando as nossas crianças começaram a botar as
unhas de fora, foi preciso estabelecer um acordo: vocês
andarão até a metade do caminho e nós andaremos a outra.
Mesmo sendo eles filhos obedientes, para encontrá-los no meio
do caminho tivemos de abrir mão de algumas regras, conceitos,
costumes e etc.. Mas eles também tiveram de abrir mão de
muitas coisas que queriam e julgavam certas. Entre a minha

76
infância e a deles havia uma grande diferença, alguns anos se
passaram e, em conseqüência, muita coisa havia mudado. Mas
eles tiveram que entender e aceitar que muitos princípios e
conceitos familiares são intocáveis, e nós tivemos que ver
alguns dos nossos costumes e conceitos modificados. Nem eles
foram obrigados a viver as nossas "cafonices", nem nós
permitimos que eles ultrapassassem os limites de um lar
moderno, porém cristão. Graças a esse acordo não foi preciso
gastar muita munição.
Tudo aquilo que contraria os propósitos de Deus
para o ser humano gera crise. O problema econômico é um dos
fatores do desequilíbrio social, e até moral, que desorganiza as
famílias, mesmo as modernas.
A falta de emprego é uma das crises que a família
está enfrentando sempre. O plano de Deus é que as pessoas
trabalhem, se mantenham e sejam felizes. Encontramos esta
afirmação no Salmo 128.2: " Pois comerás do trabalho das tuas
mãos; Feliz serás, e te irá bem".A vontade divina para o
homem é que tenha um trabalho digno que o sustente. Mas, a
falta de emprego, especialmente nos países sub-desenvolvidos,
é muito grande. A mídia aponta o desemprego como uma das
maiores causas das crises atuais. As pessoas querem trabalhar,
mas não há trabalho. Os salários são insuficientes e a culpa
recai sobre a má distribuição de renda, que tem desencadeado
um desequilíbrio, gerando pobreza e até miséria para muitos e
o enriquecimento ilícito para outros que acumulam e
desperdiçam bens.
Há um pensamento de Ralph W. Emerson muito
conhecido: "A mente desocupada é a oficina de satanás."E o
corpo todo desocupado sem nenhum trabalho é a oficina de
quem? Ouve-se diariamente esta afirmação: " o desemprego
gera a criminalidade". Os pesquisadores que estudam a
criminalidade sempre chegam à conclusão de que o
desemprego desequilibra o ser humano a ponto de ele se tornar

77
um delinqüente. Segundo a mídia, essa tem sido a crise que
vem acarretando o maior número de desajustes na família.

Então Como Enfrentar as Crises?

A Bíblia está cheia de exemplos de famílias que


tiveram muitos problemas, passaram por crises, mas lutaram e
foram vitoriosas. O exemplo da família de Moisés é um dos
maiores. Não sabemos de muita coisa a respeito de Anrão e
Joquebede. Apenas que saiu da casa de Levi um varão e casou-
se com uma filha de Levi. Eles se casaram numa época de
crise. Os israelitas eram escravos do Egito, e com certeza eles
também trabalharam carregando aquelas cargas pesadas que
menciona Êxodo 1:11. Joquebede engravidou do seu terceiro
filho em um período de tremenda crise para o povo de Israel,
quando o faraó baixou um decreto segundo o qual todos os
meninos hebreus deveriam ser lançados no Rio Nilo, onde
morreriam afogados.
A Bíblia deixa bem claro, desde o começo da
história, que aquela família reconhecia Deus como o Senhor
das suas vidas. Percebe-se a formação e o equilíbrio do lar de
Anrão e Joquebede. Eles não receberam visita de anjos, nem
tiveram visões especiais de Deus sobre como agir. Mas tiveram
sabedoria e sensibilidade espirituais na elaboração dos planos e
no uso dos recursos naturais. Os planos arquitetados pela
família não foram de má-fé, mas segundo a orientação divina.
Aprendemos com essa história que a
responsabilidade da família não recai toda sobre os pais. Os
membros da família são responsáveis uns pelos outros. A irmã
tomou conta do seu irmãozinho na hora decisiva da vida dele.

Reconhecemos que estamos vivendo uma época


muito difícil, mas ainda não chegamos a tanto. Hoje não
precisamos esconder os nossos filhos quando nascem. Graças a

78
Deus, Faraó não existe mais. Porém, desde o início do mundo,
a família tem sido atacada por satanás. Se não temos mais o rei
Faraó, temos um rei muito mais perverso, muito mais forte e
poderoso. É o rei da trevas, Satanás. Ele tem procurado a todo
custo matar os nossos filhos, meninos e meninas, jogando-os
no mundo das drogas, da imoralidade, do sexo ilícito, do
indiferentismo e da incredulidade. Quantos pais em desespero
vendo os seus filhos prestes a ser levados pela correnteza do
mundo.
O lar continua sendo o melhor esconderijo para a
família. Nós, os pais, devemos procurar na pessoa de Jesus
sabedoria, orientação e força para continuarmos escondendo as
nossas famílias. Temos o nosso barco que é Cristo. Mas os
nossos filhos continuam dependendo de nós para entrarem
nesse barco. Para encaminhá-los para Cristo, precisamos ter a
fé, a esperança, o preparo, a coragem, o equilíbrio e a confiança
que cercou a família de Anrão e Joquebede.
A Bíblia registra num pequeno espaço, e com
muita simplicidade, a impressionante história dessa família,
que durante uma terrível crise se uniu, lutou e conseguiu salvar
um dos seus membros, o formoso filho Moisés. Eles sabiam
que Deus daria a vitória, porém não cruzaram os braços, mas
fizeram a sua parte e Deus completou o milagre. Não podemos
ficar de braços cruzados, nem nos apavorar com as crises.
Temos é que lutar para salvar as nossas famílias das garras do
maligno.
A família é um bem valioso que Deus nos dá como
herança sua, conforme nos declara o salmo 127.3: "Eis que os
filhos são herança do Senhor..."Não podemos permitir que o
mundo nos roube o que temos de mais precioso.
Conta-se que o imperador Conrado II, no assédio
de uma cidade da Alemanha, contrariado por ver que os
habitantes recusavam a se render, jurou exterminá-los. A praça
foi logo tomada e o imperador, firme na sua resolução, dispôs-

79
se a cumprir o seu juramento. Todavia, por um gesto de
humanidade, permitiu às mulheres da cidade que saíssem antes
do massacre e levassem consigo tudo que possuíam de mais
precioso. Qual, porém, não foi a sua admiração quando as viu
passar em sua frente, umas, com seus esposos e pais, outras
com seus irmãos e seus filhos.
É assim que uma esposa leal e verdadeira, uma
mãe, uma filha, um filho e um esposo cristãos devem esforça-
se para saírem deste mundo, para apresentarem-se um dia
diante de nosso Imperador que é Senhor sobre tudo. Nosso
Bondoso Pai Celestial.

80
11
Liderança do Lar
Indiscutivelmente, em Sua eterna sabedoria e
soberana vontade, Jeová escolheu o homem, somente este, para
exercer o comando do lar. É lógico que isto não significa que a
mulher foi inferiorizada pelo Criador, mas sim que a função do
homem é o de ser o cabeça da mulher e a mulher uma fiel
ajudadora. Tanto que a mulher tem posição determinada
também pelo Criador. O Apóstolo Paulo muito bem define em
Gálatas 3:28 que não há servo nem livre, não há macho e nem
fêmea, pois todos vós sois um em Cristo Jesus. Logo o esposo
esta ligado à sua esposa e vice-versa. Porém a voz de decisão
cabe ao homem sem qualquer contestação. A posição de líder
não é nada fácil. A carga de responsabilidade é bem maior que
os privilégios que se imagina possuir o homem em relação a
mulher. O esposo deve possuir um espírito de sacrifício para
com sua esposa. Assim como o próprio Jesus tanto se
sacrificou por sua noiva, sua Igreja amada. Confesso que me vi
em apuros quando, certa vez, preparando um sermão sobre a
família, me defrontei com a tremenda mensagem do nosso
irmão Apóstolo Paulo em I Timóteo 3:4 e 5: “Que governe
bem a sua própria casa, tendo seus filhos sob disciplina, com
todo o respeito, pois se alguém não sabe governar a sua própria
casa, como cuidará da Igreja de Deus? Bem! Mas esta
mensagem foi dirigida para àqueles que desejam o episcopado,
não foi isto que você pensou? Com certeza foi sim, mas o
chamamento cabe perfeitamente aos esposos que não
governam os seus lares. O Senhor, nosso Deus, não aceita que
sejamos descuidados e por vezes relaxados na posição que Ele
nos colocou. É preciso estarmos em constante observância
desta posição de liderança para que não venhamos sofrer
conseqüências, muitas das vezes bem mais amargas que o
próprio féo.
81
Infelizmente alguns líderes do lar ainda pensam
que suas responsabilidades essenciais são o de manter a
dispensa sempre cheia; esquecendo que isto é apenas condição
básica da sobrevivência. Não é a mulher a provedora do lar e
sim o homem. Quando o homem procede desta maneira, com
certeza, sua liderança é um fracasso e se não atentar logo para
isto, sua passividade acabará com todo o relacionamento
conjugal. O verdadeiro líder do lar deve governar sem
autoritarismo. Nada de tolir liberdades, de querer fazer
prevalecer vontades muitas das vezes erradas e sem qualquer
cabimento. O bom líder sempre procura apresentar-se com
humildade, simplicidade, pronto a servir como exemplo em
tudo aquilo que deseja ver realizado em sua família. Jesus nos
serve de grande exemplo quando em sua última ceia com seus
discípulos, lavou os pés de cada um deles, mostrando
verdadeira atitude de líder sim, mas também pronto a servir. Se
vocês líderes querem ser respeitados por suas esposas e filhos,
deverão então sempre ter uma atitude de servos também.
Mandar é ótimo, mas veja bem como e em que condições vocês
às ordenarão. Ao esposo cabe as decisões de conduta do lar,
portanto é ele, e somente ele, o cabeça da família. Não se
governa um lar com dois ou mais pensamentos diferentes.
Quando o líder erra, deve de imediato admitir o fato e se
corrigir. Todos na família sabe que ninguém é perfeito. Por isto
atente para a correção quando fores argüido por sua esposa e
filhos, pois eles também vão sempre esperar que você, líder,
assuma seus próprios erros. Sem essa de achar que, por ser o
líder, poderá julgar que sempre esta certo, mesmo errando.
Saiba que é bem melhor ser original e complacente do que ser
um falso e desonesto diante daqueles que tanto esperam
segurança e tranqüilidade de sua parte.
O líder do lar deve sempre ser sensível, perceptivo,
ter discernimento em tudo. Precisa estar atento em todos os
movimentos dentro e fora do lar. Observar as atitudes da

82
esposa e dos filhos, e proporcioná-los a oportunidade de
exteriorizar seus sentimentos, alegrias, tristezas, dificuldades e
etc. O Apóstolo Pedro, como líder do lar que foi, também nos
recomenda; “Igualmente, vós, maridos, vivei com elas, com
entendimentos, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e
como sendo elas herdeiras convosco da Graça da Vida, para
que não sejam impedidas as vossas orações, (I pe 3:7). Isto
requer conhecimento pleno do convívio matrimonial,
compreensão e entendimento total das necessidades da esposa.
Sabe que isto significa? Significa que em nada serve nossas
palavras e orações que fazemos nas Igrejas, por mais bonitas e
impressionantes que sejam, se o contato com Deus esta
impedido. O ministério espiritual do líder do lar torna-se nulo
por causa de suas insensibilidades. Não é por menos que
muitas mulheres até se tornam infiéis aos seus maridos, devido
a falta de trato destes nas fragilidades e necessidades delas.
O líder do lar por mais ocupado que seja deve
sempre reservar um tempo para dialogar com toda a família.
Seja no almoço, no jantar ou mesmo à sóis com cada um
membro da família. É bom lembrar-lhes que tempo a gente
arranja aonde não tem e sempre vale muito estar reunido à
família, e compartilhar juntos de um bom bate papo,
brincadeiras e fortalecer ainda mais o convívio saudável deste
relacionamento sublime.
Não seja, portanto, um líder silencioso ou como
uma bomba pronta a explodir a qualquer momento. Seja
participativo e sempre interessado no bem-estar do seu lar por
inteiro. Até mesmo nas dificuldades, nos momentos críticos, o
líder do lar deve agir com sabedoria e bastante prudência,
procurando dar total segurança e tranqüilidade à família.
Não vá pensar que o líder do lar tem a obrigação de
ser perfeito. Isto é claro que não existe. Perfeito mesmo, só
Jesus em nossa vida. Contudo, é dever do líder do lar ser o
exemplo, o espelho para toda a família. Se sua esposa e filhos

83
não seguem os seus passos, algo de errado está acontecendo
com a sua autoridade de líder. Até porque o verdadeiro líder é
aquele que sabe muito bem para onde está indo e, sabiamente,
sempre consegue levar outros consigo. Talvez você, líder do
lar, não tenha percebido isto e, portanto, não sabe em que
direção esta seguindo. Talvez até esteja levando toda a sua
família para o abismo e ainda não se deu conta disto.

84
12
Diálogo Permanente.
Todo casamento começa a correr sérios riscos
quando os cônjuges perdem o companheirismo entre si e o
gosto de sempre estarem à sóis conversando.
A condição primordial para o sucesso do diálogo
está em ambos o casal saberem se ouvir. O perigo de fracassos
no entendimento do casal começa quando um não tem
paciência de ouvir o outro com bastante calma, permitindo que
exponha as suas idéias integralmente, a fim de que possa
fundamentar bem a sua argumentação. A falta de paciência
nessa hora compromete o entendimento e deixa àquele que não
conseguiu expor as suas razões freqüentemente magoado,
decepcionado, o que pode influir no próprio relacionamento do
casal.
O local para o diálogo precisa ser mais reservado.
Não é bom dialogar no meio de outras pessoas, junto de
aparelho de televisão ou rádio ligados. O quarto do casal ainda
é um excelente local para o diálogo. Ambos devem sempre
estar de frente um para o outro, olhando nos olhos, com toda a
atenção voltada para o assunto que estão abordando, sem
qualquer interferência. É como fazemos quando se recebe uma
visita em nossa casa. Não se pode dialogar estando cada um
num cômodo diferente, ou tendo que correr um atrás do outro.
O tom de voz deve ser baixo, o suficiente para se
ouvir respeitosamente, sem qualquer alteração. O que ouve não
pode exteriorizar impaciência, contrariedade, mau humor,
porque isso perturba o que esta falando.
É de toda conveniência, para a harmonia do casal,
que tanto o esposo quanto a esposa reservem sempre um longo
tempo para conversar, seja à noite, de dia ou nos finais de
semana, mesmo que tenham até que saírem especialmente para
poderem dialogar. É muito comum o casal não achar esse
85
tempo, ficando envolvidos com o trabalho, filhos, serviços de
casa, compromissos sociais, programas de televisão, leituras e
outras atividades.

Devo, portanto, lembrar aos casais que a vida não


tem retrocesso. O tempo passa voando e o diálogo, tão
necessário para uma boa convivência, fica cada vez mais
escasso. É preciso estar sempre atento para que isto não venha
acontecer.

86
13
O Romance Não Pode Acabar
Toda criatura necessita de amar e receber amor.
Engana-se o cônjuge que julga que o outro não precisa deste
indispensável sentimento. Sem dúvida, o amor é o grande
sustentáculo da união conjugal.
No período do namoro, noivado e início do
casamento, o casal costuma conservar um relacionamento
bastante romântico. Mas, após essas fases, a grande maioria
deixa que o romantismo diminua ou mesmo acabe. Raros são
os que o conservam a vida toda.
Tem alguma causa o esfriamento do romantismo ou
é um fato natural e inevitável? Com certeza, há diversas causas.
A mais comum é o descuido por parte de ambos os cônjuges,
que se deixam envolver pelas atividades diárias. Mas há outras
causas também: Decepções, indiferenças, desprezos, falta de
diálogo, egoísmo de um dos cônjuges, grosseirias, maus tratos,
infidelidades, etc...
A preservação do romantismo é a mola mestre da
consolidação da união conjugal. Ele é como uma planta que
necessita de adubo para manter-se sempre viçosa.
A mente tem papel importantíssimo neste assunto.
Podemos cultivá-la usando os recursos poderosos que ela tem.
Se ela está voltada constantemente para a pessoa amada, nosso
sentimento para com ela aumenta. Jesus mesmo nos ensina que
onde está o nosso tesouro, aí está também o nosso coração. Isto
é tremendamente verdadeiro. Se um cônjuge considera o outro
o seu grande tesouro, com ele estará o seu coração, e toda a sua
afetividade estará voltada para ele. Para alimentar este
sentimento, é de grande valor que um pense no outro sempre
que possa. Se os pensamentos forem acompanhados de ternura,
fé e oração, melhor ainda será. Se o esposo está no trabalho e,
ao voltar para casa, pensa na esposa com ternura, ao chegar,
87
estará calmo e terá todas as condições psicológicas de ser
carinhoso com ela. Se, ao contrário, não pensa nela, mas
apenas em seu trabalho, ou nos amigos, ao invés de desejar
voltar logo para casa, preferirá parar em algum local para um
bate-papo com eles. Conseqüentemente, não chegará cedo em
casa, gerando insatisfação na esposa, que não o receberá com a
mesma alegria.Às vezes, fatos comuns como esses contribuem
para esfriar o relacionamento entre os cônjuges.
Influem muito na alimentação do romantismo,
pequenos gestos que um pode fazer pelo outro, especialmente,
quando o homem lembra das datas de grande estima para o
casal, tais como: Aniversário da esposa, aniversário de
casamento, dia da secretária, dia internacional da mulher,
presenteando a esposa com flores ou outro tipo de lembrança
que venha marcar a comemoração. A mulher é muito mais
sensível a essas coisas.
Ela gosta muito que o esposo enalteça a sua
elegância quando usa uma roupa nova, faz um penteado
diferente ou usa um perfume agradável. Na verdade, o homem
gosta também de elogios por parte da esposa.
Há homens que não dão valor a estas coisas, mas
isto é próprio da natureza da mulher.
Também ela precisa tomar iniciativas para manter a
chama do romantismo acesa, procurando ser carinhosa com o
esposo e não se deixando envolver com os problemas de casa a
ponto de não ter tempo para dar atenção a ele. Contribui muito
para esfriar o relacionamento entre os cônjuges a irritação
constante da mulher com os trabalhos de casa, os cuidados com
os filhos, tornando-se sempre nervosa e deixando que esse
nervosismo afete a vida conjugal. É valioso que ela também
pense no esposo durante o dia e se prepare para recebê-lo ao
fim de seu expediente de trabalho, com muita gentileza e
dedicada atenção.

88
Talvez a maior dificuldade que o casal encontre
para conservar o romantismo seja a indiferença por parte de um
dos cônjuges, às vezes um se esforça, toma constantes
iniciativas nesse sentido, mas o outro não corresponde, não
colabora da mesma forma. Não é raro que um certo
pressentimento de estar sendo traído nos sentimentos por parte
do cônjuge faz com que a esposa ou esposo veja com
desconfiança suas manifestações de carinho e apreço. Ainda
que a suspeita tivesse algum fundamento, a tentativa de agradar
ao cônjuge pode ser uma forma de estar procurando reforçar
sua ligação com ele e evitar a tentação de fora, porém a recusa
sistemática acaba sendo um desestímulo à fidelidade e suposta
justificativa para com a alteração afetiva do cônjuge atingido.
A situação se torna complicada porque não se consegue
cultivar o romantismo unilateralmente por muito tempo.
Provavelmente esta seja a razão por que a maioria dos casais
perdem o romantismo depois de alguns anos de vida conjugal.
Por tudo isso, afirmo que o romantismo, o apego
emocional devem continuar até a morte entre o casal.
Será que você ainda sai de mãos dadas com seu
cônjuge? Aquelas palavras sublimes e românticas ainda estão
chegando ao ouvido do seu grande amor? Você sempre senta
ao lado do seu cônjuge ou até mesmo em seu colo para
conversar? Provavelmente sua resposta venha ser negativa e
talvez até esteja sentindo a falta que tudo isto esta fazendo em
seu relacionamento conjugal. Aquele calor do primeiro amor já
se apagou faz tempo e seu casamento tornou-se intolerável e a
separação já é eminente. Vocês já nem se conseguem se olhar
mais. Parece até uma piada de mau gosto, mas infelizmente é
exatamente isto que está acontecendo hoje com muitos
casamentos. Contudo, ainda há uma esperança para este
casamento que hoje parece perdido. Nunca é tarde para
recomeçar uma nova vida em seu próprio casamento. Para
tanto recomendo que reconsidere seus atos e reconheça os erros

89
cometidos, envolva-se com o seu cônjuge num verdadeiro
sentimento de perdão mútuo e passem a exercer a
camaradagem, comunhão com Deus e comunicação plena entre
ambos. Assumam novamente o compromisso de eternos
namorados e com as bênçãos de Deus sejam felizes para
sempre.

90
14
Degeneração Conjugal e Seus Efeitos
Escrever sobre este assunto me foi bastante difícil,
apesar das experiências e o conhecimento a respeito.
A destruição de uma família é causada por um
veneno letal cuja palavra escrevemos com apenas seis letras:
PECADO. Através deste veneno mortal, esperanças são
queimadas, sonhos são desfeitos, ambições são naufragadas e
por fim, vidas preciosas são lançadas no inferno.
É lamentável saber que tantos casamentos são hoje
desfeitos pelo divórcio ou pelo simples abandono do lar. Posso
afirmar que o divórcio é tremendamente perigoso e triste em
todos os aspectos que se possa imaginar.
Satanás, astuto e sagaz, procura minar o
relacionamento conjugal de todas as maneiras possíveis entre
as quais:

 ATRAVÉS DO EGOÍSMO - É fácil as pessoas


egoístas tornarem-se teimosas. Há muito para
dar e para tirar e algumas vezes, parece que o
querer o pior excede ao querer o melhor;

 ATRAVÉS DA INTEMPERANÇA – Segundo


o dicionário de Webster esta palavra significa
carência de moderação ou excesso. Isto tem
levado muitos ao fracasso conjugal;

 ATRAVÉS DA INFIDELIDADE - Torna-se um


criminoso àquele que desfaz os sagrados votos
do casamento;

91
 ATRAVÉS DA DISCORDÂNCIA - A
discórdia no relacionamento conjugal é como
uma bomba pronta para explodir;

 ATRAVÉS DO CIÚME - Os poetas chamam


o ciúme de um monstro de olhos verdes. O amor
deve ser edificado e solidificado completamente
em Cristo..

Quando o homem e a mulher decidem casar-se, os


dois assumem o compromisso de cultivar a fidelidade por toda
a vida, mas muitos não o cumprem. Este número é bem maior
entre os homens do que entre as mulheres. Na atualidade, o
percentual de homens infiéis é ainda bem maior do que o dos
fiéis.
Em muitos casos, a infidelidade provoca situações
verdadeiramente dramáticas, não só em relação à mulher, como
também ao homem, com repercussões para o resto da vida. A
vítima da infidelidade seja o homem ou a mulher, fica
seriamente lesada em sua sensibilidade. Algumas se
desestruturam totalmente, outras entram em depressão
profunda ou se desequilibram completamente, necessitando de
tempo, muitas das vezes longo, para readquirir o equilíbrio.
Com certeza o causador da infidelidade contrai um débito
perante a justiça divina.
"Digno de honra entre todos seja o matrimônio,
bem como o leito sem mácula, pois aos devassos e adúlteros
Deus os julgará, (Hebreus 13:4)".
"Esta é a vontade de Deus para a vossa
santificação: que vos abstenhais da prostituição; que cada um
de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra,
não no desejo da lascívia, como os gentios, que não conhecem
a Deus; e que, nesta matéria, ninguém oprima ou engane a seu
irmão. O Senhor é vingador de todas estas coisas, como

92
também antes vo-lo dissemos e testificamos. Pois Deus não nos
chamou para a impureza, mas para a santificação, (I
Tessalonicenses 4:3 à 7).
As conseqüências do ato infeliz, muitas das vezes,
se estendem às existências futuras, porquanto não se rompe
impunemente um compromisso afetivo. Por mais que tente, o
infiel não consegue evitar mudanças no relacionamento
conjugal, em virtude de sentir a consciência culpada. Como
pode um homem que teve relacionamento íntimo com uma
amante ser terno com a esposa, como se lhe fosse totalmente
fiel? Da mesma forma, como pode a mulher ser carinhosa com
o marido, após ferir a própria consciência num ato de
infidelidade?
O infiel lesa moralmente o cônjuge, a si próprio e a
Deus. Nesta época em que vivemos, não é somente por
questões psicológicas, espirituais ou morais que se deve
conservar a fidelidade, mas também, por razões de saúde,
porquanto há várias doenças transmitidas sexualmente que a
comprometem. Entre elas, a que tem sido mais grave é a AIDS,
para a qual ainda não há um tratamento definido de cura.
“Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom
seria que o homem, não tocasse em mulher. Mas, por causa da
prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma
tenha o seu próprio marido. O marido pague à mulher o que lhe
é devido, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não
tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido. Do
mesmo modo o marido não tem poder sobre o seu próprio
corpo, mas tem-no a mulher. Não vos defraudeis um ao outro,
se não por consentimento mútuo por algum tempo, para vos
aplicardes à oração. Depois ajuntai-vos outra vez, para que
satanás não vos tente por causa da incontinência, ( I Coríntios
7:1 à 5)”.
Qualquer outro procedimento é paixão carnal, e
Deus jamais irá abençoar. A prática do sexo extra-conjugal só

93
trará encrencas, frustrações, desconfianças e até mesmo a
morte.
Quais são as causas da infidelidade? São bastante
variadas e dependem da formação moral da pessoa e de
determinadas circunstâncias.
O Homem ou a mulher que tem uma formação
moral deficiente e com forte tendência para a infidelidade,
costuma romper com os compromissos matrimoniais logo nos
primeiros anos da vida conjugal. A educação deficitária, sob o
ponto de vista cristão, lhe permite considerar como natural a
experiência extra-conjugal. Não são apenas estes tipos de
pessoas que estão sujeitos à infidelidade, mas também os que
tem uma melhor formação, porquanto são muitas as
oportunidades neste mundo moderno. Só os que tem princípios
cristãos muito bem consolidados resistem a tais arrastamentos.
O Sábio Salomão nos deixou uma grande advertência contra a
infidelidade: “Filho meu, atende à minha sabedoria, à minha
razão inclina o teu ouvido, para que conserves a discrição e os
teus lábios preservem o conhecimento. Porque os lábios da
mulher adúltera destilam favos de mel, e as suas palavras são
mais suaves do que o azeite; mas no fim ela é amarga como o
absinto, e aguda como a espada de dois gumes.Os seus pés
descem à morte; os seus passos levam ao inferno. Ela não
pondera a vereda da vida; os seus caminhos são incertos, mas
ela não o sabe. Agora, pois, filho, dá-me ouvidos; não te
desvies das palavras da minha boca. Afasta para longe dela o
teu caminho, e não te aproximes da porta da sua casa, para que
não dês a outros a tua força, nem os teus anos a cruéis; para
que não se fartem os estranhos do teu poder, e todos os teus
trabalhos enriqueçam a casa alheia. No fim da tua vida
gemerás, quando se consumirem a tua carne e o teu corpo.
Dirás: Como odiei a disciplina! Como o meu coração
desprezou a correção! Não escutei a voz dos que me
ensinavam, nem aos que instruíam inclinei o ouvido. Quase

94
cheguei à ruína completa, no meio de toda a assembléia. Bebe
a água da tua própria cisterna, e das correntes do teu poço.
Derramar-se-iam nas ruas as tuas fontes, e pelas praças os teus
ribeiros de águas? Sejam para ti só, e não para os estranhos
juntamente contigo. Seja bendito o teu manancial, e alegra-te
com a mulher da tua mocidade. Como a corça amorosa, e a
gazela graciosa, saciem-te os seus seios em todo o tempo, e
pelo seu amor sejas sempre cativado. Por que, filho meu, ser
cativado pela adúltera? Por que abraças o seio da mulher
alheia? Porque os caminhos do homem estão perante os olhos
do Senhor, e Ele examina todas as suas veredas. Quanto ao
ímpio, as suas iniqüidades o prendem; com as cordas do seu
pecado é detido. Ele morrerá por falta de disciplina, e pelo
excesso da sua loucura anda errado, (Provérbio 5)”.
Não há, com certeza, uma advertência tão precisa e
atual como esta do Sábio Salomão. Quantos hoje estão
lamentando suas próprias recaídas. Quantos desejam
ardentemente esquecer, apagar as experiências fúteis dos
desejos da infidelidade, e não conseguem porque perderam
tudo. Abandonaram as águas de suas próprias cisternas, para
irem beber as águas turvas de cisternas alheias. Deus abomina
a infidelidade e não se compraz na destruição d’áqueles que se
uniram para se completarem pelos laços do amor, do
casamento, do firme propósito de serem uma só carne para
sempre.
A ADVERTÊNCIA CONTINUA: “Filho meu,
guarda os mandamentos de teu pai, e não deixes o ensino de
tua mãe. Ata-os perpétuamente ao teu coração; pendura-os ao
teu pescoço. Quando caminhares, te guiarão: quando te
deitares, te guardarão; quando acordares, falarão contigo.
Porque estes mandamentos são lâmpadas, este ensino é luz, e
as correções da disciplina são o caminho da vida, para te
guardarem da mulher imoral, e da sedução da língua da
adúltera. Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te

95
deixes prender pelos seus olhos, pois a prostituta te reduz a um
bocado de pão, e a adúltera anda à caça da tua própria
vida.Tomará alguém fogo no seu seio, sem que as suas vestes
se queimem? Ou andará alguém sobre as brasas, sem que se
queimem os seus pés? Assim é o que dorme com a mulher do
seu próximo; não ficará inocente todo aquele que a tocar,
(Provérbios 6:20 à 29)”.
Certa vez, Salomão estava na janela de sua casa
olhando de entre às grades, quando algo despertou sua atenção,
eis o que viu Salomão: “Entre os simples, descobriu entre os
jovens, um falto de juízo. Ele passava pela rua junto à esquina
de uma mulher, e seguia o caminho da sua casa, à tarde do dia,
no crepúsculo, na escuridão e trevas da noite. Salomão
continuava acompanhando com olhares bem fitos, os passos
daquele moço. Então uma mulher lhe saiu ao encontro, com
vestes de prostituta, e astuta de coração. Ela era turbulenta e
contenciosa, os seus pés não paravam em casa; ora está nas
ruas, ora está nas praças, espreitando por todos os cantos.
Aproximou-se do moço e o beijou, e de cara impudente lhe
disse: Sacrifícios pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus
votos. Por isso saí ao teu encontro a buscar-te, e te achei. Já
cobri a minha cama de cobertas, de colchas de linho fino do
Egito. Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e canela. Vem,
saciemo-nos de amores até pela manhã; alegremo-nos com
amores. Meu marido não está em casa; foi fazer uma jornada
ao longe. Um saquitel de dinheiro levou na mão, e só voltará
para casa no dia da lua cheia. O moço, seduzido com aquelas
palavras persuasivas e com as lisonjas dos lábios da mulher,
seguiu-a imediatamente, como o boi que vai para o matadouro,
e como o cervo que corre para a rede, até que uma flecha lhe
atravesse o fígado, como a ave que se apressa para o laço, e não
sabe que ele está ali contra a sua vida. Então Salomão, outra
vez advertiu: Agora, pois, filho meu, dá-me ouvidos; se atento
às palavras da minha boca. Não se desvie o teu coração para os

96
caminhos da prostituta, nem andas perdido nas suas veredas.
Muitas são as vítimas que ela derrubou; são muitos os que por
ela foram mortos. Caminho da sepultura é a sua casa, o qual
desce às câmaras da morte, (Provérbios 7:6 à 27)”.
Muitos foram e outros mais estão sendo levados
pelos laços da prostituta, da mulher adúltera, que com seus
beijos, sorrisos e piscar de olhos cativam os que, incautamente,
andam por aí. Há quem ainda tente, de alguma forma,
justificar-se em seus adultérios, mas ao final acabam se
apresentando como loucos e sem qualquer juízo. O adultério é
coisa premeditada, preparado com cuidados até em secreto,
mas, sempre apresenta resultados altamente destruidor, pois,
esta é a arma que satanás usa quando quer arruinar lares e
dilacerar corações.
No relacionamento conjugal, nem tudo acontece
com a perfeição que se espera. Muitas das vezes a falta de
experiência e maturidade causam alguns dissabores. Contudo,
nada justifica adulterar, cometer infidelidade com a intenção de
se vingar do cônjuge pelos erros ocorridos. Quero lembrá-los
que satanás esta sempre à espreita, pronto para entrar em ação.
Sua arma é acionada sempre que ele encontra um motivo forte.
No entanto, quando o casal é temente à Deus, ao invés de abrir
às portas para o inimigo entrar, caem de joelhos diante do
Senhor Jesus e procuram corrigir rápidamente as suas falhas.
Considero como a melhor forma de se prevenir contra a
infidelidade, o estar cultivando o romantismo em todo o tempo
da vida à dois.
O casal deve sempre estar atentos para os fatos que,
em muito, podem prejudicar o casamento e conseqüentemente
provocar desajustes. Alguns até irreparáveis, por exemplo:

- Amizades com pessoas desajustadas;


- Visitas constantes à casa dos vizinhos;
- Conversas que em nada edificam;

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- Rebeldias e insubmissão;
- Tomar atitudes isoladas sem consultar o cônjuge;
- Autoritarismo em excesso;
- Falta de diálogo;
- Falta de carinhos;
- Negligencia;
- Provocação, insultos e brigas;
- Receber visitas de pessoas de sexo oposto quando sozinho
em casa;
- Desconfianças e ciúmes.
- E outros tantos fatores que, quando praticados, só resultam
em desgraça para o relacionamento conjugal.

O casal temente ao Senhor, deve preservar-se em


constante submissão à Deus. Somente assim vivendo poderão
alcançar vitórias sobre as siladas de satanás. Considero sempre
atual a mensagem de Tiago 4:1 à 7 que nos exorta a submissão
à Deus: “De onde vem as guerras e contendas entre vós? Não
vêm disto, dos prazeres que nos vossos membros guerreiam?
Cobiças, mas nada tendes. Matais e Invejais, mas não podeis
obter o que desejais. Combateis e guerreais. Nada tendes
porque não pedis. Pedis e não recebeis porque pedis mal, para
o gastardes em vossos prazeres.Adúlteros e adultéras, não
sabeis que a amizade do mundo é inimizade com Deus?
Portanto qualquer que quizer ser amigo do mundo
constitui-se inimigo de Deus. Ou pensais que em vão diz a
Escritura que o Espírito que Ele fez habitar em nós tem intenso
ciúme? Antes Ele nos dá uma Graça maior. Portanto, diz a
Escritura: Deus resiste aos soberbos, mas dá Graças aos
humildes. Sujeitai-vos, pois, a Deus. Resisti ao diabo, e ele
fugirá de vós.
A infidelidade é tão nociva, cruel e perversa que até
mesmo os filhos acabam recebendo os custos e toda a sorte
dessa irresponsabilidade gerada pelos atos de infidelidade dos

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pais ou das mães, e conseqüente destruição do elo familiar. Isso
sempre origina em coisas terríveis. Quantos filhos hoje vivem
desajustadamente na sociedade, e em nada conseguem se
firmar devido as seqüelas deixadas pela separação conjugal de
seus pais! É triste e totalmente vergonhoso quando a
infidelidade passa a reinar no seio de uma família.
Se você esta vivendo tal situação, pare! Hoje
mesmo. Porquanto podes recuperar o elo do amor perdido e,
regenerando-se em Cristo Jesus, poderás ver estampada no
rosto de cada membro da sua família a felicidade de novamente
terem um lar cheio de paz, amor e perfeita união com as
bênçãos de Deus.
Será que você é templo do Espírito Santo ou és
covil de satanás?

ATENTE PARA ISTO:

- O salário do pecado é a morte;


- O caminho para o inferno é cheio de boas intenções;
- Ninguém consegue ser feliz vivendo na mentira;
- Várias portas se abrem para a pessoa que quer se equilibrar
na vida. Infelizmente, muitas das vezes, a própria pessoa se
encarrega de ir fechando, uma à uma, cada porta que lhe é
aberta, e quando percebe isto, acabou de fechar a última de
todas as portas.
Portanto, antes que se feche a porta da libertação,
vamos vigiar mais e atentar com diligência para os padrões da
moralidade sexual e da fidelidade conjugal.
Todo àquele que teme à Deus, antes de mais nada,
deve preservar o seu matrimônio, tanto no aspecto moral
quanto na pureza sexual. “Venerado seja entre todos o
matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à
prostituição e aos adúlteros Deus os julgará, (Hebreus 13:4)”.

99
Estar puro significa estar livre de toda mácula da
lascívia, abstendo-se de todos os atos e pensamentos que
incitam desejos incompatíveis com os sagrados votos
matrimoniais. O casal tem a obrigação de exercerem domínio
próprio e abstenção total de qualquer atividade sexual que
venha contaminar a pureza do amor diante de Deus. Isso
abrange o controle geral do corpo em santificação e em honra, (
I Ts 4:4), e não em concupiscência, (I Ts 4:5). É preciso ter em
mente que os prazeres físicos e emocionais normais
decorrentes do relacionamento conjugal fiel, são ordenados por
Deus e por Ele honrados.
O Adultério, a fornicação, o homossexualismo os
desejos impuros e as paixões degradantes são pecados graves
aos olhos de Deus por serem transgressões da lei do amor, (EX
20:14), e profanação do relacionamento conjugal. Tais pecados
são severamente condenados nas Escrituras, (Provérbios 5:3), e
colocam os culpados para fora do reino de Deus, (Rm 1:24 à
32; I Co 6:9 e 10: Gl 5:19 à 21).
A imoralidade e a impureza sexual não somente
incluem o ato sexual ilícito, mas também qualquer prática
sexual com outra pessoa que não seja o seu cônjuge. Por isso
afirmo: “A Infidelidade é um desejo carnal imoral que as
pessoas dão vazão quando perdem o temor à Deus.
Deixando acontecer esse pecado repugnante em suas vidas, o
inferno lhes será, sem dúvidas, um grande prêmio.”
Por meio de testes cientificamente organizados,
Lewis Terman selecionou, dentre os alunos das escolas da
Costa do Pacífico, nos E.U.A., 1500 crianças, classificadas
como possuidoras de inteligência nitidamente superior, e lhes
acompanhou a vida, com paciência e perseverança, por quase
vinte anos. A pesquisa revelou que esses 1500 indivíduos
tiveram na vida, mais sucesso que as pessoas normais, se bem
que não tenha havido uniformidade no êxito por eles
alcançados. Foi assim: 50% venceram galhardamente na vida;

100
25% progrediram de maneira excepcional; os outros 25% se
desenvolveram mais que as pessoas de inteligência comum,
mas colocaram-se muito abaixo da média alcançada pelo
primeiro grupo, (dos 50%).
Terman verificou que estes últimos procediam de
lares cujos pais ou eram divorciados ou viviam em constantes
desarmonias e brigas, ou tinham a vida econômica instável, ou
eram dados a vida totalmente desregradas. E, ao contrário, os
que se colocaram na dianteira da pesquisa, provinham de lares
sadios. Grande é, como se vê, a responsabilidade do casal no
que diz respeito ao futuro dos filhos.
A degeneração da raça humana é um dos mais
importantes problemas que preocupam os sociólogos e
eclesiásticos.
Importantes somas foram, certa vez, dependidas em
determinado lugar para filtrar as águas que abasteciam a
população, mas como a água, não obstante o uso de filtros
continuava em más condições potáveis, trataram os técnicos de
examinar o trajeto que ela percorria e descobriram que, perto
da nascente, havia uma fábrica de produtos químicos, cujas
águas residuais contaminavam o veio com toda a espécie de
imundícias. Eliminaram, pois, a causa e a água passou a correr
pura, sem necessidade de filtração.
Semelhantemente, muito tempo e dinheiro se
despende para reduzir, por meio de regulamentações, as
conseqüências da imoralidade humana, mas o mal continua
ganhando terreno a passos gigantescos registrando-se
espantoso incremento em todas as formas de depravação, como
nos tempos bíblicos em Sodoma, Nínive e Babilônia. Seria
preciso eliminar a verdadeira causa do mal.
Cada dia, nos países que se chamam civilizados,
contraem núpcias moços e moças arruinados, cuja prole
ameaça ser uma maldição para toda a sociedade.

101
Investigações demográficas levadas a cabo nos
Estados Unidos põem a claro inúmeros exemplos mostrando o
efeito hereditário de um caráter corrompido por um lado e de
um caráter puro por outro lado. Eis abaixo dois casos
contrastados que aqui registro como exemplo:
- Um marinheiro de nome Jukes, jogador, fumante e
beberrão, foi pai de cinco filhas que, após alguns anos de
casadas, se entregaram à vida fácil, e em cinco gerações,
sua descendência chegou ao número de mil e duzentos
indivíduos, dos quais 450 sifilíticos, 300 mendigos de
profissão, 130 ladrões e 7 assassinos.
- Em compensação o puro, sóbrio, equânime e íntegro Jones
Edward teve, no mesmo número de gerações, uma
descendência igualmente numerosa, que contou 300
diplomados por universidades, 13 diretores de colégios, 60
médicos, 76 oficiais do exército, 100 advogados, 60
escritores, 80 funcionários do governo, 30 magistrados, 3
senadores e vários banqueiros e homens do comércio.
Os vivos contrastes revelados pelas referidas
investigações, levam muitos a crer na possibilidade de
vigorizar a raça humana pela aplicação prática dos princípios
da eugenia ao matrimônio.
Não há dúvidas de que as deficiências físicas,
mentais e morais de pais enfermiços, consumidos por uma vida
desregrada, arruinados pela ação corrosiva das paixões
destruidoras do corpo e da alma, não podem ter por
descendência proles sadias, vigorosas.
Por uma lei natural, os filhos só podem receber dos
pais, por herança, o que estes têm para lhes dar. Assim, pois,
não se pode esperar que progenitores decaídos produzam
espécimes física e moralmente sadios. Ao contrário, as
características dos pais reaparecem nos filhos. Tal pai, tal filho,
diz um provérbio.

102
Tem, pois, aplicação aqui as palavras do segundo
mandamento do decálogo: “Eu sou o Senhor, teu Deus, um
Deus zeloso, vingo a iniqüidade dos pais nos filhos, nos netos e
nos bisnetos daqueles que me odeiam, (Ex. 20:5)”. Esse texto
enuncia a lei da hereditariedade que os sábios de hoje
pretendem ter descoberto. Deus não castiga arbitrária e
rancorosamente nos filhos, até a terceira e quarta geração, os
pecados dos pais, mas estabeleceu uma lei natural de afinidade
entre o antecedente e o subseqüente, mediante a qual os seus
vícios ou as suas perfeições se reproduzem necessariamente
nos filhos, nos netos e até nos bisnetos.
E qual é a causa que tem por efeito uma situação
semelhante à que reinava no mundo antediluviano ou nas
ímpias cidades da Sodoma e Gomorra? É a falta do
conhecimento de Deus nos ambientes educacionais dos
menores, a partir do lar. Diz o apóstolo Paulo: “Como se
recusaram a procurar uma noção exata de Deus, Deus os
entregou a um sentimento depravado, e daí o seu procedimento
indigno, (Rm 1:28)”.
A causa da decadência reinante na sociedade é, por
um lado, a falta do ensino teórico e prático da verdade no lar,
na escola e na Igreja, e, por outro lado, a tolerância ou o cultivo
deliberado das várias formas do mal em todos os ambientes em
que os menores recebem influências para a sua formação
mental e moral.
Horrorizado, tomei conhecimento de um caso que
basta para mostrar até que ponto chega a ignorância: No The
Journal of Pediatrics em 1964 foi publicado um trabalho
elaborado na Clínica Pediátrica da Escola Paulista de
Medicina, em torno de uma criança de 12 anos, portadora de
calculose pancreática aliada à desnutrição e alcoolismo. O
menino foi encaminhado ao serviço pediátrico daquela escola.
A queixa que o acompanhava, dizia respeito ao seu insuficiente
desenvolvimento físico. Até os três anos de idade o menino

103
teve um desenvolvimento semelhante ao de seus irmãos, em
que pese à alimentação, cuidados, afetos e a disciplina correta
de todos. A partir dos três anos, coincidindo com a queda do
seu estado geral, começou a tomar pinga, (bebida que contém
cerca de 45% de álcool), para fazer companhia ao seu pai,
alcoólatra crônico. Inicialmente, ingeria cerca de 50
centímetros cúbicos por semana. Essa quantidade foi
aumentando gradativamente até 150 CC por semana. Nos
últimos anos, após ingerir a bebida, tinha violentas dores no
abdômen.
Parece incrível! Os pais ignoram o motivo por que
o filho não cresce, e agora querem que a medicina faça
milagres para corrigir uma deficiência pela qual eles mesmos
são criminosamente responsáveis, pois que arruinaram uma
criatura inocente e indefesa, que não tem passado, nem
presente e tão pouco futuro.
E não é só isso. A importância desse caso, que
despertou inusitado interesse por parte de médicos de vários
países, é que no meio rural é comum dar bebida alcoólica às
crianças, para que estas se esquentem, conclui o trabalho
médico.
Como purificar a corrente da vida social, se os
jovens, desde a mais tenra idade, vêem exemplificado o mal no
errado modo de vida dos próprios genitores? Como esperar que
os filhos sejam cheios de virtudes, se os pais são cheios de
vícios e vivem se prostituindo? Como esperar que os filhos
sejam puros, quando, muitas das vezes, os pais são impuros e
nem sabem honrar os votos da fidelidade conjugal? E como
esperar que os filhos conheçam a Deus, se os pais o negam por
seus atos?
A negação prática de Deus no lar é, sem dúvidas, a
primeira causa da decadência da juventude, e os cinemas,
teatros e bailes imorais, os diversos tipos de jogos, as leituras

104
impróprias, as más companhias, etc..., também contribuem em
larga escala para os mesmos efeitos destruidores.
Muitos pais, triste é dizer isto, são tão indulgentes
para com seus filhos, que os deixam andar em quaisquer
companhias, passar o dia na rua, freqüentando tudo quanto é
lugar impróprio.
Há muitos que ainda não desempenharam o papel
de educadores e poderá, à primeira vista, parecer fácil a tarefa
de moldar corações e encaminhar mentes infantis, mas quem
está empenhado nesse mister sabe quão difícil é conseguir
penetrar no íntimo do pequeno ser, ganhar-lhe a confiança,
conquistar-lhe a amizade e moldar-lhe o caráter.
Os pais serão sempre impotentes para modificar o
patrimônio dos filhos, mas a educação que lhes derem no lar
determinará quais os atributos que neles se hão de desenvolver.
A criança possui faculdades latentes que se desenvolverão ou
não, segundo o ambiente em que ela crescer: por isso cabe aos
pais fazer tudo para promover o desenvolvimento das melhores
tendências dos filhos.
No lar, o pai poderá estar sempre blasfemando por
ter tido má sorte nos seus negócios; a mãe poderá estar sempre
falando mal das vizinhanças; pai e mãe poderão estar sempre
brigando; e, se há alguma trégua, sua conversa talvez gire em
torno de assuntos frívolos e poderão contemporizar com maus
hábitos e com vícios, permitindo que se introduza em casa atos
de imundícies e todo tipo de desregramento como: cultivar a
vaidade dos sentidos, frivolidades e coisas que empolgam,
especialmente, o sexo imoral, podendo ainda fazer outras tantas
coisas cujo fim é a perdição por completo. Ora, tudo isso
constitui o ambiente em que a criança se desenvolve, e que
determina os seus hábitos de pensamentos e comportamentos,
moldando-lhe o caráter e os ideais. Por mais que se ensine a
criança, nada a influência tanto como a conversa, o
comportamento, o exemplo cotidiano dos pais e irmãos mais

105
velhos. O que nunca me cansarei de repetir é que o menor
encontra nos pais um espelho em que continuamente se mira,
procurando imitar-lhe todos os exemplos, bons e maus, sem
distinção, porque aos olhos da criança são perfeitos os atos dos
genitores e educadores.
Se os pais se preocupam com a saúde física dos
filhos, tanto mais deveriam preocupar-se com a saúde moral,
fundamentada numa vida familiar sadia. Não menos cuidado
que o corpo deve merecer a alma, e a escola não supre essa
necessidade.
A educação escolar nenhum valor terá se apenas
revestir uma alma moralmente doentia, corrompida, arruinada.
É isso o que muitos pais e mães parece não compreenderem. Só
raramente tem os filhos juntos de si. Consentem em que os
menores se ausentem e não perguntam aonde vão e o que irão
fazer. Mercê do seu egoísmo e da sua futilidade que parecem
serem mais fortes do que seu instinto paternal ou maternal, não
querem desempenhar-se da paciente e nobre missão que
somente a eles cabe, de prestar seu concurso pessoal na
formação do caráter dos seus filhos para a utilidade do bem,
para a vida presente e futura.
É com indiviso interesse e abnegado amor que,
como pais, devemos acompanhar o desenvolvimento moral, e
também intelectual e físico dos nossos filhos, ministrando-lhes
sempre acertados conselhos à par de bons exemplos.
Não nos esqueçamos de que nossos filhos hão de
ser o que nós, pais, os tornamos. Façamos, pois, com que, ao
deixarem a casa paterna, sejam portadores de um coração puro,
uma mente equilibrada e um corpo sadio, a fim de que, para a
felicidade deles e nossa, sejam uma honra para o nome de Deus
e uma benção para a sociedade.
Fechemos, por um lado, todas as portas do mal, e
cultivemos, por outro lado, o conhecimento de Deus, estudando
e vivendo a verdade de Jesus e os oráculos do Criador e

106
Mantenedor do Universo, e conseguiremos, em resultados, não
só deter o rápido processo da degeneração, mas também
promover a regeneração pela Graça de Deus.
O mundo caminha a passos gigantescos para o
desentendimento, para a confusão, para a anarquia, para a
destruição, mas, dessa sorte fatal, podemos escapar como
indivíduos, salvando-nos a nós mesmos e aos nossos filhos.
A nós, pais de família, cabe, pois, uma grande
responsabilidade perante Deus, no que tange à formação do
caráter dos nossos filhos, de vez que pela maneira como
vivemos e os educamos, podemos encaminhá-los para a vida
ou para a morte.
Eis, portanto, a grande questão....

107
108
15
Dst – Doenças Sexualmente
Transmissíveis
Existem várias doenças que são sexualmente
transmitidas através das relações sexuais. Mas só estão sujeitos
a elas àqueles que variam de parceiros sexuais, estando livres
os casais que não mantém relações extraconjugais. A
prostituição e o sexo livre tem sido os grandes causadores do
aumento dessas doenças. Elas tenderão a desaparecer à medida
que a sociedade passar a pratica do sexo apenas no casamento.
Algumas das principais doenças venéreas são a
gonorréia, a sífilis, o cancro mole, granuloma inguinal,
linfogranuloma venéreo e a AIDS (ABREVIATURA DA
SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA –
SIDA, em Português).
- GONORRÉIA ou BLENORRAGIA é a mais comum,
constituindo-se em verdadeira epidemia em
determinadas partes do mundo. É caudada por uma
bactéria, a Neisseria Gonorrhoeae. O período de
aparecimento dos sintomas é, em média, de três a cinco
dias, mas pode durar até um mês. O quadro clínico mais
comum é uma uretrite, isto é, a inflamação da uretra,
que é caracterizada por ardor e secreção purulenta
amarelo esverdeada, principalmente pela manhã. No
homem, pode provocar também infecção na próstata e
no epidídimo. Na mulher, costuma afetar as trompas e a
glândula de Bartholin.
Pode não apresentar quadro clínico na mulher, que,
neste caso, passa a ser um grande foco disseminador da doença,
se a mesma pratica o sexo livre ou é prostituta.

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As complicações tardias da gonorréia podem ser graves
e incluem a obstrução da uretra e das trompas, ocasionando até
a infertilidade.
- SÍFILIS é uma doença sexualmente transmissível séria
pelas complicações graves que pode provocar. É
causada pelo Treponema Pallidum. Logo após penetrar
no organismo, a bactéria se multiplica e espalha-se pelo
sangue e linfa, atingindo todo o organismo. O contágio
é através de relações sexuais, mas pode se dar pelo uso
de copo ou bico de garrafas usadas por pessoas com
cancro sifitítico na boca. Neste caso, pode se dar
também pelo beijo.
A doença é dividida em três fases: Primária, Secundária
e Terciária.
A Sífilis Primária é caracterizada por uma ferida – o
cancro duro – que aparece entre 10 e 90 dias após a relação
sexual. Pode aparecer nos órgãos genitais, ânus e boca,
dependendo do tipo de relação sexual.
A Sífilis Secundária aparece entre dois e seis meses
após o surgimento do cancro. A doença acomete os gânglios
linfáticos, pele, o couro cabeludo, (queda de cabelo), os olhos,
etc.
A Sífilis Terciária ou tardia se caracteriza por lesões ao
nível do aparelho cardiovascular, onde, além de lesar o
coração, pode provocar o aparecimento de aneurisma ao nível
das grandes artérias; do sistema nervoso, onde provoca
meningite, paralisia e mesmo a loucura. Também pode
acometer os ossos e algumas vísceras.
A mulher portadora de Sífilis pode transmitir a doença
para o filho, durante a gravidez, resultando no triste quadro da
Sífilis Congênita.
- CANCRO MOLE é uma ferida que aparece nos órgãos
genitais, um a cinco dias após o contato sexual com a
pessoa contaminada. É provocada pelo microorganismo

110
Haemophilus Ducreye. Acomete principalmente as
pessoas de higiene precária. A mulher portadora da
doença pode não apresentar os sintomas.
O cancro é semelhante ao sifilítico, porém é de
consistência mole, ao passo que o outro é duro.
- GRANULOMA INGUINAL é a doença causada pela
bactéria Donovania Granulomatis e provoca o
aparecimento de ulcerações no aparelho genital e
inflamações nos gânglios inguinais.
O tempo entre o contato sexual e o aparecimento das
feridas não está bem estabelecido, mas é bastante longo.
- LINFOGRANULOMA VENÉREO é causado por um
microorganismo do grupo denominado pedsonia.
Provoca úlcera genital. Aparece entre 5 à 21 dias após a
relação sexual.
- AIDS ou SIDA, (em português), é a Síndrome de
Imunodeficiência Adquirida, causada pelo vírus HTLV
III ou HIV. É uma doença de grande importância por
ser fatal.
A forma mais comum de contágio é por contato sexual.
As demais são por transfusão de sangue de pessoas
contaminadas e por injeções, como acontece com viciados em
drogas que usam a mesma agulha utilizada por outras pessoas.
Existe uma possibilidade remota de contagio pela troca de
saliva, já que o vírus foi encontrado na mesma.
O tipo de contato que mais tem transmitido a
enfermidade é pela relação anal. Por este motivo, os
homossexuais masculinos constituem um grupo de alto risco.
As prostitutas e mulheres que praticam o sexo livre
também disseminam o vírus.
Logo que penetra no organismo, o vírus atinge a
corrente sangüínea e se espalha pelo corpo. As maiores
concentrações são encontradas no sangue e no esperma.

111
O homossexual passivo é mais suscetível, porquanto,
durante a relação anal, ocorrem lesões na parede do reto, que é
muito fina, facilitando a penetração do vírus.
A parede da vagina é mais espessa que do reto. Por isso
a mulher é menos suscetível, mas a inoculação repetida de
esperma contaminado acaba infectando-a.
No homem, o vírus penetra através de micro-lesões na
glande, (cabeça do pênis), que ocorrem durante a relação
sexual.
O vírus ataca os linfócitos T, que são células que fazem
parte dos glóbulos brancos e são extremamente importantes na
defesa do organismo contra os agentes infecciosos, porque
produzem os anticorpos que os combatem. Conseqüentemente,
as defesas do paciente ficam bastante reduzidas, deixando-o
exposto a vários tipos de doenças, principalmente as que são
infecciosas. A morte ocorre como conseqüência dessas doenças
secundárias.
Para prevenir a doença, o meio mais seguro é o
determinado por Deus: Fidelidade Conjugal. Os valores
morais, que induzem a pessoa a adotar o comportamento de
decência e respeito ao próprio corpo e ao do próximo, são a
maior garantia de se preservar desse e de outros males ligados
à sexualidade, tanto pela higiene de vida, como também, não
podemos esquecer, da condenação eterna que tudo isto poderá
trazer.
A AIDS é, portanto, uma doença tida como um grande
sinal divino a respeito do final dos tempos, e deve ser encarada
com muita seriedade.
O Apóstolo Paulo, referindo-se aos cuidados que como
seres humanos devemos ter com o nosso corpo, mencionou:
“Ou não sabeis vós que o vosso corpo é o templo do Espírito
Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois
de vós mesmos?” (I Co 6:19).

112
Muitas são as advertências estabelecidas por Deus
concernentes a prática sexual entre pessoas do mesmo sexo:
“Com o homem, não de deitarás como se fosse mulher...”
(Levítico 18:22); (Romanos 1:26 e 27), e até mesmo a pratica
de relações sexuais com animais – “Não te deitarás com
animal, para te contaminares com ele... (Levítico 18:23). Ainda
o apóstolo Paulo, referindo-se à solidez do relacionamento
sexual no vínculo do casamento, escreveu – “Mas por causa da
prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma o
seu próprio marido” (I Co 7:2)”, “e aos homens: Marido de
uma só mulher...” (I Tim 3:2).
Posso concluir que: Se a sociedade moderna não
houvesse se afastado tanto dos princípios para a vida
delineados por Deus, a Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida (AIDS) não haveria tomado as proporções que
atualmente estremecem a humanidade.
Portanto a palavra chave para não sermos infectados é a
que nos diz o apóstolo Tiago no capítulo 1:27, última parte:
“GUARDA-SE INCONTAMINADO DO MUNDO”.
Baseada na mudança do estilo de vida, não podemos
nos esquecer:
TUDO QUE SEMEARMOS, COLHEREMOS.

113
114
16
A Idade e a Relação Conjugal
A Gerontologia é o estudo científico do
envelhecimento, seja como aclínio (desenvolvimento), seja
como declínio (senescência); tomou corpo a partir de 1950,
com o biólogo norte-americano Raymond Pearl.
A Geriatria é a parte da medicina que cuida do
tratamento dos idosos doentes, enquanto que a Eugeria é o
ramo do conhecimento humano que ensina a envelhecer
acertadamente, cuidando das pessoas sãs que envelhecem,
preservando nelas o que de melhor a vida lhes pode dar.
Um dos graves problemas na terceira idade é a falta
de perspectiva para o futuro. A pessoa passa a viver
exclusivamente em torno do passado. O gênio da infância,
quando se extingue, é para sempre. Diz-se sempre que é de
uma lagarta que nasce a borboleta; quando se trata do homem,
é a borboleta que se transforma em lagarta – fala Ferrante em
“A Rainha Morta”.
Jouhandeau sentiu a submersão do presente num
passado por demais conhecido: “Tudo toma, à medida que
envelhecemos, o aspecto de uma lembrança, mesmo o presente.
Consideramos-nos a nós mesmos como já passados”.
Será que o idoso pode projetar o futuro? Tem
condições de criar projetos, se refazer a partir de incômodos do
passado? Ou vai ficar somente revisando o passado, sem
relançamentos para depois? Observando falhas no passado,
com reflexões sobre possibilidades não realizadas e uma
memória de faltas? Será que suas experiências não podem ser
relançadas no futuro?
Muitos vêem a velhice como um farol de
automóvel voltado para trás. Vivem a amargura de
ressentimentos, colocando nos outros culpa de tudo o que
acontece. De acordo com um recenseamento, foi encontrado
115
entre os idosos reações psíquicas psicopatológicas: Quadros
depressivo-melancólicos. A situação de desajuste existencial
leva o ancião à melancolia. Mesmo que reflita o seu passado,
libertando-se de recalques, não poderá abrir novas
possibilidades para o futuro. O mundo tira o tapete dos seus
pés, que ficam em suspensão. O resultado é agarrar-se ao
passado, pois não tem o que perder, por causa de não ter o que
ganhar. São eternamente aquele antigo combatente, aqueles
anciões adulados, pais, mães e avós admiráveis.
O contraste entre o passado e o presente poderá
tornar-se intolerável, resultando em paranóias, problemas na
imaginação. Os conflitos da infância e da adolescência
retornam. O velho tenta findar sua existência, assumindo seu
nascimento, ou, pelo menos, seus primeiros anos de vida. No
momento de sair da vida, ele se reconhece no bebê que saía dos
limbos.
O filósofo grego Aristóteles dizia na antiguidade
“que as pessoas vivem mais da lembrança do que da
esperança”.
Swift, aos 62 anos, desolou-se ao lembrar sua vida
de 20 anos atrás e cair de novo, de repente, no presente.
Flaubert, aos 54 anos, exclamou: “O futuro não me
oferece nada de bom, e o passado me devora. Sinal de velhice e
de decadência. À medida que avanço em idade, cada vez mais
o passado me penetra até a medula dos ossos”.
Um médico perguntou a uma velha que usava
óculos: “A Senhora têm presbiopia ou miopia? e a resposta
imediata foi – Doutor eu tenho Velhice”.
O apóstolo Paulo, em Filipenses 3:13 e 14 deixou-
nos o seguinte testemunho: “Irmãos, quanto a mim, não julgo
que o haja alcançado: mas uma coisa faço, e é que,
esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as
que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação
celestial de Deus em Cristo Jesus”.

116
Envelhecer não significa necessariamente perder
forças, funções ou vitalidade. Envelhecer não é ruir, envelhecer
é evoluir. É um processo de enriquecimento biológico pela
descoberta de novas qualidades ou pelo aperfeiçoamento de
outras, já existentes, como o das qualidades superiores da
mente.
Envelhecer corretamente e com sabedoria constitui
uma verdadeira arte: A Eugeria. O envelhecimento eugérico
consiste em evitar descambar para a senilidade, para a doença e
para a invalidez, sem jamais aposentar os músculos, o cérebro e
as glândulas. Envelhecer eugericamente é um esforço
individual, de vez que a participação do indivíduo é essencial
nesse processo.
Qualquer gerontino (idoso) pode desenvolver um
projeto seu, vencendo o desânimo e perseguindo fins que dêem
sentido à vida: dedicação a indivíduos, coletivos, trabalhos
social ou políticos, intelectual ou criador. A maior felicidade
do idoso é sentir-se útil a alguém ou a alguma causa.
O idoso, quando tem amor dentro de si, poderá
realizar-se através deste amor, pois só pode dá-lo quem o tem.
O sistema de filiação é uma obra inaugurada pelo indivíduo, e
o idoso poderá dizer: ele é meu filho, portanto tem uma obra
sua. Conquistas e realizações do filho o fazem feliz.
Acompanhar o filho, estimulá-lo, apoiá-lo, eis o trabalho que
emociona.
Quantas vezes o netinho chega e diz: Vovó, tenho
uma coisa para te falar. Talvez sejam coisas pequeninas aos
nossos olhos, mas o pequeno se sentirá feliz ao ver que o vovô
ou a vovó pararam tudo, só para dar-lhe a atenção.
A memória é semelhante à musculatura, que para
manter a sua forma, necessita ser exercida. É preciso ler,
produzir cada vez mais, treinar, escrever. A neuroplasticidade é
capaz de ser refeita, aumentando a inteligência cristalizada.

117
A grande força do idoso é o saber, é ter a experiência.
As qualidades superiores da mente apresentam maior
desenvolvimento depois dos 35 anos de idade, tais como o
juízo, o discernimento e a compreensão, expressão de
desenvolvimento e de aperfeiçoamento biológico. O cérebro é
o órgão que menos sente o passar dos anos. Os neurônios
perdidos são compensados por novas conexões nervosas, o que
compensa a perda de massa física. A neurologista americana
Claudia Kawas, da Universidade Johns Hopkins, aconselha as
pessoas a se manterem sempre dispostas a enfrentar novos
desafios, exercitar a mente com leituras e conviver num
ambiente culturalmente renovador como a grande terapia para
preservar o cérebro. A maioria das pessoas experimenta
algumas reações normais como uma lentidão maior para
responder a determinadas questões ou para reagir a impulsos
nervosos, mas isso não significa a perda da memória ou da
habilidade intelectual. Eis alguns exemplos positivos: -
Franklin, entre 78 a 80 anos, inventou os óculos bifocais e
estudou o envenenamento pelo chumbo. – Galileu completou,
aos 72 anos, seu Diálogo das Ciências Novas, sua melhor obra.
– Einstein descobriu a teoria da relatividade aos 36 anos e
chegou aos 76 anos em plena atividade como respeitado
professor na Universidade de Princeton.
Muitos só sabem ver o lado negativo da velhice:
solidão, desprestígio, insegurança, doenças. Olhando, todavia,
a Bíblia, você vai descobrir promessas confortadoras: “Tu... de
quem cuidei desde que foste concebido, e que carreguei desde
o teu nascimento... Mesmo quando chegares à idade avançada e
já estiveres de cabelos brancos, ainda então serei eu quem há
de sustentar-te. Fui eu que te fiz e hei de carregar-te. Sustentar-
te-ei e hei de salvar-te, (Is.46:3 e 4)”.
Ninguém nasce pronto para amar. Todos temos de aprender, de
atualizar essa capacidade inata, latente. O amor é um
sentimento dinâmico, que dá sentido à ação. E quem garante a

118
ação é à vontade. Por isso, além do amor é necessário força de
vontade. Aí, o amor assume um caráter criador, construtivo,
uma fórmula capaz de garantir o sucesso e contornar as crises
do casamento. Em lugar de negar a crise e dizer que está tudo
bem,vamos enfrentar a realidade: nós mudamos, vem o
amadurecimento e já não somos mais os mesmos. Nossa
juventude passou, nossos companheiros também mudaram e,
nem sempre, do modo que esperávamos. Colocar o problema
em discusão é fundamental, não só em termos do eu, mas do
nós. Chega de ilusões de príncipes e de Cinderelas que já não
existem mais. O ideal desse amadurecimento é respeitar o
desejo natural de viver um ao lado do outro, ajudando-se
conscientemente a manter o casamento, acima de tudo, bem
feliz.
Nossos dias neste mundo, que na maioria das pessoas não
chegam aos 70 ou 80 anos, (Salmos 90:10), são poucos em
relação à eternidade. Devemos orar por uma sábia compreensão
da brevidade da nossa vida, para termos diante de Deus um
coração sábio no emprego de cada dia que Ele nos concede.
Considerando que esta vida é uma preparação para a outra,
devemos entender o que Deus deseja realizar para si mesmo,
para nossa família e para o próximo, através do nosso serviço
fiel. Quando terminar aqui o nosso tempo, e chegarmos ao céu,
será avaliado como foi, ou deixou de ser, a nossa dedicação à
Deus. Com isto em vista, devemos orar pedindo um coração
sábio e um santo temor de Deus, e o seu favor em nossa vida e
em nosso trabalho para Ele, até porque a vida não tem
retrocesso.
No tocante a vida conjugal, a idade não deve ser encarada
como um grande mal contra o bom relacionamento íntimo.
Preconceitos, desinformação complexos tem causado em
muitas pessoas idosas a renúncia da atividade sexual, por
acreditar que o envelhecimento e a perda do vigor as impedem
de sentir ou despertar o desejo. No entanto, não há nada que

119
impeça um casal de continuar fazendo sexo até o fim de suas
vidas. Quanto mais a mulher envelhece, maior é a sua libido e
mais orgástica ela se torna. No homem, a diminuição da
condição física é compensada pela experiência e a capacidade
de proporcionar mais prazer à esposa. Um casal que manteve
um bom relacionamento sexual durante anos de convivência,
pode muito bem preservar o desejo em suas relações. Se os
dois sempre tiveram uma vida íntima prazerosa, certamente
continuarão a se dar bem na cama quando aparecerem os
primeiros sinais de envelhecimento.
O medo costuma ser a principal causa de rejeição à
sexualidade por parte dos idosos, mas isso também pode se
somar a preocupação estética que acaba contribuindo para que
muitas pessoas desistam de manter uma vida sexual ativa. O
corpo, com o passar dos anos, tende a ficar menos atraente, e o
receio de exibi-lo, freqüentemente, desestimula a pessoa, que,
então opta por evitar a intimidade amorosa. Muitos homens e
mulheres sentem-se inseguros no momento de se despir. Os
pêlos embranquecidos ou a pele flácida em algumas partes do
corpo são motivos suficientes para o receio de ser rejeitado ou
de parecer ridículo, perdendo-se assim a oportunidade de viver
bons momentos. Induzidos pelo preconceito de seus filhos,
netos e da própria sociedade, muitos casais na chamada terceira
idade, acreditam que, nessa fase, a necessidade sexual já não
existe mais. É lógico que, com os anos, o organismo sofre uma
série de modificações e os órgãos entram em processo de
envelhecimento. Na mulher, a menopausa e as mudanças
hormonais fazem com que a lubrificação vaginal diminua. Mas
nada que um bom lubrificante vaginal não resolva. Já no
homem, a ereção se torna um pouco mais demorada, porém não
deixa de existir - a freqüência num mesmo espaço de tempo,
num mesmo dia, é que se torna menor. Em geral, ele não
consegue mais ter várias ereções. Mas se a quantidade diminui,
a qualidade melhora consideravelmente.

120
Há séculos, a perda da capacidade reprodutora vem sendo
associada à perda da feminilidade e do prazer. Poucas mulheres
se lembram que esta fase da vida pode trazer aspectos
positivos. Com a menopausa, vem a tranqüilidade. Acaba o
receio da gravidez indesejada. Mas, por desinformação, este
período, durante muito tempo considerado sinônimo de
proximidade da velhice, hoje ainda é vivido como um estígma.
Numa definição estrita, a menopausa refere-se, especialmente,
à última menstruação. No entanto, o termo é utilizado de forma
mais ampla, designando o climatério: época de transição entre
a fase reprodutiva e a suspensão definitiva das regras. Durante
esse período, há uma diminuição gradual, mas progressiva, da
função ovariana, uma transição fisiológica que provoca
profundas mudanças endócrinas, somáticas e psicológicas.
Nem sempre, porém, a menopausa é encarada como um
fenômeno natural, o começo de um novo ciclo na vida da
mulher. Para algumas mulheres, a suspensão da menstruação é
uma fase crítica, acompanhada por uma inquietação emocional
e também afetiva, além, obviamente, dos famosos calores que
tanto incomodam. As sensações físicas de desconforto que
surgem neste período são, principalmente, psicológicas. Cada
mulher vivencia à sua maneira: umas sentem tudo, outras não
se queixam de nada. Entre os 46 e os 52 anos, a função dos
ovários começa a declinar, a ovulação vai se tornando menos
freqüente, os ciclos encurtam, a quantidade das regras aumenta
e a maior retenção de líquidos deixa os seios doloridos. Além
disso, no período que antecede a menopausa, os sintomas da
tensão pré-menstrual ficam ainda mais desconfortáveis. Os
ciclos vão se tornando maiores, até que as menstruações
terminam definitivamente. Em alguns casos, as regras vão
escasseando gradativamente. Em outros param subitamente.
Depois da menopausa, a baixa produção de estrogênio provoca
uma série de transformações no corpo da mulher: pele fina e
ressecada, músculos mais flácidos, unhas quebradiças. Como o

121
estrogênio fortalece o epitélio vaginal, produzindo o muco e os
bacilos que protegem contra infecções, há uma queda nas
defesas da vagina, ressecamento, diminuição da resistência e
elasticidade do epitélio.
Na fase de excitação da mulher acima de 40 anos, a
lubrificação costuma ser mais demorada até quatro minutos,
principalmente nas que apresentam deficiência estrogênica ou
nas que tiveram menopausa precose. A penetração precipitada
pode ferir a frágil parede vaginal e provocar dor. A vagina
encurta e apresenta menor elasticidade. O clitóris da mulher de
60 anos é facilmente irritável, pois não existe proteção. Por esta
razão não deve ser estimulado diretamente. Este estímulo, que
na mulher jovem é extremamente excitante, na mais velha
passa a ser desagradável. Além disso, nas idosas ou nas que
apresentam um déficit de estrogênios, a contração uterina na
hora do orgasmo pode provocar dor. Estrogênio, progesterona,
testosterona, os hormônios em doses equilibradas dão as
características que distinguem a mulher do homem, como as
formas curvilíneas e a pele macia, além de estimular a libido.
Mas o verdadeiro poder dos hormônios sexuais está na
influência sobre a saúde feminina. Por um lado, protegem o
coração, o sistema vascular e os ossos. Por outro, podem
provocar ou agravar o câncer de mama e do endométrio. A
grande questão é decidir pela reposição hormonal quando os
ovários entram em falência. O estrogênio, hormônio
essencialmente feminino, além de responsável pelo
crescimento dos ovários, útero, trompas, vagina e seios, bem
como pelas características de feminilidade, como as curvas do
corpo e a pele sedosa, atua ainda sobre a camada mais profunda
do útero, o endométrio. Com a estimulação do estrogênio, o
endométrio vai crescendo e, após a ovulação, os ovários
passam a produzir também a progesterona em maiores
quantidades. No período de ovulação, ocorre uma
superprodução de estrogênio. Os estrogênios aumentam o fluxo

122
sanguíneo para a vagina, o clitóris e a musculatura pélvica,
facilitando a lubrificação. Além disto, protegem o sistema
cardiovascular, reforçam os ossos e melhoram a pele. A
carência deste hormônio provoca ressecamento da pele e da
mucosa vaginal, nervosismo, depressão, aumento dos riscos de
doenças cardiovasculares, osteoporose e às vezes até a perda de
memória. Já uma boa produção pro-gestogênica evita os riscos
de câncer do endométrio e protege os ossos. O androgênio ou
testosterona, o hormônio masculino, é produzido por ambos os
sexos, mas em maior quantidade pelos homens. É considerado
o elixir da sexualidade para ambos os sexos, pois aumenta o
desejo sexual, favorece a congestão pélvica e acentua o
orgasmo genital. Na mulher, desenvolve também o clitóris,
mas, em grande concentração, viriliza, (alteração da voz,
aumento de pêlos do corpo, queda de cabelos). Não há grandes
variações hormonais na produção dos hormônios dos 20 aos 40
anos. Em geral, as disfunções só surgem na pré-menopausa. Na
verdade, existem duas grandes revoluções hormonais no
organismo feminino. A primeira, positiva, acontece na
puberdade e adolescência. A outra, negativa, ocorre na pré-
menopausa, quando os ovários começam a entrar em processo
de falência. A produção hormonal vai diminuindo
gradativamente. A deficiência estrogênica se reflete também na
sexualidade feminina. A vagina resseca e, quando se faz sexo,
a falta de lubrificação provoca dor, a chamada dispareunia. A
dor leva a um bloqueio do prazer. Por outro lado, no climatério,
pouco antes da menopausa, a produção de testosterona se
acentua. Razão pelo qual muitas mulheres ficam com maior
libido (instinto ou desejo sexual), mas apresentam também um
aumento de peso, dos pêlos e da oleosidade da pele. Após a
menopausa, os ovários e a supra-renal continuam produzindo
androgênio, mas fatores psicológicos, como a frustração por
não mestruar mais e ter perdido a capacidade reprodutiva, e
físicos, como o ressecamento vaginal, acabam prejudicando o

123
relacionamento sexual. Este período de transição da fase
reprodutiva para a não reprodutiva varia de mulher para
mulher, mas em geral tem início entre os 40 e os 45 anos,
embora alguns pesquisadores estabeleçam o começo do
climatério (época da menopausa), aos 35 anos. A pós -
menopausa, que ocorre em média após os 52 anos, significa a
falência ovariana, quer dizer os ovários perdem a capacidade
de produzir os hormônios da feminilidade, principalmente o
estrogênio. Nessa época a progesterona desaparece e o
estrogênio passa a ser produzido em quantidades muito
pequenas. A falta local de estrogênio pode ser compensada
com o uso de um creme vaginal à base de hormônios. O
medicamento fortalece o epitélio, evita o ressecamento e as
infecções urinárias e vaginal.O lubrificante íntimo também
pode ser usado para garantir uma vida sexual mais confortável.
Apesar de tudo, as mulheres ficam cada vez mais orgásticas à
medida que o tempo passa. Enquanto as jovens levam até 16
minutos para chegar ao orgasmo, as mais velhas o atingem bem
mais rápido. Mas muitas acreditam que o fato de serem
maduras as impedem de provocar desejos no cônjuge. Há ainda
a falsa crença de que a menopausa inibe a libido, muito pelo
contrário. É nesta fase que a mulher conhece melhor o seu
corpo. Não existe mais o medo de engravidar e isto costuma
aumentar seu desejo. O desempenho feminino também melhora
com o passar dos anos. Uma pesquisa sobre a sexualidade nos
Estados Unidos, o chamado Relatório Janus, publicado em
1993, constatou que 40% (por cento) das mulheres com mais
de 65 anos mantém pelo menos duas relações sexuais por
semana. A menopausa, portanto, não implica, necessariamente,
em renúncia à sexualidade. As mulheres de qualquer idade
podem continuar sensuais e em plena atividade sexual.
Em torno dos 40 anos, quando o nível de androgênios
diminui na corrente circulatória, a relação sexual fica muito
mais prazerosa para o homem, porque a excitação masculina

124
passa a ser mais difusa e generalizada. A necessidade de
estímulos psíquicos se torna maior do que a visual e a
afetividade ganhar maior importância para o prazer do
orgasmo. As fases do relacionamento sexual obedecem a uma
curva: a excitação, o platô, o orgasmo e um período refratário
de 10 à 15 minutos. Este período vai aumentando, chegando até
a 24 ou 48 horas no idoso. Após os 60 anos, a ejaculação que
antes corria em duas fases – a pré-monitória, que pode ser
controlada, e a das contrações espasmódicas, em que a
ejaculação é inevitável – passa a ser apenas uma. A perda de
ereção acontece rapidamente. O idoso com deficiências
vasculares ou doenças degenerativas demora mais para se
excitar, atingir a ereção total e ejacular. Entre uma relação e
outra, a demora também é muito maior. É bom lembrar que
nem sempre a emissão de esperma vem acompanhada de
orgasmo, do mesmo modo que um homem pode chegar ao
clímax sem ejacular, como acontece com alguns idosos.
A Idade não significa perda do vigor sexual, pelo
contrário. Se as artérias e nervos estão em ordem, o
desempenho será ainda melhor. Isto porque, a partir dos 40
anos o homem passa a ter maior controle ejaculatório e, desse
modo, pode manter uma relação mais demorada e erótica. A
fase pré-coital e o coito ficam mais longos, os jogos amorosos
se prolongam, o sexo ganha mais em qualidade e aumenta o
prazer do casal. Convém observar ainda que se o principal
apelo sexual no jovem é o visual, depois dos 40 anos, este
estimulo passa a ser mais tátil e olfativo. Muitos homens não se
dão conta disso e acham que estão ficando impotentes, porque
não conseguem mais ter ereção pela simples visão de um corpo
bonito. Em vez de se preocupar, devem desenvolver o olfato,
concentrando-se nos odores sexuais. A partir dos 40 anos, a
ereção passa ser mais demorada, mas isto não prejudica em
nada a sexualidade. O desejo continua e há uma vantagem: o
homem mais velho deixa de ejacular em até 09 minutos, como

125
o jovem, passando a fazê-lo de 12 a 20 minutos, o que dá mais
prazer para a esposa.
Nos Estados Unidos, o sexo na terceira idade tem sido
motivo de vários estudos e pesquisas. Concluiu-se que não há
nada que impeça um casal de continuar mantendo relações até
o fim da vida. Segundo eles, para que isso seja possível, basta
que não se interrompa a atividade sexual, pois à medida que o
contato com o cônjuge torna-se menos constante, vai
acontecendo o desinteresse, o distanciamento e a extinção do
desejo.
O sexo deve ser mantido em atividade constante, como
se fosse um músculo. O orgasmo, bem como a satisfação e o
relaxamento posteriores, fazem bem à saúde física e mental,
independentemente da idade. Para compensar as dificuldades,
geralmente o relacionamento sexual entre pessoas idosas
explora muito mais o corpo como um todo, e não só a
penetração. Envolve mais carícias, afagos e busca do desejo.
Os lances amorosos se tornam mais prolongados, sempre com
toques que estimulam e excitam. Assim como é importante
manter uma atividade física e mental na velhice, o mesmo deve
acontecer com a sexualidade e a libido.

ENTÃO COMO SE MANTER SEMPRE


SEXUALMENTE JOVEM?

1- Mantenha atividade sexual regular. Desde que


as relações não sejam excessivas, o corpo não
se ressente. Ao contrário, ganha com isso
maior vitalidade;

2- Evite o estresse, durma cedo e descanse o


suficiente para repor as energias;

126
3- Pratique atividades ao ar livre, como
caminhada ou ginástica, mas sempre sob
supervisão médica;

4- Coma moderadamente e evite bebidas fortes à


base de álcool, que podem comprometer a
ereção;

5- Controle seu peso. Adote uma dieta rica em


legumes, verduras, frutas e carnes brancas,
evitando doces, gorduras, carnes vermelhas e
todos os alimentos que produzem radicais
livres. Para aumentar a condição regenerativa
das células e, principalmente, dos vasos
sangüíneos, inclua em suas refeições diárias
vegetais verdes, que produzem fotossíntese,
como vagem, espinafre, chicória, etc...;

6- Aumente a ingestão de vitamina E e de


alimentos ricos em B 12, B 6, Cálcio,
magnésio, fósforo, iodo e, principalmente,
dos que contenham metais nobres em sua
composição, como cobre, zinco e ferro;

7- Tente evitar a rotina. Use a imaginação


durante a relação sexual variando as posições,
sempre;

8- Prolongue a duração dos lances amorosos.


Experimente novas sensações. Explore o
corpo do cônjuge e não se acanhe de revelar
os carinhos que lhe dão mais prazer;

127
9- Não se deixe sugestionar pela idéia de que a
menopausa ou andropausa significam a
diminuição da sexualidade ou impotência.
Isto não é verdade. A vida sexual pode ser
mantida até a idade avançada;

10- Paciência, muita paciência, carinho e


compreensão são fundamentais para um bom
relacionamento sexual na terceira idade.

Além de tudo isso, o casal deve manter-se em total


harmonia, procurando sempre reservar momentos de oração e
súplicas à Deus a fim de que seus dias na terra sejam
abençoados e o amor nunca lhes falte.

128
17
Amizades
Há um dito popular que nos diz: Mostra-me com
quem andas e te direi quem é. Trilhando por este caminho
vamos descobrir que nem todos àqueles que se apresentam
como “amigos” o são de fato.
O casal deve cercar-se de todos os cuidados quando
abrem as portas para as amizades. Logo que isto acontece, com
certeza a intimidade e os segredos do casal começam a ser
bombardeados e, não se dando por conta, será mais uma união
conjugal destruída.
Daí para diante vocês já sabem... Surgem as
invejas, as intrigas, as fofocas e, por fim, a conseqüente
separação conjugal.
Da colher emprestada ao uso do telefone, sua vida
conjugal começa a ser minada. Visitas inconvenientes dos ditos
amigos, muitas das vezes, só chegam para acabar com a
liberdade do casal. E assim o lar vai sendo destruído pouco à
pouco.
Ora é o esposo, que ao chegar do trabalho, se aborrece
por encontrar a esposa cercada por amizades. Ora é a esposa
que se enfurece com a constante chegada dos amigos do
esposo.
É sempre preciso que o casal esteja alerta e se dêem
ouvidos quando se detecta que algo nas amizades não vai bem.
“Se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o, e atira-
o para longe de ti... e se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e
atira-o para longe de ti, (Mateus 18:8 e 9). Portanto o conselho
é este: Arranca, corta, atira para bem longe, desfaça de tudo
aquilo que poderá atrapalhar ou destruir a tua vida conjugal. Se
algum tipo de amizade constitui ocasião para acabar com a sua
família, porque então conservá-la? Se amigos representam uma

129
eminente ameaça de perigo para você e sua família, porque não
desfazer-se imediatamente deles?
As intenções podem até ser boas, mas se a amizade de
alguns, até mesmo de parentes, começa a atingir a vida privada
do casal, o melhor é, de imediato, cortar o mal pela raiz.
Certo é que nenhum casal gosta que haja qualquer
interferência de terceiros em sua vida particular.
A ingerência, tanto de parentes quanto provindas das
amizades, só traz dissabores e muito prejuízo à família.
O quadro torna-se pior ainda quando, por qualquer
desentendimento do casal, aparece um parente ou alguém de
entre as amizades para se entrometer. Isso compromete
gravemente o relacionamento conjugal.
É necessário muito tato no convívio familiar. Apoiar,
trocar idéias, ajudar é extremamente útil, mas sem ingerência
na vida privada do casal.

130
18
Conselhos Finais
O Casal deve sempre manter assídua leitura da palavra de
Deus, estar em constante elo de ligação com o Senhor através
da oração e do louvor. Nada, absolutamente nada pode ser
superior na vida conjugal do que o Senhor Jesus.
Certo é que todos os casais que vivem em plena
obediência e temor à Deus, desfrutam bem melhor de um
relacionamento conjugal. Até porque, como já vos escrevi no
capítulo 04, a união conjugal é tanto um elevado privilégio
quanto uma solene responsabilidade. É ainda um chamado para
uma aventura na vida abundante sob o Senhorio de Jesus
Cristo. Ele mesmo disse: “Eu vim para que tenham vida, e a
tenham em abundância, (João 10:10)”.
Para experimentar esta vida abundante, é preciso
arrepender-se dos seus pecados e depositar integralmente a sua
fé em Cristo. Mas como proceder então? Explico-lhes: Sempre
exercitamos fé quando vamos ao médico, quando confiamos
uma causa a um advogado, quando revelamos um segredo a
alguém, ou quando acionamos o dispositivo que dará luz ao
nosso lar. Fé em Jesus Cristo é inteira confiança de que
somente Ele pode perdoar os nossos pecados e nos levar a um
pleno relacionamento com Deus. Fazemos isto por meio da
oração. Só mesmo pela força da oração recebemos a
capacitação do Espírito Santo, para sermos o marido e pai ou
esposa e mãe, ou o filho que Deus quer que sejamos. Amém.

131
132
Para Meditar
O casal que sempre dobra seus joelhos diante de Deus,
ao levantarem-se, estarão prontos para resolver qualquer
problema.

133
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- JILL RENICH – TO HAVE AND TO HOLD – 1972 –


(Segure seu marido)
- J. ALLAN PETERSEN – THE MARRIAGE AFFAIR
– 1980 (A felicidade do lar)
- NELS LAWRENCE OLSON – O LAR IDEAL –
CPAD 1983
- ANTHONY FLORIO – TWO TO GER READY –
1986
- LEITURAS CRISTÃS MENSAGENS DO AMOR DE
DEUS – VOLUME 39 Nº 01
- BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL – CPAD –
1985
- BÍBLIA SAGRADA – EDIÇÃO CONTEMPORÂNEA
– ED. VIDA – 1990 – EUA
- PROF. A. BALBACH – MEUS FILHOS – 12º ED.
- REVISTA VISÃO MISSIONÁRIA – UFMBB –
1T95/2T99

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22,19;120,21;118,23;116,25;114,27;112,29;110,31;108,33;106,
35;104,37;102,39;100,41;98,43;96,45;94,47;92,49;90,51;88,53
;86,55;84,57;82,59;80,61;78,63;76,65;74,67;72,69

70,71;68,73;66,75;64,77;62,79;60,81;58,83;56,85;54,87;52,89;
50,91;48,93;46,95;44,97;42,99;40,101;39,103;36,105;34,107;3
2,109;30,111;28,113;26,115;24,117;22,119;20,121;18,123;16,1
25;14,127;12,129;10,131;8,133;6,135;4,137;2,139

136,1;134,3;132,5;130,7;128,9;126,11;124,13;122,15;120,17;1
18,19;116,21;114,23;112,25;110,27;108,29;106,31;104,33;102,
35;100,37;98,39;96,41;94,43;92,45;90,47;88,49;86,51;84,53;8
2,55;80,57;78,59;76,61;74,63;72,65;70,67;68,69

70,67;68,69;66,71;64,73;62,75;60,77;58,79;56,81;54,83;52,85;
50,87;48,89;46,91;44,93;42,95;40,97;38,99;36,101;34,103;32,1
05;30,107;28,109;26,111;24,113;22,115;20,117;18,119;16,121;
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