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ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a
Egrégia TERCEIRA Turma do Superior Tribunal de Justiça A Terceira Turma, por
unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro
Relator. Os Srs. Ministros Ricardo Villas Bôas Cueva, Nancy Andrighi e Sidnei Beneti
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro João Otávio de Noronha.
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.298.963 - SP (2011/0303963-1)
RELATÓRIO
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.298.963 - SP (2011/0303963-1)
VOTO
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pois, não eram símiles.
Já quanto ao primeiro dos paradigmas, a Colenda Sexta Câmara Cível do
TJRS asseverou:
Não se mostra necessária, de outra parte, a abertura de sucessão
provisória. Com efeito, segundo ponderou a Magistrada sentenciante,
“para fins de recebimento de seguro de vida a declaração de ausência,
por si só, gera efeitos que garantem a indenização ao beneficiário.
Ainda mais quando assim expressamente nomeado em vida pelo
segurado. Como é o caso dos autos” (f. 70).
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ausente, fulcrando-se em lição de Picazo e Gullón, Marty er Raynaud e Pontes
de Miranda, que por sua riqueza merece destacada menção:
Ausente, em sentido jurídico, é aquele que não está presente, ou que
desaparece ou se afasta de seu domicílio (a), por um espaço de tempo
relativamente longo (b), que deixa bens sem administração ou com
administração insuficiente ou com administrador que não queira
exercer ou continuar exercendo a sua administração (c), sem que dele
se tenha qualquer noticia (d), incutindo essas circunstâncias sérias
dúvidas quanto à existência da pessoa (e).
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declaração da morte presumida, se implemente, prazo fatal para, sobrevindo o
ausente, pleitear a devolução dos bens partilhados.
A eficácia da declaração inicial de ausência se corporifica e implementa
com o tempo, enfraquecendo, à medida que os anos passam, a probabilidade
de retorno daquele que não mais dá notícias e se implementando a
probabilidade do seu efetivo passamento.
Com o transpasse do interregno de um decênio, contado do trânsito em
julgado da decisão que determinou a abertura da sucessão provisória, dá-se o
início do ápice eficacial da declaração de ausência, consubstanciado na morte
presumida do ausente e na abertura da sua sucessão definitiva.
Não descuro do fato de que, desde a abertura da sucessão provisória, os
bens do ausente serão arrecadados e, como estatui o art. 28, partilhados entre
os herdeiros legítimos e testamentários, mas estes, para se imitirem na sua
posse, darão garantias da restituição deles, caso assim a lei exija, fazendo seus
os frutos e rendimentos dos bens que a estes couberem.
Antes da sucessão definitiva, há, apenas, a posse provisória do
patrimônio partilhado, ficando tais direitos sob condição resolutiva, como
acentua Pontes de Miranda (in Tratado de direito privado, 4. ed. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, T. 9, p. 372).
Assim o é, porque a tais bens, integrantes do patrimônio do ausente,
deverá ser dada, até que o seu titular retorne, a sua efetiva função social,
sendo, ao mesmo tempo, administrados em nome do ausente.
Nesse sentido, aponta-se, no já referido artigo da lavra do Dr. Moacir
Adiers, a razão de ser do instituto de que se trata:
"Consoante afirmado acima, particular relevo assume o instituto
jurídico da ausência se o ausente ou desaparecido tiver deixado bens ou
patrimônio sem administração ou com administração com poderes
insuficientes, merecendo então especial preocupação do direito. A
declaração de ausência somente cobra interesse e utilidade práticos na
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hipótese da existência de bens em nome do ausente, posto que, por meio
dela, visa-se promover a defesa e a preservação da integridade dos
mesmos, bem como fazer com que eles cumpram com a sua finalidade
social de ativadores da riqueza e para que sirvam ao seu destino
natural, o que se dá pela sua utilização e fruição."
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ser alcançado por esse reconhecimento.
Se a morte, no caso, se presume, é porque a existência de vida, ao
contrário, escasseara e, em sendo o seguro de vida e vida se presume inexistir,
nada mais natural que advenha o direito ao pagamento da indenização
contratada, todavia, apenas quando, atendido ao disposto no art. 37 do CCB,
seja declarada a morte presumida da segurada.
Nessa toada, o já tão mencionado artigo acerca do instituto da ausência,
agora na fase da sucessão definitiva:
4.2.3.2 Princípios norteadores - Na fase da sucessão definitiva
raciocina-se e procede-se como se a pessoa, declarada ausente,
estivesse efetivamente morta. Não se afasta, nem mesmo aqui,
inteiramente a possibilidade de ela estar viva e poder reaparecer.
Ultrapassada a fase da curadoria provisória e a fase da sucessão
provisória sem que se dê o retorno do ausente, muito embora tenha sido
conclamado por meio de publicações na imprensa a retomar a
administração de seus bens, esses são fatores que induzem a idéia de
que existem grandes possibilidades de o mesmo estar efetivamente
morto. Daí se proceder como se morto estivesse.
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Ante o exposto, nego provimento ao recurso especial.
É o voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
TERCEIRA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. MÁRIO PIMENTEL ALBUQUERQUE
Secretária
Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : EDMARA OLIVEIRA DE SOUZA E OUTRO
ADVOGADO : MARIA DO CARMO SANTOS PIVETTA
RECORRIDO : COMPANHIA DE SEGUROS ALIANÇA DO BRASIL
ADVOGADO : FABIANO SALINEIRO E OUTRO(S)
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Terceira Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso especial, nos termos
do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Ricardo Villas Bôas Cueva, Nancy Andrighi e Sidnei Beneti votaram
com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro João Otávio de Noronha.
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