Sei sulla pagina 1di 13

Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 1.298.963 - SP (2011/0303963-1)

RELATOR : MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO


RECORRENTE : EDMARA OLIVEIRA DE SOUZA E OUTRO
ADVOGADO : MARIA DO CARMO SANTOS PIVETTA
RECORRIDO : COMPANHIA DE SEGUROS ALIANÇA DO BRASIL
ADVOGADO : FABIANO SALINEIRO E OUTRO(S)
EMENTA

RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. SEGURO DE


VIDA. DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA DA SEGURADA. ABERTURA
DE SUCESSÃO PROVISÓRIA. PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO.
NECESSIDADE DE SE AGUARDAR A ABERTURA DA SUCESSÃO
DEFINITIVA, QUANDO SERÁ PRESUMIDA A MORTE DA PESSOA
NATURAL.
1. O instituto da ausência e o procedimento para o seu reconhecimento
revelam um iter que se inaugura com a declaração, perpassa pela
abertura da sucessão provisória e se desenvolve até que o decênio
contado da declaração da morte presumida se implemente.
2. Transcorrido o interregno de um decênio, contado do trânsito em
julgado da decisão que determinou a abertura da sucessão provisória,
atinge sua plena eficácia a declaração de ausência, consubstanciada na
morte presumida do ausente e na abertura da sua sucessão definitiva.
3. A lei, fulcrada no que normalmente acontece, ou seja, no fato de que
as pessoas, no trato diário de suas relações, não desaparecem
intencionalmente sem deixar rastros, elegeu o tempo como elemento a
solucionar o dilema, presumindo, em face do longo transcurso do
tempo, a probabilidade da ocorrência da morte do ausente.
4. Estabelecida pela a lei a presunção da morte natural da pessoa
desaparecida, é o contrato de seguro de vida alcançado por esse
reconhecimento, impondo-se apenas que se aguarde pelo momento da
morte presumida e a abertura da sucessão definitiva.
5. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA SEGUIMENTO.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a
Egrégia TERCEIRA Turma do Superior Tribunal de Justiça A Terceira Turma, por
unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro
Relator. Os Srs. Ministros Ricardo Villas Bôas Cueva, Nancy Andrighi e Sidnei Beneti
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro João Otávio de Noronha.

Documento: 1285990 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/02/2014 Página 1 de 5
Superior Tribunal de Justiça

Brasília, 26 de novembro de 2013.

MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO


Relator

Documento: 1285990 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/02/2014 Página 2 de 5
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.298.963 - SP (2011/0303963-1)

RELATOR : MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO


RECORRENTE : EDMARA OLIVEIRA DE SOUZA E OUTRO
ADVOGADO : MARIA DO CARMO SANTOS PIVETTA
RECORRIDO : COMPANHIA DE SEGUROS ALIANÇA DO BRASIL
ADVOGADO : FABIANO SALINEIRO E OUTRO(S)

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO


(Relator):
Trata-se de recurso especial interposto por EDMARA OLIVEIRA DE
SOUZA e OUTRO, com, fundamento na alínea "c" do permissivo
constitucional, no curso de ação de cobrança de indenização securitária movida
contra COMPANHIA DE SEGUROS ALIANÇA DO BRASIL, contra o
acórdão do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, cuja ementa
está assim redigida:
SEGURO DE VIDA. COBRANÇA. Não caracterizada a morte da
segurada, incabível o pedido de indenização formulado pelas
beneficiárias. Sentença mantida.

Em suas razões recursais, alegaram serem beneficiárias de seguro de


vida, tendo direito ao recebimento da indenização em face da morte presumida
de Irani Pedroso de Souza, desaparecida em 29/08/2004, sua mãe, com
declaração de ausência decretada por sentença transitada em julgado, abertura
de sucessão provisória e averbação da ausência na certidão de casamento da
segurada.
A par disso, o acórdão recorrido entendeu inservível, para fins de
pagamento de seguro, a declaração de ausência da segurada, pois a morte
somente seria presumida com a abertura da sucessão definitiva.
Contrariamente, o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do
Sul, quando do julgamento da AC 70014267082, reconheceu suficiente a
Documento: 1285990 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/02/2014 Página 3 de 5
Superior Tribunal de Justiça
declaração de ausência, e sequer necessária a abertura da sucessão provisória,
estando evidenciado o dissídio.
Referiu que a abertura da sucessão provisória, consoante o art. 28 do
CCB, estabelece uma presunção de óbito do ausente, o que se mostra
suficiente para o pagamento da indenização.
Finalizou dizendo que o aguardo dos 10 anos contados do trânsito da
decisão que declarou a ausência, quando se dará a abertura da sucessão
definitiva, para fins de cumprimento do contrato, revela rigor e formalismo
incompatível com a pretensão.
Pediram o provimento do recurso especial e a condenação da parte
demandada ao pagamento do valor correspondente a R$ 18.991,01,
devidamente corrigido e com juros de mora desde o vencimento da obrigação,
ou, alternativamente, ao depósito do referido valor em conta judicial vinculada
ao juízo, para então liberar o montante quando do reconhecimento da morte
presumida da segurada.
Houve contrarrazões.
O recurso especial foi admitido.
É o relatório.

Documento: 1285990 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/02/2014 Página 4 de 5
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.298.963 - SP (2011/0303963-1)

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO


(Relator):
Eminentes Colegas, a questão devolvida ao conhecimento desta Corte
Superior situa-se em torno do implemento das condições para o pagamento de
seguro de vida nos casos de ausência.
Mais especificamente, se a declaração de ausência do segurado e a
abertura da sucessão provisória garante aos beneficiários o direito ao
pagamento da indenização pelo seguro de vida.
O recurso especial fora interposto com supedâneo na alínea "c" do art.
105, inciso II, da CF, e tenho, merece ser conhecido.
Realizou-se o devido cotejo entre o acórdão recorrido e ambos os
paradigmas (AC nº 70014267082, da relatoria do Des. Ubirajara Mach de
Oliveira, Sexta Câmara Cível, e nº 70001568104, da relatoria do Des. Carlos
Alberto Bencke, da Quinta Câmara Cível, de 13/06/2001), oriundos do Egrégio
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
No entanto, apenas em relação ao primeiro dos precedentes indicados há
de se reconhecer a devida similitude.
Perceba-se que em relação ao segundo dos precedentes, o e. Des. Carlos
Alberto Bencke não examinou o direito à percepção pelos beneficiários, da
indenização pelo seguro de vida contratado por quem tenha vindo a
ausentar-se.
Naquela hipótese, além de o seguro ser obrigatório (DPVAT), a morte do
segurado era real. O ausente, no caso, era o beneficiário da indenização, vindo
os seus sucessores a postular o direito em seu nome. As questões jurídicas,

Documento: 1285990 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/02/2014 Página 5 de 5
Superior Tribunal de Justiça
pois, não eram símiles.
Já quanto ao primeiro dos paradigmas, a Colenda Sexta Câmara Cível do
TJRS asseverou:
Não se mostra necessária, de outra parte, a abertura de sucessão
provisória. Com efeito, segundo ponderou a Magistrada sentenciante,
“para fins de recebimento de seguro de vida a declaração de ausência,
por si só, gera efeitos que garantem a indenização ao beneficiário.
Ainda mais quando assim expressamente nomeado em vida pelo
segurado. Como é o caso dos autos” (f. 70).

Identifico tratamento diverso acerca da mesma questão de direito ora


objeto de análise, razão por que estou em conhecer do recurso especial.
O desaparecimento da segurada ocorrera, consoante a instância de
origem registrou, em 29/08/2004, fato verificado já sob a vigência do Código
Civil de 2002.
Relembre-se que o caso que ora se examina não se submete à disciplina
do art. 7º do CC/02, pelo qual a morte presumida, em específicas hipóteses,
poderá ser declarada sem que antes se declare a ausência do indivíduo,
hipóteses estas em que seja extremamente provável a morte de quem estava
em perigo de vida ou de desaparecido em campanha ou feito prisioneiro não
for encontrado até dois anos após o término da guerra.
O caso insere-se, pois, na disciplina do art. 22 do CCB, pelo qual:
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver
notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem
caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer
interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e
nomear-lhe-á curador.

Em artigo específico sobre o tema, denominado A ausência da pessoa


natural no Novo Código Civil (in Revista de Direito Privado | vol. 18 | p. 189 |
Abr / 2004), o Desembargador aposentado Moacir Adiers, do Egrégio Tribunal
de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, traz à consideração conceito de

Documento: 1285990 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/02/2014 Página 6 de 5
Superior Tribunal de Justiça
ausente, fulcrando-se em lição de Picazo e Gullón, Marty er Raynaud e Pontes
de Miranda, que por sua riqueza merece destacada menção:
Ausente, em sentido jurídico, é aquele que não está presente, ou que
desaparece ou se afasta de seu domicílio (a), por um espaço de tempo
relativamente longo (b), que deixa bens sem administração ou com
administração insuficiente ou com administrador que não queira
exercer ou continuar exercendo a sua administração (c), sem que dele
se tenha qualquer noticia (d), incutindo essas circunstâncias sérias
dúvidas quanto à existência da pessoa (e).

Essa incerteza sobre a existência ou vida da pessoa decorre de seu


prolongado afastamento do centro normal de seus interesses, sem mais
dar notícias de si.

Não se sabe se o ausente ou desaparecido existe nem onde existe; se


vive nem onde vive (Picazo y Gullón, Instituciones de derecho civil, vol.
I, p. 91; Marty et Raynaud, Droit civil, vol. 2, t. 1, p. 20; Pontes de
Miranda, Tratado de direito privado, t. 9, p. 372).

Os autos dão conta, fato este que se revela incontroverso, de que a


ausência fora declarada e a sucessão provisória fora aberta, na esteira do
disposto no art. 26 do CCB, isso antes do pedido de pagamento da indenização
securitária, ocorrido em 25/09/2006.
É induvidoso que apenas existe, até o momento, a declaração da ausência
da segurada e não a da sua morte presumida, que ocorrerá, consoante o art. 37
do CCB/02, depois de passados 10 anos do trânsito em julgado da decisão que
determinou a abertura da sucessão provisória.
A dúvida é relevante, porque, apesar de, efetivamente, morte real
inexistir, o art. 28 do CCB/02, ao dispor acerca dos efeitos da sentença que
determina a abertura da sucessão, dispôs que só os produzirá ela "cento e
oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em
julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e
partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido."
Importante, especialmente, perceber os influxos destas normas sobre o
Documento: 1285990 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/02/2014 Página 7 de 5
Superior Tribunal de Justiça
contrato de seguro de vida.
As normas do CCB que o disciplinam não solucionam diretamente a
presente controvérsia, pois exigem a morte do segurado, sem que se exclua a
hipótese de ser essa presumida, consoante dita o art. 32, ou ainda, se suficiente
a presunção sinalizada no art. 28, que decorre da abertura da sucessão
provisória.
Deve-se voltar os olhos ao capítulo do CCB a cuidar da declaração da
ausência.
A lei civil, ao discipliná-la, trata, na realidade, de uma incerteza acerca da
existência de determinada pessoa, que não mais dá notícias de seu paradeiro,
visando à administração e proteção dos seus bens e interesses.
Na verdade, a certeza que se efetivamente tem, na fase em que está o
procedimento de declaração de ausência, é que a pessoa está ausente.
Nos seus comentários ao CCB, da Editora Forense, Raphael de Barros
Monteiro Filho, Ralpho Waldo de Barros Monteiro, Ronaldo de Barros
Monteiro, e Ruy Carlos de Barros Monteiro, tendo como pauta o art. 22 do
CCB, relembram:
A ausência é o desaparecimento da pessoa do lugar onde habitualmente
se encontra, qualificado pela dúvida sobre se ainda vive. Exatamente
porque envolve a eventualidade do término da personalidade civil dessa
pessoa, constitui um fato da mesma natureza jurídica que a da morte,
assim como produz efeitos análogos aos desse outro fato da vida
humana.

Esses efeitos, aqui refiro-me aos efeitos que decorrem da declaração da


ausência, que no referido excerto se disseram semelhantes aos decorrentes do
evento morte, por certo, serão irradiados em consonância com o que dispôs o
legislador.
Todo esse procedimento revela um iter que se inaugura com a
declaração da ausência e se desenvolve até que o decênio, contado da

Documento: 1285990 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/02/2014 Página 8 de 5
Superior Tribunal de Justiça
declaração da morte presumida, se implemente, prazo fatal para, sobrevindo o
ausente, pleitear a devolução dos bens partilhados.
A eficácia da declaração inicial de ausência se corporifica e implementa
com o tempo, enfraquecendo, à medida que os anos passam, a probabilidade
de retorno daquele que não mais dá notícias e se implementando a
probabilidade do seu efetivo passamento.
Com o transpasse do interregno de um decênio, contado do trânsito em
julgado da decisão que determinou a abertura da sucessão provisória, dá-se o
início do ápice eficacial da declaração de ausência, consubstanciado na morte
presumida do ausente e na abertura da sua sucessão definitiva.
Não descuro do fato de que, desde a abertura da sucessão provisória, os
bens do ausente serão arrecadados e, como estatui o art. 28, partilhados entre
os herdeiros legítimos e testamentários, mas estes, para se imitirem na sua
posse, darão garantias da restituição deles, caso assim a lei exija, fazendo seus
os frutos e rendimentos dos bens que a estes couberem.
Antes da sucessão definitiva, há, apenas, a posse provisória do
patrimônio partilhado, ficando tais direitos sob condição resolutiva, como
acentua Pontes de Miranda (in Tratado de direito privado, 4. ed. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, T. 9, p. 372).
Assim o é, porque a tais bens, integrantes do patrimônio do ausente,
deverá ser dada, até que o seu titular retorne, a sua efetiva função social,
sendo, ao mesmo tempo, administrados em nome do ausente.
Nesse sentido, aponta-se, no já referido artigo da lavra do Dr. Moacir
Adiers, a razão de ser do instituto de que se trata:
"Consoante afirmado acima, particular relevo assume o instituto
jurídico da ausência se o ausente ou desaparecido tiver deixado bens ou
patrimônio sem administração ou com administração com poderes
insuficientes, merecendo então especial preocupação do direito. A
declaração de ausência somente cobra interesse e utilidade práticos na

Documento: 1285990 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/02/2014 Página 9 de 5
Superior Tribunal de Justiça
hipótese da existência de bens em nome do ausente, posto que, por meio
dela, visa-se promover a defesa e a preservação da integridade dos
mesmos, bem como fazer com que eles cumpram com a sua finalidade
social de ativadores da riqueza e para que sirvam ao seu destino
natural, o que se dá pela sua utilização e fruição."

A hipótese de que aqui se cuida, diferentemente, é a verificação do


implemento de determinado fato do qual decorrerão direitos obrigacionais em
conformidade com o contrato de seguro, fato este consubstanciado na morte
do segurado, a qual, todavia, até a abertura da sucessão definitiva, sequer é
presumida.
O seguro de vida visa a resguardar terceiros em face da indesejada morte
daquele que o contrata. Tem, na espécie, como fato deflagrador do pagamento
da indenização a morte do segurado.
A vida, no entanto, rica em variáveis, pode reservar destino lamentável
em que determinado indivíduo acabe por desaparecer, sem deixar notícias, e
sem que se saiba se o desaparecimento efetivamente decorrera de sua morte.
Todavia, dentre as prováveis causas desse desaparecimento não há
excluir-se a ocorrência, não conhecida, de sua morte.
A lei, por isso, fulcrada no que normalmente acontece, ou seja, no fato
de que as pessoas, na sua vida de relação, não desaparecem sem deixar rastros,
elegeu o tempo como elemento a solucionar o dilema que se interpõe,
presumindo, a cada ano com maior probabilidade, a ocorrência da morte do
ausente.
Não é presumível, ademais, a má-fé da segurada e, ainda, não é crível
que uma mãe tenha abandonado conscientemente suas filhas menores sem lhes
dar notícias de seu paradeiro.
Se a lei prevê concretamente a presunção da morte natural da pessoa em
determinadas hipóteses, não há por que não fazer o contrato de seguro de vida

Documento: 1285990 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/02/2014 Página 10 de 5
Superior Tribunal de Justiça
ser alcançado por esse reconhecimento.
Se a morte, no caso, se presume, é porque a existência de vida, ao
contrário, escasseara e, em sendo o seguro de vida e vida se presume inexistir,
nada mais natural que advenha o direito ao pagamento da indenização
contratada, todavia, apenas quando, atendido ao disposto no art. 37 do CCB,
seja declarada a morte presumida da segurada.
Nessa toada, o já tão mencionado artigo acerca do instituto da ausência,
agora na fase da sucessão definitiva:
4.2.3.2 Princípios norteadores - Na fase da sucessão definitiva
raciocina-se e procede-se como se a pessoa, declarada ausente,
estivesse efetivamente morta. Não se afasta, nem mesmo aqui,
inteiramente a possibilidade de ela estar viva e poder reaparecer.
Ultrapassada a fase da curadoria provisória e a fase da sucessão
provisória sem que se dê o retorno do ausente, muito embora tenha sido
conclamado por meio de publicações na imprensa a retomar a
administração de seus bens, esses são fatores que induzem a idéia de
que existem grandes possibilidades de o mesmo estar efetivamente
morto. Daí se proceder como se morto estivesse.

A característica distintiva entre a fase da sucessão provisória e a fase


da sucessão definitiva consiste na circunstância de naquela prevalecer a
idéia ou o princípio de estar vivo o ausente, começando-se a cogitar
também da possibilidade de o mesmo estar morto; nesta prevalece a
idéia de o ausente estar morto, sem se descartar a idéia de que esteja
vivo. Há, como se vê, uma inversão nas idéias que informam ambas as
fases, circunstâncias que determinam alterações nos efeitos que cada
uma delas produz.

Assim, em tendo o acórdão recorrido mantido a sentença de


improcedência, que ressalvara, expressamente, a possibilidade de o pedido de
pagamento da indenização ser levado a efeito quando da abertura da sucessão
definitiva, que ocorrerá dentro de poucos anos, estou em mantê-lo na
integralidade.

Documento: 1285990 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/02/2014 Página 11 de 5
Superior Tribunal de Justiça
Ante o exposto, nego provimento ao recurso especial.
É o voto.

Documento: 1285990 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/02/2014 Página 12 de 5
Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
TERCEIRA TURMA

Número Registro: 2011/0303963-1 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.298.963 / SP

Números Origem: 00001323820098260262 1323820098260262 2620120090001320 990102798933

PAUTA: 26/11/2013 JULGADO: 26/11/2013

Relator
Exmo. Sr. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. MÁRIO PIMENTEL ALBUQUERQUE
Secretária
Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : EDMARA OLIVEIRA DE SOUZA E OUTRO
ADVOGADO : MARIA DO CARMO SANTOS PIVETTA
RECORRIDO : COMPANHIA DE SEGUROS ALIANÇA DO BRASIL
ADVOGADO : FABIANO SALINEIRO E OUTRO(S)

ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigações - Espécies de Contratos - Seguro

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Terceira Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso especial, nos termos
do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Ricardo Villas Bôas Cueva, Nancy Andrighi e Sidnei Beneti votaram
com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro João Otávio de Noronha.

Documento: 1285990 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/02/2014 Página 13 de 5

Potrebbero piacerti anche