1) O Brasil é uma sociedade que necessita de políticas sociais para enfrentar o
problema do racismo e da desigualdade racial?
Começo argumentando que a sociedade é um corpo cultural formado e não
gerado. Desta forma, qualquer coisa que se desenvolve pois não foi espontaneamente posta no mundo, será com o passar dos anos aperfeiçoado por si mesmo de acordo com suas necessidades essenciais como estrutura criada. A sociedade, ou a cultura de uma sociedade, é um organismo que nasce com os homens no passado e se aperfeiçoa de acordo com a vontade daqueles que compõem essa sociedade. A Europa é o exemplo perfeito para demonstrar isto. Os europeus saíram do estado de bárbaros para a contemplação, reflexão, experimentação e comprovação da forma como a vida se move ao nosso redor. Todavia isto não se dá pela direção direta de um poder direto, mas pela simples natureza, pela simples vontade civilizatória que compõe o homem no seu interior. A intervenção do Estado e não da própria essência do homem europeu, corromperia o avanço do ser europeu em direção a si mesmo com intempéries que talvez ele não conseguisse ultrapassar caso essa sucessão de acontecimentos fosse causado pelo Estado e não pela opinião pública da Europa. O Iluminismo não existiria talvez, se ele fosse um organismo artificial, criado para fins próprios - os do Estado; a vontade de mudança que nasce no interior do homem nesse tempo, criou aquilo que muda a forma como o homem enxerga. Políticas assistencialistas são apenas uma das formas que o Estado tem de sintetizar o avanço do homem. O Brasil não necessita enfrentar o racismo e a desigualdade social por meio do Estado. O próprio avanço do homem moderno fará com que o racismo e os preconceitos derivados do mesmo se tornem tão escabrosos, que será vergonhoso para qualquer homem vê-lo com belos olhos, e não acontecerá pela via coercitiva do Estado mas simplesmente pela opinião pública à medida que a educação brasileira se desenvolva junto com a do mundo. Thomas Sowell, economista americano negro, demonstra no seu livro “Ação Afirmativa ao Redor do Mundo”, que a intervenção do Estado para diminuir a desigualdade racial e combater o racismo não são efetivas, ele argumenta: “A percentagem de famílias negras com renda abaixo da linha oficial de pobreza caiu de 87% em 1940 para 47% em meados dos anos 1960 – tudo isso antes da legislação sobre os direitos civis da década de 1960 e muito antes das políticas de ação afirmativa da década de 1970. Entre 1960 e 1970, a taxa de pobreza entre as famílias negras caiu mais dezessete pontos percentuais e, depois da década de 1970, quando foram adotadas as cotas, essa taxa decresceu apenas um ponto percentual" (pg 30-31).
2) Fale sobre a política na sociedade brasileira atual usando o conceito escolhido
pra sua análise e comentário.
A democracia brasileira viveu esse ano seu momento de glória e foi
apresentada a muitas mudanças na forma como ela é estabelecida com o advento da internet. Com a mudança na forma da propaganda política, sendo a televisão não mais eficiente cedendo o lugar para a internet com as mídias sociais, os políticos foram pegos de surpresa por essa ferramenta antes nunca usada desta forma com eficácia. Esse é um dos motivos que me refiro às eleições deste ano como gloriosas. O renovo que a internet deu ao congresso nacional, com novos ares menos tóxicos ao ambiente, deu a promissora esperança de mudanças nos próximos anos com novos rostos na política nacional, deixando de fora antigos homens que parasitavam em nosso Estado já muito caro. Outro fator glorioso da democracia este ano foi a participação da população, uma verdadeira festa, colocando as fichas em um lugar onde antes nem passávamos para olhar. A inclusão de novas formas de pensar, com a ascensão do conservadorismo brasileiro, o interesse econômico dos liberais, são alguns dos motivos desta nova esperança na política que nasce no coração brasileiro. Deixando o lado mais otimista neste momento, a democracia se ameaçada como dizem, está por ideologias totalitárias dos dois espectros políticos. Mais à direita com uma espécie de autoritarismo militar, e à esquerda com a hegemonia do “homem médio” como diria Ortega y Gaset, ou o proletário, como diria Marx. Sendo a política a ciência do possível, uma democracia na realidade humana sem mentiras, ameaças e outros derivados do espectro natural de nossa espécie, seria apenas um conto de fadas.