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Julho 2010
2010Número
Número5 0 Ano
Edição1
1
Boletim Informativo
Boletim Informativo
DOCUMENTOS
Sumário:
• Editorial………………………………………….………….........……....p.2
• Actividades da Voz di Paz….…………………….….............….p.2
• Lei Orgânica da Polícia de Ordem Pública ‐ POP…........p.5
• Esquema da Reforma com base na Metodologia
Participativa da Voz di Paz………………………….….....….....p.16
A reforma do sector de defesa e segurança fracassou no passado devido à questão da Trata-se de uma iniciativa que
compensação financeira dos desmobilizados. Ela esbarra actualmente na mesma questão teve início em 2009 com a rádio
e poderá tropeçar ainda, devido ao mesmo problema. É que a reforma tem sido vista Sol Mansi, que sob a orientação
como um simples exercício técnico que permitirá a reestruturação do sector. Na
do Padre Davide Sciocco, se
verdade, o aspecto técnico é apenas uma pequena dimensão do exercício. Trata-se, de
facto, de um exercício complexo que possui dimensões política, histórica, afectiva transformou num media nacional
sociológica, e naturalmente económica. Quando se fala nas casernas de reforma que que tem uma cobertura do país
dignifique os beneficiários, é a esta complexidade que se quer referir. com três emissoras (Bissau,
A reforma deverá ser o momento do apuramento definitivo de muitas contas passadas, Mansoa e Bafatá) e aspira ser
soldando injustiças anteriores, e proporcionando novas perspectivas de vida para os uma escola ao serviço da
destinatários e beneficiários. A este respeito, a questão financeira é capital. Ela
formação de recursos humanos
permitirá reparar injustiças passadas, e assegurar a durabilidade dos resultados
almejados. É a este nível que se deve encarar a questão financeira sob o prisma de uma de qualidade para este ramo da
justa compensação, pois a “dignidade” subjacente às reivindicações não tem apenas a ver comunicação social.
com valores morais e tratamentos honoríficos, mas também e fundamentalmente com
reconhecimentos materiais. As características de abertura e
Por isso, a reforma será cara. Todos os actores nacionais e os parceiros internacionais tolerância desta emissora
devem aceitar que a reforma terá custos elevados. Não haverá reforma barata e durável.
católica cujo pessoal é
Mas, qualquer que seja o preço a pagar, valerá a pena ser assumido uma vez por todas,
pois ele será sempre mais barato que o custo negativo de décadas de instabilidade, maioritariamente muçulmano
guerras e outras violências. Este preço será sempre mais barato que aquele que o país permitiram o desenvolvimento
poderá ainda pagar no falhanço total do Estado, se um esforço substancial não for feito desta parceria num quadro que
agora para soldar definitivamente as contas. Aliás, o preço a pagar é um investimento serve ao mesmo tempo de
cujos benefícios políticos, sociais e económicos serão largamente compensatórios. exemplo vivo às rádios
comunitárias.
Fafali Koudawo
Director da «Voz di Paz» A formação tem por justificação
o papel central que
desempenham as rádios
ECO da Voz di Paz Boletim Informativo
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FOTOGALERIA
Entrega dos Diplomas da Formação das
Rádios Comunitárias
ECO da Voz di Paz Boletim Informativo
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c) Prevenir a criminalidade
em geral, em coordenação com as
substâncias proibidas, através da
vigilância e do patrulhamento das
demais forças e serviços de zonas referenciadas como locais
segurança; de tráfico ou consumo. segurança privada e respectiva
formação, em cooperação com as
d) Prevenir a prática dos m) Participar no cumprimento demais forças e serviços de
demais actos contrários à lei e aos das disposições legais e segurança e com a Inspecção-Geral
regulamentos; regulamentares referentes à do Ministério do Interior.
protecção do ambiente;
e) Desenvolver as acções de Artigo 4.º
investigação criminal e outras que n) Participar, nos termos da Conflitos de natureza privada
lhe sejam atribuídas por lei, lei e dos compromissos
delegadas pelas autoridades decorrentes de acordos, tratados e A POP não pode dirimir conflitos de
judiciárias ou solicitadas pelas convenções internacionais, na natureza privada, devendo, nesses
autoridades administrativas; execução da política externa, casos, limitar a sua acção à
designadamente em operações manutenção da ordem pública.
f) Velar pelo cumprimento internacionais de gestão civil de
das leis e regulamentos relativos à crises, de paz, e humanitárias, no Artigo 5.º
viação terrestre e aos transportes âmbito policial, bem como em Âmbito territorial
rodoviários e promover e garantir missões de cooperação policial
a segurança rodoviária, internacional e na representação 1. As atribuições da POP são
designadamente através da do País em organismos e prosseguidas em todo o território
fiscalização, do ordenamento e da instituições internacionais; nacional.
disciplina do trânsito;
o) Contribuir para a formação 2. No caso de atribuições
g) Garantir a execução dos e informação em matéria de cometidas simultaneamente à
actos administrativos emanados da segurança dos cidadãos; Guarda Nacional Guineense, a área
autoridade competente que visem de responsabilidade da POP é
impedir o incumprimento da lei ou p) Garantir a segurança definida por despacho do Ministro
a sua violação continuada; pessoal dos membros dos órgãos da tutela.
de soberania e de altas entidades
h) Participar no controlo da nacionais ou estrangeiras, bem 3. Fora da área de
entrada, saída e permanência de como de outros cidadãos, quando responsabilidade definida nos
pessoas e bens no território sujeitos a situação de ameaça termos do número anterior, a
nacional; relevante; intervenção da POP depende:
do serviço a desempenhar e o
motivo ou a ordem que as justifica.
da administração central, regional
e local.
3. As forças solicitadas actuam 3. A prestação e o pagamento
no quadro das suas competências e das acções previstas nos números i) Oficiais generais, que
de forma a cumprirem a sua anteriores, quando não regulados compreende o posto de
missão, mantendo total por lei especial, são objecto de comissário;
subordinação aos comandos de que despacho conjunto dos membros do
dependem. Governo responsáveis pelas áreas ii) Oficiais superiores, que
da segurança e das finanças. compreende os postos de
Artigo 14.º 1º superintendente,
Prestação de serviços especiais Artigo 16.º superintendente e
Colaboração com entidades intendente;
1. A POP pode manter pessoal públicas e privadas
com funções policiais em iii) Oficiais subalternos, que
organismos de interesse público, 1. Sem prejuízo do compreende os postos de
em condições definidas por cumprimento da sua missão, a POP subintendente, inspector e
despacho do ministro da tutela. pode prestar colaboração a outras sub-inspector;
entidades públicas ou privadas que
2. O pessoal da POP pode ser a solicitem, para garantir a b) Categoria profissional de
nomeado em comissão de serviço segurança de pessoas e bens ou Chefes, que compreende os postos
para organismos internacionais ou para a prestação de outros de chefe, subchefe principal,
países estrangeiros, em função dos serviços, mediante pedidos subchefe-ajudante, primeiro-
interesses nacionais e dos concretos que lhe sejam subchefe, segundo-subchefe;
compromissos assumidos no âmbito formulados, os quais serão sujeitos
da cooperação internacional, nos a decisão caso a caso. c) Categoria profissional de
termos legalmente estabelecidos. agentes, que compreende os postos
2. A administração central de agente principal, agente de 1ª
3. O pessoal referido no n.º 1 poderá estabelecer protocolos com classe, agente de 2ª classe e agente
cumpre, para efeitos de ordem as autarquias locais para a de 3ª classe.
pública, as directivas do comando execução das responsabilidades de
com jurisdição na respectiva área. construção, aquisição ou 2. As condições e regras para
beneficiação de instalações e as promoções encontram-se
4. A POP pode ainda prestar edifícios para a POP sempre que as reguladas no Estatuto dos Agentes
serviços especiais, mediante razões de oportunidade e da POP.
solicitação, que, após serem conveniência o aconselhem.
autorizados pela entidade Artigo 18.º
competente, são remunerados 3. O pagamento dos serviços Estrutura geral
pelos respectivos requisitantes nos efectuados pela POP ao abrigo do
termos que forem regulamentados. n.º 1 é regulado no despacho A POP compreende:
referido no n.º 3 do artigo anterior.
Artigo 15.º a) O Comissariado Nacional;
Prestação de serviços a outros TÍTULO II
organismos públicos Organização geral b) As Unidades de Polícia.
Artigo 25.º
Conselho Superior de Polícia
Artigo 26.º
Conselho de Deontologia e
Disciplina
1. O Conselho Superior de
Polícia (CSP) é um órgão consultivo 3. Quando funcionar como
1. O Conselho de Deontologia
do Comissário Nacional ao qual junta de recurso, a JSS é composta
e Disciplina (CDD) é um órgão de
compete pronunciar-se sobre os pelo comissário nacional-adjunto
carácter consultivo do Comissário
assuntos relativos à actividade da da unidade orgânica de recursos
Nacional, ao qual compete apreciar
POP e sua relação com as humanos, que preside, por um
e emitir parecer sobre os assuntos
populações, apoiar a decisão do médico designado pelo comissário
que lhe sejam submetidos em
Comissário Nacional em assuntos de nacional, que não tenha intervindo
matéria de deontologia e disciplina
particular relevância e, em anteriormente no processo, e por
e exercer as competências que a lei
especial: um médico escolhido pelo
e o regulamento disciplinar lhe
requerente, o qual, não sendo
conferem.
a) Emitir parecer sobre os indicado no prazo que para o efeito
objectivos, necessidades e planos for fixado pelo comissário nacional,
2. Compõem o CDD:
estratégicos da POP e a sua é substituído pelo médico que este
execução; designar.
a) O Comissário Nacional, que
preside;
b) Pronunciar-se sobre as SECÇÃO III
providências legais ou Unidades orgânicas
b) Os Comissários Nacionais-
regulamentares que digam respeito adjuntos;
à POP, quando solicitado; Artigo 28.º
Operações e segurança
c) Dois Comandantes Regionais
c) Pronunciar-se, a solicitação a designar pelo Comissário
do Ministro da tutela, sobre A unidade orgânica de operações e
Nacional;
quaisquer assuntos que digam segurança compreende as áreas de
respeito à POP. operações, informações policiais e
d) O Director do serviço de
investigação criminal, armas e
deontologia e disciplina;
2. Compõem o CSP em explosivos, segurança privada,
funcionamento restrito: sistemas de informação e
3. O regulamento de
comunicações.
funcionamento do CDD e a forma
a) O Comissário Nacional, que de designação dos membros é
preside; Artigo 29.º
aprovado por regulamento do
Recursos humanos
ministro da tutela.
b) Os Comissários Nacionais-
adjuntos; A unidade orgânica de recursos
Artigo 27.º
c) Os Directores das áreas e humanos compreende as áreas de
Junta Superior de Saúde
serviços do Comissariado Nacional; recursos humanos, formação e
saúde e assistência na doença.
1. A Junta Superior de Saúde
3. Compõem o CSP em Artigo 30.º
(JSS) é o órgão a que compete
funcionamento alargado: Logística e finanças
julgar o grau de capacidade para o
serviço do pessoal da POP que, por
a) As Entidades referidas no A unidade orgânica de logística e
ordem do Comissário Nacional, lhe
número anterior; finanças compreende as áreas de
for presente, bem como emitir
logística e gestão financeira.
parecer sobre os recursos relativos
b) Os Comandantes das a decisões baseadas em pareceres
unidades de polícia; Artigo 31.º
formulados pelas juntas médicas da
Serviços
POP.
c) Representantes das
categorias profissionais de oficiais, O número, as competências, a
2. A JSS é constituída pelo
sargentos e agentes. estrutura interna e os cargos de
Comissário Nacional-adjunto da
direcção das áreas das unidades
unidade orgânica de recursos
4. O regulamento de orgânicas são definidos por
humanos, que preside, e por dois
funcionamento do CSP é aprovado despacho do Ministro da tutela.
médicos nomeados pelo Comissário
por despacho do Ministro da tutela. Nacional.
SECÇÃO IV
Apoio geral
as divisões e as esquadras. 2.
comandos
O GIR colabora ainda com os
regionais no
2. As esquadras são patrulhamento, em condições a
subunidades operacionais. definir por despacho do Comissário 1. A nomeação para o cargo
Nacional. de Comissário Nacional é feita, por
Artigo 38.º escolha, de entre 1ºs
Comando de subunidades 3. O GIR articula-se em superintendentes, dos quadros de
subunidades de ordem pública, de carreira policial.
1. O comando das subunidades operações especiais, de segurança
é exercido por um comandante, pessoal e de inactivação de 2. O Comissário Nacional é
coadjuvado por um adjunto. engenhos explosivos. um Comissário e o provimento do
Artigo 41.º cargo é feito mediante despacho
2. Salvo designação em Grupo de Trânsito conjunto do Primeiro-Ministro e do
contrário do comandante regional Ministro da tutela.
de polícia, o adjunto é o elemento 1. O Grupo de Trânsito (GT) é a
mais graduado colocado na unidade especializada no âmbito da Artigo 45.º
respectiva subunidade. fiscalização ordenamento e Comissário Nacional-adjunto
disciplina do trânsito, e é
3. Caso existam vários responsável pela uniformização de 1. O recrutamento para o
elementos com a mesma procedimentos e pela formação cargo de comissário nacional-
graduação, prefere o mais antigo. contínua dos elementos. adjunto é feito, por escolha, de
entre os 1ºs superintendentes ou
SECÇÃO II 2. Quando se justifique, o GT superintendentes dos quadros de
Unidades Especiais de Polícia pode realizar, directa e carreira policial.
excepcionalmente, acções especiais
Artigo 39.º de fiscalização em qualquer parte 2. Quando o recrutamento
Unidades Especiais do território nacional abrangida pela referido nos números anteriores
competência territorial da POP, sem recair sobre um superintendente,
São unidades especiais de polícia: prejuízo das competências das este será promovido a 1º
respectivas unidades territoriais. superintendente.
a) O Grupo de Intervenção 3. O provimento é feito
Rápida; SECÇÃO III mediante despacho do Ministro da
Subunidades e serviços tutela.
b) O Grupo de Trânsito.
Artigo 42.º Artigo 46.º
Artigo 40.º Subunidades Recrutamento de comandantes
Grupo de Intervenção Rápida regionais e comandantes
A criação e extinção de subunidades regionais adjuntos
1. O Grupo de Intervenção dos comandos regionais de polícia e
Rápida (GIR) constitui uma força de unidades especiais de polícia são 1. O recrutamento para os
reserva à ordem do Comissário aprovadas por despacho do Ministro cargos de comandante regional é
Nacional, especialmente preparada da tutela. feito, por escolha, de entre os
e destinada a ser utilizada em: intendentes ou subintendentes
Artigo 43.º
a) Acções de manutenção e Serviços 2. O recrutamento para os
reposição de ordem pública; cargos de comandantes regionais
A criação, extinção e o adjuntos é feito, por escolha, de
b) Combate a situações de funcionamento dos serviços dos entre subintendentes e
violência concertada; comandos regionais de polícia e inspectores.
unidades especiais de polícia são
c) Gestão de incidentes aprovados por despacho do Ministro Artigo 47.º
tácticos; da tutela. Recrutamento de comandantes e
comandantes adjuntos das
d) Segurança pessoal de altas TÍTULO III unidades especiais
entidades, membros de órgãos de Provimento
soberania, protecção policial de 1. O recrutamento para os
testemunhas ou outros cidadãos Artigo 44.º cargos de comandante de unidade
sujeitos a ameaça. Comissário Nacional
2. A prestação e o pagamento
dos serviços requisitados à POP nos
termos dos artigos 14.º a 16.º da ______________________________
presente lei são objecto de
despacho conjunto do Ministro da
tutela e do membro do Governo
Imagens da participação
responsável pela área das finanças. da POP em sessões de
3. São aprovados por despacho auscultação realizadas
do Ministro da tutela:
pela Voz di Paz
a) O número, as competências
e a estrutura interna dos serviços
das unidades orgânicas, bem como
o quadro de dirigentes da POP;
b) A área de responsabilidade
da POP, no caso de atribuições
simultaneamente cometidas à
Guarda Nacional Guineense, bem
como dos comandos regionais de
polícia e respectivas subunidades;
c) As condições em que o
Militares
Forças de
Segurança
Autorida‐
des Elaborado por
Nacionais Joacine Katar Moreira
e Fafali Koudawo
População
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FICHA TÉCNICA: Eco da Voz di Paz – Boletim Informativo Proprietário: Voz di Paz - Iniciativa para a
Consolidação da Paz Coordenador: Fafali Koudawo Editora: Joacine Katar Moreira;
Redactores: Fafali Koudawo; Joacine Katar Moreira; Manuela Lopes Concepção gráfica e fotocomposição:
Joacine Katar Moreira Número: 5 Data: Julho 2010 Local: Guiné-Bissau Periodicidade: Mensal
Tiragem: 1500 exemplares
Parceiro: Interpeace
Financiado pelo Governo da Finlândia